FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CURSO DE MESTRADO EM GESTÃO EMPRESARIAL
OS EFEITOS DA DESCONTINUIDADE DAS
ENTRADAS DE CAIXA NUMA EMPRESA DE
CONSTRUÇÃO CIVIL DE GRANDE PORTE
DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
JOSÉ RIBAMAR DE OLIVEIRA SOUSA
OS EFEITOS DA DESCONTINUIDADE DAS ENTRADAS DE CAIXA NUMA
EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL DE GRANDE PORTE
Dissertação apresentada como trabalho final para conclusão do curso de
Mestrado Executivo de Gestão Empresarial da Fundação Getulio Vargas
Orientador: Istvan Karoly Kasznar, PBD.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
OS EFEITOS DA DESCONTINUIDADE DAS ENTRADAS DE CAIXA NUMA EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL DE GRANDE PORTE.
APRESENTADA POR: JOSÉ R1BAMAR DE OLIVEIRA SOUSA
E
APROVADA EM:
PELA BANCA EXAMINADORA
,stvan Karoly Kasznar
Doutor em Administração de mpresas
AGRADECIMENTOS
A minha esposa Núbia pela solidariedade prestada nos momentos dificeis. Aos meus filhos, Bruno, Raíssa e Tiago por compreenderem a minha ausência. Aos meus colegas pelo convívio harmonioso e solidário .
Ao professor Istvan Karoly Kasznar, orientador da dissertação, pela dedicação, compartilhamento do saber, e as valiosas contribuições para o trabalho.
Aos membros da banca, professores Rogério Sobreira Bezerra, e Walter Lee Ness Jr. por aceitarem o convite honrando-nos com a presença.
Aos meus professores que de forma direta ou indireta contribuíram para esse trabalho . Entretanto, há alguns que mencionarei .
A professora Silvia Constant Vergara que muito contribuiu com meu aprendizado e evolução como pesquisador e com sugestões, e críticas construtivas.
Ao professor Ricardo Lopes Cardoso por suas contribuições e sugestões, as quais foram de fundamental importância.
Ao professor Ricardo André Teixeira Ayrosa pelo incentivo, dicas e sugestões para o trabalho.
A Fundação Getulio Vargas pela estrutura e apoio disponibilizado em Brasília e no Rio de Janeiro.
"Existem dois tipos de riscos: Aqueles que não podemos nos dar ao luxo de correr e aqueles que não podemos nos dar ao luxo de não correr. "
RESUMO
Este estudo está inserido num tópico que têm recebido muita atenção por parte da literatura financeira atualmente, principalmente porque, a partir da publicação da lei 11 .308 de 13 de julho de 2007, tomou obrigatorio a puplicação da demonstração do fluxo de caixa, em substituíçaõ da à demonstração das origens e aplicação dos recursos. O fluxo de caixa deve ser tratado como um grande instrumento gerencial que permite identificar a maneira como o dinheiro circula na empresa, ou seja identifica qual é o grau de liquidez, mostrando a posição financeira da empresa de maneira a estabelecer tendências sobre as eventuais sobras ou falta de recursos.
A finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como se comportaram as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa em detenninado penodo.
O estudo cuidadoso do fluxo de caIxa realizado, além de propicIar análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo projetado. O objetivo principal do estudo é fazer uma análise do volume de perdas financeiras ao longo do período compreendido entre 1996 a 2008. As perdas financeiras que nos referimos, ocorreram devido ao atraso de pagamento por parte do cliente gerando a necessidade de aumento do capital de giro, causado pela grande diferença de prazo entre o ciclo de caixa projetado (ideal) comparado ao ciclo de caixa real.
O presente trabalho foi realizado em uma empresa de grande porte no setor da construção civil. O trabalho realizado foi o de comparar o ciclo de caixa planejado versus o ciclo de caixa real, determinando assim o montante de perdas financeiras que foi de R$ 48,46 milhões de reais atualizados para o final do período analisado, representando uma redução da rentabilidade em 3,26%.
number 1l.308 of July 13 , 2007 which made obligated the publication of cash flow instead
of presenting the proof of origin as well as application of resources. The cash flow must be treated as a great management tool that allows identifying the way money circulates in the company, in other words, identifies the leveI of liquidity showing the financiaI position ofthe company in order to establish trends 00 eventual remaining or lack of resources.
The cash flow is accomplished with the purpose of demonstrating how the ioputs and outputs of the company' s financiaI resources behaved in a given period.
The careful study of the cash flow done not only enables the trend analysis but also works as base for projected cash flow planning. The main objective ofthe study is to analyze the amount of financiai losses over the period betweeo 1996 to 2008. The financiai losses that we have referred to occurred due to the late payment from the client making necessary an increase of the working capital, caused by the big difference in the term between the (ideal) projected cash cycle compared to the real cash cycle.
The current work was accomplished in a large company in the civil construction sector. The work was performed aimed at comparing the projected cycle flow to the real cycle flow, determining, therefore, the amount of financiai losses which was of R$ 48,46 million updated for the end of the period that was analyzed representing a reduction in profitability of 3 % .
LISTA DE SIGLAS
ABNT = Associação Brasileira de Normas Técnicas
AC = Ativo Circulante;
AlC = Critério de Informação de Akaike
CAPM = Capital Assets Pricing Model - Modelo de Precificação de Ativos de Capital CMPC = Custo Médio Ponderado de Capital
CGL = Capital de Giro Liquido; CP = Capital Próprio
CT = Capital de terceiros
CVM = Comissão de valores Imobiliários DFC = Demonstrações dos fluxos de caixa
EO = Entradas operacionais FCS - Fator critico de risco GL = Grau de liberdade
IR = Alíquota de Imposto de Renda da Empresa MSE = Erro quadrático médio
PMRE = Prazo médio de rotação de estoque PMF = Prazo médio de faturamento
PMR = Prazo médio de recebimento
PMPF = Prazo médio pagamento fornecedor PMV = Prazo médio de vendas
ROE = Return on Equity - Retorno sobre o Patrimônio Liquido R2 = Coeficiente de determinação
PC = Passivo Circulante.
Rcp = Custo do Capital Próprio = Nível de retorno do acionista Rct = Custo do Capital de Terceiros
R2 = Coeficiente de determinação
SWOT = É uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrônimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats) .
Figura 3 - Fluxo de caixa não convencional Figura 4 - Fluxo de caixa uniforme
Figura 5 - Fluxo de caixa gradiente
Figura 6 - Fases do fluxo de caixa de um negócio Figura 7 - Fluxograma de fluxo de caixa de um projeto
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Resultado econômico - DRE (1996 a 2008) Tabela 2 - Fluxo de caixa projetado versus Fluxo de caixa real
Tabela 3 -Variáveis independentes: Fluxo de caixa projetado (Esperado), e Variáveis dependentes: Fluxo de caixa real (Observado)
Tabela 4 - Processo de Eliminação de Termos Autoregressivos Tabela 5 - Resultado dos Modelos Estimados
Gráfico 3 - Resíduos do modelo autoregressivo
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Ciclo de caixa planejado Quadro 2 - Ciclo de caixa real
Quadro 3 - Componentes da demonstração do fluxo de caixa Quadro 4 - Demonstração do fluxo de caixa - Método direto
Quadro 5 - Demonstração do fluxo de caixa - Método direto, de acordo com a orientação da FASB
Quadro 6 - Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto
Quadro 7 - Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto, de acordo com a orientação daFASB
Quadro 8 - SWOT
Quadro 9 - Motivos principais para fazer dispêndio de capital Quadro 10 - Etapas do processo de orçamento de capital Quadro 11 - Fatores que levam à incerteza
1.1 OBJETIVO FINAL •...••...
20,
1.20BJETIVOS INTERMEDIARIOS ...••...•...•...
201.3 DELIMITAÇAO DO ESTUDO ...•...•... 21
A
1.4 RELEV ANelA DO ESTUDO ...•... 21
CAPITULO 11
2METODOLOGIA ...•...••...•... 23
2.1 TIPO DE PESQUISA ...•...•...•... 23
2.2 UNIVERSO E AMOSTRA ...•... 23
2.3 COLETA DE DADOS ....•...•...•... 24
2.4 TRATAMENTO DOS DADOS ..•...•... 35
2.4.1 Modelos Utilizados ...•... 35
2.4.2 Hipótese ...••... 37
2.4.3 Variáveis ...•... 38
2.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ...•... 44
CAPITULom
,3 REFERENCIAL TEORICO ...•...•... 44
3.1 CAPITALDE GmO LÍQUIDO OU CAPITAL CmCULANTE LIQUIDO 47 3.2 ORÇAMENTO DE CAIXA ... 47
3.2.1 Métodos de elaboração do orçamento de caixa ... .48
3.2.2 Orçamento de caixa pelo método do lucro ajustado ...•...•.. 50
3.2.3 Orçamento de caixa pelo método da diferença do capital de giro .... 51
3.2.4 Vantagens do orçamento de caixa ...•..•...•... 52
3.3 ORÇAMENTO DE CAPITAL ... 54
3.3.1 Razões para dispêndio de capital ... 54
3.3.2 Processo de orçamento de capital ... 56
3.3.3 Projetos independente
versus
mutuamente excludentes ... 583.3.4 Técnicas de análise de orçamento de capital, incertezas e risco ... 58
3.3.5 Valor presente líq uido (VPL) .. . ... 58
3.3.6 Taxa interna de retorno (TIR.) ...•...•... 59
3.3.7 Risco e entrada de caixa ... 60
3.4 DEFINIÇÕES SOBRE FLUXO DE CAIXA ...••...•... 61
3.5 FLUXO DE CAIXA ... 61
3.5.1 Aspectos técnicos do fluxo de caixa ....•... 61
3.5.2 Efeitos nas demonstrações do fluxo de caixa decorrentes da lei 11.638 / 2007 ... 62
3.6 FLUXO DE CAIXA PROJETADO E REALIZADO ... 64
3.7 TIPOS DE FLUXOS DE CAIXA ... 65
3.8 COMPONENTES DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA ... 67
3.8.1 Atividades operacionais ... 67
3.8.2 Atividades de investimento ... 69
3.8.3 Atividades de financiamento ... 70
3.9 MÉTODOS UTILIZADOS PARA APRESENTAR AS DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA ... 72
3.9.1 Método direto ... 72
3.9.2 Método indireto ... 75
3.10 COMPONENTES DE CAIXA E EQUIVALENTES A CAIXA ...•... 78
3.11 DESCRIÇÃO DOS ITENS DE FLUXO DE CAIXA ... 78
3.12 OPERAÇÕES QUE NÃO ENVOLVEM MOVIMENTO DE CAIXA ... 79
3.13 ANALISE ENTRE GERAÇÃO DE LUCRO E GERAÇÃO DE CAIXA 3.13.1 Causas de geração de caixa sem geração de lucro ... 80
3.13.2 Causas de geração de lucro sem geração de caixa ... 80
3.14.4 Fatores críticos de sucesso ...•.•... 85
3.15 ANÁLISE DE INVESTIMENTO EM SITUAÇÃO DE INCERTEZA ... 87
3.15.1 Natureza das incertezas ...•...•...••... 88
3.15.2 Análise da sensibilidade ... 89
3.15.3 Racionamento de capital ...•...•...•...•.•... 89
3.16 CUSTO DE CAPITAL E ESTRUTURA DE CAPITAL ...•... 90
3.16.1 Alavancagem e estrutura de capital ...•... 94
3.16.2 Ponto de equilíbrio operacional e financeiro ... 95
3.16.3 Decisão de financiamento em longo prazo •••....•...•..•... 95
3.17 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA ... 96
3.18 MODELO DE FLUXO DE CAIXA PARA EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVa ...•...••.•...•...•..•...•...• 100
3.19 FLUXO DE CAIXA EM REGIME DE INFLAÇÃO MODERADA ... 101
CAPITULO IV
4RESULTADOS ...•...•...••...••...•...•... 102
CAPITULO V
5 CONCLUSAO ...•...•... 108CAPITULO VI
6 SUGESTOES ...•... 109CAPITULO I
1 INTRODUÇÃO
o
fluxo de caixa é o instrumento de planejamento mais utilizado pelas empresas de todas as partes no mundo inteiro. O objetivo básico do fluxo de caixa é projetar as disponibilidades financeiras da empresa, produzindo informações necessárias à programação da captação de recursos financeiros, otimização das aplicações de sobras de caixa, gerenciamento das contas a pagar, avaliação do impacto de variações de custos e preços, entre outras decisões importantes.o
mercado da construção civil vive um problema de sazonal idade de fluxo de caixa decorrente da inadimplência nos contratos mantidos com a Administração pública federal, estadual, municipal, autarquias, entre outros. Neste trabalho vamos fazer uma análise do volume de perdas financeiras ocorridos numa empresa de construção civil de grande porte, ao longo de treze anos, devido ao atraso de pagamento por parte do contratante do projeto, gerando a necessidade de aumento do capital de giro, causado pela grande diferença de prazo entre o ciclo de caixa projetado (ideal) comparado com ciclo de caixa realizado. O aumento do capital de giro traz impactos relevantes nos resultados esperado pelas empresas. Boa parte dos esforços do administrador financeiro é canalizada para resolução de problemas de capital de giro, formação e financiamento de estoques, gerenciamento do contas a receber e administração de déficit de caixa.Nesta luta para sobreviver, as empresas acabam sendo envolvidas pelos problemas de gestão do capital de giro e tendem a sacrificar seus objetivos de médio e longo prazo. Os gestores de finanças conhecem bem esse fenômeno. Boa parte de seu tempo é consumido na solução destes problemas cujo foco mais perigoso reside no capital de giro.
As necessidades de aumento de capital de giro numa empresa são originados principalmente, da ocorrência dos seguintes fatores:
• redução de vendas;
Geralmente os efeitos das descontinuidades das entradas de caixa, não são previstos nos planejamentos financeiros na grande maioria das empresas. Quando isso acontece, muitas empresas na tentativa de suprir a insuficiência de capital de giro, utilizam financiamento de capital de giro com juros altíssimo.
No caso em que estamos analisando, os problemas de capital de giro surgem como conseqüência da inadimplência. Neste caso, o administrador financeiro se defronta com as seguintes questões: como manter o capital de giro sob controle diante de um quadro de inadimplência? O que pode ser feito para evitar uma crise maior de capital de giro?
O administrador tem consciência da inviabilidade do custo financeiro dos financiamentos de capital de giro. Esse custo giro poderá comprometer significativamente o resultado operacional. A descontinuidade das entradas de caixa é um problema que traz sérias consequências à saúde financeira da empresa, afetando sua liquidez corrente e gerando a necessidade da empresa praticar atividade de financiamento não prevista no seu planejamento financeiro, o que causa impactos no resultado líquido após os efeitos financeiros.
Diante da realidade apresentada, levantamos o seguinte problema: Que medidas devem ser propostas para minimizar os efeitos da descontinuidade das entradas de caixa numa empresa de construção civil de grande porte?
1.1 OBJETIVO FINAL
Estimar as perdas financeiras de um empreendimento de construção civil de grande porte, em função do atraso de pagamentos por parte do contratante.
1.2 OBJETIVOS INTERMEDIÁRIOS
• Comparar o ciclo de caixa planejado com o ciclo de caixa real, identificando as diferenças de tempo
• Identificar quaIs os subsídios que se pode utilizar nas projeções futuras, contribuindo efetivamente no processo de tomada de decisão.
• Evidenciar a importância do planejamento financeiro, através do fluxo de caixa para o segmento da construção civil.
• Propor a utilização dos modelos analisados na projeção econômico-financeira nos períodos futuros .
• Propor medidas para minimizar os efeitos da descontinuidade das entradas de caixa numa empresa de construção civil de grande porte que apresenta descontinuidade das entradas de caixa.
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
o
estudo será limitado a analisar as entradas e saídas de caixa da Empresa, ou seja, os fluxos de caixas direto e indireto no período pesquisado de junho de 1996 a dezembro de 2008 . A escolha desse período refere-se ao início e conclusão de um empreendimento específico de grande porte. Portanto uma amostra bastante representativa do segmento.1.4 RELEVÂNCIA DO ESTUDO
A Demonstração do fluxo de caixa é o instrumento de planejamento mais utilizado pelas empresas de todas as partes no mundo inteiro.
Há uma descontinuidade nas entradas de caixa por vários meses seguidos, devido ao atraso de pagamento por parte do cliente. Isto afeta sua liquidez corrente e gera a necessidade da empresa praticar atividade de financiamento não prevista no seu planejamento financeiro, causando impactos no resultado líquido .
Existem vários motivos que determinam a realização de uma pesquisa. No caso do projeto de pesquisa em questão, vários fatores foram determinantes conforme citados a seguir.
o
prImeiro deve-se à grande relevância que o tema tem tomado no ambiente econômico-financeiro das empresas, visto que o fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa em determinado período. De posse das informações geradas pelo do fluxo de caixa, o administrador financeiro poderá planejar e controlar as finanças da empresa, durante todo o ciclo econômico. Isto faz com que haja uma sincronização de caixa, buscando o equilíbrio entre as entradas e saídas, e identificando com antecedência a necessidade de aumento de capital de giro nos momentos de descontinuidade do fluxo de caixa.O segundo é de ordem teórica e intelectual, pelo desejo individual de conhecer com mais profundidade, visto que o tema foi objeto de concentração do pesquisador no decorrer do curso de graduação em Administração, bem como no curso do MBA em Controladoria e Finanças.
Este capítulo teve como objetivo apresentar o problema de pesquisa cientifica ora em estudo, bem como apresentar o objetivo final e objetivos intermediários que se pretende alcançar dentro da delimitação e relevância do estudo.
CAPITULO 11
2 METODOLOGIA
2.1 TIPO DE PESQUISA
De acordo com a proposta apresentada por Vergara (2007), a pesqUisa pode ser classificada levando em consideração dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins - A pesquisa quanto ao fim é do tipo explicativa, pois tem como objetivo esclarecer os fatores que causam a sazonal idade dos fluxos de caixa. A pesquisa é também aplicada por que pretende resolver de forma imediata os problemas gerados pela sazonal idade dos fluxos de caixa.
Quanto aos meios - A pesquisa quanto aos meios trata-se de pesquisa bibliográfica a ser pesquisada essencialmente em livros e outras publicações de fontes primárias. A pesquisa também é documental pois será utilizada a base de dados da empresa no período de onze (11) anos contidas nos seguintes documentos: balancetes anuais; relatórios gerenciais; fluxos de caixa direto; fluxos de caixa indireto, que apresentam as entradas e saídas de caixa da empresa no período.
2.2 UNIVERSO E AMOSTRA
2.3 COLETA DE DADOS E AMOSTRA
A pesquisa bibliográfica foi elaborada em livros, revistas especializadas, dissertações, legislação pertinente ao assunto, gerando assim uma boa base analítica do tema em estudo.
A pesquisa documental foi realizada nos documentos internos da empresa conforme relação a seguir:
Ciclo de caIxa planejado e Ciclo de caIxa realizado; Ciclo de caIxa operacional planejado e Ciclo de caixa operacional realizado. Demonstrativo de resultado dos exercícios; Fluxos de caixa projetado dos exercícios 1996 a 2008; Fluxos de caixa real dos exercícios, que apresentam as entradas e saídas de caixa da empresa no período descrito.
Diante da constatação de que as saídas de caixa real ocorrem de acordo com o planejado, com variações insignificantes e de posse dos dados apresentados no item anterior, calcularemos a seguir o ciclo operacional real, o ciclo caixa real, do qual será subtraído o ciclo de caixa projetado. A diferença se refere ao período em que a empresa teve que praticar atividade de financiamento de capital de giro .
Como citado anteriormente os dados aqui utilizados foram obtidos nos arquIvos financeiro da empresa e foram transformados de fluxos de caixa nominais para fluxos de caixa constantes de modo a permitir uma análise precisa.
Para determinação do financiamento em capital de giro, um fator importante é a definição do ciclo de caixa. O ciclo de caixa é definido como o tempo decorrido entre o pagamento da matéria-prima e o recebimento da venda do produto. Durante esse período, os recursos da empresa estão aplicados no capital de giro.
Ciclo Operacional - Podemos definir como o tempo entre a compra do material e o recebimento da venda do produto.
Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRQuadro 1 - Ciclo de caixa planejado (Esperado)
Itens Dias
PMRE - prazo médio de renovação do estoque 10
PMF - prazo médio de faturamento 15
PMV - prazo médio de vendas 5
PRE - prazo médio de recebimento 15
PMPF - prazo médio pagamento a fornecedor 27 Ciclo operacional (10
+
15+
05+
15) 45Ciclo de caixa (45 - 27)
18
Fonte: Documentos da empresa, adaptados pelo o autor
Quadro 2 - Ciclo de caixa real (Observado)
Itens Dias
Ciclo de caixa 1996 55
Ciclo de caixa 1997 33
Ciclo de caixa 1998 94
Ciclo de caixa 1999 77
Ciclo de caixa 2000 59
Ciclo de caixa 2001 95
Ciclo de caixa 2002 442
Ciclo de caixa 2003 22
Ciclo de caixa 2004 20
Ciclo de caixa 2005 10
Ciclo de caixa 2006 38
Ciclo de caixa 2007 19
Ciclo de caixa 2008 12
PMRE = 10 dias; PMF 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 15 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR
I I I I I
PMPF PMR
Ir---~Ir---I
Ciclo Operacional = 10 + 15 + 5 + 15 = 45 dias Ciclo de Caixa Planejado
=
45 - 27=
18 diasDemonstrativo dos ciclos de operacional e de caixa no período de 1996 a 2008 .
Ciclo de caixa real exercício de 1996.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE + PMF + PMV + PMR
PMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 52 dias; PMPF
=
27 diasPMRE PMF PMV PMR
I I I I I
PMPF PMR
I~---Ir---I
Ciclo Operacional = 10 + 15 + 5 + 52 = 82 dias
Ciclo de Caixa
=
82 - 27=
55 diasCiclo de caixa real exercício de 1997.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 30 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR.
I
I II
IPMPF PMR.
I~---1I~---~I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
30 = 60 dias Ciclo de Caixa=
60 - 27=
33 diasComo podemos observar, o ciclo de caixa projetado era de 18 dias, mas, em função dos atrasos sucessivos de pagamento, passou para 33 dias, ou seja, a empresa teve de financiar as atividades em 33 - 18 = 15 dias.
Ciclo de caixa real exercício de 1998.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE =10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 91 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR.
I I I I
PMPF - PMR.
I
I~---~I~---I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
91 = 121 dias Ciclo de Caixa = 121 - 27 = 94 diasPMRE
=
10 dias; PMF=
15 dias; PMV=
05 dias; PMR=
74 dias; PMPF=
27 diasPMRE PMF PMV PMR
I
I
I I IPMPF PMR
I~---~I~---I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
74 = 104 dias Ciclo de Caixa=
104 - 27=
77 diasComo podemos observar, o ciclo de caixa projetado era de 18 dias, mas, em função dos atrasos sucessivos de pagamento passou para 77 dias, ou seja, a empresa teve de financiar as atividades em 77 - 18 = 59 dias.
Ciclo de caixa real exercício de 2000.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE
=
10 dias; PMF=
15 dias; PMV=
05 dias; PMR=
86 dias; PMPF=
27 diasPMRE PMF PMV PMR
I I I I
PMPF PMR
I
I~---~I~---I
Ciclo Operacional = 10 + 15 + 5
+
86 = 104 dias Ciclo de Caixa=
86 - 27=
59 diasCiclo de caixa real exercício de 2001.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 92 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR
I
I I IPMPF PMR
I
I~---~Ir---I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
92 = 122 dias Ciclo de Caixa = 122 - 27 = 95 diasComo podemos observar, o ciclo de caixa projetado era de 18 dias, mas, em função dos atrasos sucessivos de pagamento passou para 95 dias, ou seja, a empresa teve de financiar as atividades em 95 - 18 = 77 dias.
Ciclo de caixa real exercício de 2002.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE =10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 232 dias; PMPF = 27 dias.
PMRE PMF
I I
PMPF I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
439 = 469 dias Ciclo de Caixa = 469 - 27 = 442 diasPMV PMR
I I
PMR
I
I
I
PMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 19 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR
I
I II
PMPF PMR
I
I~---;I---I
Ciclo Operacional
=
10+
15+
5+
19=
49 dias Ciclo de Caixa = 49 - 27 = 22 diasComo podemos observar, o ciclo de caixa projetado era de 18 dias, mas, em função dos atrasos sucessivos de pagamento passou para 22 dias, ou seja, a empresa teve de financiar as atividades em 22 - 18 = 4 dias.
Ciclo de caixa real exercício de 2004.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 19 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR
I I I I
PMPF PMR
I
I~---~I~---~I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
17 = 47 diasCiclo de Caixa
=
47 - 27=
20 diasCiclo de caixa real exercício de 2005.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 19 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR
I I I I
PMPF PMR
I
Ir---~Ir---I
Ciclo Operacional
=
10+
15+
5+
7=
37 dias Ciclo de Caixa = 37 - 27 = 10 diasComo podemos observar, o ciclo de caixa projetado era de 18 dias, mas, em função de antecipações o pagamento passou para 10 dias, ou seja a empresa não teve de fInanciar as atividades.
Ciclo de caixa real exercício de 2006.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE + PMF + PMV + PMR
PMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 19 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR
I I I I
PMPF PMR
I
Ir---Ir---I
Ciclo Operacional
=
10+
15+
5+
35=
65 dias Ciclo de Caixa = 65 - 27 = 38 diasPMRE
=
10 dias; PMF=
15 dias; PMV=
05 dias; PMR=
19 dias; PMPF=
27 diasPMRE PMF PMV PMR
I
I II
PMPF PMR
I
Ir---~Ir---I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
16 = 46 dias Ciclo de Caixa=
46 - 27=
19 diasComo podemos observar, o ciclo de caixa projetado era de 18 dias, e ciclo de caixa real foi de 19 dias, portanto, normal.
Ciclo de caixa real exercício de 2008.
Ciclo de Caixa Real = Ciclo Operacional - Prazo Médio Pagamento Fornecedor Ciclo Operacional = PMRE
+
PMF+
PMV+
PMRPMRE = 10 dias; PMF = 15 dias; PMV = 05 dias; PMR = 19 dias; PMPF = 27 dias
PMRE PMF PMV PMR
I I I I
PMPF PMR
I
Ir---~Ir---I
Ciclo Operacional = 10
+
15+
5+
9 = 39 diasCiclo de Caixa
=
39 - 27=
12 diasA seguir apresentaremos as tabelas com o resultado econômico, fluxo de caIxa
projetado versus fluxo de caixa real. Em seguida iremos calcular as perdas financeiras
referentes ao custo de capital próprio e custo de capital de terceiros. O método adequado para
o cálculo das perdas financeiras seria o CMPC (Custo médio ponderado de capital), no
entanto não foi aplicado nêste trabalho devido ser um dado confidêncial. Em função disto o
CMPC foi substituído pela taxa selic tendo em vista que os valores são aproximados. A
estratégia da empresa para execução das obras em Consórcio, é o de não ter em seu Balanço
patrimonial ativos permanentes, por dificuldades contábeis e administrativas. Em função
disso a opção é locar escritórios, pátios de apoio, maquinas, equipamentos, veículos leves e
pesados, terceirizar os serviços complementares. Com isso consideramos todo o desembolso
referente aos custos operacionais da empresa como capital de terceiros e o resultado como
capital prório. Uma parcela do resultado é utilizada para composição do capital de giro. A
tabela 2 mostra a ordem de grandeza das perdas financeiras causadas pela sazonalidade do
"'"'
---
t':S 50 '-= =;> O
1 2
3
4 5 67
8
9 10 11 12 13- Receita
Anos
CustoResultado
Demonstrativo Resultado Exercfcio - (\ 996 A 2(08) TOTAL
Receita 121 330 396 91 126 18 63 14 67 71 67 55 81 1499
Custo 90 225 305 67 89 II 49 12 59 62 59 48 70 1146
Resultado 30 106 9 1 24 37 6 14 2 9 9 9 7 lO 353
Margem Bruta 25% 32% 23% 26% 29% 35% 22% 13% 13% 13% 13% 13% 13% 24%
Fonte: Departamento financeiro da empresa, adptado pelo autor.
Tabela 2 -Fluxo de Caixa Projetado versus Fluxo de Caixa Real
420 EIIIndas
----
370 SIicIIo~
320 Saldo de Caixa270
Vl 220
e
o 170-
tU 12070
>
20- 30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Anos
Caixax Projetado - ( 1996 a 2(08) Total
92 33 1 424 46 136 53 63 14 67 70 66 51 86 1499
73 226 320 4 1 96 31 49 12 58 61 58 45 74 1146
19 104 104 5 40 21 14 2 9 9 8 6 12 353
de Caixa ReaI- ( 1996 a 2(08) TOTAL
44 375 403 55 33 68 84 58 52 81 1 499
226 320 41 12 58 61 45 74 1146
353
Total 2,64 4,69 15,79 1,86 4,00 3,95 14,62 0,13 0, 11 (0,10) 0,65 0,11 0,01 48,46
financeiras
2.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS
De acordo com Vergara (2007, p. 59), ''Há dois grandes grupos de testes estatísticos: paramétricos e não paramétricos." Nessa pesquisa, será dado um tratamento estatístico paramétrico, no qual será observado a correlação do fluxo de caixa projetado com o fluxo de caixa real. Será feita também uma regressão linear simples, de forma a determinar a equação da reta, através da qual serão realizadas as projeções futuras, sendo que o fluxo de caixa projetado será a variável independente, e o fluxo de caixa real, a variável dependente. O objetivo é ajustar um modelo de predição entre valor de caixa real e valor de caixa esperado.
2.4.1 Modelos utilizados
O Método dos Mínimos Quadrados, ou Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) ou OLS (Ordinary Least Squares) - É uma técnica de otimização matemática que procura encontrar o melhor ajustamento para um conjunto de dados tentando minimizar a soma dos quadrados das diferenças entre o valor estimado e os dados observados (tais diferenças são chamadas resíduos)
É a forma de estimação mais amplamente utilizada na econometria. Consiste em um estimador que minimiza a soma dos quadrados dos resíduos da regressão, de forma a maximizar o grau de ajuste do modelo aos dados observados. Um requisito para o método dos mínimos quadrados é que o fator imprevisível (erro) seja distribuído aleatoriamente, essa distribuição seja normal e independente. O modelo de estimativa OLS (ou MQO - Mínimos Quadrados Ordinários) calcula os desvios quadráticos das observações em relação à média e proporciona um ajuste de modelo em que a soma desses desvios seja a menor possível.
Na pesquisa ora desenvolvida, as estimativas e erros padrões via estimação OLS
No caso de erros autocorrelacionados:
Quando os dados das séries temporais são utilizados em uma análise de regressão,
geralmente não há independência das observações no tempo. Nesse caso, o comum é que os
erros sejam correlacionados serialmente (autocorrelacionados). Se os erros são
correlacionados de alguma forma, então a eficiência das estimativas dos parâmetros de
Mínimos Quadrados Ordinários é comprometida e as estimativas de erro padrão são viesadas.
No caso de heterocedasticidade: (Variância não constante)
Uma análise de regressão comum assume que a variância dos erros seja a mesma
(constante) para todas as observações. Quando essa variância não é constante, os dados são
chamados de heterocedásticos, e as estimativas de Mínimos Quadrados são ineficientes. A
heterocedasticidade também afeta a precisão dos limites de confiança, porém, em modelos
- - - -- - - -- -- - - -- - - ,
Outro método a ser utilizado, é o processo iterativo backwards (do inglês, que
significa "para trás") de eliminação de variáveis inicia o processo com um ajuste do modelo
incluindo todos os termos presentes e faz seleções para retirada de termos a cada passo. Os
termos selecionados são eliminados e o ajuste é feito novamente sem eles. O critério de
seleção para eliminação de cada termo pode ser o p-valor individual (acima de um limite
escolhido arbitrariamente, como 0,10 ou 0,05) ou o valor geral da estimativa r2. A parada do
processo pode ser definida arbitrariamente fixando um número de termos mínimo para o
modelo final ou de forma livre até restar o último termo não ajustado. A vantagem é o ajuste
de um modelo que atenda aos critérios estabelecidos de significância, porém o processo não
garante que as variáveis selecionadas façam algum sentido em conjunto ou que o ajuste
daquele modelo seja o mais perfeito possível.
No modelo a ser estimado será verificado a suposição de ruído branco, (termo tem
origem em ondas sonoras) ou seja, uma distribuição uniforme aleatória de uma série temporal.
2.4.2 Hipóteses
De acordo com os objetivos deste trabalho, sua relevância e delimitação do mesmo, é
que se chega a hipótese, ou seja: Ajustar um modelo de predição entre valor de caixa real e
valor de caixa esperado. Sua hipótese nula é de que os resíduos são ruído branco, ou seja da
não presença de autocorrelação significativa nos resíduos.
Em estatística, um ruído branco, é um conceito econométrico, muito presente no
estudo das séries temporais, especialmente as estocásticas discretas. O termo aplica-se a um
sequência de erros (ou choques) aleatórios, sempre que esta tiver média e variância constante
e sem autocorrelação. Por conveniência, utiliza-se a média como sendo zero, porém, seria
possível especificar uma série ruído branco com média diferente de zero. Um ruído branco é
fluxo de caixa planejado (valores esperados), é a variável explicativa independente, e os valores do fluxo de caixa real (valores observados), é a variável explicada dependente.
Tabela 3 - Variáveis independentes: Fluxo de caixa projetado (Esperado), e Variáveis dependentes: Fluxo de caixa real (Observado)
Mês Esperado Observado dI d2 d3 d4
1 (113.471,96) (113.471,96) O O O O
2 (660.616,26) (660.616,26) O O O O
3 422.386,80 (5.999.000,94) O O O O
4 3.097.699,70 (3 .951.976,48) O O O O
5 2.374.816,34 1.044.177,98 O O O O
6 9.008.066,89 (2.050.450,49) O O O O
7 4.580.270,42 (17.611 .147,88) O O O O
8 9.965.910,89 54.370.398,06 1 O O O
9 4.126.301,61 (6.836.057,47) O O O O
10 1.660.183,98 1.828.902,22 O O O O
11 1.084.010,06 17.176.144,16 O O O O
12 6.279.114,88 (9.029.179,53) O O O O
13 12.015.276,24 8.148.436,10 O O O O
14 1.813.256,55 23.558.974,43 O O O O
15 16.858.237,80 (20.940.542,20) O O O O
16 10.343 .503,30 (22 .865.209,37) O O O O
17 11.662.896,21 46.756.381,11 O O O O
18 7.458.538,81 63 .376.367,71 O 1 O O
19 20.917.553,21 (7 .204.804,41 ) O O O O
20 8.902.763,88 12.304.029,51 O O O O
21 6.118.829,94 8.000.505,76 O O O O
22 2.764.553,41 29.402.698,12 O O O O
23 13 .974.902,46 13.974.902,46 O O O O
24 7.302.414,09 7.302.414,09 O O O O
25 5.314.751,84 5.314.751,84 O O O O
26 3.991.600,37 2.573.257,82 O O O O
27 10.774.491,18 (2.656 .385,00) O O O O
28 32.242.150,18 (46.634 .239,47) O O 1 O
29 6.201 .868,04 54.228.258,85 O O O 1
35 97.262,17 (286 .828,01) O O O O
36 72.061,88 (329 .604,48) O O
°
O37 196.582,54 (423 .809,33) O O O O
38 107.016,37 (274 .992,70) O O O O
39 90.177,25 (239 .845,27) O O O O
40 78.162,70 7.747.049,40 O O O O
41 (1.364 .521,72) 9.412.393,21 O O O O
42 (351.318,53) (10 .398.750,27) O O O O
43 5.605.429,74 11 .882.970,38 O O O O
44 17.694.675,63 (12.997.624,05) O O O O
45 876.837,65 (3 .025 .958,31) O O O O
46 3.459.006,38 24.907.861,30 O O O O
47 246.929,85 (689.211,68) O O O O
48 344.388,51 7.722.044,64 O O O O
49 (623.822,70) 3.906.103,70 O O O O
50 (320.878,38) (2 .869.744,72) O O O O
51 6.406.334,34 (3 .747.075,81) O O O O
52 11.242.058,61 9.949.285,68 O O O O
53 3.748.670,74 22.423.181 ,25 O O O O
54 763.670,99 1.880.487,49 O O O O
55 (4.235 .896,34) 15.056.605,98 O O O O
56 14.417.406,56 (20.997.215,16) O O O O
57 2.795 .577,38 (3 .986.807,42) O O O O
58 1.069.936,01 24.443 .038,95 O O O O
59 2.318.619,33 361.973,34 O O O O
60 3.758,58 13.650.537,01 O O O O
61 7.878,23 (9 .925,79) O O O O
62 (50 .026,63) (55 .162,79) O O O O
63 141.569,11 (262.215,39) O O O O
64 140.666,22 2.571.651,94 O O O O
65 140.666,22 12.575.895,61 O O O O
66 140.666,22 (261 .237,26) O O O O
67 138.345,76 (263 .557,72) O O O O
Mês Esperado Observado dI d2 d3 d4
69 4.933.989,21 (15.201 .794,32) O O O O
70 3.295.416,84 (13.608 .848,55) O O O O
71 7.297.864,11 (8 .617 .278,09) O O O O
72 69.349,89 (436.644,97) O O O O
73 193 .030,00 (581.996,80) O O O O
74 67 .656,87 11.094.966,26 O O O O
75 308.718,94 (777.590,93) O O O O
76 154.168,52 (361 .020,63) O O O O
77 72.807,48 1.249.813,77 O O O O
78 258.995,48 9.777.175,25 O O O O
79 91.268,45 (334 .189,99) O O O O
80 95 .990,91 9.437.614,90 O O O O
81 52.002,36 (348 .015,77) O O O O
82 52.002,36 (348 .015,77) O O O O
83 71.271,97 (328 .746,16) O O O O
84 37.605,52 (251.667,70) O O O O
85 37.605,52 (251 .667,70) O O O O
86 38.751,80 (250.521,42) O O O O
87 36.749,10 (245 .936,29) O O O O
88 36.749,10 6.449.481,98 O O O O
89 56.018,72 3.487.601,81 O O O O
90 (1.837 .986,28) 1.415.252,10 O O O O
91 3.272.598,91 1.879.883,94 O O O O
92 (1.190.510,88) 1.574.122,35 O O O O
93 2.093.106,07 (4.314.812,39) O O O O
94 15.363,25 6.162.173,24 O O O O
95 82.334,23 416.464,30 O O O O
96 (30.795,20) (775 .005,73) O O O O
97 (324 .479,06) 344.027,34 O O O O
98 (33.418,65) (4.479.120,08) O O O O
99 1.033.313,09 5.471.601,19 O O O O
100 269.120,82 278.201,15 O O O O
101 2.022.679,20 14.288.205,91 O O O O
102 645 .702,01 378.562,16 O O O O
103 4.110.937,43 (9.636.891,06) O O O O
104 (1.358.479,21 ) 12.274.443,54 O O O O
105 1.551.555,89 2.337.790,71 O O O O
111 l.276 .357,43 656 .025,49 O O O O
112 l.21l.407,89 (5 .192.625,62) O O O O
113 l.255.105,89 3.432.597,46 O O O O
114 (1. 006.419,88) 3.049.071,14 O O O O
115 l.699.522,55 l.870.573,46 O O O O
116 (1 .902.678,07) (1 .902.678,06) O O O O
117 l.857.311,82 l.857.311,82 O O O O
118 2.47l.655,13 2.47l.655,13 O O O O
119 l.084.027,24 (4 .027 .522,48) O O O O
120 (84 .074,93) 5.027.474,79 O O O O
121 790.444,51 11l.321 ,93 O O O O
122 482.306,67 (4 .062.190,02) O O O O
123 202.989,87 40.595,09 O O O O
124 l.698 .213,68 (1.212 .033 ,44) O O O O
125 722.449,10 4.608.073,22 O O O O
126 49.723 ,90 l.230.558,1 2 O O O O
127 l.076.252,04 (3 .522.883,46) O O O O
128 532.752,94 (1. 317.161 ,73) O O O O
129 22.130,72 (148 .105,60) O O O O
130 (363 .521 , 15) (533 .757,47) O O O O
131 630 .684,08 (1.755.942,28) O O O O
132 25.515,35 2.276.363,91 O O O O
133 (291.291 ,80) 8.079.109,28 O O O O
134 402.269,32 (2 .679 .565,28) O O O O
135 (759.746,06) 427.087,79 O O O O
136 1.216.539,38 (5 .565 .527, 12) O O O O
137 755 .211,60 474.037,25 O O O O
138 2.887.766,27 (254 .789,95) O O O O
139 937.879,40 7.924.380,47 O O O O
Mês Esperado Observado di d2 d3 d4
141 (582.414,79) 547.638,85 O O O O
142 1.345.200,98 (5.474.841 ,55) O O O O
143 2.799.958,68 (l.851.119,84} O O O O
144 l.614.283,94 4.985.206,31 O O O O
145 22.130,17 12.600.348,74 O O O O
146 (2.641 .374,89) (2 .789.642,76) O O O O
147 4.655 .641,34 3.869.535,87 O O O O
148 (802 .381 ,31) (969.270,40) O O O O
149 (215 .811 ,05) (50.011 ,39) O O O O
150 2.323 .588,43 l.932.162,53 O O O O
151 (562.456,01) (161.616,88) O O O O
152 3.324.372,44 (7.611 .063 ,22) O O O O
Fonte: Documentos da empresa, adaptados pelo autor
o
comportamento dessas séries está descrito no gráfico abaixo :Gráfico 1- Série histórica mensal do fluxo de caixa. Julho/1996 a Dezembro/2008.
60- 4020 - 020 40 -I 20 I 40
I I
60 80 Mês
I I I
100 120 140
Valor de Caixa (em milhões R$)
- Esperado
- Observado
Primeiramente foram identificados 4 outliers que poderiam afetar a estimação do modelo . Portanto, fez-se necessária a criação de 4 variáveis dummies que identificam estes
• Os dados são estáticos.
• Fluxos de caixas positivos no passado e no presente não são garantia para o futuro. • Qual a extensão ideal para análise do fluxo de caixa (1 ano, 2 anos, Nanas). • O fluxo de caixa direto apresenta apenas os saldos iniciais e finais de exercício.
CAPITULOm
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Suas atividades principais são: realizar análise e planejamento financeiro, tomar decisões de investimentos e financiamento.
o
planejamento se faz necessário em todas as atividades da empresa, mas principalmente nas atividades da área financeira. ROSS et aI. (1995 :522) afirmam :"O planejamento financeiro determina as diretrizes de mudança numa empresa. É
necessário porque (1) faz com que sejam estabelecidas as metas da empresa para motivar a organização e gerar marcos de referência para a avaliação de desempenho, (2) as decisões de investimento e financiamento da empresa não são independentes, sendo necessário identificar sua interação, e (3) num mundo incerto a empresa deve esperar mudanças de condições, bem como surpresas."
o
papel de finanças na geração e manutenção de valor para as empresas está mudando dramaticamente. As tradicionais funções de gestão de finanças vêm sofrendo revisão em sua abordagem e responsabilidades, de forma a tomar-se mais efetiva no suporte às diversas necessidades de negócios da companhia: processando suas transações de forma mais rápida e precisa, provendo planejamento e orçamento mais realista e fornecendo a informação certa, para as pessoas certas, no tempo certo.A principal finalidade do planejamento financeiro é prever o efeito das operações financeiras, ao longo de um determinado período planejado, identificando as ongens e aplicações dos recursos. Segundo martins & assaf neto (1986, p. 10), "o planejamento financeiro de uma empresa é desenvolvido fundamentalmente através da projeção de suas demonstrações financeiras, como uma estimativa o mais aproximada possível da posição econômico-financeira esperada." .
GITMAN (1987:250) afirma:
"Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os eventos reais."
Gitman (1997, p.74 e 75) esclarece dois outros importantes conceitos contidos no Art. 176: a demonstração de lucros retidos " reconcilia o lucro líquido auferido durante um determinado ano e qualquer dividendo pago em dinheiro . Com a variação ocorrida nos lucros retidos entre o início e fim deste ano", ao passo que a demonstração dos fluxos de caixa "fornece um resumo dos fluxos de caixa da empresa relativos às atividades operacionais, de investimento e financiamento e reconcilia-os com as variações em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão" .
A gestão financeira de uma organização envolve a tomada de decisão concernente a vários conceitos, conforme apresentado a seguir.
3.1 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO OU CAPITAL CIRCULANTE LIQUIDO
"É representado pelo ativo circulante, isto é pelas aplicações correntes, indicadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques." (Assaf Neto e Silva, 2002. PIS).
Administração do Capital de Giro - "Diz respeito à administração das contas dos elementos de giro, ou seja dos ativos e passivos correntes (circulantes), e às inter-relações entre eles". (Assaf Neto e Silva, 2002. PIS).
A administração de capital de glfO é
um
dos aspectos maIS importantes da administração financeira considerada globalmente, já que os ativos circulantes representam um percentual elevado do ativo total, nas empresas industriais.Uma empresa precisa manter um nível satisfatório de capital de giro e os ativos circulantes da empresa devem ser suficientemente consideráveis, de modo a cobrir os seus respectivos passivos circulantes, garantindo-se, assim, razoável margem de segurança. O objetivo da administração de capital de giro é administrar cada um dos ativos e passivos circulantes da empresa, de tal forma que um nível aceitável de capital circulante líquido seja mantido .
3.2 ORÇAMENTO DE CAIXA
O instrumento básico para execução do planejamento e controle financeiros em curto e médio prazo da empresa é o orçamento de caixa. O orçamento de caixa não indicará apenas o total dos empréstimos necessários à manutenção das operações da empresa, como também o período em que deverão ser obtidos. Além disso, o orçamento de caixa serve como um ponto de referência em relação às quais dos valores realizados pode ser comparado.
De acordo com Zdanowicz (2002, p. 249), entre as várias características do orçamento de caixa, três merecem destaque especial:
a) flexibilidade na aplicação, que não pode ser uma peça estática deve ser sempre ajustada em função das circunstâncias econômico-financeira da empresa para o período seguinte em função do controle orçamentário;
b) projeção para o futuro, em função do diagnóstico da liquidez e do capital de giro da empresa, o orçamento de caixa indicará o nível de caixa desejado para o futuro em função do atual;
c) participação direta dos responsáveis, pois na elaboração do orçamento de caixa, as informações provêm dos vários departamentos da empresa.
Um orçamento pode ser estudado em vários estágios dependendo da ótica com que se quer desenvolvê-lo mas, principalmente, do tipo de atividade econômica e da parte da empresa em que será implantado e implementado. Entre os principais estágios do orçamento, encontram-se: o operacional, o estratégico e o tático. O principal objetivo do orçamento de caixa será dimensionar, para um dado período, se haverá ou não recursos disponíveis para suprir as necessidades de caixa da empresa. Através do nível projetado de caixa, pode-se orçar a parte de recursos que deverão se captados e a melhor destinação dos possíveis excedentes de caixa. Justifica-se esta preocupação porque, na atual conjuntura, se o dinheiro não estiver corretamente aplicado, pode causar perdas para empresa, na proporção do tempo em que estiver ocioso.
Desta forma, o orçamento é o instrumento que permite ao administrador financeiro saber, antecipadamente, se haverá problemas de liquidez ou não, em termos operacionais e não operacionais, considerando-se os aspectos das condições de pagamento, e de rentabilidade da empresa para um determinado período em estudo. Assim, em tempo hábil, a empresa irá projetar a necessidade de levantar empréstimos para cobrir déficit de caixa, analisando as fontes internas e externas, o custo financeiro de operação, as reciprocidades que deverão ser oferecidas à instituição de crédito, etc. Na aplicação dos recursos, deverão ser considerados o volume que será comprometido, o tempo, o risco, a liquidez e a rentabilidade do investimento.
3.2.1 Métodos de elaboração do orçamento de caixa
Orçamento de caixa através do método direto consistirá nas projeções de ingressos e de desembolsos operacionais ou não, resultantes de vendas ou compras estimadas de itens do ativo imobilizado, assim como parcelas indicativas de aumentos ou reduções de contas credoras ou devedoras da empresa. É o método mais simples, útil e apropriado para elaborar o orçamento de caixa para períodos curtos. Projetado com a devida atenção e considerando as etapas expostas, o orçamento de caixa através do método direto resultará em uma estimativa bastante satisfatória dos ingressos e dos desembolsos de numerário em um dia, uma semana, um mês ou um trimestre.
O relacionamento das entradas e das saídas estimada para cada dia será conveniente no caso da empresa necessitar de um rigoroso controle do orçamento de caixa, ou para os administradores financeiros que queiram ter uma visão detalhada da tendência dos desembolsos, cujo volume seja suficientemente grande para influir no nível de caixa dos períodos em que deverão ser devidos. Já as estimativas mensais e trimestrais destinar-se-ão a um planejamento e um controle mais geral da movimentação de numerário. A segurança do orçamento de caixa dependerá, principalmente, do grau de exatidão do orçamento de vendas.
Qualquer erro significativo na projeção do faturamento resultará na correspondente discrepância entre as receitas realizadas e as orçadas, com possibilidade de exigir redução das compras e alteração dos programas de redução . No que diz respeito às receitas, o item mais representativo costuma ser o das duplicatas a receber.
De acordo com os prazos de pagamento, normalmente concedidos, o resultado das cobranças realizadas em cada mês correspondente, em geral, a determinado percentual de faturamento médio mensal. Quanto aos pagamentos, as projeções também dependerão muito dos faturamentos orçados, pois as estimativas dos custos operacionais se baseiam no volume das compras e nos prazos concedidos pelos fornecedores.
e das variações dos elementos patrimoniais.
Deve-se primeiro projetar todo o plano geral de operações da empresa para período orçamentário, a fim de que se possa apurar o lucro ou o prejuízo da unidade econômica. De acordo com esse método, o ponto de partida para sua projeção será o lucro ou o prejuízo líquido orçado com base nas estimativas do Demonstrativo do Resultado de Exercício projetado. Este método considerará além dos elementos de resultados projetados para o período orçamentário, outros elementos patrimoniais, como por exemplo : duplicatas a receber e a pagar, estoques, fornecedores, etc. A elaboração do orçamento de caixa pelo método de lucro ajustado será bem consistente, porque relacionará todos os fatos operacionais e não operacionais da empresa para o período futuro. Será mais abrangente do que o método direto anteriormente apresentado, pois parte do lucro liquido projetado da empresa para o período e englobará todas as atividades do sistema orçamentário global.
3.2.3 Orçamento de caixa pelo método da diferença do capital de giro
"A administração do capital de giro abrange a administração das contas circulantes da empresa, incluindo ativos e passivos circulantes, além de ser um dos aspectos mais importantes da administração financeira considerada globalmente, já que os ativos circulantes representam cerca de 50% do ativo total, e perto de 30% dos financiamentos totais são representados pelo passivo circulante nas empresas industriais; uma empresa precisa manter nível satisfatório de capital de giro e os ativos circulantes das empresas devem ser suficientemente consideráveis, de modo a cobrir os seus respectivos passivos circulantes, garantindo-se assim, razoável margem de segurança". (GITMAN, 2004, p. 259)
o
comportamento do capital de giro é extremamente dinâmico, exigindo modelos eficientes e rápidos de avaliação da situação financeira da empresa. Uma necessidade de investimento em giro mal dimensionada é certamente uma fonte de comprometimento da solvência da empresa, com reflexos sobre sua posição econômica de rentabilidade.o
primeiro conceito é o de Capital de Giro em seu sentido mais amplo :Capital de Giro = (patrimônio Líquido
+
Exigível a Longo Prazo) - (Ativo Permanente+
Realizável a Longo Prazo).
o
capital de giro bem administrado envolve alta rotação (giro) do circulante, tomando mais racional e dinâmico o fluxo de operações da empresa. Isso proporciona menor necessidade de imobilização do capital circulante. É muito importante minimizar a necessidade de capital de giro com a redução do ciclo de caixa. A necessidade de capital de giro é função do ciclo de caixa da empresa. Quando o ciclo de caixa é longo, a necessidade de capital de giro é maior e vice-versa.Assim, a redução do ciclo de caixa - em resumo, significa receber mais cedo e pagar mais tarde - deve ser uma meta da administração financeira. Entretanto, a redução do ciclo de caixa requer a adoção de medidas de natureza operacional, envolvendo o encurtamento dos prazos de estocagem, produção, operação e vendas. A elaboração do orçamento de caixa através do método da diferença do capital de giro desdobrar-se-á em duas etapas distintas.
A primeira etapa consistirá no calculo da variação do capital de giro através do conceito contábil, do período encerrado e do período projetado.
CGL ou CCL = AC - PC Onde:
CGL = Capital de Giro Líquido; AC = Ativo Circulante;
PC = Passivo Circulante.
projeções a variação do capital de giro na primeira etapa e, na segunda, relaciona ingressos e os desembolsos decorrentes dos elementos de resultado orçados pela empresa.
3.2.4 Vantagens do orçamento de caixa
Segundo Zdanowicz (2000), o orçamento de caixa poderá ser elaborado com relativa exatidão e ter em vista várias finalidades. A principal finalidade será indicar as necessidades de numerário para atendimento dos compromissos que a empresa costuma ter com prazos certos para serem saldados. Com isso, o administrador financeiro estará apto a estimar, com a devida antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir devido às reduções cíclicas das receitas ou aos aumentos volume de desembolsos e, em decorrência, a necessidade de obter empréstimos de instituições financeiras. De acordo com Zdanowicz (2002), as principais vantagens de elaborar-se o orçamento de caixa na empresa são:
a) visa demonstrar ao administrador financeiro o momento adequado para as retiradas de caixa, sem, contudo acarretar problemas financeiros para empresa;
b) faculta ao administrador financeiro meios de pôr em funcionamento suas disponibilidades de caixa de maneira mais racional e lucrativa possível, sem comprometer a liquidez da empresa;
c) permite a utilização mais lucrativa do caixa, quando for do interesse da empresa o pagamento de contas dentro do período de desconto, visto que isso poderá aumentar a reputação da empresa para efeito de crédito, poupando, simultaneamente, o desembolso de considerável soma em dinheiro se a compra realizar-se à vista;
d) auxilia verificar os períodos em que a empresa terá excedentes de caixa, além de estimar os valores dos saldos de caixa e os períodos em que eles irão ocorrer;
f) através do orçamento de caixa, poderão destacar-se os pontos vulneráveis e os pontos positivos, antecipando ao administrador financeiro a postura, em termos, das medidas cabíveis para cada situação projetada para a empresa;
g) como o orçamento de caixa estabelecerá os objetivos e as metas a atingir pela empresa, permitirá a seleção de alternativas mais eficazes para suprir eventuais insuficiências de caixa.
De acordo com Gitman (1997, p.590), "O orçamento de caixa permite à empresa prever suas necessidade de caixa a curto prazo, normalmente no período de um ano, subdivididos em intervalos mensais". O orçamento de caixa permite ao administrador fmanceiro uma visão clara da ocorrência das entradas e saídas de caixa.
3.2.5 Desvantagens e problemas do orçamento de caixa
Apesar das vantagens apresentadas do orçamento de caixa, ele apresenta algumas limitações.
De acordo com Zdanowicz (2000), as principais desvantagens do orçamento de caixa na empresa são :
a) quanto ao planejamento, os erros cometidos pelo administrador financeiro vinculam-se às estimativas do orçamento de caixa, as quais, por sua vez, dependem da precisão das projeções de vendas que lhe servirão de base para todo o sistema orçamentário global;
b) apresentará restrições por parte de alguns grupos da empresa, quanto às mudanças de planejamento e controle orçamentários, portanto, o orçamento deverá ser implantado com inteligência e compreensão do pessoal envolvido, pOIS, caso contrário, este sistema poderá acarretar situações embaraçosas para a empresa;
orçamento de caixa da empresa, em função das variações nas atividades econômÍco-financeiras para o período projetado.
Conclui-se que o orçamento de caIxa é um dos mais eficientes instrumentos de planejamento e de controle empresariais, que poderá ser projetado de várias maneiras, de acordo com as necessidades ou conveniências de cada empresa.
As decisões terão de ser tomadas, mediante as informações que darão suporte financeiro à empresa e que estarão contidas necessariamente no orçamento de caixa.
3.3 ORÇAMENTO DE CAPITAL
o
orçamento de capital na maioria das vezes, está ligado as decisões de investimento em longo prazo, e constituem-se em um processo decisório relacionado com os fatores a expostos a seguir :3.3.1 Razões para o Dispêndio de Capital
Para Gitman (1997), dispêndio de capital é um desembolso de fundos feito pela empresa, com a expectativa de gerar benefícios a longo prazo. Já o dispêndio corrente é um desembolso que resulta em benefícios obtidos em curto prazo.
- -
-Quadro 9 - Motivos principais para fazer dispêndio de capital
MOTIVO
Expansão
Substituição
Modernização
Outros Fins
Fonte: Gltman (1997, p. 289)
DESCRIÇÃO
O motivo mais comum para fazer dispêndio de capital é expandir o nível de operações usualmente através da aquisição de ativos imobilizados. Uma empresa em crescimento acha muitas vezes necessário adquirir novos ativos imobilizados rapidamente; às vezes isso inclui a compra de infraestrutura adicional, como imóveis e instalações fabris .
À medida que o crescimento da empresa diminui e ela atinge a maturidade, a maior parte de seus dispêndios de capital serão para substituir ou renovar ativos absoletos ou gastos.
É frequentemente uma alternativa à substituição. A modernização pode incluir a reconstrução, o recondicionamento ou a adaptação de uma máquina ou das instalações existentes.
Alguns dispêndios de capital não resultam na aquisição ou transformação de ativos imobilizados tangíveis constantes do balanço patrimonial da empresa; antes envolvem um comprometimento de recursos em longo prazo, na expectativa de um retomo futuro .
o
orçamento de capital é "o processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos em longo prazo, que sejam compatíveis com os objetivos da empresa de maximizar o lucro dos seus acionistas" (Gitman, 1997, p. 288).Por sua vez, o dispêndio de capital constitui-se de uma análise de investimentos de um projeto ou negócio que deve ser feita pensando no retomo que este negócio ou projeto trará para seus investidores, sempre avaliando o risco envolvido no investimento.
Quando um investidor resolve aplicar seus recursos em longo prazo, ele preCisa observar um cenário futuro que lhe dê uma perspectiva de que a remuneração a receber, associada ao risco, será atraente. De acordo com Gitman (1997), o processo de decisão de orçamento de capital envolve a geração de propostas de investimentos em longo prazo: a avaliação, análise e seleção delas e a implementação e acompanhamento das que foram selecionadas.