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AUTzLEITE, ANDRE
Luíz DA
SILVA
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TITzcoNcENTRAcAoÍE DESEMPENHO
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PETITIVO
NO
COMPLEXO
BRASILEI-' 1 -_ \_
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GRADUAÇÃO
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EONCENTRAÇÃO
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CELUIÓEE*
l9í93*›1994
Monografia
submetida ao
Depa.r@amí@ento= deftí€iêncê&S Eeonönxicaspara
'obtençãode
carga
horáriana
discipäinaCNM
5420
z-Monogmfša
Por
André
Luis
da
Silva LeiteOrientador: Prof.
Edvaido
Alvesde
Santanna;Área
de
Concentu-ação..:Economša
lndustwfãašPalavras ~ chaves:
Concentração
Endnsâräañ, `€§om.§3c;itãvñdade,,Grganização
IndustrialÀ/da
(ge «sã . '- .â i A " u . Fio:-ianóvpoiis, Ífivoáâenabrode
~ _šç/š
. , ~` 'UNIVERSIDADE
FEDERAL SANTA CATARINA
cURso
nl:GRADUAÇÃQ
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
A
banca examinadora
resolveu atribuira nota
... ..ao aluno
André
Luís
da
Silva Leitena
disciplinaCNM
5420
-Monografia,
pela apresentação deste trabalho.Banca
Examinadora:
çzôäfj
AProf.
Edvaldo
Alvesde Santana,
Dr.Presidente . A z J .‹ / .× á Prof.
QG/M
(17(664/6/zz¿×z<><
Membro
' .. Pf°f-im
CM/:M
‹‹à< Céz›1v\/bXv«^*J\›'M““Membro
i uiAos meus
Pais
AGRADECIMENTOS
Ao
ProfessorEdvaldo
Alves de Santana, pela valiosa e dedicada orientação.Ao
Beto,da
Biblioteca Central daUFSC,
pela prestezano
atendimento.Aos
colegasdo
curso de Ciências,Econômicas,em
especial à Cristiane, pelos textos sobre competitividade.SUMÁRIO
Página _LIsTA
DE
4 'TABELAs
... ._ viRESUMO
... _. viiCAPÍTULOI
1. Introdução ... .. O2 1.1 Problemática Geral ... ._ 02 1.2 Objetivos ... .. 05 1.3Metodologia
... .. O5 1.4 Estruturado
Trabalho ... ._ O7CAPÍTULO
II 2.Fundamentação
Teórica ... .. 09 2.1 Estrutura deMercado
... .. 10 2.2Conduta
deMercado
... 11 2.3Desempenho
deMercado
... ... .. ll2.4
O
Modelo
Estrutura -Desempenho
..... 12
CAPÍTULO
III3.
CONCENTRAÇÃO
INDUSTRIAL E
COMPETITIVIDADE
-ASPECTOS
TEÓRICOS
... .; ... .. 173.1 Concentração Industrial ... .. 17
3.2 Competitividade ... _.
20
CAPÍTULO
Iv
*4.
PERFIL
DO
COMPLEXO
DE
PAPEL E
CELULOSE
... .. 25CAPÍTULO
v
-5.
O
COMPLEXO
DE
PAPEL
E
CELULOSE
... ..29
_
5.1 Concentração
do
Complexo
de Papel e Celulose ... ... ._29
_ 5.2
Desempenho
Competitivodo
Complexo
de
Papel e Celulose... .. 33
CAPÍTULO
VI
ó.
CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
... .. 42REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... .. 45EICIIA
DE AVALIAÇÃO
... .. 47LISTA
DE
TABELAS
'
Página -
TABELA
4.1-'
Distribuição geográfica
da produção
de papel e celulose -1994
... ._26
1-
TABELA
5.1 - `Índice de concentração na indústria de papel e celulose -
1993-1994
... ..29
-
TABELA
5.2-_
Produção
brasileira de papel e os maiores produtores - 1993 -1994 ... .. 30-
TABELA
5.3-_
Produção
brasileira de celulose e os maiores produtores -1993-1994
... .. 32-
TABELA
5.4-Evolução do
faturamento liquido das indústrias de papel e celulose -*1993-1994.. 35-
TABELA
5.5 -Produção
dos setores de papel e celulose - 1993-1994 ... .. 36-
TABELA
5.6 - .Evolução do
faturamento/produção das indústrias brasileiras de papel e celulose-1993-1994
... .; ... .. 37-
TABELA
5-.7 -Evolução
das exportações e importações dos setores de papel e celulose - 1993-1994
... 38 -TABELA
5.8 - "Maiores produtores mundiais de papel e celulose - 1993 ... .. 39
RESUMO
O
objetivo principal deste trabalho foi testar aexistência deuma
possivel associação positivaentre concentração e
desempenho
competitivo, nos setores industriais de papel e celulose. Paratanto,
o fundamento
teórico adotado foio modelo
Estrutura -Desempenho, da
OrganizaçãoIndustrial; Este
modelo afirma que o desempenho, ou
performance, deuma
indústria é diretamente influenciado por sua estrutura e sua conduta. Desta fomia, espera-se queuma
indústria
com
alto grau de concentração apresente melhor desempenho.A
conclusão deste trabalho foi divididaem
duas.A
primeirarevela as análises individuais da concentração edo
desempenho
competitivo nos setores.A
segundadiz
respeito aomodelo
teórico adotado.No
que
concerne à concentração industrial, averiguou-se que o setor de papel caracteriza-secomo
moderadamente
concentrado e possuium
expressivonúmero
de produtores.A
indústriade
celulose, por sua vez, possuium
alto índice de concentração aliado aum
pequeno número
de
empresas atuantes. Desta fomia,o
setor de papel possui características de “OligopólioDiferenciado”, enquanto
que o
de celulose apresenta aspectos relacionados ao “OligopólioConcentrado”. -
`
A A A
“
No
que
se refere à competitividade, verificou-seque
ambas
as indústrias apresentamcapacidade competitiva.
Por
sua vez, a análise dos indicadores utilizados para amensuração
do
desempenho
competitivo permite verificarque o
setor de celulose possuimelhor
capacidadecompetitiva, já
que
em
três dos quatro indicadores utilizados, 'esta indústria apresentoumelhores resultados. '
Portanto, já
que
a indústria de celulose apresentou maior índice de concentração e melhordesempenho
competitivo, a proposiçãodo fiindamento
teórico adotado foi confirmada. Isto é,verificou-se a associação positiva entre concentração e
desempenho
competitivo nos setores depapel e celulose,
em
1993 e 1994.vii
CAPÍTULQ
1CAPÍTULO
11.
1NTRO1›UgÃO
1.1
1>ROBL1:MÁT1cA
GERAL
O
processo de industrializaçãotem
tido importância significativa napromoção
do
desenvolvimento sócio-econômico de
uma
nação.De modo
geral, a industrialização trazconsigo
O
processo de concentração e originaum
vastonúmero
de
pequenas empresas que, demodo
geral,tomam-se
satélites das maiores. Este fato dá origem ã formação de oligopólios,que
são as estruturas demercado
maiscomuns
nas indústrias atualmente.O
mecanismo
oligopolista privilegia algumas empresas
em
detrimento de outras namesma
indústria.Dentro
desta perspectiva, conceitua-se indústriacomo
sendoum
conjunto de empresasdedicadas às
mesmas
atividadesou
à atividades estreitamente relacionadas.A
empresaou
firma
representa as unidades produtoras quecompõem uma
indústria.O
estudodo
processo de concentração industrial é importante,uma
vezque
este geraou
acrescenta poder de
mercado
às maiores empresas.Por
exemplo, Ovolume
de tecnologiaem
determinadas indústrias
pode
provocar .umaumento no
capitalminimo
necessário paraO
ingresso' de outras
firmas
nestes mercados, criandoum
obstáculo natural à entrada de novasfirmas.. 1
'
Outro
interesseno
estudoda
concentração industrial estáem
identificar as magnitudes daconcentração para
uma
posterior análise de desempenho,que
é dependente daquela variávelestrutural.
Em
estruturas demercado
concentradas verifica-se a influência perceptível dasmaiores
firmas
sobreO comportamento do mesmo.
Isto é, a decisão deuma
empresaem
aumentar seus lucros, por exemplo, a partir da redução de seus custos e
do aumento
de suademanda,
afetaria as vendas de seus rivais, que, por sua vez, através de seus atos,podem
afetara primeira firma.
Competitividade é
um
conceito ainda indefinido,dado
que são muitas as possíveis maneirascom
as quais se busca relaciona-la. Dentre estes enfoques, neste trabalho será utilizado aqueleque
focaliza competitividadecomo
desempenho
dos bensou
serviçosno
mercado.A
análisedo desempenho
00mpetitivofomece
subsídios para a formulação deum
diagnósticoque
indique os pontos positivos e negativos
da
atuação deuma
determinada indústria. Desta forma,contribui para que as empresas
formulem
suas estratégias visandomoldar
seu perfil concorrencial ao das grandes empresas mundiais.Também
pode fomecer
elementos para aformulação
de
politicas industriais por parte das autoridades governamentais.A
importânciado
acompanhamento
desta variável para as empresas encontra-seem
“Competitividade Industrial” (1991), elaborado por empresários ligados à Confederação
Nacional
da
Indústria-. Estedocumento
avalia a competitividade sob diferentes óticas.Sob
aótica das linhas estratégicas,
o
trabalho indica as exigências para o futuro, a coordenação depoliticas,
o
macrocenário da politica industrial e o estado atual da competitividadeno
Brasil.Sob
a linha da política tecnológica,o
texto apresentao
estágio industrial e o papel da, \
'
tecnologia na indústria.
A
luzda
política comercial, coloca-se os problemas atuais e asperspectivas para
o
futuro. `Para Bonelli, Fleury e Fritschi (1994), a atual política industrial brasileira focaliza
o
desempenho
competitivo deuma
firmacomo
sendo seu objetivo estratégico, o que reforça a importância da sua avaliação por parte das empresas e das indústrias. Estamudança
de
paradigma
ocorreu paralelamente àmudança
nosmétodos
de análise da competitividade,como
o
aumento do
uso de indicadores não-tradicionais, taiscomo
medidas múltiplas dedesempenho.
Estas referem-se aos custos de-produção, à qualidade dos produtos, à confiabilidade e prazos de entrega, à capacidade de inovação, entre outros.No
entanto, este estudo utilizará, na avaliaçãodo
desempenho
competitivo, indicadorescomuns
propostos parao complexo
de papel e celulose,dado que
dados e informações acercadesse tipo de indicadores são mais facilmente encontrados, e a pesquisa de informações de
indicadores não-tradicionais demandaria mais tempo,
podendo
provocar atrasos na elaboração deste trabalho.A
relação entre concentração industrial edesempenho
competitivo sugereque
este último éresultado, dentre vários outros fatores,
do
nivelde
concentração de produtores neste mercado.Assim, de acordo
como
omodelo
Estrutura -Conduta
-Desempenho,
espera-seque
um
altonivel de concentração implique a existência de
um
satisfatório desernpenho competitivo.Uma
das implicações de trabalhos
que
utilizam estemodelo
é a de prover informações para aimplementação de programas de desenvolvimento
do
setor. Pelo lado das empresas, asinformações são utilizadas visando a elaboração de planejamento, assim
como
de
correção dedirecionamentos anteriormente adotados.
Sob
a Ótica das autoridades govemamentais, estesdados contribuem para a formulação de políticas industriais específica para o setor,
que
podem
ser, por exemplo, leis antitrustes
ou
programas de incentivo à produtividade e competitividade.A
escolhado
complexo
de papel e celulose deve-se à sua relevância na estrutura industrial brasileira, tanto sob o aspecto da produção, quanto sob a óticado
comércio exterior.Em
1994, esta indústria suplantou todos os recordes
de produção
de sua história, atingindoum
faturamento equivalente a
1,17% do
PIB.No
que
refere-,se aos resultadosdo
comércioexterior,
o
setor obteveum
superávit deUS$
de 1,4 bilhão,o
qual representa12,2% do
saldopositivo da balança comercial brasileira de 1994. `
Intemamente, a indústria
com
mais importância é a de papel que,em
função das característicasestruturais de seu mercado, determina o grau de verticalização, para frente e para trás,
da
empresa.
A
indústria brasileira de papel e celulose atingiu faturamento deUS$
5,1 bilhõesem
1992
(l,2% do
PIB),com
produção
de 4.921 mil toneladas de papel ede
4.871 mil t decelulose.
O
Brasil éo décimo
primeiro maior produtor mundial de papel e atuaem
todos osseus segmentos.
É
também
o
sétimo maior produtor mundial de celulose.`
A
produção
eo
consumo
mundial de papel e celulosetem aumentado
significativamente nosúltimos anos. E,
como
conseqüência, a competição mundial nestemercado
tem
se acirrado.Dentro
desta perspectiva,o complexo
brasileirode
papel e celulosetem
apresentadouma
performance
acima da média e enfrenta os concorrentes mundiaiscom
preços mais baixos ecom
produtoscom
padrões de qualidade compatíveiscom
os exigidos pelosdemandantes
intemos e extemos. Isto resulta de
um
longo periodo de investimento por parte das empresas/
/
//
componentes do
setor, da abundância brasileira da matéria-prima necessária ede
uma
produção
com
ênfase exportadora. 'Neste cenário, Santa Catarina
ocupa
posição privilegiada.O
estado éo
terceiro maior produtorde
papel e de celulosedo
pais. E, destaca-se por ser o maior produtor nacional de celulosede
fibra longa, sendo responsável por aproximadamente
48%
da produção nacional deste produto.1.2
OBJETÍV
OS
- \z_/.
Objetivo Geral:
*N
Testar a existência de
uma
associação positiva entre-o grau de concentração industrial eo
desempenho
competitivo,com
baseno
paradigma Estrutura -Desempenho
da OrganizaçãoIndustrial,
do complexo
brasileiro de papel e celulose, nos anos de 1993 e 1994.O
modelo
teórico adotado é
uma
vertentedo
modelo
Estrutura -Conduta
-Desempenho, que
desconsidera a conduta,
ou
comportamento, devido às dificuldades inerentes à sua mensuração.A
Objetivos Específicos: ~
a) Determinar o grau de concentração industrial
no
setorde
papel e celuloseno
periodode
1984 ã~l994; ‹
"%.-`í\'¶r¶.` .
b) Monitorar aspectos relacionados ao
desempenho
competitivo através de dados propostospara
o
setor selecionado; ,c) Analisar a relação entre concentração e competitividade, através
do
paradigma Estrutura-
Desempenho.
1.3
METODOLOGIA
Para que fossem alcançados os objetivos, foi utilizada a seguinte metodologia:
Primeiramente, o
complexo
de papel e celulose foi divididoem
dois setores, demodo
que
suascaracteristicas individuais fossem destacadas. Esta divisão pemiitiu a observação da relação
entre as variáveis
em
dois setorescom
aspectos diferentes.Após,
foi calculado o grau de concentração na indústria brasileira de papel celuloseno
em
1993 e 1994. Para tanto foram utilizadas duas formulações matemáticas, para obter maior
precisão
no
valor deste indice, propostas por diversos autores, destacando-se:a) Índice
de
concentração=
Valor daprodução dos
maiores estabelecimentos x 100, eValor da
produção
totaldo
setorb) Índice
de
concentração=
Valor daprodução
dos
8 maiores estabelecimentosx
100.Valor da
produção
totaldo
setorEm
seguida, foi feitoum
monitoramentodo
desempenho
competitivodo complexo de
papel ecelulose, através
do
seguintes indicadores propostos parao
complexo:E
a) a evolução das exportações e importações nacionais, mostrando
o
poder demercado do
setor brasileiro perante
o
setor mundial;A
'
b) a evolução
do
faturamento líquido dos setoresem
questãono
período considerado, visandoverificar a competitividade através de
um
indicadorde
rentabilidade.c) a evolução
do
faturamento líquido por tonelada produzida,que
representa a rentabilidadepor tonelada produzida, e
d)
0
market-share, que representa a parcelade mercado ocupada
pelos setores intema eextemamente.
VOs
dados
necessários para a elaboração deste trabalhoforam
extraídosde
publicações daAssociação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose. Dentre estes, destaca-se
o
RelatórioEstatístico de 1994, contendo as principais infomiações numéricas dos setores analisados; e
diversas edições
da
revista Papel e Celulose,que
trazdados
e noticias atualizadas sobre as indústriasem
questão.Também
foram utilizadas outras noticias de revistas sobre estecomplexo
industrial.Devido
à extensãode
trabalhos sobre o tema, este trabalho procurou fazeruma
síntesedo
modelo
Estrutura -Conduta
-Desempenho,
com
baseem
autores clássicoscomo
Bain,Scherer e Labini.
Brumer,
além de fazeruma
sintetização da teoria da Organização Industrial,analisa os elementos
que
compõem
as variáveisdo
modelo.Foram
utilizados, ainda, estudos de outros autorescomo
Berni, Figueiredo e Bonelli.Em
referência à teoriado desempenho
competitivo,Kupfer
e Coutinhoabordam
o assunto demaneira simples e objetiva.
Além
destes, Jorge e Soares, separadamente, fazemum
estudoda
competitividade nos setores de papel e celulose e
propõem
indicadores para o seumonitoramento
nestas indústriasf _Finalmente, foi feita
uma
descrição e análise dos resultados obtidos, visando verificar aexistência
de
uma
possivel relação positiva entre as variáveis, confomie omodelo
tradicionalda
Organização Industrial,denominado
de Estrutura -Conduta
§Desempenho.
1.4
ESTRUTURA DE
TRABALHO
Definida
a problemática e os objetivos, este trabalhocompõe-se
de mais quatro capítulos,estruturados
como
se segue. .O
capítulo II aborda, de forma resumida,um
estudoda
teoria da Organização Industrial,que
éa
fundamentação
teórica deste trabalho.O
capitulo seguinte, mostraum
resumo
da teoriasobre concentração industrial, e alguns apontamentos sobre
o
debate teórico acerca da questãoda
competitividade.O
capitulo IV, trazum
breve perfildo complexo
de papel e celulose.O
capítuloV,
apresenta os cálculos e a análisedo
nívelde
concentração dos setores escolhidos,para os anos de I993 e 1994. Este capitulo
também
traz a avaliaçãodo
desempenho
competitivo
dos
setoresde
papel e celulose,no
mesmo
periodo. E, finalmente,o
capítuloV
apresenta as conclusões finais
do
trabalho e sugestões de temas para trabalhos futuros.CAPÍTULO
n
CAPÍTULO
112.
FUNDAMENTAÇÃo
TEÓRICA
A
teoriaeconômica do
oligopóliodeu
origem aos estudos sobreeconomia
industrialque
cresceram rapidamente, principalmente nos últimos quarenta anos, devido sobretudo ao
dinamismo
das relações inter e intrasetoriais. Estedinamismo
resulta da interação das atitudesde
compradores
e vendedores, que são os responsáveis pelo ciclo da produção, circulação econsumo
de produtos e serviços.O
quadro teóricono
qual se baseia este trabalho éo modelo
Estrutura -Conduta
-Desempenho
criadocom
o intuito principal de investigar o ambiente de operação das empresasindustriais. Refere-se, portanto, aos ajustamentos feitos pelas
firmas
industriais para melhor seadaptarem aos
mercados
nos quais se encontram inseridas.Um
segundo
objetivo desta fundamentação teórica é acomprovação
empírica de algumasassociações
do comportamento
das empresasem
diversos tipos de estmtura de mercado.Segundo
a teoria econômica ortodoxa, há dois tipos de deterrninantes da atuação dafirma
no
mercado.
São
eles: a estrutura de mercado,que
tem
influência compulsiva e canalizadora sobreo comportamento
das fimlas, e a conduta demercado
das empresas, que engloba os costumes,asvpoliticas e os
métodos
que estas utilizam para realizar os ajustes requeridos.Joe Bain (1959) foi
um
dos precursores desta teoria e apresenta toda a conceituaçãonecessária para a compreensão da
mesma.
Primeiramente, ele fazum
estudo individual de cadaum
dos elementos quecompõem
o
modelo, para depois fazeruma
análise teórico-empíricasobre as associações entre estes elementos. Isto é, por exemplo, a extensão
do desempenho
industrial
que
pode
ser explicada pela estrutura predominante nesta indústria.Um
dos vários enfoques utilizados para análise deum
mercado
industrialtem
sido aidentificação das relações entre estrutura, conduta e desempenho. Neste modelo, o
campo
deanálise está construido sobre as bases da teoria microeconômica tradicional, na qual os
referidos elementos são considerados
como
um
complexo
interdependente de fenômenos. 9A
ñgura 1.1, extraída de Scherer (1990), apresentaum
quadro
descritivodo
modelo
Estrutura-
Conduta
-Desempenho, o
qual será utilizado neste trabalho.Na
análise desse autor,desempenho
é conseqüência das condutas dos vendedores e compradoresem
aspectoscomo
políticas de preços, cooperação tácita entre firmas, linha de produtos e estratégias dedivulgação, pesquisa e desenvolvimento, e assim por diante. Conduta,
ou comportamento,
porsua vez,
depende
da estrutura predominanteno
mercado, caracterizada pela distribuição pornúmero
etamanho
dos ofertantes edemandantes
(concentração), pela presençaou
ausência debarreiras à entrada de novas firmas, pelas fom1as das curvas de custo, pelo grau de integração vertical das firmas, dentre outras caracteristicas.
Finalmente, a estrutura de
um
mercado
é influenciada peloque
Scherer (op. cit.)chama
decaracterísticas básicas. Estas
atuam
tanto pelo lado da oferta quanto pelo da demanda.Com
relação à oferta cita: a localização de matéria-prima,
o
grau de tecnologia, a durabilidadedo
produto, a relação valor/peso, atitudes nos negócios, etc. E, pelo lado da
demanda,
elasticidade-preço da demanda, bens substitutos, taxa de crescimento da
demanda,
caráter cíclico e sazonal,métodos
de compra, tipos diferentes de comercialização.2.1
ESTRUTURA
DE
MERCADO
Para Bain (1959), estrutura refere-se às “caracteristicas de organização de
um
mercado que
parecem
influenciar estrategicamente a natureza da competição e dos preços dentro deum
determinado mercado”. Estas caracteristicas estabelecem as relações entre
compradores
evendedores.
Em
outras palavras, estrutura refere-seà maneiracomo
oscomponentes que
integram
uma
indústria se organizam.Além
do
mais, as caracteristicas determinantes dasestruturas de
mercado
são relativamente rígidas etendem
a não sofrer alterações expressivasem
curto espaço de tempo. 'As
principais variáveis quecompõem
a análise deuma
estrutura demercado
são: concentraçãode vendedores e de compradores, diferenciação de produtos, barreiras à entrada no mercado,
taxa de crescimento da
demanda
deum
produto, elasticidade-preço da demanda, diferenciaçãoe integraçao vertical, entre outras.
2.2
CONDUTA
DE
MERCADO
A
conduta de mercado, variável intermediáriado modelo
adotado, refere-se aos padrõesde
comportamento que
asfinnas seguem
para se ajustarou
se adequarao
mercado
em
que
atuam,isto é, às ações
que
asfirmas
empregam
para a determinação dos preços,da
produção, dascaracteristicas
do
produto, das despesas devenda
e dos gastoscom
pesquisa edesenvolvimento.
Logo,
conduta diz respeito aos processos de decisão e às relaçõesintrasetoriais. Dividindo-se
em
duas partes distintasque
são ligadas entre si.A
primeira refere-se ao caráter e coordenação das relações entre vendedores e a segunda aos princípios e
métodos
observados por elementos capacitados,com
a intenção detomar
decisões paracaracterizar sua atuação. I
Segundo
Bain (op. cit.), a conduta de mercado, sob a ótica das empresas ofertantes, possui cinco dimensoes básicas: Âa) os objetivos da
firma
ao adotaruma
certa política de preços, b)o
método
empregado
pelafirma
para atingir estes objetivos; c) a política de produto das firmas,d) a política promocional das finnas, e
e) os meios de coordenação adotados para atingir suas metas.
2.3
DESEMPENHO
DE
MERCADO
E
A
perjƒormanceou desempenho
demercado
refere-se aos resultados finais atingidos pelasempresas
em
função da estrutura e da condutado mercado no
qual se encontram. Resultadosestes
que
medem
o
caráter dos ajustamentos feitos pelasfinnas
àdemanda
efetiva por seusprodutos
no
mercado,no
caso de seremfirmas
ofertantes, correspondendoou
não às suasexpectativas. Portanto, os estudos sobre
desempenho
devem
sempre analisar os resultadosobtidos.
V
Vários são os aspectos relevantes propostos para se quantificar o desempenho. Entre eles
estão a eficiência técnica,
que
diz respeitoao
grauem
que
os produtos são fabricadosem
plantas e empresas
com
tamanho
eficiente; eficiência alocativa, associação entre preços ecustos marginais; resultados advindos da inovação; relação entre custos de venda e custos de
produção,
que
reflete os resultados promocionais; progressividade nas técnicas de produção;desempenho do
produtono
mercado; etc.A
análise dedesempenho
também
privilegia aspectos relacionados à contribuição das indústrias para a geração emanutenção
de empregos.2,4
O
MODELO
ESTRUTURA
-DESEMPENHO
Como
sugereo modelo
teórico adotado, há influência da estrutura sobre a conduta e destavariável para
o
desempenho.Por
conseguinte, pode-se omitiro
estudodo componente
intermediário, e analisar de forma direta a relação entre estrutura e performance;
O
que
favorece
o
surgimento destemodelo
são as dificuldades na determinação das diferentes estratégias adotadas pelasfirmas
em
diferentes períodos de tempo.O
estudoda
estrutura e da conduta deum
dado mercado
é importante tanto por razõescientíficas, quanto para fins de política pública.
Segundo
Brumer
(1981), a teoriaeconômica
sugere
que
determinados tipos de estrutura e conduta conduzirão aum
desempenho
desejável.Por
outro lado, outros tipos terão 'conseqüências insatisfatórias.Do
ponto de vista científico,interessa verificar os diferentes tipos de estruturas e
de
condutasque
levam a diferentesdesempenhos. '
`
A
figura
1.1 apresentauma
relação causal entre os elementos, indicandoque
há grandespossibilidades de
mudanças no desempenho
das indústrias decorrentes dasmudanças
estruturais e de conduta de mercado.
No
entanto, conhecer somente as mudanças' na estruturae na conduta
que
resultarãoem
alteraçõesno desempenho
não é suficiente,uma
vezque
aquelas
podem
ter ocorrido muito antes das alteraçõesno
desempenho. ' iSegundo
Bemi
(1990),uma
maneira de analisaro
efeitoda
estrutura sobreo desempenho
consiste
em
tomar
um
corte de indústrias e verificar os efeitosdo
grau de concentração sobre a taxade
lucro (ou outra variável de desempenho).O
autor sugere aindaque
um
elevado nivelde concentração implicaria
o
surgimento de lucros elevados. Isto é,um
nível de concentraçãoelevado teria
como
conseqüência a obtenção dos resultados esperadosou
planejados.Condições
BásicasOferta
_Demanda
.Localização
de
matéria-prima
i
Elasticidade-preço
Tecnologia
Bens
substitutos'Durabilidade
do
produto
Taxa
de
crescimentoda
demanda
E
Valor/peso
- -Carátercíclico e sazonal
Atitudes nos negócios
VMétodosde compra
Sindicalização _
s
Tipos
de
comercialização _-U
.Estrutura
de
Mercado
_ «V
Número
de
compradores
evendedores
u ' ' r ~¡Diferenciação
de produtos
' DO _ Barreiras àentrada
` u Estruturasde
custos Integração vertical DiversificaçãoU
Conduta
de
Mercado
A J -Determinaçãodo
preço - -Estratégia
de
produto
epropaganda
' ' _ _ 'zilnvestimentosem
plantas _ ` ~ Táticas legais E 'Pesquisa eDesenvolvimento
U
Desempenho
' ' ' Eficiência alocativa _ I Progresso técnicoEmprego
total _ ' _ - íz'_ -Eqüidade
V _- E »Figura
l.lPARADIGMA
ESTRUTURA
-CONDUTA
-DESEMPENHO
Uma
análise industrial a partir destemodelo
requer a existênciade
algum
padrãocom
o
qual asalterações observadas
possam
ser comparadas. Para tanto, segundoBrumer
(op. cit.),dispõe-~
se, na teoria econômica, apenas
do modelo econômico
competitivo,que nao
seriao
únicomodelo
possivelde
ser adotado.A
análise da estrutura edo desempenho
também
justifica-se para fins de política pública,tendo
em
vistaque “o
própriodesempenho
é definido, neste modelo,em
temos
de bem-estareconômico, sendo
que
esta conceituação instilou na teoria da Organização Industrialuma
forteorientação politica” (Brumer, 1981). Desta forma, caso se verifiquem
desempenhos não
satisfatórios, as autoridades govemamentais, através da regulamentação da estrutura e
da
conduta de mercado,
podem
alteraro
desempenho, isto e', pela manipulação da estruturatentam influenciar
o
desempenho. Verifica-se, portanto, a importância dasmedidas
govemamentais que
tem
como
objetivo assegurarum
graumínimo
de competição,como,
porexemplo, medidas
que
visem impedir fusões.Uma
das principais criticas aomodelo
é que ele não considera a retroalimentaçãodo
desempenho
à estrutura.Por
exemplo, damesma
maneira queum
alto índice de concentraçãopode
implicaruma margem
de lucro elevada, amargem
de lucropode
fazercom
que
asmaiores
firmas
atuantesem
um
determinadomercado
utilizem condutas predatórias, evitando aentrada de outras firmas, e aumentando, portanto,
o
grau de concentração neste mercado.Segundo
alguns autores, a estrutura deuma
indústria e' estável ao longodo
tempo
epossibilita, então,
que
se estabeleçao
relacionamento entre os elementos. Outra critica feita aomodelo
deve-se ao seu caráter estático, que preconiza a análise das 'informações
em
pontosdeterminados
no
tempo
e não levaem
conta odinamismo
das relações intercapitalistas.Estudos
que
estabeleceram apenas aspectos especiais das relações entre estrutura edesempenho, sem
enfocar a estrutura, a conduta eo desempenho
deuma
maneira linearou
gradual, obtiverambons
resultados.Mas, o modelo tem
apresentado fracassono
sentido de dar subsídios aos formadores de politicas públicas.Além
do
que, a áreaonde foram
alcançados osmelhores resultados refere-se aos estudos das relações entre rentabilidade e diversas dimensões
fomiadoras
da
estrutura. Neste sentido, Figueiredo (1984) obteve resultados expressivos,chegando
à conclusão de que, na indústria brasileira de bensde
consumo
duráveis, háuma
associação positiva entre concentração e desempenho. ` ›
O
modelo
afirma, portanto, queum
elevado graude
concentração tende a influenciar aexistência de
desempenho
satisfatório.Porém,
alguns autores alertam para o fato deque há
um
limite, ainda indefinido,
no
qualo
nível de concentração é talque
esta relaçãonão
e' maispassível de ser comprovada.
CAPÍTULO
ln
CAPÍTULO
ln
3.
CONCENTRAÇAO
INDUSTRIAL E
COMPETITIVIDADE
3.1
coNcENTRA‹;Ão
INDUSTRIAL
“Teoria e prática sugerem
que o
caráter, a intensidade e efetividade da competição entreofertantes são significativamente afetados pelo grau
de
concentraçãode
ofertantesem
um
determinado
mercado”
(Bain, 1959). Estaafirmação
apresenta0
grau de importânciado
estudo
da
concentração dentro deuma
análise deum
setor industrial.-»
O
termo
concentração industrial é bastante difundido nos estudos de Organização Industrial,tendo
em
vistaque
éum
dos elementos mais importantes na descrição das estruturasde
mercado onde atuam
alguns segmentos da economia. Assim, concentração toma-seum
indicador
de
fundamental importância na classificação deum
dadomercado
como
sendomonopolista, oligopolista
ou
concorrencial. ~Bain (op. cit.) conceitua concentração
como
“propriedadeou
controle deuma
grandeproporção
de
agregados de recursoseconômicos ou de
atividades, tanto poruma
pequena
proporção das unidades que
possuem ou
controlam os agregados, quanto porum
pequeno
número
destas unidades” .Por
outro lado, a concentração industrial, na visão de Labini (1980), “trata-se fundamentalmente deum
processo dirigido à busca deuma
crescente eficiência técnica e econômica”. E, paraBoyle
(apud Brumer, 1981), deuma
maneirasimplificada , “a concentração,
em
suaforma
mais simples, representaum
método
de descriçãopelo qual
n
empresas controlamx
por cento das vendas, da capacidade produtiva, dos lucros,ou
dealguma
outra variável”.Para alguns estudiosos, as alterações
no
nível de concentração ocorrem devidoa.mudanças
nos paradigmas tecnológicos. Para outros, a vontade
de
alguns produtoresem
aumentar seupoder de
mercado
é a razãodo aumento do
graude
concentração,uma
vez que este gerapoder
de
mercado
às maiores empresas. Portanto, são condicionantesda
concentraçio asfusões entre empresas,
o aumento do tamanho
das -plantas por econornia de escala, etc.i
Como
o
graude
concentração observadoem
uma
indústriapode
constituir-seem
um
dos
principais indicadores de sua estrutura, então quanto maior for seu índice de concentração,
maior a possibilidade de se encontrar estruturas oligopolistas nesta indústria. Analogamente,
um
pequeno
valorde
concentração implicaum
maior grau de concorrência entre as firmas.Segundo
Scherer (1990),quando
as quatro maioresfirmas de
uma
detenninada indústriacontrolam mais
de
40%
da
produção,aumenta
a probabilidade de nela existiremcomportamentos
oligopolísticos.O
nível de concentraçãotambém
tem
influência nas relações intersetoriais.Por
exemplo,em
uma
indústriade
bensde
capitalque
tenhauma
estrutura oligopolistica, a alta concentração afetará seus preços, que, por sua vez, afetarão os preços e os processos 'de produçãoem
outrasindústrias, caso estas sejam consumidoras dos bens
da
primeira. 'A
concentração industrial,ou de
mercado, refere-se à participação deum
número
determinado(3, 4, 5
ou
8) de empresas sobre a utilização total de recursoseconômicos
(produção, vendas, etc.) deum
setor industrial. Estamedida
de concentração apresenta avantagem
de serfacilmente calculada
No
entanto,podem
surgir alguns problemas decorrentesdo
seuuso
como
indicadordo poder de
mercado. ParaBrumer
(1981),uma
supervalorizaçãodo
índicepode
surgir aonão
se considerarum
alto nível de importaçõesem
relação àprodução
doméstica.Ou,
as condições competitivasdo mercado
intemo,no
caso de haverum
grandevolume
deexportação da
produção
das maiores empresas,podem
ser significativamente diferentes dasindicadas pelo nível de concentração. *
De
maneira análo a,o
~ aude
concentra ão
ode
ser subvalorizado.Uma
8
randeem
P resapode, pela participação
em
outras empresas, controlaruma
parte ainda maior da produçãodo
que
aquela preconizada pelo nível de concentração calculado.Diversos são os índices propostos para se calcular
o
nível de concentraçãoem
um
mercado.O
indice de Gini, para Labini (op. cit.), é
o
indicador de concentração mais aconselhável,uma
vezque
contabiliza todas as empresas desta indústria, estando, portanto, isento das desvantagens dos índicesCR4
eCR8.
Estas denominações,confomie
Scherer (op. cit.), são utilizadas paradesignar a razão
de
concentraçãoao
nível das quatro e das oito maiores, respectivamente.No
entanto,devido
à insuficiênciade
dados, este trabalho utiliza as seguintes expressões parao
cálculodo
grau de concentraçãono complexo
de papel e celulose:Índice de Concentração
(CR4)
=
Valor da produção dos 4 maiores estabelecimentos x 100Valor da produção total
do
setorE, analogamente,
r ` j
Indice
de
Concentração(CR8)
=
Valor da produção dos 8 maiores estabelecimentos x 100Valor da produção total
do
setorUtiliza-se,
no
presente trabalho, duas medidas de concentração, já quepermitem
a obtenção demais informações sobre a estrutura da indústria
do que
se se utilizasse apenasum
indicador.Este indicador,
segundo
Figueiredo (1984), ofereceuma
aproximaçãodo que
secostuma
chama
de concentração técnica deum
setorao
nível das plantas produtivas.Uma
de
suas limitações éque
ele subestima a concentração econômica,ou
seja, a participação das maioresempresas nas vendas totais, na
medida
em
que estas empresas'tenham
participação naspequenas.
No
entanto,o
indicadorem
questãoirepresenta, defoma
indireta, opoder
demercado
dasfinnas
dominantes devidoao
tamanho
de suas plantas.V
A
análisedo
grau de concentraçãonão
deve ser feita apenascom
baseem
seu resultadonumérico, já que
o
mesmo
deve ser relacionado aonúmero
de empresas existentesem
uma
dada
indústria.Por
exemplo,como
cita Bain (op. cit.), seem uma
indústria produtora dealumínio existem 3
fimias
eem
outraque
produz cobre existem 9 firmas, então, a primeira emais concentrada, porque nela
menos
firmas
disputam o total de100%
possíveis.Também,
supondo
duas indústriascom
o
mesmo
número
de firmas, se na primeira o índiceCR4
for85%
e
na
segundao
CR4
for65%,
então a primeira será mais concentrada que a segunda.O
coeficiente de concentração apresenta-secomo
eficiente indicadordo
tipo de estruturavigente
em uma
determinada indústria.No
entanto, este coeficiente possui limitações, vistoque
fornece apenasuma
indicação para a determinação da estrutura.Logo,
nãodeve
ser utilizadocomo
0
único elemento descritivo da estrutura deuma
indústria. Assim, estudarconcentração,
que
éo
objetivo deste trabalho, não éo
mesmo
que
estudar estruturade
mercado.
3.2
COMPETITIVIDADE
As
teorias microeconômicas tradicionais sobre competitividade definiam-nacomo
uma
questão de preços, custos e taxa de câmbio. Atualmente, estas visões encontram~se ultrapassadas.Ao
final dos anos 70, estudos sobre o assunto passaram a ser freqüentes,
mas
uma
definição clarae precisa sobre este
tema
aindanão
havia sido encontrada. ›As
transformações econômicas experimentadas nos anos80
e90
expandiram o conceito decompetitividade. Ainda assim, competitividade é
um
conceito quepermanece
de certaforma
indefinido,
uma
vezque
há diversos enfoques aos quais se busca relaciona-la.Com
base na teoria microeconômica, as definições de competitividade são centradas nasfimias, relacionando-a às aptidões das
firmas no
projeto, produção e vendas' deum
determinado
bem
ou
serviço.No
enfoque macroeconômico, competitividade aparececomo
sendo a capacidade de
uma
naçãoem
apresentar resultados satisfatórios relacionados aocomércio exterior e à elevação
do
nível de vida deuma
população.Para
Kupfer
(1992), “anoção
de competitividade nãopode
prescindir de fundamentosmicroeconômicos, que, por sua vez, são
demarcados
pela dinâmicado
processo deconcorrência,
em
particular, pela interação entre as condições estruturaisque
o direcionam e ascondutas inovativas
que
o transformam”.Mesmo
assim,permanece
bastantecomplexa
a definição de competitividade deum
setorindustrial. Geralmente, este conceito refere-se a
firmas ou
aum
bem
específico.Competitividade de
uma
indústriapode
ser associada tanto à dimensãodo mercado
quanto àda
produção. Desta forma, e' possível apresentar anoção
de competitividadeem
dois grupos
distintos: _
i) Competitividade
como
desempenho: sob esta ótica, a competitividade é expressana
participação
no
mercado
(market-share) atingida porum
empresa ou
um
conjunto delasem
um
determinado
momento;
ii) competitividade
como
eficiência: nesta vertente, busca-se relacionar a competitividadecom
a
forma
pela qual a empresa esforça-se para minimizar seus custos, isto é, obterum
rnínimode
perdas.
A
noção
de competitividadecomo
desempenho
dá ênfase aos aspectos relacionados àparticipação
no mercado
atingida poruma
detemiinada firma. Neste conceito, a competitividade émedida
poralgum
índice que a relacionecom
o market-shareem
um
certomomento.
Estanoção
apresentauma
certa tautologia, segundo Kupfer (op. cit.),porque
confunde causa
com
efeito.De
fato, a participação deuma
firmano mercado pode
sero
resultado de suas estratégias competitivas. E,
nem
sempre, as empresas procuram,em
suasestratégias competitivas, expressivas parcelas
do
mercado.De
outra forma, significativas participaçõespodem,
em
determinadas ocasiões,demonstrarapenas
o sucesso das estratégiasdesenvolvidas
no
passado, e não, sua situação atual.i
Neste enfoque, a posição competitiva das
firmas
é definida pelademanda no
mercado, jáque
esta arbitra quais os produtos a serem produzidos pelas firmas. Este enfoque é, sob certo
aspecto, restritivo, tendo
em
vista que aborda competitividade estaticamente,ou
seja, analisa ocomportamento
dos indicadores atéum
determinadomomento.
Coutinho e Ferraz (1994) afirmam que
o desempenho
competitivo deuma
firma,ou
deuma
indústria, é condicionado por diversos fatores,
que
podem
ser internos às empresas, estruturaisou
sistêmicos.Os
fatores intemos às empresas são aquelesque
estão sob sua influência direta. Entre eles, estão as vantagens competitivas que asfirmas
possuem, os recursos acumulados, a qualidade eprodutividade dosrecursos humanos, etc.
Os
fatores estruturais estão parcialmente sob controle dasfirmas
e caracterizamo
ambienteno
qual esta se encontra inserida.
São
representados pelas características dosmercados
consumidores, a
configuração
da indústria, concorrência, etc. Entre estes fatores, encontra-seo
nivel de concentração industrial,como
uma
das principais variáveis estruturais.Os
fatores sistêmicos são aqueles totalmenteextemos
às empresas.Podem
ser de naturezamacroeconômica,
politico-institucionais, regulatórios, caracteristicas sócio-econômicasde
uma
região
ou
país, entre outros. ' `A
vertenteque
associa competitividadecom
eficiência técnicatambém
encerra problemas.Em
primeiro lugar, consideraque
o
principal elemento causador da competitividade deuma
firma
éa tecnologia. Esta conceituação subestima fatores
como
esforços de venda,imagem
da fimta,etc. E,
em
segundo
lugar, os parâmetrosque
indicam a competitividade dasfirmas desprezam
determinadas peculiaridades
do comportamento
das firrnas.Há
uma
certa incompatibilidade entre os dois enfoques. Competitividadecomo
desempenho
éum
fenômeno
ex-post,ou
seja, éo
resultado deum
vastoeconjunto de fatores.Na
análise decompetitividade
como
eficiência, esta é,um
fenômeno
ex-ante,uma
vezque
éum
grau decapacitação detido pelas firmas, que se traduz nas atitudes por elas praticadas.
Outro
problema surgedo
caráter estáticocomum
a estas vertentes, já que,em
ambas,não
se levaem
contao
planejamento estratégicoda
firma
no
passado. E, conseqüentemente, ignora-sea dinâmica das relações intercapitalistas.
A
presença de várias firrnas, concorrentes entre si,implica
uma
incerteza estruturalno
que se refere aos resultados das decisões e das açõesimplantadas por elas.
Estas duas vertentes são, portanto, insuficientes para se fazer
uma
análise precisado
desempenho
competitivo deuma
indústria,dado que
seresumem
a mensuraçõesem
pontosdefinidos
no
tempo
das estratégias competitivas adotadas pelasfirmas
no
passado.Kupfer
(op. cit.), chega a conclusão deque
competitividade “éfimção
da adequação dasestratégias das
firmas
individuais ao padrãode
concorrência vigenteno
mercado.Em
cadaindústria vigoraria
um
dado
padrãode
concorrênciadefinido
a partirda
integração entreestrutura e a conduta”.
A
competitividade éum
fenômeno
ex-pos! que não é_ captado pelodesempenho
atual dafirma
no
mercado. Portanto,o
desempenho no mercado
hoje e'o
resultado da estratégia competitiva
da
firma,ou da
indústria,em
um
momento
no passado.Neste aspecto,
o
conceito de competitividade relaciona-secom
desempenho,conforme
o
modelo
teórico utilizado.Competitividade é, por conseguinte,
um
conceito multidimensional e dinâmico,dado que
édeterminada por diversos fatores,
que
podem
sofrer alteraçõescom
o
tempo
e,conseqüentemente,
o
desempenho
competitivotambém
se altera.Uma
avaliaçãodo desempenho
competitivonão
pode, então, ser voltada apenas parao
passado.
O
monitoramento
da competitividade é feitocom
a intenção, por parte das firmas, “decompreender
as causas destedesempenho
e de permitir análises prospectivas°_° (Bonelli etalli, 1994). Para tanto, seria necessário conhecer as diferentes estratégias competitivas
adotadas pelas
firmas componentes
das indústrias envolvidas. Estas informaçõesnão
sãoabordadas neste trabalho, por dois motivos. Primeiramente,
demandam
tempo
com
pesquisas,atrasando
o
trabalho; e,em
segundo lugar,não fazem
partedo
propósitodo modelo
teóricoadotado. '
i
'
No
entanto, apesar das limitações citadas, neste trabalho será utilizadoo
conceito decompetitividade
como
desempenho
por duas razões básicas: a) Nesta visão, a competitividade apresenta-secomo
o
resultado de estratégias adotadas anteriormente, de acordocom
aestrutura e a conduta vigente
em
detemainada indústria, 0que
permite incorporá-la aomodelo
Estrutura -
Conduta
-Desempenho
da Organização Industrial,que
é a fundamentação teóricadeste trabalho; b) os dados propostos, para o
monitoramento do desempenho
competitivodo
complexo
de papel e celulose, foram mais facilmente encontrados nas publicaçõesem
vigor.E
CAPÍTULO
lv
CAPÍTULO
iv
4.
PERFIL
DO COMPLEXO
DE
PAPEL
E
CELULOSE
-Devido ao
fato de ser produtor de bens deconsumo
e de embalagens para bens deconsumo, o
complexo de
papel e celulose deve manter-se permanentementeem
sintomacom
ademanda
dos
consumidores.O
aumento
dademanda
da
sociedadetem
expressivo reflexo nestecomplexo
industrial. Estecomplexo
engloba as unidades produtoras de diferentes matérias-primas fibrosas utilizadas na fabricação de papel,
bem como
as empresas fabricantes de papel ecartão.
E
Em
1994, pelo segundo ano consecutivo, registrou-seno paísum
aumento do
consumo
per
capita
de
papel.Em
1950, oconsumo
interno de papel era de aproximadamente 4 quilos porhabitante. Atualmente, este
volume
atinge30
quilos por habitante.Assim, conforme
informações da Associação Nacional de Fabricantes de Papel e Celulose,íi'se;ešta; tendência de
crescimento
da
demanda
se confirmar, o Brasil conseguirá,em
dez anos,-igualar-se àmédia
mundial
de 45
quilos por pessoa.No
último ano, a produção nacional ultrapassou todos os recordes de sua história. Registrou-se a
produção
de, aproximadamente, 5,8 milhões de toneladas de celulose e 5,7 milhões detoneladas de papel. Vale enfatizar o esforço exportador destes setores.
As
exportaçõesgeraram
divisas deUS$
1,79 bilhão.O
volume
exportado pelocomplexo
respondeu,em
1994,'por
4%
das exportações nacionais.i
O
complexo emprega
diretamenteem
'tomo de 107 mil pessoas. Deste total, #63 mil trabalhamnas atividades industriais e
44
milrespondem
pelo/ trato das florestas próprias. Estascorrespondem
a 1,4 milhão de hectares, estabelecidosem
866
.mil hectares de eucalipto,527
milde
pinus e29
mil de outras espécies. já.¬ ,
Para os
próximos
anos, as empresas dos setorestêm
planos otimistas. Espera-se dobrar acapacidade produtiva
em
dez anos. Para tanto, as grandesfimas
já planejam investimentosque
possam
tomar
viável esta meta. `Atualmente, encontram-se
em
atividade 194 empresasno
complexo.Sendo que
161 na áreade
papel e 33
em
celulose.A
tabela 4.1 apresenta a distribuição geográficada produção
brasileira. Destacando-se aparticipação dos estados
do
sudeste edo
suldo
pais.TABELA
4.1 -V ~ r ~
DISTRIBUICAO
GEOGRAFICA DA
PRODUCAO
DE PAPEL
E
CELULOSE
-1994
PAPEL
_CELULOSE
Estado
Produção (Looo
1)Estado
Produção
(t)São
Paulo 2.589.046São
Paulo -1.646.731
Paraná 1.261.401 Espírito Santo 1.071.468
Santa Catarina 900.472 Santa Catarina 637.997
Rio de Janeiro 213.641 Paraná 557.106
Bahia 209.463 '
Bahia 500.844
Minas
Gerais _ 179.176'Minas
Gerais 387.165Outros 300.3 98 . Outros 5 74.960
TOTAL
5.653.597TOTAL
5.376.271Fm.
Az«F”1fl2z.mó,i@aémQ,'í994.
E~ L
A
produção nacional de celulose baseia-se, principalmente,em
pastas de fibra curta (quecorrespondem a
75%
do
total).Aproximadamente
95%
da produção brasileira de celulose estábaseada na madeira, sendo o eucalipto a principal matéria-prima (65%).
Também
são utilizadoscomo
matéria-prima para a fabricação deste produto, resíduos agrícolas e plantas anuais(Babaçu,
bambu, bagaço
de cana, entre outros). _ VNo
refere-se àprodução
de papel, o tipo mais fabricado éo
papel deembalagem
(43%
do
total), seguido pelo papel para imprimir e/ou escrever
(32%
do
total).Cabe
ressaltarque o
paísutiliza,
com
intensidade, papéis reciclados (aparas), para produzir papéis/cartões.A
produção
nacional das indústrias de papel e celulosevem
crescendo a cada ano.Nos
últimosdez anos,
0 complexo
revelou sua capacidade de desenvolvimento. Neste periodo, aprodução
de
papel evoluiu auma
taxamédia
anual de 4,2%,
e a de celulose a 4,8%
ao ano.Como
conseqüênciadeste esforço,o
Brasil atingiu a auto-suñciência etomou-se
um
dos
principais exportadores mundiais de papel e celulose. Atualmente, as principais empresas
do
complexo, através da Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose,
concluem
aelaboração de
uma
política de desenvolvimento para os próximos dez anos. Neste período, asfirmas
pretendem duplicar a capacidade produtiva, de maneira a ampliar a participação brasileirano
mercado
internacional.4
'
CAPÍTULO
v
CAPíTuLo
v
5.
0
CoMPLExo
INDUSTRIAL
DE
PAPEL
E
CELULOSE
A
5.1
CONCENTRAÇÃO NO COMPLEXO
DE PAPEL
E
CELULOSE
.__›' '
A
análise da tabela 5.1 mostraque aumentou
o níveldeconcentração
nos setores escolhidos considerando-se as quatro e as oito maiores empresas.No
entanto,convém
observarque o
nivel de concentração calculado refere-se ao
número
de
.empresas e não aonúmero de
estabelecimentos. .
TABELA
5.1 _A
ÍNDICE
DE
CDNCENTRACÃD
NA
INDÚSTRIA
DE
PAPEL
E
CELULosE
1993-1994
(Em
°/0) ' _ÍNDICE
-SETR
EPP
E 'DE
E 19931994
19931994
CR4
41,5 " 42,9 58,2 60,0CR8
61,8 62,8 81,9 83,3dos
dados
brutos:A.NFel-atório
Esíatísi19.
E E E E W
As
quatro maiores empresasdo
setor de papel,em
um
universo de 161 firmas,eram
responsáveis por
41,5%
e42,9%
da produçãoem
1993 e 1994, respectivamente.Quanto
àsoito maiores, obteve-se
61,8%
e 62,85, respectivamente.TABELA
5.2 - ._
PRODUÇÃO
BRASILEIRA
DE PAPEL
E
Os
MA1OREs
PRODUTORES'
\.
Empresa
Produção
(t) .%
t A1993
1994
1993
sóó.4
914.129 ló,Grupo
Klabin1994
16,2Grupo
Suzano/Bahia
sul 531.2851633530
10,0A
11,2
Grupo
Votorantim/
Simão
465.141 525.164 8,7 9,3Grupo
Ripasa 334.750 354.094 6,3 6,2Champion
334.557 338.006 6,3 6,0 Igaras/Papelok 292.557 306.964
5,5 5,4 Rigesa 236.316 248.588 4,4 4,4 Trombini 212.656 231.455 4,0 4,1 Pisa 156.829 158.323 2,9 2,8 Subtotal 3.430.385 3.710.253 64,7 65,6 _Outras
1.870.655 1.943.344353
344
7 3TOTAL
5.301.0405.653.567
100,00 100,001=omezANrPc,Re1atóri‹›
Estztisz¡¢o,1994. " " ' 5 ' 0' 0Como
Onúmero
de empresas atuantesno
setorpermaneceu
constanteno
período referente a esta análise, houve, então,um
aumento
realno
grau de concentração da produção.Além
do
mais,
O
aumento da
participação das quatro maiores foi superior ao das oito mais significativas.Em
outras palavras,houve
um
aumento no
grau de concentração daprodução
em
favorvdas quatro maiores, lsto, portanto, implicaum
acréscimodo
poder demercado
destasem
relação, _
IE importante lembrar que neste cálculo, e nos posteriores, agregou-se as empresas pertencentes a
um
mesmo
grupo industrial. Portanto, O grupo Klabin é formado pelas seguintes empresas:KFPC
- Paraná, Papel eCelulose Catarinense
SA
KFPC
Divisão Copa Fabricadora,KFPC
Papelão Ondulado Rio, Papelão Ondulado do Nordeste Ponsa SA, Riocell SA,KFPC
divisão Papelão Ondulado.O
grupo Suzano é formado por: CiaSuzano de Papel e Celulose, Bahia Sul Celulose, Agaprint Informática Ltda e, Bacrafi SA.
Formam
O grupoVotorantim as seguintes firmas: Votorantim Celulose e Papel, Conpel, Cia. de Papel e Papelão Pedras Brancas,
Ind. de Papel de Salto Ltda e, Cia. Nitro Química Brasileira. Por último, o Grupo Ripasa engloba as empresas:
Ripasa SA, Limeira