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Circuitos integrados para detecção de ondas submilimétricas em sistemas de identificação...

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Academic year: 2017

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Circuitos Integrados para Detec¸

ao de

Ondas Submilim´

etricas em Sistemas de

Identifica¸

ao por Imagem

Texto apresentado `a Escola Polit´ecnica da Universidade de S˜ao Paulo para obten¸c˜ao do T´ıtulo de Doutor em

Enge-nharia .

(2)

Circuitos Integrados para Detec¸

ao de

Ondas Submilim´

etricas em Sistemas de

Identifica¸

ao por Imagem

Texto apresentado `a Escola Polit´ecnica da Universidade de S˜ao Paulo para obten¸c˜ao do T´ıtulo de Doutor em

Enge-nharia .

´

Area de concentra¸c˜ao: Microeletrˆonica

Orientador:

Dr.

Luiz Monteiro da Franca

Neto

(3)

Brito Filho, Francisco

Circuitos Integrados para Detecção de Ondas Submilimétricas em Sistemas de Identificação por Imagem / F. Brito Filho -- São Paulo, 2015. 92 p.

Tese (Doutorado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos.

1.Circuitos Integrados 2.Antenas Integradas 3.Detectores 4.Terahertz 5.Imageamento I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica.

(4)
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Aos meus pais Francisco de Assis Brito e Vilma Solano Benevides Brito, que sempre acreditaram em mim e me apoiaram ao longo de toda a minha vida profissional e acadˆemica.

A minha irm˜a Mˆonica, pela sua companhia durante muitos anos e pelo seu carinho e amor incondicional.

A minha tia Antˆonia, pelo carinho e receptividade que sempre teve.

A Nadja, que esteve ao meu lado compartilhando bons e maus momentos, em grande parte desta jornada.

Ao meu amigo Weykmy, que me apresentou o mundo do radioamadorismo quando estavamos na s´etima s´erie.

Ao meu orientador, Luiz Monteiro da Franca Neto, que me propˆos um tema

fant´astico para esta tese de doutorado, com desafios enormes, por´em muito grati-ficantes. Agrade¸co os ensinamentos passados durante este per´ıodo, que ser˜ao de grande valia para o meu futuro profissional.

Ao Professor Fernando Rangel de Sousa, que foi o primeiro que apostou em mim e me deu a chance trabalhar com pesquisa e desenvolvimento, desde a gra-dua¸c˜ao at´e o mestrado, na ´area que eu sempre quis desde os tempos de crian¸ca:

circuitos para comunica¸c˜ao.

Ao Professor Wilhelmus, que sempre esteve disposto a ajudar e a contribuir com o que precisei durante este trabalho.

Aos Professores Jos´e Vieira e Jo˜ao Navarro, pelas contribui¸c˜oes que fizeram no exame de qualifica¸c˜ao, para que eu pudesse melhorar este trabalho.

Aos meus colegas de trabalho no LSITEC.

Aos meus colegas de trabalho da UFERSA.

Ao meu amigo, companheiro de trabalho e de doutorado Hugo Daniel, sempre disposto a ajudar e a compartilhar bons e maus momentos.

(6)

A Francisco e Cristiane, que me auxiliaram nos testes experimentais com o sistema THz-TDS na UNICAMP.

A FAPESP, pelo apoio financeiro.

(7)
(8)

Esta tese de doutorado trata do desenvolvimento de circuitos para a detec¸c˜ao de ondas submilim´etricas integrados em tecnologia CMOS.

Existe um interesse crescente nas tecnologias que utilizam frequˆencias em te-rahertz (300 GHz - 3 THz) para aplica¸c˜oes em diagn´ostico m´edico por imagem, an´alise espectral, seguran¸ca, radiocomunica¸c˜ao, aplica¸c˜oes m´edicas e de inspe¸c˜ao. Os sistemas atuais que utilizam tecnologias fotˆonicas s˜ao complexos e consomem muito espa¸co, al´em de pouco acess´ıveis devido ao seu alto custo. Por´em, com o advento das tecnologias de sil´ıcio (eg. CMOS e BiCMOS) ´e poss´ıvel desen-volver circuitos nesta faixa de frequˆencia, com baixo custo e alta capacidade de integra¸c˜ao, permitindo inclusive o processamento do sinal no pr´oprio chip.

Diante deste contexto, as investiga¸c˜oes desta tese de doutorado pretendem analisar e contribuir com o desenvolvimento de circuitos de detec¸c˜ao de ondas sub-milim´etricas, bem como, propor uma metodologia de projeto que permita a integra¸c˜ao destes circuitos e suas antenas em tecnologia CMOS, e com especi-fica¸c˜oes para aplica¸c˜ao em um sistema de identifica¸c˜ao por imagem. Este sistema ´e composto por antena, interface para detec¸c˜ao e processamento do sinal. Alguns detectores com antenas patch acopladas e com varia¸c˜oes topol´ogicas foram fabri-cados em tecnologia CMOS de 180 nanometros e testados para diferentes faixas de frequˆencias, que v˜ao desde 400 GHz at´e 800 GHz. Tamb´em foi desenvolvido um arranjo de detectores com 12 pixels (4x3) para a faixa de 700 GHz a 770 GHz, para aplica¸c˜ao em sistemas de identifica¸c˜ao por imagem. A an´alise, o projeto e os testes destes circuitos, bem como a sua aplica¸c˜ao e a compara¸c˜ao dos mesmos com os apresentados em outros trabalhos, s˜ao discutidos ao longo desta tese. Os circuitos foram testados com um setup proposto adaptando-se um sistema de es-pectroscopia no dom´ınio do tempo, comprovando os resultados atrav´es de testes experimentais.

(9)

This PhD thesis deal with the development of circuits for submillimeter waves detection integrated in CMOS technology.

There is a growing interest in technologies that uses terahertz frequencies (300 GHz to 3 THz) for applications in medical imaging, spectral analysis, security, radiocommunication, medical applications and inspection. The present systems that uses photonic technology are complex and space consuming, and also are very expensives. However, with the advent of silicon technologies (eg. CMOS and BiCMOS) is possible to develop circuits to work in this frequency range, with low cost and high integrability, including the on-chip signal processing.

Given this context the investigations of this PhD thesis intends to analyze and to contribute with the development of submillimeter waves detection circuits as well as to propose a design metodology that allows the circuit integration and its antennas in CMOS technology and with specifications for application in imag-ing system. This system is composed by antenna, detection interface and signal processing. Some detectors with coupled patch antenna and with topological variations were fabricated in 180 nanometers CMOS technology and tested for different frequency ranges, that ranging from 400 GHz until 800 GHz. Also was developed a detector array with 12 pixels (4x3) for the 700 to 770 GHz frequency range (120 GHz bandwidth), for application in imaging systems. The analysis, design and testing of these circuits as well as their application and their compar-ison with those presented in other works, are discussed throughout this thesis. The circuits were tested using a proposed setup using a terahertz time-domain spectroscopy system confirming the results through experimental tests.

(10)

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

Lista de Abreviaturas e Siglas

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Terahertz no Espectro Eletromagn´etico . . . 2

1.2 Aplica¸c˜oes em Terahertz . . . 4

1.2.1 Caracteriza¸c˜ao de Materiais . . . 4

1.2.2 Comunica¸c˜ao . . . 7

1.2.3 Sistema de Identifica¸c˜ao por Imagem . . . 9

1.3 Fontes e Detectores . . . 11

1.3.1 Fontes . . . 11

1.3.2 Detectores . . . 16

1.4 Objetivos e Contribui¸c˜oes . . . 16

1.5 Estrutura do Texto . . . 18

2 Considera¸c˜oes e Metodologia de Projeto 19 2.1 Considera¸c˜oes de Arquitetura . . . 19

2.2 Considera¸c˜oes Tecnol´ogicas . . . 20

2.3 Metodologia de Projeto . . . 23

3 Circuito para Detec¸c˜ao de Ondas Submilim´etricas 26 3.1 Detectores a MOSFET . . . 26

(11)

3.4 Projeto dos Circuitos e Arranjo de Detectores . . . 32

3.5 Simula¸c˜oes de Responsividade do Detector . . . 33

3.6 Simula¸c˜ao da NEP . . . 34

4 Antenas 36 4.1 Antena Patch de Microfita . . . 36

4.1.1 Teoria . . . 37

4.1.2 Equa¸c˜oes de Projeto . . . 38

4.2 Antenas Patch para Terahertz . . . 39

4.2.1 Projeto das antenas . . . 39

4.2.2 Simula¸c˜oes Eletromagn´eticas das Antenas . . . 42

4.2.3 Resumo dos resultados de simula¸c˜ao eletromagn´etica das antenas . . . 46

5 Resultados 47 5.1 Chip fabricado para testes . . . 47

5.2 Metodologia de Testes . . . 50

5.3 Descri¸c˜ao do Sistema THz-TDS . . . 51

5.4 Calibra¸c˜ao da fonte . . . 55

5.5 Responsividade e NEP dos Detectores . . . 56

5.5.1 Detector de 400 GHz . . . 57

5.5.2 Detector de 500 GHz . . . 59

5.5.3 Detector de 600 GHz . . . 60

5.5.4 Detector de 700 GHz . . . 61

5.5.5 Resumo dos resultados de medi¸c˜ao dos detectores . . . 62

5.6 Diagramas de radia¸c˜ao das antenas . . . 63

5.6.1 Antena de 400 GHz . . . 63

(12)

5.6.4 Antena de 700 GHz . . . 65

5.6.5 Resumo comparativo dos diagramas de radia¸c˜ao . . . 65

5.7 Arranjo de detectores 3x4 . . . 66

5.8 Comparativos . . . 67

6 Conclus˜oes e Trabalhos Futuros 68 6.1 Contribui¸c˜oes . . . 69

6.2 Trabalhos Futuros . . . 70

(13)

1.1 A faixa de terahertz no espectro eletromagn´etico. . . 3

1.2 Assinaturas de explosivos como resposta a radia¸c˜ao em terahertz.

(a) TNT. (b) 4-amino-DNT. [22]. . . 5

1.3 Diagrama de blocos de um sistema de espectroscopia no dom´ınio do tempo no modo transmiss˜ao. . . 6

1.4 Diagrama de blocos de um sistema de espectroscopia no dom´ınio do tempo no modo reflex˜ao. . . 6

1.5 Diagrama de blocos de um sistema de espectroscopia no dom´ınio da frequˆencia. . . 7

1.6 Formas de onda amostradas em sistemas de espectroscopia: (a) no dom´ınio do tempo; e (b) no dom´ınio da frequˆencia.[26] . . . 8

1.7 Atenua¸c˜ao na atmosfera para frequˆencias entre 100 e 1000 GHz. [28] 9

1.8 Imagem ilustrativa de aplica¸c˜ao em seguran¸ca [29]. . . 10

1.9 Imagem ilustrativa de aplica¸c˜ao em diagn´ostico m´edico por imagem [30]. . . 10

1.10 Diagrama de blocos de um sistema para detec¸c˜ao por imagem. . . 10

1.11 Diagrama de blocos b´asico de um upconverter. . . 12

1.12 Foto de uma fonte baseada em diodo IMPATT [32]. . . 12

1.13 Foto de uma fonte baseada em cadeias multiplicativas [31] . . . . 13

1.14 Microfotografia de um chip de arranjo de osciladores para gera¸c˜ao de sinais em frequˆencia de terahertz [33] . . . 13

1.15 Foto de um BWO. . . 14

1.16 Corte transversal de um QCL [34]. . . 15

1.17 Fotomisturador aplicado em um sistema de espectroscopia no dom´ınio

(14)

2.1 Diagrama ilustrativo de um detector hom´odino. . . 20

2.2 Diagrama ilustrativo de um detector heter´odino. . . 20

2.3 Corte transversal em um processo CMOS do tipo n-well contendo transistores NMOS e PMOS. . . 21

2.4 Corte transversal em um processo CMOS do tipo p-well contendo transistores NMOS e PMOS. . . 21

2.5 Corte transversal em um processo CMOS do tipo twin-well con-tendo transistores NMOS e PMOS. . . 21

2.6 Corte transversal em um processo CMOS do tipo triple-well con-tendo transistores NMOS e PMOS. . . 21

2.7 Corte transversal em um processo CMOS-SOI. . . 22

2.8 Corte transversal em um processo CMOS do tipo n-well destacando as camadas de metais superiores para o projeto das antenas do tipo patch. . . 23

2.9 Fluxograma base para a metodologia de projeto de detectores com antena integrada. . . 24

3.1 Transistor MOS em configura¸c˜ao de detector quadr´atico. . . 26

3.2 Modelo n˜ao-quasi-est´atico do transistor da figura 3.1. . . 28

3.3 Arquitetura do detector. . . 32

3.4 Esquematico do detector. . . 32

3.5 Banco de teste para extra¸c˜ao da responsividade do detector. . . . 33

3.6 Responsividade P in/V out em fun¸c˜ao da polariza¸c˜ao do detector. . 33

3.7 Responsividade V out/P in em fun¸c˜ao da resistˆencia. . . 34

3.8 NEP do detector. . . 35

4.1 Antena Patch Retangular com orienta¸c˜ao dos campos. . . 38

4.2 Corte transversal de uma antena patch. . . 38

4.3 Diagrama de um pixel. . . 39

4.4 Layout da antena para simula¸c˜ao eletromagn´etica. . . 40

(15)

4.7 Diretividade da antena de 400 GHz. . . 42

4.8 s11 da antena de 500 GHz. . . 43

4.9 Diretividade da antena de 500 GHz. . . 43

4.10 s11 da antena de 600 GHz. . . 44

4.11 Diretividade da antena de 600 GHz. . . 44

4.12 s11 da antena de 700 GHz. . . 45

4.13 Diretividade da antena de 700 GHz. . . 45

5.1 Layout do chip enviado para fabrica¸c˜ao. . . 47

5.2 Microfotografia do chip fabricado. . . 48

5.3 Parte da microfotografia do chip fabricado deste trabalho. . . 49

5.4 Montagem do chip na PCI. . . 49

5.5 Zoom no chip microssoldado na PCI. . . 50

5.6 Fluxograma de teste dos detectores. . . 51

5.7 Diagrama detalhado do sistema HASSP-THz [24]. Linhas verdes e vermelhas indicam caminhos ´oticos e linhas pretas pontilhadas indicam caminhos de sinal el´etrico. . . 53

5.8 Foto dos m´odulos que abrigam os lasers. . . 54

5.9 Fotoemissor Tera-SED. . . 55

5.10 Fotodetector PR130. . . 55

5.11 Placa de amostragem. . . 56

5.12 Foto do ambiente de testes com setup para medi¸c˜ao da responsi-vidade e NEP dos detectores. . . 57

5.13 Resultado de medi¸c˜ao da responsividade para o detector de 400 GHz e compara¸c˜ao com a simula¸c˜ao p´os-layout (fonte -10dBm). . 58

5.14 Resultado da NEP para o detector de 400 GHz. . . 58

5.15 Resultado de medi¸c˜ao da responsividade para o detector de 500 GHz. . . 59

(16)

GHz. . . 60

5.18 Resultado da NEP para o detector de 600 GHz. . . 60

5.19 Resultado de medi¸c˜ao da responsividade para o detector de 700

GHz. . . 61

5.20 Resultado da NEP para o detector de 700 GHz. . . 61

5.21 Resultados de medi¸c˜ao da responsividade para todos os detectores. 62

5.22 Diagrama de radia¸c˜ao normalizado para a antena de 400 GHz. . . 63

5.23 Diagrama de radia¸c˜ao normalizado para a antena de 500 GHz. . . 64

5.24 Diagrama de radia¸c˜ao normalizado para a antena de 600 GHz. . . 64

5.25 Diagrama de radia¸c˜ao normalizado para a antena de 700 GHz. . . 65

5.26 Diagramas de radia¸c˜ao normalizado para as antenas medidas. . . 65

(17)

1.1 Caracter´ısticas da faixa de terahertz. . . 4

2.1 Alguns tipos de detectores. . . 19

4.1 Parˆametros para projeto. . . 40

4.2 Dimens˜oes das antenas projetadas. . . 41

4.3 Resumo dos resultados obtidos. . . 46

5.1 Caracter´ısticas dolaser e oscilador de femtosegundos utilizados no sistema HASSP-THz. . . 52

5.2 Resumo dos resultados obtidos. . . 62

(18)

ASOPS Asynchronous Optical Sampling

BiCMOS Bipolar CMOS

BWO Backward Wave Oscillator

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor

COB Chip On Board

CW Continuous Wave

EM Eletromagn´etica

FAPESP Funda¸c˜ao de Apoio a Pesquisa do Estado de S˜ao Paulo

FDS Frequency Domain Spectroscopy

GaAs Galium Arsenide

HASSP High Speed Asynchronous Sampling THz Transmission Spectroscopy System

HEB Hot Electron Bolometer

IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers

InP Indium Phosphide

IR Infra Red

JPL Jet Propulsion Lab

MOS Metal Oxide Semiconductor

MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor

MPW Multi Project Wafer

NASA National Aeronautics and Space Administration

NEP Noise Equivalent Power

NMOS N-type MOSFET

(19)

QCL Quantum Cascade Laser

ROIC Readout Integrated Circuits

SiGe Sil´ıcio Germˆanio

SIS Superconductor Insulator Superconduction

SoC System On Chip

TDS Time Domain Spectroscopy

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

(20)

1

Introdu¸

ao

A faixa de frequˆencias de terahertz ou de comprimento de ondas

submi-lim´etricas ´e a ´ultima fronteira a se conquistar no espectro eletromagn´etico [1]. Trata-se da faixa onde o desenvolvimento tecnol´ogico de duas grandes ´areas con-solidadas do conhecimento se encontram: a eletrˆonica e a fotˆonica.

Nos ´ultimos anos, um interesse crescente tˆem sido dado `a tecnologias que uti-lizam frequˆencias em terahertz (300 GHz - 3 THz) para aplica¸c˜oes em diagn´ostico m´edico por imagem, an´alise espectral, seguran¸ca, radiocomunica¸c˜ao, aplica¸c˜oes

m´edicas e de inspe¸c˜ao [1]. Os sistemas atuais que utilizam tecnologias fotˆonicas s˜ao complexos e consomem muito espa¸co [2], al´em de pouco acess´ıveis devido ao seu alto custo [3]. O r´apido desenvolvimento de tecnologias baseadas em sil´ıcio (eg. CMOS e BiCMOS) tem possibilitado o desenvolvimento de aplica¸c˜oes em

ondas milim´etricas e submilim´etricas [2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10]. Com isto, est´a ha-vendo um aumento do interesse em dispositivos eletrˆonicos para frequˆencias em terahertz, que tem potencial para substituir algumas das t´ecnicas tradicionais baseadas em dispositivos fotˆonicos [11].

Ondas eletromagn´eticas nestas frequˆencias fornecem uma resolu¸c˜ao milim´etrica

dos objetos [12], o que as tornam ideais para aplica¸c˜oes de identifica¸c˜ao por ima-gem, especialmente nas ´areas m´edicas e de seguran¸ca. V´arias implementa¸c˜oes tˆem sido feitas com o prop´osito de diagn´ostico m´edico por imagem [13, 14, 15], sendo esta uma das principais aplica¸c˜oes com potencial comercial [16, 17], tendo

a vantagem do quanta em terahertz ser muito menos energ´etico do que os raios-x, n˜ao apresentando perigo de ioniza¸c˜ao para o tecido biol´ogico [18]. Al´em disso, estas frequˆencias podem ser atraentes para aplica¸c˜oes de radiocomunica¸c˜ao en-tre sat´elites e de links a´ereos na estratosfera [3], possibilitando altas taxas de

transferˆencia de dados.

Os componentes desenvolvidos para aplica¸c˜oes em terahertz podem ser

(21)

sa´ıda [11]. Para o caso dos detectores, trabalhos tem reportado o seu

desenvolvi-mento utilizando processos de sil´ıcio [2, 19]. Estes detectores foram inseridos em sistemas de identifica¸c˜ao por imagem com sucesso, tornando vis´ıvel os benef´ıcios das tecnologias de sil´ıcio para este tipo de aplica¸c˜ao, que s˜ao: baixo custo, alta ca-pacidade de integra¸c˜ao de circuitos, incluindo o processamento do sinal no mesmo

chip [2].

No ˆambito deste trabalho, pretende-se conceber um sistema de detec¸c˜ao de

ondas submilim´etricas integrado em tecnologia CMOS e com especifica¸c˜oes que permitam a sua aplica¸c˜ao em um sistema de identifica¸c˜ao por imagem. Este sistema ser´a composto por antena, interface para detec¸c˜ao e processamento do sinal para reconstru¸c˜ao da imagem. Tamb´em ser´a analisada a possibilidade da

utiliza¸c˜ao deste sistema para aplica¸c˜ao em radiocomunica¸c˜ao.

A se¸c˜ao a seguir apresenta de forma resumida um sistema de identifica¸c˜ao por imagem e em seguidas o objetivo e as contribui¸c˜oes deste doutorado. Ao final deste cap´ıtulo ´e apresentada a estrutura de organiza¸c˜ao deste documento.

1.1

Terahertz no Espectro Eletromagn´

etico

A faixa de ondas submilim´etricas possui um lugar especial no espectro

ele-tromagn´etico, trata-se do ponto onde duas grandes ´areas do conhecimento, a eletrˆonica e a fotˆonica, se encontram. ´E nesta faixa de frequˆencias onde o de-senvolvimento destas ´areas buscam superar os seus limites tecnol´ogicos de modo a fornecer solu¸c˜oes pr´aticas para as in´umeras aplica¸c˜oes vislumbradas para as

ondas submilim´etricas [1].

A figura 1.1 apresenta o espectro eletromagn´etico e em destaque a faixa de

terahertz.

O espectro eletromagn´etico como ´e conhecido nos dias atuais, organiza todas as formas de radia¸c˜ao eletromagn´etica em uma faixa de frequˆencias, comprimen-tos de onda e energia do f´oton. Anteriormente ao eletromagnetismo, somente a luz vis´ıvel era tida como uma radia¸c˜ao eletromagn´etica. Com o desenvolvimento

das equa¸c˜oes de Maxwell foi poss´ıvel prever a existˆencia de um espectro onde haveria radia¸c˜ao eletromagn´etica proveniente de oscila¸c˜oes muito pequenas at´e oscila¸c˜oes muito altas, e que estas ondas eletromagn´eticas se propagavam com uma velocidade constante, a velocidade da luz. Esta descoberta mudou a forma

(22)

Figura 1.1: A faixa de terahertz no espectro eletromagn´etico.

que os nossos olhos vˆeem ´e muito pouco do que o universo nos mostra. Para com-plementar o entendimento do esp´ectro eletromagn´etico, surgiu tamb´em a teoria quˆantica, que relacionou a energia dosquanta com a frequˆencia das oscila¸c˜oes das ondas eletromagn´eticas.

Desde a descoberta do espectro eletromagn´etico, buscou-se desenvolver tec-nologia para sentir e gerar ondas eletromagn´eticas diferentes da luz vis´ıvel.

In-fravermelho e ultravioleta foram descobertos ainda no final do s´eculo XVIII e in´ıcio do s´eculo XIX. As ondas de r´adio e as microondas no final do s´eculo XIX, assim como os raios-X. Para completar, os raios-gama foram descobertos ainda no in´ıcio do s´eculo XX, como sendo a ´ultima por¸c˜ao do espectro eletromagn´etico

a ser preenchida.

(23)

era uma parte intermedi´aria, compreendida entre as ondas de r´adio com

compri-mento de milimetros e a radia¸c˜ao infravermelha. Esta por¸c˜ao do espectro ficou conhecida como terahertz gap e por muito tempo ficou carente de tecnologias que permitissem a detec¸c˜ao e a gera¸c˜ao de ondas eletromagn´eticas nesta faixa de frequˆencias, compreendida entre 300 GHz e 3 THz [20]. Para a eletrˆonica,

era dif´ıcil obter circuitos que oscilassem em frequˆencias t˜ao elevadas, a partir da multiplica¸c˜ao de frequˆencias menores, como as de r´adio ou microondas. J´a para a fotˆonica, era dif´ıcil obter luz com comprimentos de onda t˜ao grandes, a partir de lasers.

N˜ao obstante esta por¸c˜ao do espectro eletromagnetico ser de dificil acesso tecnol´ogico, o seu potencial era bem conhecido, pois s˜ao in´umeras as intera¸c˜oes

do ponto de vista da mat´eria que ocorrem nesta faixa de frequˆencias, o que a torna bastante interessante para aplica¸c˜oes, que ser˜ao detalhadas em breve na se¸c˜ao 1.2, como a caracteriza¸c˜ao de materiais e o imageamento. Al´em disso, a possibilidade de se obter uma alta largura de banda para a transmiss˜ao e recep¸c˜ao

de sinais, torna-a tamb´em atrativa para fins de comunica¸c˜ao.

A tabela 1.1 apresenta algumas caracter´ısticas da faixa de terahertz.

Frequˆencia 300 GHz - 3 THz Comprimento de onda 1 mm - 100 µm

Energia do f´oton 1.24 - 12.4 meV Atenua¸c˜ao no espa¸co livre 0.3 - 20000 db/km*

Tabela 1.1: Caracter´ısticas da faixa de terahertz.

A seguir s˜ao detalhadas algumas das principais aplica¸c˜oes para a faixa de terahertz.

1.2

Aplica¸

oes em Terahertz

As aplica¸c˜oes da radia¸c˜ao eletromagn´etica em terahertz podem ser divididas em trˆes grandes grupos: caracteriza¸c˜ao de materiais, comunica¸c˜ao e imageamento. A seguir, ser˜ao apresentadas estas aplica¸c˜oes.

1.2.1

Caracteriza¸

ao de Materiais

Grande quantidade de materiais exibe uma assinatura ´unica em resposta a

(24)

Figura 1.2: Assinaturas de explosivos como resposta a radia¸c˜ao em terahertz. (a) TNT. (b) 4-amino-DNT. [22].

explosivos, permite que v´arias propriedades destes materiais possam ser analisa-das e identificaanalisa-das em tempo real.

A figura 1.2 apresenta exemplos de assinaturas de materiais pr´e-caracterizados na faixa de terahertz.

Sistemas que realizam este tipo de an´alise s˜ao conhecidos como sistemas de epectroscopia, e podem extrair informa¸c˜oes utilizando fontes CW (do inglˆes

(25)

obten¸c˜ao de resposta em uma banda mais larga, no dom´ınio do tempo.

A seguir s˜ao apresentadas estas duas t´ecnicas de caracteriza¸c˜ao de materiais, que tamb´em podem ser utilizadas para a obten¸c˜ao de imagens em terahertz.

1.2.1.1 Espectroscopia no Dom´ınio do Tempo

A t´ecnica mais utilizada de espectroscopia em terahertz ´e atrav´es do uso de

fontes pulsadas com uma resposta no dom´ınio do tempo [?], abreviada como

THz-TDS.

Algumas empresas [17, 23, 24] comercializam sistemas THz-TDS com setups

baseados em componentes ´oticos ou quasi-´oticos. Estes setups podem ser confi-gurados para espectroscopia no modo transmiss˜ao ou reflex˜ao. O primeiro modo detecta a radia¸c˜ao em terahertz que ´e transmitida atrav´es de uma amostra,

en-quanto que o segundo modo detecta a radia¸c˜ao em terahertz refletida da mesma. O diagrama de blocos da figura 1.3 apresenta um setup t´ıpico de um sistema THz-TDS em modo transmiss˜ao e a figura 1.4 apresenta um setup t´ıpico de um sistema THz-TDS em modo reflex˜ao.

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Figura 1.3: Diagrama de blocos de um sistema de espectroscopia no dom´ınio do tempo no modo transmiss˜ao.

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Figura 1.4: Diagrama de blocos de um sistema de espectroscopia no dom´ınio do tempo no modo reflex˜ao.

Estes sistemas s˜ao compostos normalmente por uma fonte, espelhos, fotoe-missor e fotodetector. A fonte do sinal em um sistema ´otico ´e dotada de um

(26)

e focar a onda eletromagn´etica nas amostras a serem analisadas, bem como, no

fotoemissor e no fotodetector. O primeiro ´e respons´avel por receber o pulso ´otico e transformar em radia¸c˜ao na faixa de terahertz, enquanto o segundo detecta a potˆencia transmitida ou refletida desta radia¸c˜ao.

Um sistema THz-TDS foi adaptado para realizar as medi¸c˜oes experimentais deste trabalho, e ser´a melhor detalhado no cap´ıtulo 5.

1.2.1.2 Espectroscopia no Dom´ınio da Frequˆencia

Recentemente, sistemas de espectroscopia baseados em fontes de onda cont´ınua (CW, do inglˆes continuous wave) tem ganho mais aten¸c˜ao [25]. Este tipo de

sis-tema elimina a necessidade que a espectroscopia THz-TDS tem de realizar uma transformada de fourier para se obter a resposta em frequˆencia do sinal pulsado gerado no dom´ınio do tempo e de suas respostas. A figura 1.5 apresenta umsetup

t´ıpico de um sistema de espectroscopia no dom´ınio da frequˆencia.

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Figura 1.5: Diagrama de blocos de um sistema de espectroscopia no dom´ınio da frequˆencia.

Note que, o setup ´e semelhante ao utilizado em um sistema THz-TDS, por´em,

o sinal gerado ´e uma onda eletromagn´etica com frequˆencia e largura de banda definidos, o que faz com que, possa ser necess´ario o uso de mecanismos de var-redura para se obter uma amostra com boa resolu¸c˜ao, ou seja, que cubra uma maior parte do espectro de terahertz. Estes mecanismos de varredura podem ser

obtidos atrav´es do uso de fontes sintonizadas em diferentes frequˆencias, e cha-veadas temporalmente. A figura 1.6 apresenta uma compara¸c˜ao entre os sinais amostrados em sistemas de espectroscopia no dom´ınio do tempo e no dom´ınio da frequˆencia.

1.2.2

Comunica¸

ao

(27)

Figura 1.6: Formas de onda amostradas em sistemas de espectroscopia: (a) no dom´ınio do tempo; e (b) no dom´ınio da frequˆencia.[26]

assim permitir taxas de transmiss˜ao da ordem de terabit/s [27].

O teorema de Shannon ´e expresso pela seguinte equa¸c˜ao

C =B.log2(1 +

S

N) (1.1)

ondeC ´e a capacidade do canal em bit por segundo (bit/s), B ´e a largura de banda e S

N ´e a rela¸c˜ao sinal-ru´ıdo.

Logo, ´e poss´ıvel observar que, somente na faixa de terahertz ´e poss´ıvel se

obter taxas de transmiss˜ao acima de 1 Tb/s.

No entanto, como pode ser visto na figura 1.7 a atenua¸c˜ao no ar para frequˆencias

na faixa de terahertz ´e bastante elevada, o que torna necess´ario o uso de fontes de maior potˆencia e antenas de alta diretividade, para se transmitir esta informa¸c˜ao para al´em de alguns metros de distˆancia.

(28)

Figura 1.7: Atenua¸c˜ao na atmosfera para frequˆencias entre 100 e 1000 GHz. [28]

bem menor do que na atmosfera terrestre [3].

1.2.3

Sistema de Identifica¸

ao por Imagem

Na faixa de frequˆencias de terahertz ´e poss´ıvel utilizar ondas eletromagn´eticas para a obten¸c˜ao de informa¸c˜oes de objetos, atrav´es de t´ecnicas de detec¸c˜ao por imagem, com resolu¸c˜ao milim´etrica. Como mencionado anteriormente, estas

t´ecnicas podem ser aplicadas em diagn´ostico m´edico por imagem, seguran¸ca e algumas aplica¸c˜oes de inspe¸c˜ao industrial [1]. As figuras 1.8 e 1.9 apresentam exemplos de imagens em aplica¸c˜oes de seguran¸ca e diagn´ostico m´edico por ima-gem, respectivamente.

O sistema proposto para aquisi¸c˜ao de imagens em frequˆencias em terahertz pode ser visto na figura 1.10. O foco deste trabalho se concentra na recep¸c˜ao,

com a implementa¸c˜ao da parte de down-conversion atrav´es do uso de detectores de potˆencia e pr´e-processamento do sinal.

(29)

Figura 1.8: Imagem ilustrativa de aplica¸c˜ao em seguran¸ca [29].

Figura 1.9: Imagem ilustrativa de aplica¸c˜ao em diagn´ostico m´edico por imagem [30].

✁ ✂ ✄

☎✆ ✝✞✟ ✟ ✠✡ ✞ ☛☞✆ ✂ ✌

✍ ✌☞

✠ ✎ ✂✁

Up−converter

Down−converter

✁✂

Down−converter

..

.

..

.

✏✑✒ ✞☞✆

(30)

1.3

Fontes e Detectores

Como foi visto na se¸c˜ao anterior, as aplica¸c˜oes para a faixa de terahertz s˜ao vastas e bastante promissoras, por´em, a tecnologia dispon´ıvel para tornar estas aplica¸c˜oes acess´ıveis n˜ao ´e t˜ao abundante [20].

Nesta se¸c˜ao s˜ao apresentadas as tecnologias e tipos de fontes e detectores

dispon´ıveis para a faixa de teraherz.

1.3.1

Fontes

O componente mais dif´ıcil de se implementar na faixa de terahertz ´e a fonte do sinal [20]. Do ponto de vista da eletrˆonica, o comprimento de onda ´e muito pequeno para permitir o uso das tecnologias bem estabelecidas baseadas em se-micondutores. J´a do ponto de vista da fotˆonica, o comprimento de onda ´e muito

grande para que se possa atingir a partir das tecnologias para gera¸c˜ao de sinais de infra-vermelho.

O grande desafio para o desenvolvimento de fontes de sinal com frequˆencia em terahertz gerados a partir de dispositivos eletrˆonicos est´a em incrementar a sua eficiˆencia e a potˆencia de sa´ıda [11]. Os processos de fabrica¸c˜ao do estado da

arte baseados em semicondutores possuem frequˆencias de transi¸c˜ao (fT) no limite da faixa de ondas milim´etricas, o que torna as reatˆancias parasitas e as perdas resistivas dominantes quando se projeta circuitos tradicionais para transmiss˜ao de sinais na faixa de terahertz, como osciladores e amplificadores.

Algumas t´ecnicas de convers˜ao de frequˆencia podem ser utilizadas de modo a se obter a gera¸c˜ao de sinais na faixa de terahertz. Da parte da eletrˆonica,

multiplicando-se frequˆencias de ondas milim´etricas, e da parte da fotˆonica, abaixando-se a frequˆencia do sinal ´otico.

As subse¸c˜oes a seguir apresentam estas t´ecnicas e os componentes utilizados para se obter a gera¸c˜ao de sinais na faixa de terahertz.

1.3.1.1 Convers˜ao baseada na multiplica¸c˜ao da frequˆencia do sinal eletrˆonico

´

(31)

Figura 1.11: Diagrama de blocos b´asico de um upconverter.

Como mencionado anteriormente, o grande desafio para o uso deste tipo de

t´ecnica na gera¸c˜ao de sinais em terahertz, ´e a obten¸c˜ao de sinais com potˆencia adequada para aplica¸c˜oes pr´aticas, da ordem de alguns mW.

Alguns dispositivos utilizados para gera¸c˜ao de sinais em ondas milim´etricas, como os diodos Gunn e IMPATT, n˜ao conseguem obter uma potˆencia adequada em ondas submilim´etricas [20]. No entanto, cadeias multiplicativas Schottky

fabricadas em processo de arseneto de g´alio (AsGa) conseguiram atingir potˆencias da ordem de algumas dezenas de microwatts [31].

As figuras 1.12 e 1.13 apresentam, respectivamente fontes baseadas em diodos Gunn e IMPATT, e fonte terahertz baseada em cadeias multiplicativas desenvol-vida pelo JPL-NASA.

Figura 1.12: Foto de uma fonte baseada em diodo IMPATT [32].

Recentemente, tecnologias baseadas em sil´ıcio tem sido utilizadas para a gera¸c˜ao de sinais em frequˆencias de terahertz. Dois tipos de fontes est˜ao sendo exploradas: cadeias multiplicadoras e osciladores harmˆonicos [20]. A primeira

(32)

Figura 1.13: Foto de uma fonte baseada em cadeias multiplicativas [31]

em arranjos de osciladores [33], de modo a se aumentar a potˆencia final, uma vez que a potˆencia das frequˆencias harmˆonicas, ac´ıma da frequˆencia de transi¸c˜ao da tecnologia, s˜ao somente da ordem de alguns poucos microwatts. A figura 1.14 apresenta a microfotografia de um arranjo de osciladores para gera¸c˜ao de sinais

em frequˆencias de terahertz.

(33)

1.3.1.2 Convers˜ao baseada no abaixamento da frequˆencia do sinal ´

otico

A t´ecnica mais utilizada para gera¸c˜ao de sinais em terahertz ´e atrav´es de

lasers de infra-vermelho (conhecidos como IR-pumped gas lasers, em inglˆes) [20]. Estas fontes s˜ao produzidas comercialmente e as mesmas utilizamlaser bombeado com CO2 de alta potˆencia, injetado em cavidades de g´as em baixa press˜ao, de

modo a se obter frequˆencias na faixa de terahertz. Estas fontes conseguem gerar

sinais com n´ıveis de potˆencia de alguns miliwatts.

Outros dois dispositivos ´oticos ou qua´oticos utilizados para gera¸c˜ao de si-nais na faixa de terahertz com potˆencia adequada s˜ao os dispositivos baseados em tubos, como os BWO (do inglˆes, backward wave oscillator) e os lasers de estado s´olido, como os QCLs (do inglˆes, quantum cascade lasers.

As figuras 1.15 e 1.16 apresentam, respectivamente, fontes do tipo BWO e QCL.

Figura 1.15: Foto de um BWO.

Al´em destes, duas outras t´ecnicas de gera¸c˜ao de sinal em terahertz tˆem ganho espa¸co. A primeira atrav´es do uso dephotomixers, ou fotomisturadores, de modo a se reduzir a frequˆencia doslasers com t´ecnica de modula¸c˜ao do sinal atrav´es de fontes de sinal cont´ınuo. A segunda, e atualmente muito utilizada em sistemas

(34)

Figura 1.16: Corte transversal de um QCL [34].

para os testes experimentais deste trabalho.

As figuras 1.17 e 1.18 apresentam, respectivamente, fontes baseadas em foto-misturadores e em laser Ti:sapphire.

Figura 1.17: Fotomisturador aplicado em um sistema de espectroscopia no dom´ınio da frequˆencia [23].

(35)

1.3.2

Detectores

Os detectores de sinais em terahertz, os quais s˜ao objeto deste trabalho, tive-ram um progresso mais r´apido do que as fontes [20]. Hoje em dia existem diversos tipos de detectores dispon´ıveis para a faixa de frequˆencias de terahertz.

Diferen-temente dos dispositivos utilizados para detec¸c˜ao de sinais de infra-vermelho, em terahertz a energia do f´oton ´e pequena, da ordem de 1-10 meV, o que implica em ´areas maiores para os disposivos fotodetectores, o que faz com que o ru´ıdo t´ermico de fundo seja maior, levando a necessidade do uso de resfriamento do

detector atrav´es de t´ecnicas de criogenia. Estes detectores podem ser do tipo coerentes ou n˜ao-coerentes. Estas diferen¸cas ser˜ao explicados com maiores de-talhes no cap´ıtulo 2. Apesar das limita¸c˜oes dos dispositivos ´oticos de detec¸c˜ao em terahertz, os mesmos tˆem sido aplicados com ˆexito atrav´es de t´ecnicas que

permitem a detec¸c˜ao coerente do sinal e com o resfriamento criogˆenico, como as jun¸c˜oes SIS (do inglˆes,Superconductor-Insulator-Superconductor) e com mistura-dores do tipo HEB (do inglˆes,Hot Electron Bolometer. Detectores n˜ao-coerentes tamb´em s˜ao utilizados em algumas aplica¸c˜oes, como os diodos schottky e

ou-tros dispositivos n˜ao-lineares. Atualmente, transistores de efeito de campo est˜ao sendo utilizados como detectores, e por se tratarem do tipo de detector utilizado neste trabalho, ser˜ao melhor analisados no cap´ıtulo 3.

1.4

Objetivos e Contribui¸

oes

O objetivo principal deste trabalho foi investigar sistemas e topologias de cir-cuitos integrados para detec¸c˜ao de sinais com comprimento de onda sub-milim´etrica

em tecnologiaCMOS. Estes circuitos ser˜ao aplicados em sistemas de identifica¸c˜ao por imagem. Foi dado enfoque ao estudo, a metodologia e ao projeto, bem como `a avalia¸c˜ao de detectores, de antenas e de um arranjo de detectores para sua aplica¸c˜ao em um sistema para a reconstru¸c˜ao da imagem, utilizando tecnologia

CMOS.

Ap´os extensa pesquisa bibliogr´afica em publica¸c˜oes do estado da arte, as seguintes possibilidades de contribui¸c˜ao foram examinadas e desenvolvidas no decorrer desta pesquisa:

ˆ Utiliza¸c˜ao de circuitos baseados em transistores MOS para detec¸c˜ao de si-nais com comprimento de onda sub-milim´etrica;

(36)

responsivi-dade dos detectores;

ˆ Utiliza¸c˜ao de antenas integradas para aumento da responsividade dos de-tectores;

ˆ An´alise e simula¸c˜oes eletromagn´eticas das antenas;

ˆ Desenvolvimento e testes experimentais de detectores com antenas acopla-das em tecnologia CMOS de 180 nanometros;

ˆ Desenvolvimento e testes experimentais de um arranjo de detectores proje-tados em tecnologia CMOS de 180 nanometros, para poss´ıvel aplica¸c˜ao em um sistema de identifica¸c˜ao por imagem.

Sendo a ´area de terahertz um campo de pesquisa multidisciplinar, onde mui-tas das novas descobermui-tas tˆem se dado recentemente, e com in´umeras possibi-lidades de pesquisas a serem desenvolvidas, especialmente no campo da

micro-eletrˆonica, cabe ressaltar a importˆancia deste trabalho no Brasil, unindo ´areas como a fotˆonica e a microeletrˆonica, na tentativa de contribuir para a diminui¸c˜ao do ”terahertz gap” e possibilitar que novos trabalhos possam ser estimulados na ´area. Ao final, destaca-se as seguintes contribui¸c˜oes:

ˆ Proposta de uma metodologia de projeto para o desenvolvimento de detec-tores e arranjo de detecdetec-tores com antena acoplada e integrada para a faixa de frequˆencias em terahertz;

ˆ Concep¸c˜ao e teste de detectores de ondas submilim´etricas integrado em tec-nologia CMOS de 180 nanometros e validado para aplica¸c˜ao em frequˆencias de terahertz;

ˆ Concep¸c˜ao de antenas integradas em tecnologia CMOS de 180 nanometros, para aumento da responsividade dos detectores de onda sub-milim´etrica;

ˆ Concep¸c˜ao e teste de um arranjo de detectores para aplica¸c˜ao em um sistema de identifica¸c˜ao por imagem;

ˆ An´alises, simula¸c˜oes e testes comparativos de circuitos e antenas para de-tec¸c˜ao de onda sub-milim´etrica, em chip;

(37)

1.5

Estrutura do Texto

Neste Cap´ıtulo foi feita uma introdu¸c˜ao e uma breve revis˜ao sobre as ondas submilim´etricas e o seu posicionamento dentro do espectro eletromagn´etico. Fo-ram apresentados os sistemas e componentes utilizados para gera¸c˜ao e detec¸c˜ao

de sinais na faixa de terahertz, bem como, suas aplica¸c˜oes. Ainda, foram apre-sentados os objetivos deste trabalho e as suas contribui¸c˜oes.

O Cap´ıtulo 2 apresenta considera¸c˜oes de projeto do ponto de vista de circuitos e sistemas e de tecnologias para a sua fabrica¸c˜ao, bem como, a proposta de uma metologia de projeto para o desenvolvimento de detectores com antena acoplada

para a faixa de frequˆencias em terahertz.

O Cap´ıtulo 3 apresenta uma an´alise dos circuitos utilizando MOSFET para

detec¸c˜ao de sinais em terahertz e os circuitos detectores e arranjos de detectores desenvolvidos, bem como, resultados de simula¸c˜ao p´os-layout dos mesmos.

O Cap´ıtulo 4 faz um breve resumo de antenaspatch, seguido de considera¸c˜oes para o seu projeto em terahertz, bem como, apresenta o projeto de antenas uti-lizado neste trabalho e resultados de simula¸c˜ao eletromagn´etica.

O Cap´ıtulo 5 apresenta o chip fabricado e a metodologia utilizada para os

testes utilizando um setup THz-TDS. Os resultados experimentais obtidos s˜ao compilados e apresentados para discuss˜ao.

(38)

2

Considera¸

oes e Metodologia

de Projeto

Este cap´ıtulo apresenta considera¸c˜oes sobre o projeto dos circuitos integrados para detec¸c˜ao de sinais nas frequˆencias de terahertz. Inicialmente s˜ao apresenta-das considera¸c˜oes de arquiteturas e tecnologias a serem utilizaapresenta-das para em seguida

ser proposta uma metodologia de projeto.

2.1

Considera¸

oes de Arquitetura

Esta se¸c˜ao apresenta uma classifica¸c˜ao quanto aos tipos e as arquiteturas para detectores utilizados na faixa de frequˆencias de terahertz.

Os detectores de sinais em terahertz, os quais s˜ao objeto deste trabalho, tiveram um progresso mais r´apido do que as fontes [20]. Hoje em dia existem diversos tipos de detectores dispon´ıveis para a faixa de frequˆencias de terahertz.

Uma poss´ıvel classifica¸c˜ao pode ser feita quanto a sua natureza: semicondutor ou supercondutor; ou ainda, se possui uma varia¸c˜ao t´ermica ou el´etrica, em fun¸c˜ao da varia¸c˜ao de energia em terahertz. A tabela 2.1 apresenta os tipos de detectores

quanto a sua classifica¸c˜ao.

Semicondutor Supercondutor T´ermico

Diodo Zero-Bias [35, 36, 37] SET [38] Bolom´etrico [39, 40] MOSFET [41, 42] Fotocondutor [43] Piroel´etrico [44, 45] Diodo Schottky [46] Jun¸c˜ao SIS [47] Termistor [48]

Tabela 2.1: Alguns tipos de detectores.

Os detectores tamb´em podem ser diferenciados quanto a sua arquitetura: detec¸c˜ao direta ou heter´odina. As figuras 2.1 e 2.2 apresentam estas arquiteturas.

A caracter´ıstica de detec¸c˜ao apresentada na figura 2.1 tamb´em ´e conhecida

(39)

Figura 2.1: Diagrama ilustrativo de um detector hom´odino.

Figura 2.2: Diagrama ilustrativo de um detector heter´odino.

coerente, da figura 2.2.

Neste trabalho, s˜ao utilizados transistores MOSFET para a detec¸c˜ao direta do sinal. O cap´ıtulo 3 apresenta estes detectores em maiores detalhes.

A se¸c˜ao a seguir apresenta considera¸c˜oes tecnol´ogicas.

2.2

Considera¸

oes Tecnol´

ogicas

Como o foco deste trabalho s˜ao os detectores baseados em transistores MOS voltados para aplica¸c˜oes de imageamento, pode se considerar que os processos

de fabrica¸c˜ao ou tecnologias mais adequadas para o desenvolvimento destes s˜ao os processos CMOS. No cap´ıtulo de introdu¸c˜ao foram citadas vantagens deste processo quanto ao custo, tamanho dos dispositivos, integrabilidade dos circuitos e a possibilidade de processamento das imagens no mesmo chip.

No entanto, transistores de efeito de campo tˆem sido implementados em ou-tros tipos de processos de fabrica¸c˜ao, como BiCMOS, SiGe, GaAs e InP [20].

Estes processos s˜ao normalmente mais caros do que os processos de fabrica¸c˜ao CMOS convencionais, considerando um mesmo comprimento de canal, por´em, podem apresentar vantagens quanto a velocidade, para o caso de se integrar fon-tes no mesmo chip, uma vez que possuem uma maior frequˆencia de transi¸c˜ao

fT.

(40)

dopado tipo p. As figuras 2.3, 2.4, 2.5 e 2.6 apresentam cortes transversais que

mostram a estrutura planar destes processos, com transistores NMOS e PMOS.

Figura 2.3: Corte transversal em um processo CMOS do tipo n-well contendo transistores NMOS e PMOS.

Figura 2.4: Corte transversal em um processo CMOS do tipo p-well contendo transistores NMOS e PMOS.

Figura 2.5: Corte transversal em um processo CMOS do tipo twin-well contendo transistores NMOS e PMOS.

(41)

Al´em destes, o processo CMOS pode ser feito em um material isolante,

co-nhecido como processo CMOS-SOI (do inglˆes, Silicon On Insulator), o qual o corte transversal ´e apresentado na figura 2.7

Figura 2.7: Corte transversal em um processo CMOS-SOI.

Note que nos processos CMOS-SOI os po¸cos p e n s˜ao isolados do substrato de sil´ıcio, o que implica em menores perdas devido a elementos parasitas.

Ao se escolher uma tecnologia espec´ıfica para o projeto de circuitos

integra-dos de detectores, faz-se necess´ario avaliar a estrutura planar do mesmo, pois a eficiˆencia das antenas depende diretamente dela.

Como ser´a visto no cap´ıtulo 4, a permissividade e as espessuras do diel´etrico e do condutor s˜ao vari´aveis importantes no projeto das antenas integradas. Nos processos CMOS convencionais, o diel´etrico ´e o ´oxido de sil´ıcio, o que implica em n˜ao variar a sua permissividade, ou constante diel´etrica, de um processo para

o outro. Por´em, a espessura do diel´etrico e dos condutores variam, o que pode determinar antenas menores e com maior eficiˆencia.

Outro ponto a ser destacado ´e a quantidade de camadas de metais no pro-cesso, pois normalmente um processo com mais camadas, pode se ter uma espes-sura maior do diel´etrico entre os condutores. Por´em, como foi analisado neste

trabalho, os requisitos m´ınimos de ocupa¸c˜ao de metal nas camadas, exigidos pe-los fabricantes, faz com que estruturas necessitem ser colocadas aleatoriamente (dummy fill), o que, para o caso de antenas do tipo patch, utilizadas neste traba-lho, pode alterar totalmente as suas caracter´ısticas projetadas, como frequˆencia,

largura de banda e diretividade. Logo, neste trabalho se recomenda utilizar, para o projeto de antenas do tipo patch, camadas de metais subsequentes, para que se possa garantir as especifica¸c˜oes de projeto na pr´atica. Al´em disso, camadas mais elevadas de metais garantem menores perdas no substrato de sil´ıcio do processo

(42)

A figura 2.8 apresenta um corte transversal em um processo CMOS do tipo

n-well, destacando-se as camadas superiores para o projeto da antena tipo patch.

Figura 2.8: Corte transversal em um processo CMOS do tipo n-well destacando as camadas de metais superiores para o projeto das antenas do tipo

patch.

A seguir, ´e proposta uma metodologia de projeto para o desenvolvimento conjunto dos circuitos de detec¸c˜ao e de suas antenas para a faixa de terahertz.

2.3

Metodologia de Projeto

Neste trabalho ´e proposta uma metodologia de projeto deco-design detector-antena, de modo a permitir a otimiza¸c˜ao da performance do detector.

A figura 2.9 apresenta um fluxograma com a metodologia de projeto proposta.

Inicialmente faz-se necess´aria a escolha da tecnologia, considerando os fatores mencionados na se¸c˜ao 2.2.

Ap´os a defini¸c˜ao da tecnologia, ´e escolhida a arquitetura do detector, que pode ser de detec¸c˜ao direta ou heter´odina, como mencionado na se¸c˜ao 2.1. Como os detectores heter´odinos precisam de uma fonte sintonizada, n˜ao s˜ao adequados

a processos com fT baixa. Logo, se a tecnologia escolhida anteriormente n˜ao for adequada, a detec¸c˜ao direta ´e a melhor escolha do ponto de vista da arquitetura.

(43)

pro-✁✂✄☎ ✆ ✝✞✝ ✟ ✠✂✡✄☎✄☛☞✝ ✌ ✠✍☞ ✡☞✎ ✏✄✞✝ ✁✝✑✒✓☞✟ ✠✟✓✑✝ ✔ ✑✄ ✕✠✟✄✠✁☞✖ ✓☎✝✎ ✏✄✞✄ ✁ ✂☞✑✂✓☞✟ ✄✁✞✠✟✠✂✟✄✑✠✁✗ ✘✟✑✝ ✎✏ ✄✞✝ ☞✖ ✙✠✞ ✚ ✡✂☞✝✛✟☞✖✝ ✔ ✑✄ ✕✠✟✄ ✠✁☞ ✖✓ ☎✝ ✎✏ ✄ ✜ ✞ ✝✝✡✟ ✠✡✝✗ ✢ ✟✠✡✞✠✝ ✁ ✠✁✙✠✂☞✍☞✂✝ ✎ ✣ ✠✁ ✤ ✝ ✥✄✓✟✠ ✙✛ ✁✦ ☎✝ ✥✄✓✟✁☞ ✖✁✗ ✧ ✝✙✠✦✄✓✟ ★ ✩

Figura 2.9: Fluxograma base para a metodologia de projeto de detectores com antena integrada.

cesso de fabrica¸c˜ao CMOS convencional para detec¸c˜ao direta do sinal. Esta esco-lha ´e adequada para a aplica¸c˜ao objeto deste projeto, que ´e a detec¸c˜ao por ima-gem, ou imageamento, pois permite que todos os circuitos de detec¸c˜ao, aquisi¸c˜ao, pr´e-processamento, convers˜ao anal´ogico-digital e processamento digital das

ima-gens, possam ser integrados no mesmo chip. Al´em disso, o menor custo do pro-cesso CMOS pode permitir maior apro-cesso a este tipo de aplica¸c˜ao.

Com a arquitetura definida, inicia-se o projeto dos detectores com ferramenta EDA, considerando o fluxo de projeto de circuitos integrados e utilizando mode-los de transistores que considerem o seu modelo distribu´ıdo, que ser´a melhor

(44)

O ponto chave e mais importante desta metodologia de projeto ´e a

consi-dera¸c˜ao acerca da extra¸c˜ao de uma impedˆancia ´otima de entrada do detector em fun¸c˜ao da antena. Considerando o projeto realizado no passo anterior, faz-se ne-cess´aria a extra¸c˜ao de uma curva de responsividade (uma das figuras de m´erito que define a performance do detector, e que ser´a melhor explicada no cap´ıtulo

3) em fun¸c˜ao da impedˆancia de entrada do detector, para que se possa projetar a antena. A extra¸c˜ao desta curva depende antes da defini¸c˜ao da polariza¸c˜ao do detector, logo, uma outra curva precisa ser extra´ıda, que ´e a da responsividade do detector em fun¸c˜ao da tens˜ao de polariza¸c˜ao. Definida a polariza¸c˜ao do detector,

extrai-se a curva que servir´a para encontrar o ponto ´otimo de impedˆancia, ou seja, a impedˆancia que a antena dever´a ser projetada.

Com a impedˆancia ´otima definida, parte-se para o projeto da antena, utili-zando ferramenta de simula¸c˜ao eletromagn´etica (EM).

Ap´os o projeto da antena, avalia-se os resultados conjuntos do detector e da antena, e caso os mesmos atendam as necessidades de resposta do detector (que podem depender de uma determinada aplica¸c˜ao, como a responsividade do

detector e a largura de banda da antena), parte-se para a fase de layout dos circuitos, simula¸c˜oes p´os-layout e finaliza¸c˜ao do chip para fabrica¸c˜ao (tape-out).

Esta metodologia de projeto pode servir como base para projetos comerciais que se utilizam atualmente de ferramentas EDA e EM com um fluxo de projeto de circuitos integrados de r´adiofrequˆencia e microondas.

(45)

3

Circuito para Detec¸

ao de

Ondas Submilim´

etricas

Este cap´ıtulo apresenta os circuitos utilizados para detec¸c˜ao de sinais nas frequˆencias de terahertz. Inicialmente ´e apresentada uma breve introdu¸c˜ao aos circuitos utilizados e uma an´alise te´orica, para em seguida ser mostrado o projeto

dos detectores e do arranjo de detectores desenvolvido.

3.1

Detectores a MOSFET

Os detectores aMOSFET utilizados para operar nas frequˆencias em terahertz s˜ao detectores de potˆencia que operam no modo resistivo n˜ao-quasi-est´atico [49]. Este princ´ıpio de detec¸c˜ao funciona em frequˆencias muito al´em da frequˆencia de transi¸cˆao fT do processo CMOS.

A figura 3.1 apresenta um transistor MOSFET na configura¸c˜ao de detector,

com gate acoplado ao sinal de terahertz.

Figura 3.1: Transistor MOS em configura¸c˜ao de detector quadr´atico.

Note que, com este princ´ıpio de funcionamento, o mesmo sinal ´e aplicado a porta e ao dreno do transistor, o que o torna um detector direto, hom´odino ou n˜ao-coerente.

Neste tipo de detector, a condutˆancia de dreno-fonte Gds do transistor ´e

(46)

aplicando-se um aplicando-segundo sinal Vds e extra´ındo-se a corrente de dreno ID. Como a corrente

de dreno (dependente do tempo) em triodo pode ser escrita como

id(t) =vds(t)Gds(t) (3.1)

a mistura dos sinais ´e obtida com uma multiplica¸c˜ao direta dos mesmos.

A condutˆancia do canal pode ser aproximada por

Gds = W

LµCox(vgs−Vth−vds/2) (3.2)

onde W e L s˜ao a largura e o comprimento do canal, respectivamente, Cox ´e a capacitˆancia do ´oxido, µ ´e a mobilidade, e Vth ´e a tens˜ao de threshold do transistor.

Neste caso do detector direto, com o sinal vRF = VRFsin(ωt) aplicado, do

gate pro dreno do dispositivo, temos

vgs−Vg =vRF =vds (3.3)

logo, a corrente detectadaID ´e dada pela equa¸c˜ao 3.4

ID = W

LµCox V2

RF

4 (3.4)

Esta conclus˜ao, dada pela equa¸c˜ao 3.4, ´e baseada na an´alise em regime quasi-est´atico, que ´e v´alida para frequˆencias inferiores a frequˆencia de transi¸c˜ao fT do

processo de fabrica¸c˜ao. No regime quasi-est´atico, com uma an´alise em fun¸c˜ao da frequˆencia, a correnteID tenderia a cair ap´osfT, devido ao aumento da influˆencia das reatˆancias parasitas e resistˆencias. Por´em, a an´alise no regime n˜ao-quasi-est´atico mostra que a detec¸c˜ao do sinalID neste tipo de detector ´e poss´ıvel, mesmo

em frequˆencias bem ac´ıma de fT, como nas frequˆencias na faixa de terahertz.

Uma an´alise mais detalhada do funcionamento deste detector em frequˆencias

de terahertz ´e feita na se¸c˜ao seguinte.

3.2

An´

alise Te´

orica

(47)

de pequenos misturadores operados por segmentos de condutˆancia, como mostra

a figura 3.2.

Figura 3.2: Modelo n˜ao-quasi-est´atico do transistor da figura 3.1.

Este modelo ´e analisado no regime n˜ao-quasi-est´atico, para mostrar que o mesmo opera de modo a detectar a corrente ID mesmo em frequˆencias acima de fT.

O modelo distribu´ıdo ´e um caso particular da solu¸c˜ao geral dada por Dyako-nov e Shur [50, 51], que foram os primeiros a analisar o mecanismo de detec¸c˜ao

de sinais por transistores em terahertz, considerando um modelo bi-dimensional onde os el´etrons fluem como ondas em plasma. As ondas de plasma, na verdade, s˜ao uma analogia a forma com que ocorrem as oscila¸c˜oes de densidades de eletrons em altas frequˆencias, onde as colis˜oes entre eletrons causam um atraso entre o

deslocamento dos mesmos em fun¸c˜ao da tens˜ao de controle de seu fluxo em um canal por onde flui uma corrente. Neste caso, o canal de um transistor por onde fluem os eletrons pode ser visto como uma cavidade ressonante para as ondas de plasma [52]. A analogia utilizada por eles permitiu analisar o efeito da gera¸c˜ao

destas ondas de plasma atrav´es do comportamento hidrodinˆamico dos eletrons no canal do transistor.

A solu¸c˜ao geral ´e baseada na equa¸c˜ao de Euler para o movimento de fluidos e na da continuidade, dadas respectivamente pelas equa¸c˜oes 3.5 e 3.6:

∂v ∂t +v

∂v ∂x =−

e m

∂U

∂x (3.5)

∂U ∂t +

∂(U v)

∂x = 0 (3.6)

onde∂U/∂x´e o campo el´etrico longitudinal no canal do transistor, vems˜ao,

respectivamente, a velocidade e a massa efetiva do eletron.

Na equa¸c˜ao da continuidade, o termo ∂(nv)/∂x´e o gradiente do produto da

(48)

na porta do transistor e, em resposta ao campo el´etrico∂U/∂x ao longo do canal

do transistor, ´e respons´avel pela multiplica¸c˜ao de dois termos peri´odicos, ou seja, pela detec¸c˜ao do sinal em terahertz.

A solu¸c˜ao destas equa¸c˜oes permitiu isolar casos particulares, que s˜ao os re-gimes oscilat´orio e n˜ao-oscilat´orio (ou superamostecido) [?]. No primeiro caso, ´e considerada uma alta densidade de eletrons, de modo que a inercia entre eles gere as ondas de plasma oscilat´orias. No segundo caso, onde ainda ocorrem colis˜oes

entre eletrons, estas ondas de plasma s˜ao amortecidas, cessando-se as oscila¸c˜oes em algum instante. Para uma mesma frequˆencia em terahertz, o que definir´a estes regimes s˜ao a intensidade do campo el´etrico e o comprimento do canal, pois s˜ao as vari´aveis que determinam a densidade dos eletrons que fluem ou ficam parados no

canal do transistor. No segundo caso, o tratamento do comportamento das ondas de plasma pode ser simplificado, de modo que o equacionamento ´e equivalente a an´alise do transistor no regime n˜ao-quasi-est´atico [53].

Considerando que o regime n˜ao-quasi-est´atico de um transistor MOSFET ´e um caso particular da solu¸c˜ao dada por Dyakonov e Shur, pode-se analisar o

mecanismo de oscila¸c˜ao do fluxo de eletrons pelo modelo distribu´ıdo de circuito apresentado na figura 3.2.

Para esta an´alise, deve-se modelar as condutˆancias e as capacitˆancias, res-pectivamente, gn(v) e Cn, ao longo do canal, ou seja, em fun¸c˜ao de sua posi¸c˜ao x.

Uma vez que o canal ´e composto por componentes de condutˆancia controladas em fun¸c˜ao da tens˜ao gn(v), com uma condutividade que depende da posi¸c˜ao no

canal, G(v(nδx, t)). Logo,gn(v) ´e dado em fun¸c˜ao de δx, pela equa¸c˜ao 3.7.

gn(v) = G(v(nδx, t))

δx (3.7)

De forma similar, Cn, em fun¸c˜ao deδx, ´e dada pela equa¸c˜ao 3.8.

Cn=W Coxδx (3.8)

Analisando o circuito distribu´ıdo, temos que:

(49)

gn−1(vn−1−vn)−gn(vn−vn+1) = Cn

d(vn)

dt (3.10)

logo, a rela¸c˜ao de condutividade e capacitˆancia ao longo do canal ´e dada por:

∂x[G(v(x, t))

∂v(x, t)

∂x ] =CoxW

∂v(x, t)

∂t (3.11)

onde,

G(v(x, t)) =µCoxW(v(x, t)−VT H) (3.12)

logo, a tens˜ao em fun¸c˜ao do tempo e da posi¸c˜ao no canal, ´e dada por:

∂x[µ(v(x, t)−VT H)

∂v(x, t) ∂x ] =

∂v(x, t)

∂t (3.13)

A solu¸c˜ao num´erica desta equa¸c˜ao diferencial parcial ´e apresentada por Oje-fors e Pfeiffer [54], indicando a detec¸c˜ao do sinal em terahertz.

As se¸c˜oes a seguir apresentam as figuras de m´erito utilizadas para a

carac-teriza¸c˜ao de detectores em terahertez e o projeto destes circuitos deectores a MOSFET desenvolvido neste trabalho.

3.3

Figuras de M´

erito em Detectores para

Te-rahertz

Antes de seguir adiante no projeto dos circuitos detectores, faz-se necess´ario apresentar quais as principais figuras de m´erito para se analisar a performance dos detectores e de arranjos de detectores.

Duas figuras de m´erito s˜ao importantes na an´alise dos detectores em terahertz,

a primeira refere-se a resposta do detector em fun¸c˜ao da radia¸c˜ao terahertz inci-dente, conhecida comoresponsividade, e a segunda diz respeito a performance quanto ao ru´ıdo, conhecida como NEP(do inglˆes, Noise Equivalent Power), ou potˆencia equivalente do ru´ıdo.

A responsividade de um detector pode ser dada em fun¸c˜ao da corrente detec-tada ou da tens˜ao detecdetec-tada, em fun¸c˜ao da potˆencia incidente, e s˜ao dadas pelas

(50)

RI = Iout Pin

(3.14)

RI = Vout

Pin

(3.15)

A responsividade ´e expressa em A/W em fun¸c˜ao da corrente detectada ou em V /W quando o sinal medido ´e uma tens˜ao de sa´ıda.

A NEP de um detector pode ser expressa em fun¸c˜ao da responsividade de corrente ou de tens˜ao, expressa pelas equa¸c˜oes 3.16 e 3.17.

N EPI = In RI

(3.16)

N EPV = Vn RV

(3.17)

dada em W/√Hz.

O ru´ıdo em um detector pode ser dado pelo seu ru´ıdo flicker e o seu ru´ıdo t´ermico. Em aplica¸c˜oes pr´aticas, como o imageamento, t´ecnicas de chopping s˜ao utilizadas para se modular o sinal em uma baixa frequˆencia, de modo a eliminar a influˆencia do ru´ıdo flicker na detec¸c˜ao. Logo, o ru´ıdo do detector pode ser

aproximado como sendo dominado pelo seu ru´ıdo t´ermico em uma largura de banda de 1 Hz, dado pela equa¸c˜ao 3.18.

Vn=

p

4kT Rds (3.18)

onde k ´e a constante de Boltzmann, T ´e a temperatura e Rds ´e a resistˆencia

do canal do transistor em triodo, dada por:

Rds =

1

µnCoxWL(VGS−VT H)

(3.19)

Neste trabalho, os detectores foram projetados de modo que o sinal medido

(51)

3.4

Projeto dos Circuitos e Arranjo de

Detec-tores

Foram projetados alguns circuitos e um arranjo de detectores para frequˆencia em terahertz. A metodologia de projeto descrita no cap´ıtulo 2 foi utilizada para definir a arquitetura e as impedˆancias ideais dos detectores, de modo conjunto

com o projeto da antena.

A arquitetura escolhida foi a detec¸c˜ao direta com transistor MOS de efeito

de campo, que pode ser vista na figura 3.3.

Figura 3.3: Arquitetura do detector.

Note que a sa´ıda ´e um sinal de tens˜ao VDC ap´os um filtro passa-baixas, e o transistor ´e projetado com comprimento m´ınimo de canal, de modo a permitir uma maior responsividade em altas frequˆencias [51].

A figura 3.4 apresenta o esquem´atico core do detector para simula¸c˜ao no cadence virtuoso [55]. Foram feitas altera¸c˜oes nas netlists de modo a se ter o

modelo distribu´ıdo da figura 3.2 levado em considera¸c˜ao pelo simulador.

(52)

Este core foi utilizado em um banco de teste para se extrair a

responsivi-dade do detector e a impedˆancia ´otima, de acordo com a metodologia de projeto proposta no cap´ıtulo 2.

3.5

Simula¸

oes de Responsividade do Detector

A partir do circuito apresentado na se¸c˜ao anterior, foi elaborado um banco de teste para se extrair a responsividade do detector V out/P in. Este banco de teste ´e apresentado na figura 3.5.

Figura 3.5: Banco de teste para extra¸c˜ao da responsividade do detector.

O resultado ´e apresentado na figura 3.6 para uma frequˆencia injetada de 400 GHz.

0 500 1000 1500 2000 2500 3000

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8

Responsividade (V/W)

Vg (V)

(53)

O gr´afico da figura 3.6 mostra a responsividade em fun¸c˜ao da polariza¸c˜ao do

transistor, onde podemos ver a maior responsividade em torno de uma polariza¸c˜ao de 400mV, que ´e pr´oxima do Vth da tecnologia, e est´a em acordo com a teoria [51].

A outra simula¸c˜ao realizada foi para encontrar a resistˆencia ´otima da antena para acoplamento ao detector, este resultado ´e apresentado na figura 3.7.

500 1000 1500 2000 2500 3000

0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Responsividade (V/W)

Resistencia (Ohms)

Figura 3.7: Responsividade V out/P inem fun¸c˜ao da resistˆencia.

Note que, a resistˆencia ´otima fica em torno de 300Ohms, o que ´e uma faixa bastante adequada para utiliza¸c˜ao de antenas do tipo patch, a escolhida para ser

utilizada neste trabalho.

De acordo com a metodologia proposta no cap´ıtulo 2, a extra¸c˜ao da responsi-vidade do detector em fun¸c˜ao da resistˆencia da antena ´e a base para a otimiza¸c˜ao da performance do detector, e a mesma ser´a utilizada no projeto das antenas.

3.6

Simula¸

ao da NEP

Como visto na se¸c˜ao 3.3, o ru´ıdo do detector ´e diretamente proporcional

a resistˆencia do canal do transistor Rds. Nesta se¸c˜ao, a NEP ´e estimada com extra¸c˜ao da curva de resistˆencia do canal por simula¸c˜ao de sua caracter´ıstica I-V.

(54)

0 5e-19 1e-18 1.5e-18 2e-18 2.5e-18

0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4

NEP (W/sqrt(Hz))

Vg (V)

Figura 3.8: NEP do detector.

(55)

4

Antenas

Antenas Patch de Microfita s˜ao compat´ıveis com processos de fabrica¸c˜ao pla-nar, tais como o de placas de circuito impresso e de circuitos integrados, po-dendo ser implementadas com baixo custo e relativa simplicidade de projeto, em

frequˆencias que v˜ao desde centenas de megahertz at´e centenas de gigahertz [56].

Como citado anteriormente, ondas eletromagn´eticas em terahertz (300 GHz -3 THz) fornecem uma resolu¸c˜ao milim´etrica dos objetos, o que as tornam ideais para aplica¸c˜oes de identifica¸c˜ao por imagem, especialmente nas ´areas m´edicas e de seguran¸ca [1], sendo uma radia¸c˜ao n˜ao-ionizante, o que a torna mais segura.

Solu¸c˜oes integradas em processos de fabrica¸c˜ao planar do tipoCMOS para estas frequˆencias, trazem como benef´ıcios a sua maior acessibilidade, com baixo custo e baixa complexidade, pois os sistemas atuais baseados em tecnologias fotˆonicas s˜ao grandes, complexos e muito caros [2, 3].

Este cap´ıtulo apresenta o desenvolvimento de antenas patch retangulares in-tegradas para detectores em terahertz, de acordo com a metodologia apresentada

no cap´ıtulo 2. As antenas foram implementadas em processo de fabrica¸c˜aoCMOS

de 180 nanometros. Ser´a apresentado o projeto de uma antena, no entanto, v´arias outras foram projetadas para frequˆencias diferentes visando os testes. Os resul-tados de simula¸c˜ao eletromagn´etica s˜ao apresenresul-tados para todas as antenas

pro-jetadas. Estas antenas foram acopladas aos detectores apresentados no cap´ıtulo anterior, para funcionar na faixa de terahertz.

Inicialmente ser´a apresentada uma breve introdu¸c˜ao sobre as antenas patch, sua teoria e equa¸c˜oes de projeto. Em seguida ´e mostrado o projeto e os resultados de simula¸c˜ao eletromagn´etica para as antenas projetadas.

4.1

Antena Patch de Microfita

Nesta se¸c˜ao ´e apresentada uma breve descri¸c˜ao das antenas patch de microfita,

(56)

antena apresentada na se¸c˜ao 4.2 .

4.1.1

Teoria

As antenas patch de microfita foram propostas em 1953, por Deschamps [56],

por´em s´o come¸caram a ser utilizadas na d´ecada de 70, em substratos de baixa perda.

Algumas vantagens da antena patch s˜ao:

ˆ Baixo custo;

ˆ Compatibilidade com processos de fabrica¸c˜ao planar;

ˆ Projeto/simula¸c˜ao relativamente simples;

ˆ Facilidade para formar arranjos;

ˆ Leve.

Podem ser citadas como desvantagens de uma antena patch:

ˆ Pouca largura de banda (mas em alguns casos uma maior seletividade pode ser desejada);

ˆ Baixa potˆencia;

ˆ N˜ao adequada para frequˆencias abaixo de 100 MHz.

A antena patch ´e apresentada nas figuras 4.1 e 4.2, tipicamente implementada

de forma retangular, com Lde meio comprimento de onda.

A figura 4.1 apresenta um patch retangular e as orienta¸c˜oes de campos el´etrico e magn´etico no plano, bem como, as suas dimens˜oes L e W. J´a na figura 4.2 ´e poss´ıvel ver um corte transversal do patch com o plano de terra, destacando as vari´aveis relativas a espessura e a constante diel´etrica do material.

Para as antenas integradas, a constante diel´etrica e as espessuras s˜ao dados fornecidos pelo fabricante, nas suas informa¸c˜oes sobre o processo de fabrica¸c˜ao.

(57)

Figura 4.1: Antena Patch Retangular com orienta¸c˜ao dos campos.

Figura 4.2: Corte transversal de uma antena patch.

4.1.2

Equa¸

oes de Projeto

Nesta subse¸c˜ao s˜ao apresentadas as equa¸c˜oes de projeto para dimensionar os parˆametros de uma antena patch retangular [57].

W = c 2fr

µ

εr+ 1 2

¶−12

(4.1)

εef f =

εr+ 1

2 +

εr−1 2

µ

1 + 12H W

¶−12

(4.2)

∆L= 0.412h

µ

εef f + 0.3 εef f −0.258

(W/H) + 0.264

(58)

fr =

c

2√εef fL+ 2∆L

(4.4)

L+ 2∆L= λg 2 =

λ0

2√εef f

(4.5)

onde,εr ´e a constante diel´etrica do substrato,fr a frequˆencia da antena, εef f ´e a constante diel´etrica efetiva do substrato eh´e a espessura do diel´etrico.

Estas equa¸c˜oes foram utilizadas para o projeto das antenas apresentadas na se¸c˜ao seguinte.

4.2

Antenas Patch para Terahertz

Nesta se¸c˜ao ´e apresentada em maiores detalhes o projeto das antenas patch

desenvolvidas e os resultados de simula¸c˜ao eletromagn´etica. Foram projetadas quatro antenas patch, com o objetivo de cobrir a faixa desde 400 at´e 800 GHz. O projeto das antenas ´e apresentado a seguir.

4.2.1

Projeto das antenas

Em detalhes, na figura 4.3, ´e apresentado o diagrama b´asico de um pixel, no qual ´e poss´ıvel ver a posi¸c˜ao da antena patch no mesmo.

(59)

Figura 4.4: Layout da antena para simula¸c˜ao eletromagn´etica.

A primeira antena projetada foi a de 400 GHz, que pode ser vista na figura 4.4, com uma ponta de prova em um banco de teste utilizando ferramenta de

simula¸c˜ao magn´etica.

O projeto da antena foi baseado nas equa¸c˜oes apresentadas na subse¸c˜ao 4.1.2

e assistido pela ferramenta Momentum[58] de simula¸c˜ao eletromagn´etica.

Os parˆametros do processo de fabrica¸c˜ao tomados como base para o projeto s˜ao apresentados na tabela 4.1. De acordo com a metodologia apresentada no cap´ıtulo 2, utilizou-se as duas camadas de metal superiores, de modo a eliminar o problema com dummyfill.

Parˆametro Valor Unidade Frequˆencia 400 GHz

H 4 um

εr 3.9 cte.

(60)

Usando as equa¸c˜oes apresentadas na subse¸c˜ao 4.1.2 se chegou aos valores de

W = 234um, L = 184um, Wplano−terra = 256um e Lplano−terra = 204um, onde

Wplano−terra = 6H+W e Lplano−terra = 6H+L.

A tabela 4.2 apresenta as dimens˜oes das antenas projetadas.

400 GHz 500 GHz 600 GHz 700 GHz

W 234 µm 187 µm 134 µm 117 µm

L 184 µm 147 µm 105 µm 91 µm

Wpt 259 µm 212 µm 169 µm 142 µm Lpt 208 µm 172 µm 137 µm 116 µm

Tabela 4.2: Dimens˜oes das antenas projetadas.

Estes valores foram utilizados para simula¸c˜ao eletromagn´etica e os resultados

obtidos s˜ao apresentados na subse¸c˜ao 4.2.2.

O layout de um pixel, inclu´ındo o detector e a antena para 400 GHz ´e

apre-sentado na figura 4.5

Figura 4.5: Layout de um pixel.

Imagem

Figura 1.2: Assinaturas de explosivos como resposta a radia¸c˜ao em terahertz.
Figura 1.7: Atenua¸c˜ao na atmosfera para frequˆencias entre 100 e 1000 GHz.
Figura 1.9: Imagem ilustrativa de aplica¸c˜ao em diagn´ostico m´edico por imagem [30]
Figura 1.14: Microfotografia de um chip de arranjo de osciladores para gera¸c˜ao de sinais em frequˆencia de terahertz [33]
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