UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE SANTA
CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
MEDICINA
DEPARTAWIENTO
DE TOCOGINECOLOGIA
/\›‹=+›z›‹Q;
O
Z.WM
r ~BACTERIURIA
NA
GESTAÇAO:
UM
ESTUDO
DESCRITIVO.
POIÍSILVANA
FRAGA
FULGÊNCIO
FLORIANÓPOLIS
1994
ORIENTADORES:
1 zu
BACTERIURIA
NA
GE-STAÇAO
UM
ESTUDO
DESCRITIVO.
D1' Luís
Fernando Somacal
AGRADECIMENTOS
Aos
professores LuisFernando Somacal
e Lúcio Botelho pela amizade eorientação dispensada durante
a
realização deste trabalho.Aos
funcionáriosdo
Serviço de Prontuáriosdo
Pacientedo
HospitalUniversitário:
Sandro dos
Santos,Odilon
deSouza
e Vilmar Cézar Estanislauda
Rosa, pelo levantamento
dos
prontuários e agendas de pacientes.Ao
Laboratóriodo
Hospital Universitário, através das funcionárias JuçaraDentos
Bernadine e Alcilene Soares, bioquímica
do
setor de urinálise e técnica de microbiologia respectivamente, pela orientação quanto aosmétodos
laboratorias utilizadosna
realizaçãodo
trabalhos.Resumo
... .. Abstract ... .. Introdução ... ..Metodologia
... .. Resultados ... .. 12 Discussão ... ..Conclusão
... _. 20 Referências bibliográficas ..._sUMÁR1o
. . . . - . . . . . . . . . . . . . . . . z z z . z» › . . . . - . . › . . - . . . -.-RESUMO
Infecções
do
trato urinário estão entre as mais significativas complicações médicasda
gravidez.Há. três categorias de infecções
do
trato urinário: bacteriúria assintomática, cistiteaguda
e pielonefrite aguda.Caso não
detectadas e tratadas,podem
levar a.uma
significativa
morbidade
fetal e materna. *O
presente trabalhotem
por
objetivo avaliaro
diagnóstico clínico e laboratorialalém
do
tratamento e evolução de infecçõesdo
trato urinário de pacientes admitidasvia consulta pré-natal
no
Hospital Universitáriono
periodo de fevereiroa
maio
de1994.
Foram
avaliadas 284 gestantes,sendo
diagnosticados 41 casos de infecçõesdo
trato urinário
com
bacteriúria e cultura positiva e88
casos de bacteriúria positiva.sendo
apenaso
parcialde
urina alterado.Concluímos que o
primeiro trimestre de gestação éo
mms
acometidode
bacteriúria e
que
atravésde
uma
avaliação pré-natal paraa
investigação precoce deinfecção
com
ou
sem
sintomas para tal , toma-se necessária.i
f
gr
4/Q/Q/»@z‹z‹;/fzí/wQ`
/}(
Úf/agf
/0
J/
/š€¿¿¿íz,Vt'ø
/z/1/vt/1/az
L/W/`
5ABSTRACT
Urinay Tract Infections (
UTI
) areamong
themost
common
medicalcomplications
of
pregnancy.There
are three categoriesof
UTI: asymptomatic bacteriuria cystitisand
pyelonephritis. If not actively screenedand
treated, these infections can lead to significant fetaland
maternal morbidity.The
objective of thisWork
is avaliate the laboratorialand
clinical diagnosis,and
also the treatment.
and
evolutionof
pregnant. patients' urinary tract infections.\_
These
patientswere
admitted at the pre nataf ambulatoryof
the University Hospital in the periodfrom
febmary
tomay
of 1994.We
avaliated284
pregnantsand
Were_diagnosted 41 casesof
UTI
With positive bacteriuriaand
positive culture,and
88 casesT`¢ftlí positive bacteriuria With only\}';nfLpareial~a1tered.z
We
conclued that bacteriuria ismost
prevalent at the first trimestreof
pregnancyand
the pre-natal avaliation for precocious investigationof
infection,symptomatic, or not, is necessary.
INTRODUÇÃO
O
propósito fundamentalda
vigilância pré-natal é assegurarmenor
risco durantea
gravidez, mediantea
otimizaçãodos meios
para preservara
saúdeda
mulher
gestante,
a
qual se refletiránum
melhor
ambiente intra-uterino parao
fetoem
desenvolvimento e maiores expectativas para
a
saúdedo neonato
e lactente; assimsendo
essaconduta
permitea
idembšqação de riscos ea adoção
de alternativas de prevenção (5).A1/¬l-zwP=
Ã
-Infecção
do
trato urinário (UTI) éum
problema
relativamentecomum
durante agestação ( 1, 2, 3). I
Apesar
da
gravideznão aumentar a
prevalência total de infecçãodo
tratourinínio, observa-se
definido
aumento
de
infecções sintomáticas particularmentepielonefrites agudas (
2
).Em
mulheres
grávidas, omédico
devesempre
considerar asmudanças
fisiológicas
que ocorrem
na
gestação, desde açõeshormonais
como
da
progesterona, até mecânicas
como
compressão
do
ureter( 1, 2, 3 ).Tem-se demostrado que aproximadamente
uma
de cada cincomulheres
com
bacteriúria assintomática
na
etapada
gravidez (menos
de30
semanas), estaem
risco de ter infecçãoaguda
sintomáticano
cursoda
gestação, situaçãoque
serelaciona
com
um
aumento
de complicaçõesque
afetam tantoa
saudematerna
quanto
a
saúdedo
feto efou
recém
nascido(5).Basicêmiente as infecções
do
trato urinário estão divididas em: bacteriúriaassintomática, cistite e pielonefrite (2).
A
bacteriúria assintomatica(ASB)
e' definidacomo
colonização bacteriana
do
trato urinário, tanto porção superior ef'
ou
inferior,sem
a
presença de sinaisou
sintomas,
sendo que
apresentamedidas
de colônias de bactérias superioresou
igual100000
por
mililitro de urina(2). Trabalhostem mostrado que a
prevalência total debacteriúria assintomática é de
2 ã
10%,sendo que depende
primariamentedo
statussócio
econômico
da
paciente ( 1, 2 ).Sua
importância estabelecida primariamentepor
KASS
em
1962, relataque a
ASB
não
tratada resultariaem
pielonefriteaguda
num
significativonúmero
de
mulheres grávidas e
pode
levara
uma
significativamorbidade materna
e fetal(4
). Entre as complicações obstétricas atribuídasa
UTI
cita-se: trabalho de parto prematuro, baixopeso
ao nascimento e retardono
crescimento intra-uterino (1).Outras associações
como
o
papelda
bacteriúriana
hipertensão eanemia
estãomenos
claras, assimcomo
o
risco de falha renal ao longo prazo ( l, 2, 3 ).Os
organismos bacterianosque
causam
ASB
são similares aquelesmicroorganismos responsáveis
por
cistite e pielonefrite ( 2, 3),sendo que
o agenteetiológico é o
mesmo
secomparado
àsnão
gestant.es. Estas bactérias estãonormalmente
presentesno
intestino e incluem E. coli ( 70à
90%
dos
casos), seguida de Kiebrãeila - Enlerobacter, Proteur mirabilir. Outrosem
menor
escala incluem: S1aphy10c0cr:w' .s'aprop}1_v1ici¿s, Erírepiococcus
do grupo
B
(2, 3).A
pielonefriteaguda
éa
complicação sériamais
comum
da' gestação,podendo
resultarem
morbidade
materna.ou
fetal senão
tratadas corretamente. Hoje apesarda
mortalidadematerna
ser rara, ainda10%
das pielonefrites agudasfazem
bact.eremiae
3%
das pacientes desenvolverãochoque
endotóxico ( l ). Sua.prevenção
e suassequelas é
a
principal razão paraa
avaliaçãoda
ASB
como
um
dos
cuidados derotina pré-natal( 1 ), já
que a
ASB
ocorrena
grande maioriano
primeiro trimestre e80%
dos casos de píelonefriteaguda ocorrem
apóso
primeiro trimestrecom
20%
oçorrendo
no
periodo pós-parto (2
`). W/1/tail* lztzcfÍ
ww
/y\¡,1z\¡×~›1׬M"* /by
Clinicamente,a
sintomatologia de pielonefriteaguda
é óbvia.A
mulher
apresentaalém
de sintomasdo
trato urinário inferiorcomo
polaciúria e piúria,que
que ocorrem
cerca demetade
do
tempo,também
sintomas sistémicoscomo
febre,tremores, calafrios, naúseas e vómitos. Juntamente
com
estes sintomas há. sinais dedesidratação, dor
em
flancos
e taquicardia geralmente leve ( l, 2, 3 ).O
diagnósticode
pielonefrite étambém
auxiliado pordados de
laboratóriocomo
cultura de urinamaior
ou
igual 100000 colônias de bactériaspor
ml. de urina eurinálise,
sendo que
uma
avaliação inicial de tal patologiadevem
incluir: sinaisexame
flsico, urinálise, uroculturahemograma, contagem
de
plaquetas,creatinina sérica e eletrólitos. Culturas de sangue
devem
ser obtidas separeçam
sépticasou
que
tenham
altas temperaturas ( 3 ).A
cistite é usualmente inconseqüenteem
mulheres grávidascomo
em
não
grávidas.
Algumas
condições associadascom
a
gravidez, taiscomo
aumento
na
retenção
podem
predispor algumas mulheresà
mas
a
frequência desta patologia durantea
gestaçãonão
é apreciavelmenteaumentada(
1, 3 ).O
risco primário associadocom
a
cistite éa
infecçãodo
trato urinário superior(2, 3)- -
O
tratamento das categorias 'de infecçõesdo
trato urinário,em
relação aosnestas patologias, exceto
na
pielonefriteaguda onde
há
além
de associação deantibióticos, e a. via de acesso inicial é
endovenosa(
1, 2, 3).A
terapia deve ser breve enão
tóxica tanto quanto possivel, peloque
concerna a. . \ ~ , "-'~Í"¶.._‹
toxicidade a.
mae
e ao Íeto.Aproximadamente
70%
a
80%
das pacientes inicialmente tratadascom
terapia decurto prazo ( 7 - 10 dias), terão eliminação
da
bacteriúria (1).A
terapia de dose'única
quando
comparada
a
terapia convencional revelamuma
taxa de cura de St) a60%(
1, 2 ).O
objetivo desta investigação retrospectiva é avaliar as bacteri1"1riasem
gestantesrelacionando
o
seu diagnóstico atravésdo
parcial de urina e uroculturacom
o
quadro clinico,
além
de tratamentos efetuadosquando
necessarios , e sua evolução.METODOLOGIA
Os
dados foram
obtidos atravésda
avaliação de prontuários de pacientesque
realizarama
investigação pré-natalno
ambulatório de ginecologia e obstetríciado
Hospital Universitáriono
periodo de fevereiro de 1994amaio
de 1994. 14>'*^/_š>__Durante este estudo retrospectivo estas pacientes
foram
avaliadas mediante o preenchimento deum
protocolo de infecção urináriaonde
descreve: identificação,quadro
clinico, fatores de risco,exames
laborató_fl§i§,i tlíatamento e evolução (Flat). e/f
“'““/W”`”“W%
”“°“””“'
Critérios de inclusão:
O
estudo se limitou a mulheres grávidas de qualquer idadegestacional,
que
tenha realizado pelomenos
duas consultas pré-nataisonde
constava deexames
laboratoriaiscomo
parcial de urina e uroculturacom
TSA
Critérios
de
exclusão: pacientesque
realizaram apenasum
dosexmnes
laboratorias, pacientes
que
trouxeramexames
alterados de outros laboratórios,que
não o
do
Hospital Universitario, pacientescom
apenasuma
consulta pré-natal.O
parcial de urina foi avaliadosegundo o
método
Almeida,conforme
normas do
laboratório
do
Hospital Universitário.'7/tz‹LÍ/afã.,
A
urocultura procedeu-se apósa
realizaçãoda
coloração pelométodo
GRAM.
Caso
o
resultadoda
coloração fosseGRAM
-,
o
material erasemeado
em
placas demeio
de culturaMac
Conkey
e seGRAM
+
eram
semeados
em
agar sangue e agar manitol.Considerou-se presença de cultura positiva se esta fosse igual
ou
superiorà
100000 colôniaspor
ml.de
urina Valores inferioresa
estenão foram
considerados.O
testede
sensibilidade de antibióticoforam
avaliados pelométodo
KIMBER
BAUER.
u
Todos
os casos de cultura positiva,foram
avaliadasna
sua evolução apóstratamento Considera-se cura, as pacientes
que
apóso
tratamento,mantiveram
culturas negativas; recidiva, as pacientesque
apóso
tratamentomantiveram o
mesmo
tipo de cultura e reinfecção, as pacientesque
apóso
tratamento
da
UTI
apresentaram cultura positiva para. outrogenne
diferentedo
inicial.
Todas
as pacientescom
bacteriúriamoderada
a
intensaforam
incluidasna
amostra.
Dados
foram
tabulados e analisadosno
soil.ware
EPI
-INFO.
j Antibiograma (Í teste de sensibilidade):
Correlacionou-se
o
resultadoda
bacteriúriamoderada
a
intensadada
pelo parcialde urina
com
a
urocultura , sintomatologia, teste de sensibilidade antibiótica,tratamento e evolução ( Figura. 1).
FIGURA
1 - Protocolo de infecção urináriaem
gestantes.‹
Í
1
Data: n°: `
ÍIDENTIFICAÇÃO: Nome: idade: `
profissão: registro:
1ANAMNEsEz Dm»/iz :ez
Gaara;
Pàmz
/Aaonros
`H,
Tratamenws:
QUADRO cmncoz
def péi‹›â¢a( ), úàzúz~¡z( ),p‹›1a¢âúz-âa( )1 febre(
), assintomàtica ( )
Í TPP ( )
1
§DIAGNÓS'l'ICO: Exame qualitativo de urina:
z Urocultu1'a( jato médio ): UFC/' ml de
urina: Tipo de cultura:
TRATAMENTO: dose única: fármaco/dosagem:
esquema curto prazo: fármaco/dosagem:
CONTROLE
DE
CURA: Recidiva:A Reinfecçäo: z\ Cura:
(Q
»M1“Á׋@‹///‹/1/vw/Wã
il. A 11 \HF
RESULTADOS
Sob
as condiçõesda
investigação,foram
avaliados 317 prontuáriossendo que
apenas 284
cumpriram
os critérios de inclusão.Os
demais
prontuáriosnão
preencheram
os critérios, devido a falta deum
dosexames
ou
a
pacientenão
a investigação pré- natalDas
284 pacientes gestantes, 155 tiveram bacteriiuia. escassa e l29com
,bacteriúria
moderadaaintensa.
7/WlfxfÂ
/1/>tb
~V
Q~
Das
129 pacientes, 41 apresentaram bacteriúria confiimadffqãttflavés de os 'osexames
( parcial de urina e urocultura `), e os88
confirmou-se pelo parcial de uriiiaqué:/‹_l_e;i_n,o1istro1Lurr1a-bacte1=iiu¬ia.m@ 3jm¢¡-¡í__
/0
</sz, ¿ g/fa,/z;‹:z:‹›‹/l>*¢»e>Em
relaçãoa
idade gestacional,a
grandèƒníaioria das pacientescom
bacteriúriapertenciam ao primeiro trimestre
da
gestação (48,8°/0) (FIG. 2).”/f'//fr
FIGURA
2
BACTERIURIA
EM
GESTANTES
Tn|MEs'rRE
DE
oooRRENc|A
í
Wir?
TERCEIRO 1?É
/
asaumoo
`
“_
%~
àsWví
"/“/mpvgí
_Hz|l!fi.fllEllJflJ.E'80Os
sintomas e sinaismais
presentesem
ordem
de frequênciaforam
respectivamente: dor pélvica, polaciúria e febresendo
assintomáticas cercade
48,1%
das pacientes bacteriúricas (FIG. 3 ).FIGURA
3BACTERIURIA
EM
GESTANTES
s|NToMAs
mms
FREQUENTES
DIBUFIIÀ DCIFI PELVICÀ
POLÀQÍUHIA 1?
FEBHE
E """~‹¬_____v__,_,.,-v-"' ›"I.BB|NTOM ÀTÍQO G2mms
nouumrm
f\ KAo
avaliara
cultura e os casos assintomaticos, observou-seque
independente deser sintomático
ou
não a
culturapoderá
ser negativaou
positivaou
seja,não
houve
associação entre estas duas
vmáveis.
Entre os sintomas constatou-se
que
a paciente gestfmteque
queixa-se de disuriador,
tem
quatro vezes mais chance de ter urocultura positivaquando comparada
a
que não
tem
portanto,há
associação altamente positiva entre estas duasvariáveis
(TAB.
1). 'Os
demais sintomas e sinaisnão demonstraram
associaçãocom
a
urocultura.Tabela. l - Relação entre cultura e disúria nas pacientes gestantes
com
bact.eri1'1ria..Disúria Presente Ausente Total de pacientes
Cultura
/¬
Posàúvzc 1ó@”9ʧ? 260,9%?
41(31,s°/ó) gzzúva14@~£Í®
fim
ss(õs,2°/ó) Tøtzzt 3o(23,ze-fz) 99(¡õ,s%_f› 129(1oo%§, (Zz: 3,37) (P=0›007)1/WI/Q
.4Ӥ/W
MJ/7
Ao
analisara flora
bacteriana intensa, constatou-seque
esta,quando
associada acultura, tinha sete vezes
mais
chance de estaracompanhada
a urocultura positivaquando
comparada
a
flora bacterianamoderada
(TAB.
2).Tabela 2 - Relação entre
flora
bacteriana intensae
moderada
com
a cultura positivaou
negativa: 'Cultura Positiva Negativa Total de pacientes Flora Bacteriana Intensa 30(85,7%) 5( 14,3%) 35(27,2%)
Moderada
l 1(l 1,8%) 38,2%)
94(72,8%) Total_
4lí3l,8%)
8(68,2%L
W 129gl00%z
*= *4 0 0000 ‹ ' (x64,)
(P<,
1)/D¡\,Ú5¿
Li
\Em
relação ao tipo de cultura observou-seque
a E.coñ
participou de38
uroculturas das 41 positivas.Foram
encontradastambém:
Staphylococcus sp coagukzse,S1YepIococcusgrupo
D
não
enterococcus e Streptococcusfi
hemoliticusTabela 3 - Relação de agentes etiológicos encontrados nas
uroculturas.
Aggnte.da~Cfultu1;a\,
\
FrequênciaPercentagem
Ólão
houve
crescimento) “ 8868,2%
›--¢›--av-:Lp
OO
Efcõzf
029,5%
Siaplzyiococcus sp coagulase
0,8%
Streptococcus ,8 hemoliticusgrupo
B
0,8%
Slrepíococcw grupo
D
não
enieracocus0,8%
Total 129
0,8%
O
antibiograma eTSA
foram
realizadosem
todas as pacientes. 'Constatou-se
que
os antibióticosmais
resistentesforam o
sulfametaxazol-trimetropim e
a
ampicilina(TABELA
4
).Tabela 4- Relação entre antibióticos usados
no
tratamentoda
UTI
eTSA.
Antibiótico
TSA
resistenteTSA
sensívelSulfametaxaml
- T. l5(36,6%) 26(63,4%)Ampicilina l3(3l,8%) 284[68,2%]›
Amicacina
l(_2,5%) 40(97,5%)Ácido
nanâeúzo
o(o°/0) 41100%)
,
%.
/o
‹í
Ácido
pipzzzúàízo 1(2,s%) 4o‹{97 5 f\__,J “v _- Cefalotina l(2.,5%) 40(97,5° " Cefoxitina l(2,5%)
40(97,5%
Norfloxacino
1(2,5%) 40(97,5%]T-=
Trimetropim. HForam
realizados tratamentosem
todas as pacientescom
cultura p, ositiga,observando que
um
dos
critérios para tal erao
pmcial de urina e urocultura.Não
foram
usados dose única defánnacosfšenas esquema
de
curto primo.Os
medicamentos
mais utilizadosforam
ampicilinaem
21 dos pacientes,ou
seja51,3%
das culturas positivas.
Os
demais
fármacoscomo:
ácido nalidixico, ácidopipemídico, nitrofurantoína,
norfloxacino
c sulfamctaxazol-trimetropinforam
usados
em
menor
escala(TABELA
5).Tabela 5 - Relação entre
número
de pacientescom
UTI
e tipos de fármacos
utilizados
no
seu tratamento.Fármacos
N°de
pacientesF
reguênciaAmpicilina
Ácido
nziiàâzzicoÁcido
pàpzmióizo Cefalexina NitrofurantoinaNorfloxacino
Sulfametaxazol - T. T<_›_ta1 21 .p›¡×.›¡\J‹b›‹./:bo-I› P--0 5 1 , 39/o 9, 796 7,4%: 1 2, 3%: 9,79/Ó 4,8941 4,8°/6 1 00°Á›T
=
Trimetropim.Nas
88 pacientescom
cultura negativanão foram
realizados tratamentoespecíficos para UTI.
Avaliando
a
evolução observou-seque
das 41 pacientescom
cultura positiva, 36tiveram cura e 5 apresentaram recidiva.
Não
houve
reinfecção(TABELA
6).Tabela 6- Relagão entre
o
tratamento ea
evolucão de UTI. `_
Evolução
Í FrequênciaPorcentagem
Cura
3687,8%
Recidiva 512,2%
Total 41100%
o1scUssÃo
Entre as muitas infecções vistas
por
ginecologistas e obstetras, as infecçõesdo
trato urinário são as
mais comuns.
Estima-seque
10 -20%
das mulheres terãouma
infecção
do
trato urinárioem
algum
momento
de suas vidas (7).Os
maioresgrupos
de risco para a.UTI
incluem: mulheres jovens sexualmenteativas ( principalmente durante_a.gestação~) e presença de cálculos
no
trato urinário(1,2,7,s).`
z>.@%
/W
,éwaf
Q,i,..‹NzÁ^Q`/¿»Q/
Q/¿¬›§`
Uma.
queixacomum
nêyiifecçãodo
trato urinário éa
disúria aguda. Pacientescom
tal sintomapodem
ser divididosem
doisgrupos
de acordocom
o
volume
bacterial
ou
unidades de colôniasformadas
(UFC) na
urina( 2, 7) :1) Cistite
Aguda
maior
ou
iguala
100000 UFC›*ml.de urina. 2)Sindrome
uretral aguda:menor
que
100000UFCI ml
de urina.As
pacientes classificadas sob cistite aguda.podem
ter uma. infecçãodo
tratourinário inferior apenas
ou
um
envolvimento adicionaldo
trato urinário superior(Pielonefrite
Aguda)
(3, 7).Condições
associadascom
a
sindrome uretralaguda
são uretrites agudasda
qual são causascomuns: a Clamydia
Irachomaäs, Nezfsseriagonorrhaeae
e virosesherpéticas
além de
vaginosesendo
causascomuns
aTrickomonas
vagínaäs,Candida
albicans e outros(3, 7).No
presente trabalhoem
284 pacientes constatou-seque
129, apresentarambacteriúria
correspondendo a
45%
da
amostra.As
síndromes
uretraisagudas
não
foram
avaliadas,devido ao nosso
laboratório tercomo
rotina,não
considerar crescimento bacteriano entre 100 e 10000UFC! ml
de
urina.Destes 284
houveram
41 prontuárioscom
cultura positiva, contatando-seuma
incidência de14%
de
infecçãodo
trato urinárioem
gestantes, incidência estaque
confere
com
os trabalhos deJames
et al ( 7 ),sendo
que a
prevalência de bacteriúriaem
mulheres gestantes enão
gestmitesquandopomparadas no
mesmo
grupo
sócio-econômico
éamesina
(2)_/
cnnyíb'
Yo/ sí1/W»
L-»~*`°\Em
relaçãoa
interpretação de resultados de urocultura_KASS
et. alfestabeleceram
de
modo
claroque
mais
de 1000UFCfml
de urina,em
culturade
meio
defluxo
de mulheres
assintomáticas distinguiram-se urinacontaminada
debacteriúria sigúficante.
Quando
o
primeiro espécime coletadopor
essa técnicatl
,Q\"
\
Wii
M
lt
Y
UÍÍU
/f
of
contém
10000UFC
ou
mais por
ml. de urina,ha
uma
probabilidade de80%
deque
a paciente tenha bacteriúria verdadeira ( 4).
Numeros
menores
de bacteriúria. por ml. de urinaem
pacientes sintomáticas, nasquais
menos
de 100000UFCfml.
de urinapodem
est.ar presentes e ainda. assimapresentar infecção. Adicionalmente,
como
a
urina é usualmente coletada pelométodo fluxo
clean catch,o
isolamento depequenos
números
deorganismos
gram+
postivoou
fastidiosos émais
frequentemente indicativo de contaminaçãodo
que
bacteriúria. verdadeira (4).Segundo
KASS
1962,a
detecção de piúria, proteinúria e presença de sedimentos urinários, os quais são similares de inflamação,não
é equacionadocom
bacteriúriasignificativa. Infelizmente
meios
sem
cultura para.o
estabelecimento de bacteriúriasignificante
tem
sido geralmente im'1teis(4 ).No
presente trabalho observou-seque
bacteriúria intensa detectada pelo parcial de- urina, tinha sete vezes
mais
chancede
co
uma
cultura positivaem
relaçãoa
uma
bacteriúriamoderada.
/ Durante
a
gravidezo
trato urinárioda
mulher
é afetadopor
influências diretasu
i`ndiretas(3). -
fl,/'@ó(¢‹,@
‹9°(
*“"'¿V1/“fi
A
expansaodo volume
d
sangue éacompanhada
por aumentos
na
taxa defiltração glomerular e
prod
Ação de urinasendo
consequentementeo
volume
urinário
aumentado
( 1, 2, 3).Essas
mudanças
fisiológicas na. gestaçãoincluem
também
compressão mecânica
do
ureter pelo alargamentodo
útero e vasos sanguíneosdo
pelvisna
bainha pélvicaóssea ( direito
maior que
esquerdo) e os efeitoshormonais da
progesteronanos
músculos
lisos ureterais.A
progesterona agecomo
relaxantede músculos
lisos levandoa
'diminuiçãodo
tônusmusculm'
do
ureter e bexiga resultandoem
alargamento
dos
volumes
de
urina estática atravésdo
sistema coletor euma
incidênciaaumentada
derefluxo
vesico-ureteral.As mudanças
de ureterespodem
ser vistas radiográficaou
ultrasonograficamente, durante
a
gestação,sendo que
elesmudam
de tênues,musculm'
e peristálticos paraconduto
de urina via vertical de colunas estáticasde
fluido.
A
composição quimica daurina
é enriquecidacom
subprodutosda
gravidez, taiscomo
glicose, aminoácidos ehõnnonios
degradadosque
podem
facilitaro
crescimento bacteriano. '
Todos
estes fatoresnos fazem
concluirque
é necessáriouma
abordagem
“empírica
no
diagnóstico emanejo
de infecçãodo
trato urinário durantea
gestaçãof\
W”
lí
As
\
xlRelativamente ao aspecto microbiológico deste estudo,
como
o
esperado,o
organismo
predominantement.e culturado foi E. café,concordando
com
o observado
por muitos autores ( l, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 10).
De
particular interesse foi a. observação de queem
tomo
de30%
dos casos osorganismos isolados
não foram
sensíveis ao antibióticomais
tradicionalmenteprescritos
como
a
ampicilina eo
sulfametaxazol-trimetropin.O
tratamento de escolha. dasUTIs
seguiu-se os`padrÊ›es cdiítxlreiicion send aampicilina.
usada
em
tomo
de51,3%
dos casos.Os
demaismedicamentos
seguiram-se
em
menor
escala.®
Segundo a
literatura, os fármacos de escolha para.o
tratamentoda
UTI devem
ser iiiócuos parao
feto e para a. mãe./Q '
,P/Ofgft
(1/Q ~Embora
alguns antimicrobianostenham
e itos adversos fetaisou
neonatais,em
muitas circunstâncias clínicas esses efeitos são contrabalançados pelos beneficios
da
terapia. Sulfanamidas
conferem
algum
risco de hiperbirrubinemia neonatal se niveissuficientes de
droga
estão presentesno
fluxo de sangue fetalao
períododo
parto.As quinilonas provavelmente seriam evitadas
na
gravidez,porque
elas sãocontra.-indicadas
em
mulheres jovensque não tenham completado
seu crescimento epor
causado
potencial de perigoque
apresentam ao feto.Apesar
da
emergência de resistência bacteriana à ampicilina in vitro,em
muitascircunstâncias essa
droga
é clinicamente efetiva por causa desua
alta concentraçãona
urina.A
produção
deB
-lactamaseà
ampicilina conta para muitas das resistênciasda
E. colia
ampicilinaNitrofurantoina. é
um
agente únicona
sua especificidade pelo trato urinário,sendo que
níveismuito
baixo são fixados e mantidosno
soromatemo,
tecidos ecompartimento
fetal e émuito
efetiva contra osorganismo mais
frequentementeencontrados
em
UTIs. Toxicidade significamente clinicapode
ocorrerem
mulherescom
decficiência de 6-fosfato deidroggnase, nas quais até bafiâasc~
nitrofurantoina
no
soropodem
causarrãçä
hemolítica..No
presente traballio,o
esquema
de
dose únicanão
foi utilizado, esim
apenasesquema
de curto prazo variandode
7a
10 dias de tratamento.Cerca
de87,8%
das pacientesforam
consideradas curadas, conferindocom
a
literatura.( 2, 3, 10).
M
No
estudo
atual,não foram
observados complicações fetais eou
maternas,@
devido aopequeno
número
de' amostra e jáque
felizmente,
como
garantea
literatura
mm
, são de baixa escala( 8, 6 )..
Qafzérf
~
CONCLUSAO
Através deste trabalho concluímos que:
-
A
bacteriúria relativamentecomum
nasgestantes ocorre
em
45%
dos casossendo
que
14%
cursacom
UTI. `-
A
principal idade gestacional acometida.em
bacteriúria. ocorre durante o primeiro
trimestre de gestação.
/äfl
°*°//'dí
/
3
09%,'/W/¿e“-
A
disúria é 'grs-dos sintomas principais nasUTI
, pois
demonstrou
no
presentetraballio alta relação
com
as culturas positivas.-O
antibiótico de escolha, continuasendo
a. ampicilina,apesm
de suas sensibilidadesvir diminuindo
com
o
passardos
tempos.“
-S*°'0
~£¿*M9”'¿°
-
O
agente etiólogicoque
mms
comumente
cresce
em
uroculturas é E. coä.-
A
flora
bacteriana intensacomo
achado
em
parcialde urina,
tem
grande chances de ser urocultura positiva,quando
comparada. a. flora.moderada.
-
A
grande maioriados
pacientestem
uma
boa
evolução após tratamento de UTI.
0
Â
\
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