ORQUIDOPEXIA
VIDEOLAPAROSCÓPICA:
RESULTADOS
Pós-QPERATÓRIOS
Universidade
Trabalho
apresentado à Universidade Federalde
Santa
Catarina,para
a conclusãodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.Florianópolis
Federal
de Santa
Catarina
~
oRQU1Do1>Ex1A
v1DEoLA1>ARoscÓ1>1cAz
S
RESULTADOS
PÓS-QPERATÓRIQS
STrabalho
apresentado à Universidade Federalde
Santa Catarina,para
a conclusãodo
Curso
de
Graduação
em
Medicina.Presidente
do
Colegiado:
Prof.
Dr.
Edson
José Cardoso.
Orientador: Dr.
José
Antônio de
Souza
Co-orientador:
Dr.
Edevard
José
.deAraújo
Florianópolis
iUniversidade Federal de Santa Catarina
2003
Aos meus
pais, Arlindo de Araújo Silveira Netto e Denise'Corrêa Silveira, pelo apoioincondicional
em
todos osmomentos
deminha
vida.-Ao Dr. Edevard José de Araújo, pelo seu inestimável auxílio, experiência e conhecimento.Ao
Dr. José Antônio de Souza,como
exemplo
de mestre.Ao
Dr. Euclides Reis Quaresma, pelo gentil fornecimento de suacasuística.
Ao
acadêmico DanielCodonho,
pela importante colaboraçãono
levantamentobibliográfico.
Resumo
... ..Summary
... ..¿ 1. Introdução ... ... .. 2. objetivo ... .. . . . . ‹ . . . z z . . z . zz . . . z . . . .U ~ ¢ z z z ¢ z z z . z z . zz . . . z . z . . . .. 3.Método
... .. 4. Resultados ... .. 5. Discussão ... .. 6. Conclusões ... ..Nonnas
adotadas ... .. Referências ... ..Apêndice
... .. z . ¢ z z . . . z z ¢ z z z - z - z - z - › - - › - z z ‹ › z z z z › z › › ‹ z - - .- . . . z . . . z . z . .N . . . .- . . z z z . . z « . z z ‹ › › › - . . . . .. . z . . . .- . . . « . . .- . z z . z z ¢ › ¢ - z - - - z ¢ z › ¢ - ‹ ‹ z . › ‹ z › ‹ - «U . z z . . . z ¢ . « . › . . . z . « . . . z « . « zz › ‹ ¢ z ‹ z ‹ Q - ‹ . z z z ¢ . z ¢ - . . .- . . . .- . . . .n ... ..V ... ..VI ... ..7 ... .. 11 ... .. 12 ... .. 13 ... .. 18 ... .. 23 ... ..24
... ._ 25 ... ..27
Tem-se
como
objetivo,no
presente estudo, avaliar o tratamento cirúrgico, porvideolaparoscopia, dos testículos impalpáveis.
Foram
analisados os prontuários de 34pacientes
com
diagnóstico clínico de criptorquidia,com
testículo impalpável uniou
bilateral,submetidos à videolaparoscopia entre 24/10/1996 e 13/03/2002
no
Hospital Infantil Joana deGusmão,
em
Florianópolis - SC.Foram
incluídosno
estudo osmeninos
com
pelomenos
um
testículo eutrófico intra-abdominal, submetidos à orquidopexia videolaparoscópica pela técnica de Fowler-Stephens
em
um
ou
dois tempos, tendo pelomenos
uma
reavaliaçãoambulatorial,
no
mínimo
6meses
após a cirurgia.As
unidades testiculares foram, avaliadasquanto ao procedimento utilizado e
também
quanto ao resultado finalda
reavaliação.O
resultado foibom, quando
a unidade testicular apresentavatamanho adequado
e estavano
escroto; regular,
quando
a unidade eramenor
do que
a contralateralou
estavana
porçãosuperior
do
escroto; ruim,quando
a unidade estava atróficaou
em
posição extra-escrotal.Dentre as 4 unidades submetidas à técnica de Fowler-Stephens
em
um
tempo, verificou-se25%
de resultados regulares e75%
de ruins.Quando
o procedimento foi realizadoem
doistempos
(19 unidades), constatou-se47,4%
de resultados bons,5,2%
de regulares e47,4%
deruins.
Apesar
de a amostra ser insuficiente, aparentemente a terapêutica videolaparoscópicados testículos impalpáveis é
mais
eficazquando
utilizada a técnica de Fowler-Stephensem
dois tempos.
The
objective of the present study is to evaluate the laparoscopic surgical therapeutics ofimpalpable testes. It
was
donevan analysis of the registers of34
patients with diagnosis ofimpalpable testis (in one or both sides),
who
undervvent laparoscopic surgical explorationbetween
24/10/1996 and 13/03/2002, in the Hospital Infantil Joana deGusmão,
inFlorianópolis
-
SC.The
boys
with at least one viable intra-abdominal testis,who
underwentlaparoscopic orchiopexy using the Fowler-Stephens procedure in one or
two
stages,were
included at research.
They
alsohad
to have at least one clinical reevaluation sixmonths
after surgery.The
testicular unitswere
evaluated according to surgical proceduresand
to finalreevaluation results.
The
resultwas
good
when
the operated testicular tmithad
adequate sizeand
was
in scrotal position; itwas
regularwhen
the unitwas
smaller than the opposite testis,or if it
was
at superior scrotal position; and itWas
bad
when
the unitwas
atrophic or out ofscrotal position.
Among
4
unitswhich
underwent the single-stage Fowler-Stephens procedure,there
were
25%
of
regular resultsand
75%
ofbad
results.On
the other hand,among
19 unitswhich underwent
the two-step Fowler-Stephens procedure, therewere
47,4%
of
good
results,5,2%
of
regular results and47,4%
of bad
results. Despite the serieswere
numerically insufficient for evaluation, apparently the laparoscopic therapeutics of impalpable testes ismore
efficient using the two-stage Fowler-Stephens procedure.1.
INTRODUÇÃO
A
definição de distopia testicular se aplica a qualquer testículo que ocupeuma
posiçãoextra-escrotal.
A
,incidência das distopias testiculares corresponde a cerca de33%
nosprematuros,
3%
nos recém-nascidos a temio e0,8%
no
finaldo
primeiro ano de vida,mantendo
essa incidência nas demais idades I. Isso significa queuma
vez que o testículo nãotenha descido espontaneamente até esse período, dificilmente descerá depois.
A
distopiapode
se manifestar clinicamente por
meio
deum
testículo palpávelou
impalpável aoexame
físico.Um
testículo palpávelpode
ser classificadocomo:
retido,quando
se situano
seu trajeto natural (canalicularou
pré-escrotal) e nãopode
ser levado ao escroto; retrátil, apresentandosituação idêntica à anterior,
porém
neste casopode
ser levado ao escroto, poismantém-se no
canal por efeitodo
reflexo cremastérico;ou
ectópico,em
casosem
que é encontrado forado
seu trajeto (podendo ser subcutâneo, perineal, abdominal, pré-peniano, escrotal cruzado).
Os
testículos impalpáveis, por sua vez,podem
ter situação intra-abdominal,ou
representaremuma
agenesia testicular.Apmaioria das criançasdo sexo masculino
com
cariótipo normal (46,XY) e quenascem
com
distopia testicular “apresentam. testículos histologicamente normais
na
ocasiãodo
nascimento 1.
_
O
processo fisiológico que envolve a descidado
testículo edo
epidídimo até o escrotodurante a vida intra-uterina é necessário para que haja espennatogênese, considerando-se que a temperatura
no
interior da bolsa escrotal é cerca de 2 a 39C
inferior à temperatura intra-abdominal.
Os
eventos relacionados ao posicionamento testicular normal são caracterizadosprincipalmente por
modificações
intra-uterinas nas seguintes estruturas anatômicas: o gubernáculo e o processo vaginaldo
peritônio. Ocorreuma
rápida expansãodo
gubemáculo, juntamentecom
uma
extensãodo
processo vaginal até o escroto após o sétimomês
dagestação, associada à efetiva descida
do
epidídimo, conduzindo o testículo ao escroto. Essasmodificações
sãomediadas
por androgênios, e possivelmente são influenciadas pelo núcleoespinhal
do
nervo gênito-femoral, que inerva o gubemáculo.Também
está envolvidano
processo a ação dos estrógenos e
da
substância inibidora de Müller.Uma
série de variáveis deordem
genéticaou
ambientalpodem
alterar essesmecanismos
fisiológicos, sendocomplexa
arelação entre a incidência das distopias testiculares e os inúmeros fatores endógenos e/ou
exógenos
potencialmente implicadosna
gênese dessa afecção.Em
razão disso, a distopiapode
se apresentarcomo
uma
doença isoladaou
ser apenasum
sintoma deuma
afecçãosistêmica de
maior
gravidade(como
as síndromes cromossômicasou
os distúrbios deindiferenciação sexual) 1.
Embora
os testículos distópicos sejam relativamente freqüentes nos primeirosmeses
devida, a sua repercussão histopatológica se manifesta
em
termos deuma
progressivadegeneração testicular a partir
do
segundo ano de vida, observando-se diminuiçãono
número
de células germinativas e
no
diâmetro dos túbulos seminíferos.Em
termos clínicos, essas alteraçõespodem
se traduzir a longo prazoem
infertilidade (observando-seuma
incidência deaté
73%
de oligospermiaou
azoospermia nos pacientes não tratados),além
de possívelmalignização 1. Chilvers et al relata
uma
incidência cerca de20
a40
vezes maior de câncer de testículo nos pacientescom
distopia testicular, sejam eles tratadosou
não 2.No
entanto,quando
o testículo se encontraem
sua posição normal, o diagnóstico dessa neoplasiapode
ser feito defonna mais
precoce. Esses indivíduostambém
são mais predispostos à torçãodo
pedículo espermático e, por fim,
pode
haver repercussões psicológicas da distopia e/ou dainfertilidade subseqüente, manifestas
na
adolescência e vida adulta. Tais fatosembasam
a conduta terapêutica atual, que preconiza o tratamento da distopia testicular a partir dos 6meses
de vida 1.A
terapêuticado
testículo distópico varia de acordocom
a apresentação clínica dagônada,
ou
seja, se ela é palpávelou
impalpável. Considerando-se os testículos distópicos palpáveis,há
dois tipos de abordagens terapêuticas: o tratamentohonnonal
e o cirúrgico.O
tratamento
honnonal
é realizado atravésda
administração da gonadotrofina coriônicahumana
(HCG)
edo hormônio
liberador da gonadotrofina(GnRH).
Essa opção terapêuticanão
éutilizada rotineiramente,
em
razão de seus índices de sucesso (que oscilamem
tomo
de30
a50%)
serem
inferiores aos obtidos após o tratamento cirúrgico.Os
melhores resultadoscom
otratamento
honnonal
são observados nos testículos retráteis,com
índices de sucessoem
tomo
de
100%
.De
maneira geral, a orquidopexia é o tratamentorecomendado
para os testículosque
estão situados forado
escroto e são palpáveis,havendo
variantes técnicas de acordocom
os diversos autores e
conforme
a posiçãodo
testículo 1.Considerando-se especificamente os testículos impalpáveis, o .único tipo de tratamento
situação intra-abdominal
ou
ser a manifestação deuma
agenesia testicular. Hrebinko et al relata que a maioria dosexames
deimagem
disponíveis, taiscomo
a ultrassonografia, atomografia
computadorizada, a ressonância magnéticaou
amesmo
acintilografia,possuem
uma
margem
considerável de falsos negativos,ou
seja,podem
levar ao diagnóstico errôneo deagenesia,
quando na
realidade existeum
testículo intra-abdominal 3. Atualmente, a condutapreferencial para os testículos impalpáveis é o uso
da
.videolaparoscopia diagnóstica. Elarepresenta o exame' padrão ouro
na
visualização dos testículos intra-abdominais, porquepermite investigar a presença do testículo
em
todo o seu trajeto de descida, desde o póloinferior
do
rim até o anel inguinal interno.Além
disso, nãohavendo
uma
agenesia testicular, a videolaparoscopia pennite a realização da orquidopexiano
mesmo
ato operatório 1.Antes
do
adventoda
laparoscopia, a terapêutica cirúrgica dos testículos impalpáveis era realizada pela via aberta, pormeio
deuma
incisãona
região inguinal, o que,dependendo do
acesso e
da
experiênciado
cirurgião,pode
impedirum
correto diagnóstico de agenesiaou
detestículo intra-abdominal. Isso porque o diagnóstico de agenesia testicular só
pode
ser feitoquando
os vasos esperrnáticosterminam
em
fundo cego 1. Apesar disso, emesmo
sabendo-se das vantagens indiscutíveisdo
uso da laparoscopia na terapêutica dos testículos impalpáveis,a
forma
de acesso cirúrgico mais utilizada ainda é a via aberta, provavelmenteem
decorrênciada
demora
em
adquirir material e profissionais treinados para tal procedimento.Ainda no
queconceme
à orquidopexia videolaparoscópica,há
duas técnicas cirúrgicasdisponíveis para realizar esse procedimento: a ligadura dos vasos espermáticos
(manobra
preconizada por
F
owler-Stephens) e abaixamentodo
testículo até o escrotoem
apenasum
ato operatório,ou
então fazer apenas a ligadurano
primeiro ato operatório e pelomenos
seismeses
depois, por via inguinal (aberta) realizar o abaixamentoda
gônada
(Fowler-Stephensem
dois tempos).Não
há
um
consenso a respeito de qual seria amelhor
dentre essas técnicas,sendo que a escolha
do
procedimento tem-se mostrado aleatória de acordocom
a preferênciade cada cirurgião, não obedecendo a
nenhum
critério específico 1. Essa foiuma
das principaismotivações para a realização
do
presente estudo.A
maioria dos trabalhos realizados avalia os resultados de urna técnicaem
particular, seja ela o procedimento de Fowler-Stephensem
um
ou
dois tempos,conforme
a experiência pessoal de cada autor. Esposito publicou vários artigos relatando sua casuística,da
técnica de Fowler-Stephensem
dois atos 4; Lindgren et al publicouem
1999um
artigocomparando
osutilizando-se o procedimento de Fowler-Stephens
em
dois atos, e os outros 11 utilizando-se o procedimentoem
'um único ato 5.No
Brasil,há
uma
certa escassez de trabalhos referentes àorquidopexia videolaparoscópica, talvez
em
função de essa seruma
técnica relativamentenova
e não adotada rotineiramenteem
todos os serviços. Tal realidade leva auma
necessidade crescente de se buscarnovos
conhecimentos afim
de permitiruma
opção mais clara quanto à indicaçãoda
técnica da orquidopexia lap_aroscópica, o que inspira a realização deste e deoutros estudos a serem conduzidos futuramente.
'
1
2.
OBJETIVO
Analisar 0 tratamento- cirúrgico, por videolaparoscopia, dos pacientes poxtadores de
3.
MÉTODO
Foi realizado
um
estudo retrospectivo que consistiuna
análise dos prontuários de34
pacientes
com
diagnóstico de testículo impalpável e atendidosno
Hospital Infantil Joana deGusmão
em
Florianópolis (SC).Foram
estudados os pacientes submetidos ao tratamentocirúrgico videolaparoscópico, durante o período de 24/10/1996 a 13/03/2002. _ _
Como
critério de inclusão, foram selecionados pacientescom
o diagnóstico prévio detestículo impalpável (Lmi
ou
bilateral),sem
limite de idade, e que dispusessem de pelomenos
uma
reavaliação ambulatorial pós-operatória,num
intervalo mírrimo de'6 meses. a Durante a revisão dos prontuários, os pacientes avaliadosforam
distribuídosem
grupos de acordocom
o lado acometido pela criptorquidia etambém
conforme
a idadena
ocasiãodo
1°ato cirúrgico, sendo agrupados
em
faixas etárias queaumentavam
de doisem
dois anos,iniciando a partir
do
zero (ocasiãodo
nascimento).Uma
vez realizada essa distribuição inicial, procedeu-secom
acontagem
do
número
z de unidades testiculares _ v impalpáveis . (totalizando46
unidades), as quais foram distribuídasem
gruposconforme
a localizaçãotopográfica, aspecto macroscópico trans-operatório, técnica operatória utilizada
na
orquidopexia e resultado pós-operatório final. ' í _
Para se realizar a videolaparoscopia diagnóstica, o paciente é posicionado
em
decúbitoventral,
com
leve abdução dosmembros
inferiores. Faz-se a antissepsiado abdome,
regiãoinguinal e genitália.
Uma
incisão subumbilical curvilínea é realizada e identifica-se o folheto anteriorda
aponeurosedo músculo
reto abdominal.São
efetuadas então suturas de reparocom
fios
de poligalactina 2 zerosna
aponeurosedo
reto abdominal, afim
de que se possa tracionar e elevar a parede abdominal, afastando-ado
peritônio.O
peritônio é visualizado e aberto, e éintroduzido
um
insuflador de5mm
sob visualização direta.Após
a produção deum
' \
pneumoperitônio por
meio
de insuflação intra-abdominal utilizando dióxido de carbono, sob apressão de 12
mmHg,
introduz-se a óptica de10mm
pelomesmo
acesso subumbilical.Se
neste
momento
é possível a visualização (através da óptica) deum
testículo intra-abdominal, procede-se entãocom
as etapas da orquidopexia videolaparoscópica. Introduz-se doistrocateres acessórios de
5mm
na
altura da cicatriz umbilical,na
linha hemiclavicular,um
em
cada lado do
abdome.
As
estruturas defixação do gubemáculo
são seccionadas deforma
tãodistal a essa estrutura quanto possível, utilizando-se o eletrocautério.
A
dissecção prossegueincisionando-se o peritônio caudalmente à artéria deferencial, e lateralmente aos vasos
espemráticos.
Na
extensão superior dessa dissecção, o peritônio sobrejacente aos vasos espemáticos é incisionado, tomando-se cuidado para não lesar a artériaou
a veia esperrnática.Esta etapa
tem
o objetivo de liberar os vasos responsáveis pela irrigação testicular de sua _frxação posterior ao peritônio, proporcionando a segurança adequada para mobilização dessesvasos.
Uma
vez que a dissecção peritoneal foi realizada, o cirurgião deve avaliar se os vasosespemráticos (artéria e veia)
possuem comprimento
suficiente para pennitir o posicionamento do testículo distópicona
bolsa escrotal.Se
a avaliação demonstrar que ocomprimento
dos vasos possa ser insuficiente, o testículo deve ser mobilizado até tãopróximo
quanto possívelda bolsa escrotal, sendo essa mobilização realizada por
meio
deum
trocater, produzindo-seum
neohiato (situado medialmente ao ligamento umbilical medial eacima do
tubérculo púbico) para a mobilização testicular. Se o testículo puder ser posicionadono
escrotosem
haver tensão excessiva, a orquidopexia
pode
ser concluídano
mesmo
ato operatório, pelafixação da gônada
em
urna “bolsa” sub-dártica confeccionada pelo cirurgião. Essa técnica édescrita
como
a orquidopexia videolaparoscópica convencional.A
ligadura e transecção dos vasos espemráticos representa o diferencialda
técnica de Fowler-Stephensna
realização desse tipo de cirurgia.Quando,
após a dissecção peritoneal,observa-se que não
há comprimento
suficiente dos vasos espemráticos para oadequado
posicionamento
do
-testículono
escroto (fatoque
ocorre freqüentemente), realiza-se urna ligadurae transecção dos vasos espermáticosno
mesmo
ato operatório, e esse procedimentofomece ampla
mobilidade para que seconduza
agônada
distópica ao escroto, concluindo-se o procedimentotambém
com
o posicionamentodo
testículoem
Luna bolsa sub-dártica. Essa é descritacomo
a técnica de Fowler-Stephensem
um
único ato operatório.Em
teoria, elapermite a viabilidade da
gônada
no
pós-operatório,com
a continuidade da esperrnatogêneseno
testículo submetido ao procedimento, pois a irrigação testicular é realizadanão
apenas pela artéria espermática,mas também
pelas artérias deferencial e cremastérica, as quais sãocapazes de manter a perfusão testicular
adequada
mesmo
após a ligadurada
artéria espermática.A
orquidopexia videolaparoscópica de Fowler-Stephenspode
ainda ser realizadaem
doisatos operatórios.
No
primeiro ato operatório, após a ligadura dos vasos espermáticos, aSeis
meses
após, realiza-se o segundo ato operatório,em
que se utiliza a via aberta(inguinotomia) e completa-se a mobilização
do
testículo até o escrotoNa
ocasiãodo
procedimento videolaparoscópico, era feito o diagnóstico definitivodo
tipode distopia testicular: agenesia; atrofia; testículo canalicular; testículo “peeping” (visualizado
no
anel inguinal intemo),ou
testículo intra-abdominal 6.Os
pacientes que apresentaram testículos impalpáveis classificadoscomo
agenesia testicular sãomencionados no
estudo para verificação de achados de videolaparoscopiadiagnóstica;
no
entanto,uma
vez que foiconfinnada
a agenesia testicular, esses indivíduosnão
poderiam
ser submetidos à orquidopexia videolaparoscópica, e portanto não constaramna
avaliação final de resultados de pós-operatório. Já os pacientes avaliados
como
portadores detestículo canalicular, “peeping”
ou
intra-abdominal, sendo esses testículos distópicos e não-atróficos
conforme
o diagnóstico videolaparoscópico, foram submetidos à orquidopexiavideolaparoscópica utilizando-se a técnica de Fowler-Stephens
em
um
ou
dois atos operatórios. Tais indivíduos, portanto, foram inclusos nas estatísticas finais de resultados depós-operatório.
Foram
então estudadas ecomparadas
as 2 técnicas tradicionais: ligadura dos vasos espermáticos e colocaçãodo
testículono
escrotono
mesmo
ato operatório (técnica de Fowler-Stephensem
um
tempo);ou
ligadura dos vasos espennáticos e, posteriormente, poringuinotomia, colocação
do
testículono
escroto (técnica de Fowler-Stephensem
2 tempos).O
tempo
entre a videolaparoscopia e a inguinotomia não poderia ser inferior a seis meses.Por outro lado, nos
meninos
em
queforam
encontrados testículos distópicos e de aspecto atrófico à videolaparoscopia, a conduta adotada foi a orquiectomia dosmesmos,
a fim deevitar-se
uma
possível malignização futurado
tecido atrófico. Esses pacientes sãomencionados
nos resultados da laparoscopia diagnóstica inicial,mas
não estão inclusos nasestatísticas finais de avaliações de pós-operatório.
Todos' os pacientes submetidos a orquidopexia videolaparoscópica
foram
rea-valiadosambulatorialmente. Considerou-se
um
intervalomínimode
seismeses
entre a colocaçãodo
testículo
no
escroto e a última avaliação. Nessas reavaliações, observou-se o posicionamentodo
testículo operado,bem
como
o seutamanho
em
relação ao contralateral.O
resultado cirúrgico foi consideradobom, quando
o testículo operado estavaem
posiçãoescrotal e de
tamanho
similar ao contralateral.O
resultado foi considerado regular,quando
o testículo estavaem
posição escrotal,porém
detamanho
inferior ao contralateral. E,4.
RESULTADOS
Tabela
1-
Apresentação dos
pacientes
-portadoresde
criptorquidia,distribuídos
de acordo
com
o
lado
acometido
no
diagnóstico
pré-operatório.Lado
da
criptorquidia n°.de
pacientes%
Esquerda 15 3 44,1 Direita 8 23,5 Bilateral 1 1 32,4 Total _
34
100Fonte: HIJG (Florianópolis), 24/10/1996 a 13/03/2002.
Tabela
2
-
Apresentaçãodos
pacientes pacientes
portadores
de
criptorquidia, distribuídosde acordo
com
a
faixa etária",por
ocasião
do
procedimento
cirúrgico.
'
~
8
Faixa
etária dos pacientes n°.de
indivíduos%
z
0a2anos
- 3 8,82a4anos
14 41,14a6anos
8 23,56a8
anos 4 11,78a
10 anos - - 1'0 a 12 anos 4 11,7 12 a 14 anos 1 2,9 Total34
V » 100A
média
de idade dos pacientesna
ocasiãodo
primeiro ato operatório foi de4
anos e 9meses
(56 meses).O
limite de idade inferior foi de 10meses
de vida.E
o limite de idade superior foi de 13 anos e 7 meses. ¬~Tabela
3-
Apresentação
das
unidades
testicularesoperadas,
distribuídasde
acordo
com
o
diagnóstico
trans-operatório ea
localizaçãodo
testículodurante
a
videolaparoscopia.
Localização à laparoscopia p unidades
testiculares
%
Intra-abdominal _ 17 36,9
Anel
inguinal intemo 16 34,7.Canal inguinal 6 1 3 ,0
Agenesia testicular 7a 15,2
Total
u
-
46
100
Fonte: HIJG (Florianópolis), 24/10/1996 a 13/03/2002. T
Tabela
4
-
Apresentação
das
unidades
testiculares, distribuídasde acordo
com
o
aspecto
macroscópico
trans-operatóriodurante
a videolaparoscopia.
Aspecto
dos testículos n°.de unidades
%
Eutróficos -
26
56,5Atróficos
13 28,3Ausentes (por agenesia) 7 _ 15,2
Total
46
100Tabela
5-
Apresentação
das
unidades
testiculares, distribuídasde acordo
com
a técnica operatória
utilizadano
procedimento
videolaparoscópico.
Í
Técnica operatória no.
de
unidades%
Fowler-Stephensem
1tempo
- _4 8,7 Fowler-Stephensem
2tempos
` _ 19 41,3 Videolaparoscopia diagnóstica 7 15,2 9 Orquiectomia* H 1 1 _ 23,9 Orquidopexia convencional ** 5 10,9 Total 46100
Fonte: HIJG (Florianópolis), 24/10/1996 a 13/03/02.
* 11 unidades testiculares foram submetidas à orquiectomia durante o procedimento videolaparoscópico
em
decorrência de terem sido diagnosticadascomo
atróficas.** Durante a videolaparoscopia diagnóstica, 6 unidades testiculares foram identificadas
no
canal inguinal.O
procedimento realizadoem
5 dessas unidades ( 3 eutróficas e 2 atróficas) foia orquidopexia convencional pela 'via inguinal.
A
unidade restante (atrófica) foiorquiectomizada pela via inguinal.
Entre as 19 unidades testiculares
em
que foi realizado o primeiro ato cirúrgicodo
procedimento de Fowler-Stephens
em
dois tempos, 17 delas (89,5%)foram
efetivamentesubmetidas à orquidopexia
no
segtmdo ato operatório, por inguinotomia.As
2 unidadesrestantes (10,5%) foram ressecadas devido a atrofia testicular. Essas' duas unidades
também
Fowler-Stephens
em
um
tempo,
distribuídasde acordo
com
o
resultado
observado
na
reavaliação
pós-operatória.Resultado das
FS1*
n°.de unidades
%
dentre asFS1*
Bom
RegularRuim
Total 1 3 425
75100
* FS1: unidades testiculares submetidas à técnica de Fowler-Stephens
em
um
tempo.Fonte: HIJG (Florianópolis), 24/10/1996 a 13/03/2002.
Fowler-Stephens
em
dois
tempos,
distribuídasde acordo
com
o
resultado
_observado
na
reavaliação
pós-operatória.z
Tabela
7
-
Apresentação
das
unidades
testicularessubmetidas
à técnica
de
Resultado das
FS2*
n°.de unidades
%
dentre asFS2*
-Bom
9 47,4 1 5,2Ruim
9 47,4 19100
Regular ' Total `* FS2: unidades testiculares submetidas à técnica de Fowler-Stephens
em
dois tempos.Fonte: HIJG (Florianópolis), 24/ 10/ 1996 a 13/03/2002.
Tabela
8-
Apresentação dos
resultados pós+operatórios,
em
percentuais, - distribuídosconforme
a técnica operatória
videolaparoscópica
utilizada.Resultados pós-operatórios
Fowler-Stephens
em
1tempo
Fowler-Stephensfem
2tempos
Bom
- ` ' 47,4 Regular . _ 25 5,2Ruim
75 47,4 Total 100 10015
5.
DISCUSSÃO
Os
valores deamostragem
verificados 'nos diversos trabalhos relativos à orquidopexiavideolaparoscópica,
quando
avaliados mundialmente, são bastante variados.Em
1999,Lindgren et al publicou Lun interessante artigo relatando os resultados obtidos
em
16 pacientessubmetidos à orquidopexia videolaparoscópica,
também
com
o intuito de verificar a eficáciada
técnica de Fowler-Stephensem
1ou
2 atos operatórios 5.Na
épocaem
que foi divulgado esse estudo, alguns autoresfizeram
críticas aomesmo,
alegando que a série de pacientes avaliados era numericamente pequena.No
entanto, a obtenção deum
contingente de amostrasestatisticamente significativo, relativo à terapêutica videolaparoscópica dos testículos
impalpáveis, é
uma
tarefa que requer alguns anospara
.ser realizada; isso porque talprocedimento ainda não é utilizado rotineiramente
na
maioria das unidades hospitalares.Também
em
1999,Sameh
et al divulgou seus resultados relativos a20
pacientes submetidos à orquidopexia videolaparoscópicanum
período de 2 anos 7. Diversos estudos, apresentamamostras numericamente iguais
ou
inferiores a essa, enem
por issodeixam
de ser importantesquando
ao seu valorna
prática clínica 839' 1°.Os
poucos
trabalhos queconseguem
obter sériescom
mais 50 pacientes avaliados quanto à terapêutica videolaparoscópica dos testículosimpalpáveis
costumam
utilizar dados coletadosem
diversos centros hospitalares dereferência, permitindo assim o
aumento da
casuística disponível H' 12. Portanto, a amostra avaliadano
presente estudo (34 pacientes, totalizando46
testículos impalpáveis) énumericamente superior às presentes
em
diversos artigos relativos aomesmo
tema
6° 8' 1°” 13.
Considerando-se a incidência de criptorquidia uni
ou
bilateral nos indivíduos submetidos à videolaparoscopia, a apresentação unilateral é significativamentemais
freqüentedo
que abilateral,
confonne
descritoem
diversos estudos prévios 8” 9° 12.
Um
fato curioso descritona
literatura, e
sem
Luna explicação clara que o justifique, é a maior incidênciado
testículoimpalpável à esquerda 5” 8' 12.
Um
artigo publicadoem
2001 porChang
etal, valendo-se de
dados clínicos obtidos a partir de
uma
sérienmnerosa
de pacientes (80 indivíduos avaliados),descreve
um
índice de prevalência de 3:1da
criptorquidia bilateralem
relação à unilateral 12.Quanto
aum
possível índice que estabelecesse a razão de predomíniodo
testículo impalpável-. - . . . , - 5 s 12
consideravelmente
confonne
onumero
de individuos avaliadosem
cada estudo ' '.
Analisando-se a faixa etária dos pacientes
na
ocasiãodo
primeiro ato operatório, trabalhospublicados por diversos autores dificilmente apresentam
uma
média
de idade inferior a40
meses
de vida 5' 6* 1°. Apesar disso,há
artigosem'que
severificam
médias de idadeconsideradas ótimas, oscilando entre 18
meses
e24 meses
8” 12.A
média
de56
meses
de vida obtidano
presente estudo foi bastante elevada, sabendo-se que já se preconiza a terapêutica-cirúrgica dos testículos impalpáveis a partir
do
6°mês
de vida 1” 5.
~
Com
relação aos achados topográficosda
videolaparoscopia diagnóstica, Lindgren et al analisou retrospectivamenteem
1999um
grupo de 126 pacientescom
diagnóstico decriptorquidia e relatou
uma
prevalência de40%
de testículos intra-abdominais .nessapopulação 5.
No
presente estudo, foram identificadas 17 unidades testiculares (36,9%) intra- abdominais, oque
representaum
valor *compatívelcom
o 'descritona
literatura 6.Considerando-se a localização dos testículos impalpáveis ao nível
do
anel inguinal interno, os estudos focalizados nos achados da videolaparoscopia diagnóstica citam valores deprevalência bastante variáveis, oscilando entre
36,5%
a59%
para ,essa localização 6* 7.No
presente estudo, observou-se a presença de34,7%
das unidades testiculares avaliadasno
anel _ inguinal intemo. Essedado
nãopode
ser considerado significativamente discordante dosvalores descritos
na
literatura.Quanto
à ocorrência de agenesia testicular, os autores tarnbém_ citam dados de prevalência altamente variáveis,em
tomo
de23,6%
até40%
7' 13° 14 .Baseando-se nessas informações, a constatação de apenas
15,2%
de agenesia testicular (7unidades ausentes) neste estudo mostrou-se consideravelmente inferior aos valores
comumente
descritos.Um
achado peculiarmente inesperado à videolaparoscopia diagnóstica foi a presença de 6 testículos(13%)
localizadosno
anel inguinalextemo,,uma
vez que essasunidades deveriam se mostrar clinicamente palpáveis.
Como
justificativas para a impossibilidade de palpação, poder-se-ia aventar a hipótese de pacientes obesos e/ou avigência de atrofia testicular severa nesses casos.
Também
é reconhecida a influênciado
reflexo cremastérico
na
realização de diagnósticos errôneos de testículos impalpáveis. Essa dificuldade ocorre principalmentena
avaliação ambulatorial pré-operatória, eem
função .disso éque
se preconiza a reavaliação diagnóstica imediatamente antesdo
iníciodo
ato cirúrgico,após a realização de anestesia geral, o que permite a inibição
do
reflexo cremastérico 7” 12.
Quanto
ao aspecto macroscópico das unidades testiculares,26
delas (56,5%)foram
avaliadas
como
eutróficas, e portanto passíveis de serem submetidas à orquidopexia.No
entanto, 3,(l1,5%) dentre os testículos .eutróficos estavam situados
no
canal inguinal e,em
decorrência ,dessa localização, tais unidades
foram
submetidas à orquidopexia convencional pela via inguinal, o procedimento mais indicado nesses casos. Restaram então 23 unidadestesticulares eutróficas,
em
que se - procedeu efetivamentecom
a orquidopexiavideolaparoscópica, utilizando-se atécnica de Fowler-Stephens
em
um
ou
dois tempos.Atualmente, a escolha da técnica operatória 'empregada
na
_ orquidopexia videolaparoscópicanão
obedece anenhum
critério,uma
vez que nãohá
consenso mundial a respeitodo melhor
procedimento a' serempregado na
terapêutica dos testículos impalpáveis 5”7”
H
. Esposito et al
afirma
que a técnica de Fowler-Stephensem
dois atos é a mais utilizadaelos cirur iões ediátricos
sem
no
entanto esclarecer o or uê 15.No
resente estudo, 7coincidentemente,
houve
um
predomínio marcantedo
procedimento de Fowler-Stephensem
dois tempos, sendo esse realizado
em
19 unidades testiculares(82,6%
dentre as submetidas à orquidopexia).Por
outro lado, utilizou-se o procedimento de Fowler-Stephensem
ato únicoem
apenas 4 unidades(17,4%
dentre as submetidas à orquidopexia).Os
defensores dessatécnica, dentre eles Lindgren e King, apresentam a seu favor argumentos
como
a necessidadede
uma
única anestesia geral e o fato demn
segundo ato operatório cursar as vezescom
aderências intra-abdominais 5' 13. Tal intercorrência foi observadano
presente estudoem
2pacientes,
ou 16,6%
dentre os indivíduos submetidos ao procedimentoem
dois estágios. A Analisando-se os resultados de pós-operatórioda
técnica de Fowler-Stephensem
atoúnico,
não
se observou o sucesso terapêutico plenoem
nenhuma
das unidades submetidas a esse procedimento.Além
disso, a eficácia parcial foi observadaem
apenas25%
das unidades, restando então inesperados75%
de resultados ruins. Essa baixíssima porcentagem de eficáciaé discrepante
em
relação aos resultados descritosem
estudos prévios, que citam valoresdesucesso terapêutico
da
ordem
de 80 a96%
H” 12' 16° 17.
Não
obstante, é necessário admitir queno
presente estudo não foi possível reunirum
número
estatisticamente significativo de unidades testiculares submetidas à técnica de Fowler-Stephensem
ato único.O
mesmo
foi realizadoem
apenas4
unidades, portanto os presentes resultados nãoadvogam
críticas ao procedimento.Também
é possível considerar que esse inesperado índice de falha terapêutica seja devido àmédia
de idade relativamente elevada dos pacientesna
ocasiãodo
primeiro ato cirúrgico (56 meses),uma
vez que a literatura referente às distopias testiculares descreve degeneração' das células germinativas e dos túbulos seminíferos já a partirdo
2° ano de vida 1.Fowler-Stephens
em
duas etapas, descreveum
índice de sucesso daordem
de90%
relativo a esse procedimento 15.Em
2001,Chang
et al relatou resultados de eficácia ainda mais elevados, beirando os96%
12.No
presente estudo, analisando-se a amostra de 19 unidadestesticulares
em
que foi realizado o procedimento de Fowler-Stephensem
dois atos,novamente
se verificouum
resultado globalpouco
satisfatório, considerando-se tun montante_ _
I
de
47,4%
de resultados bons,5,2%
de regulares. e47,4%
de resultados ruins.E
necessário citar o fato de queum
dos pacientes submetidos à técnica, portador de criptorquidia unilateral direita, nãocompareceu
ao segundo ato cirúrgico.É
provável que isso o tenha predisposto aatrofia
da
unidade testicular impalpável, conforme constatadona
reavaliação, representandoisoladamente
5,3%
dos resultados negativos atribuídos à técnica.Mesmo
somando-se
asporcentagens dos resultados bons e regulares, obtém-se apenas
52,6%
de resultados satisfatórios, oque
é inferior aos índices de sucesso descritosna
literatura.É
interessante salientarque
diversos desses artigos consideramcomo
critérios de sucesso terapêutico pleno apenas a presença deum
testículo eutrófico e submetido à cirurgiano
escroto,sem
no
entantolevar
em
consideração outras variáveis clínicas de pós-operatório 5° H” 15.Um
exemplo
dissoseria a possibilidade de
um
testículo operado apresentar-semenor
em
relação ao contralateral,mesmo
sendo eutrófico;ou
poderia estar localizadona metade
superior do escroto, aspecto esseque
foi avaliadocomo
um
resultado regularno
presente estudo.Conforme
citadoem
parágrafo anterior,
novamente
é possível creditar essa porcentagem elevada de falência terapêuticada
técnicaem
questão àmédia
de idade excessivamente elevada dos pacientesna
ocasião
do
primeiro ato operatório, o que não condizcom
a faixa etária considerada ótima para a realizaçãoda
orquidopexia videolaparoscópica, que é de 6 a 18meses
de vida 5” 13.Comparando-se
os dados relativos a cada técnica, os resultados obtidosno
presente estudo são aparentemente favoráveis à utilizaçãodo
procedimento de Fowler-Stephensem
doistempos; apesar disso, o fato de que apenas 4 unidades testiculares foram submetidas à técnica
em
ato único acaba portomar
inválido o enaltecimento deuma
técnicaem
detrimento daoutra. c
Adentrando
o universo das hipóteses, algumas justificativas plausíveis para o fato de os pacientes portadores de testículos impalpáveis serem submetidos à cirurgia tão tardiamente,mesmo
em
centros de referência regional, seriam: primeiramente,um
considerável índice desubdiagnóstico
ou
diagnóstico tardio da criptorquidia persistente após o primeiro ano de vida,`
adequado encaminhamento
dos pacientes portadores de distopia testicular às unidades deatenção terciária para avaliação especializada e terapêutica precoce.
Em
segundo lugar,mesmo em
casosonde
nãohá
falência diagnósticatampouco
diagnóstico tardio, é pertinenteofato de que o
enorme
contingente de pacientes pediátricoscom
indicação cirúrgica suplanta (emuito) a capacidade
de
atendimento das unidades hospitalares credenciadas para esse tipo de procedimentono
Brasil; isso freqüentemente obriga os cirurgiões pediátricos a protelarem omomento
da
intervenção terapêutica para a criptorquidia,em
função da lista de espera depacientes para procedimentos relativos a doenças mais graves . Esse atraso involuntário
quanto ao
momento
da intervenção cirúrgica influenciaria negativamente o prognóstico dostestículos impalpáveis, pennitindo o
aumento
da incidência demaus
resultados terapêuticos,como
os constatadosno
presente estudo.Por outro lado, o
número
de pacientes de cada grupo foi insuficiente parauma
comparação mais
adequada. Aliado a isso, as dificuldades deum
trabalho retrospectivo e a_
incerteza
da
acurácia dos dados levantadostambém
nãopermitem
uma
resposta definitiva aoobjetivo
do
trabalho.`
Devido
a essas dificuldades,um
trabalho prospectivo,com
número
igual de pacientes eadequadamente
controlado, seria o ideal, ao nosso ver, parauma
conclusãomais
adequada.Tal proposta está sendo iniciada
no
mesmo
serviço, parauma
análise mais detalhada sobre o6.
CoNcLUsÃo
1 -
O
tratamento dos testículos impalpáveis por videolaparoscopia, pela técnica de Fowler--
As
normas
adotadas foram as constantesna
resolução n°. 001/2001do
Colegiadodo
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R,Docimo
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Orchiopexy using2mm
laparoscopic instruments: 2 techniques for delivering the testis into the scrotum.The
Protocolo
para
Levantamento
de
Dados
Relativos
ao
TCC
(Tema:
Orquidopexia
Videolaparoscópica)
“ -'Aluno:
Thiago
Corrêa de Araújo
SilveiraOrientador: Dr. José
Antônio de
Souza
Co-orientador: Dr.
Edevard
Joséde
Araújo
Nome
do
paciente (iniciais): _ N°.do
prontuário:Idade
na
ocasiãodo
1° ato cirúrgico:Diagnóstico a_o
exame
fisico: -Data do
1° ato operatório (por videolaparoscopia):Cirurgião
que
realizou o 1° ato operatório:Localização topográfica do(s) testículo(s) criptorquídico(s) à videolaparoscopia:
Aspecto macroscópico
do(s) testículo(s) criptorquídicos(s) à videolaparoscopia:Intercorrências
durante
o 1° ato cirúrgico:*
Preencher
osquesitoscom
asteriscoapenas
sehouve
um
2 ato operatório.*Data do
2° ato operatório:*Cirurgião
que
realizou o 2° ato operatório:*Localização topográfica do(s) testículo(s) criptorquídico(s)
no
iníciodo
2°V atooperatório:
*Aspecto macroscópico
do(s) testículos(s) criptorquídico(s)no
iníciodo
2° ato:*
Técnica
operatória utilizadano
2° ato cirúrgico:* Intercorrências
durante
o 2° ato cirúrgico:Data
da
reavaliação ambulatorial:Médico que
reavaliouzConstatações
ao
exame
físicona
reavaliação:PE
0482
Ex.l
Título: Orquidopexia videolaparoscópica
972807597 Ac, 254077