UNESP - Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Odontologia
Campus Araraquara
PROGRAMA DE PÓS–GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Carlos Alexandre Souza Bier
Avaliação do pH, da liberação de íons cálcio e da
adesividade de cimentos endodônticos contendo hidróxido
de cálcio ou à base de MTA
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ARARAQUARA
Carlos Alexandre Souza Bier
Avaliação do pH, da liberação de íons cálcio e da
adesividade de cimentos endodônticos contendo hidróxido
de cálcio ou à base de MTA
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Odontologia – Área de Endodontia, da Faculdade de
Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual
Paulista para obtenção do Título de Doutor em
Endodontia.
Orientador: Prof. Doutor Mário Tanomaru Filho
ARARAQUARA
Bier, Carlos Alexandre Souza.
Avaliação do pH, da liberação de íons cálcio e da adesividade de cimentos endodônticos contendo hidróxido de cálcio ou à base de MTA / Carlos Alexandre Souza Bier. – Araraquara: [s.n.], 2009. 82 f. ; 30 cm.
Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia
Orientador : Prof. Dr. Mário Tanomaru Filho
1. Materiais restauradores do canal radicular 2. Hidróxido de cálcio 3. Obturação do canal radicular 4. Concentração de íons de hidrogênio 5. Adesividade I. Título.
Carlos Alexandre Souza Bier
Avaliação do pH, da liberação de íons cálcio e da
adesividade de cimentos endodônticos contendo
hidróxido de cálcio ou à base de MTA
COMISSÃO JULGADORA
TESE PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR
Presidente e Orientador: Prof. Dr. Mário Tanomaru Filho 2º Examinador: Prof. Dr. Luis Geraldo Vaz
3º Examinador: Prof. Dr. Idomeo Bonetti Filho
4º Examinador: Prof. Dr. Marco Antônio Hungaro Duarte 5º Examinador: Prof. Dr. Marcus Vinicius Reis Só
Dados Curriculares
Carlos Alexandre Souza Bier
Nascimento 23/09/1969 - Santa Maria, RS
Filiação Luiz Carlos Bier
Maria de Lourdes Souza Bier
1987-1991 Curso de Graduação em Odontologia
Universidade Federal de Santa Maria – Santa Maria, RS.
1991-1992 Curso de Atualização em Endodontia
Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio Palatal, PROFIS – Bauru, SP.
1992-1992 Curso de Atualização em Cirurgia Parendodôntica
Sociedade de Promoção Social do Fissurado Lábio Palatal, PROFIS – Bauru, SP.
1993-1994 Especialização em Especialização Em Endodontia
Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas, APCD - Bauru, SP.
2001-2003 Curso de Pós-Graduação em Endodontia, Nível de Mestrado na Universidade Luterana do Brasil, ULBRA – Canoas, RS.
2005-2009 Curso de Pós-Graduação em Endodontia, Nível de Doutorado na Faculdade de Odontologia de Araraquara - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- (FOAr-UNESP) – Araraquara, SP.
Associações SBPqO – Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica. IADR – International Association for Dental Research.
GPERGS – Grupo de Professores de Endodontia do Rio Grande do Sul
Dedicatória:
Dedico essa Tese a uma mulher especial, que sempre esteve ao
meu lado me apoiando e incentivando, mesmo que para a
concretização deste sonho tivéssemos que ficar por algum
tempo longe um do outro...
Anne que bom que te encontrei e como é bom construir contigo
Agradecimentos Especiais
Agradeço esta Tese...
À Deus, por tudo que tem me dado ao longo de minha existência... pelo muito que tenho
a agradecer e pelo pouco ou nada que tenho a pedir... pela minha família, por meu amor,
por todas as pessoas que Ele colocou em minha vida.
Aos meus pais, Luiz Carlos Bier e Maria de Lourdes Souza Bier, meus primeiros e
eternos educadores, exemplos de vida e do ser professor... Obrigado por sempre terem me
guiado e incentivado.
Aos meus irmãos, Luiz, Ramiro e Otávio, por eles serem sempre fonte de inspiração,
por todo o incentivo e por estarem sempre me acompanhando de perto.
Ao meu orientador Prof. Dr. Mário Tanomaru Filho, pela sua amizade e ensinamentos
desde a atualização em Endodontia em Bauru. Pela sua orientação tranqüila, pela atenção
constante, pela disponibilidade perene para comigo. Tenho orgulho de dizer que fui teu
Ao meu colega e amigo Erick Miranda, por ter me incentivando a realizar o estágio de
doutorado no Exterior, por ser o pioneiro e ter aberto o caminho que possibilitou a minha
ida para Amsterdã me dando a oportunidade de viver e trabalhar como pesquisador num
grande centro de formação do saber da Endodontia mundial.
Ao meu grande amigo e irmão Euler Rocha, por ser minha acolhida desde o início em
Amsterdã, pela grande amizade que nasceu nesse período. Meu irmão, eu agradeço a
Deus por ter te colocado no meu caminho. Teria sido muito mais difícil viver longe do
Brasil se não fosse a tua amizade. Sei que teu caminho sempre foi cheio de pedras, mas
tenho certeza que essas pedras são pra te fortalecer ainda mais. Qualquer outro, sem a tua
fé e esperança, já teria desistido. Continue firme na busca dos teus sonhos e da
“felicidade”. Sei que um dia tu ainda a encontrará!
Agradecimentos
Agradeço ainda essa tese...
Aos colegas da disciplina de Endodontia do Curso de Odontologia da Universidade
Federal de Santa Maria, Cláudia Londero Pagliarin, Sidney Ricardo Dotto, Márcia da
Silva Schmitz e Maria Gabriela Pereira de Carvalho, por terem permitido com seu
trabalho o meu afastamento ao longo desses 4 anos para a realização de meu curso de
Doutorado.
À Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita - UNESP, na pessoa de seu
Magnífico Reitor Prof. Dr. Herman Jacobus Cornelis Voorwald e Vice-Reitor, Prof.
Dr. Julio Cezar Durigan bem como À Faculdade de Odontologia de Araraquara da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - (FOAr - UNESP), nas
pessoas de seu atual Diretor, Prof. Dr. José Cláudio Martins Segalla, e sua
Vice-Diretora, Profa. Dra. Andréia Affonso Barreto Montandon, por todas as
oportunidades oferecidas para a realização de minha Pós-Graduação, desse trabalho de
Tese e de todos os outros trabalhos de pesquisa em que tive oportunidade de participar,
me oportunizando pelo excelente nível da Pós-Graduação realizar estágio de Doutorado
Aos Profs. Drs. da Disciplina de Endodontia da FOAr-UNESP: Mário Roberto
Leonardo, Roberto Miranda Esberard, Idomeo Bonetti-Filho, Mário
Tanomaru-Filho, Renato de Toledo Leonardo, Fábio Luiz Camargo Villela Berbert e Juliane
Maria Guerreiro Tanomaru, pelo aprendizado, amizade carinho e atenção com que fui
recebido em Araraquara.
A Academic Centre for Dentistry Amsterdam (ACTA) na pessoa do chefe do
departamento de Cariologia Professor Dr. Bob Ten Cate e Endodontia Dr. Paul Rudolf
Wesselink, bem como aos demais professores e colegas do grupo de pesquisa da
Academic Centre for Dentistry Amsterdam: Min-kai Wu, Luc Maria van der Sluis,
Linda Peters, Hagay Shemesh, Rifat Ozok e Leimang Jiang, pela minha acolhida
junto ao seu grupo de pesquisa durante meu estágio de Doutorado no Exterior, me
proporcionando grande crescimento científico, acadêmico e cultural.
Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em Endodontia da FOAr-UNESP,
Alexandre, Cristiane, Denise, Eduardo, Erick, Fernanda, Fernandinho, Guilherme,
Henrique (in memorian), Gustavo, José Carlos, Marco Aurélio, Maurício, Renata e
Aos amigos Eduardo, Gustavo, Norberto, Fernanda, Erica, Zé Maurício, Mariana,
Pita, Eduardo, Anelise, Simone e Priscila, vocês foram a minha família em Araraquara!
Obrigado por todos os momentos que vivemos.
Aos funcionários do Departamento de Odontologia Restauradora da FOAr-
UNESP: Célinha, Creusa, Pedro, Marinho, Adriana, Cida, Conceição, pelo carinho
com que sempre me receberam e pela ajuda constante.
Aos funcionários da Seção de Pós-Graduação da FOAr UNESP, Rosângela,
Alexandre, Flávia, e em especial a Mara... além de todo o profissionalismo de vocês
uma coisa me marcou para sempre... o sorriso com que acolhem as pessoas que chegam
na sala de vocês... isso faz a diferença para pessoas de outros pagos que estão chegando a
Araraquara... Obrigado pela atenção, pela amizade, carinho e respeito com que sempre
me trataram... e sobre tudo por aquele primeiro sorriso!
À Diretora da Biblioteca da FOAr-UNESP, Maria Helena, pela amizade, conselhos e
orientações na organização desta Tese e de outros trabalhos de pesquisa, assim como
agradeço aos funcionários da Biblioteca, Adriano, Ceres, Eliane, Maria Inês, Marley,
À CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela
concessão da bolsa de estudos e pela realização do sonho profissional de realizar parte da
minha formação acadêmica exterior, através do estágio de doutorado no exterior.
À todas as pessoas que de alguma forma direta ou indireta citados aqui ou não,
colaboraram e contribuíram na minha formação durante estes 4 anos o meu muito
!"
!"
!"
SUMÁRIO
PREFÁCIO---13
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS---14
RESUMO---15
ABSTRACT---17
INTRODUÇÃO---19
PROPOSIÇÃO---24
CAPÍTULO 1---25
CAPÍTULO 2---45
CONSIDERAÇÕES FINAIS---62
CONCLUSÃO---67
REFERÊNCIAS---68
PREFÁCIO
Esta Tese foi dividida em dois Capítulos, que correspondem a dois artigos
científicos, intitulados:
1) “
Determinação do pH e liberação de íons cálcio de
cimentos endodônticos que contem hidróxido de cálcio ou
à base de MTA
”Artigo a ser submetido para publicação no periódico International
Endodontic Journal
2) “
Resistência de união de cimentos contendo
hidróxido de cálcio, óxido de cálcio ou à base de MTA à
dentina do canal radicular
”Lista de abreviações, siglas e símbolos
# – número
% - Por cento
+ - Mais ou menos
< – Menor
= – Igual
> – Maior
ANOVA – Analise de Variância
Ca(OH)2 - Hidróxido de cálcio
Ca++- Cálcio iônico
cm – Centímetro
EDTA – Ácido etilenodiaminotetracético
G – Grupo
ISO - International Organization for Standardization
L – Litro
mA – Miliampere
mg – Miligrama
ml – Mililitro
mm – Milímetro
MTA – Mineral trioxide aggregate ou agregado de trióxido mineral
N – Newtons
NaOCl - Hipoclorito de sódio
nm – Nanômetro
oC – Graus Celsius
p - Nível de significância
pH – Concentração de íons hidrogênio
ppm – Partes por milhão
PVC – Polyvinyl chloride ou cloreto de polivinil
Bier CAS. Análise do pH, da liberação de íons cálcio e da adesividade de cimentos endodônticos contendo hidróxido de cálcio ou à base de MTA [tese de doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2009.
Resumo:
endodônticos, sendo mantidos em estufa a 37oC e 95% de umidade relativa do ar por 48 hs. Em seguida, cada conjunto dentina/cimento endodôntico foi submetido ao teste push-out em uma máquina de ensaio mecânico e a tensão necessária para a remoção
do cimento medida em Mega Pascal (MPa). Após a coleta dos dados estes foram submetidos à análise estatística de Análise Variância e teste Tukey, com nível de 5% de significância. Os maiores valores de pH foram obtidos pelos G6, seguido por G2 e G5 após 2 horas (P<0,05). Das 6 horas até 24 horas os maiores valores de pH foram observados para os G5, G6 e G2. No período de 48 horas destacaram-se o G5 e G6 e dos 7 aos 28 dias os maiores valores de pH foram observados para o G2, G5 e G6. Maior liberação de Ca++ ocorreu para o G6 até o sétimo dia (P<0.05). Aos 14 dias destacou-se o G4. Com relação à adesividade as paredes do canal radicular, os cimentos resinosos Sealer 26 (G2), Acroseal (G3) e Epiphany (G4) apresentaram adesividade superior aos demais (P<0,05).
Bier CAS. Evaluation of pH, calcium ions release and bond strength of calcium hydroxide or MTA based root canal sealers [tese de doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2009.
Abstract:
at each time were statistically evaluated. After 2 hours the uppermost pH was found in the G6, followed by G2 and G5 (P<0,05). From 6 h till 24 h the highest value were observed in groups G5, G6 and G2. After 48 hours, the pH of groups G5 and G6 were stood out. Finally from the 7th to 28th days of evaluation G2, G5 and G6 presented the utmost pH. With regards to calcium ions release in beginning periods the G6 was statistical significantly from the other groups until the 7th day (P<0.05). At 14 day of evaluation G4 showed more calcium release. G2, G3 and G4 presented a significantly (P<0.01) greater bond strength compared with the other sealers. White MTA (G5) showed higher adhesiveness compared with Endo CPM Sealer (G6) and Sealapex (G1).
Introdução
A Endodontia tem como objetivo a prevenção, diagnóstico e tratamento das alterações patológicas da polpa e de suas repercussões no periápice 35. O tratamento endodôntico é considerado como uma série de etapas, sendo todas elas importantes para o sucesso final do mesmo. A obturação dos canais radiculares deve incluir o emprego de materiais obturadores que não interfiram e, de preferência, estimulem o processo de reparo apical e periapical.
Um material obturador ideal deve apresentar adequadas propriedades físico-químicas e biológicas. Dentre as propriedades biológicas dos cimentos endodônticos, a sua biocompatibilidade e potencial para indução de tecido mineralizado apical e periapical merecem destaque. Na busca de materiais que apresentem esta característica, a inclusão do hidróxido de cálcio na formulação de cimentos endodônticos tem sido realizada 3, 7, 26, 52 com objetivo de reunir em um cimento obturador as propriedades do hidróxido de cálcio com as propriedades físico-químicas necessárias a um bom material obturador de canal radicular 36.
com cães e macacos, sendo verificada formação do selamento biológico apical por tecido mineralizado após obturação de canal radicular.
No entanto a presença de hidróxido de cálcio no material obturador não garante boas propriedades biológicas. A atuação biológica do hidróxido de cálcio, presente na formulação do cimento endodôntico, depende da capacidade do material de liberar íons cálcio e hidroxila ao meio adjacente 50,57 podendo resultar em bom comportamento tecidual31. Schröder50 (1985)afirma que as diferenças na resposta dos tecidos aos vários cimentos contendo hidróxido de cálcio na fórmula estão ligadas a fatores como os índices de liberação dos íons hidroxila e cálcio e ainda, que outros componentes dos cimentos levando a diferentes reações químicas podem inativar o hidróxido de cálcio ou serem nocivos aos tecidos e interferir no processo de reparo.
maior a síntese de fibronectina. Alguns estudos in vitro avaliaram o pH e a liberação de cálcio de materiais obturadores contendo hidróxido de cálcio e demonstram que esses materiais apresentam diferentes comportamentos quando da liberação destes íons2,4,5,7-11,13,15, 16,25,33,38,44,46,48,52,53,56,57.
Outros cimentos endodônticos com o hidróxido de cálcio na composição foram desenvolvidos, como o Sealer 26 e, mais recentemente, o cimento Acroseal. Esses cimentos apresentam resina epóxica em sua composição, sendo derivados do cimento AH 26. Alguns estudos sobre pH e liberação de cálcio mostram que o cimento Sealer 26 promove menor alcalinização do meio e liberação de cálcio que outros cimentos que contêm hidróxido de cálcio 9 o que também é verificado para o cimento Acroseal 13.
O cimento Epiphany compõe o sistema Epiphany/Resilon. Segundo Teixeira et al.59 os cones Resilon substituem a guta-percha e apresentam adesão ao cimento e às paredes do canal radicular formando um monobloco. Esse cimento resinoso possui em sua fórmula além das resinas UDMA, PEGDMA, EBPADMA, BISGMA e metacrilatos o hidróxido de cálcio 63, sendo relatado bom comportamento
biológico37.
retrógrado, entre outras indicações. Holland et al. 28 (1999) sugeriram a utilização desse cimento na obturação do canal radicular. Sua composição básica é cimento Portland 4 cujos componentes principais são silicato tricálcico, silicato dicálcico, aluminato tricálcico, ferro aluminato tetracálcico e sulfato de cálcio hidratado. Possui um pH bastante alcalino 4, 8, 48 e seu mecanismo de ação é semelhante ao do hidróxido de cálcio 27, 30. Recentemente foi lançado o Cimento endodôntico Endo CPM Sealer à base de MTA. Sua formulação básica é a mesma do MTA, apresentando em sua composição sulfato de bário e cloreto de cálcio 17, 24. Estudo recente implantando este
material no tecido subcutâneo observou reação similar a do MTA Angelus 24.
Além de apresentar um bom comportamento biológico é necessário que um material obturador apresente propriedades físico-químicas adequadas. A obtenção de um adequado selamento, associado a uma correta limpeza e modelagem do canal radicular, é considerada chave para o sucesso da terapia endodôntica 48. Um selamento adequado não pode ser alcançado sem a utilização de um cimento endodôntico, porque a guta-percha não apresenta aderência às paredes dentinárias 18,
43.
Sealapex. Tagger et al. 58 estudando a adesão de alguns cimentos endodônticos verificaram que o cimento Sealapex não adere às paredes dentinárias.
Segundo Pécora et al. 45 (2001), adesão do cimento endodôntico significa sua capacidade de aderir à dentina e promover união entre os cones de guta-percha. A adesão desses materiais à dentina é importante para a manutenção da integridade do selamento da obturação do canal radicular 58. Além disso, a adesão do cimento endodôntico às paredes do canal radicular é importante para estabilização do selamento do canal radicular durante o preparo do canal protético 48.
Proposição
Determinação do pH e liberação de íons cálcio de cimentos endodônticos que contem hidróxido de cálcio ou à base de MTA
Determination of pH and calcium ion release of root canal sealers that contain calcium hydroxide or based on MTA.
Artigo que será submetido para publicação no periódico International
Determination of pH and calcium ion release of root canal sealers that contain calcium hydroxide or based on MTA.
Resumo:
Objetivo: Avaliar in vitro o pH e a liberação de íons cálcio de 6 cimentos endodônticos: Sealapex (G1), Sealer 26 (G2), Acroseal (G3), Epiphany (G4), MTA Branco (G5) e Endo CPM Sealer (G6).
Material e Método: Após a espatulação, os cimentos endodônticos (n=10) foram colocados em tubos com 10 mm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro. A seguir esses tubos foram imersos em um frasco contendo 10 ml de água ultra pura. As análises foram realizadas após os períodos de 2, 6, 12, 24 e 48 horas e 7, 14 e 28 dias, sendo os tubos removidos para frascos com nova solução a cada período. O pH avaliado por meio de pHmetro e a liberação de íons cálcio por espectrofotometria de absorção atômica.
estatisticamente e maior que o dos demais materiais. Com duas semanas de avaliação o grupo G4 apresentou diferença estatística dos demais.
Conclusão: MTA Branco, Endo CPM Sealer e o cimento Sealer 26 proporcionaram pH mais elevado e o cimento Endo CPM Sealer apresentou maior liberação de íons cálcio até 48 horas.
Abstract:
Aim: To evaluate in vitro the pH and calcium ion release provide by 6 endodontic filling materials: Sealapex (G1), Sealer 26 (G2), Acroseal (G3), Epiphany (G4), White MTA(G5), Endo CPM Sealer (G6).
Method: After manipulation, the sealers (n=10) were placed in tubes with 10 mm-long and 1.5mm in internal diameter and immediately immersed in a glass flask containing 10 ml of ultra pure water. At 2, 6, 12, 24 and 48 hr, and at 7, 14 and 28 days after mixing the tubes were moved to new flask with fresh solution and the water in which they were immersed was analyzed for pH with a pH meter and for released calcium by atomic absorption spectrophotometry. The data obtained were statistically evaluated.
G5, G6 and G2. After 48 hours, the pH of groups G5 and G6 were stood out. Finally from the 7th to 28th days of evaluation G2, G5 and G6 presented the utmost pH. With regards to calcium ions release in beginning periods the G6 was statistical significantly from the other groups (P<0,05) until 48 hrs. At 7 days there was not statistical difference between G3, G4 and G6 were statistically and with Two weeks G4 release more Ca++ than the other sealers.
Conclusion: MTA, Endo CPM Sealer and Sealer 26 presented a higher pH during the experiment while Endo CPM Sealer released more calcium ions in the beginning periods.
Introdução:
Do ponto de vista biológico, a resposta ideal após a conclusão do tratamento endodôntico é o selamento do forame apical pela formação de tecido mineralizado (Holland & Souza 1985). A indução do selamento biológico apical depende da execução das etapas do tratamento endodôntico segundo princípios biológicos. Nesse contexto, a obturação do canal radicular em um limite apical adequado utilizando materiais não irritantes é importante, uma vez que o cimento endodôntico estará em íntimo contato com o tecido apical e periapical (Leonardo et al. 1997; Silva et al. 1997b).
hidróxido de cálcio tem sido utilizado como um material de proteção pulpar, medicação intracanal, e também adicionado a alguns cimentos endodônticos (Duarte et al. 2004; Economides et al. 1999; Holland & Souza 1985; Lohbauer et al. 2005). O primeiro cimento endodôntico disponível comercialmente contendo este material foi o cimento Sealapex, o qual demonstrou excelentes propriedades biológicas (Holland e Souza 1985).
Os cimentos contendo hidróxido de cálcio em sua composição somente irão desempenhar sua ação biológica e microbiológica se ocorrer a liberação de íons cálcio e hidroxila (Estrela et al. 1995; Seux et al. 1991), podendo apresentar diferentes comportamentos biológicos (Holland et al. 2002; Leonardo et al. 1997; Silva et al. 1997a).
MTA. Com a adição de cloreto de cálcio a fórmula do MTA houve um aumento do tempo de presa e melhora na manipulação desse material (Bortoluzzi et al. 2006). Resultados histológicos de um estudo recente (Gomes-Filho et al. 2009) demonstram o bom comportamento biológico deste cimento.
A liberação de íons hidroxila e cálcio de cimentos endodônticos pode ser analisada segundo alguns métodos (Bortoluzzi et al. 2006; Duarte et al. 2000; Duarte et al. 2004; Duarte et al. 2003; Eldeniz et al. 2007; Santos et al. 2005; Silva et al. 1997b; Tagger et al. 1988) demonstrando diferenças nos resultados entre os diversos materiais (Eldeniz et al. 2007).
Novos materiais contendo hidróxido de cálcio, óxido de cálcio ou à base de MTA necessitam de avaliação quanto as suas propriedades químicas. Deste modo, o objetivo deste estudo foi avaliar, in vitro, a liberação de íons cálcio e hidroxila de cimentos endodônticos que contêm em sua fórmula hidróxido de cálcio, óxido de cálcio ou à base de MTA.
Materiais e Métodos:
Os materiais utilizados no presente estudo bem como sua composição estão apresentados na tabela 1.
com auxílio de seringa plástica de 3ml munida de agulha 1,2 x 40 ((Benton, Dickinson and Company, Juiz de Fora, MG, Brasil). Após o preenchimento, ambas as extremidades do tubo foram limpas e os mesmos foram radiografados para avaliação do preenchimento. Em seguida, foram mergulhados em frascos plásticos contendo 10 ml de água ultra pura (Purelab UQH, Elga Labwater, Cotia, São Paulo, Brasil) cujo pH foi aferido previamente (6,5). Os frascos foram fechados e mantidos em uma estufa a 37oC. Depois de 2 horas de imersão, os tubos foram cuidadosamente removidos e colocados em novos frascos com uma igual quantidade de água ultra pura nova. Esse procedimento foi repetido às 6, 12, 24 e 48 horas e aos 7, 14 e 28 dias.
A mesma solução armazenada em cada frasco foi utilizada para determinar o pH e a liberação de cálcio. O pH da solução foi determinado com o pHmetro Ultrabasic (Denver Instrument Company, Arvada, Colorado, EUA). Esse aparelho foi calibrado previamente com soluções tampões com os pH de 4, 7 e 10. Esses tampões foram também utilizados para verificar a calibragem do aparelho durante todo o experimento. A temperatura da sala em que foram feitas as medições foi mantida em 25 oC por meio de ar condicionado.
(ppm) foram utilizadas para criar uma curva padrão de cálcio com a qual os resultados foram comparados.
O espectrofotômetro de absorção atômica Perkin-Elmer Analyst 100 (Perkin-Elmer Inc., Norwalk, CT, USA) conectado a um computador foi utilizado para as avaliações dos íons cálcio liberados na solução. A amostra foi aspirada para uma câmara onde após ser misturada com acetileno (combustível) e com o oxidante (óxido nitroso) ela foi queimada. Uma lâmpada de cátodo oco, específica para os íons cálcio (comprimento de onda 422,7 nm e comprimento de fenda de 0,7 nm operando a 20 mA) atravessando a flama quantificou a liberação de íons cálcio.
Após cada mensuração, que foi feita em triplicata, a média e desvio padrão do pH e liberação de cálcio de cada material em cada período experimental foi calculado. Esses dados foram estatisticamente analisados usando o teste Analise de Variância a dois critérios para comparação dos materiais em cada tempo experimental. Como complemento, comparações individuais foram realizadas pelo teste de Tukey (P=0,05).
Resultados:
Todos os materiais alcalinizaram o meio em que se encontravam em todos os períodos experimentais. Na primeira etapa de avaliação, o pH mais elevado foi encontrado com o cimento Endo CPM Sealer (P<0,01) seguido em ordem decrescente pelo cimento MTA Branco e Sealer 26, Epiphany, Acroseal e Sealapex. Nos outros períodos curtos de avaliação (até 24 horas) os resultados dos cimentos Endo CPM Sealer, MTA Branco e Sealer 26 foram iguais estatisticamente (P>0,05) e maiores que os demais. Passadas 48 horas, os cimentos MTA Branco e Endo CPM Sealer liberaram mais íons hidroxila que os demais cimentos (P<0,05) os quais eram iguais estatisticamente semelhantes. Após uma semana, o pH das soluções em que os cimentos estavam imersos foi superior significantemente para os cimentos Endo CPM Sealer, MTA Branco e Sealer 26 (P<0,05). Finalmente, nos últimos períodos de análise, o pH dos cimentos Endo CPM Sealer e Sealer 26 foi estatisticamente superior aos outros cimentos (P<0,01).
Aos 14 dias, o cimento Acroseal não mostrou mais liberação de cálcio enquanto que o cimento Epiphany mostrou a maior liberação de cálcio, diferindo estatisticamente dos demais cimentos (P<0,05), seguida do cimento Sealer 26.
Discussão:
De acordo com (Seux et al. 1991), o pH alcalino e a liberação de íons cálcio proporcionados pelo hidróxido de cálcio participam do seu mecanismo de atuação na reparação dos tecidos apicais e periapicais. Ainda, microbiologicamente, o cálcio reage com o dióxido de carbono interferindo na respiração celular de bactérias anaeróbias (Kontakiotis et al., 1995; Estrela et al., 1995)
de liberação de íons hidroxila de materiais industrializados verificaram que a dimensão do produto não alterou os resultados dos materiais que tomam presa.
Muitas soluções têm sido utilizadas para a imersão dos materiais: água bidestilada (Eldeniz et al. 2007; Tagger et al. 1988), água destilada (Silva et al. 1997b), água deionizada (Bortoluzzi et al. 2006; Duarte et al. 2000; Duarte et al. 2004; Duarte et al. 2003; Duarte et al. 2007; Santos et al. 2005). A solução utilizada no presente estudo foi a água ultra pura – produzida por osmose reversa seguida de destilação – que possui o grau 2 de pureza e é o soluto indicado para a análise com espectrofotometria de absorção atômica (ISO 3696, 1987). O pH dessa solução foi aferido antes da imersão dos cimentos endodônticos (6,5). A diferença encontrada posteriormente foi devido à liberação de íons hidroxila na solução.
Santos et al. 2005) e tem por finalidade avaliar se a liberação dos íons ainda está ocorrendo nos intervalos entre os períodos analisados.
A presença de hidróxido de cálcio na composição do cimento endodôntico não assegura que ele irá se tornar livre como íons cálcio e hidroxila (Tagger et al. 1988). Após a presa do material, pode não ocorrer a liberação dos íons (Silva et al. 1997b) ou mesmo o hidróxido de cálcio pode ser inativado por outros componentes do cimento endodôntico (Schroder 1985; Tagger et al. 1988).
Os resultados do pH mostraram que todos os materiais têm a capacidade de alcalinizar o meio, principalmente nos períodos iniciais. Em quase todos os períodos experimentais, o pH dos cimentos MTA Branco, Sealer 26 e Endo CPM Sealer foi superior ao dos demais. Em estudos prévios, o Sealapex apresentou pH e liberação de cálcio maiores que o do Sealer 26 (Duarte et al. 2000; Silva et al. 1997b) e que do Acroseal (Eldeniz et al. 2007). No presente experimento não foi observada diferença estatística em relação a estes cimentos. Recentemente, a fórmula do Sealapex foi modificada (Leonardo et al. 2007; Tanomaru-Filho et al. 2008) pela troca de seu radiopacificador, sendo que o sulfato de bário foi substituído por óxido de bismuto. Essa mudança aumentou a radiopacidade deste material obturador (Leonardo et al. 2007; Tanomaru-Filho et al. 2008) podendo induzir modificações no seu comportamento biológico (Leonardo et al. 2007). Dessa maneira, a adição do óxido de bismuto na composição do Sealapex alterou a liberação do hidróxido de cálcio, e pode explicar os resultados desse material, com resultados inferiores ao Sealer 26 e materiais à base de MTA.
Com relação à liberação de íons cálcio o cimento Endo CPM Sealer apresentou maior liberação, especialmente nos períodos iniciais. (Mizuno & Banzai 2008) afirmaram que os íons cálcio liberados pelo hidróxido de cálcio estimulam a síntese de fibronectina e que este fenômeno é dose dependente, isto é, quanto maior a quantidade de íons cálcio liberados, maior a síntese de fibronectina.
Os resultados deste estudo demonstraram que os cimentos endodônticos que contem hidróxido de cálcio ou óxido de cálcio em sua composição apresentaram diferentes comportamentos quando da liberação de íons cálcio e hidroxila. Os cimentos Sealer 26 e Endo CPM Sealer apresentaram os maiores valores de pH durante praticamente todo o experimento sendo que o último apresentou também a maior liberação de cálcio nos períodos iniciais. Estes resultados explicam os resultados histológicos de Gomes-Filho et al. (2009) onde o Endo CPM Sealer apresentou um bom comportamento biológico. Já o cimento Sealapex, apesar de liberar íons cálcio e hidroxila, não apresentou o mesmo desempenho de estudos anteriores (Tagger et al., 1988; Duarte et al., 2000; Silva et al., 1997) o que responde em parte ao pobre desempenho histológico deste material no estudo de Leonardo et al. (2007).
Agradecimentos: Os autores gostariam de agradecer Prof. Dr. Julio César Rocha e ao técnico
Ademir dos Santos do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista – Unesp, pela
Referências:
Bortoluzzi EA, Juarez Broon N, Duarte MAH, Demarchi ACO, Bramante CM (2006) The use of a setting accelerator and its effect on pH and calcium ion release of mineral trioxide aggregate and white Portland cement. Journal of Endodontics
32(12), 1194-1197.
Donnelly A, Sword J, Nishitani Y, Yoshiyama M, Agee K, Tay FR, Pashley DH (2007) Water Sorption and Solubility of Methacrylate Resin-based Root Canal Sealers. Journal of Endodontics 33(8), 990-994.
Duarte MAH, Demarchi ACO, Giaxa MH, Kuga MC, Fraga SC, Souza LC (2000) Evaluation of pH and calcium ion release of three root canal sealers. Journal of Endodontics 26(7), 389-390.
Duarte MAH, Demarchi ACO, Moraes IG (2004) Determination of pH and calcium ion release provided by pure and calcium hydroxide-containing AHPlus. International Endodontic Journal 37(1), 42-45.
Duarte MAH, Demarchi ACO, Yamashita JC, Kuga MC, Fraga SC (2003) pH and calcium ion release of 2 root-end filling materials. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology and Endodontics 95(3), 345-347. Duarte MAH, Martins CS, Demarchi ACO, Godoy LF, Kuga MC, Yamashita JC
(2007) Calcium and hydroxide release from different pulp-capping materials. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology and
Endodontics 104(1), e66-69.
Economides N, Koulaouzidou EA, Beltes P, Kortsaris AH (1999) In vitro release of hydroxyl ions from calcium hydroxide gutta-percha points. Journal of Endodontics 25(7), 481-482.
Eldeniz AU, Erdemir A, Kurtoglu F, Esener T (2007) Evaluation of pH and calcium ion release of Acroseal sealer in comparison with Apexit and Sealapex sealers. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology, and Endodontics 103(3).
Estrela C, Sydney GB, Bammann LL, Felippe Junior O (1995) Mechanism of action of calcium and hydroxyl ions of calcium hydroxide on tissue and bacteria. Brazilian Dental Journal 6(2), 85-90.
Ford TR, Torabinejad M, Abedi HR, Bakland LK, Kariyawasam SP (1996) Using mineral trioxide aggregate as a pulp-capping material. Journal of American Dental Association 127(10), 1491-1494.
Gomes-Filho JE, Watanabe S, Bernabe PF, Costa MTM (2009) A mineral trioxide aggregate sealer stimulated mineralization. Journal of Endodontics 35(2),
256-260.
Holland R, Souza V (1985) Ability of a new calcium hydroxide root canal filling material to induce hard tissue formation. Journal of Endodontics 11(12), 535-543.
implantation of calcium hydroxide-containing sealers. Journal of Endodontics
28(3), 173-176.
Holland R, Souza V, Nery MJ, Otoboni Filho JA, Bernabe PF, Dezan Junior E (1999) Reaction of dogs' teeth to root canal filling with mineral trioxide aggregate or a glass ionomer sealer. Journal of Endodontics 25(11), 728-730.
International Organization for Standardization, Geneva: ISO, (1987) Water for analytical laboratory use - Specification and test methods. Geneva. Kontakiotis G, Nakou M, Georgopoulou M (1995) In vitro study of the indirect
action of calcium hydroxide on the anaerobic flora of the root canal. International Endodontic Journal 28(6), 285-289.
Lee SJ, Monsef M, Torabinejad M (1993) Sealing ability of a mineral trioxide aggregate for repair of lateral root perforations. Journal of Endodontics
19(11), 541-544.
Leonardo MR, Barnett F, Debelian GJ, Lima RKP, Silva LAB (2007) Root canal adhesive filling in dogs' teeth with or without coronal restoration: a histopathological evaluation. Journal of Endodontics 33(11), 1299-1303. Leonardo MR, Silva LA, Utrilla LS, Assed S, Ether SS (1997) Calcium hydroxide
root canal sealers--histopathologic evaluation of apical and periapical repair after endodontic treatment. Journal of Endodontics 23(7), 428-432.
Lohbauer U, Gambarini G, Ebert J, Dasch W, Petschelt A (2005) Calcium release and pH-characteristics of calcium hydroxide plus points. International Endodontic Journal 38(10), 683-689.
Mizuno M, Banzai Y (2008) Calcium ion release from calcium hydroxide stimulated fibronectin gene expression in dental pulp cells and the differentiation of dental pulp cells to mineralized tissue forming cells by fibronectin. International Endodontic Journal 41(11), 933-938.
Murray PE, Lumley PJ, Smith AJ, Ross HF (2000) The influence of sample dimensions on hydroxyl ion release from calcium hydroxide products. Endodontic and Dental Traumatology 16(6), 251-257.
Santos AD, Moraes JC, Araujo EB, Yukimitu K, Valerio Filho WV (2005) Physico-chemical properties of MTA and a novel experimental cement. International Endodontic Journal 38(7), 443-447.
Schroder U (1985) Effects of calcium hydroxide-containing pulp-capping agents on pulp cell migration, proliferation, and differentiation. Journal of Dental Research 64 Spec No, 541-548.
Seux D, Couble ML, Hartmann DJ, Gauthier JP, Magloire H (1991) Odontoblast-like cytodifferentiation of human dental pulp cells in vitro in the presence of a calcium hydroxide-containing cement. Archives of Oral Biology 36(2), 117-128.
Silva LAB, Leonardo MR, Faccioli LH, Figueiredo F (1997a) Inflammatory response to calcium hydroxide based root canal sealers. Journal of Endodontics 23(2),
Silva LAB, Leonardo MR, Silva RS, Assed S, Guimaraes LF (1997b) Calcium hydroxide root canal sealers: evaluation of pH, calcium ion concentration and conductivity. International Endodontic Journal 30(3), 205-209.
Tagger M, Tagger E, Kfir A (1988) Release of calcium and hydroxyl ions from set endodontic sealers containing calcium hydroxide. Journal of Endodontics
14(12), 588-591.
Tanomaru-Filho M, Jorge EG, Tanomaru JM, Goncalves M (2008) Evaluation of the radiopacity of calcium hydroxide- and glass-ionomer-based root canal sealers. International Endodontic Journal 41(1), 50-53.
Torabinejad M, Watson TF, Pitt Ford TR (1993) Sealing ability of a mineral trioxide aggregate when used as a root end filling material. Journal of Endodontics
19(12), 591-595.
Tabela 1 – materiais testados, composição e procedência
Material Composição Fabricante
Acroseal Pasta Base:
Ácido glicirrético 2 g; Metenamina 25 g; Excipiente radiopaco q.s.p. 100g
Pasta Catalizadora:
Hidróxido de cálcio 28 g; Diglicidileter de bisfenol A 17 g; Excipiente radiopaco q.s.p. 100g
Specialités-Septodont, Saint Maur-des-Fossés,
Cedex, França
Endo CPM Sealer
Agregado de trióxido mineral:
Dióxido de Silício; Carbonato de Cálcio; Trióxido de Bismuto; Sulfato de Bário; Alginato de
Propilenoglicol; Propilenoglicol; Citrato de Sódio; Cloreto de Cálcio; Ingredientes ativos.
Lab. Egeo S.R.L. under the license of MTM Argentina S.A., Buenos Aires, Argentina
Epiphany Resinas UDMA, PEGDMA, EBPADMA, BISGMA e metacrilatos, vidros, barioborosilicato tratado com silano, sulfato de bário, sílica, hidróxido de cálcio, oxicloreto de bismuto com aminas, peróxidos, iniciador de fotopolimerização, estabilizadores e pigmentos
Pentron Clinical Technologies, LLC., Wallingford, CT, EUA
MTA Branco Dióxido de silício, óxido de Potássio, alumina, óxido de sódio, óxido de ferro, trióxido de enxofre, óxido de cálcio, óxido de bismuto, óxido de magnésio e resíduos insolúveis (sílica cristalina, óxido de cálcio e sulfato de potássio e sódio).
Angelus, Soluções em Odontologia, Londrina, PR, Brasil
Sealapex Óxido de cálcio 20,0%; Óxido de zinco 2,5%;
Trióxido de bismuto 29,0%; Partículas de silício 3,0%; Dióxido de titânio 2,0%; Estearato de zinco 1,0%; Fosfato tricálcico 3,0%; Salicilato de
isobutila+Salicilato de metileno de metila+ Pigmento 39%
SybronEndo, Orange, CA, EUA
Sealer 26 Pó :
Trióxido de bismuto; Hidróxido de cálcio; Hexametileno tetramina; Dióxido de titânio Resina: Epóxi bisfenol
!"#$ % &! % & % '( % ) * % +' % ,-+
./., ./.0, ./., ./.,1 ./.0 ./. '
./.0 ./.'0 ./.'0 ./.0 ./. ' ./.'
./., . /.0 ./. , ./., ./. ' . /.'0
. /.0 . /.' ./.0 . /.0 ./.' . /.'
./.0 ./.0 ./.0 ./.0 ./.' ./.'
./. 0 ./.' ./.0, ./., ./.' ./.'
. /.0, ./.' . /.0, ./., ./. '0 ./.'
./., ./.' ./., ./., ./.0 ./.'
Letras diferentes significam diferença estatisticamente significante (teste Tukey P<0,05).
(2(34567$ % &! % & % '( % ) * % +' % ,-+
./., . /. 0, ./., ./.0, ./.0 ./.'
./.0, ./.0 ./., ./. 0 ./.0 ./.'
./. 0 . /.0 ./.0 ./., ./.0 . /. '
./. , ./.1 ./., ./.0 ./.1 ./.'
./.1 ./., ./. , ./.1 ./.0 ./.'
./. , ./., ./.1 ./.' ./.0 ./. '
./., ./., ./.1 ./.' ./., . /. 0
. /., ./.0 ./.1 ./., ./. 0, ./.'
Figura 1 – valores do pH em função do tempo
Figura 2 – valores da liberação de íons cálcio em função do tempo
0 2 4 6 8 10 12
2 h 6 h 12 h 24 h 48 h 7 d 14 d 28 d
Variação do pH em função do tempo
Sealer 26 Endo CPM Sealer White MTA Acroseal Sealapex Ephiphany 0 50 100 150 200 250 300 350
2 h 6 h 12 h 24 h 48 h 7 d 14 d 28 d
Liberação de íons cálcio em função do tempo
Resistência de união de cimentos contendo hidróxido de cálcio, óxido de cálcio ou à base de MTA à dentina do canal radicular
Push-Out bond strength of root canal sealers that contain calcium hydroxide, calcium oxide or MTA to root canal dentin
Push-Out bond strength of root canal sealers that contain calcium hydroxide, calcium oxide or MTA to root canal dentin
Resumo:
Conclusão: A adesividade às paredes dentinárias dos cimentos endodônticos à base de resina epóxica ou metacrilatos foi superior a do MTA Branco e esta foi superior à dos cimentos Endo CPM Sealer e Sealapex.
Abstract:
Introdução:
A obturação do canal radicular visa à prevenção da infiltração marginal e obtenção de selamento do sistema de canais radiculares (1). Em 1967, Schilder (2) afirmou que um dos pontos mais importantes do tratamento endodôntico é a obturação tridimensional do canal radicular, após sua limpeza e modelagem.
A obturação do canal radicular é usualmente realizada com cones de guta-percha e um cimento endodôntico. Como o primeiro não apresenta adesividade (3), o uso de um cimento endodôntico é necessário para obtenção de selamento adequado (3, 4). Desta forma, tem sido intensa a busca de materiais obturadores que apresentem adesão à estrutura dental (4-20). Grossman (21) em 1976 foi o primeiro a afirmar que a adesão dos cimentos endodônticos é uma propriedade muito desejada.
A adesão dos cimentos à base de hidróxido de cálcio, especialmente do cimento Sealapex, é considerada baixa (4, 24, 25). Tagger et al. (4) estudando a adesão de alguns materiais quantificou a adesão desse material como nula. Por sua vez, cimentos endodônticos resinosos têm mostrado adequada adesividade ((4, 26, 27)).
Outros cimentos endodônticos recentemente lançados abrem novas perspectivas no campo desse grupo de materiais obturadores. O cimento Acroseal, tem sua composição muito semelhante a do Sealer 26, porém sua apresentação comercial é na forma de duas pastas. Uma nova formulação de um material à base do MTA é o cimento Endo-CPM-Sealer (CPM Sealer; EGEO S.R.L., Buenos Aires, Argentina). Esse material foi criado para ser utilizado na obturação dos canais radiculares. Sua composição química é semelhante a do MTA, mas com a adição de carbonato de cálcio e cloreto de cálcio.
Os cimentos contendo hidróxido de cálcio ou óxido de cálcio na composição buscam aliar o bom comportamento biológico do hidróxido de cálcio com boas propriedades físicas, químicas e mecânicas de um bom material selador. Deste modo, o propósito desse estudo in vitro foi comparar a resistência de união de cimentos endodônticos contendo hidróxido de cálcio ou agregado de trióxido mineral à dentina radicular utilizando o teste push-out.
Os materiais usados no presente estudo e sua composição estão listados na tabela 1.
Um total de 28 dentes uniradiculares recém-extraídos foram utilizados neste estudo. Todos esses dentes foram armazenados de acordo com a ISO/TS 11405 (28), que é usada para determinar a adesão dos materiais dentários à estrutura dentária. Após a desinfecção pela imersão em solução de hipoclorito de sódio (NaOCl) a 2,5% durante duas horas, os dentes foram armazenados em água destilada e congelados até o momento de uso. Antes da dilatação do canal radicular, a coroa foi removida na junção amelo-cementária com o auxílio de uma broca carbide em alta rotação sob refrigeração de um spray de água. O comprimento de trabalho foi estabelecido introduzindo-se uma lima tipo K # 15 (Dentsply Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil) até o final do canal radicular e subtraindo-se 1 mm. O canal radicular foi padronizado com brocas Gates Glidden #1, #2, e #3 e brocas de largo #1, #3 e #5 (ISO 150). Durante o alargamento, o canal foi irrigado com NaOCl a 2,5%. Uma irrigação final com ácido etileno diamino tetra acético (EDTA) a 17% durante 5 minutos, seguida de uma irrigação final com soro fisiológico, foi feita para a remoção da smear layer.
também marcada com um número de cervical para apical. O disco número 1 era o mais coronário e o número 5 o mais apical. Após uma nova irrigação com EDTA a 17%, para remover a smear layer, os discos foram randomicamente divididos para cada um dos 6 grupos experimentais (n=15). Cada grupo de discos de dentina foi preenchido pelo cimento endodôntico correspondente espatulado de acordo com as instruções do fabricante. No grupo 4 (Epiphany), após a aplicação do primer, o cimento foi inserido e fotopolimerizado por 40 segundos. Após o término da obturação, todas as amostras foram armazenadas em um ambiente úmido a 37OC por
al. (14) para determinar a resistência de união, expressa em mega pascal (MPa), foi aplicada nesse estudo. Para esse cálculo foi feito a divisão da força em Newtons (N) pela área da superfície do canal radicular. A análise estatística foi realizada utilizando-se a análise de variância a um critério e o teste Tukey, com significância estabelecida em 5%.
Resultados:
A figura 1 demonstra os resultados obtidos no teste de adesão para os seis cimentos endodônticos estudados. A análise estatística revelou diferenças significantes (p<0.01) entre eles, o que permitiu o seu ranqueamento em um valor decrescente de resistência de união: G2, G3 e G4 apresentaram a maior resistência adesiva sem diferenças estatísticas entre eles (p<0,05). Esses foram seguidos pelo cimento G5 e os piores resultados foram encontrados nos grupos G1 e G6.
Discussão:
A resistência de união tem sido estudada colocando-se o cimento aderido a uma superfície plana da coroa dental (4, 8), ou por meio do teste push-out (14, 15, 17, 18, 20, 23, 26, 27, 29, 30). A utilização de discos de dentina apresenta vantagens uma vez que o cimento endodôntico é colocado em contato com a dentina no interior do canal radicular de uma maneira similar às condições clínicas (27).
material obturador, sendo submetido a uma tensão monitorada até que ocorra a desunião. Alguns estudos utilizam um cone sólido (guta-percha ou Resilon) em conjunto com o cimento endodôntico (15, 19, 20, 23, 29). No presente estudo o canal radicular foi preenchido somente com o material testado. O uso de cones na obturação pode afetar a resistência de união dos cimentos endodônticos (17, 20). De acordo com Jainaen et al. (17) a resistência de união é muito maior quando todo canal é obturado com cimento. Esse protocolo foi utilizado também por outros autores (26, 27, 30). Finalmente, uma última diferença é o tempo em que as fatias foram realizadas. Vários estudos realizaram a obturação dos canais radiculares, seguida da secção em fatias (14, 15, 19, 23, 29). A secção com o material obturador no canal radicular pode promover o deslocamento do material obturador afetando sua resistência de união (23).
Os resultados indicam que os cimentos resinosos que contêm hidróxido de cálcio em sua fórmula apresentam uma melhor adesividade às paredes dentinárias do que os cimentos à base de MTA e Sealapex. O Sealapex tem demonstrado fraca adesão à dentina (4, 24, 25).
de cálcio apresenta tempo de presa acelerado e necessita de uma menor quantidade de água para a sua espatulação. O acréscimo de cloreto de cálcio ao MTA não afeta a propriedade seladora do MTA (31). No entanto o Endo CPM Sealer apresenta em sua composição também outros componentes como carbonato de cálcio, sulfato de bário e citrato de sódio além de veículos como alginato de propilenoglicol e o propilenoglicol. Alguns desses componentes podem afetar a propriedade de adesão, tornando-a menor que a encontrada para o MTA original, como indicam os nossos resultados.
A propriedade de adesão tem sido observada para o cimento Epiphany sendo semelhante a outros cimentos endodônticos resinosos (19, 23, 33). Também deve ser destacada a adesão superior dos cimentos resinosos e a fraca capacidade adesiva do cimento Sealapex (4, 24, 25). O cimento Acroseal apresenta sua fórmula muito semelhante a do Sealer 26 (34), sendo manipulado na forma de duas pastas. A adesividade do cimento Acroseal às paredes do canal radicular foi semelhante à dos cimentos Epiphany e Sealer 26.
presente estudo para este cimento, são semelhantes aos de Barbizam et al. (26) que utilizou metodologia semelhante.
Tabela 1 – materiais testados, composição e procedência
Material Composição Fabricante
Acroseal Pasta Base:
Ácido glicirrético 2 g; Metenamina 25 g; Excipiente radiopaco q.s.p. 100g
Pasta Catalizadora:
Hidróxido de cálcio 28 g; Diglicidileter de bisfenol A 17 g; Excipiente radiopaco q.s.p. 100g
Specialités-Septodont, Saint Maur-des-Fossés,
Cedex, França
Endo CPM Sealer
Agregado de trióxido mineral:
Dióxido de Silício; Carbonato de Cálcio; Trióxido de Bismuto; Sulfato de Bário; Alginato de
Propilenoglicol; Propilenoglicol; Citrato de Sódio; Cloreto de Cálcio; Ingredientes ativos.
Lab. Egeo S.R.L. under the license of MTM Argentina S.A., Buenos Aires, Argentina
Epiphany Resinas UDMA, PEGDMA, EBPADMA, BISGMA e metacrilatos, vidros, barioborosilicato tratado com silano, sulfato de bário, sílica, hidróxido de cálcio, oxicloreto de bismuto com aminas, peróxidos, iniciador de fotopolimerização, estabilizadores e pigmentos
Pentron Clinical Technologies, LLC., Wallingford, CT, EUA
MTA Branco Dióxido de silício, óxido de Potássio, alumina, óxido de sódio, óxido de ferro, trióxido de enxofre, óxido de cálcio, óxido de bismuto, óxido de magnésio e resíduos insolúveis (sílica cristalina, óxido de cálcio e sulfato de potássio e sódio).
Angelus, Soluções em Odontologia, Londrina, PR, Brasil
Sealapex Óxido de cálcio 20,0%; Óxido de zinco 2,5%;
Trióxido de bismuto 29,0%; Partículas de silício 3,0%; Dióxido de titânio 2,0%; Estearato de zinco 1,0%; Fosfato tricálcico 3,0%; Salicilato de
isobutila+Salicilato de metileno de metila+ Pigmento 39%
SybronEndo, Orange, CA, EUA
Sealer 26 Pó :
Trióxido de bismuto; Hidróxido de cálcio; Hexametileno tetramina; Dióxido de titânio Resina: Epóxi bisfenol
Fig. 1 – Resistência de união dos cimentos endodônticos a dentina radicular. Letras diferentes significam diferença estatisticamente significante.
$ ,
$ '
$
' $
'
$ 0
$ ,
$
$
$
$
$ $
&! & '( ) * 8 9+' ),-+
&
+ &1
Referências:
1. Gutmann JL, Witherspoon DE. Obturation of the Cleaned and Shaped Root Canal System. In: S. C, C. BR, editors. Pathways of the Pulp. 7th edn ed. St. Louis: Mosby; 1998. p. 258–360.
2. Schilder H. Filling root canals in three dimensions. Dental Clinics of North America 1967:723.
3. Orstavik D, Eriksen HM, Beyer-Olsen EM. Adhesive properties and leakage of root canal sealers in vitro. Int Endod J 1983;16(2):59-63.
4. Tagger M, Tagger E, Tjan AH, Bakland LK. Measurement of adhesion of endodontic sealers to dentin. J Endod 2002;28(5):351-354.
5. Pecora JD, Cussioli AL, Guerisoli DM, Marchesan MA, Sousa-Neto MD, Brugnera Junior A. Evaluation of Er:YAG laser and EDTAC on dentin adhesion of six endodontic sealers. Braz Dent J 2001;12(1):27-30.
6. Gogos C, Stavrianos C, Kolokouris I, Papadoyannis I, Economides N. Shear bond strength of AH-26 root canal sealer to dentine using three dentine bonding agents. J Dent 2003;31(5):321-326.
7. Najar AL, Saquy PC, Vansan LP, Sousa-Neto MD. Adhesion of a glass-ionomer root canal sealer to human dentine. Aust Endod J 2003;29(1):20-22.
8. Picoli F, Brugnera-Junior A, Saquy PC, Guerisoli DMZ, Pecora JD. Effect of Er:YAG laser and EDTAC on the adhesiveness to dentine of different sealers containing calcium hydroxide. International Endodontic Journal 2003;36(7):472. 9. Saleh IM, Ruyter IE, Haapasalo MP, Orstavik D. Adhesion of endodontic sealers: scanning electron microscopy and energy dispersive spectroscopy. J Endod 2003;29(9):595-601.
10. Tagger M, Greenberg B, Sela G. Interaction between sealers and gutta-percha cones. J Endod 2003;29(12):835-837.
11. Gogos C, Economides N, Stavrianos C, Kolokouris I, Kokorikos I. Adhesion of a new methacrylate resin-based sealer to human dentin. J Endod 2004;30(4):238-240.
12. Teixeira FB, Teixeira EC, Thompson J, Leinfelder KF, Trope M. Dentinal bonding reaches the root canal system. J Esthet Restor Dent 2004;16(6):348-354; discussion 354.
13. Eldeniz AU, Erdemir A, Belli S. Shear bond strength of three resin based sealers to dentin with and without the smear layer. Journal of Endodontics 2005;31(4):293.
14. Skidmore LJ, Berzins DW, Bahcall JK. An in vitro comparison of the intraradicular dentin bond strength of Resilon and gutta-percha. J Endod 2006;32(10):963-966.
16. Williams C, Loushine RJ, Weller RN, Pashley DH, Tay FR. A comparison of cohesive strength and stiffness of Resilon and gutta-percha. J Endod 2006;32(6):553-555.
17. Jainaen A, Palamara JEA, Messer HH. Push-out bond strengths of the dentine-sealer interface with and without a main cone. International Endodontic Journal 2007;40(11):882.
18. Nagas E, Cehreli ZC, Durmaz V, Vallittu PK, Lassila LVJ. Regional Push-out Bond Strength and Coronal Microleakage of Resilon after Different Light-curing Methods. Journal of Endodontics 2007;33(12):1464.
19. Sly MM, Moore BK, Platt JA, Brown CE. Push-out bond strength of a new endodontic obturation system (Resilon/Epiphany). J Endod 2007;33(2):160-162. 20. Ureyen Kaya B, Kececi AD, Orhan H, Belli S. Micropush-out bond strengths of gutta-percha versus thermoplastic synthetic polymer-based systems - an ex vivo study. Int Endod J 2008;43(3):211-218.
21. Grossman LI. Physical properties of root canal cements. Journal of Endodontics 1976;2(6):166.
22. Anusavice KJ. Phillips’ Science of Dental Materials, In: Co WBS, editor. 10th edn. ed. Philadelphia, PA, USA. ; 1996.
23. Gesi A, Raffaelli O, Goracci C, Pashley DH, Tay FR, Ferrari M. Interfacial strength of Resilon and gutta-percha to intraradicular dentin. J Endod 2005;31(11):809-813.
24. Fidel RA, Sousa Neto MD, Spano JC, Barbin EL, Pecora JD. Adhesion of calcium hydroxide-containing root canal sealers. Braz Dent J 1994;5(1):53-57.
25. Lee KW, Williams MC, Camps JJ, Pashley DH. Adhesion of endodontic sealers to dentin and gutta-percha. J Endod 2002;28(10):684-688.
26. Barbizam JV, Trope M, Teixeira EC, Tanomaru-Filho M, Teixeira FB. Effect of calcium hydroxide intracanal dressing on the bond strength of a resin-based endodontic sealer. Braz Dent J 2008;19(3):224-227.
27. Sousa-Neto MD, Silva Coelho FI, Marchesan MA, Alfredo E, Silva-Sousa YT. Ex vivo study of the adhesion of an epoxy-based sealer to human dentine submitted to irradiation with Er : YAG and Nd : YAG lasers. Int Endod J 2005;38(12):866-870.
28. International Organization for Standardization, ISO/TS 11405, Geneva: ISO. Dental materials - Testing of adhesion to tooth structure. 2003.
29. Fisher MA, Berzins DW, Bahcall JK. An in vitro comparison of bond strength of various obturation materials to root canal dentin using a push-out test design. J Endod 2007;33(7):856-858.
30. Nunes VH, Silva RG, Alfredo E, Sousa-Neto MD, Silva-Sousa YT. Adhesion of Epiphany and AH Plus sealers to human root dentin treated with different solutions. Braz Dent J 2008;19(1):46-50.
mineral trioxide aggregate and white Portland cement. J Endod 2006;32(12):1194-1197.
32. Bier CAS, Tanomaru-Filho M, Tanomaru JMG, Becker AB, Duarte MAH. Analisys of pH and calcium ion release of calcium hydroxide and Mineral Trioxide Aggregate based root canal sealers. International Endodontic Journal 2009;in progress.
33. Tay FR, Hiraishi N, Pashley DH, Loushine RJ, Weller RN, Gillespie WT, et al. Bondability of Resilon to a methacrylate-based root canal sealer. J Endod 2006;32(2):133-137.
34. Eldeniz AU, Erdemir A, Kurtoglu F, Esener T. Evaluation of pH and calcium ion release of Acroseal sealer in comparison with Apexit and Sealapex sealers. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, Oral Radiology, and Endodontics 2007;103(3).
35. Wachlarowicz AJ, Joyce AP, Roberts S, Pashley DH. Effect of endodontic irrigants on the shear bond strength of epiphany sealer to dentin. J Endod 2007;33(2):152-155.
Considerações finais
Na busca do obturador ideal, cimentos contendo hidróxido de cálcio ou à base de MTA são propostos visando aprimorar suas propriedades biológicas associado à adequadas características físicas, químicas e mecânicas 36. O adequado selamento
proporcionado por um material obturador que não agrida e preferentemente estimule a reparação pós tratamento endodôntico são considerados fatores importantes para o sucesso da terapia endodôntica.
Nesse contexto o estudo da liberação de íons cálcio e hidroxila e da adesividade de cimentos endodônticos que contenham hidróxido de cálcio ou óxido de cálcio na sua formulação comercial visa a obtenção de evidências que orientem a utilização de materiais obturadores com novas formulações.
!_______________________________________________ 63
podem inativar o hidróxido de cálcio, interferindo ou impedindo a sua ação na reparação tecidual.
Dentre os materiais utilizados nesse estudo os Cimentos Sealer 26 e Acroseal são classificados como resinosos por conter em sua formulação as resinas epóxicas diglicidil éter de bisphenol A e methamina, que são também encontrados no cimento endodôntico AH 26, material que paresenta pequena solubilidade 13, 53. O cimento Acroseal é disponibilizado comercialmente na forma de duas pastas: a base e a catalisadora. Já o cimento Sealer 26 se apresenta na forma de pó – resina. Apesar da sua relativa insolubilidade ambos os cimentos apresentaram liberação de íons cálcio e hidroxila. Ambos os cimentos apresentaram uma adequada adesividade às paredes do canal radicular. Com relação à liberação de cálcio e pH, o material Sealer 26 apresentou um desempenho superior ao Acroseal.
!_______________________________________________ 64
Além dos componentes do MTA esse produto apresenta em sua fórmula de sulfato de bário e cloreto de cálcio, dentre outros componentes 17, 24. Nossos resultados corroboram os de Bortoluzzi et al. 4 (2006) que demonstraram que a adição desse componente pode aumentar a quantidade de cálcio liberado pelo produto. Nossos resultados também alicerçam os resultados biológicos do estudo de Gomes et al. 24 (2009), onde esse cimento apresentou bom comportamento biológico. A adição dos diversos componentes a formulação do Endo CPM Sealer pode ser a explicação da diferença entre a adesividade deste material e do MTA.
O cimento Sealapex foi o primeiro cimento endodôntico disponível comercialmente 36 sendo reconhecida na literatura a sua biocompatibilidade 26.
!_______________________________________________ 65
relação ao cimento Acroseal. Já no presente estudo ambos os cimentos Sealer 26 e Acroseal demonstraram superioridade ao Sealapex.
O Epiphany tem recebido mais atenção na literatura por suas propriedades físico-químicas - pela possibilidade de formação de um monobloco na obturação60. Muitos estudos já avaliaram sua adesividade 1,20,32,40,42,54,55,63,64 e mesmo possuindo hidróxido de cálcio em sua fórmula, seu comportamento biológico foi pouco estudado, tendo obtido resultados satisfatórios37. Os valores de resistência adesiva encontrados para o Epiphany na literatura são bastante variados, indo desde 0,4+0,532 a 13,82+3,9 1. Nossos resultados se aproximam dos de Barbizam et al. 1 (2008) e demonstram que esse material possui adesão semelhante a outros cimentos resinosos20,55,33. Por outro lado, esse material demonstrou liberação de cálcio e um pH elevado que justificam os bons resultados histológicos encontrados por Leonardo et al. 37 (2007).
Apesar da adesão dos cimentos endodônticos ser assunto de grande interesse na literatura, não existem evidências correlacionado maior adesão à diminuição de infiltração coronária ou apical. Por outro, alguns estudos demonstram a pequena adesão do cimento Sealapex 18,34,57 e ao mesmo tempo esse material tem apresentado resultados histológicos 26 satisfatórios.
!_______________________________________________ 66
Conclusão
Com base na metodologia aplicada e nos resultados obtidos pode-se concluir que:
1- Os cimentos endodônticos MTA Branco, Endo CPM Sealer e Sealer 26 apresentaram um pH mais elevado durante quase todo o experimento;
2- O cimento Endo CPM Sealer apresentou uma maior liberação de cálcio iônico
_____________________________________
De acordo com o estilo Vancouver. Disponível no site:http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html
Referências *
1. Barbizam JV, Trope M, Teixeira EC, Tanomaru-Filho M, Teixeira FB. Effect of calcium hydroxide intracanal dressing on the bond strength of a resin-based endodontic sealer. Braz Dent J. 2008; 19: 224-7.
2. Beltes PG, Pissiotis E, Koulaouzidou E, Kortsaris AH. In vitro release of hydroxyl ions from six types of calcium hydroxide nonsetting pastes. J Endod. 1997; 23: 413-5.
3. Berbert A. Comportamento dos tecidos apicais e periapicais após biopulpectomia e obturação do canal com AH 26, hidróxido de cálcio ou a mistura de ambos. Estudo histológico em dentes de cães [Tese de Livre Docência]. Bauru: Universidade de São Paulo; 1978.
4. Bortoluzzi EA, Juarez Broon N, Duarte MAH, Demarchi ACO, Bramante CM. The use of a setting accelerator and its effect on pH and calcium ion release of mineral trioxide aggregate and white Portland cement. J Endod. 2006; 32: 1194-7. 5. Camoes IC, Salles MR, Chevitarese O. Ca2+ diffusion through dentin of Ca(OH)2 associated with seven different vehicles. J Endod. 2003; 29: 822-5.
6. Chung HA, Titley K, Torneck CD, Lawrence HP, Friedman S. Adhesion of glass-ionomer cement sealers to bovine dentin conditioned with intracanal medications. J Endod. 2001; 27: 85-8.
7. Duarte MAH, Demarchi ACO, Moraes IG. Determination of pH and calcium ion release provided by pure and calcium hydroxide-containing AHPlus. Int Endod J. 2004; 37: 42-5.
8. Duarte MAH, Demarchi ACO, Yamashita JC, Kuga MC, Fraga SC. pH and calcium ion release of 2 root-end filling materials. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2003; 95: 345-7.
9. Duarte MAH, Demarchi ACO, Giaxa MH, Kuga MC, Fraga SC, Souza LC. Evaluation of pH and calcium ion release of three root canal sealers. J Endod. 2000; 26: 389-90.
10. Duarte MAH, Martins CS, Demarchi ACO, Godoy LF, Kuga MC, Yamashita JC. Calcium and hydroxide release from different pulp-capping materials. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2007; 104: e66-9.
11. Economides N, Koulaouzidou EA, Beltes P, Kortsaris AH. In vitro release of hydroxyl ions from calcium hydroxide gutta-percha points. J Endod. 1999; 25: 481-2. 12. Eldeniz AU, Erdemir A, Belli S. Shear bond strength of three resin based sealers to dentin with and without the smear layer. J Endod. 2005; 31: 293.
13. Eldeniz AU, Erdemir A, Kurtoglu F, Esener T. Evaluation of pH and calcium ion release of Acroseal sealer in comparison with Apexit and Sealapex sealers. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2007;103: e86-91.
14. Estrela C, Sydney GB, Bammann LL, Felippe Junior O. Mechanism of action of calcium and hydroxyl ions of calcium hydroxide on tissue and bacteria. Braz Dent J. 1995; 6: 85-90.
15. Evcil MS, Colak M. The pH changes of four different root canal sealers after mixing at various time intervals in vitro. J Contemp Dent Pract. 2004; 5: 71-8.
16. Ferreira FBA, Silva ESPA, Vale MS, Moraes IG, Granjeiro JM. Evaluation of pH levels and calcium ion release in various calcium hydroxide endodontic dressings. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2004; 97: 388-92.
17. Ferreira M, Kairalla E, Hoshina R, Lage-Marques J. Análise de espectrometria de fluorescência de Raios-X e Difratometria de Raios-X dos cimentos MTA, CPM e CPM Sealer [Pb065]. Braz Oral Res. 2005; 19(Supl): 165.
18. Fidel RA, Sousa Neto MD, Spano JC, Barbin EL, Pecora JD. Adhesion of calcium hydroxide-containing root canal sealers. Braz Dent J. 1994; 5: 53-7.