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Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num

Parque Eólico

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

Carla Solange Baptista Veloso e Silva

Prof.ª Dr.ª Cristina Madureira dos Reis

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num

Parque Eólico

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

Carla Solange Baptista Veloso e Silva

Prof.ª Dr.ª Cristina Madureira dos Reis

Composição do Júri:

Maria Fernanda da Silva Rodrigues

Cristina Madureira dos Reis

Nuno Miguel Cordeiro Cristelo

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Declaração do Autor

Esta dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Civil, como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil é depositada da Biblioteca da Universidade e disponibilizando aos mutuários sobre as regras da Biblioteca.

Breves citações desta dissertação são permitidas, sem autorização especial, desde que o reconhecimento preciso da fonte seja feito. Os pedidos de autorização para longas citações de um ou reprodução deste manuscrito no todo ou em parte, poderá ser concedida pelo detentor dos direitos de autor.

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Dedicada aos meus pais, irmãos e amigos

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

AGRADECIMENTOS

Este espaço é dedicado a todos aqueles que de algum modo contribuíram para que esta dissertação fosse realizada.

A todos eles deixo aqui o meu mais sincero agradecimento.

Em primeiro lugar, agradeço à Professora Drª Cristina Madureira dos Reis, minha orientadora, por toda a disponibilidade, pela amizade, pelo imprescindível e valioso apoio prestado em todas as fases de execução desta dissertação, a minha sincera gratidão e um profundo reconhecimento.

A toda a minha família, pelo amor, carinho e compreensão e pelos mais variados incentivos nas várias fases que a minha vida se tem apresentado. E também por me terem proporcionado todas as condições necessárias para a minha formação académica.

Por último e não menos importante, agradecer a todos os meus amigos sem exceção, que se cruzaram comigo nestas fases importantes da minha vida. Pelo apoio, companhia, amizade demonstrada durante estes anos e por todos os momentos vividos, que permanecem intemporais e melhoram continuamente o ser que somos.

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

RESUMO

A dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil, foi realizada no Departamento de Engenharias, da Escola de Ciências de Tecnologias (ECT), da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Esta dissertação tem por finalidade realçar a importância do trabalho de Coordenação de Segurança e Ambiente durante a construção de um parque eólico. O Decreto – Lei nº 273/2003 de 29 de Outubro procede à revisão da regulamentação das condições de segurança e saúde no trabalho em estaleiros temporários ou móveis, constante no Decreto – Lei 155/95, de 1 de Julho, mantendo as prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho estabelecidas pela diretiva nº 92/57 CEE, do Conselho, de 24 de Junho. A fim de se evitarem e minorarem os acidentes de trabalho graves e mortais em estaleiros temporários ou móveis, provocados essencialmente por falta de condições de segurança no trabalho, tornou-se imperioso legislar e regulamentar de forma a reduzir os riscos profissionais nos sectores com maior sinistralidade laboral, daí a aprovação e promulgação deste diploma legal.

Pretende-se com esta dissertação, evidenciar as especificidades do coordenador de segurança e ambiente na construção de um parque eólico e as suas fases, papel decisivo na prevenção e redução dos acidentes de trabalho, de forma a ser dignificado o trabalhador e o meio ambiente.

Palavras-chave

Coordenação de Segurança em Obra, Segurança, Análise de riscos,

Procedimentos Específicos de Segurança, Parques eólicos.

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

ABSTRACT

The thesis presented for the degree of Master of Civil Engineering, was held at the Department of Engineering of the School of Science Technology (ECT) of the University of Tras-os-Montes and Alto Douro (UTAD).

This thesis aims to highlight the importance of a Coordinator of Safety and Environmental during the construction of a wind farm. The Decree - Law no. 273/2003 of 29 October revises the regulations on safety and health at work in temporary or mobile construction sites, contained in Decree - Law 155/95 of 1 July, maintaining the minimum safety and health at work laid down by Council Directive 92/57 EEC of 24 June. In order to avoid and mitigate serious and fatal work accidents in temporary or mobile construction sites, mainly due to a lack of safety at work, it has become imperative to legislate and regulate in order to reduce occupational risks in the sectors with the highest accident rate employment, hence the approval and promulgation of this legal diploma.

This thesis intends to highlight the specificities of the safety and environmental coordinator in the construction of a wind farm and its phases, a decisive role in the prevention and reduction of accidents at work, in order to be dignified the worker and the environment.

Keywords

Coordination of Safety in Construction, Safety, Risk Analysis, Specific Safety

Procedures, Wind Parks.

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ... I

RESUMO ...III

ABSTRACT ... V

ÍNDICE GERAL ... VII

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES ... XI

ÍNDICE DE TABELAS ... XIII

ÍNDICE DE ESQUEMAS ... XV

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E/OU DESIGNAÇÕES ... XVII

1 INTRODUÇÃO... 3

1.1 Considerações gerais ... 3

1.2 Objetivos ... 3

1.3 Estrutura da dissertação ... 3

2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ... 7

2.1 Segurança e Saúde no Trabalho ... 7

2.2 Gestão Ambiental... 9

3 CARACTERIZAÇÃO DA COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA ...13

3.1 Coordenação de Segurança em Projeto (CSP) ...15

3.2 Coordenador de Segurança em Obra (CSO) ...17

4 CARATERIZAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE ...23

4.1 Estrutura do Plano de Segurança e Saúde ...23

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

4.2.1 Lista de Trabalhos com Risco Especial ...27

4.3 Metodologia para Identificação dos Perigos e Avaliação dos Riscos...29

4.3.1 Estimativa e Avaliação do Risco ...31

4.3.2 Plano de Ações e Monitorização do Risco ...33

4.3.3 Tratamento e monitorização do Risco...34

5 CASO PRÁTICO ...39

5.1 Características do Projeto ...39

5.2 Documentos constituintes da empreitada ...40

5.3 Entidades executantes ...40

5.4 Fases da Obra ...40

5.4.1 Montagem de Estaleiro ...40

5.4.2 Remoção de Vegetação ...43

5.4.3 Escavação e movimentação de terras ...47

5.4.4 Escavação com recurso a explosivos ...53

5.4.5 Abertura e Tapamento de Valas ...63

5.4.6 Execução de Rede de águas pluviais ...73

5.4.7 Colocação do Anel de fundação dos AG’s ...77

5.4.8 Armação de ferro das Fundações dos AG’s...79

5.4.9 Betonagem das fundações dos AG’s ...84

5.4.10 Estruturas da Subestação ...87

5.4.11 Acabamentos e Infraestruturas de Subestação ... 100

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

5.4.13 Instalação das seções da torre eólica ... 118

5.4.14 Execução de Rede de águas pluviais ... 120

5.4.15 Instalação das seções da torre eólica ... 122

5.4.16 Montagem da Nacele ... 124

5.4.17 Montagem das pás ... 126

5.5 Organização Documental para Execução ... 129

5.5.1 Documentos Produzidos ... 129

5.5.2 Organização do Plano de Segurança e Saúde ... 129

5.5.3 Procedimentos Específicos de Segurança ... 131

5.6 Gestão da Coordenação de Segurança ... 134

6 MONITORIZAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA CSO ... 137

6.1 Monitorização Mensal ... 137

6.2 Ações de Inspeção/Prevenção ... 137

6.3 Auditorias Internas ... 138

6.4 Auditorias Internas ... 139

6.5 Registo de Não Conformidades ... 139

6.6 Reuniões de CSO ... 140 7 COMPILAÇÃO TÉCNICA ... 143 8 CONCLUSÕES... 147 8.1 Conclusões gerais ... 147 8.2 Trabalhos futuros ... 148 9 BIBLIOGRAFIA ... 151

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 – Implantação do PE Alto do Marco……….…39

Ilustração 2 – Preparação do terreno………41

Ilustração 3 – Execução da Vedação………..…..42

Ilustração 4 – Descarga de Material……….…….42

Ilustração 5 – Trabalhos preparatórios……….…43

Ilustração 6 – Abate de árvores………..…..….45

Ilustração 7 – Arranque de árvores………...…47

Ilustração 8 – Implantação topográfica………..……...48

Ilustração 9 – Decapagem……….……...49

Ilustração 10 – Escavação………....50

Ilustração 11 – Aterro e compactação ………...51

Ilustração 12 – Saneamento de taludes……….….……..52

Ilustração 13 – Transporte de terras……….…………53

Ilustração 14 – Furação para aplicação de explosivos……….…….….……..54

Ilustração 15 – Transporte de explosivos……….….55

Ilustração 16 – Exemplos de explosivos………..…56

Ilustração 17 – Instalação de explosivos……….……..58

Ilustração 18 – Aplicação de explosivos………..…….….62

Ilustração 19 – Implantação topográfica do traçado da vala………....63

Ilustração 20 – Abertura da vala de cabos……….……..65

Ilustração 21 – Perfis tipo da vala de cabos em travessias……….…66

Ilustração 22 – Passagem de cabos………...69

Ilustração 23 – Rede de terras fundação ………..…..…71

Ilustração 24 – Perfil tipo de vala de cabos ………..…...71

Ilustração 25 – Aterro e colocação de sinalização ………..……….72

Ilustração 26 – Aterro e colocação de marcos de sinalização ………..…..73

Ilustração 27 – Colocação de PH ……….…….……76

Ilustração 28 – Arranjo final PH e enquadramento paisagístico ……….……76

Ilustração 29 – Instalação do Anel de fundação ………....78

Ilustração 30 – Descarga do ferro de armação ……….………..…80

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Ilustração 32– Ligação do ferro à rede de terras ………..…….……..83

Ilustração 33– Colocação de cofragem ………..………..….84

Ilustração 34– Preparação do fundo da fundação ……….85

Ilustração 35– Betonagem da fundação ………..….…87

Ilustração 36– Acabamentos da betonagem ………..……..87

Ilustração 37– Montagem de andaimes certificados ………..………….…89

Ilustração 38– Colocação de armadura no edifício ………..….…..91

Ilustração 39– Colocação de cofragem e escoramento no edifício ……….……….94

Ilustração 40– Betonagem no edifício ……….……..……….…..96

Ilustração 41– Retirada de cofragem ……….…….…….….99

Ilustração 42– Impermeabilização de elementos de fundação ……….……….…99

Ilustração 43 – Aterro e regularização de elementos de betão ………..…100

Ilustração 44– Alvenarias ……….….…103

Ilustração 45– Infraestruturas no edifício……….………….…104

Ilustração 46– Revestimentos no edifício……….………....105

Ilustração 47– Montagem de quadros e transformador……….………….112

Ilustração 48– Instalações elétricas……….……….…….113

Ilustração 49– Equipamentos de bloqueio………..………..…115

Ilustração 50– Instalação das secções da torre do AG……….…..119

Ilustração 51– Montagem da Nacele do AG……….……….126

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Princípios Gerais da Segurança (Artigo 5º da lei nº 3/2014 Lei 3/2014 – Regime Jurídico da promoção da segurança no Trabalho)……….………09

Tabela 2 - Anexo II e III e nº 2 do artigo 11.º do DL 273/2003 de 29 de Outubro………...24,25 Tabela 3 – Lista de trabalhos perigosos……….……….27,28,29 Tabela 4 – Procedimentos de Trabalhos com risco especial……….…….29

Tabela 5 – Estimativa da Probabilidade ………..…32 Tabela 6 – Nível de Severidade ………..32,33 Tabela 7 – Determinação do Nível do Risco……….….33 Tabela 8 – Tratamento do Risco em função do resultado da apreciação…………..….34,35 Tabela 9 – Lista de Documentos elaborados/ fase projeto e obra……….………39 Tabela 10 – Documentos produzidos ……….………..129 Tabela 11 – Procedimentos Específicos de Segurança Elaborados ……….……..131 Tabela 12– Fichas de Procedimento de Segurança Desenvolvidas …………..…..…132,133

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ÍNDICE DE ESQUEMAS

Esquema 1 – Organigrama da nomeação Coordenador de Segurança em Projeto……….…17

Esquema 2 – Organigrama da nomeação de Coordenador de Segurança em Obra……….…………...19 Esquema 3 – Esquema de Avaliação de Riscos………..…….134

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E/OU DESIGNAÇÕES

ACT – Autoridade para as condições de trabalho;

EPI – Equipamento de proteção individual;

PSS – Plano de Segurança e Saúde;

PGA – Plano de Gestão Ambiental;

PES – Procedimento Específico de Segurança;

ACR – Avaliação e Controlo de Riscos;

PPM – Plano de Prevenção e monitorização;

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

Capítulo 1

Introdução

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações gerais

Perante as atividades profissionais, que os trabalhadores se encontram expostos, incluindo determinados fatores de risco que podem ter influência quer na saúde quer na integridade física a curto ou longo prazo, todas as entidades empresariais devem organizar as suas atividades de segurança e saúde no trabalho, com o objetivo de melhoria contínua da integração da segurança e saúde no versus produtividade e sistemas adequados de trabalho.

Esta dissertação vem no âmbito da inspeção dessas medidas no trabalho, nomeadamente o trabalho do Coordenados de segurança, que visa supervisionar, controlar e implementar medidas eficazes na gestão da segurança no trabalho.

1.2 Objetivos

O objetivo principal desta dissertação é identificar as principais situações que ocorrem na construção de um parque eólico, que podem levar a situações de risco, tendo como objetivo minimizá-las e controlá-las para que os trabalhos possam decorrer na sua normalidade e de forma segura.

Pretende-se ainda, de uma forma prática fornecer uma ferramenta de apoio para a gestão de coordenação de segurança em obra de um parque eólico, desde a sua fase de projeto, passando pela fase de construção até à Licença de Utilização.

1.3 Estrutura da dissertação

Esta dissertação encontra-se dividida em cinco partes.

Uma parte referente ao capítulo 1 onde se apresentam as considerações gerais e os principais objetivos desta dissertação.

Uma segunda parte de carater teórico, apresentando-se no capítulo 2 a legislação aplicável e em vigor na área da coordenação de segurança e segurança no trabalho.

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Uma terceira parte referente à caracterização da coordenação de segurança em projeto e obra constituída pelo capítulo 3 e outra se efetua a caracterização de um plano de segurança incluindo a avaliação de riscos aplicável, referente no capítulo 4.

Uma quarta parte de carácter mais prático, aplicável ao capítulo 5, apresenta-se um caso prático de construção de um parque eólico, reportando a todas as fazes de obra aplicáveis.

Uma quinta parte, referente a etapas de monitorização da coordenação de segurança em obra, onde se insere o capítulo 6 e no capítulo 7 a descrição da importância de uma compilação técnica bem elaborada.

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Capítulo 2

Legislação Nacional Aplicável

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2 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Neste capítulo, vai se proceder a uma apresentação da legislação nacional aplicável, sobre segurança no trabalho, por forma a enquadrar e caracterizar os fatores a ter em conta, para o desenvolvimento de métodos eficazes de prevenção neste tipo de atividade.

2.1 Segurança e Saúde no Trabalho

A Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas que têm como fim garantir boas condições de trabalho, de modo a que os trabalhadores se mantenham com elevados níveis de saúde, tanto a nível físico como a nível psicossociológico.

A Segurança no Trabalho integra um conjunto de metodologias adequadas à prevenção de todas as situações geradoras de efeitos indesejados para o trabalho tendo como principal campo de aplicação o reconhecimento e o controlo dos riscos associados ao local de trabalho e ao processo produtivo (materiais, equipamentos e modos operatórios).

A Saúde no Trabalho tem por finalidade a promoção global da saúde dos trabalhadores, a adaptação à função e a prevenção de doenças profissionais, procurando conciliar o máximo de rendimento com o mínimo desgaste biológico.

A Prevenção é a ação de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de disposições e medidas, que devem ser tomadas, em todas as fases de atividades na obra.

Em 1989 foi publicada pela Comissão Europeia a Diretiva 89/391/CEE, de 12 de Junho - designada por Diretiva Quadro, a qual teve por objeto a execução de medidas destinadas a promover no espaço europeu a melhoria da segurança e saúde dos trabalhadores, alterada pelo Regulamento (CE) n.º 1882/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de setembro, pela Diretiva n.º 2007/30/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de junho, e pelo Regulamento (CE) n.º 1137/2008, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro.

Esta diretiva foi transposta para o direito interno português através do Decreto-Lei n.º 441/91. de 14 de Novembro. Atualmente foi revogado e incorporado na Lei nº 102/2009, de 12 de Maio, que regulamenta o regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e da saúde no trabalho, de acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho.

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Esta lei define as normas gerais de prevenção, as obrigações dos empregadores, a proteção de grupo específicos de trabalhadores (como as grávidas), e as modalidades de organização de segurança no trabalho. A 28 de janeiro de 2014, foi publicada a Lei nº 3/2014, que se encontra em vigor desde o passado dia 27 de fevereiro de 2014, que veio proceder à segunda alteração do regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, aprovado pela Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro cuja primeira alteração foi introduzida pela Lei nº 42/2012 de 28 de agosto.

Nela se incluíram princípios gerais de prevenção que se apresentam na tabela 1 -atribuídos às entidades empregadoras, podendo ser consultado no quadro 1, relativos à prevenção dos riscos profissionais e à proteção da segurança e da saúde, à eliminação dos fatores de risco e de acidente, à informação, à consulta, à participação, de acordo com as legislações e/ou práticas nacionais, à formação dos trabalhadores e seus representantes, assim como, linhas mestras a observar com vista à sua aplicação no terreno.

1 Evitar os Riscos

2 Planificar a prevenção como um sistema coerente que integre a evolução técnica, a organização do trabalho, as condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos fatores ambientais; 3 Identificação dos riscos previsíveis em todas as atividades da empresa, estabelecimento ou serviço,

na conceção ou construção de instalações, de locais e processos de trabalho, assim como na seleção de equipamentos, substâncias e produtos, com vista à eliminação dos mesmos ou, quando esta seja inviável, à redução dos seus efeitos;

4 Integração da avaliação dos riscos para a segurança e a saúde do trabalhador no conjunto das atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar as medidas adequadas de proteção;

5 Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de proteção;

6 Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos fatores de risco psicossociais não constituem risco para a segurança e saúde do trabalhador;

7 Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de trabalho, à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a, nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos psicossociais;

8 Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem como a novas formas de organização do trabalho;

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9 Substituição do que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;

10 Priorização das medidas de proteção coletiva em relação às medidas de proteção individual; 11 Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo

trabalhador.

Tabela 1: Princípios Gerais da Segurança (Artigo 5º da lei nº 3/2014 Lei 3/2014 – Regime Jurídico da promoção da segurança no Trabalho)

A transposição da Diretiva Europeia 92/57/CEE “Diretiva Estaleiros” foi efetuada em Portugal através do Decreto-lei n. 155/95, de 1 de Julho de 1995. Com a necessidade de clarificar e aprofundar determinados aspetos previstos nesse diploma, procedeu-se à sua revisão, com o Decreto-lei 273/2003, de 29 de Outubro, que veio revogar o anterior. Este Diploma teve em conta as características específicas do sector da construção, adotando uma abordagem global da segurança e saúde nos estaleiros que contempla todo o projeto de construção e responsabiliza a totalidade dos intervenientes. A abordagem do Diploma centra-se no conceito de Coordenação de Segurança e Saúde, que deve ser garantida tanto na fase de conceção como na fase de construção. Este Diploma defende igualmente que a segurança em obra é uma responsabilidade de todos.

2.2 Gestão Ambiental

A atividade da Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes para o desenvolvimento e sustentabilidade económica e social. Por outro lado, comporta-se como grande produtora de impactes ambientais negativos, seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela produção de resíduos.

A necessidade de identificação e avaliação dos aspetos ambientais associados às atividades desenvolvidas, tem como principal objetivo proceder a um controlo e gestão dos impactes produzidos. O Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro, estabelece o regime jurídico da avaliação de impacte ambiental dos projetos públicos e privados suscetíveis de produzirem efeitos significativos no ambiente, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2011/92/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de dezembro de 2011, relativa à avaliação dos efeitos de determinados projetos públicos e privados no ambiente. Retificado pela Declaração de Retificação n.º 2/2006, de 6 de Janeiro. Alterado pelo Decreto-Lei n.º 47/2014, de 24 de março, e pelo Decreto-Lei n.º 179/2015 de 27 de agosto. Pode ser consultado no Anexo 1 a legislação aplicável em termos de Gestão Ambiental.

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Capítulo 3

Caracterização da Coordenação de Segurança

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3 CARACTERIZAÇÃO DA COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA

O Decreto-Lei nº273/2003, de 29 de Outubro, sobre as regras gerais de planeamento, organização e coordenação para promover a segurança e saúde no trabalho em estaleiros da construção, obriga à existência de sistemas de coordenação de segurança e saúde durante a elaboração do projeto e a execução da obra.

A coordenação em matéria de segurança e saúde, desde a elaboração do projeto da obra, deve desempenhar uma função essencial na minimização ou controlo dos riscos a que os trabalhadores podem estar sujeitos durante a execução da obra. Nesse sentido, para que a função da coordenação seja eficaz, é necessário que quem a exerce esteja habilitado com conhecimentos científicos, tecnológicos e experiência prática adequados, pois só assim será possível garantir uma maior e sólida prevenção dos riscos profissionais. A dimensão, complexidade e a própria natureza das obras são determinantes de diferentes condições de trabalho com consequências diversas no que respeita à ocorrência de riscos, frequentemente muito graves, para a segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. Por isso, o exercício das atividades de coordenação em matéria de segurança e saúde no trabalho, quer durante a elaboração do projeto, quer durante a execução da obra, implica níveis de exigência diferentes no que diz respeito às competências requeridas, em função da dimensão, complexidade e natureza dos empreendimentos que são objeto da coordenação. De acordo com o Artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 273/2003, de 29 o Dono de obra deve nomear um coordenador de Segurança, no caso de a obra apresentar as especificidades indicadas no respetivo artigo. Dentro do mesmo artigo, no nº 3, a legislação obriga a que o exercício da atividade de coordenação de segurança deve ser exercida por pessoa qualificada, nos termos previstos de legislação especial.

De acordo com a legislação aplicável, artigo 19.º do decreto-lei nº 273/2003, os coordenados de projeto e o coordenador de obra têm uma serie de obrigações. Os Coordenadores de segurança, têm grande responsabilidade no aconselhamento e apoio técnico ao Dono de

Obra e na coordenação dos diversos intervenientes em obra e nas várias fases e desenvolvimentos da obra.

Os coordenadores de segurança e saúde em obra, desempenham um papel fundamental de aconselhamento e apoio técnico aos processos de decisão do dono de obra e de dinamização da ação dos diversos intervenientes no que refere à observância dos princípios gerais da prevenção nas fases de elaboração de projeto, de contratualização das empreitadas, de

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execução dos trabalhos da construção e, até, quanto à consideração das intervenções subsequentes à conclusão da edificação.

Cabe ao dono de obra, de acordo com o Art.º nº 9 do Decreto-Lei 273/2003 a obrigatoriedade da nomeação de um coordenador de segurança em fase de projeto e um coordenador de segurança em fase de obra, esta nomeação está relacionada com, a existência de projeto, a possível configuração de riscos especiais enumerados no Artº nº7 do Decreto-Lei 273/2003, a pluralidade de intervenientes, tanto na fase de projeto, como na fase de obra.

“1 — O dono da obra deve nomear um coordenador de segurança em projeto:

a) Se o projeto da obra for elaborado por mais de um sujeito, desde que as suas opções arquitetónicas e escolhas técnicas impliquem complexidade técnica para a integração dos princípios gerais de prevenção de riscos profissionais ou os trabalhos a executar envolvam riscos especiais previstos no artigo 7.º;

b) Se for prevista a intervenção na execução da obra de duas ou mais empresas, incluindo a entidade

executante e subempreiteiros.

2 — O dono da obra deve nomear um coordenador de segurança em obra se nela intervierem duas ou mais empresas, incluindo a entidade executante e subempreiteiros.

3 — A atividade de coordenação de segurança, em projeto ou em obra, deve ser exercida por pessoa qualificada, nos termos previstos em legislação especial, e ser objeto de declaração escrita do dono da obra, acompanhada de declaração de aceitação subscrita pelo coordenador ou coordenadores, com os seguintes elementos:

a) A identificação da obra, do coordenador de segurança em projeto e ou do coordenador de segurança em obra;

b) Se a coordenação couber a uma pessoa coletiva, deve ser identificado quem assegura o exercício

da mesma;

c) O objetivo da coordenação e as funções de cada um dos coordenadores; d) Os recursos a afetar ao exercício da coordenação;

e) A referência à obrigatoriedade de todos os intervenientes cooperarem com os coordenadores durante a elaboração do projeto e a execução da obra.

4 — A coordenação de segurança em projeto e em obra pode ser objeto de uma declaração conjunta ou de declarações separadas.

5 — A declaração ou declarações referidas nos números anteriores devem ser comunicadas aos membros da equipa de projeto, ao fiscal da obra e à entidade executante, que as deve transmitir a subempreiteiros e a trabalhadores independentes, bem como afixá-las no estaleiro em local bem visível.

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6 — O coordenador de segurança em obra não pode intervir na execução da obra como entidade executante, subempreiteiro, trabalhador independente na aceção do presente diploma ou trabalhador por conta de outrem, com exceção, neste último caso, da possibilidade de cumular com a função de fiscal da obra.”

“Art.º nº 9 do Decreto-Lei 273/2003”

3.1 Coordenação de Segurança em Projeto (CSP)

O A necessidade de assegurar o desenvolvimento das atividades do projeto em matéria de segurança, o Dono de Obra, de acordo com o DL 273/2003 de 29 de Outubro, Art.º 6, designa um coordenador de segurança de projeto (CSP), que poderá ser um autor de um dos projetos, ou técnico que integre a equipa de projeto com a qualificação profissional exigida a um dos autores, a quem compete garantir a adequada articulação da equipa de projeto em função das características da obra, assegurando a participação dos técnicos autores, a compatibilidade entre os diversos projetos e as condições necessárias para o cumprimento das disposições legais e regulamentares aplicáveis a cada especialidade e a respeitar por cada autor de projeto. Devem ser identificados todos riscos do trabalho a executar e as medidas preventivas a adotar tendo em conta o seguinte:

1) Tipos de trabalho a executar;

2) A gestão da segurança e saúde no estaleiro;

3) As metodologias relativas aos processos construtivos, bem como os materiais e produtos definidos no projeto e caderno de encargos;

4) As respetivas fases de obra e planeamento dos trabalhos; 5) Riscos especiais para a segurança e saúde dos trabalhadores;

6) Aspetos a observar na gestão e organização do estaleiro de acordo com o Anexo I do DL 273/2003 de 29 de Outubro.

Apenas deve ser nomeado um coordenador de segurança em projeto se for verificado o definido no DL 273/2003 de 29 de Outubro, Secção II, Art.º 9, nº 1, nomeadamente:

a) Se o projeto da Obra for elaborado por mais de um sujeito, desde que as suas opções arquitetónicas e escolhas técnicas impliquem complexidade técnica para a integração dos princípios gerais de prevenção de riscos profissionais ou os trabalhos a executar envolvam riscos especiais previstos no artigo nº 7;

b) Se for prevista a intervenção na execução da obra de duas ou mais empresas, incluindo a entidade executante e subempreiteiros.

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

Após conhecer todas as atividades a laborar no projeto e as suas intersecções, descrevem-se as atividades e frentes de trabalho, de acordo com o planeamento e tipologia de trabalho. Será então elaborado o PSS com a caracterização técnica das atividades e respetiva metodologia a aplicar tendo em conta as respetivas avaliações de riscos.

Podemos também observar os deveres do coordenador de projeto de acordo com a Lei 31/2009, Art.9 º, nomeadamente:

Deveres do coordenador de projeto

“1 – Compete ao coordenador do projeto, com autonomia técnica, e sem prejuízo das demais obrigações que assuma perante o dono da obra, bem como das competências próprias de coordenação e da autonomia técnica de cada um dos autores de projeto:

a) Representar a equipa de projeto, da qual faz parte integrante, durante as fases de projeto perante o dono da obra, o diretor de fiscalização de obra e quaisquer outras entidades;

b) Verificar a qualificação profissional de cada um dos elementos da equipa, conforme previsto na presente lei;

c) Assegurar a adequada articulação da equipa de projeto em função das características da obra, garantindo, com os restantes membros da equipa, a funcionalidade e a exequibilidade técnica das soluções a adotar, dentro dos condicionamentos e dos interesses expressos no programa do dono da obra;

d) Assegurar a compatibilidade entre as peças desenhadas e escritas necessárias à caracterização da obra, de modo a garantir a sua integridade e a sua coerência;

e) Atuar junto do dono da obra, em colaboração com os autores de projeto, no sentido de promover o esclarecimento do relevo das opções de conceção ou de construção no custo ou eficiência da obra, sempre que aquele o solicite ou tal se justifique;

f) Assegurar a compatibilização com o coordenador em matéria de segurança e saúde, durante a elaboração do projeto, visando a aplicação dos princípios gerais de segurança em cumprimento da legislação em vigor;

g) Verificar, na coordenação da elaboração dos projetos, o respeito pelas normas legais e regulamentares aplicáveis, nomeadamente as constantes de instrumentos de gestão territorial, sem prejuízo dos deveres próprios de cada autor de projeto;

h) Instruir o processo relativo à constituição da equipa de projeto, o qual inclui a identificação completa de todos os seus elementos, cópia dos contratos celebrados para a elaboração de projeto, cópia dos termos de responsabilidade pela sua elaboração e cópia dos comprovativos da contratação de seguro de responsabilidade civil nos termos do artigo 24.º;

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i) Disponibilizar todas as peças do projeto e o processo relativo à constituição de equipa de projeto ao dono da obra, aos autores de projeto e, quando solicitado, aos intervenientes na execução de obra e entidades com competência de fiscalização;

j) Comunicar, no prazo de cinco dias úteis, ao dono da obra, aos autores de projeto e, quando aplicável, à entidade perante a qual tenha decorrido procedimento de licenciamento, de autorização administrativa ou de comunicação prévia, a cessação de funções enquanto coordenador de projeto, para os efeitos e procedimentos previstos no RJUE e no Código dos Contratos Públicos, sem prejuízo dos deveres que incumbam a outras entidades, nomeadamente no caso de impossibilidade;

k) Cumprir os demais deveres de que seja incumbido por lei.

2 - Nos casos previstos na alínea j) do número anterior, o coordenador do projeto fica obrigado a prestar assistência técnica à obra, quando a sua execução possa contratual ou legalmente prosseguir, até à sua substituição junto da entidade acima indicada, até ao limite máximo de 60 dias, contados da comunicação prevista na alínea anterior.” (Lei 31/2009, Art.9 º) No esquema 1 apresenta-se um organigrama sobre a nomeação do Coordenador de Segurança e saúde em Projeto.

3.2 Coordenador de Segurança em Obra (CSO)

Este Deverá também ser designado pelo dono de obra um coordenador de segurança em obra (CSO) se nela intervierem duas ou mais empresa, incluindo a entidade executante e subempreiteiros, de acordo com o DL 273/2003 de 29 de Outubro, Secção II, Art.º 9, nº 2.

DONO DE OBRA Coordenador de Segurança

em projeto Projeto elaborado por mais de um

sujeito + trabalhos com riscos especiais ( Art.º 9)

Previsão de execução da obra por mais de uma

empresa

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A coordenação de segurança em obra, doravante CSO, deve acompanhar as atividades da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes, no âmbito do acompanhamento do conjunto das atividades de segurança, higiene e saúde desenvolvidas.

O desempenho da coordenação de segurança depende tanto mais quanto a qualificação que que os coordenadores tenham para a respetiva função. Aguarda-se a criação de uma regulamentação de coordenação de segurança que será completada por um quadro legal promotor da qualificação dos coordenadores que tenham em consideração as exigências da função e a respetiva acreditação para a qual serão determinantes a formação profissional específica, a experiência profissional e as habilitações académicas.

Funções desempenhadas pelo Coordenador de Segurança em Fase de Obra:

• Apoiar o dono da obra na elaboração e atualização da comunicação prévia; • Apreciar o desenvolvimento e as alterações do plano de segurança e saúde para a execução da obra e, sendo caso disso, propor à entidade executante as alterações adequadas com vista à sua validação técnica;

• Analisar a adequabilidade das fichas de procedimentos de segurança e, sendo caso disso, propor à entidade executante as alterações adequadas;

• Verificar a coordenação das atividades das empresas e dos trabalhadores independentes que intervêm no estaleiro, tendo em vista a prevenção dos riscos profissionais;

• Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde, bem como das outras obrigações da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores

independentes, nomeadamente no que se refere à organização do estaleiro, ao sistema de emergência, às condicionantes existentes no estaleiro e na área envolvente, aos trabalhos que envolvam riscos especiais, aos processos construtivos especiais, às atividades que possam ser incompatíveis no tempo ou no espaço e ao sistema de comunicação entre os intervenientes na obra;

• Coordenar o controlo da correta aplicação dos métodos de trabalho, na medida em que tenham influência na segurança e saúde no trabalho;

• Promover a divulgação recíproca entre todos os intervenientes no estaleiro de informações sobre riscos profissionais e a sua prevenção;

• Registar as atividades de coordenação em matéria de segurança e saúde no livro de obra, nos termos do regime jurídico aplicável ou, na sua falta, de acordo com um sistema de registos apropriado que deve ser estabelecido para a obra;

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

• Assegurar que a entidade executante tome as medidas necessárias para que o acesso ao estaleiro seja reservado a pessoas autorizadas;

• Informar regularmente o dono da obra sobre o resultado da avaliação da segurança e saúde existente no estaleiro;

• Informar o dono da obra sobre as responsabilidades deste âmbito do DL 273/2003; • Analisar as causas de acidentes graves que ocorram no estaleiro;

• Integrar na compilação técnica da obra, os elementos decorrentes da execução dos trabalhos que dela não constem.

No Esquema 2 apresenta-se um organigrama sobre a nomeação do Coordenador de Segurança e saúde em Obra.

DONO DE OBRA Coordenador de

Segurança em Obra Execução da obra por

mais de uma empresa

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

Capítulo 4

Caracterização de um Plano de Segurança e Saúde

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4 CARATERIZAÇÃO DE UM PLANO DE SEGURANÇA E SAÚDE

Ao abrigo do DL 273/2003 de 29 de Outubro, o Art.º 5, existe a obrigatoriedade de elaboração de um Plano de Segurança e Saúde, doravante PSS, em fase de projeto e posteriormente adaptação em fase de obra, que constitui um dos instrumentos fundamentais e necessários na planificação das atividades e organização da segurança no trabalho em estaleiros temporários e móveis. No entanto, de acordo com o nº 3 do DL 273/2003 de 29 de Outubro, o coordenador de segurança e o PSS não são obrigatórios em obras de menor complexidade em que os perigos e riscos são normalmente reduzidos, mas a existência de riscos especiais carece a apresentação de fichas de procedimentos de segurança pela entidade executante.

4.1 Estrutura do Plano de Segurança e Saúde

Posto a necessidade de elaboração de um PSS, onde o objetivo do Plano de Segurança e Saúde é responder ao exigido na legislação em vigor, de modo à empreitada ser devidamente planeada no campo da execução, mas também da segurança e saúde de todos os intervenientes, este será validado posteriormente tecnicamente pelo Coordenador de Segurança em Obra e pelo Dono de Obra, de acordo com o estabelecido no nº1, do artigo 12º, do Decreto-Lei n.º273/2003, de 29 de Outubro.

De acordo com o anexo II e III e nº 2 do artigo 11.º do DL 273/2003 de 29 de Outubro, o PSS deve apresentar a estrutura indicada na tabela 2.

Tabela 2 – Estrutura de PSS de acordo com o Anexo II e III e nº 2 do artigo 11.º do DL 273/2003 de 29 de Outubro

Anexo II Anexo III

Estrutura do Plano Elementos a juntar ao PSS para execução da obra

1- Avaliação e hierarquização dos riscos reportados ao processo construtivo, abordada operação a operação de acordo com o cronograma, com a previsão dos riscos correspondentes a cada uma por referência à sua origem, e das adequadas técnicas de prevenção que devem ser

1 — Peças de projeto com relevância para a prevenção de riscos profissionais.

2 — Pormenor e especificação relativos a trabalhos que apresentem riscos especiais.

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objeto de representação gráfica sempre que se afigure necessário.

2- Projeto do estaleiro e memória descritiva, contendo informações sobre sinalização, circulação, utilização e controlo dos equipamentos, movimentação de cargas, apoios à produção, redes técnicas, recolha e evacuação dos resíduos, armazenagem e controlo de acesso ao estaleiro.

3- Requisitos de segurança e saúde segundo os quais devem decorrer os trabalhos

4- Cronograma detalhado dos trabalhos.

5—Condicionantes à seleção de subempreiteiros, trabalhadores independentes, fornecedores de materiais e equipamentos de trabalho.

6—Diretrizes da entidade executante relativamente aos subempreiteiros e trabalhadores independentes com atividade no estaleiro em matéria de prevenção de riscos profissionais.

7 — Meios para assegurar a cooperação entre os vários intervenientes na obra, tendo presentes os requisitos de segurança e saúde estabelecidos.

8 — Sistema de gestão de informação e comunicação entre todos os intervenientes no estaleiro em matéria de prevenção de riscos profissionais.

9 — Sistemas de informação e de formação de todos os trabalhadores presentes no estaleiro, em matéria de prevenção de riscos profissionais.

10 — Procedimentos de emergência, incluindo medidas de socorro e evacuação.

11 — Sistema de comunicação da ocorrência de acidentes e incidentes no estaleiro.

3 — Organograma do estaleiro com definição de funções, tarefas e responsabilidades.

4 — Registo das atividades inerentes à prevenção de riscos profissionais, tais como fichas de controlo de equipamentos e instalações, modelos de relatórios de avaliação das condições de segurança no estaleiro, fichas de inquérito de acidentes de trabalho e notificação de subempreiteiros e de trabalhadores independentes.

5 — Registo das atividades de coordenação, de que constem:

a) As atividades do coordenador de segurança em obra no que respeita a:

i) Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde por parte da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes que intervêm no estaleiro;

ii) Coordenar as atividades da entidade executante, dos subempreiteiros e dos trabalhadores independentes, tendo em vista a prevenção dos riscos profissionais;

iii) Promover a divulgação recíproca entre todos os intervenientes no estaleiro de informações sobre riscos profissionais e a sua prevenção.

b) As atividades da entidade executante no que respeita a:

i) Promover e verificar o cumprimento do plano de segurança e saúde, bem como das obrigações dos empregadores e dos trabalhadores independentes;

ii) Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na qualidade de empregadores, as obrigações previstas no artigo 22º;

iii) Assegurar que os trabalhadores independentes cumpram as obrigações previstas no artigo 23º; iv) Reuniões entre os intervenientes no estaleiro sobre a

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12 — Sistema de transmissão de informação ao coordenador de segurança em obra para a elaboração da compilação técnica da obra.

13 — Instalações sociais para o pessoal empregado na obra, de acordo com as exigências legais, nomeadamente dormitórios, balneários, vestiários, instalações sanitárias e refeitórios.

prevenção de riscos profissionais, com indicação de datas, participantes e assuntos tratados.

c) As auditorias de avaliação de riscos profissionais efetuadas no estaleiro, com indicação das datas, de quem as efetuou, dos trabalhos sobre que incidiram, dos riscos identificados e das medidas de prevenção preconizadas.

Tabela 2- Anexo II e III e nº 2 do artigo 11.º do DL 273/2003 de 29 de Outubro

4.2 Caracterização de atividades

A identificação gestão dos riscos para uma determinada obra e as causas que estão na sua origem, constituem um marco fundamental para uma eficiente aplicação das regras de segurança e saúde. Porém, o processo de identificação dos perigos e gestão de riscos é mais do que isso, baseia-se na estimativa dos riscos que os perigos representam, na elaboração e aplicação, sempre que necessário, de medidas de proteção e/ou prevenção de riscos, de acordo com as realidades encontradas, assim como na verificação da sua eficácia.

Torna-se assim evidente conhecer o projeto e o processo construtivo das respetivas atividades e zonas de interação e interferência de acordo com o cronograma de trabalhos. A previsão e gestão dos riscos deve corresponder a cada operação, com referência à sua origem. São indicadas as adequadas técnicas de prevenção a implementar e sempre que necessário, serão alvo de uma representação esquemática/gráfica.

Para que o método de identificação, avaliação, controlo e monitorização seja eficiente e integrativo, deverá apresentar um conjunto de procedimentos/ documentos interativos e eficientes.

Na construção de um Parque eólico estão previstos vários trabalhos de especialidades diferentes, podendo envolver muitas vezes também a existência de várias entidades executantes, nomeadamente de construção civil, infraestruturas elétricas e instalação e conexão dos aerogeradores. Todas estas interfaces entre os vários intervenientes e as suas atividades, devem ser coordenados com especial atenção, podendo ser um ponto potencial para incidentes no caso de falta de coordenação e correta identificação das várias atividades.

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Apresenta-se de seguida os principais trabalhos na execução de Parque eólico, que consistem na sequência das etapas referidas, nomeadamente:

• Topografia;

• Montagem e Desmontagem de Estaleiro; • Desmatação;

• Movimentação de Terras; • Execução de Acessos;

• Aberturas de Fundações Aerogeradores; • Armação de ferro;

• Rede de terras;

• Estrutura de Betão Armado (Aerogeradores, Pisos, Muros, Lajes); • Rebocos interiores e exteriores;

• Rede de águas pluviais;

• Abertura de Valas de cabos e passagem de cabo; • Trabalhos de betão armado na Subestação; • Trabalhos de infraestruturas na Subestação; • Instalação Elétrica;

• Montagem de Aerogeradores; • Arranjos Exteriores;

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4.2.1 Lista de Trabalhos com Risco Especial

Conforme previsto no n.º 2 do artigo 6.º e no artigo 7º do Decreto-Lei n.º 273/03 de 29 de Outubro, sem prejuízo de outros que o Coordenador de Segurança em Projeto / Coordenador de Segurança da Obra venham a identificar, apresenta-se uma lista de trabalhos que envolvem riscos especiais para a segurança e saúde dos trabalhadores.

Para os trabalhos referidos e para todos os outros que se venha a identificar, atendendo aos processos construtivos e métodos de trabalho, serão identificadas medidas preventivas e de proteção adequadas que garantam a segurança e saúde dos trabalhadores. Tendo em conta a lista de trabalhos perigosos que se apresentam na tabela 3.

REGISTO NAO EXAUSTIVO DE TRABALHOS PERIGOSOS

N.º TRABALHOS RISCOS POTENCIAIS AVALIACÃO

B M A

1 Montagem do

estaleiro

Choque e atropelamento por veículos x

Quedas ao mesmo nível x

Esmagamento x Eletrocussão x Cortes x Queda em altura x Queda de objetos x Poeiras e ruído x

2 Demolições Esmagamento / entalamento x

Queda de elementos x

Queda / desequilíbrio de máquina x

Entalamento x

Atropelamento e colisões x

Poeiras e ruido x

Vibrações x

3 Fundações Desequilíbrio / queda do equipamento x

Rotura dos meios de suspensão e fixação x

Esmagamento / entalamento x

Queda ao mesmo nível x

Poeiras e ruido x

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4 Sinalização vertical Rotura dos meios de suspensão e/ou

fixação x

Esmagamento I entalamento x

Corte e perfuração x

Queda ao mesmo nível x

Dermatose x Ruido x 5 Pavimentos betuminosos Atropelamentos e colisões x Queimaduras x

intoxicação por inalação de vapores x

incêndio x

Esmagamento I entalamento x irritações cutâneas x Projeção de partículas x

Queda ao mesmo nível x

6 Sinalização vertical Atropelamentos e colisões x

Cortes I entalamentos x

Quedas ao mesmo nível x

Dermatoses x Ruído x 7 Rede de iluminação pública Eletrocussão x Esmagamento x Queda em altura x

Cortes e entalamento x

Choque e atropelamento x

Quedas ao mesmo nível x

Queda de materiais x

8 Rede de saneamento Desequilíbrio I queda do equipamento x Rotura dos meios de suspensão e

fixação

x

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Queda ao mesmo nível x Queda de objetos x Dermatose x Cortes x 9 Rede de abastecimento de água

Desequilíbrio I queda do equipamento x Rotura dos meios de suspensão e

fixação

x

Esmagamento I entalamento x Queda ao mesmo nível x

Tabela 3 – Lista de trabalhos perigosos

Identificam-se seguidamente os procedimentos de trabalhos com risco especial a anexar ao PSS para desenvolvimento, nomeadamente indicadas na seguinte tabela nº 4.

PROCEDIMENTOS DE TRABALHOS COM RISCO ESPECIAL

1-Montagem de Estaleiro 8-Armação de ferro nas Fundações dos AG’S 2-Abate e Desrame de árvores 9-Betonagem das Fundações dos AG’S

3-Escavação e Movimentação de Terras 10-Alvenaria, Acabamentos e Infraestruturas da Subestação 4-Escavação com Recurso a Explosivos 11-Estruturas de Betão Armado da subestação

5-Montagem, Utilização e desmontagem de Andaimes 12-Instalações Elétricas da Subestação 6-Abertura e Tapamento de Valas 13-Descarga do Anel

7-Execução de Rede de águas Pluviais

Tabela 4 – Procedimentos de Trabalhos com risco especial

4.3 Metodologia para Identificação dos Perigos e Avaliação dos Riscos

Tendo como base os referenciais OHSAS 18001 e NP 4397, apresentam-se algumas definições habitualmente utilizadas:

Perigo – Fonte, situação, ou ato com potencial para o dano em termos de lesão ou afetação da saúde, ou uma combinação destes

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Risco – Combinação da probabilidade de ocorrência de um acontecimento ou de exposição perigosa e da gravidade de lesões ou afeções da saúde que possam ser causadas pelo acontecimento ou pela exposição.

Risco Aceitável – Risco que foi reduzido a um nível que possa ser tolerado pela organização, tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua própria política de Segurança e Saúde do Trabalho

Identificação de Perigos, Avaliação e Controlo de Riscos – Processo de identificação de perigos (fatores de risco), riscos e consequências para o trabalhador inerente da análise das tarefas, locais, materiais, substâncias manuseadas e equipamentos utilizados. Toda a informação é ponderada por um processo rigoroso de avaliação dos riscos anteriormente identificados, análise da conformidade legal e enunciação de medidas de controlo (medidas de prevenção e proteções de prevenção e proteção).

Ao identificar os perigos e avaliar os riscos a organização deve ter em consideração:

a) Atividades de rotina e não rotina;

b) Atividades de todas as pessoas que tenham acesso aos locais de trabalho (incluindo subcontratados e visitantes);

c) Comportamento humano, capacidades e outros fatores humanos;

d) Perigos identificados originados fora dos locais de trabalho e capazes de afetar a segurança e a saúde de pessoas sob controlo da organização no local de trabalho; e) Perigos criados na vizinhança do local de trabalho por atividades relacionadas com o

trabalho sob controlo da organização;

f) Infraestruturas, equipamentos e materiais nos locais de trabalho, quer sejam fornecidos pela organização quer por terceiros;

g) Alterações ou alterações propostas na organização, nas suas atividades ou materiais; h) Modificações do sistema de gestão da SST, incluindo alterações temporárias e os seus

impactos nas operações, processos e atividades;

i) Quaisquer obrigações legais aplicáveis relacionadas com a avaliação de riscos e com a implementação das medidas de controlo necessárias;

j) A conceção das áreas de trabalho, processos, instalações, máquinas e equipamentos, procedimentos operacionais e organização do trabalho, incluindo a sua adaptação às capacidades humanas.

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

A metodologia para a identificação dos perigos e apreciação do risco tem por base:

- Ser definida relativamente ao respetivo âmbito, natureza e momento de aplicação por forma a assegurar que seja proactiva e não reativa;

- Fornecer a identificação, priorização e documentação associada aos riscos e a aplicação dos controlos conforme apropriado.

Ao definir os controlos, ou ao considerar mudanças aos controlos existentes, deve ser considerada a minimização dos riscos de acordo com a hierarquia seguinte:

1. - Eliminação; 2. - Substituição;

3. - Controlos técnicos/engenharia

4. - Sinalização/aviso/ e/ou controlo/administrativos; 5. - Equipamento de proteção pessoal.

Os resultados da identificação dos perigos, da avaliação do risco e de controlo dos mesmos devem estar documentados e permanentemente atualizados.

4.3.1 Estimativa e Avaliação do Risco

A estimativa do risco envolve a atribuição de parâmetros de probabilidade de ocorrência de dano e de gravidade considerando as medidas de prevenção e de proteção existentes.

A probabilidade de ocorrência resulta da maior classificação atribuída a um dos seguintes parâmetros:

✓ Frequência;

✓ Medidas de Controlo implementadas:

✓ Fatores Humanos: Qualificação, Formação, Procedimentos, Experiência Operacional

Na Tabela 4 apresenta-se uma estimativa da Probabilidade de ocorrência de dano ou acidente.

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico Tabela 5 – Estimativa da Probabilidade

Procede-se de seguida à avaliação do risco, de acordo com a tabela 6, que consiste em comparar o risco estimado com o critério do risco, sendo que o critério de risco define o nível de risco.

NÍVEL DE SEVERIDADE

NÍVEL DE SEVERIDADE (S) LESÕES DOENÇAS EXEMPLOS

5 – Catastrófico (Morte ou incapacidade permanente para a mesma função)

Morte, amputação, queimaduras de 3º grau, poli traumatismos.

Surdez, cancro pulmonar, cegueira, paralisia.

Queda em altura, explosão de depósito.

4 – Muito Grave Danos graves ITA> 30

Esmagamentos, fraturas, intoxicação, queimaduras de 2º grau, traumatismo. Doenças pulmonares, dermatites, artroses. Entalamentos entre equipamentos, atropelamentos de

empilhador, libertação lenta de produtos químicos e poeiras.

NÍVEL DE PROBABILIDADE

PARÂMETROS PROCEDIMENTOS EPI SINALIZAÇÃO PROTECÇÃO

COLECTIVA FORMAÇÃO

5 – Muito Provável Não existem. Não há distribuição,

formação, utilização. Não existe. Não existe. Não existe.

4 – Provável Mal elaborados, inexistência de controlo. É distribuído, não usado, não há formação. Muito incompleta, desadequada, mau estado. Insuficiente, desadequada. Insuficiente. 3 – Pode ocorrer Elaborados sem controlo e não são conhecidos.

Distribuídos, há formação, não são usados. Incompleta e incumprimento em relação ao projeto, sem controlo. Mau estado de conservação, insuficiente. Desadequada. 2 – Improvável Elaborados, controlados e não conhecidos. Distribuídos, há formação, utilização insuficiente. Completa de acordo com o projeto, mau estado. Suficiente, controlada mas em mau estado. Ineficaz. 1 – Muito improvável Elaborados, controlados, conhecidos. Distribuídos, usados, completos, formados. Completa, bom estado, controlo, bom projeto.

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico 3– Grave

Lesões menores (3< ITA≤ 30)

Entorse, distensão, enxaquecas, luxação, contusão, pequenas fraturas. Conjuntivites, tendinites, lesões musculares. Movimentação de cargas, quedas de objetos, utilização de equipamentos cortantes. 2– Leve

Pequenas lesões (ITA < 3 dias)

Cortes e luxação que requerem tratamento hospitalar

….. Manuseamento de

máquinas, sobre esforços,

1 – Insignificante Ferimentos ligeiros

(perda de 0 dias de trabalho)

Pequenos cortes, penetração de partículas (poeiras, areias, etc) nos

olhos. ……

Projeção de limalhas, cortes leves com ferramentas, pequenas lesões

Tabela 6 – Nível de Severidade

Na tabela 7 apresenta-se a forma como se determina o Nível do Risco.

NÍVEL DE RISCO PROBABILIDADE Muito Improvável 1 Improvável 2 Pode Ocorrer 3 Provável 4 Muito Provável 5 S E V E R ID A D E Insignificante - 1 NR I NR I NR I NR II NR III Leve - 2 NR I NR I NR II NR II NR III

Grave - 3 NR I NR II NR III NR III NR IV

Muito Grave - 4 NR II NR II NR III NR IV NR IV Catastrófico - 5 NR III NR III NR IV NR IV NR IV

Tabela 7 – Determinação do Nível do Risco

4.3.2 Plano de Ações e Monitorização do Risco

Os riscos não aceitáveis são objeto de tomada de ações conforme descrito, complementadas por:

a) Nas obras deverão ser divulgadas as Fichas de Procedimentos de Segurança (FPS), que indicam o método a usar para o desenvolvimento para determinada tarefa, ou manuseamento de determinado equipamento;

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Dissertação de Mestrado – Especificidades de um Coordenador de Segurança e Saúde num Parque Eólico

b) Serão preenchidos os Planos de Monitorização e Prevenção para os níveis de risco II e III (caracterizados no presente documento), que advêm do documento Avaliação e

Controlo de Riscos;

c) Nas instalações poderãohaver FPS e/ou as ações são indicadas na Avaliação e

Controlo de Riscos;

d) Caso se verifiquem não conformidades nos Planos de Monitorização e Prevenção, serão efetuados Relatórios de Ação;

e) A reavaliação de riscos nas instalações fixas é realizada de 2 em 2 anos.

4.3.3 Tratamento e monitorização do Risco

A definição do critério de risco, segundo a tabela 7 estabelece a adoção de medidas/ações a implementar, com o objetivo de reduzir o risco a níveis aceitáveis, estando deste modo reunidas as condições para se poder produzir o plano de ações.

Para definição do plano de ação são considerados dois critérios, o valor do nível de risco e o cumprimento dos requisitos legais aplicáveis e é realizado segundo as orientações previstas na Tabela 8.

A criação deste documento exige a definição de responsáveis e prazos de implementação, estando deste modo prevista a metodologia de acompanhamento do processo até que este esteja concluído, conforme se pode ver na tabela 8.

MONITORIZAÇÃO DO RISCO

SIGNIFICÂNCIA DO RISCO NÍVEL DO RISCO DESENVOLVIMENTO

Não significativo NR I

Insignificante

Não é necessário estabelecer medidas adicionais de controlo. No entanto, devem ser consideradas soluções mais rentáveis ou melhorias que não impliquem custo significativo. É necessário recorrer a avaliações periódicas de modo a assegurar que se mantém a eficácia das medidas de controlo.

Significativo NR II

Tolerável

Devem fazer-se esforços para reduzir o risco com avaliação rigorosa dos custos de prevenção. As medidas para reduzir o risco devem ser implementadas num determinado período. Quando o risco estiver associado a consequências importantes, será necessário uma ação posterior para estabelecer, com mais precisão, a probabilidade de dano, como base para determinar a necessidade de melhoria das medidas de controlo.

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Tabela 2 – Estrutura de PSS de acordo com o Anexo II e III e nº 2 do artigo 11.º do DL  273/2003 de 29 de Outubro
Tabela 3 – Lista de trabalhos perigosos
Tabela 6 – Nível de Severidade
Tabela 8 - Tratamento do Risco em função do resultado da apreciação
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Referências

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