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Análise do Bem-estar a partir de um indicador de consumo agregado com base nas informações da POF 2002-2003

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Análise do Bem-estar a partir de um indicador de consumo agregado com

base nas informações da POF 2002-2003∗∗∗∗

Viviane Cirillo Carvalho Quintaes♣♣♣♣

Debora Ferreira de Souza♦♦♦♦

Danielle Carusi Machado♥♥♥♥

Jailson Mangueira Assis••••

Cristiano Boaventura Duarte♠♠♠♠

Isabel Cristina Martins Santos££££

Palavras-chave: Bem-estar, indicadores de pobreza e desigualdade, método de imputação.

Resumo

Dada a complexidade e multidimensionalidade do fenômeno pobreza, uma questão primordial para o seu estudo e dimensionamento é definir um indicador apropriado para captar o bem-estar das pessoas e das famílias. Ainda existe uma grande controvérsia sobre quais indicadores, baseados no agregado de renda ou de consumo, são mais adequados para mensurar o bem-estar. O objetivo deste artigo é explicar detalhadamente a metodologia de construção do agregado de consumo familiar, com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003, de forma a permitir a comparação adequada do bem-estar entre as famílias. Seguindo a literatura sobre o tema, alguns aspectos devem ser considerados: definição dos itens das despesas que devem ser incluídos, análise de valores de despesas extremos e técnicas de imputação do consumo alimentar. Definido o agregado de consumo por unidade familiar, procurou-se traçar o quadro de pobreza e desigualdade no Brasil. Através dessa análise, espera-se contribuir para a literatura brasileira sobre os indicadores de bem-estar social, historicamente baseada em medidas de renda, e para os avanços metodológicos que devem ser feitos para construção desses indicadores, sobretudo no tocante à utilização do agregado de consumo familiar.

Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 18- 22 de Setembro de 2006. ♣ COMEQ/DPE/IBGE-vivi@ibge.gov.br COMEQ/DPE/IBGE-deborasouza@ibge.gov.br COREN/DPE/IBGE-dcarusi@ibge.gov.br COPIS/DPE/IBGE-jmassis@ibge.gov.br COREN/DPE/IBGE- cbduarte@ibge.gov.br £ COREN/DPE/IBGE- isabelc@ibge.gov.br

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Análise do Bem-estar a partir de um indicador de consumo agregado com

base nas informações da POF 2002-2003

∗∗∗∗

Viviane Cirillo Carvalho Quintaes♣♣♣♣

Debora Ferreira de Souza♦♦♦♦

Danielle Carusi Machado♥♥♥♥

Jailson Mangueira Assis••••

Cristiano Boaventura Duarte♠♠♠♠

Isabel Cristina Martins Santos££££

1

Introdução

Uma das principais questões para se estudar pobreza é definir um indicador mais apropriado para medir o bem-estar das pessoas. Pode-se construir indicadores tanto a partir da renda quanto do consumo, todavia dentro da literatura há muita controvérsia sobre qual indicador seria o mais apropriado para mensurar o bem-estar das famílias.

Uma das maiores preocupações é definir uma medida que capte tanto as dimensões econômicas quanto os fatores relacionados ao bem-estar. Na análise de pobreza e desigualdade, há razões conceituais para dar preferência ao levantamento dos gastos de consumo de agregados familiares ao invés da renda familiar (Deaton e Zaidi, 2002). Argumenta-se que os gastos de consumo refletem não apenas o que um agregado familiar pode fazer com sua renda, mas também se tem acesso aos mercados de crédito. Assim, este seria um dos pontos favoráveis para eleição do consumo como indicador do nível de bem-estar dos agregados familiares.

Identificar os pobres implica realizar comparações entre distintos níveis de bem-estar. Uma questão seria: qual o nível de bem-estar que definirá uma pessoa como pobre? A resposta dependerá do conceito de pobreza utilizado bem como da informação disponível.

Ao longo deste texto, explica-se a metodologia empregada para a construção de uma medida de bem-estar adequada para confecção do Mapa da Pobreza do Brasil. Com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2002/2003) e adaptando as propostas do Banco Mundial ao contexto brasileiro (Lanjouw, 2005), constrói-se o agregado de consumo por unidade familiar. Conforme será descrito nas seções 2 e 3, a construção desse indicador de consumo deve seguir alguns procedimentos de forma a permitir uma comparação adequada do bem-estar das famílias. Nela será explicitado que alguns itens das despesas familiares não poderão ser computados, enquanto outros itens são considerados mais adequados para comparação do nível de bem-estar entre famílias. Na seção 4, é apresentada a estratégia adotada para lidar com a existência de unidades de consumo cujo total de despesas alimentares informado na POF 2002/2003 é nulo. O método utilizado para imputar o

Trabalho apresentado no XV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 18- 22 de Setembro de 2006. ♣ COMEQ/DPE/IBGE-vivi@ibge.gov.br COMEQ/DPE/IBGE-deborasouza@ibge.gov.br COREN/DPE/IBGE-dcarusi@ibge.gov.br COPIS/DPE/IBGE-jmassis@ibge.gov.br COREN/DPE/IBGE- cbduarte@ibge.gov.br £ COREN/DPE/IBGE- isabelc@ibge.gov.br

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consumo alimentar nulo foi o de regressão linear. Mostra-se que as medidas de desigualdade e pobreza são pouco sensíveis à imputação.

2

O agregado de consumo

A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 (POF 2002-2003) teve por objetivo medir as estruturas de consumo, dos gastos e dos rendimentos das famílias. A POF 2002-2003 mensurou as despesas monetárias e não monetárias das famílias durante o período de 12 meses1. A parcela monetária das famílias corresponde aos gastos efetuados no mercado por

moeda e as chamadas quase-moedas, cartões, cheques pré-datados, entre outras. Já a parcela não monetária é a obtida por troca, doação ou produção própria. A pesquisa captou dados de consumo com períodos de referências distintos: grupos de bens não duráveis foram captados por períodos de referência menores (7 e 30 dias), enquanto os grupos de bens considerados semiduráveis e duráveis, tiveram um período de referência maior (90 dias e 12 meses).

A informação do consumo fora da órbita monetária promove uma leitura bastante interessante com relação à renda e gastos das famílias, visto que o fato de uma família não possuir renda monetária suficiente pode não implicar na restrição de bens e serviços. A estrutura de gastos das famílias apresenta a participação dos bens e serviços no total do gasto. Na realidade, a estrutura é simplesmente a média das cestas das famílias durante um determinado período de tempo, pois cada família aloca os bens baseados em certos fatores, cujo principal é a renda. Outras variáveis também afetam na escolha da composição da cesta das famílias, tais como preferências, disponibilidade dos bens, preços dos bens e questões culturais.

Na estrutura, pode-se perceber que certos grupos de bens pressionam o orçamento familiar mais do que outros. Esse fato depende de diversas variáveis, como classe de renda, região geográfica, anos de estudo, cor do chefe ,dentre outras.

O agregado de consumo é composto por duas partes: a alimentar e a não-alimentar. A parte alimentar compreende toda a aquisição monetária e não monetária com refeições para aquela unidade familiar. A não- alimentar seria o total de todos os gastos com produtos e serviços realizados pela família. O agregado de consumo é o somatório das escolhas efetuadas pelas famílias durante doze meses. A decisão de consumir reflete hábitos culturais e regionais, perfil de renda, preferências individuais. Ademais, mostra a importância de determinados grupos de despesas na composição do consumo estratificados pela renda familiar.

O consumo agregado tem diversas finalidades: componente do Produto Interno Bruto, análise microeconômica das decisões familiares, estrutura de pesos para o índice de preços ao consumidor. Para cada fim, esse agregado é construído de formas distintas. Nesse trabalho, iremos abordar a construção dessa variável para análise de bem-estar na construção do Mapa de Pobreza.

3

A construção do agregado de consumo para análise do bem-estar

Para construir o agregado de consumo para a análise de bem-estar no caso específico do Brasil, segue-se algumas referências e recomendações dos artigos Deaton e Zaidi (2002) e Lanjouw (2005). A construção do consumo agregado envolve o somatório de um grande número de itens de despesas devidamente selecionados utilizando como fonte a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003.

1 A coleta da POF ocorreu durante o junho de 2002 a julho de 2003. Todos os valores foram deflacionados para a data de referência da pesquisa, 15 de janeiro de 2003.

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A primeira etapa do processo levanta os itens específicos que devem ser incluídos ou excluídos do consumo agregado. Uma vez que a medida de consumo agregado representaria o bem-estar, os componentes excluídos em nada contribuiriam para variações deste. Como regra geral, quanto mais componentes de consumo incluídos, melhor. As despesas escolhidas são classificadas em subgrupos temáticos (alimentação, educação, saúde, transporte, vestuário,...) para a construção do consumo agregado.

Para garantir a comparabilidade entre os níveis de bem-estar dos domicílios, os critérios utilizados para definir os itens que compõem o agregado de consumo obedecem aos seguintes pressupostos:

• Exclusão de itens com valores elevados;

• Exclusão de itens cuja aquisição era esporádica;

• Exclusão de itens cuja aquisição era para outro domicílio; • Exclusão de itens com baixa elasticidade.

Segue a classificação das despesas em subgrupos temáticos (Skoufias e Fazio, 2005), favorecendo uma melhor compreensão dos itens que compõem o agregado.

3.1

Alimentação dentro e fora do domicílio

A Pesquisa de Orçamentos Familiares capta durante sete dias as despesas de alimentos das famílias, tanto coletiva quanto individual. As despesas coletivas são os alimentos adquiridos para consumo dentro do domicílio, enquanto as individuais são os alimentos adquiridos e consumidos fora do domicílio. Para a análise de bem-estar, esse grupo é de particular importância, pois estratos de mais baixa renda tendem a gastar uma parcela considerável do seu orçamento em alimentação. Assim, entendeu-se que o grupo alimentação pode ser incluído integralmente no consumo agregado, visto que este constitui uma parcela primordial no consumo total das famílias.

Como citado anteriormente, as despesas com itens de alimentação da POF foram investigadas no período de referência de 7 dias. O fato é que este período nem sempre capta despesas alimentares dos agregados familiares, pois uma família pode justamente na semana em que a pesquisa foi realizada não ter adquirido nenhum alimento. Neste caso, a identificação de famílias pobres pode ou não ser distorcida. Uma família que não teve gastos alimentares na semana de coleta não necessariamente era pobre. Para tratar o problema dessas unidades de consumo que contabilizaram consumo alimentar igual a zero, na seção 3 testa-se um método para imputar as despesas alimentares dessas famílias e verifica-se a sensibilidade dos indicadores de pobreza e desigualdade a essa imputação.

3.2

Habitação

Segundo a POF 2003, o item habitação possui a maior participação dentro da cesta de consumo das famílias e, portanto, tem significativa importância na análise do bem-estar. Nesse grupo, foram investigados sete tipos de despesas relacionadas à habitação do domicílio principal: aluguel; serviços de utilidade pública; reformas do lar; mobiliários e artigos do lar; eletrodomésticos e consertos de eletrodomésticos; e artigos de limpeza.

Na construção do consumo agregado, o item aluguel foi incluído na sua totalidade. Para as famílias que alugam suas casas, os gastos com moradia são o pagamento do aluguel. No caso da família residir em casa própria, cedida, ou em outra modalidade em que não há pagamento de aluguel, a pesquisa tem uma estimativa do quanto seria pago caso suas casas fossem alugadas. Tais estimativas foram obtidas dos próprios entrevistados, que devem ter fornecido valores compatíveis com o mercado. Assim, a inclusão tanto do aluguel

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efetivamente pago quanto do estimado não provocaria nenhuma distorção quanto à comparabilidade entre domicílios.

A inclusão dos itens de despesas classificados em serviços de utilidade pública (água, esgoto, etc.) merecem uma atenção em especial. Deaton e Zaidi (2002) não recomendam a inclusão destas despesas, por razões relacionadas à dificuldade de valoração destes serviços e ao seu acesso limitado para alguns domicílios. Porém estes itens foram inclusos, pois além desta despesa representar um bem-estar adicional à família que dispõe destes serviços, se esses itens fossem excluídos, algumas unidades de consumo não seriam computadas. No entanto, os itens telefone residencial interurbano e internacional foram excluídos devido a uma possível dupla contagem, pois estes gastos podem ter sido declarados nas despesas com conta de telefone residencial.

Já os gastos com reformas de habitação incluem: jazigo, jardinagem e reparos do lar. Na pesquisa, esses gastos foram investigados em dois períodos de referência distintos: 90 dias e 12 meses. O primeiro engloba gastos com manutenção e os gastos mais freqüentes; já o segundo trata dos gastos de construção, que agregam valor ao domicílio e, são geralmente ocasionais. Logo, incluiu-se apenas os gastos investigados no período de 90 dias, representando aquelas despesas realizadas com mais freqüência e regularidade.

Quanto à inclusão dos itens relacionados a mobiliários e artigos do lar e a eletrodomésticos e consertos de eletrodomésticos, está associada a uma questão básica: se a compra dos bens duráveis ou mobílias são ou não gastos tipicamente grandes e/ou ocasionais. Por exemplo, uma família provavelmente compra uma geladeira somente uma vez em certo número de anos. Outras famílias, na verdade, podem já possuir uma geladeira, mas adquirida fora do período de referência da pesquisa, assim declararam gasto zero com aquisição da geladeira. Neste caso, este item seria considerado ocasional e deveria ser retirado do consumo agregado, facilitando a comparação entre as famílias. Seguindo essa linha de raciocínio, os gastos com manutenção e conserto de bens duráveis como geladeiras, televisão, etc. serão também excluídos do agregado de consumo.

Em relação aos gastos com artigos de limpeza todos os itens são incluídos, pois se pode perceber que são despesas correntes e que aumentam o bem-estar.

3.3

Transporte

Deaton e Zaidi (2002) recomendam a inclusão dos gastos com transporte no consumo agregado, mesmo considerando estes como “necessidades lamentáveis2”. Esta inclusão é recomendada, pois os autores consideram bem-estar o fato das famílias morarem longe do local de trabalho. No caso do Brasil, este argumento foge um pouco à realidade. Contudo, considera-se importante incluir todos esses gastos, pois estes podem permitir que as famílias adquiram lazer (idas ao cinema, shopping,...). Aquelas pessoas que moram longe e gastam mais com transporte coletivo para chegar ao trabalho teriam o bem-estar associado ao fato de ter um trabalho.

Se existisse a possibilidade de separar os gastos de transporte destinados ao trabalho, excluindo os auxílios-transporte, na parte de rendimento, haveria uma melhor comparação entre as famílias. Porém, pode-se observar que a periodicidade de apuração destes quesitos é diferente: o auxílio recebido é apurado anualmente (12 meses) e o gasto com transporte é semanal (7 dias). Um outro problema seria com os agregados familiares que recebem mais auxílio-transporte do que efetivamente gastam. Portanto opta-se por inserir todos itens relacionados às despesas com transporte.

2 São gastos que são considerados essenciais para alguma atividade fim da pessoa, porém não geram bem-estar. Neste caso, chegar ao local de trabalho é essencial, mas não gera bem-estar.

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3.4

Saúde e Educação

Conforme Deaton e Zaidi (2002), a problemática de incluir ou não os gastos com saúde está relacionada à perda de bem-estar causada pela existência de uma doença e se os gastos com medicamentos aliviam essa perda. Além disso, é difícil avaliar se os gastos seriam para prevenção ou não de uma doença.

A decisão de incluir ou não esses gastos, segundo Deaton e Zaidi (2002) deve se basear na análise da elasticidade dos gastos com saúde em relação à despesa total. Esses autores mostram que em países em desenvolvimento, essa elasticidade é relativamente baixa (varia de 0,74 a 0,86), o que justifica não inserir os gastos de saúde no consumo agregado.

Em relação aos gastos com educação, existe a problemática destes serem considerados investimentos. Os autores recomendam seguir a mesma linha de raciocínio, verificar a elasticidade desses gastos em relação à despesa total.

Os resultados apresentados nas tabelas 1, 2 e 3, comparam as elasticidades de saúde e educação com relação à despesa total e à renda familiar para o Brasil, usando a POF. Como pode ser visto na tabela 1, a elasticidade das despesas com educação é bem superior à elasticidade das despesas com saúde, justificando a inclusão da totalidade dos gastos com a primeira. A elasticidade de saúde é de 0,97, inferior à elasticidade dos gastos em educação, mas superior à encontrada nos países analisados por Deaton e Zaidi (2002).

A elasticidade dos gastos de saúde e educação foi estimada considerando a distribuição da renda, ou seja, calculou-se a elasticidade para cada décimo. Observa-se que os valores são sempre superiores para os gastos com educação em relação à saúde. No caso da saúde, a elasticidade é mais alta para o quarto e sexto décimo. Para os décimos inferiores, essa elasticidade é mais baixa.

Considerando os resultados de todas as elasticidades, que não foram tão baixas para os gastos de saúde e maior que um para os gastos com educação, optou-se pelos seguintes procedimentos:

1. As despesas de planos de saúde e odontológicos foram incluídas, devido à sua ótica de seguro e ao bem-estar que proporcionam às famílias cobertas. As pessoas que adquirem planos de saúde não necessariamente têm perda de bem-estar decorrentes de problemas com a saúde. Além disso, tais gastos compõem uma parcela importante das despesas correntes das famílias.

2. Os demais gastos em saúde, como compra de produtos farmacêuticos e gastos com laboratórios, exames, etc. foram excluídos, pois não há contrapartida do mal-estar causado pela existência de doenças. É importante destacar que, em relação aos produtos incluídos na seção de gastos com produtos farmacêuticos na subseção “período de 30 dias” do questionário POF 43, não está claro que certos produtos são vistos como sendo discricionários e não favorecedores do bem-estar: por exemplo, perfume, filtro solar, etc. Seria mais apropriado retirar esses produtos da lista de gastos farmacêuticos e acrescentá-los ao consumo agregado.

3. As despesas com educação foram incluídas, pois representam parcela importante do orçamento das famílias que podem pagar pelo acesso ao sistema particular de ensino, o que pode ser considerado como aumento do bem-estar.

3 Questionário de despesa individual.

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Tabela 1

Elasticidades das despesas com saúde e educação

Variável Elasticidade Desvio padrão Teste T P-valor

Saúde * Renda 0,81 0,0136 59,64 <.0001

Saúde * Despesa 0,97 0,0100 69,80 <.0001

Educação * Renda 1,13 0,0200 54,88 <.0001

Educação * Despesa 1,30 0,0200 62,59 <.0001

Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003. Nota: Para o cálculo foi considerado o desenho amostral da pesquisa.

Tabela 2

Elasticidades das despesas com saúde por décimos da distribuição da renda

Decil de renda Elasticidade Desvio padrão Teste T P-valor Observações

1º 0,037 0,061 0,60 0,548 2762 2º 0,567 0,222 2,56 0,011 3116 3º 0,550 0,276 2,00 0,046 3421 4º 1,589 0,324 4,91 0,000 3655 5º 0,572 0,316 1,81 0,071 3782 6º 1,214 0,289 4,20 0,000 3968 7º 0,953 0,248 3,85 0,000 4122 8º 0,921 0,190 4,86 0,000 4338 9º 0,964 0,123 7,86 0,000 4502 10º 0,655 0,033 19,64 0,000 4633

Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003. Nota: Para o cálculo foi considerado o desenho amostral da pesquisa.

Tabela 3

Elasticidades das despesas com educação por décimos da distribuição da renda

Decil de renda Elasticidade Desvio padrão Teste T P-valor Observações

1º 0,027 0,076 0,36 0,718 2067 2º 0,830 0,278 2,98 0,003 2190 3º 0,730 0,357 2,05 0,041 2397 4º 1,018 0,454 2,24 0,025 2491 5º 1,053 0,424 2,49 0,013 2755 6º 0,907 0,395 2,29 0,022 2852 7º 1,688 0,355 4,75 0,000 3070 8º 1,567 0,289 5,43 0,000 3283 9º 1,382 0,190 7,29 0,000 3619 10º 0,835 0,053 15,79 0,000 3954

Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003. Nota: Para o cálculo foi considerado o desenho amostral da pesquisa.

3.5

Vestuário, Cultura e lazer , Serviços Pessoais e Higiene e cuidado pessoal

Os gastos com vestuário, sapatos e acessórios incluem os gastos com produtos femininos, masculinos e infantis. Os itens desse grupo foram incluídos no consumo agregado, pois claramente adicionam bem-estar às famílias e não distorcem a comparabilidade entre os domicílios.

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Quanto aos grupos cultura e lazer, serviços pessoais4

e higiene e cuidado pessoal ,

todos os itens que categorizam esses grupos foram incluídos, pois sua aquisição provoca bem-estar, há uma regularidade entre as famílias na aquisição desses bens e, portanto, não existe problema no momento de comparar domicílios pobres e não pobres em sua inclusão.

3.6

Fumo

O item fumo foi incluído no agregado de consumo, pois não há nenhuma recomendação explícita na literatura sobre o tema defendendo sua exclusão. Ressalta-se , todavia, que apesar desse item possuir externalidades negativas, sua ‘utilidade’ para cada consumidor poderá ter efeitos distintos quando tratamos de questões de pobreza e desigualdade.

3.7

Outras despesas

Nesse grupo, estão classificadas despesas de outros imóveis, festas, comunicação, serviços profissionais como: cartório, advogado, despachante. Para o agregado de consumo, são excluídas as despesas referentes ao segundo domicílio (como imóveis de veraneio) e outros gastos ocasionais (tais como cerimônias eventuais). Os gastos mais usuais permaneceram, tais como aqueles relacionados a jogos, festas de aniversário, etc.

3.8

Outras despesas correntes

As despesas correntes correspondem às despesas com impostos, contribuições trabalhistas, serviços bancários, pensões, mesadas, doações e previdência privada.

Em relação às taxas como condomínio, lixo, etc., a recomendação é de incluir somente aquelas em que existe a contrapartida de serviços. As taxas de instalação, adesão e transferência não são computadas por serem pagas uma única vez. Já os Impostos e Contribuições, que têm gastos alocados de forma não direcionada, não são incluídos, pois apesar da recomendação de Deaton e Zaidi (2002) pela inclusão de impostos sobre propriedades (no Brasil, os equivalentes ao IPTU e ITR), opta-se por excluir esses impostos, visto que não há uma garantia de contraprestação em serviços para determinadas famílias. Além disso, não representam consumo, mas apenas uma redução da renda disponível. Também foram excluídas as despesas com contribuições, transferências e encargos financeiros por não gerarem bem-estar direto ao agregado familiar.

Nesta categoria, as despesas com seguros foram incluídas, dentro da linha que a proteção oferecida por tal serviço incrementa o bem-estar dos indivíduos. Quanto aos itens mesadas e doações, esses foram excluídos por representarem um gasto de um domicílio para outro domicílio. Portanto, não promovem aumento de bem-estar para o agregado.

3.9

Aumento do ativo

Despesas que são consideradas investimento, tais como aquisição de imóveis, barras de ouro, etc. foram excluídas do agregado de consumo. Isso porque não são consideradas aumento do consumo, mas por aumento do estoque de riqueza das famílias. Como a variável consumo é de fluxo, não deve incluir variáveis que seriam consideradas de estoque.

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3.10

Diminuição do passivo

Despesas com a amortização de dívidas foram excluídas. No entanto, despesas com juros de cartão de crédito e cheque especial foram mantidas, dentro da lógica que seriam uma remuneração pelo serviço de uso do mesmo. Uma unidade familiar que tem acesso ao cartão de crédito ou um maior limite no cheque especial pode optar por fazer uma compra de maior valor e parcelada. Logo, tais juros correspondem a uma escolha e um serviço disponível para esta família, o que aumenta seu bem-estar.

4

Imputação das Despesas Alimentares iguais a zero

As informações sobre gastos alimentares na POF foram captadas em seu período de referência mais curto (uma semana). O objetivo principal da pesquisa é obter informações sobre a estrutura de orçamentos das famílias, ou seja, conhecer os bens consumidos e os serviços utilizados, durante o ano, pelas famílias residentes nas áreas urbanas e rurais de todas as Unidades da Federação, bem como o que representa cada um desses bens e serviços na despesa global dessas famílias. Este conjunto de bens e serviços denomina-se “cesta de compras” da população.

O fato é que existe uma alta porcentagem de unidades de consumo na amostra com gasto zero em produtos alimentícios, devido às famílias nem sempre adquirirem alimentos no período em que seus domicílios foram pesquisados. Para o objetivo principal da POF, este percentual alto não é visto como um problema, pois na formação da cesta de compras da população, as despesas são vistas globalmente, com uma família compensando a outra.

No entanto, como o interesse é estimar um percentual de pobres, de indigentes e indicadores de desigualdade, provavelmente este alto número de famílias com despesa alimentar nula, fará com que o nível de pobreza seja mais alto do que deveria. Da mesma forma, as medidas de desigualdade serão afetadas. Assim, podem ser aplicados métodos de imputação de valores de gastos para as unidades que apresentam informação nula na POF.

O método utilizado considera um modelo de regressão ajustado por mínimos quadrados. A equação básica deste modelo relaciona os gastos com alimentação não nulos, que podem ser explicados por algumas características da unidade de consumo, tais como: região de moradia, se o responsável é de cor branca, se o responsável tem mais de 8 anos de estudo, se o responsável tem ocupação remunerada, se o domicílio é localizado na área urbana, idade e idade ao quadrado do responsável, número de idosos, de crianças de até 7 anos de idade, de crianças de 7 a 14 anos de idade, e o logaritmo da despesa total da unidade de consumo. Os parâmetros estimados pelo modelo permitem a imputação dos gastos nulos com alimentos. Ver Anexo A para maiores detalhes.

Para imputar os valores estabelecidos pelo método anterior, é necessário identificar se as famílias realmente possuem gasto alimentar igual a zero ou se elas apenas não tiveram a informação de sua despesa no período de referência da pesquisa. Acredita-se que deveriam ser imputadas somente as unidades cujas rendas sejam consideradas altas. Portanto, as unidades de consumo imputadas seriam aquelas que possuem despesas com alimentação informadas iguais a zero e renda maior que 200 reais. Este valor é arbitrário, correspondendo ao salário mínimo vigente em 2002.

De acordo com o consumo agregado construído com base no que foi estabelecido na seção anterior, tem-se na amostra da POF 1636 famílias com gastos nulos em alimentação (3.4% do total) e 1464 famílias que possuem gastos nulos com alimentos e renda superior a 200 reais (3 % do total).

Os resultados do ajuste do modelo de regressão podem ser vistos na tabela 4. Para o ajuste deste modelo, foi levado em consideração o plano amostral da POF. Pode-se dizer que

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as variáveis escolhidas são significativas e assim importantes para a análise do consumo alimentar. Percebe-se que o modelo de regressão possui um R2 de 53 %, o que seria considerado um valor razoável para análise do ajuste do modelo. O logaritmo da despesa total da unidade de consumo foi a variável de maior impacto no consumo alimentar das famílias.

Tabela 4

Resultado do ajuste do modelo de regressão por Mínimos Quadrados Ordinários

Variáveis Coeficientes Desvio padrão Estatística T P-valor

Constante -1,22 0,08 -16,07 <,0001 Região Norte 0,30 0,02 15,23 <,0001 Nordeste 0,35 0,02 21,24 <,0001 Sudeste 0,04 0,02 2,00 0,046 Sul 0,10 0,02 5,04 <,0001

Responsável da cor/raça branca -0,04 0,01 -2,81 0,005

Responsável com mais de 8 anos de estudo -0,28 0,02 -16,82 <,0001

Responsável com ocupação remunerada 0,04 0,02 2,46 0,014

Idade do responsável -0,01 0,00 -2,89 0,004

Idade ao quadrado do responsável 0,00 0,00 2,16 0,031

Área não-rural -0,32 0,02 -21,14 <,0001

Número de idosos na unidade de consumo 0,05 0,02 2,89 0,004

Crianças com menos de 7 anos na unidade de

consumo 0,06 0,01 9,36 <,0001

Crianças entre 7 e 14 anos na unidade de consumo

0,06 0,01 9,11 <,0001

Logaritmo da despesa total da unidade de consumo

1,01 0,01 107,90 <,0001

R2 53,46

Observações 46932

Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003.

Nota: Variável dependente: Logaritmo da Despesa Alimentar excluindo as unidades de consumo com despesa nula.

Vale ressaltar que no modelo de regressão utilizou-se 46932 observações que são as unidades de consumo com despesa alimentar não nula na amostra da POF. Considerando apenas estas observações perde-se um setor censitário5 inteiro. Assim, como o setor censitário

corresponde à unidade primária de amostragem, a estimação da variância dos parâmetros do modelo fica prejudicada.

Para verificar a adequação do modelo, observa-se alguns aspectos gerais dos resultados, como o valor do R2, as razões t estimadas, os sinais dos coeficientes estimados em relação as expectativas prévias, etc. Se esses diagnósticos forem razoavelmente bons, tem-se um modelo adequado para representar o assunto em estudo.

Os resíduos ajustados são simplesmente a diferença entre os valores do consumo alimentar diferente de zero e os valores ajustados para este pelo modelo. O exame dos resíduos é um bom diagnóstico visual para detectar autocorrelação ou heterocedasticidade. Se tais fatos existirem, a representação gráfica dos resíduos exibirá padrões distintos.

A figura 1 (no Anexo A) ilustra os resíduos contra os valores ajustados e contra os quantis da distribuição normal padrão, respectivamente. Examinando-se essa figura é possível

5 Unidades territoriais definidas para a coleta dos dados do Censo Demográfico e de outras pesquisas domiciliares como a POF.

(11)

verificar que os resíduos não devem ser considerados normais e não possuem a mesma variância. Inclusive o modelo está superestimando o consumo alimentar, visto que há uma concentração de resíduos negativos. Este fato pode ser explicado pela existência de valores baixos do consumo alimentar observado nos dados. A distribuição do consumo alimentar, excluindo os valores iguais a zero, pode ser resumida por: média=286,61; mediana=204.90; 1º quartil=105.05 e 3º quartil=368.31.

4.1

Análise da Sensibilidade das Medidas de Pobreza e Desigualdade

Após o ajuste do modelo especificado anteriormente, a próxima etapa foi calcular algumas medidas de pobreza e desigualdade, como forma de avaliar a sensibilidade desses indicadores e identificar o impacto da imputação dos gastos alimentares no agregado de consumo. A tabela 5 mostra esses resultados para o Brasil. A descrição dos índices está apresentada no Anexo B.

Com relação à imputação do consumo alimentar, verifica-se, nesta tabela, que os indicadores de pobreza e desigualdade não sofreram muita variação, sendo pouco sensíveis à imputação. O mesmo ocorre com o consumo médio dos pobres e dos indigentes.

A partir destes resultados, pode-se concluir que, na tentativa de mensuração do bem-estar através de indicadores de pobreza e desigualdade via consumo agregado, a questão das unidades de consumo nulo não têm impacto significativo nos resultados da análise.

Tabela 5

Análise da Sensibilidade dos Indicadores - Medidas de Pobreza e Desigualdade do Consumo Per Capita

Medidas Sem imputação Com imputação

Desigualdade Índice de Theil 0,488 0,487

Coeficiente de Gini 0,513 0,512

Pobreza Consumo médio 415,960 417,272

Consumo médio dos pobres 66,784 67,029

Proporção de pobres 0,154 0,152

Hiato médio de pobreza 0,051 0,050

Consumo médio dos indigentes 36,339 36,525

Proporção de indigentes 0,037 0,035

Hiato médio de indigentes 0,010 0,010

Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003

Nota: Consumo per capita : Não considera como moradores da unidade de consumo os pensionistas, empregada doméstica e parente de empregada doméstica. Linha de Pobreza menor ou igual a $100 reais no consumo per capita.

5

Conclusão

Este trabalho apresentou uma metodologia de construção de um agregado de consumo para mensurar o bem-estar das famílias, com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003. Foram definidos os itens das despesas que deveriam ser incluídos, a partir dos pressupostos que garantem a comparabilidade entre os domicílios. Embora haja algum grau de arbitrariedade na escolha dos itens, a construção do agregado de consumo permite a mensuração mais apropriada dos indicadores de pobreza e desigualdade.

Também vale ressaltar que, na construção do agregado, utilizou-se uma metodologia de imputação para domicílios com aquisição alimentar nula e renda familiar superior a 200 reais.

(12)

Neste exercício, todavia, observou-se que a imputação não apresentou impacto sobre os índices de pobreza e desigualdade de forma significativa.

Referências

DEATON, A. The analysis of household surveys: a microeconometric approach to development policy. World Bank, The Johns Hopkins University Press, 1997.

DEATON, A.; ZAIDI, S. Guildelines for Consctructing Consumption Aggregates for Welfare Analysis The World Bank. Washington D.C, 2002.

FOSTER, J.; GREER, J.; THORBECKE, E. A class of decomposable poverty measures.

Econometrica, n. 52, 1984.

LANJOUW, P. Constructing a Consumption Aggregate for the Purpose of Welfare Analysis: Issues and Recommendations Concerning the POF 2002/3 in Brazil . The World Bank, 2005 (mimeo).

LITCHFIELD, J.A. Inequality: Methods and Tools. The World Bank, 1999.

SKOUFIAS, E.; FAZIO, M.V. A Revised Consumption Aggregate for Brazil Based fn Pof 2002-2003. The World Bank, 2005 (mimeo).

(13)

Anexo A - Imputação por regressão linear

O modelo de regressão utilizado como método de imputação tem como objetivo imputar informações ausentes utilizando os parâmetros estimados via mínimos quadrados. Para o caso do consumo alimentar, a idéia básica é atribuir à unidade de consumo com alimentação igual a zero, o valor obtido pelo produto de suas características e dos coeficientes de regressão estimados.

Assim, segue a especificação do modelo. Denota-se por i as unidades de consumo. Yié

o logaritmo do consumo alimentar diferente de zero da i-ésima unidade e Xi é o vetor de p

variáveis explicativas da i-ésima unidade.

i ip p i i i X X X e Y =β0+β1 1+β2 2 +...+β +

onde os ei’s são independentes seguindo uma distribuição normal de média 0 e variância σ2. Figura 1

Gráficos de resíduos contra os valores ajustados e contra os quantis da distribuição normal padrão

(14)

Anexo B – Índices de Pobreza e Desigualdade

Pobreza:

• Índices de pobreza pertencentes à classe FGT (Foster, Greer e Thorbecke, 1984), definidos como

( )

(

)

i n i i S z y z n FGT α α

=       − = 1 1 (B.1)

onde z é o valor da linha de pobreza e Si é uma variável indicadora que é igual a 1 se o i-ésimo indivíduo está abaixo da linha de pobreza e 0, caso contrário. Para α=0,1 e 2, FGT(α) representa, respectivamente, a incidência (proporção de pobres), a intensidade (hiato de pobreza) e a severidade da pobreza (hiato quadrático da pobreza). Quanto maior o coeficiente α, maior o peso dado aos hiatos de pobreza.

A incidência da pobreza não considera o grau da pobreza. Por exemplo, o valor deste indicador é invariável a uma ação política que torne os pobres ainda mais pobres, sem alterar a posição dos demais indivíduos. Neste caso, a proporção de pobres, apesar da maior gravidade do fenômeno, não é modificada. Neste caso, por sua vez, o indicador FGT(1), ou hiato da pobreza, é alterado. Quanto mais afastada a pessoa estiver da linha de pobreza maior a sua contribuição para o agregado de pobreza. Este índice também pode ser interpretado como a medida do custo per capita de eliminar a pobreza, conforme Deaton (1997).

O indicador FGT(2), ou hiato quadrático da pobreza, é uma medida de pobreza sensível à distribuição de renda entre os pobres. Quanto mais heterogênea é a população pobre, o indicador FGT(2) piora.

Desigualdade:

• Índice de Gini, definido como

∑ ∑

= = − n i n j j i y y y n2 1 1 2 1 (B.2); Este índice é uma das principais medidas de desigualdade. Esse indicador leva em consideração as diferenças de renda para todos os pares de pessoas e varia entre zero (perfeita igualdade) e um (desigualdade extrema).

Índices membros da classe entropia generalizada, cuja forma geral é

( )

        −       − =

= n i i y y n EG 1 2 2 1 1 1 α α α , α ≠0 e α ≠1 (B.3)

Dentro desta classe de indicadores, os mais usuais são aqueles onde os valores de α são 0, 1 e 2, representando, respectivamente, os índices L de Theil, T de Theil e metade do quadrado do coeficiente de variação. Esta última é mais sensível à existência de desigualdade no extremo superior da distribuição da variável de bem-estar utilizada.

Para α=0 e α=1, tem-se

( )

= = n i yi y n EG 1 log 1 0 (B.4) e

(15)

( )

= = n i i i y y y y n EG 1 log 1 1 (B.5) Para α=2, tem-se

( )

(

)

            − = =

= n i i y y n y CV EG 1 2 2 2 1 1 2 1 2 1 2 ; (B.6)

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