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Epidemiologia ambiental - Aula 1

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Academic year: 2021

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(1)

Epidemiologia

Ambiental

(2)

 Conceito de epidemiologia  Eixo da Saúde Pública

 Definição de epidemiologia

 Estuda a distribuição da morbidade e da

mortalidade a fim de traçar o perfil saúde doença nas coletividades humanas;

 Realiza testes de eficácia e de inocuidade de

vacinas;

 Desenvolve a vigilância epidemiológica;

(3)

 Objetivos principais:

 Descrever a distribuição e a magnitude dos

problemas de saúde nas populações humanas;

 Proporcionar dados essenciais para o

planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das

doenças, bem como para estabelecer prioridades.

 Identificar fatores etiológicos na gênese das

(4)

“Ciência que estuda o processo saúde-doença em

coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores de terminantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva,

propondo medidas específicas de prevenção,

controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde.”

(5)

 Voltada para a ocorrência em escala maior;

 Doenças infecciosas, não-infecciosas e agravos à

integridade física.

 Processo saúde-doença.

 Estudo da variabilidade da freqüência de ocorrência

 variáveis ambientais e populacionais (tempo e espaço).

 Análise de fatores determinantes.

 Prevenção; controle; erradicação (Varíola, 1977 e

(6)

 Importância do método epidemiológico  AIDS  Análise epidemiológica  relacionamento com

determinados grupos

 Leucemia na infância  exposição aos raios X;  Trombose venal  uso de contraceptivos orais;  Ingestão de talidomida  focomelia;

 Tabagismo  câncer de pulmão;

 Cegueira em crianças nordestinas subnutridas 

avitaminose A;

 Mortalidade infantil e classes sociais.  Epidemiologia prospectiva.

(7)

 Definição clássica:

 Relações existentes entre os fatores:

 Ambiente  físicos, químicos e biológicos;  Agente e hospedeiro ou suscetível.

 Fatores culturais e socioeconômicos.

 Autores latino-americanos  visão dialética 

contra a fatalidade do “natural” e do “tropical”.

 Estudo com estrutura socioeconômica

 Processo saúde-doença explicado sob a história.  Epidemiologia social.

(8)

 Epidemiologia ambiental é uma

sub-especialidade da epidemiologia.

 Objeto da epidemiologia ambiental é a saúde

ambiental.

 Contempla todos os fatores externos ao

(9)

Estudos clássicos em

epidemiologia ambiental

 Cólera no século XIX em Londres

 Epidemia de Cólera: ponto de partida da

epidemiologia moderna.

 Considerado um típico estudo de

epidemiologia ambiental.

 Centenas de milhares de vítimas em todo o

mundo naquela época.

(10)

 Conhecimento da época sugeria que a

doença se espalhava pelo ar.

(11)

Editorial da revista Lancet em 1853:

“The question: what is cholera? Is left

unsolved. Concerninhg this, the fundamental point, all is darkness and confusion, vague theory, and a vain speculation. Is it a fungue, na insect, a miasm, na electrical disturbance, a deficiency of ozone, a morbid offscouring of the intestinal canal? We know nothing; we

(12)

 Dois períodos de epidemia: 1832 e 1848.  A última levou o médico local John Snow a

desenvolver a teoria: sobre o modo de

transmissão da Cólera; publicado em 1849.

 Trato gastrointestinal era a principal porta de

entrada para a doença.

 Contato com excrementos de indivíduos

doentes como importante mecanismo de transmissão.

(13)

John Snow (1847) por Thomas

Jones Barker

(14)

 Observação de regiões com números

distintos de mortes por Cólera.

 Qualidade do ar entre áreas: idêntica  Água de consumo humano retirada em

poços: diferenças na contaminação.

 Diferenças de mortalidade por Cólera em

companhias que usavam a montante do rio Tâmisa como fonte (não-contaminada)

(15)

 Fontes localizadas à jusante do rio

(contaminadas por esgoto doméstico).

 Recomendação que água deste local não

fosse utilizada como fonte de recursos para consumo humano.

 Colegas e autoridades civis não se

convenceram desta medida. Por muitos anos nenhuma medida prática foi adotada.

(16)

 Terceira epidemia em 1853:

 Investigação com maior detalhamento.  Diferenças em taxas de mortalidade.

 Taxas maiores no sul de Londres, região servida

por duas companhias de abastecimento.

 Na terceira empresa, as taxas eram menores.

(17)

 Durante investigação no sul de Londres:

surto no centro da cidade, em uma pequena área e centenas de moradores morreram no curso de uma semana.

 Maioria dos pacientes havia consumido água

de um poço local conectado à bomba da Broad Street.

 Interdição da bomba.

 Poço contaminado por uma fossa: excrementos

(18)
(19)

 Confecção de mapas para ilustrar a

associação geográfica entre ambiente e doença.

 Casos preponderantes ao redor da bomba

citada.

 Maioria das vítimas vivia próxima à bomba e

(20)

Taxas de mortalidade por Cólera em Londres, 1853-4, de acordo com a companhia de

(21)

Distribuição de casos ao redor da bomba Broad street. Casas atingidas são marcadas por retângulos pretos.

(22)

 Smog de Londres

 5 de dezembro de 1952  inversão térmica

 Formação densa de névoa no centro da cidade  Temperatura aproximada de 0 C

 Uso de combustíveis fósseis

 Carvão em residências  Geração de eletricidade  Tráfego veicular

(23)
(24)

 Medições rotineiras de TSPM e SO2 no

centro e periferia de Londres

 Incremento da média diária de cinco vezes

no período de 6 a 8 de dezembro de 1952  1,6 mgm3

 Valores de pico  3 a 10 vezes os valores

(25)

 Aumento pela demanda de leitos

hospitalares, em 8 de dezembro

 Taxa de mortalidade elevada em

determinadas regiões

 Dados epidemiológicos  material

particulado no ar

 Análises posteriores  aerossóis ácidos

(26)
(27)
(28)

Fog deLondres

5-9 Dezembro 1952

(29)

29

Fog de Londres

5-9 Dezembro de 1952

Wilkins E.T. Journal of the Royal Sanitary Institute, 1954, 74, 1-21

De Fev.1952 – Fev 1953: ~12.000 mortes em excesso

Bell ML, Davis DL. Reassessment of the Lethal London Fog of 1952: Novel Indicators of Acute and Chronic Consequences of Acute Exposure to Air Pollution.

Environ Health Perspect 2001;109 Suppl 3:389-94.

Não devido à influenza

(30)

Mortalidade semanal em

Londres: 1952-3

(31)

Arsênio em água de poço em

Bangladesh

31

 Para redução de morbidade e mortalidade

por doença gastrointestinal por consumo de água superficial, diversos poços artesianos foram abertos na década de 70 do século passado.

 Conectados a aquíferos a 200 m de

profundidade.

 Início de 1990, descobertas altas

(32)

Arsênio em água de poço em

Bangladesh

 Arsênio, contaminante natural do solo da

região.

 Descobertas de lesões de pele entre

pessoas que consumiam estas águas.

 Tempo de latência de aproximadamente dez

anos.

 Elevação de taxas de câncer da pele, bexiga,

(33)

Arsênio em água de poço em

Bangladesh

 Tempo de latência aproximado de 20 anos.  Estimativa de 35 a 77 milhões de pessoas

expostas.

 Concentrações acima de 50 µg/l.

 Remediações complicadas, pois há milhares

de poços.

 Medidas de emergência adotadas:

 Identificação de poços não contaminados, aplicação de filtração ou procedimentos de limpeza química.

(34)

Doença de pele, típica por

(35)

 Acidente ocorrido na madrugada de 03 de

dezembro de 1984.

 520.000 pessoas expostas aos gases.  8.000 mortes nas primeiras semanas  100.000 pessoas lesionadas

 Símbolo da negligência humana por

corporações transnacionais

 Riscos químicos →problema de saúde

pública

35

(36)

 Manufatura de Isocianato de metila (MIC),

como intermediário na produção de pesticidas.

 Muitas pessoas morreram por choque ou

colapso circulatório.

 Desenvolvimento de edema pulmonar como

efeito agudo.

(37)

Objetivos da epidemiologia

ambiental

 Agentes no ambiente que podem ser

danosos à saúde:

 Químicos, físicos ou biológicos;  Antropogênicos ou naturais;

 Essenciais ou não-essenciais.

 Centenas de substâncias têm sido avaliadas

(38)

Campos relacionados

 Epidemiologia ocupacional

 Populações adultas;

 Exposições mais elevadas;  Exposições mais específicas;

 Exposição pessoal ou de grupos homogêneos;  Informações mais acessíveis (produtos,

registros);

(39)

Campos relacionados

 Epidemiologia nutricional

 Dieta como fonte de saúde e de doença;  Dificuldade na obtenção de informação

precisa e acurada;

 Métodos de medida de consumo de

alimentos;

(40)

Campos relacionados

 Epidemiologia das doenças infecciosas  Disseminação de infecções e doenças

relacionadas em populações;

 Instrumentos epidemiológicos e conceitos

similares;

 Caso pode ser um fator de risco;

 Necessidade de medidas urgentes em casos

(41)

Campos relacionados

 Toxicologia

 Ciência dos venenos;

 Baterias de testes têm sido desenvolvidas;

 Estudos de curta duração para avaliar toxicidade

aguda;

 Períodos mais longos usados para estudo de

toxicidade crônica;

 Estudos patológicos na determinação de causas

(42)

Campos relacionados

 Toxicologia:

 Desenvolvimento de modelos animais;  Ciência mais experimental do que a

epidemiologia (observacional);

 Toxicologia: causalidade

 Epidemiologia: associação → capaz de

estudar seres humanos no mundo real → aplicabilidade imediata na Saúde Pública.

(43)

Campos relacionados

 Avaliação de risco: epidemiologia e

toxicologia são complementares.

 Avaliação de perigo: estabelecer que uma

substância ou fator podem causar dano á saúde;

 Avaliação de dose-resposta: estabelecimento do

nível de exposição (epidemiologia) ou á dose (toxicologia);

 Avaliação da exposição: distribuição da

população;

 Caracterização do risco: avaliação quantitativa

(44)

Campos relacionados

 Avaliação de risco:

 Avaliação da exposição: distribuição da

população;

 Caracterização do risco: avaliação quantitativa

(45)

Diferenças entre toxicologia e

epidemiologia

Toxicologia Epidemiologia

Experimental Observacional Animais/tecidos/humanos Humanos Unidade de poucos sujeitos População Mecanismos Caixa-preta Causação Associação

Altas exposições Baixas exposições

Exposições definidas Exposições a serem definidas Teste de perigo antes da introdução do

produto

Estimativa de risco na população

Problemas:

Extrapolação Confusão/viés/avaliação da exposição/extrapolação a partir de doses baixas.

Em comum

(46)

Princípios da saúde ambiental

e da epidemiologia

 Princípios básicos da saúde ambiental.

 Exposição representa o contato entre o risco

e o corpo humano.

 Necessidade de entendimento das fontes,

meios de transmissão e rotas de exposição.

 Curso físico de uma substância: trajetória de

exposição.

 Rota de exposição: meio de entrada da

(47)

Princípios da saúde ambiental

e da epidemiologia

 Rotas de exposição: inalação, ingestão,

contato com os olhos ou com a pela, pela placenta, contato sanguíneo.

 Quantidade de risco: dose  Conceito de órgão-alvo

 Variação genética influi na suscetibilidade.  Estimativa da exposição vem de dados

(48)

Princípios da saúde ambiental

e da epidemiologia

 Exposição é usada para se estimar a dose.  Dose é usada para se estimar a dose

(49)

Agentes de meios

 Agentes: químicos, biológicos e físicos;  Meio: água, ar, solo, alimento;

 Rotas de entrada: inalação, ingestão,

(50)

Princípios da saúde ambiental

e da epidemiologia

 Efeito:

 Descrição genérica de qualquer mudança no

status de saúde ou função corporal.

 Largo espectro: desde incômodo até a

manifestação de um agravo e morte.

 Efeitos adversos precoces: indicadores

biológicos ou biomarcadores para efeitos genotóxicos, imunotoxicidade e dano

(51)

Da exposição ao efeito à

saúde

SUSCETIBILIDADE Fatores genéticos EXPOSIÇÃO Modificadores De efeito: Dieta Hábitos Medicação Estado de saúde Co-exposição DOSE INTERNA

DOSE BIOLOGICAMENTE EFETIVA

EFEITOS BIOLÓGICOS PRECOCES

FUNÇÃO E ESTRUTURA ALTERADAS

(52)

Princípios da saúde ambiental

e da epidemiologia

 Efeitos locais: local de contato com o risco.

 Exemplos: inalação de gás cloro → danos aos

tecidos do trato respiratório; irritação dos olhos pelo contato com ozônio.

 Efeitos também podem ocorrer em locais

distintos do ponto de entrada → efeito sistêmico.

(53)

Princípios da saúde ambiental

e da epidemiologia

 Classificação dos efeitos de acordo com a

velocidade.

 Efeitos agudos  Efeitos crônicos.

 Efeitos podem ser temporários ou

permanentes.

 Efeitos à saúde podem ter uma longa

latência: Leucemia  exposição à bomba de Hiroshima  5 a 10 anos

(54)

Princípios da saúde ambiental

e da epidemiologia

 Associação entre exposições ambientais e

efeitos á saúde pode ser complexa, pois um único fator pode causar múltiplos efeitos.

(55)

Relação entre exposição e

efeito

 Distinção entre dose-efeito e dose-resposta.  Dose-efeito: relação entre a dose e o tipo ou

gravidade do efeito em um indivíduo.

 Exemplo: Efeitos de diferentes

concentrações de chumbo em crianças e adultos.

(56)

 Caracterização do efeito somente em um

indivíduo não é suficiente.

 Exposição-resposta: refere-se à população e

descreve a probabilidade de um efeito de acordo com a exposição

 Principal foco da investigação

(57)

 Curva dose-resposta: como o risco de efeito

à saúde se eleva com o aumento da dose.

 Forma da curva pode indicar a existência de

um limiar: efeitos adversos não ocorrem até uma determinada dose.

 A relação dose-resposta pode ser modificada

por fatores: idade, sexo ou por outras exposições.

(58)
(59)

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