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O emprego formal no Brasil: uma análise do efeito da composição populacional no período 1996-2006

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O emprego formal no Brasil: uma análise do efeito da composição

populacional no período 1996-2006

Gabriel Mendes Borges

Marcos Fernandes Brum da Silva

Luiz Felipe Walter Barros†

Palavras-chave: formalidade; efeitos da composição; mercado de trabalho; escolaridade

Resumo

O mercado de trabalho no Brasil apresentou a partir de 1990 um processo de elevação sem precedentes no grau de informalidade, sendo observada mais recentemente, uma reversão desta tendência com o aumento da formalização. Este estudo compreendeu a análise de dois períodos específicos: 1996-2001 e 2001-2006. Para isto utilizou-se um método de decomposição da variação na taxa de formalidade entre os períodos em questão. Este método decompõe a variação em: 1- variação explicada pelas taxas específicas de formalidade; 2- variação explicada pela mudança na composição da população. Com isso pudemos entender se a variação da formalidade entre os períodos se deu principalmente devido às variações das taxas específicas de formalidade ou se foi devido às mudanças na composição da população. Observou-se diferença significativa entre o comportamento do emprego formal nos períodos 1996-2001 e 2001-2006. O primeiro período foi marcado por uma queda generalizada das taxas específicas nos grupos de escolaridade, ocupação e idade, resultando em diminuição da formalidade. Ademais, esta diminuição só não foi maior devido a um pequeno efeito da composição na população em direção a grupos com formalidade mais alta. Para o período 2001-2006 observou-se que as variações nas taxas específicas de formalização influenciaram ligeiramente e de forma negativa a variação da formalidade total. A despeito desta pequena queda nas taxas específicas de formalidade, os avanços nos níveis de educação e, em menor parte, na estrutura etária e na condição de ocupação, representaram uma mudança na composição da população, o que explicou o avanço da formalidade no período.

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu- MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.

Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE.

Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE.

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O emprego formal no Brasil: uma análise do efeito da composição

populacional no período 1996-2006

Gabriel Mendes Borges

Marcos Fernandes Brum da Silva

Luiz Felipe Walter Barros‡

Introdução

O mercado de trabalho no Brasil tem sido marcado por profundas modificações nas últimas décadas, apresentando sinais de desestruturação já no início da década de 1980, com a crise da dívida externa. Segundo Ulyssea (2006), desde esta época a situação do trabalho no Brasil é marcada por uma alta proporção de trabalhadores sem contrato formal. Em 1981 os trabalhadores sem carteira de trabalho assinada já representavam cerca de 28% da população ocupada e, com exceção dos primeiros três anos, o grau de informalidade nos anos 80 permaneceu relativamente estável. É a partir de 1990 que se inicia um processo de elevação sem precedentes no grau de informalidade no mercado de trabalho brasileiro, totalizando um aumento de dez pontos percentuais até o final da década. Entretanto, nos últimos anos, principalmente a partir de meados de 2002, o que se vem observando é uma reestruturação e ordenamento do mercado de trabalho, apresentando tendências de aumento da contratação formal.

Um dos principais argumentos apresentados sobre as causas da informalidade no Brasil, além do conhecido debate sobre as políticas neoliberais que será discutido mais adiante, aponta como principais entraves à contratação formal a intervenção governamental e os altos custos incidentes sobre folha de pagamentos. Os defensores desta idéia afirmam que o aumento dos custos sobre a folha de pagamentos tem efeito direto na redução dos níveis de emprego e conseqüentemente diminui a contratação formal (Arbache, 2003). Para Neri (2006) a informalidade está associada a encargos fiscais crescentes pelos vários níveis de governo, acabando por tornar-se um círculo vicioso, ou seja, o Estado aumenta os encargos sociais, gerando mais informalidade e por isso perde em arrecadação. Então, mais uma vez o Estado aumenta as alíquotas para manter o mesmo nível de arrecadação anterior. Isso gera mais informalidade e diminui novamente a arrecadação e esse círculo vicioso vai se estendendo.

Argumenta-se também que as altas taxas de contribuição sobre a folha (de até 31%) afetam a competitividade, geram alto custo para as empresas, estimulam a informalização, precarizam a situação do emprego e, conseqüentemente, reduzem a própria base de tributação (Varsano, 2003). Diz-se também que se privilegiam com este sistema as empresas com maior suporte tecnológico, maiores ganhos de escala e maiores lucros, onerando principalmente as empresas intensivas em mão-de-obra (ANFIP, 2003). Da mesma forma, tem-se a questão da necessidade de se fazer um sistema tributário eficiente e com foco na competitividade dos produtos brasileiros, o que é impossibilitado com este tipo de tributação (CNI, 2003). Estudo realizado pelo IPEA afirma que caso fosse zerado o custo de demissão, a estimativa é de uma

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu- MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.

Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE.

Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE.

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elevação em três milhões no nível de emprego (IPEA, 2006). Deste modo, conforme tais argumentações, o nível de empregos sobe à medida que os custos do trabalho diminuem.

Entretanto, não há consenso nas discussões de que a redução dos custos trabalhistas implique em diminuição do trabalho informal. Ao estudar alguns países latino-americanos, Rama (2001) não encontra evidências de que a intervenção estatal e a carga sobre a folha nesses países tenham influência expressiva no crescimento da economia (Rama, 2001 apud Arbache, 2003). Outra evidência empírica é o exemplo da privatização da Seguridade Social no Chile. A redução da incidência de 30% para 5% não aumentou o nível de emprego da economia. O que aconteceu foi um aumento no nível de renda daqueles que já estavam empregados (Gruber, 1995 apud Arbache, 2003).

A partir de meados da década de 90 o governo brasileiro toma medidas visando o aumento da contração formal, partindo da premissa de que uma legislação trabalhista mais flexível estimularia a geração de empregos. Institui-se o banco de horas, o trabalho temporário e mesmo assim o emprego apresenta uma elevação irrisória e bem abaixo das aspirações sociais e governamentais. Pesquisa interessante foi realizada para investigar o impacto dos encargos trabalhistas sobre o mercado de trabalho brasileiro. O estudo procura investigar o impacto do aumento dos custos sociais da Constituição de 1988 nos níveis de emprego. Os resultados indicam que o aumento dos encargos não incide sobre o nível de emprego e sim sobre os salários. Segundo a pesquisa, um aumento de 10% nos custos trabalhistas pode reduzir o salário médio em 4,6% (Fernandes & Menezes-Filho, 2002 apud Arbache, 2003).

Outra causa relacionada ao aumento da informalidade diz respeito às leis trabalhistas e à percepção dos benefícios contributivos. Assim, o nível de informalidade aumentaria enquanto houvesse ambigüidade nas leis trabalhistas e os programas de seguridade social não deixassem claras as relações entre a magnitude das contribuições e os benefícios percebidos (Neri, 2006). O autor identifica em seu estudo alguns casos em que a firma e os empregados entram num acordo de evasão fiscal, mas não deixam de honrar direitos trabalhistas. Assim, os custos previdenciários são repassados aos empregados que não assinam carteira por não perceberem diretamente os benefícios individuais da seguridade social.

No Brasil, apesar de não ter havido grandes esforços recentes de flexibilização trabalhista ou diminuição da carga tributária, o que se observou nos últimos anos, principalmente a partir de 2002, foi uma tendência de aumento da formalidade no país. Estudos têm sido feitos com o objetivo de entender as causas e a forma como está se dando essa recuperação. Alguns autores atribuem este aumento às mudanças que vêm ocorrendo nos últimos anos nas instituições e nas leis, como a criação do Simples para micro e pequenas empresas (Cardoso Jr, 2007). Outros ressaltam que o aumento da formalidade está relacionado em parte a um efeito de composição entre os setores de atividades, principalmente entre o setor de serviços e a indústria de transformação, relacionando uma possível retomada da contratação formal à recuperação econômica do setor industrial. Esta recuperação industrial estaria freando o crescimento do setor de serviços, conhecido por ser o setor onde se encontram as mais altas taxas de informalidade. Portanto uma parte da formalidade poderia ser explicada pelas mudanças na composição dos setores de atividades (Ramos, 2002). Das muitas pesquisas realizadas, alguns resultados encontrados são consenso na literatura nacional, como o fato dos assalariados formais apresentarem em média mais anos de estudos em relação aos assalariados informais. Observa-se que há uma relação entre ocupação e escolaridade, em que o trabalhador menos escolarizado vêm perdendo espaço no contingente total de ocupados ano após ano (Ramos, 2007). Em 2006, mais de 40% da população ocupada possuía 11 anos ou mais de estudo, revelando a importância da escolaridade na questão do emprego.

A expansão da formalidade nos últimos anos tem causado certa surpresa entre os estudiosos que consideravam que a tendência dos anos 90 fosse irreversível. O estudo das

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possíveis causas da recuperação do trabalho formal é recente, portanto novos fatores explicativos podem ser encontrados e acrescentados à atual discussão.

Este trabalho se une a estes estudos, trazendo novos elementos de análise para a recuperação da formalidade dos últimos anos e sobre a informalidade que marcou a década de 90. Escolhemos dois períodos importantes para a análise do mercado de trabalho e a formalidade no Brasil. O primeiro abrange os anos de 1996 até 2001 e o segundo de 2001 a 2006, permitindo fazer comparações entre um período marcadamente conhecido pelo aumento do trabalho informal com um período que vem mostrando recentemente elementos de recuperação do trabalho formal.

Na análise utilizaremos um método de decomposição da variação na taxa de formalidade entre os períodos em questão. Este método decompõe a variação em: 1 – variação explicada pela diferença das taxas específicas de formalidade; 2 - variação explicada pela mudança na composição da população de acordo com as variáveis ocupação, escolaridade e idade. Com isso poderemos entender se a variação da formalidade nos períodos se deu principalmente devido às variações das taxas específicas de formalidade em cada grupo analisado ou se foi devido às mudanças na composição da população.

Aumento da informalidade: anos 90

As mudanças na estruturação do mercado de trabalho nos anos 90 tiveram uma resposta de forma majoritariamente negativa aos efeitos das novas políticas econômicas implementadas, como a abertura da economia ao comércio e aos capitais internacionais, a redução do Estado, privatizações, redução da inflação e controle fiscal. Tais mudanças estruturais na economia afetaram significativamente a dinâmica do mercado de trabalho, apresentando um forte aumento nas taxas de desemprego e, conseqüentemente, um incremento à informalidade jamais visto (Neri et al, 2000). Esta tendência de informalidade caminhando junto com o desemprego indica que a informalidade, que outrora funcionou como “amortecedor” do desemprego, não cumpriu este papel na década de 90 (Arbache, 2003). Para Dedecca e Rosandiski (2006) o baixo desempenho econômico em um contexto de abertura externa e valorização cambial foram as principais causas da destruição sem precedentes de empregos formais.

Entre 1990 e 1992 o Brasil passou por uma forte recessão, reduzindo-se os patamares da atividade e apresentando altos níveis de desemprego. Nos anos seguintes, principalmente a partir de 1994, o país viveu um período de maior estabilidade e crescimento da economia. Até o início de 1995 o aumento do nível de emprego total foi suficientemente forte para levar a uma redução na taxa de desemprego aberto. A partir desse momento, com os efeitos da crise do México, a taxa de desemprego aberto voltou a crescer, acentuando-se ainda mais a partir de 1997 (Neri et al, 2002). Entre os anos 1995 e o final de 1998, em que o ambiente macroeconômico foi extremamente marcado pela sobrevalorização cambial e altas taxas de juros, as principais variáveis do mercado de trabalho nacional sofreram um processo intenso de deterioração. Nesta deterioração estava incluído o aumento da informalidade das relações de trabalho e da desproteção previdenciária, que foi observado para amplos segmentos do mercado de trabalho urbano (Cardoso Jr., 2007). Neri et al (2000) argumentam que com as crises financeira e asiática de 1998 a economia foi novamente afetada, apresentando mais uma vez redução no emprego – principalmente no setor industrial – e diminuição de trabalhadores no setor formal. O aumento da informalidade só não foi maior porque uma parte dos trabalhadores foi reincorporada à formalidade pelo setor de comércio e serviços, que teve crescimento durante o período.

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Período pós-1999

Segundo Dedecca e Rosandiski (2006), a partir de 1999 foi contido o processo de destruição de empregos formais que caracterizou o período de auge do Plano Real. Os autores creditam isto à re-nacionalização da produção pela desvalorização cambial, mesmo em um contexto de ausência de crescimento. É mencionado, ainda, que os ajustes do mercado de trabalho foram realizados por meio da desvalorização dos salários e das demais remunerações do trabalho. Cardoso Jr. (2007) atribui este arrefecimento das tendências anteriores do mercado de trabalho à operação da economia brasileira num contexto de comércio internacional favorável, a despeito do arranjo de política econômica vigente.

O autor estabelece ainda mais um período com características claramente discerníveis dos demais, que é o triênio 2004-2006. Mesmo com a política macroeconômica praticamente inalterada, a pujança do comércio exterior, combinada com pequenas reduções nos patamares de juros internos e com uma importante expansão das várias modalidades de crédito, aumentos do salário mínimo e expansão das políticas sociais, houve uma reação positiva do mercado de trabalho a estímulos até certo ponto tímidos da política econômica. O texto MPAS (2005), que analisa a evolução recente da proteção social previdenciária, atribui o aumento da cobertura e da quantidade de vínculos trabalhistas “formalizados” a diversos fatores, sendo o principal deles a melhoria do cenário econômico. O texto indica que a PNAD de 2003, realizada em setembro deste ano, registrou os primeiros efeitos do início da recuperação econômica do país, que vinha de uma situação de estagnação em 2002. O texto destaca, ainda, a ampliação do número de vagas formais no setor privado – com destaque para o agronegócio – além da formalização de relações trabalhistas pré-existentes, devido a um aumento da eficiência da fiscalização e da melhoria na dinâmica da economia.

Percebe-se claramente que as condições de informalidade comportaram-se concomitantemente às variações pelas quais passou o mercado de trabalho como um todo. O emprego formal no Brasil, que apresentou expressiva queda ao longo da década de 1990, inverteu esta tendência a partir do ano 2002, tendo apresentado, desde então, crescimento contínuo. Esta recente expansão tem causado surpresa a muitos estudiosos do mercado de trabalho, pois a tendência de queda nos anos 90 foi considerada por muitos como irreversível. Para Dedecca e Rosandiski (2006) o governo federal abandonou quaisquer medidas que revertessem a tendência observada para o mercado de trabalho na década de 90, sob o argumento da inevitabilidade da precariedade do mercado de trabalho construída no mundo globalizado.

Comparação entre os períodos 1995-1999 e 2001-2005

Cardoso Jr. (2007), analisa o comportamento do mercado de trabalho brasileiro no período 1995-2005 e comprova uma diferença importante entre os sub-períodos 1995-1999 e 2001-2005. O autor observa para o segundo período de análise a retomada de um possível movimento de reestruturação e ordenamento do mercado de trabalho. O texto discorre sobre algumas prováveis causas deste fenômeno, avaliando as condições para sua sustentabilidade temporal. São identificados ao menos cinco fatores explicativos para esta tendência recente, todos eles operando simultaneamente na mesma direção. As principais causas mencionadas pelo autor são: aumento e descentralização federativa do gasto público social; aumento e diversificação de crédito interno; aumento e diversificação do saldo exportador; instituição de um regime tributário simplificado para micro e pequenas empresas, o Simples; melhora da intermediação de mão-de-obra; e fiscalização por parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O autor observa, ainda, que todos estes fatores são passíveis de algum tipo de atuação por parte do Estado.

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Desde 2003, tanto as políticas setoriais quanto os instrumentos de política de emprego têm sido valorizados pela política de governo, que tem contado ainda com um cenário econômico externo muito favorável para as exportações e o ingresso de capitais. Essa valorização não tem criado efeitos mais robustos para a produção e o emprego devido ao freio imposto pela política econômica, seja para os gastos do governo, para os investimentos privados ou para o consumo interno corrente (Dedecca e Rosandiski, 2006).

De acordo com o texto de Tafner (2006) não se pode dizer que a informalidade começou a cair a partir de 2002 por uma mudança no ritmo de expansão econômica, dado que 2002 e 2003 foram anos de baixo crescimento. Ramos (2002) analisa os efeitos da composição setorial da ocupação na informalidade, observando as mudanças nos setores de serviço e da indústria de transformação. O autor detecta que no período de sobrevalorização cambial a indústria perde fôlego e o setor de serviços - caracterizado por um grau elevado de informalidade - se expande. Portanto a informalidade neste período é maior do que a informalidade encontrada no período pós desvalorização cambial, ou seja, pós-1999. A partir daí a indústria começa a mostrar uma recuperação, demandar por mais trabalhadores e servir de freio para uma expansão maior do setor de serviços. Deste modo, esta mudança na composição por conta de uma mudança macroeconômica explica em parte uma das causas da redução da informalidade para o período pós-99. Segundo a análise do autor os dados apontam um estancamento da informalidade para o setor industrial, mostrando tendências de maior formalização para os próximos anos.

Análise dos índices de formalização nos períodos 1996-2001 e 2001-2006

A informalidade pode ser definida de várias formas. De acordo com Ulyssea (2006) a discussão relativa à definição do conceito de setor informal é apresentada na literatura de maneira geral bastante dispersa e de forma desorganizada.

Dedecca e Rosandiski (2006) utilizam a evolução da ocupação com contribuição para previdência como indicador do comportamento do mercado formal de trabalho. Os autores consideram que, mesmo que imperfeito, por considerar a ocupação com contribuição em pequenos empreendimentos e o trabalho doméstico, esta seleção é bastante aceitável, pois, em geral, o avanço da ocupação com contribuição tende a refletir a tendência de formalização dos contratos de trabalho induzida pelos segmentos econômicos com maior concentração dos estabelecimentos de maior porte.

Sabe-se também que existe uma forte correlação entre a informalidade das empresas e a informalidade das relações de trabalho, ou seja, as empresas formais tendem a empregar mais os trabalhadores formais, e vice-versa (Tafner, 2006).

Segundo Cardoso Jr. (2007) a discussão a respeito do emprego formal no Brasil é considerada sob duas perspectivas. Quando analisada sob o ponto de vista apenas do mercado de trabalho, é a partir da relação trabalhista formal/legal que se estabelece um tipo de mediação mais civilizada entre capital e trabalho em que as relações de trabalho passam a desfrutar de um estatuto público. Nesta perspectiva, a informalidade é vista como toda e qualquer situação ilegal de trabalho. Assim, toda relação laboral sem carteira – no caso do trabalhador assalariado – deve ser considerada ilegal e informal. Os trabalhadores por conta própria e autônomos, contudo, apesar de não poderem ser consideradas como ilegais, devem ser considerados como informais, devido à situação onde não é nítida a separação entre capital e trabalho. Esta primeira perspectiva considera as atividades assalariadas desempenhadas fora do arcabouço legalmente estabelecido pelo Estado. Na segunda perspectiva de caracterização do emprego formal, a sua importância transcende as fronteiras relativas ao ordenamento do mercado de trabalho para se referir também às condições pelas quais as pessoas desfrutarão de proteção individual contra os riscos clássicos do mundo do trabalho. A partir da Constituição

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de 1988, embora quase toda relação de trabalho sem carteira assinada possa ser considerada como informal do ponto de vista do mercado de trabalho, apenas aquelas que não contribuem voluntariamente para o sistema previdenciário público e nem se vinculam ao sistema previdenciário como segurados especiais é que podem ser tidas como informais. Nesta perspectiva a informalidade está associada ao não cumprimento da legislação previdenciária, que garante aos indivíduos os direitos sociais.

Neste trabalho foi utilizada como metodologia de análise do emprego formal e informal a segunda perspectiva, considerando como formais aqueles trabalhadores que gozam de alguma forma de proteção social previdenciária. Assim, três grupos foram considerados como trabalhadores formais. O primeiro deles refere-se aos trabalhadores vinculados ao Regime Geral de Previdência Social na condição de contribuintes. Neste grupo estão incluídos os trabalhadores com carteira assinada – que estão automaticamente vinculados à previdência – e aqueles que se encontram na condição de contribuinte individual, como os trabalhadores por conta própria, os que prestam serviço de natureza eventual, sem vínculo empregatício e que ainda assim optam por contribuir. O segundo grupo refere-se aos trabalhadores vinculados a regime próprio de previdência social, como os militares e funcionários públicos estatutários. Finalmente, são também considerados como formais os trabalhadores na condição de segurado especial, que são aqueles trabalhadores que exercem a atividade rural individualmente ou em economia familiar. Através do questionário da PNAD definimos como segurados especiais os trabalhadores exercendo atividades agrícolas§ por conta própria, na condição de não remunerados ou em atividades para o próprio consumo.

Apesar de termos em mente as especificidades de cada um destes três grupos, a escolha do conceito de trabalhador formal se deu principalmente pela característica que estes têm em comum: a proteção social através da previdência. Por mais que haja diferenciais entre eles em relação ao rendimento e condições de trabalho, todos estes trabalhadores estão protegidos de alguma forma contra os infortúnios da vida, como a morte e a perda da capacidade laborativa.

Análise dos índices de formalização nos períodos 1996-2001 e 2001-2006

A seguir faremos uma breve análise descritiva das principais características da formalidade para os períodos de 1996-2001 e 2001-2006. Observaremos ainda a dinâmica da formalidade segundo a posição na ocupação, anos de estudo, sexo, idade e setor de atividade** nestes períodos.

Em relação ao nível educacional, existe uma enorme diferença entre as taxas de formalidade das pessoas com alta escolaridade e aquelas com baixo nível de instrução, especialmente as que têm 10 anos ou menos de estudo. Existe ainda uma diferença bastante significativa para os trabalhadores com 15 anos ou mais. Neste grupo, o percentual de pessoas

§

Alguns trabalhos consideram apenas as pessoas vivendo em áreas rurais. Neste trabalho foi considerado o ramo de atividade agrícola, independente se a condição no domicílio era rural ou urbana. A definição de urbano/rural para o IBGE é uma questão de delimitação administrativa, conforme definida por lei municipal. Segundo esta definição considera-se em situação urbana as áreas urbanizadas ou não, correspondentes às cidades (sedes municipais), às vilas (sedes distritais) ou às áreas urbanas isoladas. Algumas destas são caracterizadas por ocupação predominantemente de caráter rural. A definição de rural para a Previdência Social, por outro lado, refere-se à atividade da ocupação, que deve ser agrícola.

**

Foi feito um agrupamento com base no texto de Cardoso Jr. (2007). A partir da PNAD 2002 a caracterização dos setores de atividade sofreu modificações, fazendo com que a comparação entre anos com diferentes definições fique prejudicada.

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na informalidade é de menos de 15%. Apesar das baixas taxas apresentadas, entre 2001 e 2006 a taxa de formalidade cresceu entre os menos escolarizados.

Quando analisamos a formalidade por sexo percebe-se que quem está mais inserido no mercado formal são os homens, com cerca de 63%, mas não muito distante das mulheres, que contam com pouco mais de 60% de formalidade. No que diz respeito à distribuição etária da população, o que podemos observar é uma tendência de aumento na formalidade com o aumento da idade, especialmente nas primeiras faixas etárias, mantendo-se praticamente constantes a partir daí e, no caso dos homens, um decréscimo a partir dos 49 anos. Finalmente, os setores de atividade que apresentaram as maiores proporções de trabalhadores classificados como formais foram: os serviços sociais públicos, principalmente devido aos funcionários públicos estatutários; o setor agrícola, dada a representatividade dos segurados especiais neste grupo; e indústria da transformação, que tradicionalmente apresenta um grande percentual de postos de trabalho formais. Todos estes setores apresentam praticamente em todos os anos mais de 70% de trabalhadores formais.

Analisando as mudanças ocorridas no tempo em termos de formalidade em cada um destes grupos temos que, em geral, o que observamos no período 1996-2001 foi uma piora generalizada em termos de formalização do emprego, como já discutido. A proporção de pessoas que ocupava cargos formais, de acordo com nossa definição, apresentou uma queda em quase todos os grupos aqui analisados, como mostrado na Tabela 1, totalizando uma queda de 2,3% no período. Entre os anos 2001 e 2006, no entanto, o que percebemos é um movimento no sentido oposto, ou seja, um aumento de 3,4% da proporção de trabalhadores que podem ser considerados formais.

No período 1996-2001 o grupo que apresentou maior queda na taxa de formalização foi o de trabalhadores por conta-própria, sofrendo a maior perda da formalidade em termos de posição na ocupação, passando de 25,2% para 18,7%. O grupo dos militares e funcionários públicos estatutários apresentaram 100% de formalidade, já que estes são automaticamente vinculados a regime próprio de previdência social. A mesma taxa de cobertura é a dos segurados especiais que, pela definição utilizada neste trabalho, são todos considerados trabalhadores formais. No grupo dos empregadores a taxa de formalidade passou de 74% para 65%, apresentando queda de 11,6% na taxa de formalidade para o período.

É interessante notar, a despeito das quedas generalizadas, o aumento de 21,3% entre 1996 e 2001 na formalidade dos empregados domésticos, que ainda assim apresentam taxas aquém do admissível.

Um fato que chama a atenção é a queda da formalidade em relação à escolaridade. Para todas as faixas de anos de estudo tivemos uma queda de mais de 2% na proporção de formais entre 1996-2001. Para os pouco escolarizados – 1 a 3 anos de estudo – a queda chega aos 6,5%. No período seguinte ocorre um movimento no sentido contrário, sendo o maior ganho, 3%, entre os pouco escolarizados – 1 a 3 anos de estudo, principalmente devido à melhora nos índices dos empregados e trabalhadores agrícolas com baixa escolaridade (Tabela 2). Por outro lado, para as pessoas com 8 a 10 anos de estudo a formalidade caiu 4,3%. Para os trabalhadores com 11 anos de estudo ou mais a taxa manteve-se praticamente constante.

A variação da formalidade no período 1996-2001 esteve mais a favor das mulheres do que dos homens. Ambos apresentaram queda no período, mas para as mulheres esta queda foi menor, de apenas 0,5%, enquanto a dos homens foi de quase 3,5%. No período seguinte, no entanto, a recuperação foi maior entre os homens, 4,2%, contra 2% das mulheres. Se considerarmos ainda os efeitos da estrutura etária, os resultados são bem interessantes. Para os homens, em todas as faixas etárias ocorreu uma queda no primeiro período, com uma tendência de quedas maiores para as idades mais avançadas. No segundo período, com exceção do grupo de pessoas entre 16 a 19 anos, todos apresentaram variações positivas,

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sendo a faixa etária de 25 a 29 anos a que apresentou o maior aumento, 7%. Para as mulheres também ocorre um movimento de queda na variação da formalidade com o aumento da idade, ficando as mulheres com mais de 35 anos com as maiores quedas na formalidade entre os anos 1996 e 2001. Já entre 2001-2006 a tendência observada entre as mulheres é muito parecida com a dos homens, inclusive com o pico entre 25-29 anos, que apresentaram um crescimento de 4,7%. A grande diferença entre o que ocorreu com o público feminino em relação ao masculino no período foi que as variações foram bem menores para aquelas em relação a estes.

Entre os setores de atividade, o que mais chamou a atenção em termos de variação foi a indústria da construção, que apresentou grande queda na formalidade entre 1996-2001, 19%, e um grande aumento no período seguinte, 14%, mas ainda sem chegar aos patamares de 1996. Os demais setores de atividade tiveram variações mais brandas no período.

O grau de formalidade da população ocupada brasileira cresceu de 60,54% em 2001 para 62,5% em 2006 – um aumento de 3,2%. Contudo, este aumento não se deu de forma homogênea para toda a população. A Tabela 2 apresenta a variação nas taxas de formalidade por escolaridade e grupos de anos de estudo

Para o período 2001-2006 houve uma melhora de 0,5% na formalidade dos empregadores (Tabela 2). Isto pode parecer estranho, já que quando é considerada cada faixa etária separadamente, a melhora é observada apenas na faixa de 4 a 7 anos. Todas as demais apresentam queda na formalidade. Este fenômeno de melhora na taxa, apesar das quedas na maioria das faixas etárias, não ocorre devido à alta participação de pessoas com 4 a 7 anos neste grupo, que é de apenas 16,8%. O que parece ter acontecido neste caso é um efeito de composição. Houve, neste período, uma mudança na estrutura ocupacional e educacional como será observado em seguida.

O único grupo que apresentou queda na taxa de formalização para o período de 2001-2006 foi o de trabalhadores por conta-própria. Essa queda foi menos intensa do que a observada no período anterior. O número de trabalhadores não remunerados contribuintes para a previdência social cresceu 18%. Outra taxa de formalização que cresceu bastante foi a dos trabalhadores agrícolas que não eram considerados segurados especiais. Este crescimento se deu principalmente devido à melhoria na cobertura dos trabalhadores com baixa escolaridade. Ainda assim a taxa de formalidade destes trabalhadores é baixa. Em 2006, apenas 36% dos empregados e empregadores que exerciam suas atividades no setor agrícola tinham carteira assinada ou contribuíam para a previdência social. Outro grupo que apresenta baixa taxa de formalização, mas que também teve crescimento no período é o de trabalhadores domésticos††. Percebe-se pelo Gráfico 1 que o nível de escolaridade aumentou bastante no período. As classes com baixa escolaridade perderam representatividade, enquanto as mais escolarizadas ganharam espaço. No ano de 2006, 31,6% da população ocupada tinha entre 11 a 14 anos de estudo. Pela tabela 1 pode-se perceber que a formalidade para este grupo é relativamente alta se comparada às demais. Em relação à condição na ocupação, houve um aumento da participação dos empregados chegando a representar 47,67% dos ocupados. A categoria dos empregadores cresceu 9% entre 2001 e 2006, chegando a quase 4% de representatividade no total de ocupados. O grupo de empregados teve um aumento na taxa de formalização de quase 3% no período 2001-2006, chegando a 74,18% de formalidade. Este é um aumento importante, já que em 2006 47,7% dos trabalhadores estavam neste grupo. É óbvio que um pequeno aumento na taxa de formalidade em grupos

††

A alta variação na taxa para os trabalhadores com 15 anos ou mais deve-se ao pequeno número de trabalhadores com esta escolaridade, ficando mais sujeitos à aleatoriedade

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com maior representatividade no total de trabalhadores ocupados, como os empregados, é mais influente do que um grande aumento em grupos pouco representativos. A classe dos segurados especiais teve uma redução na representatividade total, assim como os demais trabalhadores agrícolas. Percebe-se, desta forma, que houve um movimento em direção a grupos tradicionalmente com maior formalidade. Assim, se as taxas de específicas de formalidade para cada grupo ocupacional e educacional tivessem se mantido de 2001 a 2006, a formalidade da população como um todo teria melhorado devido à mudança na composição da população.

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Empregado Militar / Funcionário Público Estatutário T rabalhador Doméstico Cont a própria Empregador Não-remunerado Segurado Especial Demais T rabalhadores Agrícolas

Sem Inst rução 3,83 0,00 -6,36 -7,87 -7,62 - 0,00 32,32 2,82 1 a 3 anos 2,25 0,00 -1,25 -4,52 -5,38 -64,67 0,00 19,44 2,98 4 a 7 anos 0,00 0,00 9,76 -10,68 4,29 -4,54 0,00 6,76 0,03 8 a 10 anos -3,71 0,00 -9,58 -9,50 -0,52 34,91 0,00 5,27 -4,30 11 a 14 anos 1,20 0,00 5,97 -13,46 -2,37 20,94 0,00 -4,60 -0,15 15 anos ou mais 0,49 0,00 634,68 -6,67 -3,92 -19,23 0,00 1,65 0,14 Total 2,96 0,00 3,81 -2,42 0,50 18,03 0,00 19,41 3,23

Font e: microdados das PNADs 2001 e 2006

Tabela 2

Anos de estudo Total

Posição na Ocupação

Variação percentual entre as taxas de formalidade por posição na ocupação e escolaridade no período 2001-2006, Brasil.

Gráfico 1

Percentual de trabalhadores formais por grupos de anos de estudo para os Anos 1996, 2001 e 2006, Brasil 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Sem Instrução 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 a 14 anos 15 anos ou mais 1996 2001 2006

Fonte: microdados das PNADs 1996, 2001 e 2006.

Para tentar isolar este efeito da composição, foi feita uma padronização, supondo que estas as taxas específicas tivessem se mantido constantes de 2001 a 2006. Assim, aplicou-se à população de 2006 as taxas observadas em 2001 e chegou-se à taxa de formalização de 62,58%, que é maior que a realmente observada. Conclui-se, assim, que em geral as taxas tiveram uma queda, mas que foi compensada pela mudança na composição da população.

Assim, este avanço na formalidade no período – 3,2% ou 1,96 ponto percentual (p.p.) – pode ser explicado pela melhora (ou piora) nas taxas específicas e pela mudança na composição da população. Desta forma, deseja-se decompor este avanço na taxa de formalidade com o objetivo de saber qual é a parte que é explicada pela taxa e pela mudança na composição.

(12)

Método

Para analisarmos a variação de uma taxa geral ou taxa bruta, podemos decompô-la em duas partes: uma que leve em conta o efeito da variação na composição da população e a outra relativa à mudança nas taxas específicas de um determinado fenômeno para um grupo de indivíduos. A quantidade em pontos percentuais (p.p.) que é explicada pela variação na taxa específica é dada pela equação:

(

x,y,k x,y,j

)

x,y,j y

x, TE TE f

ΔTX = − ×

onde TEx,y,je TEx,y,k representam as taxas específicas para as variáveis x e y para os anos j e k (com k > j) respectivamente, e fx,y,j é a freqüência relativa da classe x, y para o ano j.

O valor das taxas específicas é dado por:

j y j j y x j y, x, Q N TE , , , , =

onde Nx,y,j é o número de pessoas com a característica que se deseja medir e Qj,y,j é a população sob risco.

A freqüência relativa é dada através da seguinte relação:

j j y x j y, x, n n f , , =

onde nx,y,j é a população na classe x, y e n é a população total no ano j. j

Os valores de ΔTX indicam a quantidade em p.p. da variação na taxa total entre j e x,y

k que é explicada pela variação na taxa específica de determinado grupo entre os dois

períodos. Este cálculo é feito ponderando-se a diferença entre as taxas específicas pela representatividade daquele grupo na população total. Este valor pode ser entendido também como a diferença entre os anos j e k padronizada pelas taxas do ano j. É feita a suposição de que a composição da população se manteve constante entre j e k e se analisa apenas o impacto da variação da taxa.

Se a taxa específica de determinado grupo cresceu (diminuiu) no período de análise, o valor de ΔTX será positivo (negativo), e tão maior (menor) quanto for a representatividade x,y do grupo x, y na população.

A representatividade total exclusivamente em decorrência da variação nas taxas específicas é dada por:

∑∑

= y x y x, ΔTX ΔTX

Este valor pode ser entendido também como a diferença entre a taxa geral do ano j e a taxa geral do ano k padronizada pelas taxas específicas do ano j.

A estimativa da quantidade em p.p. que é explicada pela mudança na composição da população é feita da seguinte forma:

(

x,y,k x,y,j

)

x,y,k y

x, f - f TE

ΔCP = ×

Este valor indica a explicação na variação total da taxa entre os períodos j e k que é devido a mudanças na composição da população. A diferença entre as freqüências indica o número relativo de pessoas que entraram naquele grupo. Se o valor for negativo há uma indicação de que o grupo perdeu participação na população total. Esta diferença é multiplicada pela taxa específica a que estas pessoas estariam sujeitas no ano k.

(13)

A quantidade da variação total entre os dois períodos que é explicada pela mudança na composição é dada por:

∑∑

= y x y x, ΔCP ΔCP

Se os grupos que ganharam participação relativa entre os dois períodos forem em geral os que apresentam maiores taxas, então a taxa total tende a crescer e vice-versa.

Resultados

Inicialmente foi calculada a parte da diferença na formalidade entre os anos que é explicada pela mudança na taxa específica de formalidade entre os dois períodos para cada grupo ocupacional e educacional (Tabela 4).

Para os trabalhadores empregados sem instrução, por exemplo, a taxa de formalidade em 2001 era de 54,12% e em 2006 56,19%. Para este grupo a taxa específica de formalidade teve um avanço de 2,07 p.p. Esta melhora, multiplicada pela participação deste grupo na população total indica a participação do avanço da taxa neste grupo em relação à variação da taxa geral de formalidade. Tem-se, assim, que esta melhora na taxa de formalidade para o grupo de empregados sem instrução deu uma contribuição de 0,04 p.p. para o aumento na taxa de formalidade total de 1,96 p.p. na formalização entre os períodos.

Pela Tabela 4 percebe-se que as variações nas taxas específicas de formalização influenciaram ligeiramente e de forma negativa a variação da formalidade no período. Os grupos que mais influenciaram negativamente esta variação foram os trabalhadores por conta própria principalmente aqueles com escolaridade de 4 a 7 anos e 11 a 14 anos de estudo – estes dois grupos apresentaram queda na formalidade de 10,68% e 13,46%, respectivamente. O grupo de trabalhadores agrícolas nas condições de empregado e empregador contribuiu em 0,26 p.p. para aumentar a taxa de formalização no período. Isto se deu principalmente devido aos avanços na formalização dos trabalhadores menos escolarizados. A taxa de formalização dos empregados domésticos também aumentou, principalmente para aqueles com escolaridade entre 4 e 7 anos de estudo. O grupo de empregados apresentou uma piora na formalização para as pessoas com 8 a 10 anos de estudo e uma melhora para os trabalhadores com 11 a 14 anos de estudo. Apesar de estas variações não terem sido tão significativas – queda de 3,7% e aumento de 1,2% para os dois grupos respectivamente, a alta representatividade na população total destes grupos fez com que houvesse um aumento nestes percentuais. Em relação ao nível de instrução, a queda na taxa para as pessoas com escolaridade de 8 a 10 anos de estudo compensou o aumento entre as pessoas com menos de 7 anos.

Percebe-se, assim, que a evolução na taxa de formalização afetou muito pouco – e negativamente – a melhora na formalidade no período 2001-2006. Este avanço pode ser explicado por um efeito da composição da população de acordo com as condições de ocupação e escolaridade. Este efeito será analisado a seguir.

Somente a mudança ocupacional e os avanços da população no período em relação à escolaridade – independente das taxas específicas de formalidade – foram responsáveis por 2,01 p.p. na melhora da taxa de formalização no período (Tabela 5). Percebe-se um efeito da composição, com pessoas saindo de grupos menos escolarizados (valores negativos nas primeiras faixas) rumo aos grupos com maior escolarização – principalmente 11 a 14 anos. Em se tratando da contribuição para a variação na formalidade, observa-se que o aumento do número relativo de pessoas nos grupos com maior escolaridade mais que compensa a queda nos grupos menos escolarizados, devido à alta taxa de formalização naqueles.

Em relação à condição na ocupação, o grupo que mais auxiliou o aumento da taxa de formalidade é o de empregados. Os empregadores também têm uma influencia positiva, mas

(14)

bem menos expressiva. A diminuição da participação do contingente de segurados especiais na população total representou um impacto de -1,32 p.p. na evolução da taxa de formalidade no período. Este classe tem um grande impacto porque consiste em saídas de um grupo com 100% de proteção.

Observa-se pela Tabela 5 uma grande participação do grupo de empregados com 11 a 14 anos de estudo. Sendo assim, pode-se dizer que o aumento do número de pessoas neste grupo foi a principal razão do aumento da formalidade neste período. Este grupo, que tinha 9,8 milhões de pessoas em 2001 passou a ter mais de 16 milhões em 2006. Ele aumentou sua representatividade na população total de 14,5% para 20,14%. Supondo que estes mais de 6 milhões de trabalhadores que “migraram” para este grupo estavam sujeitos à taxa geral de formalidade em 2001 (60,54%) e agora apresentam a taxa de formalidade observada para este grupo em 2006 (81,04%), apenas este grupo individualmente apresenta uma formalização de mais de 1,1 milhão de trabalhadores no período.

É interessante notar que para que o efeito da composição implique em aumento da formalidade é preciso que as taxas em cada grupo apresentem melhora ou se mantenham praticamente constantes. No caso dos empregados com 11 a 14 anos de estudo, foi isto que aconteceu. A taxa de formalidade neste grupo, que era de 80% passou a 81%, não cedendo às pressões sobre o aumento do contingente de indivíduos nesta classe. Em outras palavras, o mercado de trabalho conseguiu absorver na condição de trabalhador formal as pessoas que passaram para o grupo de trabalhadores empregados e com escolaridade de 11 a 14 anos.

Nota-se, portanto, que o aumento da taxa de formalidade devido à mudança na composição da população em relação à escolaridade e condição na ocupação ajudou a aumentar a taxa geral de formalidade em 2,01 p.p. Contudo, o aumento geral da taxa só foi possível devido ao efeito das taxas específicas que não apresentaram quedas significativas no período. Desta forma, o aumento na taxa de formalidade foi de 1,96 p.p., que pode ser obtido pela soma entre os efeitos da composição (2,01 p.p.) e das taxas específica de formalidade (- 0,05 p.p.).

Fazendo a análise por sexo, idade e escolaridade percebe-se que a variação nas taxas específicas de formalidade de acordo com estes atributos foi responsável por uma queda de 0,67 p.p. na taxa de formalização entre 2001 e 2006 (Tabela 6). Este efeito se deve principalmente às pessoas na faixa de 4 a 10 anos de estudo e às pessoas na faixa etária mais jovem – até 24 anos para ambos os sexos e de 30 a 34 anos para as mulheres. A taxa específica de formalidade destas mulheres nesta faixa etária e com 11 a 14 anos de estudo caiu de 74,27% para 69,9%. Para as pessoas com 8 a 10 anos de estudo, a contribuição para a queda na taxa de formalidade foi de -0,46 p.p. Esta queda foi maior para as pessoas em idade jovem. No caso das pessoas com escolaridade entre 4 e 7 anos de estudo a formalidade manteve-se praticamente constante no período. Contudo, além da queda ter sido muito grande entre os homens mais jovens, estes possuem alta representatividade na população total, o que explica o valor de -0,46p.p..

A despeito da queda nas taxas especificas de formalidade, os avanços na mudança na escolaridade e, em menor parte, na estrutura etária, representaram uma mudança na composição da população que fez com que a taxa de formalidade aumentasse em 2,63 p.p. no período (Tabela 7). Os grupos específicos que mais contribuíram foram os de escolaridade acima de 11 anos. Para as pessoas com 15 anos ou mais de estudo, os que mais contribuíram para o aumento da formalidade via taxa de composição foram aquelas com 25 a 29 anos de idade. Para as pessoas com 11 a 14 anos de estudo houve, como já foi mencionado, um grande aumento na participação na população total, o que, consequentemente, significou um aumento da formalidade total, já que este grupo apresenta formalização elevada. Neste grupo educacional, o aumento se deu principalmente para os homens de 20 a 29 anos.

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Analisando agora o período 1996-2001, podemos observar que houve uma queda quase generalizada das taxas de formalidade entre estes anos. Em relação à escolaridade, as taxas de formalidade pioraram para todos os grupos. Esta piora se dá principalmente nos grupos de 4 a 7 anos de estudo, influenciado sobremaneira pela queda na taxa de formalidade dos trabalhadores por conta própria que foi de 37% no período (Tabela 8). Em 1996, 22,2% dos trabalhadores por conta própria com 4 a 7 anos de estudo contribuíam para a previdência. Esta taxa caiu para 14,3% em 2001. Foi justamente este grupo o que mais afetou negativamente a queda da taxa de formalidade, tendo peso negativo de 1,22p.p.. A melhora nas taxas de formalidade dos trabalhadores domésticos serviu como freio para que esta taxa não fosse ainda maior. Estes trabalhadores apresentaram uma melhora na taxa de formalidade, principalmente entre os menos escolarizados. Os empregados apresentaram uma queda da formalidade que contribuiu negativamente em 0,4 p.p. na variação da taxa total no período e os empregadores apresentaram variação de -0,3 p.p.

Em relação ao efeito da composição ainda neste período pode-se perceber um efeito de melhora na condição de educação dos trabalhadores. O aumento do número de trabalhadores com escolaridade entre 11 e 14 anos fez com que esta mudança representasse uma melhora de 4,27 p.p. na taxa de formalidade entre 1996 e 2001 (Tabela 9). Contudo, grande parte das pessoas que saíram das escolaridades mais baixas eram pertencentes a um setor com alta cobertura – segurados especiais. Assim, perde-se pessoal em um setor com 100% de formalização. Esta mesma perda ocorre para os militares e funcionários públicos estatutários, grupo onde também se têm todos os trabalhadores na formalidade. A diminuição da participação dos segurados especiais na população total representa uma queda 2,44 p.p. na taxa de formalidade total e a diminuição no número relativo de militares e funcionários públicos estatutários contribuiu para uma queda de 0,45p.p.. Outro grupo que merece destaque é o de empregados. Houve uma grande melhora nos níveis educacionais deste grupo, o que representou uma melhora na taxa de formalidade de 2,62 p.p. O grupo de empregados com escolaridade entre 11 e 14 anos aumentou sua representatividade de 10% para 14,5% da população total.

Na análise das taxas de formalidade para o período 1996-2001, pode-se observar, como já foi dito, uma piora generalizada nas taxas de formalidade para praticamente todas as idades, sexo e grupos educacionais, que só não foi maior devido a um efeito da composição em direção a grupos com formalidade mais alta. Merece destaque a piora nas taxas das pessoas com 4 a 7 anos de estudo, especialmente para os homens de média idade. Em geral, a representatividade dos homens na queda das taxas de formalidade foi maior do que para as mulheres. Aqueles apresentaram quedas de 2,42 p.p. em suas taxas, enquanto estas contribuíram com -1 p.p.. A soma destas duas taxas resulta numa taxa total de -3,42 p.p. devido à piora nas taxas específicas de formalidade.

A mudança na composição da população em direção a grupos com maior formalidade, especialmente com maior escolaridade e de média idade, fez com que a taxa de formalidade diminuísse em quase 2 p.p.

Até o momento fizemos a análise dos efeitos da composição conjunta entre as variáveis ocupação-escolaridade e sexo-idade-escolaridade. Deseja-se agora verificar qual é o efeito da composição considerado-as individualmente. Podemos perceber pela Tabela 4 que a variável que representa individualmente o maior efeito da composição é a escolaridade. No período 1996-2001 seu efeito foi de 1,64p.p., passando para 2,09 p.p. no período 2001-2006. Isso ocorre devido ao aumento no número relativo de pessoas em faixas de escolaridades mais avançadas, principalmente de 11 a 14 anos de estudo. Em seguida, temos os efeitos de ocupação e sexo/idade, que mesmo de forma mais branda, tiveram contribuições positivas nos dois períodos.

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Variável 1996/2001 2001/2006

Ocupação -0,70 0,59

Escolaridade 1,64 2,09

Sexo/Idade 0,32 0,29

Fonte: microdados das PNADs 1996, 2001 e 2006

Efeitos da composição da população em relação às variáveis Ocupação, Escolaridade e Sexo/Idade, Brasil

Tabela 3

Conclusões

O mercado de trabalho no Brasil tem sido marcado por profundas modificações desde os anos 80. A partir de 1990 se iniciou um processo de elevação sem precedentes no grau de informalidade, sendo observado mais recentemente, principalmente a partir de 2002, uma reversão desta tendência com aumento da formalização. Esta expansão da formalidade nos últimos anos tem causado certa surpresa entre os estudiosos, já que contraria a argumentação da inevitabilidade da precariedade do mercado de trabalho e da irreversibilidade das tendências observadas desde os anos 90.

Estudos têm sido feitos com o objetivo de entender as causas e a forma como está se dando essa recuperação. Este trabalho apresentou novos elementos de análise para explicar a informalidade que marcou a década de 90 e a recuperação da formalidade dos últimos anos. Foram analisados dois períodos específicos: 1996-2001 e 2001-2006, fazendo comparações na dinâmica entre um período marcadamente conhecido pelo aumento do trabalho informal com um período que vem mostrando recentemente elementos de recuperação do trabalho formal.

Para isto utilizou-se um método de decomposição da variação na taxa de formalidade entre os períodos em questão. Este método decompõe a variação em: 1- variação explicada pela diferença entre taxas específicas de formalidade entre dois períodos; 2- variação explicada pela mudança na composição da população de acordo com as variáveis ocupação, escolaridade e idade. Com isso pudemos entender se a variação da formalidade entre os períodos se deu principalmente devido às variações das taxas específicas de formalidade em cada grupo analisado ou se foi devido às mudanças na composição da população.

Como já tinha sido apontado pela literatura, observou-se diferença significativa entre o comportamento do emprego formal nos períodos 1996-2001 e 2001-2006. O primeiro período foi marcado por uma queda generalizada das taxas específicas nos grupos de escolaridade, ocupação e idade, resultando em diminuição da formalidade. Ademais, esta diminuição só não foi maior devido a um pequeno efeito da composição da população em direção a grupos com formalidade mais alta.

Para o período 2001-2006 observou-se que as variações nas taxas específicas de formalização influenciaram ligeiramente e de forma negativa a variação da formalidade total. A despeito desta pequena queda nas taxas especificas de formalidade, os avanços na mudança na escolaridade e, em menor parte, na estrutura etária e na condição de ocupação, representaram uma mudança na composição da população, o que explicou o avanço da formalidade no período.

No período 1996-2001 a mudança na composição da população em direção a grupos com maior formalização não foi suficiente para conter a queda generalizada da informalidade em praticamente todas as classes populacionais. O que se observou no período seguinte foi a interrupção da tendência de queda das taxas de formalidade unido a um efeito da composição que se deu na forma de um grande crescimento relativo da participação de grupos mais formalizados. Foi observado que as taxas de formalidade tendem a aumentar conforme

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aumenta a escolaridade, principalmente para as pessoas com 11 anos ou mais de estudo. Pode-se dizer que o aumento do número de trabalhadores no grupo específico de empregados com 11 a 14 anos de estudo foi a principal razão do aumento da formalidade neste período. Uma suposição da melhora a que estes trabalhadores estariam sujeitos devido à mudança do grupo educacional e ocupacional indica que somente este grupo apresentou uma formalização de mais de 1,1 milhão de trabalhadores entre os anos 2001 e 2006.

É interessante notar que para que o efeito da composição implique em aumento da formalidade é preciso que as taxas em cada grupo apresentem melhora ou se mantenham praticamente constantes. Em outras palavras, o mercado de trabalho conseguiu na condição de trabalhador formal as pessoas que passaram para aqueles grupos de trabalhadores com maiores taxas de formalização.

Através da análise dos resultados pode-se concluir que a queda da formalidade no período 1996-2001 foi explicada pelo aumento generalizado, decorrente principalmente das mudanças na estruturação do mercado de trabalho nos anos 90 em decorrência das políticas econômicas implementadas neste período. No período mais recente, várias políticas de governo foram adotadas, tais como políticas sociais, de emprego e de crédito. Soma-se a isso a presença de um cenário econômico externo favorável. Estes fatores tiveram forte influência na contenção da pressão na taxa de formalidade que foi exercida pelos indivíduos que “migraram” para grupos nos quais as condições de formalidade são tradicionalmente mais elevadas, como os grupos com alta escolaridade.

Anexo

Empregado Milit ar / Funcionário Público Est at ut ário

T rabalhador Domést ico

Cont a

própria Empregador

T rabalhador na const rução próprio

uso e consumo Não-remunerado Segurado Especial Demais T rabalhadores Agrícolas Sem Instrução 0,04 0,00 -0,02 -0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,12 0,14 1--3 0,05 0,00 -0,01 -0,01 0,00 0,00 -0,01 0,00 0,10 0,12 4--7 0,00 0,00 0,10 -0,09 0,01 0,00 0,00 0,00 0,05 0,08 8--10 -0,25 0,00 -0,04 -0,05 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 -0,33 11--14 0,14 0,00 0,01 -0,12 -0,02 0,00 0,01 0,00 -0,01 0,01 15+ 0,01 0,00 0,00 -0,04 -0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,05 Ignorado -0,02 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 Total -0,03 0,00 0,06 -0,32 -0,04 0,00 0,01 0,00 0,26 -0,05

Font e: microdados das PNADs 2001 e 2006

Tabela 4

Total

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na taxa específica de formalidade por posição na ocupação e escolaridade no período 2001-2006, Brasil.

Anos de estudo

Posição na Ocupação

Empregado Militar / Funcionário Público Estat utário

T rabalhador Doméstico

Conta

própria Empregador

T rabalhador na const rução próprio

uso e consumo Não-remunerado Segurado Especial Demais T rabalhadores Agrícolas Sem Instrução -0,39 -0,06 -0,06 -0,03 0,00 0,00 0,00 -0,93 -0,13 -1,61 1--3 -0,56 -0,05 -0,11 -0,06 -0,01 0,00 0,00 -0,65 -0,12 -1,56 4--7 -1,44 -0,19 -0,08 -0,08 -0,01 0,00 -0,01 -0,24 0,05 -2,01 8--10 -0,07 -0,24 0,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27 0,09 0,14 11--14 4,57 0,15 0,17 0,20 0,20 0,00 0,00 0,25 0,08 5,62 15+ 0,90 0,50 0,00 0,04 0,10 0,00 0,00 0,00 0,01 1,55 Ignorado -0,07 -0,01 -0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 0,00 -0,12 Total 2,92 0,09 0,00 0,08 0,27 0,00 -0,01 -1,32 -0,03 2,01

Font e: microdados das PNADs 2001 e 2006

Anos de estudo

Posição na Ocupação

Total

Tabela 5

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na composição da população por posição na ocupação e escolaridade no período 2001-2006, Brasil.

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Sem instrução 1--3 4--7 8--10 11--14 15+ Idade Ignorada 16 a 19 -0,03 -0,04 -0,10 -0,08 0,03 0,00 -0,01 -0,23 20 a 24 -0,03 0,04 -0,07 -0,04 0,00 0,00 -0,01 -0,13 25 a 29 0,01 0,01 -0,02 -0,01 0,04 0,00 0,00 0,01 30 a 34 0,01 0,03 -0,02 -0,01 0,05 -0,03 0,00 0,03 35 a 39 0,01 0,02 0,03 -0,03 0,01 -0,01 -0,01 0,02 40 a 44 0,02 -0,01 -0,01 0,00 0,03 0,02 -0,01 0,04 45 a 49 0,02 -0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,04 50 a 54 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,00 0,04 55 ou mais 0,02 -0,02 0,00 0,02 0,02 0,00 0,00 0,04 16 a 19 -0,01 -0,02 0,02 -0,14 -0,03 0,00 -0,01 -0,19 20 a 24 -0,01 0,01 -0,02 -0,07 -0,03 -0,01 0,00 -0,12 25 a 29 0,00 0,02 0,00 -0,04 -0,04 0,02 0,00 -0,05 30 a 34 0,02 0,02 -0,03 -0,03 -0,08 -0,01 0,00 -0,12 35 a 39 0,01 -0,02 0,01 -0,01 -0,03 0,01 0,00 -0,05 40 a 44 -0,01 0,03 0,00 0,00 -0,01 0,01 0,00 0,02 45 a 49 -0,01 0,01 -0,01 -0,01 -0,02 0,02 0,00 -0,02 50 a 54 0,02 0,01 -0,01 -0,02 0,00 0,01 0,00 0,01 55 ou mais 0,00 -0,01 0,00 0,00 -0,01 0,00 0,00 -0,02 0,02 0,06 -0,25 -0,46 -0,04 0,04 -0,04 -0,67

Font e: microdados das PNADs 2001 e 2006

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na taxa específica de formalidade por sexo, idade e escolaridade no período 2001-2006, Brasil

Tabela 6 Mu lh e r H o m e m Idade Total Anos de Estudo Total Sem instrução 1--3 4--7 8--10 11--14 15+ Idade Ignorada 16 a 19 -0,06 -0,13 -0,20 0,03 0,09 0,00 0,00 -0,27 20 a 24 -0,15 -0,20 -0,38 -0,01 0,72 0,06 -0,01 0,02 25 a 29 -0,14 -0,14 -0,35 -0,02 0,79 0,18 -0,02 0,30 30 a 34 -0,14 -0,08 -0,28 -0,09 0,43 0,06 -0,02 -0,13 35 a 39 -0,14 -0,14 -0,15 -0,11 0,19 -0,02 -0,01 -0,37 40 a 44 -0,08 -0,08 -0,05 0,06 0,29 0,01 -0,01 0,14 45 a 49 -0,12 -0,09 -0,01 0,04 0,22 0,04 0,00 0,09 50 a 54 -0,09 -0,09 0,10 0,13 0,28 0,08 0,00 0,42 55 ou mais -0,07 -0,02 0,06 0,06 0,11 0,11 0,00 0,25 16 a 19 -0,02 -0,06 -0,09 -0,02 0,09 0,00 0,00 -0,09 20 a 24 -0,04 -0,10 -0,19 -0,06 0,43 0,04 -0,01 0,07 25 a 29 -0,05 -0,08 -0,17 0,00 0,55 0,25 0,00 0,50 30 a 34 -0,08 -0,08 -0,12 -0,04 0,33 0,13 0,00 0,14 35 a 39 -0,07 -0,09 -0,05 0,04 0,21 0,04 -0,01 0,06 40 a 44 -0,05 -0,08 0,00 0,07 0,31 0,12 0,00 0,37 45 a 49 -0,07 -0,04 0,05 0,06 0,26 0,14 0,00 0,39 50 a 54 -0,07 -0,03 0,09 0,07 0,23 0,15 0,00 0,45 55 ou mais -0,05 0,02 0,05 0,06 0,11 0,09 0,00 0,27 -1,50 -1,50 -1,68 0,27 5,67 1,46 -0,09 2,63

Fonte: microdados das PNADs 2001 e 2006

Idade

Total

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na composição da populaçãopor sexo, idade e escolaridade no período 2001-2006, Brasil

Tabela 7 Anos de Estudo Total Ho m e m Mu lh er

(19)

Empregado Milit ar / Funcionário P úblico Est at ut ário

T rabalhador Domést ico

Cont a

própria Empregador

T rabalhador na const rução próprio

uso e consumo Não-remunerado Segurado Especial Demais T rabalhadores Agrícolas Sem Instrução 0,01 0,00 0,06 -0,05 -0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1--3 -0,09 0,00 0,10 -0,15 -0,02 -0,01 0,00 0,00 -0,05 -0,23 4--7 -0,18 0,00 0,18 -0,47 -0,10 -0,04 0,00 0,00 -0,02 -0,63 8--10 -0,11 0,00 0,04 -0,23 -0,07 -0,03 0,00 0,00 -0,01 -0,41 11--14 0,00 0,00 0,00 -0,27 -0,07 -0,04 0,00 0,00 0,00 -0,38 15+ -0,03 0,00 0,00 -0,05 -0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,11 Ignorado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 Total -0,40 0,00 0,36 -1,22 -0,30 -0,13 0,00 0,00 -0,08 -1,77

Font e: microdados das P NADs 1996 e 2001

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na taxa específica de formalidade por posição na ocupação e escolaridade no período 1996-2006, Brasil

Tabela 8

Posição na Ocupação

Anos de estudo Total

Empregado Milit ar / Funcionário Público Est at ut ário

T rabalhador Domést ico

Cont a

própria Empregador

T rabalhador na const rução próprio

uso e consumo Não-remunerado Segurado Especial Demais T rabalhadores Agrícolas Sem Instrução -0,26 -0,03 -0,04 -0,01 0,00 0,00 0,00 -1,28 -0,12 -1,75 1--3 -0,49 -0,08 -0,05 -0,02 0,01 0,00 0,01 -0,91 -0,09 -1,62 4--7 -1,33 -0,30 0,01 -0,04 0,02 0,00 0,03 -0,41 -0,07 -2,09 8--10 0,44 -0,19 0,14 0,04 0,02 0,00 0,02 0,10 0,02 0,60 11--14 3,60 0,07 0,12 0,17 0,20 0,00 0,04 0,05 0,01 4,27 15+ 0,59 0,08 0,00 0,08 0,08 0,00 0,01 -0,02 -0,01 0,82 Ignorado 0,07 0,00 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,11 Total 2,62 -0,45 0,19 0,23 0,33 0,00 0,11 -2,44 -0,25 0,35

Font e: microdados das PNADs 1996 e 2001

Tabela 9

Posição na Ocupação

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na composição da população por posição na ocupação e escolaridade no período 1996-2001, Brasil

Anos de estudo Total

Sem instrução 1--3 4--7 8--10 11--14 15+ Idade

Ignorada 16 a 19 -0,03 -0,04 -0,06 -0,05 -0,01 0,00 0,00 -0,19 20 a 24 0,02 -0,13 -0,15 -0,08 0,01 0,00 0,00 -0,33 25 a 29 -0,01 -0,07 -0,09 -0,07 0,00 0,01 0,00 -0,24 30 a 34 0,00 -0,05 -0,17 -0,02 -0,05 0,00 0,00 -0,29 35 a 39 -0,04 -0,07 -0,12 -0,04 -0,06 -0,02 0,00 -0,34 40 a 44 -0,05 -0,03 -0,17 -0,07 -0,04 -0,04 0,00 -0,40 45 a 49 -0,03 -0,04 -0,17 -0,02 -0,04 -0,01 0,00 -0,31 50 a 54 -0,04 -0,07 -0,06 -0,01 -0,02 -0,01 0,00 -0,21 55 ou mais -0,01 0,00 -0,06 -0,02 0,00 0,00 0,00 -0,10 16 a 19 0,00 0,02 -0,03 -0,05 -0,01 0,00 0,00 -0,07 20 a 24 -0,01 0,01 -0,04 -0,05 -0,07 0,01 0,00 -0,15 25 a 29 -0,02 -0,04 -0,07 -0,03 0,02 -0,01 0,00 -0,15 30 a 34 -0,01 -0,02 -0,04 0,01 0,01 0,00 0,00 -0,04 35 a 39 -0,03 -0,01 -0,08 -0,01 -0,03 -0,01 0,00 -0,16 40 a 44 -0,04 -0,04 -0,02 -0,02 -0,07 -0,02 0,00 -0,21 45 a 49 -0,03 -0,03 -0,03 0,00 -0,02 -0,01 0,00 -0,11 50 a 54 -0,04 -0,01 0,00 -0,01 -0,02 -0,01 0,00 -0,08 55 ou mais 0,01 -0,01 -0,02 -0,01 -0,01 0,01 0,00 -0,02 -0,34 -0,64 -1,37 -0,55 -0,41 -0,10 -0,01 -3,42

Font e: microdados das PNADs 1996 e 2001

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na taxa específica de formalidade no período 1996-2001, Brasil

Tabela 10 Total T ot al Idade Anos de Estudo Ho m e m Mu lh e r

(20)

Sem instrução 1--3 4--7 8--10 11--14 15+ Idade Ignorada 16 a 19 -0,18 -0,25 -0,36 0,15 0,17 0,00 0,01 -0,46 20 a 24 -0,10 -0,14 -0,33 0,05 0,70 0,01 0,01 0,20 25 a 29 -0,08 -0,05 -0,11 -0,05 0,38 0,06 0,02 0,16 30 a 34 -0,07 -0,11 -0,05 -0,10 0,00 -0,04 0,01 -0,36 35 a 39 -0,04 -0,05 -0,09 0,12 0,28 0,01 0,01 0,25 40 a 44 -0,12 -0,07 -0,08 0,07 0,31 0,04 0,01 0,16 45 a 49 -0,12 -0,09 -0,03 0,12 0,22 0,00 0,00 0,10 50 a 54 -0,09 -0,04 0,09 0,06 0,12 0,11 0,00 0,24 55 ou mais -0,08 -0,01 0,02 0,01 0,05 0,05 0,00 0,04 16 a 19 -0,06 -0,09 -0,23 0,08 0,17 0,00 0,00 -0,14 20 a 24 -0,05 -0,06 -0,21 -0,01 0,57 0,06 0,01 0,30 25 a 29 -0,04 -0,06 -0,11 -0,03 0,37 0,07 0,00 0,21 30 a 34 -0,06 -0,07 -0,03 0,01 0,11 -0,01 0,00 -0,05 35 a 39 -0,05 -0,03 -0,04 0,05 0,24 0,10 0,02 0,28 40 a 44 -0,06 -0,05 0,00 0,08 0,25 0,07 0,01 0,29 45 a 49 -0,12 -0,04 0,10 0,09 0,18 0,13 0,00 0,33 50 a 54 -0,03 0,04 0,06 0,04 0,12 0,11 0,00 0,35 55 ou mais -0,06 -0,03 0,06 0,01 0,05 0,05 0,00 0,09 -1,41 -1,21 -1,35 0,74 4,30 0,81 0,12 1,99

Font e: microdados das P NADs 1996 e 2001

Idade

Quantidade da variação total em p.p. explicada pela variação na taxa específica de formalidade no período 1996-2001, Brasil

Tabela 11 Total T ot al Ho m e m Mu lh e r Anos de Estudo

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