• Nenhum resultado encontrado

Psicoterapia breve pais-bebê: revisando a literatura.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Psicoterapia breve pais-bebê: revisando a literatura."

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

ARTI GO D E REVI SÃO

Psicoterapia breve pais- bebê: revisando a literatura

Shor t - t e r m p a r e nt - infa n t p sy ch ot h e r a p y : a r e v ie w of t he lit e r a t ur e

Luiz Carlos PradoI; Aline Grill Gom esI I; Giana Bit encourt FrizzoI I; Crist iane A dos Sant osI I; D aniela D elias de Souza Schw enbergerI I; Rit a Sobreira LopesI I I; Cesar August o PiccininiI V IPsiquiat r a e Psicot er apeut a, Mem br o, I nst it ut o da Família de Por t o Alegr e, Por t o Alegr e, RS.

IIPsicóloga. Dout or a, Psicologia, Univer sidade Feder al do Rio Gr ande do Sul (UFRGS), Por t o Alegr e,

RS.

IIIDout or a. Docent e, Pr ogr ama de Pós- Gr aduação em Psicologia, UFRGS.

IVPsicólogo. Docent e, Pr ogr am a de Pós- Gr aduação em Psicologia, UFRGS. Dout or . Pesquisador ,

Conselho Nacional de Desenvolviment o Cient ífico e Tecnológico (CNPq) .

Est e est udo foi r ealizado no I nst it ut o de Psicologia, Univer sidade Feder al do Rio Gr ande do Sul ( UFRGS) , Por t o Alegr e, RS.

Ender eço par a cor r espondência

RESUMO

Est e ar t igo apr esent a uma r evisão da lit er at ur a a r espeit o da psicot er apia br eve pais- bebê. I nicialm ent e são apr esent ados aspect os hist ór icos, desde o sur giment o da psicot er apia br eve, passando pelas for m ulações t eór icas que enfat izar am a im por t ância das r elações iniciais pais- bebê at é a const it uição do cam po da psicot er apia br eve pais- bebê pr opr iament e dit a. Const at a- se que vár ias abor dagens compõem o panor ama at ual das psicot er apias pais- bebê, as quais apr esent am um a ampla diver sidade de r efer enciais t eór icos e t écnicos. For am t am bém r evisados, em par t icular , est udos empír icos sobr e a ut ilização dessa abor dagem no cont ext o da depr essão mat er na. Por fim , apr esent am - se os pr ocedim ent os ut ilizados pelos aut or es dest e ar t igo em um a pesquisa em

andam ent o envolvendo o at endim ent o psicot er ápico br eve pais- bebê em famílias com mães depr imidas. Essa abor dagem t em se m ost r ado efet iva na pr omoção de um m elhor r elacionament o mãe- pai- bebê na pr esença sint omas depr essivos da mãe.

D escrit ores: Psicot er apia pais- bebê, pesquisa em psicot er apia, depr essão mat er na.

ABSTRACT

This ar t icle pr esent s a r eview of t he lit er at ur e on shor t - t er m par ent - infant psychot her apy. I nit ially, som e hist or ical aspect s ar e pr esent ed since t he emer gence of shor t - t er m psychot her apy, including t he t heor et ical for mulat ions t hat highlight ed t he impor t ance of ear ly par ent - infant r elat ionships and helped t o implement t he field of shor t - t er m par ent - infant psychot her apy. Ther e ar e sever al

appr oaches t o par ent - infant psychot her apy, r epr esent ing a br oad diver sit y of t heor et ical and t echnical fr amewor ks. Empir ical st udies wer e also r eviewed, especially t hose using par ent - infant psychot her apy in t he cont ext of m at er nal depr ession. Finally, t he aut hor s' exper ience wit h

(2)

Keyw ords: Par ent - infant psychot her apy, psychother apy r esear ch, mat er nal depr ession.

I NTRODUÇÃO

A psicot er apia br eve pais- bebê t em sido uma das abor dagens que vem sendo r ecent ement e m ais ut ilizada no t r at ament o dos dist úr bios nas r elações iniciais pais- bebê. O pr esent e est udo buscou car act er izar esse t ipo de int er venção, desde o sur giment o da psicot er apia br eve at é a for m a com o t em sido ut ilizada at ualment e. A pesquisa bibliogr áfica incluiu os últ imos 20 anos de publicação em ar t igos, a par t ir dos descr it or es psy ch ot h er apy, br ief psy ch ot h er apy, par en t - infant psy chot her apy, m ot her - infant psy chot her apy e post par t u m depr ession ut ilizados nas bases de dados PsychI NFO e MEDLI NE. Os m esmos t er mos em por t uguês for am ut ilizados em busca na Bibliot eca Vir t ual em Saúde ( BVS) . For am t am bém r evisados inúmer os livr os nacionais e int er nacionais, especialm ent e de aut or es clássicos que t r abalhar am com psicot er apia.

CARACTERI ZAÇÃO E ASPECTOS HI STÓRI COS

Essas especificidades, em t er m os de demanda, indicação e/ ou obj et ivos t er apêut icos, pr oduzir am um a sér ie de modificações na técnica analít ica clássica, as quais fazem da t er apia br eve uma for ma dist int a de t r at ament o3. Dessa for ma, a psicot er apia br eve não é definida apenas pelo t empo de dur ação. O essencial é que, a par t ir de uma com pr eensão diagnóst ica do pacient e, sej a est abelecido um foco de t r abalho e obj et ivos t er apêut icos, limit ados e dir igidos aos sint om as e pr oblemát ica at ual. Há, por t ant o, um planej am ent o de m et a e um a dur ação do t r at ament o, sendo est es pr eviament e fixados por pacient e e t er apeut a4.

A lit er at ur a apont a que alguns aut or es for am fundament ais na viabilização e sist emat ização da psicot er apia br eve, em bor a não sej am consider ados t eór icos dessa abor dagem . Dent r e eles, Fr eud cost uma ser consider ado um pr ecur sor , na medida em que seus pr imeir os t r at am ent os er am de cur t a dur ação e, ger alm ent e, focalizavam os sint om as1,3. Além disso, a r evisão da lit er at ur a r ealizada por Har t ke5 dest aca o papel de Fer enczi e Rank, que, na década de 1920, int r oduzir am modificações t écnicas im por t ant es no pr ocediment o psicanalít ico t r adicional a fim de abr eviar o t r atam ent o. Ainda segundo Har t ke5, Fer enczi pr opôs, em par t icular , a chamada "t écnica ativa", cuj o pr incipal obj et ivo er a incit ar a emer gência de conflit os muit o r epr im idos e, por t ant o, pouco

r econhecíveis, at r avés de or dens ou pr oibições dadas pelo analist a, as quais m uit as vezes

cont r ar iavam o pr incípio da associação livr e. Rank, por sua vez, intr oduziu algum as m odificações t eór icas, com a ênfase colocada no t r aum a do nascim ent o com o o nódulo cent r al da neur ose. Ele acr edit ava na possibilidade de um t r at ament o psicanalít ico br eve par a super ar , em poucos meses, a ansiedade pr imor dial advinda desse t r aum a. Um a cont r ibuição im por t ante de Rank par a a

psicot er apia br eve foi o est abelecim ent o pr évio de uma dat a par a o t ér mino da análise5.

O início da psicot er apia br eve com o um a t écnica pr opr iament e dit a se deu at r avés do t r abalho de Alexander & Fr ench4 na década de 1940. Além de car act er izar os pr incípios t écnicos dessa

abor dagem - com o flexibilidade do t er apeut a, est abeleciment o de obj et ivos e planej am ent o do t r at am ent o - , eles cunhar am o conceit o de exper iência emocional cor r et iva. Esse conceit o enfat iza o m om ent o at ual e a r elação t er apêut ica, em vez da r em em or ação de exper iências do passado.

Post er ior ment e, nas décadas de 1960 e 1970, out r os aut or es, com o Malan, Balint e Sifneos, der am seguiment o a essa abor dagem psicot er ápica, r ealizando novos avanços t eór icos e t écnicos,

especialment e at r avés de t r abalhos empír icos r ealizados em Londr es e nos EUA5. A par t ir daí, a psicot er apia br eve ganhou for mulações m ais delim it adas e foi se const it uindo em um amplo e diver sificado campo de est udo e at uação.

(3)

pr ocessos, a qual foi denominada por Gr eenber g & Mit chell6 de modelo est r ut ur al- r elacional. Essa abor dagem defende que a const it uição psíquica t er ia como base as pr imeir as r elações do bebê com o ambiente, e as psicopat ologias der ivar iam de dificuldades nessas r elações.

I M PORTÂNCI A DAS RELAÇÕES I NI CI AI S

As pr im eir as r elações do bebê com seu ambient e j á se iniciam dur ant e a gest ação, at r avés das expect at ivas par ent ais sobr e o bebê e das int er ações est abelecidas com ele7 - 10. Depois do nasciment o, os pais seguem deposit ando no bebê suas fant asias e expect at ivas, as quais ele r esponder á de acor do com suas car act er íst icas, for m ando- se um padr ão de r elação pais- bebê. Dent r o desse padr ão, Br azelt on & Cr amer11 consider ar am t ant o a int er ação obj et iva pais- bebê quant o o significado subj et ivo dessa r elação. Esse significado subj et ivo, const r uído com base nas int er ações vividas no decor r er do desenvolviment o do indivíduo, especialment e com as figur as par ent ais, const it ui as int er ações imaginár ia pais- bebê. Est as englobam as fant asias dos pais a r espeit o de si mesmos, de seus par ent es mais pr óximos, bem como seus ideais e medos.

Assim , diver sos aut or es defendem que essas pr im eir as r elações são fundament ais par a a

est r ut ur ação da per sonalidade, t r anscendendo a concepção kleiniana de que o bebê se compor t ar ia pr edominant ement e em r espost a às dem andas do seu mundo int er no6. Dent r e est es aut or es, dest acam - se Sullivan, Winnicot t , Bion, Fair bair n, Mahler , Spit z e os int er acionist as Bowlby, Br azelt on e St er n12.

Em um a r evisão t eór ica a r espeit o das difer ent es abor dagens das r elações obj et ais, Gr eenber g & Mit chel6 r essalt ar am que, apesar de algumas diver gências, t odos os aut or es acima cit ados

enfat izar am que o desenvolvim ent o psíquico ocor r e a par t ir das exper iências em ocionais vividas nos vínculos hum anos. Segundo esses aut or es, Sullivan defendeu enfat icament e esse pont o de vist a ao r omper com a t eor ia fr eudiana, suger indo que cada um dos pr incípios da t eor ia pulsional poder ia ser melhor com pr eendido em t er mos de pr ocessos int er pessoais e sociais. Par a ele, o obj et o de est udo da psiquiat r ia ser ia as inter ações. Winnicot t13 t am bém enfat izou a im por t ância do ambient e, o qual t er ia o papel de auxiliar a cr iança a passar de um a posição de dependência absolut a par a uma r elat iva independência. Par a t ant o, é necessár io que a mãe ( ou cuidador ) sej a "suficient em ent e boa", ou sej a, possa at ender às necessidades do bebê, sendo cont inent e às suas angúst ias, m as, ao mesmo t empo, viabilizar o gr au "ót imo" de fr ust r ação que est imule o seu desenvolviment o.

Seguindo est a linhagem t eór ica, Bion14 desenvolveu o conceit o de função de r ev er ie mat er na, que pr evê a capacidade da mãe de r eceber os elem ent os alfa - angúst ia, agr essividade - nela colocados pelo bebê por ident ificação pr oj et iva. Ela pr ecisar ia pr ocessar esses elem ent os, t or nando- os

diger íveis par a o bebê ( element os bet a) , const it uindo nele a capacidade de pensar .

A busca de r elação com o out r o foi apont ada por Fair bair n6 como a pr incipal mot ivação par a os com por t am ent os e exper iências infant is, t ir ando o foco da descar ga pulsional com o base par a as r elações int er pessoais. Ele t am bém post ulou que os pr im eir os m eses de vida da cr iança cent r am - se em uma exper iência de fusão com a mãe, à qual deve seguir - se uma pr ogr essiva separ ação. Duas décadas depois, Mahler15 r et omou essa visão, ident ificando diver sas fases no pr ocesso de separ ação-individuação da cr iança em r elação à mãe, com base na obser vação do compor t ament o de bebês. Ela afir m ava que o m odo com o a dupla passa por essas et apas - desde a difer enciação at é a

consolidação da individuação - leva a um desfecho mais pr óximo da saúde ou da pat ologia. Spit z1 6 por sua vez, salient ou a impor t ância da r elação mãe- filho desenvolvendo o conceit o de depr essão anaclít ica do bebê, que é o declínio físico e psíquico em r espost a à pr ivação da mãe.

Os int er acionist as int r oduzir am a dim ensão do com por t am ent o social pr ecoce, enfat izando a

com unicação bidir ecional cont ínua ent r e os pais e o bebê12. Dent r e esses aut or es, dest aca- se aqui o t r abalho de Bowlby17, que desenvolveu a t eor ia do apego inicialment e a par t ir de obser vações de cr ianças sem lar . Par a Bowlby18, o bebê apr esent a compor t ament os de apegos dir igidos ao cuidador , que consist e em alcançar e m ant er pr oximidade com ele( a) , consider ado mais apt o par a lidar com o mundo. A disponibilidade dessa figur a de apego for nece ao bebê um sent iment o de segur ança for t e, o que encor aj a a pessoa a valor izar e cont inuar a r elação. Além dessas cont r ibuições t eór icas,

(4)

um mét odo par a a obser vação sist em ática da inter ação, fizer am t ambém uma impor t ant e cont r ibuição m et odológica par a a psicot er apia pais- bebê.

AS PSI COTERAPI AS BREVES PAI S- BEBÊ

As cont r ibuições de t odos os aut or es apr esent ados ant er ior ment e, além das de out r os int er essados na qualidade dos aspect os r elacionais e int er acionais par a o desenvolvim ent o emocional do

indivíduo, como Fr aiber g1 9 e Lebovici20, cont r ibuír am par a o sur giment o das psicot er apias conj unt as mãe- bebê ou pais- bebê. Essas sur gir am a par t ir da necessidade de cont em plar a not ável mobilização psíquica dos pais e a velocidade das m odificações subj et ivas, int er at ivas e sint om át icas que se

oper am par t icular ment e ent r e a m ãe, o pai e o bebê no puer pér io12. Nesse per íodo, obser va- se um a for m a par t icular de funcionament o psíquico, na qual ocor r e a r edist r ibuição dos invest im ent os par ent ais. Alguns aut or es indicam que est a mobilização psíquica pode iniciar j á dur ant e gr avidez13,21. A cr iança t r ansfor m a- se em um a espécie de elo de ligação e deposit ár ia de

invest im ent os que, at é ent ão, est avam ligados a obj et os int er nos ou a aspect os do self dos pais. Sendo assim, a "ent idade" examinada nas psicot er apias desse per íodo r efer e- se a um sist ema

com plexo, no qual conver gem as seguint es t r amas: os funcionam ent os par t icular es do pai e da m ãe; as cont r ibuições do bebê; o r elacionament o desses sist em as em um a psicot er apia; e as cont r ibuições do t er apeut a12.

A pr imeir a abor dagem psicot er ápica pais- bebê foi pr opost a por Fr aiber g nos anos 1970, a qual enfat izou a pr esença do bebê na psicot er apia pela sua for ça cat alisador a12. Essa aut or a desenvolveu um t r abalho a par t ir do Pr ogr ama de Saúde Ment al par a o bebê, em Michigan, que obj et ivava

at ender famílias cuj os bebês apr esent avam sinais pr ecoces de car ência afet iva, sint om as gr aves ou lacunas do desenvolviment o19. O mét odo de at endiment o foi sendo desenvolvido par alelament e aos at endiment os e de acor do com as demandas específicas de cada caso. Por exemplo, diant e da

r esist ência de uma das famílias em compar ecer ao cent r o de at endiment o, foi pr opost a um a psicot er apia domiciliar . Ut ilizando sem pr e a psicanálise, a psicologia do desenvolviment o e o t r abalho social, uma equipe de t er apeut as pr opunha às fam ílias ident ificar , r esgat ar e vivenciar no t r atam ent o os fant asm as do passado que estar iam at uando no pr esent e da cr iança. Dest a for ma, Fr aiber g int r oduziu a dim ensão t r ansger acional nas psicopat ologias r elacionais pr ecoces.

Assim com o Fr aiber g, Lebovici20 t am bém enfat izou os aspect os t r ansger acionais, além de est imular o est udo das int er ações do pont o de vist a psicanalít ico. Lebovici chamou a at enção dos psicanalist as par a a impor t ância do papel int er acional na const it uição psíquica pr ecoce, e da dialét ica ent r e int r apsíquico e int er pessoal, est imulando o est udo das int er ações12. Desenvolveu as chamadas consult as t er apêut icas, as quais compr eendem a obser vação da int er ação ent r e mãe, bebê e, quando necessár io, out r os membr os da família, per mit indo a evocação das fant asias dos pais pr oj et adas sobr e o bebê. O t er apeut a aj udar ia os pais a com pr eender as m ot ivações conscient es e inconscient es dos seus com por t am ent os r elacionados ao bebê20.

A par t ir desses pr ecur sor es, out r as for m as de int er venção pais- bebê for am pr opost as. St er n21 sist em at izou alguns desses m odelos de int er venção, t ais como o uso de escalas par a a avaliação do desenvolviment o do bebê, a obser vação da int er ação mãe- bebê e as psicot er apias pais- bebê. Par a fins dest e ar t igo, ser ão examinadas som ent e est as últ imas: as psicot er apias pais- bebê pr opr iament e dit as. De acor do com St er n, algumas dessas t écnicas t êm como obj et ivo modificar as r epr esent ações dos pais em r elação ao bebê, enquant o out r as obj et ivam mudar os compor t ament os int er at ivos pais- bebê.

As r epr esent ações dos pais r efer em - se aos aspect os do m undo subj et ivo e imaginár io. Est es incluem as fant asias dos pais, as esper anças, m edos, sonhos, desej os, lem br anças da pr ópr ia infância,

modelos de pais, expect at ivas par a o fut ur o do bebê, além das exper iências at uais sent idas na int er ação com o bebê21. Em r elação às abor dagens que visam alt er ar essas r epr esent ações, uma das aut or as cit adas por St er n foi Dolt o. Dolt o2 2 pr opôs um a for m a de psicot er apia que visava alt er á- las at r avés das r epr esent ações do bebê, confor m e imaginadas pela t er apeut a. Sua abor dagem

(5)

acim a de t udo, um ser de linguagem. A palavr a t em pr im azia, e mesm o quando uma comunicação é expr essa at r avés do cor po, est a t em um "sent ido linguagem". Assim, a aut or a insist e na necessidade de falar ao bebê ou à cr iança, da palavr a ser expr essam ent e dit a, e dest a car r egar uma ver dade, por mais dur a que sej a. Par a ela, só uma linguagem expr essa e ver dadeir a abr e a possibilidade par a um a const it uição psíquica sólida.

De acor do com St er n21, out r os aut or es além de Dolt o acr edit ar am que as r epr esent ações dos pais dever iam ser m odificadas pela psicot er apia pais- bebê, com o Lieber m ann & Pawl23, Cr amer & Palacio- Espasa1 2 e o pr ópr io St er n. A psicot er apia bebê-pais, confor m e pr opost a por Lieber m ann & Pawl2 3, foi inspir ada pr incipalment e nos t r abalhos da psicanalist a Fr aiber g. Nessa abor dagem, o r elacionament o bebê- pais é consider ado o "pacient e", e não som ent e os pais com seus mundos r epr esent acionais. Além disso, a qualidade da r elação t er apeut a- pais é vist a como sendo o pr incipal fat or par a o pr ocesso de mudança na r elação pais- bebê, j á que a exper iência da r elação com o t er apeut a é ent endida com o um a possibilidade de apego cor r et ivo.

Já a psicot er apia br eve mãe- bebê, r ealizada por Cr amer & Palacio- Espasa12, busca efet uar a conexão t emát ica ent r e os conflit os infant is da m ãe ( mem ór ias e r epr esent ações) , seus t em as conflit uais at uais e a int er ação mãe- bebê at ual. A int er pr et ação desses conflit os é consider ada a for ça maior de mudança nest a abor dagem . De acor do com Pint o2 4, esse modelo de psicot er apia pode conduzir a m udanças posit ivas t ant o no sint oma da cr iança como nas int er ações m ãe- cr iança, ao consider ar que as int er ações r eais são um cor r elat o visível das int er ações fant asm át icas. No t ocant e ao int er esse pelas pr imeir as r elações, Cr amer & Palacio- Espasa1 2 esclar ecem a pr eocupação em decifr ar a const r ução com um de sent ido, pr ocedent e do encont r o e da int er penet r ação do psiquismo dos pais e do filho, consider ando as significações com o r esíduos de for mas de r elações obj et ais vividas ont em (a pr ior i) e hoj e (a post er ior i) .

Já a abor dagem desenvolvida por St er n2 1, que t ambém visa modificar as r epr esent ações par ent ais, consider a que os compor t ament os int er at ivos são o pont o de par t ida de uma busca do mundo r epr esent acional da mãe. Nessa abor dagem, é fr equent e a ut ilização, dur ant e as sessões, de gr avações em vídeo da int er ação da m ãe com o bebê. Est as opor t unizam à m ãe acessar suas r epr esent ações e r ecor dações, ligando- as ao int er agido com o bebê.

Out r as duas abor dagens psicot er ápicas r evisadas por St er n2 1, a denom inada or ient ação int er acional e a familiar - sist êmica, não visam mudar as r epr esent ações par ent ais, mas sim os compor t ament os int er at ivos ent r e pais e bebê. Essas abor dagens par t em do pr incípio de que exist e um gr au de r ecipr ocidade ent r e o compor t ament o int er at ivo dos pais e do bebê.

A or ient ação int er acional desenvolvida por McDonough25 baseia- se na análise de videot eipes das sessões de psicot er apia, r ealizada j unt o com a família. Confor me r evisão dessa t écnica r ealizada por Schwengber et al.26, o foco dessa int er venção é melhor ar o sent im ent o de compet ência dos pais em r elação aos cuidados do bebê, salient ando os aspect os posit ivos das int er ações familiar es. Nessa abor dagem, o t er apeut a deve obser var t ant o a est r ut ur a da int er ação, o que a díade ou a família faz, como o seu est ilo. Além disso, em bor a não sej a uma t écnica int er pr et at iva, consider a o cont ext o do desenvolviment o dos pais enquant o filhos, no sent ido de conhecer o equilíbr io da est r ut ur a

t r ansger acional, a exist ência de at r it os par ent ais, papéis e r elacionament os disfuncionais, bem como a exper iência da infância dos pais. Ainda segundo os aut or es, nessa abor dagem a compet ência e a aut oest ima dos pais são r efor çadas, sendo o pr incipal obj et ivo o de r ealizar int er venções que modifiquem o com por t am ent o pr oblemát ico e, ao mesm o t empo, que pr om ovam m odelos saudáveis de compor t ament os int er acionais.

Par a a abor dagem familiar - sist êm ica, t ant o o indivíduo com o seu pr ocesso de desenvolvim ent o são incluídos no est udo da família27. Em seus pr imór dios, o m odelo sist êm ico buscou se opor ao m odelo psicodinâmico, cent r ando- se nas int er ações at uais do sist ema familiar . Dessa for m a, a compr eensão dos sint omas, bem com o o encaminhament o das soluções, desconsider avam a hist ór ia da família. At ualment e, pode- se obser var um movim ent o int egr ador que visa r esgat ar e r eadapt ar algumas das conquist as mais impor t ant es do modelo psicanalít ico. Confor m e Pr ado28, um exem plo disso é a impor t ância do hist ór ico na est r ut ur ação psíquica e na co- det er m inação da pat ologia dos indivíduos.

(6)

dificuldades da r elação mãe- bebê vinculadas a algum aspect o conflit ivo de sua hist ór ia. Na visão sist êm ica de família, est e foco t ambém pode est ar r elacionado a algum aspect o da r elação do casal ou da fam ília mais ampla, ar t iculado de algum a maneir a com int er ações conflit ivas passadas na fam ília de or igem do pai ou da mãe29.

Confor m e o expost o acima, obser va- se que vár ias abor dagens compõem o panor am a at ual das psicot er apias pais- bebê, as quais apr esent am uma ampla diver sidade de r efer enciais t eór icos e t écnicos. Os aut or es do pr esent e ar t igo, em sua m aior ia mem br os do Núcleo de I nfância e Família ( NUDI F)*, vêm desenvolvendo pesquisas sobr e a psicot er apia pais- bebê, t endo opt ado por ut ilizar pr incipalment e a abor dagem psicodinâm ica de Cr am er & Palacio- Espasa12, j unt ament e com conceit os de St er n2 1 e da abor dagem familiar - sist êmica2 9. Dessa for ma, ser ão expost os a seguir , mais det alhadament e, aspect os dessas abor dagens, bem como seus pont os de conver gência.

I NTEGRANDO ABORDAGENS PSI COTERÁPI CAS PAI S- BEBÊ

A psicot er apia br eve mãe- bebê, confor me sist emat izada por Cr amer & Palacio- Espasa1 2, est á fundament ada no ent endiment o de que as psicopat ologias do bebê devem ser com pr eendidas no cont ext o da r elação pais- bebê, na m edida em que decor r em de per t ur bações r elacionais. De acor do com os aut or es, o t r at am ent o psicot er ápico conj unt o de pais e bebê pode t r azer uma m elhor a significat iva nos sint omas no bebê, nos com por t am ent os int er at ivos e nas r epr esent ações acer ca da par ent alidade, sendo que est e t r at ament o ocor r e em t r ês níveis: 1) det er minação da nat ur eza do sint om a e do confr ont o da m ãe com o seu pr ópr io conflit o e a r espeit o do pr oblema que é t r ansfer ido ao bebê; 2) estabeleciment o de uma conexão ent r e as falhas int er acionais obser vadas dur ant e a sessão e a cor r espondência ment al do conflit o na mãe; 3) est abelecim ent o de ligações ent r e o conflit o pr esent e da díade com os conflit os do passado da mãe. Par a t ant o, os aut or es consider ar am fundamental o desenvolviment o e a manut enção da aliança t er apêut ica, da empat ia e de um a t r ansfer ência posit iva.

Em consonância com a concepção de Cr am er & Palacio- Espasa a r espeito da t r ansfer ência, St er n21 post ula que a t r ansfer ência que se desenvolve no set t ing de psicot er apia pais- bebê envolve a elabor ação de um desej o maior de apoio por uma figur a mat er na. Sendo assim, ocor r e uma busca desse papel na figur a do t er apeut a. Com isso, o t er apeut a pode at uar de for ma mais at iva e m enos abst inent e emocionalment e, cent r ando- se mais nos r ecur sos, capacidades e for ças do que na pat ologia e nos conflit os. Como r esult ado, de acor do com o aut or , t ende a ocor r er uma boa aliança t er apêut ica, atr avés da qual o t er apeut a se const itui em uma for ma especial de mat r iz de apoio, capaz de sust ent ar a mãe a fim de que suas funções m at er nas sej am facilit adas.

Um out r o aspect o r efer ent e à t écnica da psicot er apia mãe- bebê pr opost a por Cr amer & Palacio-Espasa12 r efer e- se à at enção do t er apeut a. Par a os aut or es, est a deve ser igualm ent e dividida ent r e a obser vação das int er ações da díade mãe- bebê ou t r íade pai- mãe- bebê e a escut a dos pais. O clínico ir á pr ivilegiar a obser vação da nat ur eza das solicit ações r ecípr ocas e as r eações a elas, at r avés de modalidades int er at ivas, t ais como vocalizações, t r oca de olhar es, t oques e gest os. A par t ir dessas int er ações, o t er apeut a poder á t ecer int er pr et ações par a os pais a r espeit o de suas defesas intr apsíquicas. I sso ocor r e quando há uma coincidência entr e um enunciado de uma fant asia conflit iva e a atualização da defesa r elacionada a esse conflit o atr avés de uma evit ação, pr oibição, r upt ur a de cont at o, ou sej a, um sint oma int er ativo obser vado, o que os autor es chamar am de

sequência int er at iva sint omát ica ( SI S) . Est a sequência é o equivalent e int er agido ( e int er pessoal) de um conflit o int r apsíquico.

Ao analisar os fat or es de m udança nas t er apias br eves m ãe- bebê, Cr amer & Palacio- Espasa1 2

consider ar am que, ao mudar em os invest im ent os e r epr esent ações que t êm do filho, os pais acabam por r eduzir as pr oj eções sobr e a cr iança. De acor do com os aut or es, alt er ações no compor t ament o m anifest o e nas r epr esent ações dos pais podem ser obser vadas j á no decor r er da segunda ou

(7)

Est a br evidade do t r at ament o é possível em decor r ência de vár ios fat or es: a velocidade das modificações subj et ivas, int er at ivas e sint omát icas; a mobilização psíquica da m ãe, ou sej a, sua capacidade de est abelecer vínculos, insight, mobilização dos afet os; e, finalment e, a neofor mação psíquica car act er íst ica do pós- par t o, que abr ange os pr im eir os anos de vida do bebê1 2. Corroborando esse pont o de vist a, cabe salient ar que as fam ílias com bebês par ecem se adapt ar bem ao modelo br eve por que est ão vivendo um int enso pr ocesso de desenvolvim ent o, necessit ando que a sua r elação sej a aj ust ada cont inuament e às mudanças mat ur acionais que ocor r em com seus membr os, sendo com pat ível com o r it mo evolut ivo car act er íst ico das t r ocas ent r e os pais e o bebê3 0.

De for ma ger al, o númer o de sessões da psicot er apia br eve pais- bebê var ia ent r e quat r o e 12, com um a média de seis sessões, um a vez por sem ana, com apr oxim adam ent e 60 m inut os de dur ação1 2. O set t ing deve favor ecer sim ult aneam ent e a capacidade de associação dos pais e a t r oca m ais livr e possível ent r e pais e filho, sendo que algumas vezes o t er apeut a poder á br incar com a cr iança. Confor m e os aut or es, a mãe, em ger al, é quem apr esent a m ais angúst ia, depr essão e pr eocupações obsessivas nesse per íodo, o que explica por que é ela quem, na maior ia das vezes, solicit a a

consult a. Cont udo, quando o pai est á pr esent e, o t r at ament o deve se dir igir à t r íade.

Nesse aspect o, quando inclui a t r íade pai- mãe- bebê, a abor dagem de Cr amer & Palacio- Espasa12 apr oxima- se da abor dagem fam iliar sist êm ica29, a qual, confor me m encionado ant er ior ment e, t ambém embasa as int er venções psicot er ápicas pais- bebê r ealizadas pelos pesquisador es do NUDI F. Par a Pr ado2 9, o enfoque sist êmico busca, sempr e que houver possibilidade, obser var a hist ór ia fam iliar e int er vir sobr e ela, colocando os fam iliar es par a int er agir em a fim de r eviver em j unt os alguns pont os impor t ant es de suas pr ópr ias hist ór ias que possam lançar luz sobr e o pr esent e e aj udem a tr ansfor m á- lo.

Na pr át ica, par ecem exist ir m uit as sem elhanças nas abor dagens de t er apeut as psicodinâm icos e sist êm icos. O conceit o de SI S pr opost o por Cr amer & Palacio-Espasa12 - sint oma at uado a dois, no qual se entr elaçam cont r ibuições int r apsíquicas e int er pessoais na r elação, obser vável no aqui- agor a da sessão - assemelha- se muit o ao conceit o de função r elacional do sint oma da abor dagem

sist êm ica, pois o sint oma é ent endido como uma met áfor a da disfunção familiar2 9. Assim, par a esse aut or , "em am bas concepções exist e o ent endim ent o de que as int er ações pr esent es cont ém,

sem pr e, as vivências passadas, que se expr essam at r avés de m odelos ou padr ões de funcionam ent o que cada indivíduo t r az consigo desde sua infância e que, em ger al, são padr ões de int er ação que se mant êm at é o pr esent e ent r e os pais e os avós"29. St er n21 cor r obor a esse pont o de vist a, afir m ando que t ant o a abor dagem de Cr amer & Palacio- Espasa quant o a familiar - sist êm ica agem dir et a ou indir et am ent e par a r econect ar o m undo r epr esent acional da m ãe ( e por que não do pai?) e do bebê.

Assim , per cebe- se que a clínica de bebês pode ser consider ada um pont o de encont r o ent r e a abor dagem psicodinâmica mãe- bebê de Cr am er & Palacio- Espasa12 e a familiar - sist êm ica29. Em vir t ude de ambas salient ar em a impor t ância de se consider ar não som ent e as quest ões

int r apsíquicas da mãe, mas de t odos aqueles envolvidos no cuidado dir et o com o bebê, o que inclui ger alment e o pai, t or na- se m ais indicado chamar essa abor dagem t er apêut ica de psicot er apia br eve pais- bebê2 9. É im por t ant e consider ar que, nessa concepção, por vezes out r os familiar es podem t am bém ser solicit ados a par t icipar das sessões, com o os avós e t ios do bebê, o que é sem pr e pr eviament e combinado com os pais ( Piccinini CA, Lopes RC, Pr ado LC, Gomes AG, Alfaya CA, Schwengber DD, et al. O im pact o da psicot er apia br eve pais- bebê par a a depr essão m at er na e par a a int er ação pais- bebê: est udo longit udinal do nasciment o ao segundo ano de vida do bebê [ Pr oj et o de pesquisa] . Por t o Alegr e: Univer sidade Feder al do Rio Gr ande do Sul; 2004)30.

A psicot er apia br eve pais- bebê é indicada nos casos de dist úr bios psicofuncionais, com o de sono e aliment ação, em angúst ias de separ ação, nos dist úr bios de apego e nos dist úr bios r elacionais pais- bebê1 2,21,29 ,3 0. Também podem ser obt idos bons r esult ados clínicos com mães apr esent ando depr essões desencadeadas pela condição da mat er nidade1 2,30. Ainda em r elação à indicação t er apêut ica, os pacient es devem ser capazes de ar t icular um pr oblem a específico, usualment e der ivado de uma exper iência int er pessoal ant er ior . Devem t er mot ivação par a mudança em seus padr ões int er pessoais e capacidade e desej o de se envolver no pr ocesso t er apêut ico ( suficient e adapt ação do ego) e t er bem delineado ao m enos um r elacionament o posit ivo na infância. Nesse sent ido, é im por t ant e avaliar a qualidade dos r elacionam ent os int er pessoais dos pacient es30.

(8)

psicót icos, gr aves t r anst or nos de per sonalidade, int ensa ansiedade de separ ação, r egr essão psicót ica, t ent at ivas de suicídio, quadr os depr essivos de ver t ent e melancólica e quadr os psicossom át icos12 ,3 0.

PSI COTERAPI A PAI S- BEBÊ NO CONTEXTO DA DEPRESSÃO M ATERNA:

ESTUDOS EM PÍ RI COS

Além de sua cont r ibuição t eór ico- t écnica, o gr upo de Cr am er & Palacio- Espasa t am bém se dedicou à r ealização de pesquisas envolvendo a psicot er apia br eve pais- bebê. Est as iniciar am a par t ir de uma demanda clínica compost a por bebês com sint omas psicofuncionais e pr oblemas de compor t ament o. No decor r er das invest igações, os aut or es, par t indo de uma per spect iva t eór ica r elacional,

ver ificar am uma associação desses sint omas com o quadr o clínico de depr essão m ater na12.

A depr essão mat er na inclui sint om as veget at ivos, cognit ivos, psicomot or es, bem como alt er ações de humor31 - 35. Car act er ist icam ent e, a depr essão mat er na compr eende alt er ações no apet it e e sono, dificuldade de dor mir , especialm ent e após amament ar o bebê, cr ises de chor o, desat enção, pr oblemas de concent r ação, falt a de ener gia e de int er esse em at ividades que ant es er am

consider adas agr adáveis33. Tam bém podem ocor r er ideias de suicídio e sent iment os excessivos de culpa. Quant o à dur ação, a depr essão pode est ender - se por um per íodo de 6 meses a 1 ano após o nasciment o do bebê36. Os sint omas t endem a t er uma dur ação r azoável de t empo e pr ej udicam as at ividades nor mais da mulher37. Em ger al, a dur ação dos episódios de depr essão leva alguns meses e não difer e em r elação ao t empo de dur ação de episódios depr essivos que não t iver am início no pós- par t o37. Diver sos aut or es suger em que, por vezes, a depr essão mat er na pode sur gir em algum out r o moment o do pr imeir o ano de vida do bebê, e não necessar iam ent e nas pr imeir as semanas após o seu nasciment o, embor a ainda for t em ent e associados à mat er nidade3 8- 4 0. Quando a

depr essão da m ãe ocor r e dur ant e as 4 sem anas após o par t o, est a é classificada pelo DSM- I V com o episódio de depr essão m aior com início no pós- par t o. Par a a CI D- 10, a depr essão pós- par t o pode sur gir dur ant e as 6 pr imeir as sem anas após o par t o.

Alguns est udos t êm avaliado o impact o da psicot er apia br eve pais- bebê sobr e a depr essão mat er na, dent r e out r os aspect os da saúde psicológica da mãe, do bebê e de sua r elação. Os est udos descr it os por Cr amer4 1- 4 3 avaliar am os efeit os da psicot er apia br eve par a a m elhor a dos sint om as do bebê, da qualidade da int er ação mãe- bebê e da aut oest ima mat er na. Seus est udos, r ealizados na Suíça, consist ir am no at endim ent o de diver sas famílias com bebês ent r e 6 e 30 meses de vida. A avaliação fam iliar ocor r eu ant es do início do t r at ament o, 1 semana após o t ér m ino da t er apia, e 6 meses depois. Os r esult ados, que for am com par ados com aqueles obt idos pela or ient ação int er acional2 5, most r ar am que ambas as int er venções pr omover am a melhor a dos sint omas do bebê, assim como a qualidade da int er ação mãe- bebê. Embor a a depr essão mat er na não t enha sido super ada

com plet am ent e, houve uma m elhor a significat iva no est ado subj et ivo mat er no, pois, além da aut oest ima, as mães r efer ir am t er melhor ado em out r as dimensões, per cebendo- se m ais calmas, afet uosas, confiant es e bonit as após o t r at ament o. Além disso, t ambém obser var am que seus filhos ficar am m ais confiant es e independent es.

Na m esma dir eção, o est udo de Cooper et al.4 4, r ealizado na I nglat er r a, invest igou os efeit os de t r ês difer ent es int er venções ( psicot er apia br eve pais- bebê, t er apia cognit ivo- compor t ament al e

(9)

aut or es não explor ar am as nuances das m odificações obser vadas na pr imeir a avaliação e não invest igar am o por quê das mesmas não se mant er em com o t empo.

Em out r o est udo dos m esm os pesquisador es45, com os mesm os par t icipant es e delineament o descr it o acima, os aut or es avaliar am os efeit os da psicot er apia pais- bebê no r elacionam ent o

m ãe- bebê e no desenvolvim ent o post er ior da cr iança. Os r esult ados r evelar am que os r elat os sobr e pr oblemas de compor t ament o e de r elacionament o com os bebês for am significat ivament e r eduzidos na pr imeir a avaliação. I sso foi at r ibuído não som ent e à r em issão dos sint om as da depr essão

mat er na, mas t ambém ao fat o de que os t r atam ent os pr opor cionar am às m ães a opor tunidade de discut ir em seus pr oblemas de manej o com os filhos. Já aos 18 e aos 60 meses, os par t icipant es que r eceber am as int er venções clínicas não difer ir am significat ivam ent e da condição cont r ole, que consist ia em visit as domiciliar es que for neciam apoio nos cuidados com o bebê. Os aut or es

concluír am que, embor a a int er venção pr ecoce t enha t r azido benefícios a cur t o pr azo, int er venções mais pr olongadas poder iam ser necessár ias.

Esses achados levant am quest ões acer ca da met odologia ut ilizada no est udo, consider ando- se que as mães designadas à chamada condição cont r ole tam bém t iver am acesso a uma inter venção

pot encialm ent e benéfica à r elação m ãe- bebê. É plausível pensar que os r esult ados ser iam difer ent es caso os gr upos que r eceber am as int er venções fossem com par ados a um gr upo que não r ecebesse qualquer int er venção. Além disso, esse est udo seguiu um a t endência em r elação à pesquisa em psicot er apia, que é a pesquisa de r esult ados, na qual os pesquisador es cost umam ut ilizar - se de inst r ument os r igor osos aplicados no início, meio e fim dos t r at ament os, sem consider ar os fat or es de mudança envolvidos no pr ocesso t er apêut ico46. Apesar de muit os pesquisador es clínicos

pr eocupar em- se com a invest igação do pr ocesso psicot er apêut ico como var iável de gr ande influência nos efeit os posit ivos ou negat ivos dos r esult ados, out r os t ant os buscam apenas analisar o "ant es" e o "depois", sem ver ificar a influência do pr ocesso na eficácia dos t r atam ent os. De acor do com as aut or as4 6, a pr eocupação com a avaliação do pr ocesso, e não simplesm ent e dos r esult ados, deve- se em gr ande par t e às evidências de que abor dagens psicot er apêut icas difer ent es alcançar am

r esult ados clínicos sem elhant es, o que pode ser explicado a par t ir dos fat or es inespecíficos de cada abor dagem, com o a aliança t er apêut ica.

No Br asil, pouco se t em publicado sobr e est udos sist emát icos envolvendo psicot er apia pais- bebê no cont ext o da depr essão m at er na. O nosso gr upo de pesquisa é um dos que est ão t r abalhando com essa abor dagem. O int er esse por essa aplicação da psicot er apia pais- bebê sur giu de est udos

r ealizados anter ior m ent e pelo gr upo de pesquisa, os quais ver ificar am associações ent r e a pr esença de depr essão m at er na e dificuldades no funcionam ent o fam iliar34,35 ,4 7,48. Os r esult ados encont r ados nesses est udos apont ar am par a a necessidade da r ealização de int er venções fr ent e ao quadr o de depr essão da m ãe, ainda nos pr imeir os m eses após o nascim ent o do bebê.

Descr eve- se, a seguir , as pr incipais concepções t eór icas que nor t eiam a pesquisa sobr e psicot er apia br eve pais- bebê que vem sendo r ealizada pelos aut or es do pr esent e ar t igo. Os r esult ados da

invest igação não ser ão apr esent ados em vir t ude do est udo estar ainda em fase de coleta de dados. Essa int er venção foi baseada em ext enso t r einament o t eór ico e pr át ico sobr e a psicot er apia br eve pais- bebê, r ealizado pelo super visor clínico, pr im eir o aut or da pr esent e publicação. No m oment o, cinco psicot er apeut as- pesquisador as est ão at endendo 22 famílias com mães depr imidas, além de um pequeno gr upo de fam ílias cuj os filhos apr esent am m al for m ação. Par a fins dest e pr oj et o, são

r ealizadas algumas sessões de avaliação inicial, que envolvem m ais de dois encont r os, a fim de invest igar aspect os da hist ór ia da gest ação, das quest ões r elat ivas à m at er nidade e à pat er nidade, sobr e o r elacionament o conj ugal e dem ais r elacionament os fam iliar es, bem como uma avaliação do desenvolviment o compor t ament al e socioem ocional do bebê. O genogr ama familiar t ambém é

ut ilizado com o r ecur so t écnico na avaliação inicial dos pacient es. Ao final das avaliações, é feit a uma ent r evist a de devolução na qual, caso exist a indicação t er apêut ica par a essa abor dagem

psicot er ápica, é combinado o foco da psicot er apia e r ealizado o cont r at o das sessões. O pr ocesso psicot er ápico com pr eende de oit o a 12 sessões sem anais, cada uma com dur ação de

apr oximadament e 60 m inut os. As sessões são gr avadas em áudio e vídeo. A par t icipação do bebê é fundament al, pois a obser vação da int er ação com ele é um impor t ant e element o de t r abalho29. O enquadr e da sessão t er apêut ica deve per m it ir o máxim o de int er ações ent r e os pais e bebê, a fim de que se possa diagnost icar e int er vir na qualidade da r elação. O pai t am bém é incent ivado a

(10)

Cr amer & Palacio- Espasa12 e St er n21, bem com o alguns elem ent os da abor dagem familiar sist êm ica29.

Há um ent endiment o de que é impor t ant e aj udar a família a const r uir um cont ext o favor ável par a o bom desenvolvim ent o do bebê, t r abalhando- se as r elações pai- m ãe- bebê. Dest e m odo, o obj et ivo pr incipal dessa psicot er apia é melhor ar as r elações familiar es, t ant o pais- bebê com o ent r e o casal e sua fam ília de or igem . Embor a a r emissão dos sint omas depr essivos m at er nos não sej a o pr incipal alvo da int er venção, esper a- se que ocor r am melhor as no hum or mat er no ao favor ecer r elações mãe- pai- bebê mais sat isfat ór ias1 2.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

O r elacionam ent o inicial pai- mãe- bebê é um alicer ce fundament al na dinâmica familiar e no desenvolviment o psicológico dos indivíduos. Nest e sent ido, acr edit a- se que a psicot er apia br eve pais- bebê, ao int er vir nos inúm er os dist úr bios que podem ocor r er no r elacionament o inicial pais- bebê, pode ser um a abor dagem pr ofícua na pr omoção de vínculos afet ivos m ais sat isfat ór ios, t endo o pot encial de influenciar t oda a fam ília e, par t icular ment e o desenvolviment o da cr iança. A exper iência adquir ida por est e gr upo de pesquisa com os at endim ent os em psicot er apia pais- bebê no cont ext o da depr essão mat er na t em most r ado que essa abor dagem par ece ser efet iva na pr omoção de um m elhor r elacionament o mãe- pai- bebê. Em algumas fam ílias, essa melhor a t am bém se est ende aos sint omas depr essivos da pr ópr ia mãe.

Dest a for ma, a psicot er apia br eve pais- bebê, ainda que r ealizada em poucas sessões, pode ser uma alt er nat iva par a o alívio dos sint omas no bebê, nos pais e/ ou nas r elações ent r e os membr os da fam ília. Além disso, por se t r at ar de um a int er venção r ealizada nos mom ent os iniciais da vida do bebê, t em um impor t ant e pot encial pr event ivo e de pr omoção da saúde m ent al. Sendo assim , est udos empír icos sobr e a psicot er apia br eve pais- bebê no cont ext o nacional m ost r am- se

necessár ios, consider ando as par t icular idades da r ealidade br asileir a, onde pouco se t em invest igado o im pact o dessa int er venção par a a melhor a da qualidade de vida das fam ílias com bebês.

REFERÊNCI AS

1. Oliveir a I T. Psicot er apia psicodinâmica br eve: dos pr ecur sor es aos modelos at uais. Psicol Teor Pr at . 1999; 1( 2) : 9- 19.

2. Yoshida E. Evolução das psicot er apias br eves psicodinâmicas. I n: Yoshida E, Enéas M, eds. Psicot er apias psicodinâmicas br eves: pr opost as at uais. Cam pinas: Alínea; 2004. p. 13- 36.

3. Eizir ik CL, Wilhelm s FM, Padilha RT, Gauer RH. Psicot er apia br eve dinâm ica. I n: Cor dioli AV, ed. Psicot er apias: abor dagens at uais. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1998. p. 145- 52.

4. Br aier EA. Psicot er apia br eve de or ient ação psicanalít ica. São Paulo: Mar t ins Font es; 1997.

5. Har t ke R. Psicot er apia de or ient ação analít ica: r esum o hist ór ico de cont r ibuições impor t ant es. I n: Eizir ik C, Aguiar R, Schest atsky S, eds. Psicot er apia de Or ient ação Analít ica. Por t o Alegr e: Ar tes Médicas; 1989. p. 22- 48.

6. Gr eenber g JR, Mit chell SA. Relações obj et ais na t eor ia psicanalít ica. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1994.

7. Br azelt on TB. O bebê: par ceir o na int er ação. I n: Br azelt on T, Cr amer B, Kr eisler L, Schäppi R, Soulé M, eds. A dinâmica do bebê. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1987. p. 9- 23.

8. Br azelt on TB. O desenvolvim ent o do apego. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1988.

(11)

10. St aint on MC. The fet us: a gr owing m ember of t he family. Family Relat ions. 1985; 34: 321- 6.

11. Br azelt on TB, Cr amer BG. As pr imeir as r elações. São Paulo: Mar t ins Font es; 1992.

12. Cr amer BG, Palacio- Espasa F. Técnicas psicot er ápicas mãe- bebê. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1993.

13. Winnicot t DW ( 1956) . Da pediat r ia à psicanálise: obr as escolhidas. Rio de Janeir o: I m ago; 2000.

14. Bion W (1962) . Uma Teor ia sobr e o Pensar . I n: Bion W. Est udos Psicanalít icos Revisados Rio de Janeir o: I m ago; 1994. p. 127- 37.

15. Mahler M ( 1975) . O nascim ent o psicológico da cr iança: sim biose e individuação. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1993.

16. Spit z R ( 1965) . O Pr im eir o Ano de Vida. São Paulo: Mar t ins Font es; 1983.

17. Bowlby J ( 1969) . Apego. São Paulo: Mar t ins Font es; 1990.

18. Bowlby J. Um a base segur a- aplicações clínicas da t eor ia do apego. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1989.

19. Fr aiber g S, Adelson E, Shapir o V. Fant asmas no quar t o do bebê. CEAPI A. 1994; 7: 12- 34.

20. Lebovici S. O bebê, a mãe e o psicanalist a. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1987.

21. St er n D. A const elação da mat er nidade: O panor am a da psicot er apia pais/ bebê. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1997.

22. Dolt o F. Tudo é linguagem. São Paulo: Mar t ins Font es; 2002.

23. Lieber man AF, Pawl JH. I nfant - par ent psychot er apy. I n: Zeanah C, ed. Handbook of infant ment al healt h. New Yor k: Guilfor d; 1993. p. 427- 42.

24. Pint o EB. Psicot er apia br eve m ãe/ bebê. I n: Rockenkohl CF, ed. A clínica com o bebê. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2000. p.125- 30.

25. McDonough S. I nt er act ion guidance: under st anding and t r eat ing ear ly infant - car egiver

r elat ionship dist ur bance. I n: Zeanah C, ed. Handbook of infant ment al healt h. New Yor k: Guilfor d; 1993. p. 414- 26.

26. Schwengber DD, Alfaya CA, Lopes RC, Piccinini CA. A or ient ação int er acional como alt er nat iva de int er venção pr ecoce pais- bebê no cont ext o da depr essão m at er na: algum as r eflexões iniciais. Psico. 2003; 34: 297- 316.

27. Andolfi M. Por t r ás da m áscar a familiar : um enfoque em t er apia familiar . Por t o Alegr e: Ar t m ed; 1984.

28. Pr ado LC. Pont es ent r e concepções psicanalít icas e sist êmicas. I n: Pr ado LC, ed. Famílias e t er apeut as. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1996. p. 17- 36.

29. Pr ado LC. O bebê inaugur a a família: a t er apia pais- bebê. I n: Pr ado LC, ed. Famílias e t er apeut as. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1996. p. 97- 130.

30. Tr ad P. Psicot er apia br eve pais/ bebê. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 1997.

31. Alfaya CA, Scher mann L. Depr essão pós- par t o: t endências at uais. Rev Med PUCRS. 2000; 10( 2) : 130- 6.

(12)

33. Dunnewold AL. Evaluat ion and t r eat ment of post par t um emot ional disor der s. Sar asot a: Pr ofessional Resour ce Pr ess; 1997.

34. Fr izzo GB, Piccinini CA. I nt er ação m ãe- bebê em cont ext o de depr essão m at er na: aspect os t eór icos e empír icos. Psicol Est ud. 2005; 10: 47- 55.

35. Schwengber DD, Piccinini CA. Depr essão m at er na e int er ação m ãe- bebê no final do pr im eir o ano de vida. Psicol Teor Pesq. 2004; 20: 223- 40.

36. Par r y BL. Post par t um depr ession in r elat ion t o ot her r epr oduct ive cycle mood changes. I n: Miller LJ, ed. Post par t um mood disor der s. Washingt on: Am er ican Psychiat r ic Pr ess; 1997. p. 21- 46.

37. O'Hara MW. The nat ure of post part um depr essive disor der s. I n: Murr ay L, Cooper PJ, eds. Post par t um depr ession and child developm ent . New Yor k: Guilfor d; 1997. p. 3- 34.

38. Br own S, Lum ley J, Sm all R, Ast bur y J. Missing voices: t he exper ience of m ot her hood. New Yor k: Oxfor d Univer sit y Pr ess; 1994.

39. Klaus MH, Kennell JH, Klaus P. Vínculo: const r uindo as bases par a um apego segur o e par a a independência. Por t o Alegr e: Ar t es Médicas; 2000.

40. Mur r ay L, Cox J, Chapman G, Jones P. Childbir t h: Life event or st ar t of a long- t er m difficult y? Br Jour Psych. 1995; 166: 595- 600.

41. Cr amer BG. Ar e post par t um depr essions a mot her - infant r elat ionship disor der ? I nfant Ment Healt h J. 1993; 14: 283- 97.

42. Cr amer BG. Psychodynamic per spect ives on t he t r eat ment of post par t um depr ession. I n: Mur r ay L, Cooper PJ, eds. Post par t um depr ession and child developm ent . New Yor k: Guilfor d; 1997.

p.237- 61.

43. Cr amer B, Rober t - Tissot C, St er n DN, Ser pa- Rusconi S, Mur alt M, Besson G, et al. Out come evaluat ion in br ief mot her - infant psychot her apy: a pr eliminar y r epor t . I nfant Ment Healt h J. 1990; 11: 278- 300.

44. Cooper PJ, Mur r ay L, Wilson A, Rom aniuk H. Cont r olled t r ial of t he shor t and long- t er m effect of psychological t r eat ment of post - par t um depr ession: im pact on m at er nal m ood. Br Jour Psych. 2003; 182: 412- 9.

45. Mur r ay L, Cooper PJ, Wilson A, Rom aniuk H. Cont r olled t r ial of t he shor t and long- t er m effect of psychological t r eat ment of post - par t um depr ession: im pact on t he mot her - child r elat ionship and child out com e. Br Jour Psych. 2003; 182: 420- 7.

46. Ar aúj o MS, Wiet haeuper D. Consider ações em t or no das at uais cor r ent es pr edominant es da pesquisa em psicot er apia. Rev Br as Psicot er . 2003; 5: 33- 52.

47. Schwengber DD, Piccinini CA. A exper iência da m at er nidade no cont ext o da depr essão m at er na no final do pr imeir o ano de vida do bebê. Est ud Psicol. 2005; 22: 143- 56.

48. Sot t o- Mayor I M. A qualidade do r elacionament o conj ugal no cont ext o da depr essão m at er na [ disser t ação] . Por t o Alegr e: Univer sidade Feder al do Rio Gr ande do Sul; 2004.

Correspondência

Cesar August o Piccinini

I nst it ut o de Psicologia, Univer sidade Feder al do Rio Gr ande do Sul Ramir o Bar celos, 2600/ 111

(13)

E- m ail: piccini@por t oweb.com .br

Recebido em 30/ 01/ 2008. Aceit o em 14/ 05/ 2008.

Não for am declar ados conflit os de int er esse associados à publicação dest e ar tigo.

Referências

Documentos relacionados

As cat egor ias em pír icas que em er gir am das r epr esent ações dos suj eit os foram : “ ausência de polít ica” , “ não dar colo porque não t eve colo” e “ at endim

1 Pr ofesor Asist ent e del Depar t am ent o de Enfer m er ía de la Univer sidad Est at al de Londr ina, Est udiant e de doct or ado de la Escuela de Enfer m er ía de la Univer

Vivências de cr ianças com câncer no gr upo de apoio psicológico: est udo fenom enológico. Cent er for Disease Cont r ol and Pr

apont ar am a inexist ência de est udos exper im ent ais e, t am bém , que as int er venções est ão volt adas aos aspect os. psicológicos e

Cassiani SHB, Calir i MHL, Pelá NTR A t eor ia fundam ent ada nos dados com o abor dagem da pesquisa int er pr et at iv a. Peluso ETP, Bar uzzi M,

Partindo do exposto acima, parece evidente o benefício da psicoterapia pais-bebê para o contexto de malformação do bebê e, especialmente, para as representações da mãe acerca

As cont ribuições de pesquisadores que est ão desenvolvendo est udos de ordem local colaboraram , de form a efet iva, para o ent endim ent o da geom orfologia do Dist ri- t o Federal

conseguida no cont ext o educat ivo infor m at izado exper im ent ado pelos alunos. Cont udo, o cont ext o