Florianópolis,
Março-Abril
de 1989
�Metais
pesados
poluem
a
Baía'
Norte
NaPÁG.4
Rod Stewart
e
Jorge
Mautner
no
Z
o
cadernoquente
Melhor
Peça
Gráfica IIISet
Universitário
Maio
88ZERO
JORNAL INDEPENDENTE· JornalLaboratóriodo Curso de
Comu�llicação
SocialdaUniversidade Federal de Santa Catarina.Esta
edição
foi elaboradanodia 07 de abrilde1989.
Arte:Marta Moritz
Coordenação
ecopidesca
gem:
professores
HélioSchuck,
Henrique
Finco,Ricardo Barreto.
Diagramação:
Carla Lavina, DeiseFreitas, Fabiano
Melato, Ilka
Goldschmidt,
MárioVaz,
NilvaBianco,
RobertWillecke,
Romir RochaSabrinaFranzoniEdição:
FabianoMelato,
Fernanda Gal/otti,
Jacques
Mick,
M4rciaMoraes,
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Romir Ro cha.Edição
executiva:profes
sorRicardoBarreto
Fotografia:
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Schmitt,
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Melo,
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Romir Ro cha.Laboratório
Fotográfico:
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Moskorz,
Jacques
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Secretaria: Rita
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Silvia Pavesi:Textos: Alessandra Mei
nicke, Ana Lavratti, Ana Paula
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Goldschmidt,
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azias Jr., PedroSaraiva,
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Rosa,
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àimpressão:
Fundação
daprodutivida
de- Fones: 22-7756 e 22-6312.Correspondência:
Caixa Postal472, Departamento
deComunicação
eExpres
são, Curso de
Jornalismo,
Ftorianôpolts-S
CDistribuição
gratuita
Circulação dirigida.
Mas tem
muito
candidato
epouca
proposta
As eleições presiden. ciais se
aproximam,
o prazo para adesincompatibilizaçâo
dos candidatos queexer�em
cargos /la governo também.
No entanto, o mês de março veio e passou deixando mais
dúvidas do que
definições
arespeito
daevolução
doqua:
dro sucessório.Apesar
dosimport
antesfatos polt
ticos queocorreramestemês,como porexemplo
a convençâonacional do PM
DB,
não seouviu nada
parecido
com umaresposta 11 pergunta
funda
mental para se esclarecer a sucessão: quem será o candi dato
forte
queenfrentará
aesquerda
de LulaeBrizola nacorrida à
presidência
da República?'
Várias opções
já foram
descartadas. O
fenômeno
sa
-'PRA
POLEMIZAR
vio Santos,
oúnicocandidatáreia ameaçar diretamente os ltderes doPTePDT,
(segundo
pesquisas
do institutoGallup
para a revista "Isto-E Se
nhor"),der/arouestaremcrise
existencial,
não sabendo sequeria ou não ser
presidente,
virando entâo carta
fora
do baralho. Um pouco mais tardefoi a vez do
empresário
Antônio Ermtnio de Moraes,
do grupo Votorantim, que
após um atribulado namoro
com oPFL de Marco Maciele
negociações
com o PTB,acabou por desistir de sua
candidatura através de uma
carta
endereçada
aosprinci
pais
jornais dopats.
Esclareceu
depois,
em entrevista aojornal
"O Estado de'São Paulo": "Não dá parafazer
acordo com esses canalhas". Assim, osempresários poltti
cos saemdopáreo.
Outrascandidaturas
fo
ram
definidas.
mas não conseguiram decolar e se mostrar
como alternativas
viáveis,
co· mo Mário Covas doPSDB,
eAureliano Chaves do PFL. Este último
enfrenta
umaforte oposiçâo
em suas orbprias
fileiras,
comandada por MarcoMaciel,
queflerta
abertamente com Brizola e não
descarta a
possibilidaae
de trocar de barco com seusseguidores.
Há ainda o gover-.idor Collor de Mello queselançou candidato
pelo
inexpressivo
PRN, Partido daReconstruçâo Nacional,
certamente
apostando
nofuturo.
[ânio
passeia
o'mundo, mas de olho no Brasil, Sua candidatura é consideradacomo interessan te por vários
partidos
efacções
poUticas.
Embora as
pesquisas
não lhe dêem muitocrédito,
não sãopallcos os
poltticos
queapostam numa coalizão de direita
em torno do seu nome,
principalmente
se o PMDBlançar
Ulysses.
Falando emdireita, Ronaldo Caiado é
candidato
apoiado
pela
UDR,mas mesmo os
poltticos
mais conservadores não vêem neleum
presidente
empotencial.
A tudo isso o PMDB
assiste, sem
lançar
em caráterdefinitivo
seu candidatoofi
cial e correndo o risco de rachar o
partido
aofazê-lo.
Ulysses
écandidatoconfesso
eforte dentro do
partido,
porém as
pesquisas
insistem ematrapalhar
osplanos
doeternoeanditado
peemedebista,
ques 'tionando suaforça
eleitoralepropiciando
osurgimento
deoutras
hipoteses.
Doschamados "históricos" sairamnomes como Waldir
Pires,
Miguel
Arraes e Alvaro Dias. Dosmoderados, após
a convenção demarço,
saiu o nomede[risRezende,
queunificou
estafacção
dopartido
e prometedar trabalho a
Ulysses.
Maso caso mais curioso é do gover nador de São Paulo OrestesQuércia.
Ele parece ser omelhor candidato para o
partido,
viáveleleitoralmente,
sendo
popular
no seu Estado(onde, virtualmente,
se encontra 20% do eleitorado nacio
nal), e considerando que sua
indicação
não trariagrandes
Doutor
tarde demais
Sucessão:
esquerda
sai da
frente
�
.. � �---�Mestrado
atrasa
especialização
de
professores
Este
artigo, publicado
original
menteriaedição
nP
1019,darevista
Istoê-Senhor,
de29demarçode
1989,
trazaodebateaquestão
polêmica
da formacomo osmestrados foram
adotadosnoBrasile,decomo sedesenvolvem. Comsua
republicação,
buscamos suscitarodebatemassobretudo, implantar
novaspráticas.
Oquantoantes. A Universidadebrasileira,ao adotar o modelo norte
americano do curso de mestra
do, copiou-o
deforma
subde senvolvida eincompetente, seja
porque
confundiu
o mestradocomo
doutorado, seja
porqueoconsideroucomoetapanecessá
ria do doutorado. Em conse
qüência transformou
o mestrado em uma
empreitada
longaemal
definida,
e, portanto, emum
empecilho
paraaformação
denovos
cientistas,
aqual,
pordefiniçâo,
se realiza através do doutorado.A idade média dos alunos de mestrado da USPé32anos e
meio. A continuaressa tendên
cia, os candidatos a doutor terminarão seu curso de douto
rado, ou
seja,
obterão a autonomia
cienttfica
queodoutora do emprinctpio
atesta, tarde demais. Só começarãoarealizarpesquisa cienttfica
complena
liberdade
depois
dos 40 anos,quando
o Pats necessita dessetrabalho'
cienttfico
muitô
antes.O Parecer
977/65
doConselho Federal de
Educação,
através do
qual
oprofessor
Newton
Sucupira,
há maisde20anos,
definiu
deforma
brilhantee
flex
tvel os cursos depós
graduação
noBrasil,
não cometeu esseserros. Está cloronesse
parecerqueparaum mestrado é
necessária apenas uma disserta
ção, que revele conhecimento
da
bibliografia
atualizada arespeito
doassunto ecapacida
de de
sistematização
deidéias,
enão uma tese,
requisito
dodoutorado, para a
qual
deve haverumacontribuiçao
teáricaou
emptrica
original
ao conhe cimento. Nãoobstante,
osalunos e os
professores
de mestrado nestepats
falam
sempreemtesedemestrado,ea
expectativatantode
professores
comode alunoséadaprodução
deum alentado tratado sobreoassunto. Por outro lado, o pareceré clartssimo:omestrado
não éum
requisito,
umaetapanecessária do
doutorado,
e noentanto é norma neste
pats
exigir-seessa
seqüência.
Esta éuma
cópia
subde senvolvida eincompetente
domodelo
norte-americano,
por que nosEstados Unidos não é assim. Opapel
do mestradonaquele pats
varia dedisciplina
paradisciplina.
Para certoscursos, comoMedicina eDirei to,não
existe;
essescursosjá
sãode
pós-graduação
eexigem
maisdo que um mestrado. Para
outros cursos
profissionais,
co moAdministraçâo,
omestradoéum curso estritamente
profis
sional e não
exige dissertação.
ParaasCiências
Sociais,
particu larmente para aEconomia,
omestrado so existeem universi
dadess menores; as grandes
universidades selecionam os
alunos diretamente paraodou
torado edãoo tttulo demestre
como
prêmio
deconsolação
aquem não conseguiu escrever a
tese. Finalmente para as Ciên
cias
Exatas,
o mestrado é umaetapa do
doutorado, exigindo-se
em
geral
umpequeno trabalhoemptrico
do candidato. ParaasCiências Sociais a
prática
da etapa não é adotada porque émais
diftcil
oumenosrelevante realizar comodissertação
"um pequenotrabalhoemptrico
".No Brasilnãose
permite
queos cursos
profissionais
dêemum mestrado
profissional,
nasCiências Exatas se
exige
umadissertação
queé(ou seria)
umaverdadeira tese, e nas Ciências
Sociais,
além de se cometer omesmo errodas Ciências
Exatas,
não se
percebe
que seria mais16gico
permitir
que os bons candidatosfossem
admitidos e se encaminhassem diretamenteparaodoutorado.
Talvez tenha sido a per
cepção desse erro que levou o
pr6.reitor
depôs-graduaçâo
daUnicamp,
BernardoBeiguel
man, a
falar
emextinção
dosmestrados,
que seriam "merosfocos
de lentidão acadêmica". Naverdade,
ou se extingue omestrado ou se muda inteira
mente a concepção a
respeito
dele. A USP
já
estáfazendo
isto na área de Economia. Os candidatos ao curso depós
graduação
já estão sendo admitidosdiretamente paraodouto rado. Na
Fundação
GetúlioVargasdeSão Pauloatendência
é reduzir drasticamente os
requisitos
deumadissertação
de mestrado epermitir
que osmelhores candidatos encami
nhem-se diretamente para o
doutorado. Masa resistência de alunos e
professores
e essasinovações
é grande. Os alunos queremfazer
"a tese de .sua vida"nomestrado; osprofesso
res,
inseguros,
querem demonstrar-se
exigentes,
querem valorizar os tttulos acadêmicos. Na
verdade, esta é uma resistência subdesenvolvida em nome de
uma excelência acadêmica que
está sendo
prejudicada
exata menteporseexigirdomestrado umntvel acadêmico queelenâodevenem
pode
ter.Luis Bresser
Pereira
Professor,
economista e ex-ministrodaFazenda
traumasao
partido (a
não ser umposstvel
infarto
emUlys
ses).
Seu únicodefeito
é não sercandidato.Assim oPMDBfica
numasituação
diftcil,
sendo muito
provável
queapós
aindicação
do seucandidato,
sobrempartidários
descontentes que
podem
viraengrossaroutras
fileiras.
Enquanto
isso Lulavisita o
Papa, faz
campanha
ecresce nas
pesquisas,
encostandoemBrizola, que procura espaço maisà direita parasua
candidatura, dialogando
comempresários
efacções
deoutros
partidos,
como aala do PFL que nãoapóia
Aureliano.
Os dois dividem a
"po
leposition
".Agora
ocompassoéde espera. Somente
após
adefinição
do candidato do PMDB é que estacampanha
vai
esquentar
prâ
valeroupelo
menos, espera-se que esquen
te.
p'
2
' ,�',
.'.
ZERO-·
, . -",
'.
ABRIL'-89
Pedro Saraiva
Alienar é
,'distorção
acadêmica'
,"Jornalismo é arteenão se faz sem o conhecimento da história". A defesa é do jorna
lista Marcos Veira Reis, para quem distanciar a notícia do
contexto
político-econômico
social é uma
"distorção
acadê mica". Reis sustentou o argumento em debate
promovido
pelo Curso de Jornalismo e a
Secretaria Estadual de Comuni
caçãoSocial.
Com 35 anos de
profis
são,
depois
de passarpela
United Press International (em
presa que
produziu
oRepórter
Esso),Sistema Globo derádioe
atualmente na TV Bandeirantes
de São Paulo, Reis fe.. uma
retrospectiva
dojornalismo
derádioetvdesdeadécada de 40..
Reis foi testemunha
ocular da
transformação
que se processou emjornais
erádiosapartir do funcionamento das
primeiras emissoras de televisão
do País. Para ele, a televisão
praticamente obrigou
uma modificação
radical nojornalismo
escrito efalado.
Pesquisa,
análise e programas
comunitários,
segundo
ele, substituíram ojornalismo
convencional paramanter o índice de
público
eO audiência.Importados
dos EUAsurgiram
também,
de acordocomReis,mecanismospsicosso ciais para
explorar
cada setoratingido pelos
veículos de comunicação.
Estes mecanismos,segundo
ele,foram "recheados"deuma carga
ideológica
responsável
pela
mudança geral
deDia 10 de fevereirodeste ano a
redação
dojornal
"O Estado"parou. O
estopim
foi um bilhete manuscrito fixado no mural dia 9,anunciando que opagamento sairia
apenasnodia 14, quatrodias
após
o prazo máximo fixado
porlei, re
petindo
umprocedimento
quevinha acontecendo háalguns
meses...
A
indignação'
tomou contadetodose a
redação,
emassembléianobar dojornal, votou apenasuma
proposta: parar 00 não
parar".
Adeclaração
destagrevista
explica
porque venceu por unanimidade a greve que no início contou com a
revisão e parte do setor
gráfico,
,
ambos vinculados à
Imprefar,
Aempresa, que pertence ao mesmo
grupo do
proprietário
dojornal,
providenciou os
-salários desses se
tores,
prometendonegociações,
nu ma ação quevisava dividir osjor
nalistas.
Mesmo
isolada,
aredação
decidiu
pela
continuidade do movimento por tempo lndetermínado e,
junto
com o sindicato dosjorna
listas,
estabeleceu asreivindicações:
pagamento
dos salários com multaprevista .pelo
acordo coletivo, não desconto dos diasparados,
estabili dade por 60 dias, além de colocarem pauta uma
reposição
salarial de85%, a ser discutida no
próximo
dissídio da
categoria.
Segunda-feira,
dia 14, ojor
nalapresentouumapropostade pagamentopara
depois
das 16 horas. Osgrevistas preferiram
buscar oscheques
apenas naterçaimpedindo
que o movimento
enfraquecesse.
Agreve
atingiu
novas dimensõesquando os
jornalistas
deixaram de lutarpelo
pagamento dos salários paraexigir
estabilidadenoemprego.Foi um fato inédito,
apoiado
por entidades epersonalidades
que pediam à
direção
dojornal
aabertura dasnegociações.
Mesmo sem
conseguir
negociar,
osgrevistas
retornaram aotrabalho na quarta-feira, dia 22
JOGODURO
Outra
redação paralisa
em
se
Incompetência
de
O&tado
pára
redação
de
fevereiro,
mantendo o comando 'Nde
mobilização
e criandoum planod
que evitavaretalhações.
A empresa por seu lado, apresentou uma lista�
-de 12 nomes de grevistas que se·
�
riam demitidos. ...
Quando esta lista tornou'se ;.;
pública, a
estratégia
dosgrevistas
t
estava pronta. As matérias fica- k.
t
riam retidas pelocomando de greve
'"
até que a empresa concordasse em
iniciar as,
negociações.
Com todo o material sob seu.controle,
opróximo passo foi
pedir
oapoio
dedeputados,
vereadores eoutras pessoas que
já
estavam em contatocomo movimento. Foram cercade 40 pessoas que
participaram
deumaconcentração
em frente aojornal, até que o diretor aceitou trocar osnomes
originais
da lista poroutrosquejá
desejavam
demitir-se.Foi somentenodia 3demar
ço' através do sindicato, que os
grevistas
conseguiram
por escrito a estabilidade por 60 dias e umplano
dejornada
para horas extras.Dentro
do jornal, fontes seguras afirmam que as demissões serãoefetuadas
após
os 60 dias e quea empresa
pretende
reduzirareda
ção como partedeum novo
projeto
para ojornal.
Esta notícia entraem conflito com as
declarações
dodiretordo
jornal,
JoséComelli,
quediz: "a demissão é um risco da greve, mas só por causa dela isso não acontece. Todos são funcioná
riosda casa e=spero quecontinuem
sendo".
A greve foi um movimento
espontâneo
enãohouve'
umapreparação
para o início do processo. O que existia era um clima tensoquevinha crescendo desde dezembro
de 87 com adiscussãodadata-base
e comos sucessivosatrasosdos sa
lários. A
espontaneidade
do movi mento pode ser identificada emacontecimentos como a
participação
do sindicato
apenasdepois
dedena'grada
a greve e na inexistência de umprojeto
dereivindicações
ante'rior a esta.
Vivemos uma nova realidade
no
país,
ondesegundo
o'próprio
Comelli,
"a greve, emprimeiro
lu gar, éumdireito". E éumdireito mais fortequando
reivindica algotão
legal
quantoo salário atrasado. O mínimo que uma empresa podegarantir
é o pagamento em dia de seus funcionários que, se trabalham,
querem ver seusesforços
convertidos em moeda sonante.
Protestos:
depois
do Santa é a vez de O Estadoqualidade
epadrão
dojornal,
gra ças sobretudo àcompetência
desuaequipe.
Aosleitores;restaesperar que
"O Estado" supere esta crise e
continue mantendo-se uma fonte confiável de
informação,
nãorepe tindo o quejá
aconteceu no Rio Grandedo Sul, ondeporincompe
tência administrativa de Breno Caldas
(ex-proprietârio
da CaldasJúnior,
que editava "O Correio do Povo" e"Folha daTarde")
sóres' too ojornal impresso pela
RBS, o "ZeroHora",
casualmenteo ír mão mais velho do "Diário Cata rinense".Denise Rockenbach
deixaramdelutar
pelo cumprimento
dalei,
passando
aprejudicar
ojor
nal, não
conseguindo
a estabilidadeque procuravam.
Já o diretor do
jornal
sente sua empresainjustiçada.
Admito o erro administrativo e ojulga
malconduzido,
não excluindo em ne nhum momento apossibilidade
degreve. Pelo contrário: "faz parte da normalidade democrática". Jus
tifica sua
posição
de nãonegociar
por não ter sidoprocurado
antesdo fato consumado e mostra-se
empenhado
no sucesso dojornal,
oque nãoo
impediu
deaplicar
retalhações.
Essa
opinião
écompartilhada
pelo
atual editorgeral,
Mário Pereira, que
prevê
uma melhora naJornalistas põem a boca no mundo
�
Em
março,foram
os
revisores
No
dia14
de março arevisão
dojornal
retomou agreve
interrompida
dia
10
de
fevereiro, quando
aIm
prefar
prometeu
conversações
que não aconteceram.Indagado
sobre, oassunto,
José
Matusalém Comelli não
reconheceu
agreve
ejá
pro'»<:
videnciou
outrosfuncioná·
rios
parapreencher
asvagasdos
"não·grevistas".
Os -9revisores,
sefizeram
um movimento suicida
emnúmero,
tentaram
pelo
menos estiomular
amobilização
de outros setores
também defasa·
dos.
Nesse sentido a greve da reo
dação
foipositiva
e, apesarda forma natural como aconteceu, prova
que
pode
haver um trabalho maiorde
conscientização
dosjornalistas
enquanto
categoria,
além de servircomo instrumentode luta para me
lhorar o grau de
profissionalização
e
participação
nas empresas.Nem todos concordam com a
formacomo o movimentosedesen
volveu. O ex-editor
geral,
CésarValente,
que demitiu'se durante a greve, acredita que aparalisação
foi
"inoportuna
eprecipitada".
Ele acha que oprimeiro
errofoiagreve e osegundo,
o fato dosgrevistas
não terem retornado ao trabalho
no dia 15 de
fevereiro, quando
ojornal
apresentou uma proposta depagamentodos salários,
pois
assimVERSUS
Lixão sai do
ltacorubi
e
polui
o
mar
Há muito.
tempo.
que olixão. do. Itacorubi vem sendo. alvo de críticas.
Agora
é coloca do. um outroproblema
sobre ele: a existência de metaispesados
quepoluem
a BaíaNorteem
Florianópolis.
Os metais
pesados,
corno oníquel,
o zinco. e omercúrio,
têm
um
.efeitodestrutivo.
sobrea natureza.
Quando.
despejados
naságuas
elesvão.para ofundo,
se
acumulando.
nossedimentosenas
algas.
Estes
sedimentos ealgas
vão.propiciar
aentrada dosinetais
no. ciclo.alimentar, pois
são
parte
do.habitat
e daalimentação.
de muitos seresviVDS,
comopeixes
e camarões.O
organismo
não. processa osmetais,
conservando-osconsigo
até amorte,
quando.
se cornefrutos do. mar
contarninados,
corre-se o risco de uma intoxicação.
que,dependendo.
daquantidade
absorvida, pode
serfatal.Segundo.
osprofessores
Patrie
Rousseau
e Armando.Borges
de Castilhus
(que
desenvolvem
pesquisas
nesta área, dentro. do.Departamento.
deEngenharia
Sanitária
daUFSC),
a
existência
de metaispesados
no.lixo. é
comprovada,
eé realaPartido
está
na
briga
e
quer
seu
candidato
oPartido Verde (PY) não
vai
ser
extinto,
contrariando o que foinoticiado nas últimas semanas
pela
grande imprensa
nacional.Nodia 17 de marçoexpirou
oprazolegal
parao PV obter seuregistro
definitivo, deacordocom aantigaLei
Orgânica
dosPartidos,
que determina que sejamrealizadas convenções em nove
Estados e em um
quinto
dos seusrespectivos
municípios.
O TribunalSuperior
Eleitoral(TSE)
não prorrogou seu
registro
provisório.
Esteprazocomeçou a contarhá um ano
atrás,
no dia 17 de março de 1988,data da concessão do
registro
provi-sóriopeloTSE. .
Considerando
uma
forma arbitrária e
autoritária,
pois
estariaburocratizando a
participação
dacomunidadãnumpartido
político,
oPV decidiu fazer a sua
regulamenta
ção
através das leis ordinárias quedeveriamtersidovotadasatéfeverei ro
pelo Congresso
Nacional.No dia
seguinte
aovencimentodo
registro provisório,
o PV entrou comumoutro.Alémdisso,opartidoobrigou
o TSE a prorrogar o prazoatravés deummandadode
injunção.
Outra medida cautelar tomadapelo
PV foi
registrar-se
numcartório civilpara
garantir
o seunome.Os
professores
Borges
eRousseau acreditamnaexistênciadosmetaispesados
nabaíanorte.possibilidade
do. acesso. destes metais à Bafa. Porém não.existem dados de análises cien tíficas que
consigam
provardefinitivamente
seháapoluição
ou
não,
muito. menosquantifi
cá-la. Na
verdade,
não. há nenhum trabalho. conclusivo sobre
.
isto,
nememandamento,
nem anível de
projeto.
É
levantado. por essesprofessores
umoutrocaso: odaPara
Sérgio
Luís Boeira, coordenador de comunicacão do PV emSantaCatarinaedaFederação
dasEntidades
Ecológicas
(FEEC),houveum erro da
Direção
Nacional dopartido
ao não ter encaminhado atempo um novo
pedido
deregistro
provisório'.
Boeira afirma que o PVestá muito
longe
deserextinto, mastambém distante de se firmar en
quanto
partido
estruturado emnúcleos e diretórios em funciona
mento.
Boeira, que também é mes trando em
Sociologia
Política naUFSCcomteseem
Ecologia
Políticae Juventude, afirma que
já
está bastanteavançadaadiscussão sobreanecessidade de um partido verde no
Brasil. Para ele, o PV agora entra
numa fase de
democratização
eexpansão,visandoo
registro
definitico e iniciando o processo de
alargamento
de seu quadro de filiados com propostas mais claras. No entanto, as preocupações doPartido Verde vão muito mais além
destas questões meramente burocrá ticas.
Nos dias 27 e 28 de maio, a
Convenção
Nacional do partido emBrasília vai
eleger
uma diretoriadefinitiva,
e decidir qual' a suaposição
oficial diante daseleições
presidenciais
dodia 15 de novembro.No Encontro Nacionalqueaconteceu
noRiodeJaneironosdias 11e12 de
março, os temas
principais
dadiscussão
foram,
a questão daestruturação
dopartido
e aseleições
presidenciais.
Neste encontro asregiões
Sul,NorteeNordestelevaramas
posições
dasbases,quesugeriram
olançamento
de uma candidaturaprópria,
propondo o nome doPresidente
Nacional
do Partidor.:==:;;;;;:=;;;;:;====:::::::;;:;:;;:;;:::;:;:;;::;;:;;;==============t 1: Nesta liberdade quefoi criada
�
pelo
PartidoVerdeparaseusmilitan- tes
poderem
apoiar qualquer
nomeà�
Presidente daRepública
até a-
Convenção
Nacional emBrasília,
.�
surgiu
aidéiadelançar
uma"Frente�
Verde"emSanta Catarinaapartirdadecisão do PV
municipal
delançar
�
uma candidatura à Presidência e!i1 provocar um debate a
respeito
de ....algo
poucodiscutidopelo
PVanívelc nacional:oecodesenvolvimento.
�
Segundo Sérgio
BoeiraeJalila El Achkar, vereadora do PV emFlorianópolis
eex-vice-presidente
dopartidoem SC,a"Frente Verde" éa tentativa de
unificação
de várias alasdo PVquantode outrosmovimentos
populares como os de negros, de
mulheres,de
trabalhadores,
dejovens
e outros. Esta "Frente" não tem
nomes concretos, mas o
objetivo
principal é ativar um
pólo
dediscussãoemtorno da
Ecologia.
Paraeles, o Brasil nunca discutiu' a
possibilidade
de ter umpresidente
combandeiraprioritariamente
ecologista.
Boeira afirma que as
eleições
presidenciais deste anoserão marca
das por uma'dicotomia
ideológica
quedeixaráapopulação desorientada
e
marginalizada
doprocessopolítico.
Para Jalila, o Brasil não está vivendo a fase dos extremismos
políticos,
mas um momento degran:de importância
em que o povo procura a suaprópria
resposta,através de pessoas abertas para discutirasquestõessociais.
usina de
cornpostagem
de São. José. Olixo.
que é usado. cornomatéria-prima
para aprodução
do.
composto (um
tipo.
deadubo.
orgânico)
passaporumatriagem
r.ara separ,!r
oqueéorgânico
do. 'resto". E no. restoonde
seencontram os metais
pesado.s.
Acontece que estatnagem
é feita manualmente poroperá
rios,
sendo. consideradapelos
doisprofessores
comoineficiente.
Assim,
também existe apossibilidade
dacontaminaçâo
destecomposto. Deve-se
esclarecer que há um
projeto
emandamento. no.sentido. de moni
torara'usina
de
compostagem
apartir
de análises docomposto.
Apesar
dehaver
apenaspossibilidades
de queestapolui
ção.
esteja
ocorrendo,
fica claroo descaso. das autoridades e
organismos
competentes,
já
que, atéagora,nada foi feito.no.
sentido. de afastar
este. perigo.
Aonde está o governo, a F ATMA,
odinheiro.
para
pesquisas
nestesentido? Por que esperaro
desastre
acontecer paradepois
voltar a
atenção.
paraele?
Estánahora de mudaresta
postura.
Leis ordinárias
não
extinguem
PV
P4
. ."
'
ZERO
ABRIL-89
ParaJalila,oPVéopçãoà Presidência.
Verde,oescritor Fernando Gabeira.
Para
Sérgio
Boeira, o Encontro no RJ
-foi
precário.
devido à excessivaimprovisação
e à ausência deimportantes figuras
do PV como'Gabeira e Carlos Minck, deputado estadual do Rio deJaneiro.
Neste Encontro, ficou decidi do quecada militante
poderia apoiar
qualquer
nome de candidato à Presidência daRepública
até,
aConvenção
que ocorrerá em maio. Daí sairáaposição
oficial do Partido Verdeanívelnacional.O Partido Verde de Santa Catarina enviou
telegramas
ao Dire tórioNacional,
repudiandoofato de Gabeira e Minck terem assinado oprotocolode
intenções
ecolocandoo nome do PV como se estivesseapoiando
a candidatura Lula àPresidência,
no encontro que ospartidos
de esquerda fizeram emBrasflia,
no dia 29 de março. ParaBoeira, isto não
significa
que o PVestadual não vá
apoiar
umapossível
celij5<lção
Lula-Gabeira,
caso estahipotesesejaoficializadaemBrasília.
Pedro Saraiva
TUDO
PELO
SOCIAL?
brasileiro
Chapecó
agora
é
tema
de novela
Mirad dificulta
assentamentos
Ex-prefeito
e o
atual
num
jogo
de
muita
intriga
Se Gilberto
Braga,
Cassiano Gabus Mendes ou.algum
outroroteirista estiver procurando um
tema para uma novela das oito na
Rede Globo, não
precisa
pensar muito. EmChapecó,
desde janeiro, quando o atualprefeito
assumiu ocargo, vem se desenrolando uma
novela que promete ir ainda muito
longe
ousimplesmente
sair doarsemterum
fim:
Os personagensprincipais dahistória,
oprefeito
Milton Sander(PDS) no
papel
de herói e oex-prefeito Ledônio
Migliorini
comobandido, mobilizam e dividem a
opinião
pública.
Enquanto alguns
aplaudem a atitude de Sander em
denunciar os
"corruptos"
da administração
anterior,
outros sentem-sepenalizados
pelo ex-prefeito
que seria maisumavítimadapoliticagem".
O caso queestá tendoreper cussão nacional, envolve além de
Ledõnioseuirmãoeex-secretáriodo
Planejamento,
ErrnfdioMigliorini
eos ex-diretores financeiros Luiz Roberto Tilnan e
Serley
D. GanassiJÚ,acusadosde
irregularidades
finan ceiras e administrativas, Nas auditorias
divulgadas
por MiltonSander,
aadministração
anterior provocou um rombo de 3 milhões de cruzadosnovos no
município.
Essedesfalque
teria sido,
segundo
o Procurador Geral doMunicípio,
RenatoBasso,
devido a contratações
irregulares,
execuçõesde obrasforados
padrões
aceitáveis e com pagamentos acima do
necessário,
desvio de verbas e crime deespeculato (utilização
dodinheiro
público
parafinspessoais.
ASEMPRESAS ENVOLVIDAS Nesse rolo também estão envolvidas várias empresas e Postos
de Gasolina. O casomais grave éda empresa paranaenseINEPAR,consi
derada umadas maioresdomercado nacional de
equipamentos
eletrome cânicos. Ficouprovado
nasauditoriasque a empresa recebera 155 mil OTNs a mais do que 'consta no
contrato referente ao asfaltamento
decertasruasdacidade.O
advogado
Renato Basso conta que foi encon trada uma procuração datada em
junho
de 88, onde a administraçãoMigliorino
repassava paraa INEPARtodooICM recebido
pelo município,
até dezembro de 89.
Segundo
oprocurador
geral
da prefeitura, essa teriasidoaprincipal
causadafalênciado
municfpio,
que nofinal de 1988teve de recorrer às verbas destinadas
ao
juizado
de menorespàra
pagar seusfuncionários.Alguns
postos degasolina,
aexemplo das empresas, saíram lu
crando com o dinheiro
público,
através do repasse de cheques daprefeitura.
Noscontrachequesdapre
feitura constaram débitos em nome dasfirmas (nocasodospostos)quan donaverdadeos
cheques
eramnorni naisàprópria prefeitura.
Em apenas umdia,porexemplo,Ledônioemitiu 40cheques
queforam desviados para suacaderneta de poupança. Esseé oúnico caso
"comprovado"
emqueoex-prefeito
beneficiá-se pessoalmente.
ASPUNIÇOES
Essasacusaçõessócomeçaram
mesmoaserlevadoa
sério,
ao menospelas
pessoas não envolvidas direta mente, quando o Juíz da 29 VaraCívelde
Chapecó,
GeraldodaRochaReichmann,
tomouamedida liminarde seqüestro dos bens dos ex
administradores da prefeitura, para
evitar que os mesmosrepassem seus bens para terceiros enquanto os
processos estão em andamento. A
partirdaíque ascoisas começarama
esquentar. De um lado ficou o
prefeiro
Milton Sander que diz terassumido um
compromisso
com oschapecoenses
e portanto levará asacusações até o fim. Do outro lado está Ledônio
Migliorini,
abandonadopelo
partido,
PMDB,
e sem sedefender
pois
afirmanão dever nada aningúem.
_ Milton Sander "tenta" deixar claroque fez tudo para não envolver
onome deLedônionas
irregularida
des,
afinaljá
foram colegas departido,
masinfelizmentenãoconseguiu
devido, as provas claras da máadministração.
E esse fato é que deixa muitagentecom apulga
atrásda orrelha. Como' considerou um
chapecoense,
"ou eles não foramnada'espertos deixando as sujeiras
encobertas,ou
alguma
coisanãoestá bem contada. Ecomosomenteatrás doespetáculo
os artistas tiram asmáscaras,
somente quem está nosbastidoressabequem équem".
VERSOESEVERSOES...
Boatos,
fofocas, intrigas. IssoAjustiça
tardamasnão falha...tudo faz parte do
jogo político.
Alguns jornalistas
queacompanham
ocasodepertoafirmam queo
grande
beneficiadono
desfalque
daprefei
tura não foi o ex-prefeiro e sim seu
irmãoErnídioque recebeuem 18de março de
1985,
uma procuração onde Ledônio o autorizava dequalquer decisão,
ou seja, the davacarta branca. "Não que isso isente Ledônio da
respol}sabilidade,
mas...",comentaumreporter.
O que leva as pessoas a
desconfiaremda dita
impunidade
de Ledônio éofato dele não mostraros documentos quedizpossuir,osquais.
incriminariam Milton Sander
quando
da sua
administração
anterior, de1978a 1982. Blefeou uma cartana
manga,
esperando
paraserjogada
nahora certa? Existemaindacomentá rios de que o
empresário
e tio deLedõnio,
Plínio Arlindo DeNês,
antigo
político
dacidade,atualmentepeefelista,
tenha umasignificativa
O que mais estápreocupando
as famílias dos sem-terra em Santa
catarinaéqueoMirad(Ministérioda Reforma
Agrária),
desde 1985, sóconsegui assentar 2.500
famílias,
quando
s6 no Oeste do' Estadoexistem mais.de 40 mil
agricultores
sem-terra. Outrapreocupaçãoécom o aumento do prazo de pagamento dos Títulos de Dívida
Agrária
(TOAs) aos
proprietários
das terras queforamocupadas pelos
colonos. Oprazopassoudecincoparadezanos. Essamedida fez muitosproprietários'
mudaremde idéia nos
negócios
com,ogoverno.
..
ABRIL-89
.ZERO
P5
Na fazenda de
Guaruva,
nonortedo
Estado,
110 famílias seriamassentadas,mas o
proprietário
desis tiu danegociação pela prolongação
do prazo de pagamento. O mesmo aconteceuem
Campo Erê,
nafazenda de OmélioMenta,
ondeoproprietá
rio
já
havia autorizado a verida daterra, mas desistiu ao saber que o
governo
pagaria
o valor sódaqui
hádezanos.
Para Dilson
Barcelos,
doMovimento Sem-Terra de
Chapecó,
aprincipal
dificuldade dos colonosnosFamíliassem-terraesperamoinverno
acampamentos é com a
chegada
dofrio. "Não há
alimentação
e nemremédios,
asituação
é crftica",reclama.
O Mirad recebeu um docu mento dos colonos há mais de 20
dias,
masnenhumareivindicação
foi atendida. No dia II de abril os sem-terra se reuniram com o Miradpara
negociar
oassentamento de 92 famíliasnacidade decampo
Erê. Oministro da Reforma
Agrária
estápropondo
queseja
feitauma coope- . rativa de assentados, onde a terraficariaem nomeda
associação.
IRREGULARIDADES
Hádez
quilômetros
deChape
có,
em Baronesa da Limeira, estão assentados mais de80famflias,
sendo queamaioriapossuicasaprópria.
Sóparticiapção
nas acusações contra oex-prefeito.
Segundo
aprópria
mulher de
Ledônio, Marialice,
De Nêsestaria se
vingando'
do sobrinho devidoaumaantiga briga política.
JUSTIÇA???
O fim dessa novela é que
ninguém
sabe,mastantoaimprensa
quantoospartidosnãoenvolvidosna
históriagarantemquenão vãodeixar
que as coisas parem por aí.
Quem
tiver
culpa
nocart6rio terá deacertarascontascom os
chapecoenses, sejam
eles miltons ou ledônios. E que oprovérbio
dito por Milton Sander seconcretize: "A
justiça
tarda mas nãofalha"...
IIka
Goldschmidt� que os colonos enfrentam um
�
problema que vem se desenrolando.- há maisde40anos:elesnão
possuem
:_�
título depropriedade.... Muitas dessas famflias recebe
�
ram essasterras da empresa ErnestoBertaso,
que não deu aoscolonos o�
títulodepropriedade.ComopassarR:: dos anos os sem-terra instalaram-se c emBaronesade Limeirae oscolonos
ti começaram a
negociar
as terras i:<.. mesmo sem escritura.Depois
de muita confusão, o governo Federalcomprouaterradaempresa
Bertaso,
mas até agora oMirad não deu aos
colonos o título de
propriedade.
Segundo
o executor deProjetos
Fundiáriosde Santa
Catarina,
Osma rildoChizoni,
oMiradnãodispõe
derecursos para levar a metade dessas
famílias para outros assentamentos,
pois
emBaronesadeLimeira,apenas15 famíliaspoderiamreceberotítulo
de
propriedade".
Os colonos sem-terra conti nuam impacientes e
angustiados,
porque oinvernologo
setamaisumadversário.
Rute
Enriconi
se é
campeão
de
meningite
Comosnúmeros alarman
tesde
meningite
registrados
nostrês
primeiros
meses desteano,a Secretaria da
Saúde
de Santa Catarinaanunciou,
nodia 30de
<:l
março, o
lançamento
de uma�
...
campanha
de caráter emergen-ccial,
com O.objetivo
de deter o�
avanço dadoença
em todo oEstado.
Durante O ano
passado
foram notificados 377 casos de
meningite
em SantaCatarina,
oque
duplicou
o númerode
casos.Nesteano,emapenas três meseso númerosubiu para
731,
oque colocanossoEstado como
campeão
nacional ele casos demeningite.
O curioso é que emtexto
publicado
no dia 31 de março, aFolha
de São Pauloregistra
que o número de casostriplicou,
ultrapassando
900registros.
Apesar
dasinformações
desconexas,
aSecretária
da Saúde se baseou nos seus '731casos para
lançar
acampanha
"Informações
Sonbre
Meningi
te",
O programa procura esclarecer a
população
como evitar queameningite
causeóbitos,
oudeixe
seqüelas.
Como o secretário da
Saúde
se encontrava em Brasilia,
e omédicoOsvaldo
Vitorino de Oliveira esteveimpossibilita
do de nos
receber,
Lisete Contin,
responsável
pela
divulgação
da
campanha,
afirmou que no anopassado
ocorreramquatro
casos por cada 100 milhabitan
tes,
enquanto
em 89 amédia
subiu para oitoe
poderá
aumentarainda maiscom a
chegada-
do inverno. Elaenfatiza
queem89essa
relação
poderá
superar
atémesmo o ano de
1974,
quando
foramregistrados
24 casos paracada 100 mil
habitantes.
A
meningite
é umadoença
causada pormicróbios,
que ocasionainflamação das membranas que envolvem e
protegem
o sistemanervosocentral.Essas membranassão
as
meninges,
Casonãoseja
identificadaetratada emtrempo,podecausar
seqüelas
como surdez,convulsões,
retardamento,
paralisia
dos membroseatémesmo amorte.
Como esta
doença
não temvacina, a maneira mais racional de evitar problemas
irreversíveis,
é levaro doente ao médico assim que os
primeiros
sintomas aparecerem. casoseja
tratada em tempopode
ser.completamente
curada, Estes sintomassãoa febre,forte dor de
cabeça
vômitos erigidez
nos músculos da nuca.A
meningite
é transmitidaprincipalmente de pessoa para pes soa, através do contado
direto,
pelafala, tosse
espirro
oubeijo.
Os cuidados que se deve ter com adoença
sãoimediatos,
encaminhandoossuspeitos de
contágio
aumpostode Saúde. Além
disso,
deve
serevitadaa
autornedicação,
de formaa nãoagravaroquadro
oudificultaraidentificação
dabactéria.Rafael
MasseliLIBERDADE
&
OPRESSÃO
Ex-vereador
do PCB
lança autobiografia
em
Florianópolis
Aos
86
anos,
"Seu
Mimo"
escreve
sobre
a
vida
dos comunistas catarinenses
Noite concorrida. Duas'gerações: Grando e seu Mimo.
Têxteis: greve
quebra
tradiç-ão
No dia 4 de
abril,
Ma nuel AlvesRibeiro,
o "SeuMimo", lançou,
aos 86 anosde
idade,
seu livro "Camino".
Olançamento
foi pa trocinadopelo
Instituto Cultural de Amizade e Solidariedade
Entre
os Povos(ICASP).
Na obra seu Mimoconta
toda a suavida,
desdeseu
nascimento,
pobre,
emPara
OSpatrões,
CUT
é
"tropa
de baderneiros"
Funcionários de vários seto
res da Sulfabri,l, Cremer, Majú, Hering e Teka
paralisaram
suas atividades na terça-feira,
13 de março, reivindicando a reposiçãodas
perdas
salariais acumuladas' desde adata-base, em setembrode88, que
segnndõ"
cálrulo léitopelo
Dieese,totaliza 87,6%. O sindicato
patronal
propôs
um reajuste de33,1% a serpago apartirde mar
ço.
Osmar Zimmermann, presi
dente do sindicato dos empregados,
acusa os empresários de tentarem
desestabilizar e desmobilizar a
ca-, tegoria fazendo propostas isoladas
para esvaziar a assembléia. Cita
como exemplo a Teka, onde houve uma paralisação na sexta- feira, 9
de março, deaproximadamentemil
funcionários.
ATeka fezumaproposta'aos
Imaruí,
SC,
até os dias dehoje.
'
O
lançamento
do livro foi uma verdadeira convenção
de comunistas.Vários
expoentes
do Partido Comu nista Brasileiro de SantaCatarina
estavampresentes.
Entre
eles,
Sérgio
Grando,
ex- candidato à
prefeitura
de
Florianópolis,
VilsonRo-funcionários que criou certa polê
micaentreoempresariado,havendo
dúvidas de que a empresa tivesse
condiçõesdecumpriraspromessas.
Ulrich
Kuhn,
diretor de comércio exterior da Hering, diz que "esta greve vinha há muito sendo
premeditada".
Asgrandesassembléias inter sindicais realizaram
-se no dia 12
de marçocom aproximadamente 15 milpessoassendo quelogoaseguir, com o mesmopúblico, foirealizada a assembléia dos têxteis.Osfuncio
nários da maioria das indústrias
têxteis, metalúrgicas,
de cristais ebrinquedos entraram em greve
já
nodia 13 de março,ou
seja,
antesda greve
geral.
Kuhn afirma ainda que a
cur sentiu um clima muitopropí
cio à greve e enviou a Blumenau umatropadechoquede baderneiros que assombraram a cidade, junto. com alguns funcíonãríos mais re
beldes das indústrias. Houve todo
tipo
de vandalismo, como quebrade ônibus, ofensas e cuspidas nos
fura
-greve, etc., diz o industrial. Os empresários retiraram as
propostas
já
feitas edecídíram negociar, com a condição de volta
definitiva ao' trabalho.
Várias táticas de
desmobili-salino,
osegundo
vereadormais votado
(também
da capltal)
e Marcos daRós,
pre sidente dopartido
nacidade.Urn pequeno stand ins talado no
salão,
vendia bottons com as
inscrições
"Cuba" e "D. Romero
Vive"
eadesivos da"Radio Vencere
mos EI
Salvador
- Voz Oficiai Del Frente Farabundo Martí Para La Liberación Nacional". Eram vendidos até charutos cubanos.
Estavam também pre
sentes a secretária da Cul
tura,
ZuleikaLenzi
e a vereadora
Clair
Castilhos,
do PSDB.Manuel Alves
foi
umorador
extraordinário,
sedestacava nos comícios em
praça
pública
e,posterior
mente,
noplenário.
Sua vida é baseada em
lideranças,
tanto como operário que lutava
pelas
cau sas da suaclasse,
comopolí
tico,
foi oI? vereador do PCB eleito emFlortanõpolís,
em 59. NesseanooPCB aioda era clandestino e a
sigla
usada foi
PSP,
Partido So cialProgressista.
zação foram adotadaspelasempre
sas, como assumir a respon sabili dadeanteasempresas detransporte
urbano de todos osdanos causados
'aos veículos e oferecendo abonos aos
funcionários,
que por etapasforam retornando ao trabalho. Wilson
Cerqueira,
assessordos empresários, acredita que os
operârtos teriam mais sucesso se
nãotivessem aderidoao movimento
daCur/CGT. Ele achaqueainsa
tisfação
do operariado dentro das fábricas foi muito bem direcionada'pelo
presidentedo sindicatodostrabalhadores, Osmar Zimmermann,
para sua
própria
segurança.Entretanto,diz Cerqueira,ele não soube usar esse
poder
que acategoria the deu,
pois
se tivessebarganhadoissoatravés deumpro
cesso de
negociação,
teria feitoum acordo 'com ganhos significati
vos, pois o empresariado estavá
sensível ao problema.
Cerqueira
recorda que a paralisação
começou muitoforte, massem acaracterizaçãodo movimento
têxtil isolado. "Quando agreve ge
ral acabou, o movimento desses trabalhadores caiu vertiginosamente
e o processo decorrente foram as
.assembléíasde caráter menor, com
o retorno deaté 85% dos
trabalha-"Seu Mimo", ainda forte e firme na sua luta
Seu
Mimo foi diretor estadual do PCB echegou
avisitar a URSS a convite do
Partido
Comunista soviético.
Todos os
episódios polí
ticos da
época
estãorelata
dos no
livro,
formando umcontexto com a
vida
de seuMimo.
A luta deste
homem,
porém,
não acabaaqui
-se
gundo
Sérgio
Grando,
ele estácomprometido
a continuar a militância no
parti
do,
depois
de descansar por 15dias,
porqueninguém
é deferro.
Ana
Paula
Schmittdores para as fábricas".
Wilson
Cerqueira
explica que Blumenau é o primeiro pólo têxtil do Brasil, e o terceiroem homogeneidade, como tal, o segmento é muito importante para as demais
categorias.
"Se o 'empresariado cedesse'
sob pressão de greve, através de
uma política de desunião, Isso re presentaria não só o crescimento desse sindicato, como dos outros.
Podendo propiciar também a im
portação de modelos sindicais de
outros centros para Blumenau. E
foi exatamente contra isso que o
empresariadolutou. ••
Poroutrola do era o que pretendia a cur".
Os benefícios trazidos
pela
greve não foram muitos, "ela não
ajudou ninguém" afirma o diretor
de comércio exterior daHering, que
garante
que
os adiantamentos sala riais de 35% em abril e 5,18%não representam uma vitória para
acategoria,
pois
osmesmosíndicespoderiam ter sido alcançados sem a
radicalização
ejátinham até si dos acordados a nível in formal.Alessandra Meinicke
República
Dominicana
vira
livro
OjornalistaRaimundo Cam so, professor do curso de Jorna
ismo da UFSC, lançou o livro" A
Invasão Brasileira de 1965 e a
Çuerrade Santo
Domingo"
(editora Icone) no dia 31 de março, nasdependênciasdo curso, O livrore sultou de diversasreportagens feitas
pelo autori
sobre a particípaçâo de
cercade milsoldados brasileiros na
invasão da República Dominicana,
liderada pelos Estados Unidos e
apoiada por ditaduras militares.Ia
tino-americanas.
A invasão americanaaconte
ceu em 1965 e gerouprotestos em toda a América Latina e Europa,
oque fez ogovernoamericanopro
-curar
apoio
para aintervenção.
AOrganização
dos Estados America nos(OEA)
se negou a participar;mas
países
latinos que viviam período de ditadura militar rati fica
-ram a posição americana, dentre os quais o Brasil do general Cas
tello Branco.
Documento histórico impor
tante, o livro traz depoimentos de
pessoas envolvidas direta o indire
tamente com a invasão, quer do lado militar, quer do lado da resis tência. Enfim, uma análise pro
funda de um fato que merece ser
lembrado para não ser