UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM Físico-QUIMICA
3 ,..,,.'_‹ ...Ha _: n‹›.›¢-uu ak, - A 1'-'O-' ..., -2-nv
ln ~ u
PONTO TRICRÍTICO NA TRANSIÇAO DE FASE COLESTÉRICO~ESMÉTICO-A
Dissertaçao submetida ã Universidade Federal de Santa Catarina pa
ra a obtenção do grau de Mestre em Ciências.
A
PEDRO RODRIGUES JUNIOR
DEZEMBRO - 1984 i
Esta Dissertação foi julgada adequado para a obtenção do título
7'
de "MESTRE EM CIÊNCIAS" ›
Especíalidádo em Físico-Química, opção Física Molecular e aprovg
da em sua forma final pelo programa de Põs-Graduação. `
Prof? Subram'nia Jayaraman, Ph.D.
'
Orientador
e/W/
MM;
Í VV f f f f f f f _» f~_ 7 W
Prof? Rosendo , gusto Yunes, Ph§D.
_ Coordenador
BANCA EXAMINADORA
-,
Prof? Subramanía Jayaraman, Ph.D.
.
`~
W. P:of° Ted Ray .aylor Ph.D.
zw
////1
Ô '
Prof? Hëdio Josë Müller, Ph.D.
O
A G R A D E C I M E N T O S
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
-
aCNPq.V '
à Universidade Federal de Santa Catarina. V
à Fundação Faculdade de Educação Ciências e-Letras de Cascavel.-. Ao Prof? Subramania Jayaraman.
Ao Prof? Ted Ray Taylor.
Ao Prof. Hugo Alejandro_Gallardo.
Aos colegas de Curso.
Aos Funcionários do Curso de Põs-Çraduação em Físico-Químicaf
‹ ~ ~i
PAG CAPÍTULO 1 1.1 - Cristais Líquidos .... .. .... . . . . . . ... . . . . . . . . . . ..01 1.2 - objetivo ao Trabalho . . . . ... . ... . . . . . ..04 CAPÍTULQ 2 'u 2.1 - Parâmetro de Ordem . . . . ... ... . . . . . . . ... . ...10 2.2 - Transição de Fase ...,. . . . . . . . . ... . . . . .. 11
2.3 ~ Parâmetro de Ordem da Mesofase Esmético-A ... . . . . . . ..1Z
2.4 - Resultados Numéricos da Teoria de Mcmillan .. . . . ..17
CAPÍTULQ 3
3.1 - Parte Experimental ,.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 23
3.2 - Processos deQPurificação e Preparo das Amostras . . . . .. 23 3.3 - Processos de Medidas . . . . ... . . . . . . . . . . .. 24
CAPÍTULO 4 _
4.1 - Análise e Discussao dos Resultados
, . . . . . . . . . . .. 41 CAPÍTULO 5 ~ 5.1 - Conc1usao` . . . . . . .... . .... .. . . . . . . . . . . . . . . . .««.51 Bibliografia ... . . . . . .H .... . . . ... . . . . . . .. 53 1 iv
R E S U
M
ONo presente trabalho foi investigado o comportamento da
transição de fase Colestérico-Esmêtico-A para a mistura 'binária
de cristais líquidos nonanoato de'colesterila - caproato de coleã
terila. -
. .
A
»
~
Foi observado que quando a concentraçao de caproato de colesterila ê maior que 35% em peso na mistura, o calor latente de transição desaparece, indicando ser este um ponto tricrítico.
`Os resultados aqui obtidos são comparados com a Teoria
de Mcmillan e com outros trabalhos publicados.
In the present work, the behavior of the cholestiric -
Smectic-A phase transition was investigated for a linary mixture
of liquid crystals cholesteric nanoanete and cholestericcmpnxme. «It was observed that, when the concentration of the chg lesteric caproate was greater than 35% by weightin the mixture` ,
the latent heat of the transition disappeared, indicating a possi ble tricritical point. ›
É , p _ t _ ' _ ~ ' '
The results obtained in this study are compared *
with Mcmillan's molecular theory of smectic~A and other experimental works published in the literature.
t `
-l
CAPÍTULO l
1.1 - CRISTAIS LIQUIDOS
z
No estado sólido cristalino, os átomos e moléculas apra sentam alto grau de ordenamento na posiçao do centro de massa das
~
unidades constituintes, bem como na orientaçao das moléculas , existindo assim ordem a longo alcance. No estado líquido isotrõpi
co, as moléculas apresentam alto grau de desordem, tanto na posi
ção dos centros de massa como na orientação, não existindo nenhg
ma ordem a longo alcance. As transições de fase entre estes dois
' ~
estados ocorrem em temperaturas bem definidas e sao de primeira
ordem, isto ê, envolvem calor latente de fusao e mudanças bruscas
na densidade do material.
n 4 1 . 1 v' u
_ Em fins do seculo passado , foi descoberto que varias
substâncias e compostos apresentam estados intermediários entreos
estados sólidos e líquido ocorrendo uma perda gradual de ordem.
Chamou-se a este estado intermediário de "cristal líquido". Os cristais líquidos apresentam fases intermediárias denominadas me
sofases. Estas mesofases apresentam um parcial ordenamento das mg
lêculas, esse ordenamento pode ser translacional, orientacional
ou ambos. ~ d'
' .
As mesofases correspondem a situaçao de equilibrio ter modinâmico em regiões bem definidas de temperatura. As transições entre uma_mesofase e as fases sólida e liquida são de primeira or
dem, porém as transições entre mesofases podem ser de segunda or
dem, isto é, não envolvendo calor latente nem variações de densi
dade, mas com varia Ç ões bruscas no calor es ecífico.
dosz, os termotrõpicos e os liotrõpicos. Os cristais líquidos ter motrõpicos apresentam como principal parâmetro a temperatura, is
to é, a temperatura é um parâmetro decisivo no processo. Estima-
3 - . . . « .
se que 10% dos compostos organicos formem cristais liquidos ter
motrôpicos. Os cristais líquidos liotrõpicos tem como parâmetro
_ \
~ 4 f.
principal a concentraçao, isto e, sao cristais líquidos obtidos através da mistura de uma substância com um solvente. Exemplos tí picos sao sais de ácidos graxos em água e fosfolípideos em água.
A geometria das moléculas nos cristais líquidos foi es
4 . . . .
tudade por Gray . As características estruturais mais comuns en
contradas nos cristais líquidos são:
_ ~ as moléculas alongadas ~ -~
- a parte rígida central que contém uma ligaçao '
dupla ou tripla define o eixo maior da molécula
- a existência de fortes dipolos
_ E
._ .
,
- os grupos ligados às extremidades da parte central da
'molécula são flexíveis. ` '
~
Com a distinçao entre cristais líquidos termotrõpicos e liotrõpicos, pode-se proceder a classificação das suas mesofases usando um esquema baseado principalmente na simetria. Esta cias
_ -~
A
r'
sificação foi primeiramente proposta por Friedelg em 1922, onde
são identificadas três mesofases: mesofase nemâtica, mesofase CQ
lestérica e mesofase esmética.
1
v
I _
.
'MESOFASE NEMÃTICA - é caracterizada por uma ordem orien
tacional de longo alcance, isto ê, os eixos longos das moléculas tendem a se alinhar em uma direção preferencial. Os centros de massa das moléculas estão distribuídos ao acaso no espaço. Esta mesofase é opticamente uniaxial, geralmente apresenta baixa viscg
3
sidade e flue como um líquido.
MESOFASE COLESTÊRICA - esta mesofase é assim denominada
porque ê observada nos derivados de colesterõis. É considerada cg
mo uma mesofase nemâtica especial na qual a estrutura se encontra
~ ` ~
torcida em relaçao a um eixo perpendicular a direçao preferencial
A mesofase colestêrica é termodinâmicamente semelhante a mesofase
z . . 8 - .
nematica. De acordo com Mcmillan , seu modelo teorico pode ser
tanto aplicado para a transição esmêtico A-nemâtico (sc).
MESOFASE
ESMTICA
- nesta mesofase as moléculas estão dispostas em camadas ` e apresentam correlações nas posições deseu2
centros de massa, além da ordem orientacional. Foram identifica -
dos um certo numero (39) de esmëticos através de estudos óticos,
-. . . 6 . _ -
de raio-X e de miscibilidade . Na mesofase esmetico-A as _molecu
las estão alinhadas paralelas ã direção preferencial e'seus cen
tros de massa estão situados em camadas perpendiculares ã direção
preferencial, nao possuem ordem de longo alcance dentro das cama
das e estas podem deslizar umas sobre as outras, a viscosidade é geralmente baixa e a distância entre as camadas ë da ordem de com primento das moléculas. Esta mesofase ê opticamente uniaxial.
Na mesofase esmêtico-C as camadas não são perpendicula~ res ao eixo preferencial, as moléculas estão inclinadas em rela
~
çao ao eixo preferencial. ` '
zA mesofase esmëtico~B apresenta uma correlação_entre os
centros de massa das moléculas no plano das camadas.
ÊSTERES DE COLESTEROL - os compostos derivados do coleä
teres de colesterila que subdividem-se em n-alcanoatos, m-fenil alcanoatos, O-alquil carbonatos de colesterila e a, w-polimetile~ no carbonato di-colesterila. No presente trabalho serão utiliza -
dos dois compostos da série homôloga dos n-alcanoatos de coleste
rila; caproato de colesterila e nonanoato de colesterila.
O caproato apresenta apenas a mesofase colestêrica, .ao passo que o nonanoato apresenta enantiotropia na mesofase colestš rica e monotropia na mesofase esmético-A. Na figura l estão repre
sentadas de forma esquemâtica as mesofases acima discutidas, e na
.
figura 2 estao representadas as estruturas dos compostos caproato e nonanoato de colesterila.
«l.2 f OBJETIVO DO TRABALHO
› Recentemente muitos pesquisadores vem demonstrando ig
teresse em estudar o ponto tricrítico. O ponto tricrítico segundo
Alben7, é um ponto no diagrama de fases onde uma linha de transi
ção de fase muda seu comportamento de primeira para segunda onkm,
quando se faz variar alguma grandeza termodinâmica relevante a
-concentraçao em mistura binärias de cristais líquidos. Naçpgunâ 3
ê mostrado o ponto tricrítico em um diagrama de fases. '
.' . Em analogia com misturas de He3 e He4, Alben? V sugeriu
-_ ` ~ .
f '
u 1' q . a
ser possivel encontrar um ponto tricritico pela variaçao de cop
'centração das misturas binârias em cristais líquidos na transição
t , f , , ¡ 8 &
esmetico-A nematico. Segundo a teoria de Mcmillan , e possivel eg
contrar uma transiçao de fase de segunda prdem esmêtico A~nemâti-
co em uma série homõloga, quando o comprimento da cadeia alquil
ë
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...~ -M “""“" -_..-_ ...___ ~*"-' ..._ .z---. .... --›-- ..-... _______ ... __. .__ __ __» aeaueun. šëfl -. À r I ,m :I . H .
(a) Mesofase nemãtica (b) mesofa e cfolestera ca (c) me.›of1s‹zs eumctlca A e C
X
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AQA- A '*š=T:ÊÍi^í'\.Í, _ , Í' ;.Í;í'-='%'¢-Êiífz'-'¡.í _ _¿'II ;_..¬‹ ...'..';_;¬,"_z_-:A___A_4_%__:;.__¿.
.
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<cH3
H c3 ' CH3 o s _. _ cH3(cH2›-, C0 2.A H3C ' HöcWa
. o I ,C-O
CH3(CH2) 4 -_ - 2.8 \ 1FIGURA 2 ~ ESTRUTURA MOLECULAR DOS COMPOSTOS
2.a - estrutura molecular do nonanoato de colesterila
7
é menor que 0.87, onde Tni e TSH são respectivamente as temperatu ras de transição nemätica-isotrõpíco e esmético A-nemãtico. Não ê possível variar continuamente o comprimento da cadeia alquil em
uma série homõloga, mas o comprimento médio da cadeia alquil pode ser variada continuamente, variando a concentração nas misturas
~
. . . 9
. . .
binarias, D.L. Johnson observou um ponto tricrítico na transiçao
esmêtico_A-nemãtico nas misturas C24H33NO (4,n-octiloxi 4' n~pro-
pil anilina OBPA) e Cl8H2lNO (4-etiloxi benzilideno 4 n-propil
Ê
nilina-EBPA) em aproximadamente 70 moles % do composto C24H33NO ,
fazendo medidas de calor latente da transição esmêtico A-nemâtico
com um calorímetro diferencial de varredura (DSC). Mais recente
10 . . .
mente, J.R. Fernandes e outros determinaram um ponto tricrítico
~ `
na transiçao esmético A~nemático em mistura da série homõloga
n-OMC(trans-p-nfalquoxi -OQ-metil-p'-cianofenil cinanto) quando
a temperatura reduzida Tsn/Tni = 0.94
i
0.005.-Neste estudo, serã investigado o ponto tricrítico . na
transição esmëtico-A colestêrico em misturas binãrias de cristais
líquidos colestêricos da série homõloga dos n-alcanoatos de coles
terila. Palanganai; estudou misturas de nonanoato de colesterila
com outros compostos de sua série homõloga com comprimento da ca deia alquil mais curto, e observou que a Lransiçao esmêtico_A~co- lestêrico torna-se de segunda ordem quando se aumenta a concentra
~ '
› __ ___
çao de caproato de colesterila na mistura.
Neste trabalho, será estudado experimentalmente a mistu
ra nonanoato de colesterila com caproato de colesterila a fim de se encontrar o ponto tricritico na transição monotrõpica de coleã térico-esmético A, usando um calorímetro diferencial de varredura
~
(DSC-2). Nestas misturas foram variadas as concentraçoes dos com
~
` ø Í ISOTROPICO TEMPERATURA coLesTÉR|co _ _..-z --- - 'rc-P_
meMÁTwo
-f II R V X' ~ I . Í CONCENTRAÇAOFIGURA 3 ~ DIAGRAMA DE FASE DE UMA MISTURA DE CRISTAL LÍQUIDO
xi ê á concentração da substância-l
`
A linha de transição de fase de sugunda ordem é reprg
'sentada pela linha tracejada e a linha de transição de
~~ fase de primeira ordem pela linha contínua.
9
maior que 35% em peso o calor latente de transição colestêrico~e§ mêtico A desaparece. A transição que foi de primeira ordem torna~ se de segunda ordem, o que indica ser este um ponto tricrítico na transição colestêrico-esmêtico A. Os resultados obtidos são compa
_ . 8
'
rados com os resultados da teoria de Mcmillan e com outros traba
lhos publicados.
2.1 -
CAPÍTULO 2
PARÃMETRO DE ORDEM
Foi visto que um cristal líquido apresenta mesofases
(nemática, esmética e colestêrica) e que estas mesofases diferem
entre Velas,
~
si pelo arranjo molecular, isto ë, pela correlação entre foi observado também, que num líquido isotrõpico a distri - buiçao das moléculas ê aleatória, ou seja, estao distribuídas ao
`ãCZ:1SO
'AA partir destas diferenças entre mesofases,
torna-se ne
» . . . - 12
z
.
cessario definir um "parametro de ordem" , que na fase líquido isotrõpico seja zero (desordem total) e que nas mesofases seja di
ferente de zero; d
_ Particularizando para a
mesofase nemãtica, considerando as moléculas como barras rígidas e cilíndricas, sabe-se-que' elas tenham a se alinhar em uma direção preferencial (diretor ñ) e des
ta forma um único parâmetro de ordem ë necessário para descrever a estrutura da mesofase nemãtica. Fixando-se um sistema retangu ~
lar de coordenadas X,Y,Z com o diretor ñ ao longo do eixo Z, a
~ ,. ,,,
'orientaçao de uma molecula podera ser descrita com auxílio dos`âQ
gulos de Euler e devido a simetria cilíndrica, todos os valores
~ ~
dos ângulos, rotaçao em torno do eixo molecular e rotaçao na dire
ção azimutal são igualmente prováveis. \ ,_ '
posto
O parâmetro de ordem para a mesofase nemãtica foi pro por Tsvetkov}3 e ê dado por;
ll
onde: P2 = %(3COS26-l) é o polinõmio de Legendre de ordem 2
V9 ë.o ângulo que a molécula forma com
o dire
tor ñ
< >f representa uma média estatística feita so
bre a função distribuição das moléculas
Será visto adiante que <P2(COS8)> recebe o símbolo n.
Os valores de variam entre O e l, descrevendo graus de ordem in
termediãrios, entre o líquido isotrõpico (desordem total) e o es
tado completamente ordenado. Assim para a mesofase nemática
0<n>l. À ' ›_ _ . '
i No caso da mesofase esmético A, devido a sua estrutura
é necessário, introduzir um parâmetro de ordem adicional.
2.2 - TRANSIÇÕES DE FASE
_ As transições de fase de um sistema podem ser classifi~
cadas com auxílio de uma função termodinâmica de estado do siste
ma. Será usada a energia livre de Helmholtz F
_ F = U - TS
À
onde; U = energia interna
T = temperatura
S = entropia
ou de segunda ordem, esta classificaçao pode ser feita sabendo~se
que, na temperatura de transição,'a função energia livre F é con
tínua com a temperatura. `
Ieransiçâešs se 1-? Crdsffl
q Sendo uma transição de fase de primeira ordem, a função
~ `
F ê contínua na temperatura de transiçao Tc, porém sua derivada primeira em relação â temperatura a volume constante ê descontí ~ nua na temperatura de transição Tc, isto é, (BF/8T)v= "S. Nesta
transiçao, o parâmetro de ordem apresenta uma descontinuidade na
temperatura de transição TC.
Transiçoes de 2Ç›Qrdem ›
~ z - - ~
Quando a transiçao de fase ê de segunda ordem a funçao
F e sua derivada primeira (BF/8T)v são contínuas na temperatura
2 2
Tc mas, a sua derivada segunda a volume constante (8 F/8T')V, que
é proporcional ao calor especifico do material a volume constante
~
ê descontínua na temperatura de transiçao TC. O parâmetro de or
~ - 4
dem neste tipo de transiçao diminui continuamente ate zero quando se aproxima da temperatura de transição TC. Na figura 4 está »
re
presentado o comportamento do parâmetro de ordem em função da-tem peratura.para as transições de primeira e segunda ordem.
2.3 - PARÃMETRO DE QRDEM DA MEso1f¬2>.sE ESMÉTICQ ~ A
13
' ~ .
dem a se alinhar segundo uma direçao preferencial (diretor n)e os centros de massa das moléculas tendem a se localizar em camadas
.` ~ .
perpendiculares a direçao preferencial. A mesofase esmético Aêpne 'senta simetria uniaxial e uma periodicidade unidimensional na~ di
reçâo preferencial. _
Maier e Saupel4 partindo do hamilroniano que descreve a interação dipolo
induzido-dipolo
induzido entre moléculas, dedu ziram o parâmetro de ordem orientacional da mesofase nemätica.A função distribuição orientacional das moléculas na me
- . . . . 15
sofase nematica, foi descrita por Priestley em termos de uma eë
pansâo em série de polinõmios de Legendre e ê dada por:
f(¢@s e) = 2 < pl‹¢‹>z e›>Pl‹¢Qs e) (1)
l=par
O parâmetro de ordem da mesofase nemâtica aparece no primeiro termo não trivial da expansão. Os termos sucessivos
`Pl(cos 9) contêm valores médios dos polinõmios de Legendre de mai
or ordem e podem ser pensados como parâmetros de ordem mais elava
da. '
1
. No caso da mesofase esmético A, deve-se propor um parâ
metro de ordem que descreve a tendência das moléculas em se orien
~ .ú ¢~
tar na direçao preferencial e que tambem descreve a tendencia dos
centros de massa das moléculas estarem dispostos em camadas per
. - . ~
-
. . . 16
pendiculares a direçao preferencial. Wojtowicz desenvolveu um
~ ~
trabalho para escrever a funçao distribuiçao da mesofase esmêtico A.
` Í i
Pelo exposto acima, conclue-se que esta função distri H
9
Í"~¶"`
ETRO DE ORDEM PARÂM 4.A 0. PARÃMETRo DE ofiosm _-
-~ze"~ ~»¬~~›v rcrEMPsRATuRA
` ä.B o_o _;_1W äTCTEMPERATURA
FIGURA 4.* CQMPORTAMENTO DO PARÃMETRO DE_ORDEM z
a)
(b)
íparãmetro de ordem em
uma transição de fase
parâmetro de ordem em
uma transiçao de fase
função da temperatura para de primeira ordem.
função da temperatura para de segunda ordem.
15
(orientacional) e de Z (translacional). Esta função distribuição
pode ser expandida em uma série dupla de cosenos, devido a sime
tria que apresenta a mesofase esmético A.
¬ ¬ 2'NZ
f(cos 6,Z)= L L ALN.PL(cos 8)cos(-%í~) (2)
L4)N=O `
par
onde: d = distância entre as camadas
_
a
A dependência angular de f em (9) descreve a tendência das moléculas alinharem-se na direção preferencial.
A dependência de f em (Z) descreve a tendência dos cen
tros de massa das moléculas formarem camadas perpendiculares â
direção preferencial. _
A dunção distribuição deve satisfazer a condição de nor
malização. '
H=¬H o=âQ f(cos 8,Z) dZ d(cos G) = l (3)
~
Os coeficientes ALN sao obtidos quando multiplicamos am
bos os lados da equação (2) por Pk(cos 9)cos(Ê%šÃ) e integramos
empregando a ortogonalidade dos polinõmios de Legendre.
I-' Qu
_= ZÊÍÂ
(cos 9lcos(Ê%?š)f(cos G,Z)dZ d(cos 6)
IP
t"Z w
\
Qz H*¬ o~¬ *U F*
ou usa-se a definição do valor médio de uma função em relação a
uma certa função distribuição: '
que pode ser reconhecida na integral, fazendo; ZHNZ ~ b(x) = PL(cos 6)cos(-Tí-) p(x)dx = f(cos 9,Z) dZ d(cos 6) Assim temos; l A = ___... z °° zap /ÀQN _ 2L+1
Aro*
-ía* 2L+1 ALN ` ... »». = ¿<<cos(Êl§ZJ > N'a& 0 e .U d ' (4) < PL(cos G)> L'a& O ` i`2flNZ '_ _'ã_a*-<PL)C'1OS e)COS(-'~(-3-~°°~)>Nas equaçoes acima pode se fazer as identificações
š PL(cos 6) >
< cos(Ê%§§) >
WTNZ
< PL(cos
9)cos(;ã-)>
6
parâmetro de ordem orientacional `
parâmetro de ordem translacional
parâmetro de ordem misto, que _des
~
creve a correlaçao ou acoplamento
entre os graus de ordem orientacig nal e translacional.
Estes três parâmetros de ordem, aparecem em todas as teorias publicadas sobre a mesofase esmêtico A, e por este motivo
~
sao dados por
"C p
G
Assim temos _ 17 símbolos particulares. = < P2(cos 8) > ?wNZ = < cos(¿ã”“) > ' (5) › « 2wNZ = < P2(cos 8)cos(~ã-) > que; r-'no líquido isotrÕpico,”z=L.=Õ_= O ou desordem total.
_ . ,J » _ _
na mesofase nematico,fi)a&\_=Q = O ou ordem orientacig
Í _ nal
na mesofase_esmêtico A,”Iä& OÍÍ7& Ofifaš O ou ordem
.
H
orientacional e translacional
Para uma ordem perfeita todos os parâmetros tendem ã unidade.
2.4 É RESÍLTADOS TEÕRICOS DA TEORIA DE MCÂILLAN
Em seu modelo teórico, Mcmillan obteve a equaçao (6) pa
V ~
ra o potencial médio de cada molécula, dentro da aproximaçao do
campo médio. A equaçao é dada por:
onde: OC = 2 exp -
Í Zw?
Yl(cos 6)=
~\§af(cos(~ã¿fl
+¡}¶+¢ícos(ÊãÃ)) P2cos 6¶} (6)^^:`
Q: P1
O i\) \1
ro ê da ordem do comprimento da seção rígida central da molš
cula e determina o alcance da interaçao
1
%›e
ô são constantes que caracterizam as intensidades das `partes da interação. .
_ Empregando este potencial pode~se calcular as proprieda
des termodinãmicas da função potencial de uma única molécula.
u Os parâmetros de ordem Wl,“C e
G
que aparecem na equa~ ~ ~
çao (6) sao indeterminados. Podeese realizar a determinaçao auto- consistente dos parâmetros de ordem e suas dependências com a tem peratura, obtendo-se:
C3'¬}-'
O%Q.z
*Ú
I\)
WI = (cos @)fl(cos 9,2) dZ d(cos 6)
O'¬¡-' _o'\.'Q.z
O Ow r×› :-4 N
'Í =
(T)
fl (cos e,z› az d(cos e) (8)4.
O%i-' O'~¬.Q.|
*U
Í.= 2(cosV9)cos(Ê%E)fl(cos 6,Z) dZ d(cos 8)
Partindo dos resultados obtidos em seu modelo teõrico ,
Mcmillan calculou os parâmetros de ordem orientacional (fr) e mis
to-( U°) dados pela equação (8), assim como a entropia como fun
ção da temperatura para diversos valores de Q (equação 7). Estes resultados são apresentados nos diagramas de fase da figura 5, eš
v
traído do trabalho de`¶cmillan8. Observa-se que a temperatura de transição esmético A-nemãtico (ou colestérico) ë uma função cres cente de G e a curva Tsn (temperatura de transição esmética
A~ne-~
mâtico) tende â curva Tnj (temperatura de transiçao nemâtico~iso~
19
~
A transiçao de fase emêtico A-nemãtico ê de segunda or
dem para 0.70 e de primeira ordem para 0.70 <d> 0.98. Na figuraô, igualmente extraída do trabalho de Wojtowiczl7 está mostrado os parâmetros de ordem orientacional e misto em função da temperatu~
ra para três valores de d. Para d = l.l (comprimento da cadeia alquil longo)fQ_e
U
variam descontinuamente na mesma temperatura;.~
desparecendo simultaneamente as ordens orientacional e translacio
~ .-..
nal. Há entao uma transiçao de fase de primeira ordem da mesofase
esmêtica A diretamente para o líquido isotrõpico. Para a = O.85os parâmetros de ordem orientacional e misto apresentam uma desconti nuidade na temperatura de transiçao esmêtico A~nemãtico (Tsn) mas somente U` desaparece fvldesaparece
descontinuamente-na temperatu
I
-_›
~ .
ra de transiçao nemâtico-isotrõpico (Tni). O sistema apresentauma transição de fase de primeira ordem esmético A~nemâtico, seguida de outra transição de fase de primeira ordem nemâtico~isotrõpico. Para d = 0.60 (pequeno comprimento da cadeia alquil), 6' desapare
~
ce continuamente na temperatura de transiçao esmêtico A~nemãtico (Tsn). O parâmetro de ordem orientacional (NX ) mostra uma descon
tinuidade em inclinaçao nesta temperatura etem seguida desparece
~ ~
continuamente em uma temperatura maior. Há entao uma transiçao de
fase de segunda ordem esmêtico A~nemático, seguida pela transiçao
de fase de primeira ordem nemätico-isotrõpico.
O modelo teórico prevê uma transição de fase de segunda ordem esmêtico Aenemãtico para o quociente Tsn/Tni .i < 0.87, onde a
entropia de transição da fase (A Sn) ë igual a zero e prevê uma
transição de fase de primeira ordem, onde a entropia de transição
~
nao ê zero, para valores de TS¿,Tni > 0.87.
_ . 9
. Baseados nos resultados defficmillan, diversos trabalhos
l0'l7 vêm sendo publicados com
de ordem do modelo teórico para as diversas séries homõlogas. No
presente trabalho esta sendo medido o calor latente da transição colestêrico-esmêtico A, para a mistura nonanoato~caproato de cg
lesterila com o objetivo de determinar o ponto tricrítico, 'fazen
. . 7
do variar a concentraçao dos compostos, pois segundo Alben , a ~
concentraçao das misturas binãrias ê uma relevante variável termo dinâmica no estudo da transição em questão.
n..
FIGURA 5 ~ 2l 10.2202 VO/K? .|.: -
wsomómco
-
Q_O `.¢ TN f d T ¬ _a as ez :_ S! LO 3 5 ÇÃO ‹;Ão TRANS DE TRAN Nfírvuíruco - ESMETICO-A . Í/, 2 ' o-.9 TSN/4
As is: LIJ C) TEMPERATURA 'ROP A e O3 As SN '2 - V g¡ w 0.? ` z (16 O8 LO M2 S ‹ 1 ` PARÂMETRQ ofTemperatura de Transição.em unidades de O.22OVO/K em função de parâmetro d_e tambëm a entropia de transição AS em unidades de RO›= 1.986 cal/Kmol em função de a,
onde R ' ~ ' ~. '~
'
. . .
0 e a constante dos gases ldeals Tnl, Tsn e Tsl
são as temperaturas da transição nemätico-isotrõpico ,
esmêtico A‹nemãtico e esmêtico A-isotrõpico respectiva
mente. '
ASni, ASSH e ASSi são as entropias de transição nemãtí
co¬isotrõpico, esmêtico A~nemãtico e esmético A~isotr§
NALE MS ENTÂC O DE ORDEM OR Pmzãmsrnos \
ffi
WW
O3 QQ go ZQ8
Q9 h0 T /TTs:/Tm
_ sw N: . Vo nq=O£
d __, , W: : 7 f _ -0.8 0.9 |.0 T/T
. SN NI ÀFIGURA 6 ¬ Variação dos parâmetros de ordem orientacional (n)
misto (f`) com a temperatura reduzida KT/0.2202
VO = Tsn/Tni para três valores de u do modelo teórico de Mcmillan.
23
CAPITULO 3
3.1 - PARTE ExPERiMENTAL
A parte experimental do presente trabalho, foi realiza
da em duas etapas; na primeira etapa os compostos foram submeti
~
dos a processos de purificaçao seguidos do processo de preparodas amostras, e, em seguida, uma segunda etapa, foram efetuadas medi
~
das de calor latente e temperatura de transiçao das amostras pre
paradas. Neste capítulo são apresentados os resultados obtidosque
são objetos de posterior discussão. O
.
3.2 - PROCESSO DE PURIFICAÇÃO E PREPARO DAS AMOSTRAS
Os compostos utilizados neste trabalho (nonanoato e ca
proato de colesterila) foram sintetizados pelo laboratório Pddridm
~
O processo de purificaçao dos compostos consiste en dis solvê-los_em um solvente adequado mediante aquecimento, filtrar a
solução, deixâla em repouso em média 8 horas para a recristaliza-
~ ~ "`
çao. Recristalizada a soluçao, ê filtrada a vácuo e os cristais
~
sao colocados em um reci iente contendo sílica- el onde se faz vã
cuo durante um período_de aproximadamente 12 horas, afim de que
toda a unidade retida pelos cristais seja eliminada. Este processo
teve ser repetido tantas vezes quantas se fizerem necessárias, até
que seja obtida estabilidade na temperatura de fusão. O solvente utilizado neste processo foi Ó acetato de etila produzido pelo la
boratõrio Merck; repetiu-se o processo de purificação três vezes pra cada composto, obtendo~se assim estabilidade nas temperaturas
de fusão dos compostos.
~ _ _ .. _ Cr"
Foram preparadas 18 amostras de misturas binarias de no
-
W'
v v W' 21
gnO nanoato com caproato de colesterila, nas quais a proporçao emge' Í
dos compostos foi variada desde 100% de nonanoato (composto puro)
até 55% de nonanoato + 45% de caproato em peso. Os pesos nas deui
das proporções para as diversas amostras foram calculados e poste riormente pesados em uma balança analítica Mettler H5l.' V
.Para conseguir~se a homogeneidade nas misturas binârias
elas devem ser aquecidas lentamente até atingir a fase de líquido
isotrõpico, durante este procedimento, as amostras são agitadas -
afim de uniformizar a homogeneidade das misturas e entao sao dei
xadas ã temperatura ambiente para a recristalização.
3.3 * PROCESSO DE MEDIDAS
Neste trabalho foram medidos calor latente das' transi
ções de fase isotrõpico~colestêrico e colestërico-emêtico A, bem
~
como as temperaturas destas transiçoes.
As temperaturas das transições foram obtidas com auxí
lio de um sistema constituido por'um microscõpio de polarização
ao qual ë acoplado um controlador de temperatura, o qual possibi~
~ '
lita a variaçao e o controle da temperatura. Um esquema deste sis
tema ê apresentado na figura 7.a. As medidas foram feitas prepa
rando~se uma lâmina com amostras que ê introduzida no forno, onde através do controlador de temperatura se faz variar a temperatu ra, e atrvês do microscópio ê possível observar as transições de
fase, que sao identificadas pela mudança de textura do cristal ,
25
Estas medidas foram feitas em média cinco vezes para cada transi ção, com isto obtendo~se maior confiabilidade nos dados.
As medidas de calor latente das transições foram feitas
utilizando-se um calorimetro diferencial de varredura (DSC 2) .
_ " ai
Primeiramente o calorimetro foi calibrado. A calibraçao do apare
18 . . . ~ _ . .
lho , consiste em determinar a correçao que deve ser feita afim de se obter a real temperatura de transição e a determinação da constante do aparelho. Na correção da temperatura, foram medidas as temperaturas de fusão do índio e do estanho, com uma velocida de de aquecimento igual a l0OC/min, registrou~se uma diferença da
V O ..
ordem de 0.005 C na temperatura observada em relaçao aos valores
da literatura.
'
A equação de correção para as medidas de temperaturas
de transição ê dada por:
_
dr.
TV-TO+c~¿-,¿+D
-
_(9)
onde: Tv = temperatura real da transição
To = temperatura observada
âš = velocidade de aquecimento ou resfriamento
C e D constantes a serem determinadas em função de QE
l dt
para âš = 10°C/min tem-se; C = 0.13 e D i 2.4.
i
- ~
~ Para a determinaçao da constante do aparelho, foram usa
das duas amostras padrão, o índio e o estanho. Com a primeirazmcg
tra ê determinada a constante do aparelho, usando-se para isso o valor teõrico do calor latente de fusão do composto. Com a segun
lO e verifica~se o erro existente entre os dados teóricos sobre a amostra e os obtidos experimentalmente. O valor determinado para
a constante do aparelho foi K = 25.17 e o erro relativo foi da or
dem de l.2%. '
_
Calibrando o instrumento, foram feitas as medidas das
amostras. Este processo consiste em preparar uma amostra de massa
conhecida que ê fechada dentro de uma capsüla de alumínio e depo
sitada no forno do calorímetro. A amostra ê aquecida até atingir o estado de liquido isotrõpico, em seguida inicia-se o processode
de varredura resfriando-se a amostra até uma temperatura abaixoda temperatura de transição de fase colestêrico-esmêtico AÍ`Este pro
cesso de varredura ê registrado em um termograma através de um re
gistrador acoplado ao calorímetro (figura 7.b). As transições de
.f
fase registradas no termograma tem a forma de um pico, isto e,
são variações na linha base. As áreas medidas sob estes picos são proporcionais f"~__... ao calor latente das transições de fase, J- podendo~se
observar pelas figuras 8 e 9 as variações destas áreas para as Ê
mostras utilizadas. As áreas correspondentes as transições de fa
~
se foram medidas com auxílio de um planimetro. A determinaçao dos
~
valores do calor latente das transiçoes são obtidos através da
~ ' _ l8 A ' equaçao abaixo : H = §_X A x R - (lO) W x S
onde: K = constante do aparelho
A = área sob o pico de transição (unidade arbitrária) R = sensibilidade do aparelho (mcal/seg)
W = massa da amostra (mg)
27
H ~ calor latente da transiçao (cal/g)
Medidas do calor latente da_transição colestêrico~esmê~
tico A, foram feitas usando o calorímetro, resfriando-se e aque
cendo~se as amostras. Quandocomparadas, estas medidas apresentam
~
sensíveis diferenças. O calor latente de transiçao, calculadocnmn
do a amostra é aquecida, registra valores ligeiramente superiores
que o calculo quando a amostra ê resfriada. O comprimento da va
riaçao da linha base ë diferente nos dois casos.
Comparadas estas medidas, constata-se que esta diferen-
ça de comportamento torna~se mais evidente a medida em que aumen
ta a concentração de caproato na mistura. Quando a concentração de caproato ë de 35% na amostra, a linha base varia continuamente sem nenhum pico durante a transição sendo a amostra resfriada, po rêm, quando a amostra ê aquecida, a linha base apresenta uma des continuidade acompanhada de um pico. O intervalo de tempo e de
~ ~
,..
temperatura gasto na transiçao e diferente nos dois casos. Quando resfriando~se a amostra, a transição ocorre em um intervalo de tempo maior que quando a amostra ê resfriada, e, consequentemente
z;`
o intervalo de temperatura também ê maior. Esta diferença torna ~
se maior a medida em que aumenta a concentração de caproato na
mistura. Observações feitas com o microscópio, afim de determinar
~
a temperatura da transiçao de fase apresentaram discordâncias.
^ ~
4
Quando ara o com osto uro ou ara P concentra ces de ca . roato ate de ordem de 25%, as temperaturas medidas com auxílio do microscó-
pio coincidem com as temperaturas medidas com auxílio do calorime
~
tro. Observa~se que a medida em que aumenta a concentraçao de ca
proato na mistura, estas mesdidas diferem entre si de maneira ea
da vez mais significativas. As temperaturas observadas com '
auxi
lio do microscópio são maiores que as registradas no calorímetro,
Ú
ía _
7
Mccf=.›os‹:o:=:o^ ¬ QE Po:_AR:2A<:Ã'‹› FORNO CONTROLADOR DE TEMPERATURA 7.A i-_..._...,._
FORNO
PA!NEL DE CONT OLE ' R O REGISTRADOR ä 7.8FIGURA 7 ~ DIAGRAMA DOS EQUIPAMENTOS
7.a - Diagrama de'funcionamento do sistema do microscópio de polarização com o controlador de temperatura.
7.b ~ Diagrama de funcionamento do calorímetro diferenw
29
esta diferença varia para as diferentes amostras, para a amostra
de ON U1 ot? de nonanoato + 45% de caproato a diferença observada é da Q .
ordem de 4 c..
Mcmillanlg, fez medidas de intensidade de espalhamento
_ ..
, 2 _ _
de Bragg que e proporcional a T em nonanoato de colesterila e mi ristato de colesterila. Ele observou para o nonanoato uma diferen
ça nos valores obtidos no entorno da transição de fase colestêri~
co-esmëtico A quando a amostra era aquecida e resfriada. Quando aquecida, os valores obtidos foram maiores que quando resfriada. Ele observou que esta histerese que o camposto apresenta, depende
da velocidade de resfriamento. Observando as curvas dos termogra-
mas, esta diferença entre o aquecimento e`o resfriamento das amos
tras cresce a medida em que diminui o calor latente de transição.
Mcmillan nao observou estas diferenças para o miristato de coles terila que apresenta um calor latente de transição colestérico-es mêtico A maior do que o nonanoato de colesterila. Esta diferença torna-se mais acentuada quando a transição ê de segunda ordem.
_ É conveniente observar que após terem sido registradas
estas diferenças nas medidas, as mesmas foram desprezadas,' e os
dados aqui apresentados foram todos obtidos quando as amostras eram resfriadas, isto ë, apõs ter atingida a fase de liquido iso
trõpico, inicia~se o processo de resfriamento das amostras regis
trando-se as transições de fase. Convencionou-se desta forma, cog siderando que o composto utilizado (nonanoato de colesterila) ë
monotrõpico na mesofase esmêtico A, ist é, esta mesofase sô aparg ce quando o composto ë resfriado após haver atingido a fase de lí quido isotrôpico. O fato de terem sido desprezadas as diferenças observadas, nao diminuem seu grau de importancia e atençao que
tigar esta histerese que o composto apresenta, ë de muita impoí tãncia para a compreenssão destas diferenças.
_._....___..___....__,_....__
|
4
-..--~~.*_._ ... _,__J___M~«m __* _
°b5‹ N59 C0ÍU"flS›V (H ) C A o valor acima corrcfipunde n lrnnulçnn ‹u\«sxc
^"05TR^ I V Ãmfl) .R (W601/Q) IS (mm/mim) {Vc (PÇ/mim I 1002 NT 9o%nT 802NT 78Z~T 76zN1 75äNT 7h%NT 73ZNT vzzwk 7IZuT 7o2HT ósxur 68zNf 67ZuT 662uT GSZNT GOZNT SSZHT |0%CT ZOÍCT 22ZCT 2hZCT 25Z£T ZGZCT 27ZCT 28%CT 29ZCT ÂOZCT 3lZCT 322c1 §3ZCT 3h2CT 35ZCT hozcr üS2tT 3.76 uo,zê h,73 37.“9 5.3ü 39.99 ä,88 32.39 fi.67 36,0\ 3,35 37.9ü 7,29 38,31 5,36 25,26 7,22 32,87 9,0N 3¡.32 9.93 25,ao N CDO? vv» 6,55 30.25 3,82 29133 3,80 22,13 k,36 32,20 6,08 z8,\ó 8,66 26,83 E ( I ÍAUKKA I 0.5 0,5 ú,s 0.5 ú.5 ú,s 6,5 0,5 OIS 0.5 0,5 0.5 0,5 0.5 GIS 0.5 0.5 015 ‹ I I 2.5 7.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2,5 2,5 2,5 2.5 2,5 2,5 2.5 2,5 2.5 2.5 2.5 à › -¿;___¿ Ê' > ' T Í y T O 53,60 6,90 2ó,óo 8,80 20,90 7,30 15.70 ra (DM: c\.¬ 7,ü0 ¡6,3o S,ä0 17,60 1 7.86 , 9,60 : ,G0 ` ,sn N... | Í 1 Oba \¡¬\.¬ eo 15.57 . 1.79 | \z.s7 3,90 9.57 7,50 5,00 6,80 5,20 h,2O 6,06 _0- 9,00 -gv \h,22 I _9" 9 1
cu-lsolroplco c o valor abaixo ô transição esmÕ‹¡co~A~ colcsl.
-¬--~¬ AMOSTRA 1002 NT 90% NT + , 802 HT + 1 782 HT + 762 HT + ] vsz Nr + 702 NT + 732 NT + ¡ 723 NT + I 712 NT + 702 NT + Í 692 NT + 1 682 Nr + š 67% NT + E 662 NT + 652 NT + ` 602 HT + S52 NT + 100 202 222 202 252 261 27% 20% 292 302 31% 322 332 302 35% 002 05% H Tai H100 | (001/91 (cal 0.25 0.20 0.26 0.23 . 0.25 0.22 0.22 0.23 0.25 0.23 0.25 Í 0.25 ~0.2s` 0.21 0.21 0.22' 0023 0.26 0 0 0 0 1- 0.15 0.1 0.00 0.07 0.07 0.07 0.00 0.00 0.03 0.03 0.02 ..0.. -g- -g- .06 .O5 .OS .05 TC1 ( 360,0 365.0 365.0 365.0 365.3 366,0 366,0 366,0 366,0 366,0 366,2 366.3 366,0 366,5 366,5 366,6 367.0 367.0 U 1 T L (K) T C / IL' 'J 3 S 308.9 302,0 300,1 338,0 1 337.0 1 ____..._.__.__..__._.__-. ___ _____ -_ _- 336,0 335.5 336,0 335,0 335.9 330.0 330,1 330,1 333.9 332,9 332.9 330.3 329.0 1 1 i 1 O \.3 \›¬O 0.939 0.932 0.926 0.920 0.920 0.917 0.910 0.916 0.910 0.913 0.912 0.912 0.911 0.908 0.900 0.900 0.897 1 . z 1 1 7-
As temperaturas T¿¡ e T_c foram observadas com aux11Io do microsc¿p=o Esta tubcla contêm dados referentes nox grá{1cos c d1agramas de Ínsc
11, 12, 13 c 10
apresentados nas figuras, 10,
FIGURA 8 - TERMOGRAMAS DAS MISTURAS BINÃRIAS EM RESFRIAMENTO (a) (b) (C) (d) (e) Termograma Ternograma Termograma Termograma Termograma
omõâs.
5
amostra amostra amostra amostra amostraUFSC
100% NT 80% NT 70% NT 65+ NT 55% NTnàenrànõ
33 - ...,.'..m=flfl"fl'”"üm" › 4' 20% 30% 35% 45%CC Iate¬ calor calor latente www- L-" _;D -W .LQ ill ;__('› __‹r ____________Om _-_° ¡\ |': (V Õ;w m_ Õ-.. ‹: .Õ..._ \'› Q ____` qa Ô.-. ‹` ._ .__ ` _ , -_ _ _ __...‹ .._- ._ . . _._._ ._ _. ,_ _ _ ¬__ ...__ _ '_ .__ _ _ _ _... _. _ _ ¡_ _ _-“_ ._ v ` _ É ___. z ‹ \ .HE _ h __ -H .___ -_ V _ .__ ___ E _ Í _ ...._¡_ .__...-_ __-.- _ ___... ._____,. `______ ___... I _-.. _._._._...__ ____.___.__ - Y. › ._ ._ _ ._ _ ` ._ i .__ * __. _ __..___..._._ __.__.__ ._._..-. ...__ ..._ __.`. _. _ _ ___... _4‹\ ‹\` _'_(`: l\ .__."> ‹`. __f.\ , m 7 _- ...__. -..___ ____.__._. _ __ __ JO 4 Ô \') \'\ `\n 1\ dl C› *à C) w___ _____4 . _____,...__-___. __..- ____.___ _ w\N"-___ cx Q _` _' ._.___.._.0__f@.‹_›_z_..__.__. _ _ _ _-, __ _._-____. __.. ___-, ___ ________________‹_______ ____r_\ ‹3___`_ - -~-~ -^'^ › '‹-~- -~--- --~ ~- --‹- --‹› \---- ~- -› `_‹--.- ... _ (""1`_._ .__ .__“W_ -“wU____.¿_ N- _ _._---_ _ “_ __jH"¡;;_ “_ zjj_“ ¡..._... Cempcratura 8 IA " .' __ 5? :;.__' _' r׋1 .._. __... ._¬_._\._._. ._._.._ _zz__¬._ -z _ _.___ _r ‹ -..O Õ.._ __..__ vz u). __ ‹z __O O__,_ _. .__O 0 w _._.._.` -4 _..._.-._...._. ...___ .in \ `¬°'~Q» ...__. _ «w~..¬=.,_..,._,` Í \ temperatura 8.8 VW... _ \ O O
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az - amostra sendo aquecida
b) Termogramas da amostra 80% NT + 20% bl - amostra sendo resfriada
bz - amostra sendo aquecidat `
c) Termogramas da amostra 65% NT + 35%
ol ~ amostra sendo resfriada
cz - amostra sendo aquecida
d) Termogramas da amostra 55% NT + 45% dl ~ amostra sendo resfriada
7 3 É
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CAPÍTULO 4
4.1 ~ ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O diagrama de fases apresentado na figura 10 mostraque,
- ~
4
a temperatura de transiçao colesterico-esmêtico A
-ff”-“r
descreve a medi -_da em que a concentração de caproato aumenta na mistura, ao passo
que na transição isotrõpico~colestêrico ocorre o inverso, a tempe ratura aumenta, porém de forma menos acentuada. Este comportamen- to das temperaturas de transiçao de fases pode ser explicado con
siderando que; podemos atribuir ao caproato e característica de
impureza agindo sobre o nonanoato, ocasionando variações nas tem
~
J 'V _
peraturas de transiçao para as diferentes proporçoes das misturas
pode~se ainda considerar que o caproato quanto misturado com o ng
~
nanoato provoca uma reduçao no comprimento do tamanho médio da ca deia alquil, o que ocasiona a elevação da temperatura na transi
~ ø ~ ~ ,
çao isotropico e a diminuiçao na temperatura de transiçao coleste rico~esmêtico A. A experiência tem demonstrado que as impurezas
`
~
influem nas temperaturas de transiçao, fazendo-as variar ou até
mesmo deixando de existir. O comprimento do diagrama de fasesaqui apresentado tem boa concordância com outros trabalhos publica
dosl9'2O. .
V
Z
A figura 12 mostra que, quando a temperatura reduzida TSG/Tci = 0.90, há uma mudança de transição de fase de primeira para segunda ordem, ao passo que o modelo teórico prevê esta mu dança para TSG/Tci = 0.87. A figura l3 mostra que para TSG/Tci _=
O`\ U1 0"9
0,90 a mistura correspondente ê NT + 35+ CT, e este ë o ponto
central das discussões deste trabalho. e
šš
TEMPERATURA
FIGURA 10 - Diagrama de fases da mistura nonanoato de colesteri ~
370 365 360 355 350 345 340 335 330 325 320
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fsorfiomco __ """*'-cni
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.› \ .z _ . V la~caproato de colesterila. \«~›.›--7 zz ¡ mz -pzrzr-««-z zz zzz' z -f 1 z:z~¬z 552%NT 6QÊ&NT ÔÕÍQNT 70£kNT BQFQNT QQÊQNT |OOWJ¶T 45%%CT 4055GT- 35%%CT 30%%CT 20%%CT IOWQCT CONCENTRAÇÂÓ43 0.180 ¬ O.Í60~ ou O.l2G% O| IOO" 0.0304* 0.0605* o.o 4›:›T o.o2o~ 0.00 _ . 55 /Q \ CG ÇÃO TRANS LU › O LU CALOR LATEN' 1 a---¢- = --‹ ff Y
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V s-me 7 .gzzwz W, |L4 1 1 °f'‹›N T' 60 °/¢NT 65 °/«NT TO °/QNT 80°/GN T 90 °/«N T ¡OO°/‹z N T 5 45°/zcT + + + + + + + 40°/..zcT 35°/z,cT 30°/.CT 20°/OCT ¡o°/«CT I, ‹SFIGURA ll - Diagrama representando a concentraçao das mistura: em função do calor latente da transição colestêrico-esmš
0.33 .. 0.114 o.o9. 0.0? 0.05 0.034 0.0.; ! ` 0.00
FIGURA 12 - Gráfico da temperatura como função do calor latente
â zâf zzfz z~~+--~z ~ + z~~ ‹ - -
0.892 0.902 O.9I2 0.922 0,932 0.942 0.952
TEMPERATURA REDUZIDA
~
da transiçao de fase colestërico~e$mético A.
co /g CÃO TRANS LA] D LA*ENTE CALOR
45
figura 8, observa-se que; em (a) e (b) apresentam áreas bem defi
~
nidas abaixo das_curvas das transiçoes, o que confirma uma contri
buição para o calor latente, indicando serem estas transições de
primeira ordem. Em (c) determina~se uma área abaixo da curva do
~
transiçao, há porém uma fraca descontinuidade na linha base o que
revela haver tendência para uma transição de segunda ordem, embp
ra seja uma transição de primeira ordem. Em (d) e (e) são eviden~
~ ~
ciadas variaçoes nas linhas base, nao foi possível obter área al
guma nestas transições que constribuíssem com o calor latente. Es
~ ~
tas características que sao de uma transiçao de segunda ordem, in
~ ~ ~
duz a conclusao de que estas sao transiçoes de fase de segunda or dem.
Os resultados obtidos são agora comparados com os resul
. . .
. 8
. .
tados teoricos obtidos por Mcmillan em seu trabalho. Inicialmen-
te foram calculadas as entropias das transições colestêrico-esmê~
A
tico A para as miscuras.
V
A_figura 15 apresenta uma comparação entre as entropias
das transições experimentais e teóricas. A curva (a) representaos
resultados obtidos por Mcmillan. A curva (c) refere-se aos dados
obtidos para as diversas misturas no presente trabalho. Observa~ se que o comportamento da curva experimental corresponde aos tre
'QIO
sultados do modelo teórico, embora a entropia da transiç experi mental decresça ' mais rapidamente com O decréscimo da razãolzcfizú
O
do que na entropia da transição teórica. _
Este trabalho difere do resultado teórico, que ê menor
que o experimental obtido. Diversos trabalhos, tem apresentado di
ferenças maiores ou menores que esta aqui observada, citando ~ se
entre trabalhos publicados alguns como; J. R¿ Fernandes e S. Venu
0.952 " Gcgsz " o.â2a i O¡g' E “' o. 902 «» . 0.892 +
FIGURA 13 - Gráfico da concentração em função da temperatura redg
.W _, W "oa __ _ _ _ A1 t'#..' É _______ “' 2°* ofeosm \ G* 4 I a 'I ,ø ,I 4 ›.¬ O ¡_.. \o ¡,_,U') REDUZ DA ERATURA If* ORDEM "SWF * ~~ 'f ff ¬~z¬ š~¬ Y- ¬z 4 fz» zz «L cz., zr ._._\ i I 55°/¢ NT _¡_6Q°/°l\¡T` +65”/af*-‹'T _¡_70°/zzNT +Ê30°/«NT +90”/QNT IOO°/«NT 45°/z CT 40°/‹›CT 35°/«CT 30°/«CT 20°/Q CT IO”/¢ CT CONCENTRAÇÃO zida TSG/Tci.
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ERATURA
1-~
TEWP
Figura 14 - Diagrama de fases da mistura nonanoato“caproato de vo
370 36 360 OJ (ñ Gi 350 340 335 330 325 ...`__`°__ 5- ~ `*`-¬=~ .L i asomópfco O --__¶______`_à.° _ coLEsTÉR.|co I” ORDEM '
Í/
' _,/' Esmfárico -- A 9/'/zfi oflofsrâ ¢f+ 1 ¢~ í« â z~í~ =í ‹P
”1*í '*f * 0.892 0.902 O.9|2 0.922 0.932 (1942 0.952 - ÍD/-\T/
TTEMPERATURA
REDUZ SC c¡lesterila « Temperatura reduzida TSG/Tci em função
› 'n` O Q: U) *Q Ns cão RA ENTROPzQ DE '
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_ \. \°\ \*<›\ _ 4 ' ' "'4 f - - Í › z - 4 z zz z-,z;z_zz=;._,_ __,,,, ¬__,__1 0.84 0.86 0.86 0.90 _o.92 0.94 das TEMPERATURA REDUZIDA T / T sc cfFigura 15 ~ Gráfico da entropia de transição colestêrico-esmêtico
A em função da temperatura reduzida Tqc/ci.
curva (a) representa o modelo teórico ›
curva (b) extraída da teoria de Lee e colaboradores
curva (C) representa os dados obtidos experimentalmeg