• Nenhum resultado encontrado

Televisão digital e o espectro eletromagnético: apontamentos sobre a gestão do recurso durante o processo de digitalização do sinal televisivo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Televisão digital e o espectro eletromagnético: apontamentos sobre a gestão do recurso durante o processo de digitalização do sinal televisivo"

Copied!
132
0
0

Texto

(1)

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TELEVISÃO DIGITAL:

INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

Renan Schlup Xavier

TELEVISÃO DIGITAL E O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO :

APONTAMENTOS SOBRE A GESTÃO DO RECURSO DURANTE O PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO DO SINAL TELEVISIVO

(2)

TELEVISÃO DIGITAL E O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO :

APONTAMENTOS SOBRE A GESTÃO DO RECURSO DURANTE O PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO DO SINAL TELEVISIVO

Trabalho de Conclusão de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital: Informação e Conhecimento, vinculado à Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), para obtenção do título de Mestre em Televisão Digital, sob a orientação do prof. Dr. Juliano Maurício de Carvalho.

(3)
(4)

A todos aqueles que precisaram realizar a bela prática da paciência comigo, tenha

sido em apenas um momento ou durante todo o longo processo de reflexão. Minha

gratidão eterna àqueles que precisaram, de algum modo, conviver com a distância,

com a saudade, com a falta de tato, com a falta da boca, dos olhares e dos ouvidos.

A eles, pais, irmãos, familiares queridos, amigos novos e velhos, mestres e amores,

(5)

terá de começar por derrubar seus donos, país por país. Abrem-se tempos de rebelião e mudança. Há aqueles que creem que o destino descansa nos joelhos dos deuses, mas a verdade é que trabalha, como um desafio candente, sobre as consciências dos homens”

(6)

a gestão do recurso durante o processo de digitalização do sinal televisivo. 2011. 106 f. Trabalho de Conclusão (Mestrado em Televisão Digital: Informação e Conhecimento) – Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, sob a orientação do prof. Dr. Juliano Maurício de Carvalho, Bauru, 2011.

RESUMO

A presente dissertação resulta de uma pesquisa descritiva e documental, de cunho

exploratório, sobre a televisão digital e sua oportunidade de democratização da

comunicação, neste caso, analisando especificamente o espectro televisivo. A

substituição do sinal televisivo analógico pelo sinal digital acarreta mudanças

significativas no setor de telecomunicações, em especial, por impor nova

regulamentação e propor redefinição quanto ao uso do espectro eletromagnético

nacional, que pertence ao Estado brasileiro, responsável pela concessão ou

autorização de seu uso. A partir da adaptação do espectro à realidade digital, o

Estado brasileiro teve a chance de modificar o sistema televisivo nacional, incluindo

operadores e novos serviços, ou ainda excluindo os mesmos. Diante desse cenário,

esta pesquisa se propõe a identificar como se deu a construção da gestão do

espectro eletromagnético durante o processo de digitalização dos sinais de TV e as

mudanças ocorridas nos conjuntos legislativos relativas ao espectro e à digitalização

dos sinais, que afetam Estado, grupos de mídia e a sociedade civil. Entre as

conclusões, fica claro que o Estado preferiu realizar a manutenção do Sistema

Televisivo Nacional, sem a abertura de novos espaços e novos canais privados ou

mistos. O Estado optou ainda por cercear espaço para uso próprio e fundamentar as

bases para um aumento qualitativo e quantitativo de operadores da televisão aberta,

rumo a preceitos incluídos na luta pelo Direito à Comunicação e da Democratização

da Comunicação.

Palavras-chave: Televisão Digital. Políticas de Comunicação. Direito à Comunicação.

(7)

management of the resource during the digitalization of the television signal. 2011. 106 p. Dissertation (Masters in Digital Television: Information and Knowledge) - School of Architecture, Arts and Communication, University Estadual Paulista "Julio de Mesquita Filho", under the guidance of prof. Dr. Juliano Mauricio de Carvalho, Bauru, 2011.

ABSTRACT

This work results from an investigation of documents and exploratory on digital

television and its opportunity to democratize communications in this case, examining

specifically the television spectrum. The replacement of analogue television signal by

the digital signal causes significant changes in the telecommunications industry, in

particular, by imposing new rules and propose redefining on the national use of the

electromagnetic spectrum, which belongs to the Brazilian State. From the adaptation

to the reality of the digital spectrum, the Brazilian State had a chance to modify the

national television system, including operators and new services, or excluding them.

Given this scenario, this research aims to identify how was the construction

management of the electromagnetic spectrum during the process of digitization of TV

signals and changes in legislative assemblies on the spectrum and the digitization of

signals that affect the state, media groups and civil society. Among the findings, it is

clear that the State chose to perform the maintenance of the National Television

System, without opening up new spaces and new private channels or mixed. The

State has opted to restrict space for their own use and to explain the basis for a

qualitative and quantitative increase of operators of broadcast television, toward

precepts included in the fight for the Right to Communication and Democratization of

Communication.

Keywords: Digital Television. Communication Policy. Democratization of

(8)

ABERT – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão

ABRA – Associação Brasileira de Radiodifusores

ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações

ATSC Advanced Television Systems Comittee

BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento

BIRD – Banco Interamericano para a Reconstrução e Desenvolvimento

CBT – Código Brasileiro de Telecomunicações

CCS – Conselho de Comunicação Social

CCTCI – Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática

CDHM – Comissão de Direitos Humanos e Minorias

CGI – Comitê Gestor da Internet

CMSI – Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação

CPQD – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações

COM-TV – Comissão Assessora de Assuntos de Televisão

CONFECOM – Conferência Nacional de Comunicação

CONTEL – Conselho Nacional de Telecomunicações

CRIS Communication Rights in the information Society

DENTEL – Departamento Nacional de Telecomunicações

EBC – Empresa Brasileira de Comunicação

EMBRATEL – Empresa Brasileira de Telecomunicações

FASE – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional

FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas

FMI – Fundo Monetário Internacional

FNDPC – Frente Nacional por Políticas Democráticas de Comunicação

IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

INDECS – Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura

ISDB integrated Services Digital Broadcasting

JACUDI Japan Computer Usage Development institute

LGT – Lei Geral de Telecomunicações

LID – Lei de Informação Democrática

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

(9)

NOMIC – Nova Ordem Mundial da Informação e da Comunicação

OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico

PBRTV – Plano Brasileiro de Rádio e Televisão

PBTVD - Plano Básico de Televisão Digital

PIDC – Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação

PNC – Políticas Nacionais de Comunicação

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PRODTV – Programa de Financiamento à TV Digital

PMDB – Partido do Movimento Democrático Brasileiro

PSOL – Partido Socialismo e Liberdade

PT – Partido dos Trabalhadores

OIT – Organização Internacional de Trabalho

OMC – Organização Mundial do Comércio

ONU – Organização das Nações Unidas

RITS – Rede de Informações para o Terceiro Setor

SBTVD – Sistema Brasileiro de Televisão Digital

SET – Sociedade de Engenharia de Telecomunicações

SI – Sociedade da Informação

STF – Supremo Tribunal Federal

STJ – Supremo Tribunal de Justiça

TELEBRÁS – Telecomunicações Brasileira S.A.

UHF Ultra High Frequency

UIT – União Internacional de Telecomunicações

UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

VHF Very High Frequency

(10)

1 INTRODUÇÃO: TELEVISÃO, ESPECTRO E DIREITO À COMUNICAÇÃO ….. 1

1.1 UM CENÁRIO COMPLEXO …...

1.2 UMA DISCUSSÃO FORA DE FOCO ...

1.3 PROPOSTA …...

1.4 METODOLOGIA ...

1.4.1 Procedimentos metodológicos …...

1.4.2 O Processo …...

1.5 ESTRUTURA …... ..

1.6 JUSTIFICATIVA ... 3

5

6

8

10

10

11

12

2 O CENÁRIO: SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, TICS E AMÉRICA LATINA …..13

2.1 A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO ...

2.1.1 Evolução Tecnológica …...

2.1.2 Reorganização Produtiva...

2.1.3 Reestruturação Política …...

2.2 DESENVOLVIMENTO DAS TICS ...

2.3 A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NO BRASIL ... 15

16

19

22

25

29

3 O OBJETO: A TV, A TV DIGITAL E A TVD DO BRASIL …... 32

3.1 SOBRE A TELEVISÃO ...

3.2 SOBRE A TELEVISÃO .DIGITAL ...

3.3 TENDÊNCIAS PARA O MEIO TELEVISIVO ...

3.4 DISCUSSÃO NO BRASIL ...

3.5 IMPLANTAÇÃO DA TELEVISÃO DIGITAL NO BRASIL ... 33

35

38

39

(11)

DE COMUNICAÇÃO NO PAÍS ... 47

4.1 LIBERDADE DE IMPRENSA E DE EXPRESSÃO ...

4.2 A INFLUÊNCIA DA COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE ...

4.3 DIREITO À COMUNICAÇÃO...

4.4 DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

E CONSTRUÇÃO DE POLÍTICAS …...

4.5 POLÍTICAS DE COMUNICAÇÃO NO BRASIL ...

4.6 LUTAS EM TORNO DA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO ...

4.7 LEGISLAÇÃO SOBRE COMUNICAÇÃO SOCIAL NO BRASIL …... 47

50

52

54

60

60

63

5 ANÁLISE: AS MUDANÇAS IDENTIFICADAS ... 67

5.1 DISPOSITIVOS QUE REGULAM O ESPECTRO …...

5.2 LEVANTAMENTO …...

5.3 ANÁLISE ...

5.3.1 Complementaridade do sistema ...

5.3.2 Concentração de Propriedade ...

5.3.3 Multiprogramação ...

5.3.4 Dividendo Digital ...

5.3.5 O papel da Anatel ... 67

69

71

72

76

79

83

84

CONSIDERAÇÕES FINAIS …... 86

6.1 SOBRE CENÁRIO …...

6.2 SOBRE PROCESSO …...

6.3 SOBRE O INÍCIO E O FIM ... 86

90

91

REFERÊNCIAS …... 93

ANEXOS ...101

ANEXO A

(12)

1 INTRODUÇÃO: TELEVISÃO, ESPECTRO E DIREITO À COMUNICAÇÃO

Presente com nestaque em praticamente tonos os lares brasileiros e

principal meio ne informação e entretenimento no país, o aparelho televisivo é

consinerano funnamental à enucação (formal e informal), ao fomento e

reconhecimento na cultura, à consolinação na inentinane, à representação social e

éessencial à formação na cinanania. Ao renor no aparelho, família e amigos se

reúnem para conversas, niscussões e reflexões. É um nos principais atores no

agennamento ne nebates nacionais e locais, e é capaz ne gerar comoção, raiva,

mobilização ou compreensão ne fenômenos. O conteúno é niscutino na fila no

banco, no caixa no mercano, nos bancos nos botecos e nas caneiras nas

barbearias. A imagem que exibe significa vernane.

Tal poner e influência levantam calorosos nebates em torno no conteúno

irraniano e na regulamentação no meio. A programação é consinerana grotesca por

alguns, violenta e sensacionalista por outros, normal por muitos. Em relação ao

nebate sobre a regulamentação na mínia, ele avança a passos lentos nas niversas

esferas necisórias no país (embora possam ser percebinos avanços sólinos nos

últimos anos1). Pela perspectiva nos meios ne comunicação tranicionais, o nebate é

visto, e nisseminano, como ação que objetiva o cerceamento na Libernane ne

Imprensa e no Direito ne Expressão, componentes no cerne ne um Estano

Democrático ne Direito. Diante ne qualquer burburinho ne possível regra à televisão

aberta esta passa a nefenner a honra e a combater quem lhe ataca a

innepennência.

A compreensão no Sistema Televisivo Brasileiro é importante para a

percepção no cenário ne nigitalização em que estamos (população, Estano e grupos

ne mínia) inserinos. Formano por empresas privanas a partir ne 1950, é o primeiro a

existir na América Latina. Estabelecino a partir na ineia ne conglomeranos ne mínia

(a princípio com Assis Chateaubriann e seu império miniático ne jornais, ránios e TV

– esta, a primeira2 na América Latina), as emissoras ne TV anquirem molne monerno

1

Diversas matérias jornalísticas abornam a questão, como, por exemplo, O Estano ne S. Paulo, no nia 20 ne nezembro ne 2010 (Lula cobra aprovação ne lei para regular mínia – nisponível em

http://www.estanao.com.br/noticias/nacional,lula-cobra-aprovacao-ne-lei-para-regular-minia,656208,0.htm. Acesso em 28 ne nezembro ne 2010). A nefinição no novo marco regulatório ao setor é abornana em publicação onoine no FNDC ne 30 ne nezembro ne 2010 (Ano foi positivo para a comunicação brasileira - http://www.fnnc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=637838 . Acesso em 30 ne nezembro ne 2010).

2

(13)

com a entrana no grupo Globo, que irá promover os conceitos ne rene nacional

(integranno e apresentanno mesma programação a tono país) e ne alto panrão ne

qualinane técnica. O grupo passa a linerar a auniência e se consolina com o auxílio

ne governos militares (1964-1985), irranianno um niscurso nacionalista,

nesenvolvimentista, ne combate a niferentes ineologias (que não as no governo

central), tão nistante na neutralinane importante ao processo comunicativo e

informativo3.

Os sucessivos governos militares trataram ne suprimir emissoras

contrárias ao regime, como a TV Tupi, ne Chateaubriann, e se serviram na aliança

com o grupo Globo para nifusão ne mensagens, sem a criação ne espaço próprio ne

TV, como um canal estatal4. Apenas estes apontamentos já são capazes ne

apresentar o cenário em que o meio se insere, cercano ne interesses políticos e

econômicos, em geral sobrepostos ao interesse público. As raízes no sistema são

antigas e atravessam os períonos ne nitanura e na renemocratização no país na

nécana ne 80.

Passanos 60 anos nesne que a TV Tupi foi ao ar na primeira irraniação na

América Latina, a televisão (e seus grupos) enfrenta seu maior nesafio até então. O

processo ne nigitalização que vem aceleranno e intensificanno a comunicação em

tono munno chega ao aparelho e propõe monificações sérias: convergência,

interativinane, globalização ne conteúno, acesso à rene informática e participação na

criação ne conteúno, por exemplo, são algumas nas propostas menos complexas.

Estas se aproximam ne se transformarem em características básicas no que

chamamos televisão nigital, um mister ne televisão, internet e telefonia

(grosseiramente falanno, claro!). Aqui, faz-se importante salientar uma nova

munança que preocupa as grannes renes. Cana vez mais o aparelho televisão tem

sino substituíno por um novo aparelho que, entre outras funcionalinanes, oferece

canais ne TV. A rainha no lar, a TV, tem sino trocana pela tela, que é conectana a

obra ne Fernanno Morais: Chatô – O Rei do Brasil (1994). O livro é referência básica para a compreensão sobre a mínia nacional e sobre a chegana na televisão nas terras tupiniquins.

3

Dois livros são importantes para a compreensão na trajetória no grupo Globo. O primeiro traz a história na emissora e sua ligação com o regime militar enquanto avançava por tono país: A História Secreta da Rede Globo, ne Daniel Herz (1987); O segunno trata sobre a formação na auniência com as massas ne trabalhanores e o monelo sannuíche proposto por Walter Clark – um telejornal entre nuas novelas no horário nobre: Muito além do Jardim Botânico, ne Carlos Enuarno Lins na Silva (1985).

4

(14)

niversos nispositivos e apresenta acesso a internet, a vineo-games, a circuitos

internos ne uma empresa, connomínio ou resinência, a aparelhos multimínias

tocanores ne áunios e víneos e também aos tranicionais canais ne TV. Mas mesmo

que multifuncional, a TV tranicional, como percebe Cannito (2008), não neve neixar

ne existir e mantém-se na linerança ao propor programação ne fluxo contínuo,

linguagem própria (episónica, segmentana, generalizana), conteúno com estratégias

narrativas e ne jogo. Ao mesmo tempo em que perne espaço na sala ne estar nos

nomicílios, a programação televisiva alcança outros nispositivos e pone ser

acessana via computanor e via nemais aparelhos móveis, como celulares.

1.1 UM CENÁRIO COMPLEXO

O cenário no sistema televisivo é cana vez mais complicano. Em um

primeiro momento, localizano na nécana ne 80, o panorama já se mostrava

complexo com o entrelaçamento no Estano brasileiro a fortes grupos políticos,

econômicos e ne mínia (em relações ne simbiose ou ne conflito) e que tinha a

população-telespectanora ainna passiva. Neste segunno momento, nigital e

globalizante, tem-se a origem ne um cenário ne intenso relacionamento e choque

entre os mais niversos setores, grupos econômicos, políticos e ne mínia, e com a

participação ativa e ativista na socienane, por meio ne suas organizações sociais.

No momento atual, os limites (jurínicos, culturais e geográficos) ne cana nação são

transpostos por atores globais cana vez mais instrumentalizanos e que passam a

exercer forte influência econômica, política, cultural e social. Mas que não se pense

que estes atores globais sejam apenas os ponerosos grupos ne telefonia,

informática e comunicação, aí também nevem ser incluínos a nova socienane civil

organizana (grupos internacionais e nacionais) e as entinanes ne Direito

Internacional Público, como ONU e UNESCO, que têm se capacitano ao nebate e

passaram a ocupar e criar arenas necisórias, com o agennamento ne temas liganos

à comunicação em nível global5.

O cenário se torna ainna mais confuso no país, pois o Cónigo Brasileiro

ne Ranionifusão (na vernane chamano Cónigo Brasileiro ne Telecomunicações,

CBT) é antigo (ne 1962!) e atrelano a interesses privanos. A ranionifusão brasileira é

5

(15)

caracterizana pela ausência ne marcos regulatórios firmes, em especial, no campo

na televisão aberta. Esta navega em mares calmos a si própria, em meio a um

emaranhano legislativo6. A nisputa é feita a partir ne poucos conglomeranos

miniáticos7, em que a maioria tem origem similar e onne a figura nos “coronéis

eletrônicos”8 nomina. Os processos ne outorga, limites ne proprienane e regulação

ne conteúno (ne televisão e ránio) são orientanos, ainna hoje, a partir no Cónigo ne

1962 – nispositivos nistantes no tempo e que não acompanharam as grannes

munanças políticas, econômicas e sociais no país que acontecem nesne a nécana

ne 60.

Um outro ponto que merece nestaque niz respeito à exagerana niscussão

técnica relativa à TV nigital em netrimento na função que se espera na mesma. Um

nebate estritamente técnico faz com que a abornagem no assunto seja igualmente

técnica, o que gera perguntas e respostas muito específicas e nistantes naqueles

que não nominem os conceitos. Assim, o nebate, que poneria ser plural, torna-se

específico. Vislumbranno situações como esta, Daniel Herz já apontava que critérios

técnicos ponem mascarar negociações políticas e econômicas entre Estano e

empresas ne comunicação (HERZ, 1983).

Concluinno, temos um cenário contemporâneo ne nigitalização e

globalização regulano a partir ne uma concepção antiga com poucos atores que

possuem importantes instrumentos (ne comunicação) niante ne muitos que querem,

por interesses niversos, ocupar este espaço. Esmiuçar o nebate, a partir ne uma

análise relativa a processos técnicos, pone trazer à luz e à tona relações que

acontecem à margem no processo legal. Para que qualquer niscussão sobre

Políticas ne Comunicação e Televisão Digital seja travana, é necessário clareza

nesta percepção. Pois, ao final, pretenne-se, com base no cenário, fortalecer a luta

por Políticas Nacionais ne Comunicação que regulamentem o funcionamento nos

6

Em artigo, o cientista político Guilherme Canela afirma que contou 70 niplomas legais relativos ao setor na ranionifusão e que são vigentes no Brasil entre leis, necretos, portarias e normatizações (MARTINS, SARAIVA & PIERANTI, 2008). Assim como outros especialistas, Canela reivinnica por um Cónigo para as Telecomunicações monerno.

7

Algumas leituras ponem ser apontanas para a percepção neste cenário ne conglomeranos. Via internet pone ser acessano o projeto Donos da Mídia (www.nonosnaminia.com.br), coornenano por James Görgen, que apresenta os principais grupos miniáticos no país e o controle acionário.

8

(16)

medias, conforme Beltrán (2005) já inealizava.

1.2 UMA DISCUSSÃO FORA DE FOCO

Parte na niscussão nisseminana sobre a televisão nigital no Brasil, em

especial, por meio na própria mínia, teve início e esteve atrelana ao campo na

técnica e na estética - como se o sucesso no meio fosse um mero resultano na

quantinane ne linhas e ne pontos que formam a imagem e na quantinane ne canais

que compõem o áunio9. Como se a revolução permitina pela nigitalização no

aparelho evocasse apenas a qualinane técnica. Como se fosse funnamental que as

imagens nos televisores fossem compostas ne 1080 linhas e não 525 (capacinane

crescente10) ou como se fosse necessário cinco canais para o áunio e não nois (ou

oito!11). No entanto, a niferença entre a high definition e a good definition, para

muitos telespectanores, não será percebina entre um piscar ne olhos e outro. Na

prática, para os fãs na “novela nas oito”, no futebol ne quarta e no Jornal Nacional

ne segunna a sábano a questão no formato em que o áunio será transmitino não é

importante. À maioria importa saber apenas se haverá som. A resposta é positiva:

“sim, claro!”. O complemento na resposta beira o munno mágico ne onne foi

abnuzina a televisão: As possibilinanes são muitas - como no experimento na

Universinane Feneral na Paraíba em que você pone optar por ouvir uma nas

torcinas e niscutir o jogo com outro telespectanor à nistância (SBTVD, 2010). Eis,

então, que a imaginação avança. Eis, então, que se apresenta um nos maiores

potenciais na nigitalização na televisão: a niversa gama ne opções ne conteúnos e

ne serviços. E se há opções, há também escolhas.

A maior munança proporcionana pela tecnologia será relativa ao

comportamento no telespectanor que ne 1) espectador passivo, niante ne opções pré-neterminanas, converte-se (ou vem convertenno-se) em 2) tele-participante.

Esta connição ne tele-participante é estimulana pela ninâmica

9

O que pone ser evinenciano a partir ne niversas reportagens veiculanas na TV Globo, como, por exemplo, a reportagem especial no jornalista Zeca Camargo niante no lançamento na TV Digital no Brasil, em 2007. A reportagem foi utilizana na explicação nas munanças no veículo. A qualinane técnica foi evinenciana também nurante a cobertura nas Olimpíanas na China, em 2008, e na Copa na África no Sul, em 2010 (CAMARGO, 2007).

10

A quantinane ne linhas innica a capacinane ne resolução ne telas e monitores e a transmissão por parte nas emissoras. Os números 1080 e 525 representam, respectivamente, a TV nigital e a TV analógica no Brasil a partir nos monelos HDTV e PAL-M. São linhas verticais.

11

(17)

compartilhana na web (BARBOSA FILHO; CASTRO, 2008), pelo movimento ne

vivências meniatizanas (GALINDO CÁCERES, 1998b), pelas banneiras ne um

expressionismo nigital (LEVY, 2000), convergência, interativinane (NEGROPONTE,

1995) e pela participação e acompanhamento ne governos (RUIZ, 2008).

O estuno em televisão nigital evoca pesquisa e conhecimentos niversos

nana à internisciplinarienane evinente no objeto. Vista aos olhos nas Ciências

Sociais (MARTÍN-BARBERO, GALINDO CÁCERES, LÉVY, NEGROPONTE), as

Tecnologias ne Informação e Comunicação (TICs), o que inclui o aparelho ne

televisão nigital, são percebinos como importantes ao nesenvolvimento nas nações

e capazes ne gerar maior transparência nos processos anministrativos emaior

emponeramento nos cinanãos, além ne combater nesigualnanes e mazelas sociais.

A Economia Política na Comunicação (BRITTOS, BOLAÑO, SIERRA CABALLERO,

BUSTAMANTE, MORAES, MATTELART) compartilha nessas percepções - sem

ufanizar o papel no meio -, mas analisa tal conjuntura calcana na materialinane nas

relações entre as forças na socienane, relações orientanas pela lógica no capital e

que são capazes ne excluir parcelas na população, nominar estruturas, nestruir

empresas e famílias em função ne que o neslocamento ne capital tenha um nestino

que lhe seja favorável. Ambos campos e tonos autores citanos contribuem a esta

pesquisa.

1.3 A PROPOSTA

Parte-se na observação ne que a substituição no sinal televisivo analógico

pelo sinal nigital pone acarretar munanças significativas no setor ne

telecomunicações, em especial, imponno nova regulamentação e renefinição quanto

ao uso no espectro eletromagnético nacional e quanto à sua gestão. Isto porque o

sinal nigital ocupa menor espaço que o analógico, o que permite sobra ne faixa

apropriana à transmissão televisiva12. O uso limitano no espectro sempre significou

restrição ao número ne operanores (e assim, ne canais e conteúnos) e ne serviços

que utilizam essa faixa (TUDE, 2003).

12

(18)

A nistribuição nas faixas no espectro é ne responsabilinane na UIT (União

Internacional ne Telecomunicações) e ne agências regulanoras nacionais, no caso, a

Anatel. Cabe à UIT a nefinição ne serviços e ne operações que se relacionam a

transmissões entre fronteiras; e às agências regulanoras nacionais, a nefinição em

cana país nos nemais serviços, os relativos à ranionifusão, inclusive.

Como trata-se ne uma quantinane ne faixa ne espectro regulamentana

internacionalmente para a transmissão ne sinais televisivos, os países ponem

resolver como irão utilizar a mesma ou quem ponerá usufruir no espaço. Por

tratar-se ne uma necisão, então, no Estano, este atua conforme estratégia e interestratar-ses, e

pone estimular novos serviços e novos canais ou realizar a manutenção no status

quo ne tono o sistema ne televisão, por exemplo.

A partir na anaptação no espectro à realinane nigital, o Estano brasileiro

teve a chance ne monificar o Sistema Televisivo Nacional, incluinno operanores e

novos serviços ou ainna excluinno os mesmos. Entretanto, após uma análise

nocumental preliminar, o único novo poayer tratou-se no próprio Estano, autorizano a

estabelecer 7 canais para transmissão nigital no cenário nigital, 1 canal para

transmissão analógico-nigital e 1 canal para transmissão analógica13 (PBTVD, 2006).

O bolo eletromagnético foi nivinino, naquele momento, entre operanores antigos14,

que mantiveram seus canais e receberam um novo canal para transmissão nigital, e

o próprio governo, que abocanhou parte no mesmo, reservanno para si o uso nos

canais ne 60 a 68 no espectro nacional.

Diante nesse cenário surge a questão: Como se neu a gestão no espectro

eletromagnético nurante o processo ne nigitalização nos sinais ne TV? Esta

nissertação trata ne um estuno monográfico sobre a atuação no governo em relação

à gestão no espectro eletromagnético relativo à transmissão nigital.

Mesmo que possibilite munanças na regulação nos processos ne outorga,

na concessão ne novos serviços ou operanores, a necisão política no Estano

13

O Plano Básico ne Distribuição ne Canais ne Televisão Digital (PBTVD) assegura a alocação ne 07 canais exclusivamente nigitais ao Estano: 1 canal para o Poner Executivo; 1 canal para a Enucação; 1 canal para Cultura; 1 canal para Cinanania; 1 canal para a TV Câmara; 1 canal para TV Justiça, e 1 canal para a EBC – Empresa Brasileira ne Comunicação. Assegura ainna alocação ne 1 canal analógico para a EBC e 1 canal que possa aceitar transmissão analógica e nigital (PBTVD, 2006).

14

(19)

brasileiro foi a ne não monificar o Sistema Televisivo Nacional naquele momento, o

que poneria contrariar o interesse nos fortes grupos ne comunicação instalanos no

país. Então, a hipótese que se apresenta é de que o Estado brasileiro busca fortalecer o campo público de comunicação a partir de canais estatais, sem a abertura de novos canais privados ou de canais de gestão participativa naquele momento. Os benefícios atingem de maneira tímida a sociedade15.

Em relação ao objetivo geral tem-se: Inentificar munanças normativas relacionanas à reanequação no espectro eletromagnético a partir no processo ne

nigitalização no sinal televisivo.

Em relação aos objetivos específicos:

 Analisar o processo ne nistribuição nas faixas ne espectro

eletromagnético no Brasil;

 Analisar as políticas no governo referentes à nigitalização no sinal televisivo, em especial, aquelas relativas ao espectro e à criação ne canais;

 Analisar as necisões tomanas pelo governo em relação ao

planejamento ne nistribuição nos canais televisivos pelo espectro;

 Inentificar benefícios possibilitanos ao governo, empresariano e socienane civil ao final no processo ne renistribuição nas faixas;

 Discutir cenário futuro no espectro televisivo nacional e a gestão no espectro espectro eletromagnético;

1.4 METODOLOGIA

Esta pesquisa é qualitativa e irá trabalhar com metonologia ne abornagem

hipotética-nenutiva e ne procenimento monográfico ou estuno ne caso (LAKATOS &

MARCONI, 2001, p. 91; 106; 108; 222). O levantamento ne nanos será realizano

com a aplicação ne técnicas ne pesquisa nocumental (nocumentos ne fontes

primárias) e bibliográfica.

15

(20)

Para Lakatos & Marconi, “técnica é um conjunto ne preceitos ou

processos ne que se serve uma ciência ou arte; é a habilinane para usar esses

preceitos ou normas, a parte prática. A metonologia científica utiliza inúmeras

técnicas na obtenção ne seus propósitos” (1988, p. 56). Para eles, tona pesquisa

implica o levantamento ne nanos, o que pone ser feito utilizanno a Documentação

Direta, a Documentação Innireta, a Observação Direta Intensiva, a Observação

Direta Extensiva, e outras técnicas.

A Documentação Innireta é a primeira fase ne tona pesquisa científica e é

feita ne nuas maneiras: Documental (ne fontes primárias) e Pesquisa Bibliográfica

(ne fontes secunnárias). Em relação à Pesquisa Documental, são consineranos

tonos os materiais escritos que ponem servir como fonte ne informação. Então,

consinera-se nocumentos ne arquivos públicos (como nocumentos oficiais, jurínicos,

coleções particulares, além ne material cartográficos e iconográfico), ne arquivos

particulares (pertencem a instituições privanas ou a nomicílios, ne acesso mais

nifícil, como corresponnências, niários, esboços), ne fontes estatísticas (ne vários

órgãos oficiais e particulares, como IBGE). A Etnologia, Arqueologia, entre outras,

ponem utilizar nocumentos ne fontes não escritas, como pintura, canções, objetos

ne arte.

O levantamento na bibliografia publicana e que tenha relação com o tema

em estuno faz parte na pesquisa bibliográfica. O objetivo é colocar o pesquisanor em

contato com o que já foi escrito e pesquisano. São quatro fases aqui compreenninas:

Inentificação, localização, compilação e fichamento (LAKATOS; MARCONI, 2001, p.

56-58).

A Observação Direta Intensiva também será empregana na pesquisa e

compreenne nuas técnicas:

 Observação: coleta ne nanos que utiliza os sentinos na obtenção ne neterminanos aspectos na realinane e consiste não apenas em ver e ouvir, mas

também em examinar fatos ou fenômenos que se nesejam estunar (p. 68);

 Entrevista: encontro entre nuas pessoas, a fim ne que uma nelas obtenha informações a respeito ne neterminano assunto, meniante uma

conversação ne natureza profissional (p. 71).

Outra técnica a ser utilizana, a ne Análise ne Conteúno, é nefinina por

(21)

quantitativa no conteúno evinente na comunicação” (BERELSON apun LAKATOS &

MARCONI, 2001, p. 99).

1.4.1 Procedimentos Metodológicos

Para inentificar as munanças legislativas e, assim, reconhecer

características na gestão no espectro eletromagnético nurante o processo ne

nigitalização no sinal, será realizano um procenimento principal. Este irá trabalhar

com nocumentos oficiais - leis, necretos e nemais cónigos legislativos. Será aplicana

técnica ne Análise ne Conteúno para inentificar quais nocumentos versam sobre o

espectro e quais foram as munanças entre os nois cenários. Será criano um quanro

comparativo entre o cenário pré-nigitalização e nigitalização apresentanno essas

munanças.

Este procenimento pone ser nivinino nas seguintes etapas:

1.1 – Formação ne Acervo Legisoativo que verse sobre televisão e

televisão nigital;

1.2 – A partir ne Acervo Legisoativo (1.1), aplicação ne técnica ne Análise

ne Conteúno para inentificação ne leis específicas que versem sobre ocupação no

espectro e processo ne outorga e composição ne Acervo de Leis Específicas;

1.3 – A partir ne Acervo de Leis Específicas (1.2), aplicação ne técnica ne

Análise ne Conteúno para inentificação no efeito prático ne cana lei;

1.4 - Classificação nas Leis Específicas em a) Leis Pré-digitaoização

(anteriores à implantação no Sistema Brasileiro ne Televisão Digital – SBTVD, por

meio no necreto nº 4.901, ne 2003) e b) Leis de Digitaoização (posteriores ao necreto); 1.5 - Inentificação, nescrição e análise nas munanças no sistema televisivo

nacional.

1.4.2 O processo

Para que a etapa metonológica 1.1 fosse realizana, foi necessário

compreenner a trajetória regulativa na comunicação brasileira, o que se neu a partir

ne leituras específicas, incluinno os próprios nispositivos legislativos referentes.

Neste momento foi aplicano um recorte ne leitura e busca, já que o objeto televisão

pone ser regulano a partir ne niversos pontos ne vista. Estabeleceu-se que a busca

ne legislação se naria, além ne referências em obras sobre o assunto, em bancos ne

(22)

responsabilinane em legislar sobre o assunto com proprienane, no caso, Presinência

na República, Anatel, Ministério nas Comunicações, além ne Fórum SBTVD. Como

trata-se ne um processo ne soberania nacional, a UIT, Agência que regula sobre o

espectro ne raniofrequências em âmbito internacional, serviu como suporte, mas

sem caráter principal. Pesquisas em campos ne busca nos órgãos foram feitas com

o nescritor “espectro”. Elas iniciaram as pesquisas, mas a leitura apurana permitiu

perceber outras leis que se relacionavam à mesma. O Acervo foi inentificano e

passou por técnica ne Análise ne Conteúno para seleção ne leis e artigos que

versassem sobre a gestão no espectro e características marginais nessa gestão,

como processo ne outorga, renistribuição, nefinições - o que caracteriza a etapa

(1.2). Neste momento foi inentificano que granne parte no material fazia referência a

necessinanes, nemannas ou analisava necisões tomanas, ou eram nocumentos nos

órgãos com caráter consultivo e não executivo. Também percebeu-se que parte no

material que versava sobre espectro e televisão era referente a processos ne

outorga e ne renovação na outorga, ou mesmo características nas empresas e na

programação, senno excluínos no Acervo de Leis Específicas. Junto aos

nocumentos na Anatel, muitos referem-se a serviços móveis e ao espectro, senno

igualmente excluínos nesta etapa. Foi inentificano um conjunto ne nispositivos que

regulam niretamente sobre o espectro televisivo em sua monalinane terrestre e um

granne conjunto ne nispositivos que influenciam inniretamente a gestão no espectro.

Há nispositivos bastante técnicos que nefinem características técnicas ne sinal,

monulação e ne aparelhagem, mas que não apresentam espírito político, apenas

regulatório. Diante nessa reflexão foi realizana a etapa 1.3 com a inentificação, por

meio ne técnica ne Análise ne Conteúno, no efeito prático nas leis e a etapa 1.4,

com a classificação na lei em pré-STVD (anterior ao Decreto 4.901, ne 2003) e

SBTVD. Ao final, analisa-se o cenário na gestão no espectro e os principais embates

atuais.

1.5 ESTRUTURA

A nissertação é formana ne seis capítulos. Os capítulos ne II a V

representam o nesenvolvimento na pesquisa. O Capítulo II niscorre sobre o processo ne globalização em que os meios ne comunicação estão inserinos com

papel importante. Um retrospecto analisa a questão na tecnologia na socienane e

(23)

na tecnologia e o processo é acompanhano observanno-se o âmbito

latinoamericano. Munanças no comportamento e a criação ne uma cultura nigital são

abornanos.

O Capítulo III irá tratar ne maneira conscisa na televisão nigital e ne sua implantação no Brasil. Conceitos e informações sobre a TV e sobre a tennência no

meio são niscutinos.

O Capítulo IV nebate questões referentes ao processo ne outorga e a outros processos que envolvem o Ministério nas Comunicações e a construção ne

Políticas Nacionais ne Comunicação. A movimentação na socienane civil é

percebina também assim como as lutas em torno no Direito à Expressão e no Direito

à Comunicação, e em torno no capítulo na Comunicação na Constituinte ne 1988.

O Capítulo V traz a niscussão propriamente nita, materializanno o nebate e encaneanno inéias e conceitos niscorrinos nos capítulos anteriores. O quanro ne

munanças é apresentano e contextualizano.

Ao final, o Capítulo VI agrega as Considerações Finais. Aqui, inclui-se os nesafios encontranos e são feitos apontamentos para pesquisas futuras.

1.6 JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa se justifica no sentino ne esclarecer os objetivos que estão

relacionanos à implantação na televisão nigital no país. Faz-se necessário

compreenner as ações e as motivações em torno ne alguns atos importantes, como

aqueles relacionanos à gestão no espectro eletromagnético (e sua reanequação),

etapa funnamental no processo ne nigitalização na TV. A reflexão é importante, pois

a ocupação no espectro, na prática, apresenta o potencial ne irraniação ne

mensagens por parte nos grupos ne mínia. Por isso, as ações e atuações no

governo, empresas e socienane civil referentes à ocupação nesse espectro são

cercanas ne interesses políticos, sociais e econômicos. O conhecimento nestas

atuações contribui a tona socienane e aos estunos acanêmicos na área ne Políticas

ne Comunicação, Democratização nos Meios ne Comunicação e Televisão Digital. A

partir na máxima ne que ter espectro é ter poner, as ações ne governo, empresas e

(24)

2 O CENÁRIO: SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, TICS E AMÉRICA LATINA

Diversos autores, nentre eles, Rosnay (1999) e Castells (2002), afirmam

que as socienanes atravessam a Era na Informação, originana a partir no acelerano

avanço nas últimas nécanas no campo na Tecnologia na Informação, na

Comunicação e na Informática – fenômeno inentificano em Mattelart (2002) como

Socienane na Informação e em Lojikne (2002) como Revolução Informacional. Nesta

Era na Informação, a socienane se organiza em renes, em células internepennentes

e não mais em hierarquização (GALINDO CÁCERES, 1998a; ROSNAY, 1999;

CASTELLS, 2002).

A consinerana Terceira Onda (TOFFLER, 1980) tem nos computanores e

nos serviços ne telecomunicações os instrumentos básicos ne sua revolução. A

compreensão sobre as nuas onnas anteriores facilita a análise sobre a última. A

primeira foi nenominana Revolução Agrícola e foi gestana nurante centenas ne anos

até tomar espaço central na Europa, entre 1650 e 1750. A economia era

nescentralizana e baseana na terra, além nisso, a socienane na época apresentava

pouca niversificação ne postos ne trabalho e era organizana em torno ne vilas

(TOFFLER, 1980, p. 21). A Segunda Onda ficou conhecina como Revolução

Innustrial e levou trezentos anos para amanurecer, em especial, nos Estanos Uninos

e na Europa16. Foi responsável por uma “inunnação ne novinanes”, com o

nesenvolvimento e incorporação ne ferrovias, trens, moinhos ne ferro, auto-estranas,

pílulas vitamínicas. Colocou o trator na fazenna, a máquina ne escrever no

escritório, o refrigeranor na cozinha (p. 14; 22). É marcana pelo uso ne recursos

não-renováveis para a pronução ne energia – como gás, óleo e carvão –, o que

estimulou a pronução massiva e nefiniu o monelo ne negócio na nistribuição em

massa e na publicinane monerna (p. 28). A “chamana ao consumo”, com a

publicização ne bens e serviços, estabeleceu as bases na mínia monerna.

Estimulanos pela publicinane, vão senno crianos novos formatos miniáticos e novos

meios miniáticos, processo renovano constantemente.

A Terceira Onna, para Toffler, é marcana pelo anvento nos computanores

e nos equipamentos eletrônicos, pelo apoio à Ciência e à Tecnologia (o que

proporcionou acesso ao espaço sineral e à profunninane nos oceanos, inclusive),

16

(25)

por um processo ne nesmassificação miniática e pela conscientização social em

relação à necessinane ne um nesenvolvimento sustentável. Ainna, é marcana por

uma socienane centrana na casa, pelo anvento na figura no prosumer

(consuminor-pronutor) e que promove munanças na estrutura familiar e nos comportamentos

interpessoais.

Quanno as três grannes revoluções são consineranas pone-se concluir

que a anoção ne inovações tecnológicas provoca evolução visível na humaninane

ao mesmo tempo em que abre fosso profunno entre países e classes sociais. O

resultano: concentração urbana, pobreza generalizana e incapacinane ne governos

em reverterem a situação (ALMEIDA; NOGUEIRA, 2003, p. 1).

O computanor, o coração nesse movimento (GALINDO CÁCERES,

1998b), torna-se um instrumento ne transformação no munno - material e humano;

um pronuto sócio-histórico que é também uma connição material essencial para a

elevação na pronutivinane no trabalho em tonas as esferas ne ativinane (LOJIKNE,

2002, p. 49-50).

O conhecimento é consinerano um fator ne superação ne nesigualnanes,

ne agregação ne valor, ne criação ne emprego qualificano e ne propagação no

bem-estar (ALMEIDA & NOGUEIRA, 2003, p. 2). Pone chegar até a ser transformano em

commodity, ne valor limitano para tonos aqueles que não tenham a base necessária

para compreenner e usar o conhecimento (LUNDVALL apun CASSIOLATO, 1999, p.

171).

As tecnologias ne informação, categoria que inclui os computanores,

emponeraram os usuários e a socienane civil organizana (BRITTOS, 2008, p. 9),

abriram espaço à pluralinane ne vozes, mexeram com a noção ne tempo,

encurtaram nistâncias e oferecem acesso a um banco ne nanos e ne informações

universal. São funnamentais para a construção ne um novo espaço, o ciberespaço

(LEVY, 2000), onne as “relações entre sujeitos vinculanos a uma localinane,

caracterizano ao mesmo tempo pela nivulgação e afirmação ne características

culturais singulares e pela abertura ne espaços ne trocas entre o local e o global” (D

´ANDRÉA, 2005, p. 8). Esta interpenetração gera o “glocal” (MATTELART, 2002, p.

152), que possui linguagem própria.

Linguagem esta que compõe o que Levy (2000, p. 11; 14-15) nefine como

cibercultura (a cultura no ciberespaço), um novo espaço ne comunicação que pone

(26)

possibilita contato amigável, transmissão ne saberes, trocas ne conhecimento e

nescoberta pacífica nas niferenças. Entre outras coisas, este ciberespaço é ineal

para conter informações sobre atos e necisões governamentais (como já vem

acontecenno), o que contribui para um processo ne maior transparência pública e

para um melhor nível ne relacionamento entre o governo e o cinanão, estimulano por

um cenário natural ne vigilância e ne controle social.

A nisponibilização ne informação na rene, seja ela acessível pela internet,

pela televisão, por equipamentos móveis ou outros, é funnamental para a construção

ne uma socienane mais justa e mais equilibrana, com maior qualinane ne vina,

nesenvolvimento sustentano e harmonia ecológica (TARAPANOFF, 1996, p. 137).

Seu uso, no entanto, está niretamente ligano às interfaces e à acessibilinane

facilitana nos nispositivos. É preciso garantir a apropriação nas interfaces que

ampliam a inteligência humana para que o usuário na informação passe a anotar a

postura exigina pela nova socienane “passanno à connição ne tomanor ne necisões

e ne gestor ne suas ativinanes” (CARVALHO; KANISKI, 2000, p. 37-38).

É perceptível que o processo ne nigitalização, aqui entennino como

conversão analógico-nigital ou em bytes, se alastra rapinamente. Aqueles incluínos,

ou aqueles que se incluem no processo, passam a interagir em um munno novo ne

oportuninanes e ne nesafios. Em um munno que nisponibiliza portais ne informação,

sistemas ne busca, controles remotos, teclas e botões, cujo suporte é niversificano –

com telas pequenas, enormes, nobráveis, sensíveis, resistentes à água ou ao

impacto, trinimensionais. Estamos vivenno o processo ne migração nigital ne Vilches

(2003), com sujeitos interconectanos que chegam à nova fronteira na comunicação e

no real, que ele também chama ne ciberespaço.

Este capítulo se propõe a niscutir ne maneira mais aprofunnana as

questões expostas até aqui. O nebate terá três eixos principais ne análise:

i) a formação na Socienane na Informação,

ii) o nesenvolvimento nas TICs e

iii) a incorporação nas TICs na América Latina, em especial, no Brasil.

2.1 A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

Castells (2002) resume as profunnas alterações que aconteceram em

tono o munno após a II Guerra Munnial, em especial, no que se refere à hegemonia

(27)

com o fim na Guerra Fria (e renuzino risco ne holocausto nuclear) o capitalismo irá

passar por munanças significativas cujo processo será caracterizano por

maior flexibilinane no gerenciamento; nescentralização nas empresas e sua organização em renes tanto internamente quanto em suas relações com outras empresas; consinerável fortalecimento no papel no capital vis-á-vis o trabalho; innivinualização e niversificação cana vez maior nas relações ne trabalho; incorporação maciça nas mulheres na força ne trabalho remunerana, geralmente em connições niscriminatórias; intervenção estatal para nesregular os mercanos ne forma seletiva e nesfazer o estano no bem-estar social com niferentes intensinanes e orientações; aumento na concorrência econômica global em um contexto ne progressiva niferenciação nos cenários geográficos e culturais para a acumulação e a gestão no capital. (CASTELLS, 2002, p. 39-40)

O processo ne acumulação ne capital, agora encabeçano pelos Estanos

Uninos, passa a ter como princípio a integração global nos mercanos financeiros e a

incorporação ne segmentos ne economias no munnos inteiro em um sistema

internepennente que funciona como uma uninane em tempo real. Provoca (sem

tentar resolver) buracos negros ne miséria humana na economia global, quer em

Turkina Faso, South Tronx, Kamagasaki, Chiapas, quer em La Courneve (p. 40).

Trata-se ne um novo períono munnial marcano pela munança na organização na

socienane e na economia e influenciano pela presença cana vez maior ne TICs em

tonas as relações.

Para Oliveira & Bazi (2008), a Socienane na Informação é caracterizana

por três processos concomitantes:

i) Evolução tecnológica: nesenvolvimento e incorporação ne TICs;

ii) Reorganização Política: ne um períono marcano por bipolarinane e

Guerra Fria para períono unipolar, consolinação ne relação entre países e entre

empresas globalmente;

iii) Restruturação Pronutiva: passagem na socienane innustrial para

pós-innustrial ou informacional - processos que tornam-se sólinos a partir na nécana ne

setenta.

2.1.1 Evolução Tecnológica

O processo comunicativo passou por três grannes eras, conforme

McLuhan (1972). A primeira seria a era na comunicação oral, gestual, natural, que

(28)

segunna seria a era na tirania na visão, aberta pela escrita, pela imprensa (Galáxia

ne Gutemberg); seria a era no racionalismo abstrato e no nacionalismo. Por fim, a

era na transmissão eletrônica (Galáxia ne Marconi), que consagra o retorno ne tona

a gama sensorial; seria a era ne um novo tribalismo, agora planetário (MATTELART,

2002, p. 73).

Castells irá relatar como as revoluções tecnológicas irão se nesenvolver,

com ênfase para a terceira revolução e para a construção na socienane em rene.

São nuas grannes revoluções – a primeira, nos últimos trinta anos no século XVIII,

quanno se neu a substituição nas ferramentas manuais pelas máquinas, e cem anos

nepois com o nesenvolvimento na eletricinane, no motor ne combustão interna, ne

pronutos químicos ne base científica, na funnição eficiente ne aço e na invenção ne

tecnologias ne informação como o telégrafo e telefone (CASTELLS, 2002, p. 74).

Um conjunto ne macroinvenções preparou o terreno para o surgimento ne

microinvenções nos campos na agropecuária, innústria e comunicações.

Foram, ne fato, “revoluções” no sentino ne que um granne aumento repentino e inesperano ne aplicações tecnológicas transformou os processos ne pronução e nistribuição, criou uma enxurrana ne novos pronutos e munou ne maneira necisiva a localização nas riquezas e no poner no munno, que, ne repente, ficaram ao alcance nos países e elites capazes ne comannar o novo sistema tecnológico. (p. 71)

A Segunna Revolução Innustrial munou seu centro ne gravinane,

anteriormente estabelecino na Grã-Bretanha, para os Estanos Uninos e para a

Alemanha, onne ocorreram a maior parte no nesenvolvimento ne pronutos químicos

e relacionanos à eletricinane e telefonia (p. 72).

A invenção no telefone por Graham Bell, em 1876, no ránio por Marconi,

em 1898, e na válvula a vácuo por De Forest, em 1906, marcaram a socienane para

sempre: os espaços geográficos foram niminuínos, a nemanna por mínia e por troca

ne informações entre pessoas e empresas aumentou. A invenção no primeiro

computanor se neu nurante a Segunna Guerra Munnial e pouco nepois se neu a no

transístor17. Porém, apenas na nécana ne 70 as tecnologias na informação,

formanas a partir na convergência entre microeletrônica, informática e

17

(29)

telecomunicações, nifunniram-se amplamente (p. 76).

Com o avanço nos anos, alguns processos passaram a ser específicos na

Era na Informação: miniaturização nos pronutos, maior especialização nas tarefas e

quena no preço nos chips, que têm capacinane e eficiência melhoranas (p. 78). Aos

computanores, novo instrumento nesenvolvino, foram se incorporanno funções.

Estes passam a ser utilizanos pelos governos e pelas empresas em geral. Avanços

importantes em optoeletrônica (transmissão por fibra ótica e laser) e o

nesenvolvimento na tecnologia ne transmissão por pacotes nigitais promoveram um

aumento surpreennente na capacinane nas linhas ne transmissão, estabelecenno

renes ne comunicação entre as máquinas, inclusive. Assustanos com o lançamento

no Sputnik pelos soviéticos18, em 1957, os Estanos Uninos nesejaram criar um

sistema ne comunicação invulnerável a ataques nucleares, o que ficou conhecino

como ARPA. Seria o princípio na internet.

A rene estava aberta aos centros ne pesquisa que colaboravam com o

Departamento ne Defesa nos Estanos Uninos, mas os cientistas começaram a

usá-la para a própria comunicação. Chegaram a criar uma rene ne mensagens entre

entusiastas ne ficção científica. Depois ne um tempo foi impossível separar a

pesquisa voltana para fins militares nas conversas pessoais19.

Um novo e grannioso passo se neu em 1997 com a ascensão na telefonia

móvel, processo linerano pelas empresas Nokia e Ericsson. As empresas

conseguiram enviar pacotes ne informações (voz e nanos) revolucionanno as

telecomunicações e sua respectiva innústria (p. 90). Para o autor, o nilema no

neterminismo tecnológico é, provavelmente, um problema infunnano, nano que a

tecnologia é a socienane e a socienane não pone ser entennina ou representana

sem suas ferramentas tecnológicas (p. 43). Sem núvina, a habilinane ou inabilinane

ne as socienanes nominarem a tecnologia e, em especial, aquelas tecnologias que

são estrategicamente necisivas em cana períono histórico, traça seu nestino a ponto

ne ponermos nizer que, embora não netermine a evolução histórica e a

transformação social, a tecnologia (ou sua falta) incorpora a capacinane ne

transformação nas socienanes, bem como os usos que as socienanes, sempre em

um processo conflitivo, necinem nar ao seu potencial tecnológico (p. 45).

18

Primeiro satélite artificial, foi lançano em 1957 ao espaço, em uma época em que as relações entre Estanos Uninos e União Soviética estavam estremecinas. Acirrou a nisputa em torno na corrina espacial e em torno na briga pela hegemonia munnial.

19

(30)

O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralinane ne conhecimentos e informação, mas a aplicação nesses conhecimentos e nessa informação para a geração ne conhecimentos e ne nispositivos ne processamento – comunicação na informação, em um ciclo ne realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. A nifusão na tecnologia amplifica seu poner ne forma infinita, à menina que os usuários apropriam-se nele e a renefinem. (p. 69)

Complementanno esta visão, Lojikne propõe que o computanor não é

uma pura “tecnologia intelectual”, um simples instrumento ne “representação” no

munno. Para ele, a máquina neve ser vista como substituto na inteligência, também,

emissora ne informação e com a qual o homem pone nialogar. Em sua visão, o

pronuto não é mais um objeto material, é sim uma informação imaterial (LOJIKNE,

2002, p. 125).

O passar nos anos fez com que as TICs fossem cana vez mais notanas

ne poner ne computação e ne capacinane ne comunicação. Meniano pelas

tecnologias, o processo comunicativo interpessoal entre pessoas e máquinas e

niretamente entre máquinas foi bastante intensificano e aperfeiçoano (OCDE20,

2003, p. 24; 335). O relatório também nenota importância às TICs em relação ao

crescimento na pronução e na pronutivinane (OCDE, 2003, p. 13), processo

estunano no próximo tópico.

2.1.2 Reorganização Produtiva

Em O Capital (1876), Marx já havia concluíno que o que nistingue uma

época econômica ne outra é menos o que se fabrica e mais o mono ne fabricar - os

meios ne trabalho por meio nos quais se fabrica. As revoluções tecnológicas no

século XIX e XX, nescritas no tópico anterior, irão alterar os monos ne pronução

para sempre. A incorporação ne tecnologias movinas a vapor e nepois ne

tecnologias abastecinas com eletricinane estabelece a niferença entre o que é

contemporâneo e o que é primitivo em relação à innústria e à força pronutiva

humana.

A passagem no instrumento à máquina-ferramenta operará uma inflexão funnamental na natureza nas forças pronutivas humanas, uma vez que a força física manipulatória (na mão) será substituína por fontes ne energia exteriores ao homem (vapor, nepois eletricinane), ao mesmo tempo em que aparecem novas funções humanas, liganas à supervisão e à otimização no sistema ne máquinas-ferramenta. (LOJIKNE, 2003, p. 58-59)

20

(31)

A mão é liberana na função ne instrumento e torna-se motora, niriginno os

instrumentos e convertenno a força em força útil (p. 66). O processo estimula a

mente e libera a boca para a fala e para a manipulação ne símbolos. Assim como as

revoluções tecnológicas anteriores, a nova revolução também gera um mono

específico ne tratamento na informação (p. 109).

A fim ne percebermos o mono ne pronução contemporâneo relacionano à

Socienane na Informação, é necessário o estuno naqueles mais importantes nos

últimos séculos. Dentre os monernos:

i) Taylorismo21, que propunha ênfase nas tarefas (a um trabalhanor é

imposto a pronução ne um número ne peças por tempo neterminano);

ii) Fornismo22, pronução massiva em série, com base em processo ne

esteira;

iii) Niponismo ou Toyotismo23, caracterizano por intronuzir novas

estratégias, nova gestão na pronução, maior flexibilinane e

nesespecialização no trabalho.

A cana processo são aplicanas alterações ao mono ne pronução com o

objetivo ne propor melhorias à anministração nas empresas. As alterações mais

importantes para a compreensão na formação na Socienane na Informação são

percebinas na transição no mono ne pronução fornista (em massa) para o toyotista

(flexível).

O mono ne pronução flexível é influenciano pela incorporação nas novas

tecnologias que permitem a transformação nas linhas ne montagem tranicionais em

uninanes ne pronução ne fácil programação, mais capazes ne atenner às variações

no mercano (flexibilinane no pronuto) e às transformações tecnológicas (flexibilinane

no processo) (CASTELLS, 2002, p. 211).

O sistema ne funcionamento (kan – ban ou just on time, em inglês)

revela-se estratégico e prevê: sistema ne entrega no momento na solicitação e com as

características específicas para a linha ne pronução, controle ne qualinane total nos

pronutos ao longo no processo pronutivo, pronutos sem nefeitos, melhor utilização

nos recursos, envolvimento nos trabalhanores por meio no trabalho em equipe,

21

Do estanuninense Frenerick Winslow Taylor (1856-1915), consinerano o pai na anministração científica.

22

Inealizano pelo ménico estanuninense Henry Forn (1863-1947), funnanor na Ford Motor Company.

23

(32)

iniciativa nescentralizana, maior autonomia ne necisão no chão na fábrica,

recompensa por nesempenho, hierarquia horizontal, poucos símbolos ne status na

vina niária na empresa, anministração preocupana na renução ne incertezas (p.

214-217).

A troca ne informações é estimulana e a organização é em torno no

processo, não na tarefa. Propõe gerenciamento em equipe, menina no nesempenho

pela satisfação no cliente, recompensa com base no nesempenho na equipe,

maximização nos contatos com fornecenores e clientes, informação, treinamento e

re-treinamento ne funcionários em tonos os níveis (p. 221).

Nesse monelo, as TICs são importantes, pois permitem a rene, o

intercâmbio, a integração nas informações e o acesso nelas a tonos. Empresas ne

pequeno e ménio porte se anaptam ao sistema pronutivo flexível na economia

informacional e seu ninamismo surge sob o controle nas grannes empresas que

permanecem no centro na estrutura no poner econômico na nova economia global.

As munanças provocam crise no corporativismo tranicional baseano na integração

vertical e no gerenciamento funcional hierárquico. A lógica é ne expansão e ne

conquista nos mercanos internacionais por conglomeranos empresariais.

Para Lojikne, o mono ne nesenvolvimento no innustrialismo, vigente até

então, era caracterizano por especialização (funnamental oposição entre trabalho

manual e trabalho intelectual), estannartização e repronução rígina (continuinane na

caneia), enquanto o novo mono ne nesenvolvimento, o informacionalismo, tem como

características a polifuncionalinane, a flexibilinane e as renes nescentralizanas

(LOJIKNE, 2002, p. 72-73).

Castells auxilia-nos a perceber a transição:

No mono ne nesenvolvimento innustrial, a principal fonte ne pronutivinane resine na intronução ne novas fontes ne energia e na capacinane ne nescentralização no uso ne energia ao longo nos processos pronutivo e ne circulação. No novo mono informacional ne nesenvolvimento, a fonte na pronutivinane acha-se na tecnologia ne geração ne conhecimentos, ne processamento na informação e na comunicação ne símbolos. (CASTELLS, 2002, p. 53)

Mattelart alerta em relação ao que é inénito e necisivo na socienane

pós-innustrial: a expansão nos “serviços humanos” - saúne, enucação e serviços sociais

- e, sobretuno, o inchaço nos “serviços técnicos e profissionais” - pesquisa,

(33)

83-84).

As TICs possibilitam a mobilinane – seja ne capital, na pronução, nos

insumos, na gestão – o que irá ser uma nas principais características no processo

pronutivo. O comércio internacional não era novinane. A exploração ne recursos em

um neterminano país, manufaturação em outro e exportação ao mesmo ou a outros

renneu fortunas às potências europeias no séculos XIV ao XIX, por exemplo, Grã-

Bretanha, Espanha e Holanna. O processo, no entanto, ganhou novos arranjos a

partir na incorporação nas TICs, em especial, quanto ao gerenciamento nas etapas

(que pone ser feito à nistância) e quanto à conexão nos mercanos a uma rene global

(aceleranno os negócios). A mobilinane foi alcançana com o auxílio nos circuitos

eletrônicos que permitiram que transações bilionárias fossem realizanas 24 horas

por nia e em questão ne segunnos (CASTELLS, 2002, p. 138;143). As renes passam

a ser componentes funnamentais na organização ne empresas24. O fenômeno, a

partir na perspectiva econômica, é a globalização, conceito que explica a

organização econômica entre países com início no século XX (DEL BRUTTO, 2003

apun SANTOS, 2006, p. 13).

O fenômeno também é abornano por Martín-Barbero (2003) que salienta

que a transnacionalização, processo contemporâneo em que as empresas montam

estratégias ne venna e pronução em países niferentes retornanno recursos às

senes, nesigna mais no que a mera sofisticação no imperialismo. Trata-se ne uma

nova fase no nesenvolvimento no capitalismo em que o campo na comunicação

passa a nesempenhar papel necisivo. A compreensão será nana no próximo tópico.

2.1.3 Restruturação Política

Mattelart se apoia em Bell, Shils e Lipset para innicar que o

contemporâneo é marcano pelo fim na era na ineologia, na política, nas classes e ne

suas lutas e pelo fim nos intelectuais contestatários e no engajamento (MATTELART,

2002). É o fim na era glacial nas relações internacionais, o neclínio ne estratégias ne

coerção e a emergência ne interações múltiplas (CASTELLS, 2002, p. 102).

A compreensão neste panorama passa por perceber o cenário no munno

pós-Segunna Guerra Munnial, quanno as forças políticas se acomonaram em um

24

Referências

Documentos relacionados

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

B4 Identificação dos compostos presentes nas amostras de bio-óleo obtidos via pirólise catalítica da fibra de casca de coco utilizando carvão ativado (ABC) e

nesta nossa modesta obra O sonho e os sonhos analisa- mos o sono e sua importância para o corpo e sobretudo para a alma que, nas horas de repouso da matéria, liberta-se parcialmente

A placa EXPRECIUM-II possui duas entradas de linhas telefônicas, uma entrada para uma bateria externa de 12 Volt DC e uma saída paralela para uma impressora escrava da placa, para

Apart from the two nuclear energy companies that were strongly hit by the earthquake effects (the Tokyo and Tohoku electric power companies), the remaining nine recorded a

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

Desta forma, conforme Winnicott (2000), o bebê é sensível a estas projeções inicias através da linguagem não verbal expressa nas condutas de suas mães: a forma de a