•
•
•
ANNO XVI
-
Ns. 2
•e 3
-
Ntim. avulso 1$200
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Maio
e
Junho
de
1932
---~----~.;_----
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'1EV1ST A MENSAL Director-responsa vel
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I
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DB
1A
FREIRE ALVI~í
Officinas : ltU lt DO CARJIO, 4,;J
1 •
l)ara o Bra 11m an no. . . • 12$000
6 n1 ezes . . . 6$000 União l'o. tal. . . 15$000
--
- -
---- - ---- - - - . -- - - - -
·
•SUMMARIO
-Anisio S. Teixeira ... . Magalhães Drn n1111ond •Ainda os predios eHcolat·es
Jorge T{ t1thensteinet'
A Escola Nor1n.al <le To,r,·on, 1\Inry
-land o P logio do idealifimo ttu,nberto de Ca111pos .. Fir111ino Costa ... . Regi na Esteves . ... . Mestre-Escola ... . Cosettc de Albuquerque Anna A. Bastos .... . - -A ca~a do J)rofeKhOr <Jol labo1't,ção . 1.\ cri t~n<:a 8e1n def('Í to
'fros palavrinhas
O I ral)albo em grupo
<;entro de inter,•sse: a~ profissneR
-AINDA OS PREDIOS ESCOLARES
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•
•26
Jorge Kersbe11steiner
' •A ESCOLA
PRIMARIA
sio
d
e
A11gustura,
onde se
bacharelou
en1
1877,
aos
vinte
e
tres anos.
Matriculou--se,
então,
11a Universidade
.
de Munich,
Com a
111orte de Jorge K
ç
rschenstei11er
dedic~ndo-se
particularmente ás
matenia-occorrida, a
16 de Ja11eiro,
en1
Mu11ich ticas
e á
tisica,
.
e conseguiu
ser
aprova-perde a cultura alen1ã
um de
seus
mais do nos
exames que
capacitavam para o
notavevis
pensadores e
um
de seus
n1ais
ensino secundario.
Lecionou varios
insti-fec11ndos
homens de
açãp.
Sabia casél.r bem tutos de
.
ensino secundario e
passou para
uma
atividade
com
outra, a
reflexão
e a a
Universidade,
de
que foi ornamento.
_
ação, o
inundo interior
e o
mundo
exterior,
Por toda
essa
vida
devotada
ao
en-o
pensamento
e a
mão.
E'
que
se
consa-
sino, como àluno e como
.
mestre,
e,
de-grára
principaln1ente
aos
problemas peda- pois,
como administrador,
adquiriu
Ker-gogicos,
que
~xigem,
no lado de boa cu!-
che11seteiner
un1a
gra11de experiencia
pe-tura
cientifica, capacidade
de realização. dagogica, preparando-s
·
e
assim para a
no-E a
tão
alto
po11tó
subiu
Kerschens- tav
-
el obra
.
cientifica
e
para as
.
fecundas
.
tei
,
ner
nesse
domínio,
,
que
rnerece11
as
maio- realizações
de orde111
administrativa que
res consagrações
dos
especialistas
contem-
pôde
levar
a efeito.
·
poraneos.
E' a ele,
no dominio doutri11ario, que
Ccirn
a sua
morte, ficou dete11do
o
bas
,
- se
deve
a
justa conceituação da
escola
tão de maior
a11toridade
do
e11sino,
na Ale- ativa, que no
seu sistema se
cl1arna
escola
manha.E. Spra11ger, professor de pedago-
do
trabalho. Estudou
e
a11aliso~ ~e1!1 as
gia da
Universidade
ele
Berlitn,
e
Aloys
_
exige11cias (lo
11osso
tempo,
do 1nd1v
,
1du
_
o
1Fischer, dá
Universidacle de Munich.
do
Estacio e tia
h11rnaniclade.
traçou
u1n
Pois ben1: basta para
avaliar
a
sig11i- progra1na
q11e,
_
dese11v0Iventio
o
individuo,
ficação de
Ke
·
rschensteiner, na cultura ale-
fortalece o Estacio e
contribt1e
para
a
mã,
.
o
que
sobre ele
disseram 11n1
e outro.
n1
'
aior soliclariedacle
e
frater11i(iade
.
~~-~Spranger:
1na11a.
.
''Kerschensteiner
éo
mais verdadei-
A
sua
·
obra
ad111i11istrativa
refere-se
• . • • • • 1
ro pestalozziano de nosso tempo
·
e o
mais i11a1s
ao
e
11s1no JJr1111ar10
e
.
ao ens1110
com-genial
pedagogo
entre
os vivos''.
ple1ne11tar do prin1ario.
Fischer :
Qua11to
ao ensino
prin1ario
:
''Neste
sentido é
Jorge Kerschensteinei·
a)
co11seguiu des~nvolver mais un1 ano
o
mais preclaro interprete das aspirações ao
c11rso,
ficanclo
os
alt1nos
obrigados
a
e
necessidacles pedagogicas de 11osso te1n- cursá-lo, por
oito a11os,
.
dos
6aos
15 ;.po, e a
fama
européa
que te1n o
seu
1101ne
b) tra11sfor111011 radicalme11te
a
or
'
ga11i-exprirne
ben1
a
n1edida de corno reflecte zação
e os
processos de
ensi110
das
esco-ê
l
e
o
mundo
contemporaneo."
.
las, 110
se11tido do
111aior respeito á li,.
Referiran1-se
os
dois professores
á ad-
herdade,
á.infa11ticidade
e á atividade
dos
miravel
obra cientifica
de Kerschenteiner. alunos,
creando
para tal labo1·atorios e
ofi-Não qt1izeran1
abranger,
nesse
conceito, cinas,
e
111
.
,
qt1e as cria11ças
pu
,
desse1n
fa-o que
foi
a sua obra
de pedagogo pra-
zer por si a sua educação;
.
·
.
ticante, na
,
qualidade
-
de mais
alta a11to-
c) orga11izot1 cluas
_
classes de
ex1Jer1-ridacle do
e
nsino
de
Mu11ich.
rn
e
ntação qu
e
revolucio11a111
o
e11si110
-
rta
Con, efeito, cursa11dó
ben1
a
.
s
-
escolas
Alemanha.
pri111arias
de
sua
terra, de que
colhet1
as
Quanto
ao ensino
co1nplen1e11tar; isto
melhores
experi
-
encias,
delas passou
.
para
é,aproveita1nento
-
dos alt1nos que
·
faz~m
a
,
Escola
Normal, de
Freising, onde
per- o
curso
pri1nario, bastan1
estes
algar1s-1na11
ece
u
ci11co anos, sempre
no trato de
,
mos
: e111
1877ltavia
·
em
Munich uma
e~-questões peclagogicas.
Lecio11ou tr
ês
a11os cola (lesse ge11ero, cha,nada
de
aperfe1-e111
t1n1a
escola
rt1ral, passot1 para
o e11- çoan,ento, cont
três
anos
•
(ie estt1do,
Kers-sino
p~rti~ular
e rnatriçuloµ-s.e
n9
_
Gj11a- cJ111stei11er
f!,JridqH
e 9rganizo4 per
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A
FBC0LA
PR!MAR1A
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-=--'-'---=---60
escolas; co111 cerca de
1 O. 000alunos,
/
ad'
coo1eréià,
á-
aii1nentaçãd, á
econon1ia
em edifícios
proprios,
co111
11111
co111pleto
I
c
tomestica.
aparelha1nento pedagogico,
referente ao
Foi
utn
dos
maiores m
e
·
stres de nosso
ensino das
1nais i1nporta11tes
atividades
_
.
.
humanas notada1nente
·
ás
industrias
da
'
tetnpo, senao
Omaior
de
todos,
e
tanto
madeira
·
' do
metal
da
.
co11strução
cot110
1basta
para qu
e
lhe
prezen1os o nome,
' ' ' 1
tambem
ás artes graficas, á agrict1lt11ra,
,co
m
veneração.
.
'
ccc.ag,w •••••••.•••• a ••••••• =---···••••••••••••••••••-e•••••••••••••••-•,•••••••••••••••••~•--,.•-·•·~·!•••••
'
·
~sco a orma
e
owson,
an
•
(Do
liv,·o
''Aspectos Anie,·icanos de Ed1tcação'' do D,·. A,zisio Peixei,·a)
'
Dediquei o dia 6 de Outubro
á
vi-sita da Escola Normal do Estado, em Towson, Maryland; .. To,vson, distante_ algumas milhas de..
Baltimore,
é
a séde do município cujas escolas visitara no · dia anterior.Auto-moveis e bondes fazem constantemente o tràjecto · entre a cidade e essa peq 11ena
e encantadora vil la.
. A escola normal fica • situada numa imminencia, com dois magníficos edifí-cios circundados de .campo e de
gram-mados que tornam os collegios
a
meri-canós· tão aprazíveis e tão fasc'inantespara o visitante. ·
Os espaços são tão amplos e tão
largos,
qµe lhe é impossível resis'tir ásensação da belleza e de tranquillidade,
e é com c;ssa· impressão de 'sympathía e
bem
estar
·
que elle penetra o edifício.A directoria da escola veiu rece· ber-me no
'
hall,
igualmente amplo, largoe
florido como o de um,. . l1otel. . ·Não pude me furtar a d'izer-The logo .
de. minha fascinação pelos campos e edifícios da escola e dessa constante surpresa do es·trangeiro pobre diante do
aspecto perfeitamente novo, nítido
e
magnificente das cousas americanas.
-Os
nossos edificios são bons, mas.já se podem fazer melhores. Não
inter-vim na sua construcção; non1eada dire• ctora,
já
os vim encontrar como estão .Ess'é pensan1en't·o : e in~~i.eto _desejo d~ 'prog,resso dis.tingue ,e,~ .-. t:d11cação,
como em qualquer ·outra actividade, a
" • • ' ' '
civilização desse lado do Atlantico da
outra que estadeia na Europa as suas
acabadas e satisfeitas conquistas.
1 Visitei varios collegios na Europa.
Nenhum delles, mesmo os melhores, apresentam os aspectos _materiaes
pros-peros e modernos dos collegios ameri-canos. Depois, a nossa primeira im·
pressão naquellas casas de ensino
é
ade fixidez, de estabilidade, de um
equi-líbrio conseguido e que se quer manter.
· Na America, o espírito de continuo
progresso doutrina tudo. .
A
estabilidade americana seman-• 1
tem pelo m_ov1µiento, do mesmo modo que se mantem C·Pl equilíbrio t1ma
bicy-cleta em corrida,
Esse acabame'nto, essa solidez que dá uma especial harmonia aos systemas europetts µão existe nessas terras do , ·novo mundo,
AB
entrarmos numcolle-gio, na Europa, especialmente em Fran-ça, entra-se num domínio de serena tranquillidade. Nessas casas se
t1·a1is1nit-te111
á
geração nova as experiencias concl 11idas da raça e da civilização.
O
collegio americano, pelocontra-rio, participa da mesma febre com que
·a vida está perpetuamente se elaborando do lado de fóra dos seus muros .
Em certo modo, já
se
realiza plena-mente o conceito de Dewey: educação '·não
é
preparação para a vida, mas évida.
Nesse
sentido os collegios sãover-. <ladeiramente laboratorios, onde os
fu-' ' • ' ' '
• • • ' •
2
8
•
•A ES<'.:oLA P:kíMA:R.íA
_
- - - -
-
- - - - -
-
---
-
----
- - - -
---
- -
- -
--tt1ros dia s da An1erica se estão prepa· rando , com as n1 es 111,ts in certezas , -mas
com as n1ef' m,Ls es perança s , co 1n qt1e esses dias de amanh ã se estão elabo-rando no s cent ros de industria e dernais
centros de for1uida vel e omnimoda acti-,,idade · americ a n,1.
RECRUTAMENT O DOS ,\LU J\1NOS
tisfazer esse compromisso, de indemni
-zar a escola com $300°0
, por anno de c11rso. Esse ter mó é contra-assignado
·pelo pae 011 tutor do candidato, que as-sume a :esponsabilidade finan.ceira da obriga~ão assumida pelo filho 011 .
tutel-lado e por tres putras testemunhas .que asseguram a hónorabilidade do
candi-dato . •
Na
q11arta pagina da formula, o Voltando á escola, iniciei a ·minha candidato i'ndica minuciosame11te tc,das visita pelo depart amento de n1atricula., as mat~ria~ que cursou, no institutose-Visinho ao g abinet e da directora, r cundar10, numero de semanas de aulas
está esse dep artamento a ·cargo de qua- l e de classes e t!Otas e os res11ltados tro senhoritas das quaes un1a
é
chefe.· obtidos em cada ijnno. .Todo o movimento de secretaria,
O
alumno, então, ao chegara
es-in clu sive o movimento financeiro,· se faz cola, é submettido a un1 exame, por'
.
..
.
nesta sala, diri g ida 9or 11m espírito de 1?e10 de
t
e
s~s
me?taes~ e s1 .t1~er a qua-intelligenci a e org anização que as m~- ltdade de 1ntell1gen~1a e~1g_1da . para o lheres como os h omens possuem, all1, tr,tbalho escolar, sera adm1tt1do.igualmente. Essas ultimas exigencias
represen-As 670 alumnas do c11rso normal da t,1m 11m es forço actu ,11 dos mais adian-escola, têm registados , sendo facillimo J t,tdos estados da Arnerica, para elevar observa ]-os e vêl -os , t odos os se tis ca- o ni vel in te! lectual dos Estudantes das racteristico s de identificação, inclusive Escolas Normaes.
•
retrato, toda s as s ua s notas de cla sse, Como eru toda parte de) mundo, todas as sua s at1sen cias ou as st1as che- tan1bem ·ua America não
é
o alumno gadas tardeás
a11las, t odo s os factos de mais intelligente que procttra professor .sua vida a cademica. prima rio. Os cttllegios com seus diverso s
A simplificação não está no serviço, bacharelados e depois as universidacles mas na sua organiz ação. Nenhuma das attrahem os alumnos capazes.
noss as secreta rias , ap ezar de toda sua A complexidade porem dos estudos estupenda complexidade l,11rocrati ca, tem de educaç'ão, a elevação das . escolas
um numero d~ infort11aç ões similhante normaes
á
categoria de_ collegio, a idt:n-ao dessas secretaria s de collegio. tificação dos profe~sores primario.s aosAo def.ejar matri cul ar- se, o candi- professores secundarios, inclusive. nos dato E SCREVE {i esc ola pedindo inf<?r· salarios, e as novas exigencia.s do s
re-mações. A secretaria envia uma formula querimentos de adm.issão, são os passos para ser preencl1ida onde se pede111 com que, na America, se está. procu
-nome , data do nascin1ento, residenc.ia, rando tornar o professor prima:rió um escola secundari as ct1rsadas , colleg1os factor intellectual de primeira cla!ise • . ·
ou escolas; uorm aes fr eq uentadas, os .E'· inteirawenie recente esse movi-grú.t1 s ~ue j {i p'osc;; ue, si j á leve p~ati ca mento para 11ma preparação t11ais -ade
-de ensino : ond e! p,tra. que deseJa ~e q11ada do professor primario. prerarar, s1 deseJa se r interno e_ entao
a quem desej a como compa nheiro de quarto.
Do outro lado da p~gi11 a , o c andi-dato assig na u111 compromisso de servir,
JJ
e
lo 111
e
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a,z,
ios,
na s e::scolas pu-bli cas do Estad o e no caso de não s a-ORGANISA
Ç
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.
0
DAESCOLA
' • As escola de Tcwson se compõe de um c11rso normatde
dous ànnos e· uma'
.
escola elementar, ·inclusive Kindergar
-1.: , t 1 • • • • • • • • • •
•
ten, que funcc iona com labora to rio para crian ça na · escola e · na selecção e in-a prin-atica de en sin ar. . terpretaç ão dos factores mais s
ignifica-O curso normal prepara profe ss ores tivos de ss as actividades. Alem disso para escolas ruraes, pa ra ,i s escolas ur- esse curso põe o es tudante em contact o
ban as e o ja rdim d e infan cia . . O pro- com os livros relacionados com o actual fe sso r da esco la rt1ral ê treinado em desenvolvimento das escolas e con1 toda todos os gráus_ ou n os. tre ~ primeiros e litteratµra de historia, sciencia , ete., que no s qt1 ,ttro ultimos grft,us d,1 es cola ele- . lhe possa fornecer Nma vida mais aguda, menta r segundo se de s tina a ser o mes- do pres ente sentido e significação da tre nas escolas isoladas 011 n,t~ escolas educação, e o inicia n os methodos de de doi s e tr es professor es . dis.::t1ss ão em grupos , fornecendo-l·he as
O pro fess or para a escola urban11 é primeira s 'bases p~ra a escolha de sua trein,ado para o g rátt especial que de- carrtira. .
• •
seJar ensinar.
O
cursoé
clado em duas aulas, porT_oclos os alu1unos , no prin1eiroanno, semana, e ttma hora de observaçao di-recebe1n 11ma prepara ção igual e uni- recta na escola elementar.
forme, f indo a · qual procede1n á opção O segt1ndo ct1rs o ou de participação da carreira es pec ial a q L1e se de'3tinam. c.:>mprehende igualmente 12 semanas, O curso propriamente dito é divi- com ;; horas semanaes, duas da s quae s
<lido ern tres departam entos , um de ma- são dispendidas na escola elementar e
_terias e nsin adas do pon to ele vi sta profis- ttma em conferencia ou aula.
sional (p rofe ssiona li zed s ubjectmatter), Minis tr.ado no primeiro anuo do outro de cursos ele edu c:ação e terceiro curso, os seus primeiros fins são :
de pratica de en sin ar. 1). introduzir os estudantes no tra
-Ess es tres departamentos trabalham balho da escola elen1entar;
por uma con stante cooperaçito mt1tua,
2)
.
fazer o est11do, durante o pe-busca ndo atravéz do s seus diversos di- riodo de treino, bastante con creto;rectores dar ao curso t1ma ttnidade tão 3). assistir os estudantes, por meio
completa, quanto possível. . de p,1rticipação, nos gráus iniciaes e
O director do curso g·eral ensina, s11periores da e~cola elementar, na sua te;ido es t rictame11t e em vista o depar- escolha de carreira;
tam ento central qt. e introdu z o alumno
4)
.
preparar o estudante para pro-directamente na arte do en s ino. Os cur- fissão de mestre, atravéz de observaçãosos de educaçã o sllo fornecidos no mesmo e de alguma participação no ensino.
sentido·, . O terceiro c11rso &e divide em dois
os programmas de um e out.ro sllo outros differentes, um para os estu-organizados de sorte que sati s façam as d·antes que escolheram o trabalho rural, necessidades do treino dos professores. outro para os qtte escolheram o urbano.
Desçamos a ,algttn s detalhes. Aos alumnos que se destinam ao
, A introducção á Arte de Ensinar trabalho rural, esse curso é dado no
e ttm c11rso do primeiro anno, dado em seg undo anno, em doze semanas, e tres 12 sen.anas , no primeiro termo do attno, horas por dia. As primeira s seis
sema-com tres período s ou horas, por se· nas são despendidas na escola
elemeu-mana. tar annexa e as segundas s eis semanas
E ' um curso de orientação, desti- nas escolas da municipalidade, escolas
nado, primariamente, a introduzir os selectéJS que constituem - centros
de
est11dante s , atravéz de observação di- pratica de ensino da Escola Normal.
re cta, leitura e discussão, nos caracte• Os alumnos têm, assim, um tota! ri ~ticos da escola m oderna. Propõe-se de 180 l1oras · de trabalho pratico em .
itind a a dar ao es tud ante especial treiuo classes pri~arias e alem disso 4 bo.ras, na exac t a observa ção das activida Lies da 1>01· sen1ana, de conferencias com os
pro-• ' • ' • • • •
• • • • • • • • •
30
lTISCOLA
.
PRIMA!itA
fessores de pratica de ensino e confe- Esses quatro directores realizam a
rencias com os inspectores· escolares, e coordenação de todo curso, tornando
conferencias individuaes com os profes-,1 surprehe.ndentemente efficiente esse cur- ·
sores da Escola Normal. · so de dois annos de format;ão de
pro-O trabalho p.ratico é organizado em fessores .
ordem a treinar o estudante em ensinar Não resisto á tentação de dar aqui,
uma classe, diversas classes e, final• na integra, o texto das suggestões que meu.te, em fazer todo o trabalho do dia Mis Snyder apresentou, esse anno , á
escolar. congregração da escola e de que
gentil-Os centros de pratica de ensino na
I mente me forneceu t1ma copia.
n1unicipdlidade comprehendem duas t:S· · Essas suggestões, que foram
accei-colas consolidadas, seis escolas de duas !·tas, deixam ver melhor do que eu
po-salas e uma escola isolada, todas pro- 'deria explanar, o niodo conc!eto por que xi mas da escola, de modo . que permitta se opera a coordenação do curso da
Es-o estudante vEs-oltar para as cEs-onferencias cEs-ola de 'fowson : e as aulas.
O curso pàra os estudantes que se SU0GES'fÔES PARA UMA MAIS
clestinam ás escolas das ci·dades
é
mi- ESTREITA COORDENAÇÃO DOSnistrado em ~12 semanas, com trinta . CURSOS DA , ESCOLA NORJYIAL
horas dr.: trabalho por semana, alem de. ·
11 ma conferencia semanal, com o director COM O TR AB.f. LHO DOS
da pratica de ensinar. ESTUDANTES NOS CENTROS
Como vemos, pois, alem dos cursos
DE
PRATICA DE ENSINOda escola, temos os centros de pratica, . .
na cidade e no campo, em · connexão I Fins: Atravez de t1ma intima
coo-com o departamento de pratica do en- peração entre professores da Escola
sino. Normal e os directores da pratica de
· 'I'odos esses centros são analysados ensino:
mi11uciosa01ente em seus programmas 1. Obter que os cLtrsos dados na
e cursos de estudos e o mesmo · se f.az 1Escc1la se coordenem mais effectivamente na escola elementar annexa. O período com os outros centros de pratica o.e
de pratica
é
planejado anteriormente de ensino; . ·accordo com os dados conhecidos e fi- 2. ·Obter tiue os centros de pratica
xados, . e ao seu progran1ma obedece ·de ensino contribuam 111ais
effectiva-ainda o curso geral das diversas mate-' 'mente para os cursos dados na Escola;
rias. II. R es pousa bilidades dos
directo-0 professor de geographia conhece, res de pratica de ensino em promo_ver
por exemplo, todo o programma de pra- os f:ns acima indicados : tica de ensino dos se11s discípulos e, em 1
• 1, . Prover os professores com os.
seu proprio curso, elle segue esse pro• projectos não detalhados da materia a
grattíma e ensina geograpbia, ensinando ser ensinada em cada um dos centros
si1nultan.ean1ense a ensinar geographia de pratica de ensino, e de material que
que seus alumnos vào observar ou pra· vae s·er usado na selecção dos topicos
ticar, ou que ·estão observando ou pra- para trabalhos especiaes;
ticando. 2. Manter os professores
informa-A alma da escola está nos quatro dos do funccionamenco dos cursos nos
directores com pratic,1 de ensino no centros de pratica de ensino; ·
campo e na cidade, Miss Brown e Miss
3.
Consultar aos professores emHalberg, do departamento de Educação, todas as questões pertir.entes a campos
Miss .Snyder e o di-rector do curso ge- específicos das materias ;
ral, Mr. Walthe. 4. Organizar visitas dos
professo-, '
'
• • • • • • • •A ESCOLA PRIMARIA
31
---
.
----·---·-
-
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--
-
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~
- -
- -
--
~
-
-res, quando precisas, aos centros de 8. Convidar os professore·s dos
cen-pratica de ensino; tros de pratica para todas as exhibi çõe~
5
.
Organizar conferencias entre os ou assembléas interpretativas docurri-, professores dos centros de pratica de culum.
•
ensino e os professores da Escola Nor- 9. Trazer para as sessões dos di·
mal, e organizar conferencias entre os rectores de pratica, material indicativo
estudantes de pratica de ensino e os do trabalho dos estudantes, ·taes como
professores de l~urso normal. . livros e cadernos de notas, projectos,
III Responsabilidades dos professo- etc.
res dos ct1rsos d_a Escola, em promover
10.
Usar toda occasião disponívelos mesmos refer1~0~ ~n~: . · para troca de idéas com os professores
1. Tomar a 1n1c1at1va de informar dos centros de pratica.
os ~irectores dos ~e?tros de pratica de ll. Ter horás âe conferencias, de
ens1n? das novas .1deas nos seus campos sorte que os estudantes em pratica de
especiaes de eSt udo; ensino possam facilmente consultai-os
ab)) atrave.z de cont~c~o P,:ssoal ; , sobre os seus pro.blemas individuaes. atravez de part1c1paçao nas
ses-sões dos directores de pratica ; .
e)
supprindo os professores doscen-tros de pratica de copias mimeogra-phadas de todo o material distribuído
aos estudantes ; .
cl)
partilhando com os directoresdos centros de pratica o uso de bons livros e materiaes, ou chamando a sua attenção para material em livros e revistas que se achem na bibliotheca.
2. Discutir com os directores dos
centros de pratica, no fi~ de cada pe-ríodo, o gráu de habilidade que espera
os seus estudantes devam mostrar de accordo ·com os ct1rsos que receberam e o gráu de proficiencia que não deve ser esperado.
3. Continuar o plano de ~trabalho
especial e completo» para a pratica de •
ensino.
4. Visitar os centros de pratica e
auxiliai-os no desenvolvin1ento das va-rias mateva-rias do curriculum.
5.
Prover os directores de ensinocom relatos escriptos de todas as
vi-si tas.
•
6. Auxiliar o julgamento do ~raua•
lhe dos estudantes, indicando os bons
e os pobres exercícios observados e
dando-lhes nota.
7. Sempre q,ue possível, projectar
programmas de trabalho em seus
as-sumptos, que 'pareçam uteis promover
nos ~eri.tros de pratica,
•
•
AULAS •
,
'
O trabalho de · classe obedece ao
systema de problema e discussão .
col-lectiva. Nada faz lembrar a nossa aula-conferencia ou a nossa aula-lição.
.A classe -se reune pata estudar um
problema , concreto e definido. Não é
formal nem academica,
A
discussãoé
aberta por qualquer alumno com uma
consideração, geralmente pessoal. Ao
principio o problema
é
,itacadodesorde-nadaiµente, por diversos aspectos.
Si o professor, porem, percebe nas
contribuições espon·taneas dos alum.nos qualquer coisa valiosa., aproveita-se para i .tt·rahir a attenção da classe para esse
ponto. •
Si 1,he parece util um auxilib . elle o dá, mas sempre prefere que o traba• lho se realize dentro da classe, com os seus ,elementos;
A
principio, um de nós, com : amentalidade academica e formal que possuimos, estranha e critica o
metho-do. Não
é
scientifico, nãoé
ordenado,-era o que eu dizia quando me puz em·
contacto com o processo. Depois, per-de-se muito tempo.
Pod·e ser verdade, mas o que se
perde
é
mqito menos do que o qtte seganha.
Q
americano comprehen_deu quesó ha um meio de pensar, que é o bo·
• • • • • • • 1
• , •
32
A ESCOLA P
'
RIMARIA
- - -- - - ---'-- - - -'- - -- - - - ' " - - - -- - -- -- - - - -•men1 se pôr em Jucta com um proble1na e procurar resolvê-lo.
Pensamento ott conhecime11to rece-bido passivamente é somente meio-pen·
sarnento ou n1eio -conhecimento. '
Nós estamos saturados dessa meia-cultura, desse meio-conhecimento. Sa-betnos tudo {Jela metade, mais ou menos.
Nunca pensan1os, por nós mes~os, o
problema. .
Len1os qi.1e os outro.s i,etl_saram a
•
res pe1 to.
Está claro que
o qtte
te11tos
é
~uito ruais con su mmado, u1 tti to mais perfeito do que esse conl1ecimento tosco e in-certo que floresce dessas deliciosasdis-cussões em classe, que são hoje para mim 11ma das fascinações do . ensino
ameríc·ano. Mas, o qt1e se conquista
aqui, nessa hora de estudo collectivo é do estudante,
e
propriedade s11a, foi a111assado pela sua intelligencia, épen-samento seu.
Assisti á discussão da classe de
I11-troduccão aos M ethodos de · Ensino. O problema era: qual seria o melhor meio de ensinar á criança a vida primitiva do homem. Foi uma hora em que pude vêr ttm problema tratado con1 uma
sin-ceridade, com uma rectidão e com uma
• • • •
1n1c1at1va, que me surprehend.eram.
Será preciso accentuar as vantagens
outras desse metbodo, que l1abitua
á
exactidão do pensamento publicamente discutido,
á
hospitalidade com a opi-nião alhei,1; ,\O cuidado de manterjul-gamentos suspensos,
á
confiança e ásegurança de pensar? ·
Esse espírito da aula-problema
do-mina hoje a edLtcação americana desde
classe primaria até a µniveesidade. (1)
E' um prazer vêr a simplicidade e
•
a segurança com que él criança, ou o
estudante de ttniversid.ade, exorime a
•
sua proprta • op1n1ao.
.
.
-Muitas vezes
tive,
c1n c11rsos da--
-(1) A situ&ção, porem , do professor, perd.e
fthi 1n11ito da su11 f& cinací\o . Re11ignar-se- ia co111
isso o cal/1,edratieo braeileiro ? Sacrificaria o 11,so
de ser el.oquent~ '?
•
•
'
Universidade de Colombia, c ria11 ça:s de
7,
de10
e de 12 ,13
auno s , ern frentea nossa turma,, em trabalhos de _classe,
que eram símultanea1nente
demonstra--
,çoes ·para nos.
Pois bem, essas crianças lidavam
com seus problemas, com s11as lições,
como si nós 11ão existisse mos.
Francos, ingenuos, deli ciosos de
in-telligencías, ás vezes, e s em vislumbre,
sem signal de acanhamento.
Em publico ou sosinhos, es ses
me-ninos partícipa\ll do mesmo espírito de
confiança em si proprios e de segu·
rança, que i1npulsioua toda a civílisação
•
americana.
Outras vezes, em classes que visi-tava, a professora indagava si al ,gt1m ·
dos alumnos tinha algu111a pergunta· que fazer sobre o Brasil. lmmedíatamente, um, dois se levantaram e me punham em voz clara, com pl1rases completas,
alguma questão que os ínteressav,1 a tal
respeito. ·
Desci, depois, á es col,t annexa,
onde assisti ao trabal 110 de todos os
es-tudantes.
As classes são r equi11tes d e
reor-ganisação 1noderua e s t1rprel1entemente
ricai de toda a sorte de material.
Nos primeiros ani1os do curso, onde o desenl10 e o trabalho manual e a livre
actividade das cria11ças predominam, o ambiente respira a lcíndergarteu e a
es-cola é tudo, menos o velho · typo tradi-cional qt1e conhecen1os.
As carteír,ts desapparecerarn e
fo-ram substituídas pelas mesas, pelos
ca-valletes de desenho e gra11de quantidade de taboas, apparelhos de ,trmação, ma-terial, emfim, para um dia activo, de estudo de algum problema e de alguma construcção.
As
officínas de trabalho 1nauual para os estudantes do curso normal tambeu1 estavam funccionandoactiva-mente nessa tarde de mínhét visita. Na occasião em que cheguei á s ala,
traba-lhavam as alumnas que se destinavam
ao ensino do jardi1n de infancia. ·
Todos os proble111as e todo& os
tra-• • ' ' • • •
..,
ESCOLA
PRIMARIA
33
•balhos consistiam em executar objectos frente, (l)ffere c ír.o por e llc, o fasciculo
que as crianças de Kínder'gartcn natu- que acaba de publicar s obre
«Sugges-ralmente quereriam construir e exe- tões para o en s ino de Geographia da
cutar. Afríca> e que, 11m dia, espero poder
Estive, depois, com Mr.
E.
Curt. commentar.Walther director do departamento do Urn professor do centro-oeste, aqui
curso geral (rofessíonali;.;éd subject na America, disse em um Congresso de
matter) e professor de geographia. Educacão, qtte em sua escola, elle «não
Não me foi possível assistir á · sua ensina aritbmetica , - ensinava crian-aula. Palestramos, porém, bastante para. ças. ~
me ser dado obter 11ma ídéa geral do Ganhou fama o dito, e hoje todos seu processo. Metbodo, . criança e ge::0- o repetem. Não basta conl1e cer a
ma-graphia são os tres factores do seu teria., é indi s pens avel conl1ecer a
crian-curso. A sua aula
é
um I,>roblema de ça e as leis a que obedece o acto de ensino. A geographia, os factos geo- aprender .graphicos são ensinados incidentalmen- Concluí a minha visita com uma
te, com doc11mentação necessaría á so- vista pela bibliotheca. Vinte e cinco
lução do problema de ensinar á criança,
em certa idade, deter:ninadas cousas. mil volumes. Era a fonte que permit-Effectivamente, elle não ensina a tia o trabalho orig-inal_ e rico das elas-ensinar geograph1a. Tenho á minQa ' "es.
..e•••••••••••--••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••·-··-;-;.· · · - - - · - - · · ·
o
ELOGIO DO IDEALISMO
'
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po,· occasiíio
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s
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Ho,
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•
Tema é este de to cla a oportunidade lutas, todos os ideais huma11os de bondad e
11esta gra11de hora historica e1n qL1 e 111ais e ,de justiça se qL1ein1avam e se esfaziarn
t1n1a vez provi clencial111 e11te se opera, 110 em fun10 vão. E11ta11to, co1110 11a nature-mundo, o divi110, o for111oso milagre elo za, · esse ocaso s a11 g rento prenttnciava u1na
renascimento do Ideal. alvorada nova.
Ha uma gra11de, unia [JrüfL111da ver- Essa alvora(ia a i está, clariando
es-dade 110 simbolo do Anteu. Da sua quecla pe ranças, e unia arag-e111 mati11al e
puri-ele só se pôci e reerguer c.1t1ancio a qLt eda ficadora já começoLt a soprar, como nt1m
se ultin16L1 : so111e11te qL1a11do seus pés to- refrigerio, sobre o 1nu11do.
cara111 a terra, lh e foi possível co,n eçar a
O
Idealismo rE;11asce e se reafirma.reascenção. 1 Ha Ltm L111iversal anseio novo de
perfei-A
Ht1manidacJe é co,110 A11tet1, e clis to ção, qt1e já se faz arre,nesso. Já com e -a i1rova ten10-la agora 110 111u11c.lo ele c.lepois çou o degelo e já se escuta mesn10 oro-da guerra., Por quatro a11os qL1 e jJarece- lar 1najestoso dos desavala11ches ...
ran1 seculos, os ho111ens, co,110 11um pesa- Há por toda a parte, t1m mesmo ésto
delo'. vira111 a Otterra - n1011struoso de- fort e de libe rdade e de jt1stiça, t1m
1nes-mon10 c.ia n1alc.lade hu1na11a, passear p elo mo acordar alvoroça-do ,de ideais.
mundo, clestrt1i11do e 111ata11clo, e sepa- E assim é porque assim ti11ha de ser.
ranclo e ini111isa11d o. os l1on1 e11s. Parecia
E
a razão disto dá-11os- la Henri Barbusse que na coloss~I fo gl1 eira de odios susci;- · 11esse livro· formidav el qt1e é. ''Le fet1''tados pela n1a1or
e
n1ai <.lesl1t1111a11a das esJ)l e11dente floraç ão dos sofri111e11tos qt1 e•