• Nenhum resultado encontrado

Existência de soluções para um modelo de equação de onda fortemente amortecido

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Existência de soluções para um modelo de equação de onda fortemente amortecido"

Copied!
79
0
0

Texto

(1)

DEPARTAMENTO DE MATEMATICA´

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM MATEMATICA´

M ´ario Bezerra de Sousa Neto

Exist ˆencia de soluc¸ ˜

oes para um modelo de equac¸ ˜ao de

onda fortemente amortecido

Recife 2019

(2)

Exist ˆencia de soluc¸ ˜

oes para um modelo de equac¸ ˜ao de onda

fortemente amortecido

Dissertac¸ ˜ao apresentada ao Programa de P ´os-graduac¸ ˜ao em Matem ´atica da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenc¸ ˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem ´atica.

´

Area de concentrac¸ ˜ao: An ´alise

Orientador(a): Dr. Claudio Cuevas Henr´ıquez

Recife 2019

(3)

Catalogação na fonte

Bibliotecária Monick Raquel Silvestre da S. Portes, CRB4-1217

S725e Sousa Neto, Mário Bezerra de

Existência de soluções para um modelo de equação de onda fortemente amortecido / Mário Bezerra de Souza Neto. – 2019.

78 f.: il., fig., tab.

Orientador: Claudio Cuevas Henríquez.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCEN, Matemática, Recife, 2019.

Inclui referências.

1. Análise matemática. 2. Equações de ondas amortecidas. I. Cuevas Henríquez, Claudio (orientador). II. Título.

515 CDD (23. ed.) UFPE- MEI 2019-121

(4)

EXISTÊNCIA DE SOLUÇÕES PARA UM MODELO DE EQUAÇÃO DE ONDA

FORTEMENTE AMORTECIDO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Matemática.

Aprovado em: 31/07/2019

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________ Prof. Dr. Claudio Rodrigo Cuevas Henríquez (Orientador)

Universidade Federal de Pernambuco

_________________________________________________________ Prof. Dr. Clessius Silva (Examinador Externo)

Universidade Federal Rural de Pernambuco

________________________________________________________ Profª. Dra. Joelma Azevedo de Moura (Examinador Externo)

(5)

Agradec¸o primeiramente a Deus por ter me dado forc¸as para essa caminhada, pois sem Ele nada disso seria poss´ıvel.

Agradec¸o a toda a minha fam´ılia a qual devo todo o apoio durante toda a minha vida, especialmente gostaria de agradecer ao meu pai M ´ario, minha m ˜ae Ang ´elica e ao meu irm ˜ao Alysson.

Um agradecimento especial a Ananda Santos por quem tenho grande admirac¸ ˜ao e por todos momentos de companheirismo e apoio.

Aos professores do Departamento de Matem ´atica da UFPE, os quais contribuiram direta ou indiretamente, com a minha formac¸ ˜ao acad ˆemica.

Ao meu orientador Claudio Cuevas o qual sou muito grato por todos os seus ensinamentos, paci ˆencia, conselhos e pelo incentivo aos estudos e a pesquisa.

Aos amigos e colegas do Departamento do Matem ´atica da UFPE.

Um agradecimento especial a Joelma Azevedo por todo suporte dado no desenvolvimento desta dissertac¸ ˜ao.

Ao professor Clessius Silva, por ter aceito o convite de fazer parte da banca examinadora.

Ao coordenador da p ´os-graduac¸ ˜ao do DMAT UFPE o professor Miguel Loayza, por sempre se mostrar prestativo.

(6)

Neste trabalho, utilizando de ferramentas da An ´alise Funcional e da Topologia, estudamos a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes de equac¸ ˜oes de onda semilineares fortemente amortecidas, mais especificamente, tratamos sobre a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas e suas propriedades de limitac¸ ˜ao, para isto, definimos inicialmente o conceito de soluc¸ ˜ao branda para o nosso problema, o qual ser ´a uma func¸ ˜ao satisfazendo uma certa equac¸ ˜ao integral, assim, ao definir certos operadores em Lp por essa equac¸ ˜ao integral utilizamos o Teorema do ponto fixo de Banach para garantir a exist ˆencia e unicidade de ponto fixo para tal operador e, consequentemente, obtemos a exist ˆencia e unicidade de soluc¸ ˜ao branda em Lp para o nosso problema. Al ´em disso, tamb ´em estudamos resultados diversos em exist ˆencia, como a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas, cl ´assicas e fortes, para tais t ´opicos, cabe ressaltar alguns resultados auxiliares essenciais como a generalizac¸ ˜ao do Teorema do ponto fixo de Darbo que envolve medidas de n ˜ao compacidade de Kuratowski que atrav ´es de tal Teorema nos garante a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas, tamb ´em utilizamos alguns Lemas auxiliares onde nos garante que soluc¸ ˜ao branda para o nosso problema, satisfazendo certas condic¸ ˜oes, implica em soluc¸ ˜ao cl ´assica ou soluc¸ ˜ao forte. Em um dos nossos resultados sobre soluc¸ ˜oes cl ´assicas ou de soluc¸ ˜oes fortes, para garantir a exist ˆencia de tal soluc¸ ˜ao utilizamos o Teorema de Schauder-Tychonoff, tamb ´em cabe ressaltar o Teorema de Riesz-Weyl-Kolmogorov que estabelece crit ´erios para caracterizar subconjuntos compactos de Lp, o qual ser ´a fundamental para a aplicac¸ ˜ao do Teorema de Schauder-Tychonoff. E, por fim, conclu´ımos com algumas aplicac¸ ˜oes dos resultados estabelecidos.

Palavras-chave: Equac¸ ˜oes de ondas amortecidas. Limitac¸ ˜ao. Exist ˆencia de soluc¸ ˜ao.

(7)

In this work, using tools of Functional Analysis and Topology, we study the existence of solutions of strongly damped semilinear wave equations, more specifically, we treat the existence of mild solutions and their properties of boundedness, for this, we initially defined the concept of mild solution to our problem, which will be a function satisfying a certain integral equation, thus, defining certain operators in Lp by this equation integral we use the Banach fixed point theorem to ensure the existence and uniqueness of fixed point for such operator and, consequently, we obtain the existence and uniqueness of mild solution in Lp for our problem. Moreover, we also study diverse results in existence, as the existence of mild, classic and strong solutions, for such topics, it is worth mentioning some essential ancillary results such as the generalization of Darbo’s fixed point Theorem which involves measures of Kuratowski noncompacity that through such Theorem guarantees us the existence of mild solutions, we also use some auxiliary lemmas where it assures us that mild solution to our problem, meeting certain conditions, implies classic solution or strong solution. On a From our results on classical or strong solutions, to ensure the existence of such a solution, we use the Schauder-Tychonoff Theorem. We also highlight the Riesz-Weyl-Kolmogorov Theorem which establishes criteria for characterize compact subsets of Lp, which will be fundamental for the application of the Schauder-Tychonoff Theorem. And finally, we conclude with some applications of the established results.

(8)

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 PRELIMINARES ... 11

2.1 Notações e resultados básicos ... 11

2.2 Medida de não compacidade ... 13

2.3 Semigrupos e Geradores ... 15

2.4 Operadores Setoriais e Semigrupos Analíticos ... 18

2.5 Potências fracionárias ... 21

2.6 Métodos Topológicos ... 23

3 EQUAÇÕES DE ONDA FORTEMENTE AMORTECIDAS ... 26

3.1 Redução a primeira ordem ... 26

4 PROPRIEDADES DE LIMITAÇÃO EM Lp ... 29

4.1 Existência de soluções brandas Lp limitadas ... 29

5 RESULTADOS DIVERSOS EM EXISTÊNCIA ... 50

5.1 Existência de soluções ... 51

5.1.1 Existência de soluções brandas ... 51

5.1.2 Existência de soluções clássicas ... 55

5.1.3 Existência de soluções fortes ... 61

6 APLICAÇÕES ... 70

REFERÊNCIAS ... 75

(9)

1 INTRODUC

¸ ˜

AO

Desde os prim ´ordios nos estudos das equac¸ ˜oes diferenciais, um dos principais problemas ao tentar compreender certo modelo ´e determinar se tal problema possui soluc¸ ˜ao. Em alguns casos, ao determinar se o modelo com tais par ˆametros possui soluc¸ ˜ao, a pr ´oxima etapa natural consiste em estabelecer se a soluc¸ ˜ao ´e ´unica ou n ˜ao. Um caso interessante ´e o estudo das propriedades de limitac¸ ˜ao em Lp para soluc¸ ˜oes, o qual ´e um t ´opico muito importante na an ´alise cl ´assica. Atualmente, existem diversos trabalhos sobre propriedades de limitac¸ ˜ao em Lp, podemos citar alguns destes trabalhos (LUBINSKY; MASHELE, 2002; PENGTAO; LIZHONG, 2012; CUEVAS et al., 2013; CONSTANTIN; PEL ´AEZ, 2015; CHEN; MAGNIEZ; OUHABAZ, 2015; CHEN, 2016; GOLDBERG; GREEN, 2016; OTTEN, 2016; KYED; SAUER, 2017).

Nesta dissertac¸ ˜ao, estamos interessados em estudar propriedades de limitac¸ ˜ao em Lp e, al ´em disso, a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas, soluc¸ ˜oes cl ´assicas e soluc¸ ˜oes fortes para a equac¸ ˜ao de onda semilinear fortemente amortecidas.

Este trabalho se encontra dividido em cinco cap´ıtulos. O Cap´ıtulo 2, intitulado “Preliminares”, tem por objetivo tornar o texto o mais autossuficiente. Este cap´ıtulo cont ´em notac¸ ˜oes, definic¸ ˜oes e resultados relevantes para o desenvolvimento deste trabalho. Especificamente, faremos uma revis ˜ao sobre medida de n ˜ao compacidade, semigrupos e geradores, operadores setoriais, semigrupos anal´ıticos e pot ˆencias fracion ´arias. Por fim, na ´ultima sec¸ ˜ao deste cap´ıtulo, enunciaremos alguns resultados cl ´assicos da An ´alise Funcional e diversos resultados auxiliares.

No Cap´ıtulo 3, intitulado “Equac¸ ˜oes de ondas fortemente amortecidas”, faremos a apresentac¸ ˜ao do modelo de equac¸ ˜oes de ondas fortemente amortecidas que

(10)

ser ´a tratado neste trabalho. As equac¸ ˜oes de ondas amortecidas tem sido bastante investigadas sob diferentes contextos e hip ´oteses. A literatura nos oferece t ´opicos como exist ˆencia (GEORGIEV; TODOROVA, 1994; BAHUGUNA, 1995; GAZZOLA; SQUASSINA, 2006), comportamento assint ´otico (WEBB, 1980; GHIDAGLIA; MARZOCCHI, 1991; MASSATT, 1987), atratores (BORINI; PATA, 1999; BRUSHCHI et al., 2006; CARVALHO; CHOLEWA, 2002a; LI; ZHOU; YIN, 2004; PATA; SQUASSINA, 2005; YANG; SUN, 2009), boa colocac¸ ˜ao (CARVALHO; CHOLEWA, 2002b), estimativas de decaimento (IKEHATA, 2001), blow-up (AVALOS; LASIESCKA, 2003; GAZZOLA; SQUASSINA, 2006; MESSAOUDI, 2001), controlabilidade (AVALOS; LALIESCKA, 2003), bootstrapping e regularidade (CARVALHO; CHOLEWA; DLOTKO, 2008), periodicidade assint ´otica (CUEVAS; LIZAMA; SOTO, 2003). Tais equac¸ ˜oes tamb ´em podem ser encontradas em ´areas da f´ısica tais como em conduc¸ ˜ao de calor, mec ˆanica dos s ´olidos, entre outras. Al ´em disso, observaremos que nosso modelo pode ser reduzido a um problema de Cauchy de primeira ordem (em tempo) em certos espac¸os, tamb ´em citaremos algumas propriedades dos operadores de ondas fortemente amortecidas que ser ˜ao fundamentais para o desenvolvimento do nosso trabalho.

No Cap´ıtulo 4, cujo t´ıtulo ´e “Propriedades de Limitac¸ ˜ao em Lp ”, estudaremos a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas em Lp para o seguinte problema de Cauchy:

           utt+ 2ηA 1 2ut+ Au = f (t, u, ut), t > 0 u(0) = u0 ∈ X 1 2, ut(0) = v0 ∈ X, (1.1)

onde X ´e um espac¸o de Banach reflexivo, A : D(A) ⊂ X → X ´e um operador fechado densamente definido, X12 ´e o espac¸o de pot ˆencia fracion ´aria associado a A como

em (HENRY,2006), η > 0 e f ´e uma func¸ ˜ao cont´ınua adequada. Cabe ressaltar um exemplo de modelo matem ´atico representado na forma (1.1) que ´e conhecido na literatura como equac¸ ˜oes de ondas fortemente amortecidas (CARVALHO; CHOLEWA, 2002a; CHEN; TRIGGIANI, 1989; CHEN; TRIGGIANI. 1990; CHEN; TRIGGIANI, 1988).

(11)

No Cap´ıtulo 5, cujo t´ıtulo ´e “Resultados diversos em exist ˆencia”, estudaremos a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas, cl ´assicas e fortes para o problema (1.1). Al ´em disso, iremos considerar tal problema reduzido de primeira ordem (em tempo) satisfazendo uma condic¸ ˜ao n ˜ao local para tratar da exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas para o problema (1.1).

Por fim, no Cap´ıtulo 6, nomeado “Aplicac¸ ˜oes”, ilustraremos alguns exemplos de como tais resultados aqui estabelecidos podem ser aplicados.

Os resultados estabelecidos aqui para o problema (1.1) foram publicados em (AZEVEDO; CUEVAS; SOTO, 2017), onde os autores investigam a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas pseudo S-assintoticamente ω-peri ´odicas, para tais equac¸ ˜oes de ondas fortemente amortecidas, definidas sobre espac¸os de dimens ˜ao infinita. Al ´em disso, investigam a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes brandas em Lp, soluc¸ ˜oes cl ´assicas (e fortes) e a estrutura topol ´ogica do conjunto soluc¸ ˜ao do problema (1.1).

(12)

2 PRELIMINARES

Apresentaremos neste cap´ıtulo notac¸ ˜oes, definic¸ ˜oes e fatos relevantes que ser ˜ao utilizados ao longo deste trabalho. Pretendemos com isso tornar o texto o mais autosuficiente poss´ıvel. Entretanto, n ˜ao faremos detalhes das demonstrac¸ ˜oes dos resultados aqui apresentados.

2.1

Notac¸ ˜

oes e resultados b ´asicos

Definic¸ ˜ao 2.1 (Norma). Dado um espac¸o vetorial X sobre o corpo K (R ou C), uma func¸ ˜ao k · k : X → R ´e dita de norma se, para quaisquer x, y ∈ X e todo λ ∈ K, vale: (i) kxk ≥ 0, kxk = 0 ⇔ x = 0.

(ii) kλxk = |λ|kxk.

(iii) kx + yk ≤ kxk + kyk.

Se o espac¸o vetorial X est ´a munido com uma norma, dizemos que ele ´e um espac¸o normado e ´e denotado por (X, k · k).

Definic¸ ˜ao 2.2 (Dom´ınio e Imagem). Chamamos de dom´ınio do operador T ao conjunto no qual o operador est ´a bem definido e denotemos por D(T ) e a imagem por R(X).

Notac¸ ˜ao 2.3 (Espac¸o dos Operadores lineares limitados). Ao conjunto L(X, Y ) denota o espac¸o de Banach formado pelos operadores lineares limitados de X em Y.

(13)

Definic¸ ˜ao 2.4 (Norma Uniforme). Seja T : X → Y um operador linear limitado, a norma ser ´a definida por:

kT kL(X,Y ) := sup{kT xkY; x ∈ X, kxkX ≤ 1}

Note que (L(X, Y ), k · kB(X,Y )) ´e um espac¸o de Banach.

Notac¸ ˜ao 2.5 No caso em que X = Y denotamos simplesmente por L(X) e sua norma como k · k.

Seja T ∈ L(X, Y ), Tn ´e chamado a n- ´esima iterac¸ ˜ao de T , com n ∈ Z+ 0. Denotamos por Br(X) a bola fechada com centro na origem e raio r no espac¸o X. Afirmamos que D(T ), com T ∈ L(X), ´e um espac¸o de Banach (D(T ), k · kD(T )) munido com a norma do gr ´afico, isto ´e,

kxkD(T )= kxkX + kT (x)kX, ∀ x ∈ X.

Definic¸ ˜ao 2.6 (Operador Fechado). Sejam X, Y dois espac¸os de Banach. Um operador linear T : D(T ) ⊂ X → Y ´e dito fechado se, para cada sequ ˆencia xn em D(T ) convergindo para x em X tal que T xn → y ∈ Y quando n → ∞, tem-se que x ∈ D(T )e T x = y.

Definic¸ ˜ao 2.7 (Resolvente e Espectro). Seja X um espac¸o de Banach sobre C e T : D(T ) ⊂ X → X um operador linear. O conjunto resolvente de T ´e o subconjunto ρ(T ) de todos os λ em C tais que λI − T ´e injetor, R(λI − T ) = X e (λI − T ) : R(λI − T ) ⊂ X → X ´e limitado. Para λ ∈ ρ(T ), o operador R(λ, T ) := (λI − T )−1 ´e dito operador resolvente de T . O espectro do operador T ´e definido por σ(T ) = C − ρ(T ).

Iremos denotar por L1(Ω, µ) ou simplesmente L1(Ω), como o espac¸o das func¸ ˜oes integr ´aveis de Ω em Rncom norma

kf kL1 = kf k1 =

Z Ω

|f |dµ. Definic¸ ˜ao 2.8 Seja p ∈ R com 1 < p < ∞, definimos

(14)

com norma kf kLp = kf kp =  Z Ω |f (x)|p 1p .

Notac¸ ˜ao: Seja 1 < p < ∞, denotamos por q o expoente conjugado de p, isto ´e 1

p+ 1 q = 1.

Teorema 2.9 (Desigualdade de H ¨older) Sejam f ∈ Lp e g ∈ Lqcom p, q > 1 expoentes conjugados. Ent ˜ao f g ∈ L1 e

kf gk1 ≤ kf kpkgkq. Demonstrac¸ ˜ao: Ver (BREZIS, 2010, Teorema 3.4.6).

Teorema 2.10 (Minkowski) Sejam f, g ∈ Lp e 1 ≤ p ≤ ∞. Ent ˜ao Z |f + g|p 1 p ≤ Z |f |p 1 p + Z |g|p 1 p . Demonstrac¸ ˜ao: Ver (BREZIS, 2010, Teorema 3.4.7).

Definic¸ ˜ao 2.11 (Operador Compacto) Sejam X, Y espac¸os vetoriais normados. Dizemos que um operador linear T : X → Y ´e compacto se T leva conjuntos limitados em X em conjuntos relativamente compactos em Y .

Definic¸ ˜ao 2.12 (Operador completamente cont´ınuo) Sejam X, Y espac¸os de Banach e T : D ⊂ X → Y . Dizemos que o operador T ´e completamente cont´ınuo se, ´e cont´ınuo e mapeia cada subconjunto limitado de D em um subconjunto relativamente compacto de Y .

Observac¸ ˜ao 2.13 Se X ´e um espac¸o de Banach reflexivo, ent ˜ao cada operador completamente cont´ınuo T : X → Y ´e um operador compacto.

2.2

Medida de n ˜ao compacidade

A definic¸ ˜ao de medida de n ˜ao compacidade de subconjuntos limitados em espac¸os normados foi introduzida por K. Kuratowski na d ´ecada de 30. Posteriormente,

(15)

na d ´ecada de 50, essa definic¸ ˜ao voltou a ser utilizada devido aos avanc¸os na teoria das equac¸ ˜oes diferenciais em espac¸os de Banach abstratos, na qual medidas de n ˜ao compacidade se mostraram de grande utilidade para o estudo da exist ˆencia de pontos fixos. A seguir definiremos tal medida e enunciaremos suas principais propriedades. Definic¸ ˜ao 2.14 (Medida de n ˜ao compacidade) Sejam X espac¸o de Banach, A um subconjunto limitado de X e  > 0. Uma cobertura Vi de A ´e uma -cobertura se diam(Vi) := sup{kx − ykX; x, y ∈ Vi} ≤ , ∀ i. A medida de n ˜ao compacidade de Kuratowski de A ´e definida por

ξ(A) = inf{ > 0; existe uma -cobertura finita de A}.

Para uma cobertura Aide A, composta por bolas de raio menor ou igual a , chamamos de -cobertura restrita de A. Com isto, definimos a medida de n ˜ao compacidade de Hausdorff de A por

˜

ξ(A) = inf{ > 0; existe uma -cobertura restrita finita de A}.

Proposic¸ ˜ao 2.15 Sejam A e B subconjuntos limitados de um espac¸o de Banach X, λ ∈ C. Ent ˜ao valem

(i) ξ(A) = 0, se e somente se, A ´e compacto, onde A denota o fecho de A. (ii) ξ(A) = ξ(A) = ξ(co{A}), onde co{A} denota a envolt ´oria convexa de A. (iii) ξ(λA) = |λ|ξ(A).

(iv) ξ(A) ≤ ξ(B), se A ⊆ B. (v) ξ(A + B) ≤ ξ(A) + ξ(B). (vi) ˜ξ(A) ≤ ξ(A) ≤ 2 ˜ξ(A).

Como consequ ˆencia dos itens (i) e (ii), temos

Corol ´ario 2.16 Se A ´e um subconjunto relativamente compacto de X, ent ˜ao co{A} ´e compacto.

As demonstrac¸ ˜oes desta Proposic¸ ˜ao e do Corol ´ario podem ser encontrados em (ARJUNAN; NADAF, 2014; CHUONG; KE, 2012; DEIMLING, 2010).

(16)

2.3

Semigrupos e Geradores

Nesta sec¸ ˜ao apresentaremos os fatos b ´asicos da teoria de semigrupos de operadores lineares e cont´ınuos que s ˜ao indispens ´aveis ao entendimento de t ´ecnicas de soluc¸ ˜ao de problemas parab ´olicos e hiperb ´olicos semilineares. Comec¸aremos com uma revis ˜ao da teoria b ´asica com o objetivo principal de apresentar a teoria de semigrupos fortemente cont´ınuos e semigrupos anal´ıticos. Grande parte da nossa exposic¸ ˜ao estar ´a concentrada na caracterizac¸ ˜ao dos geradores de semigrupos lineares j ´a que nas aplicac¸ ˜oes da teoria, em geral, conhecemos a equac¸ ˜ao diferencial e n ˜ao o operador soluc¸ ˜ao. A exposic¸ ˜ao apresentada nesta sec¸ ˜ao pode ser encontrada em (PAZY, 1983).

Definic¸ ˜ao 2.17 Um semigrupo de operadores lineares em X ´e uma fam´ılia {T (t)}t≥0 ⊂ L(X) tal que

(i) T (0) = I (operador identidade); e, (ii) T (t + s) = T (t)T (s), ∀ t, s ≥ 0.

Se al ´em disso,

(iii) kT (t)−IkL(X) −→ 0, quando t → 0+, dizemos que o semigrupo ´e uniformemente cont´ınuo.

(iv) kT (t)x − xkX −→ 0, quando t → 0+, para cada x ∈ X, dizemos que o semigrupo ´e fortemente cont´ınuo (ou um C0-semigrupo).

O estudo dos semigrupos de operadores lineares est ´a associado ao estudo de problemas de Cauchy lineares da forma

d

dtx(t) = Ax(t), x(0) = x0 (2.1)

onde A : D(A) ⊂ X → X ´e um operador linear (em geral ilimitado). Um semigrupo {T (t)}t≥0 pode ser o operador soluc¸ ˜ao de (2.1), isto ´e , para cada x0 ∈ X, t 7→ T (t)x0

(17)

Definic¸ ˜ao 2.18 Se {T (t)}t≥0 ⊂ L(X) ´e um semigrupo fortemente cont´ınuo de operadores lineares, seu gerador infinitesimal ´e o operador definido por A : D(A) ⊂ X → X Ax := lim t→0+ T (t)(x) − x t , ∀x ∈ D(A), onde D(A) = {x ∈ X; lim t→0+ T (t)x − x t existe}

Agora iremos estabelecer um teorema que caracteriza o gerador infinitesimal de um semigrupo uniformemente cont´ınuo.

Teorema 2.19 Um operador linear A ´e o gerador infinitesimal de um semigrupo uniformemente cont´ınuo se, e somente se, A ´e um operador linear limitado.

Diante de tal resultado, segue o seguinte Corol ´ario com propriedades bastante utilizadas para semigrupos uniformementes cont´ınuos.

Corol ´ario 2.20 Seja (T (t))t≥0 um semigrupo uniformemente cont´ınuo de operadores lineares limitados. Ent ˜ao as seguintes propriedades s ˜ao v ´alidas:

(i) Existe uma constante β ≥ 0 tal que kT (t)k ≤ eβt, ∀t ≥ 0.

(ii) Existe um ´unico operador linear limitado A tal que T (t) = etA, onde etA = P∞

n=0 (tA)n

n! .

(iii) O operador A do item (ii) ´e o gerador infinitesimal de T (t).

Observando a Definic¸ ˜ao 2.19 ´e claro que um semigrupo (T (t))t≥0 tem um ´unico gerador infinitesimal. Al ´em disso, pelo Teorema 2.20, todo operador linear limitado A ´e o gerador infinitesimal de um semigrupo uniformemente cont´ınuo (T (t))t≥0. O pr ´oximo resultado nos fornece a unicidade deste semigrupo.

Estabeleceremos agora algumas propriedades sobre C0-semigrupos.

Teorema 2.21 Sejam (T (t))t≥0 um C0-semigrupo e A seu gerador infinitesimal. Ent ˜ao s ˜ao v ´alidas as seguintes propriedades.

(18)

(i) Para todo x ∈ X e t ≥ 0, limh→0 Rt+h

t T (s)xds = T (t)x.

(ii) Para todo x ∈ X e t ≥ s ≥ 0,RstT (u)xdu ∈ D(A)e ARstT (u)xdu = T (t)x − T (s)x. (iii) Para todo x ∈ D(A) e t ≥ 0, T (t)x ∈ D(A) e d

dtT (t)x = AT (t)x = T (t)Ax. (iv) Para todo x ∈ D(A) e t ≥ s ≥ 0, T (t)x − T (s)x = ARt

s T (u)xdu = Rt

s T (u)Axdu. Logo, pelo Teorema 2.22 temos o seguinte Corol ´ario.

Corol ´ario 2.22 Se A ´e o gerador infinitesimal de um C0-semigrupo (T (t))t≥0, ent ˜ao A ´e um operador linear fechado e D(A) ´e denso em X.

O pr ´oximo resultado nos garante a unicidade do semigrupo associado a um gerador infinitesimal para o caso de semigrupos fortemente cont´ınuos.

Teorema 2.23 Sejam (T (t))t≥0e (S(t))t≥0C0-semigrupos com geradores infinitesimais Ae B, respectivamente. Se A = B, ent ˜ao T (t) = S(t), para todo t ≥ 0.

O resultado a seguir coleta alguns fatos importantes sobre semigrupos fortemente cont´ınuos. Valem que

Teorema 2.24 Suponha que (T (t))t≥0 ⊂ L(X) seja um semigrupo fortemente cont´ınuo.

(i) Para qualquer x ∈ X, t → T (t)x ´e cont´ınuo para t ≥ 0.

(ii) t → kT (t)(x)kL(X) ´e semicont´ınua inferiormente e, portanto, mensur ´avel.

(iii) Seja A o gerador infinitesimal de T (t), ent ˜ao A ´e densamente definido e fechado. Para x ∈ D(A), t → T (t)x ´e continuamente diferenci ´avel e

d

dtT (t)x = AT (t)x = T (t)Ax, t > 0.

(iv) Para Re λ > β, λ est ´a no resolvente ρ(A) de A, onde β ∈ R uma constante de modo que (β, ∞) ⊂ ρ(A). e

(λ − A)−1x = Z ∞

0

(19)

O pr ´oximo resultado que iremos enunciar ´e conhecido como o Teorema de Hille-Yosida que caracteriza os geradores de semigrupos fortemente cont´ınuos de operadores lineares em espac¸os de Banach.

Teorema 2.25 (ENGEL; NAGEL, 1999, Teorema II.3.8) Seja (A, D(A)) um operador linear sobre um espac¸o de Banach X e sejam β ∈ R e M ≥ 1 constantes. Ent ˜ao, as seguintes propriedades s ˜ao equivalentes:

(i) (A, D(A)) ´e o gerador de um semigrupo fortemente cont´ınuo de operadores lineares (T (t))t≥0que satisfaz

kT (t)kL(X) ≤ M eβt, ∀ t ≥ 0.

(ii) A ´e fechado, densamente definido, (β, ∞) ⊂ ρ(A) e k(λI − A)nk

L(X) ≤

M

(λ − β)n, ∀ λ > β, n ∈ N.

(iii) A ´e fechado, densamente definido e para cada λ ∈ C com Reλ > β, λ ∈ ρ(A) e k(λI − A)nk

L(X) ≤

M

(Reλ − β)n, ∀ n ∈ N.

2.4

Operadores Setoriais e Semigrupos Anal´ıticos

Naturalmente a construc¸ ˜ao e as propriedades da soluc¸ ˜ao de uma equac¸ ˜ao diferencial dependem da classe de operadores considerada. Onde operadores setoriais e semigrupos anal´ıticos s ˜ao boas ferramentas utilizadas na teoria de problemas parab ´olicos abstratos. Para maiores considerac¸ ˜oes sobre os assuntos abordados deste cap´ıtulo, ver (HENRY, 1981).

Definamos agora uma curva no plano complexo.

Definic¸ ˜ao 2.26 Dizemos que Ha ´e um caminho de Hankel, se existem r > 0 e θ ∈ (π2, π) tais que, Ha = Ha1 + Ha2 − Ha3 em que os caminhos Hai s ˜ao dados por

(20)

Ha2 := {reiθ; t ∈ [−θ, θ)}; Ha3 := {te−iθ; t ∈ [r, ∞)}.

Tamb ´em escrevemos por Ha = Ha(r, θ) para exibir a depend ˆencia do ˆangulo e do raio. Consideremos a ∈ R e φ ∈ (0, π), definimos os seguintes subconjuntos do plano complexo,

Sa,φ := {λ ∈ C : φ ≤ |(arg(λ − a)| ≤ π, λ 6= a}; X

a,φ

:= {λ ∈ C : |arg(λ − a)| ≤ φ, λ 6= a}. (2.2) Note que −Sa,φ =

P

−a,π−φ.

Vamos considerar agora a possibilidade de estender o dom´ınio do par ˆametro de um semigrupo para certos setores no plano complexo que incluem o eixo real n ˜ao negativo. E, para que possamos preservar a estrutura de semigrupo, o domin´ıo onde o par ˆametro complexo variar deve ser um semigrupo aditivo de n ´umeros complexos. Definic¸ ˜ao 2.27 Seja A : D(A) ⊂ X → X um operador fechado e densamente definido. Dizemos que A ´e um operador setorial se existem φ ∈ (0,π2), M ≥ 1 e a ∈ R tais que o setor Sa,φ := {λ ∈ C : φ ≤ |(arg(λ − a)| ≤ π, λ 6= a} ⊂ ρ(A) e

k(λI − A)−1k ≤ M

|λ − a|, ∀ λ ∈ Sa,φ.

Observe que a abertura do ˆangulo da sec¸ ˜ao Sa,φ ´e 2π − 2φ > π. Observac¸ ˜ao 2.28

(1) Se A ´e um operador linear limitado em um espac¸o de Banach, ent ˜ao A ´e um operador setorial.

(2) Se A ´e um operador auto-adjunto densamente definido em um espac¸o de Hilbert e A ´e um operador limitado inferiormente, ent ˜ao A ´e setorial.

(3) Se A ´e setorial em X e B ´e setorial em Y , ent ˜ao A × B ´e setorial em X × Y , onde (A × B)(x, y) = (Ax, By) para x ∈ D(A), y ∈ D(B).

(21)

Definic¸ ˜ao 2.29 Seja P0

0,φ o interior do conjunto P

0,φ. Dizemos que uma fam´ılia de operadores lineares limitados {T (t); t ∈P0

0,φS{0}} ´e um semigrupo anal´ıtico se: (i) A func¸ ˜aoP0

0,φ 3 t 7→ T (t) ∈ B(X) ´e anal´ıtica;

(ii) T (0) = I, T (t + s) = T (t)T (s), para quaisquer t, s ∈P

0,φ∪{0};e

(iii) limt→0T (t)x = xpara todo x ∈ X (e observe que t → 0 por todos os pontos de P0

0,φ).

O gerador infinitesimal L deste semigrupo ´e definido por Lx = lim

t→0+

1

t(T (t)(x) − x),

cujo dom´ınio D(L) consiste de todos x ∈ X no qual o limite (em X) existe. Usualmente escrevemos T (t) = eLt.

Teorema 2.30 (HENRY, 1981, Teorema 1.3.4) Suponha que A : D(A) ⊂ X → X ´e um operador setorial, ent ˜ao −A gera um semigrupo fortemente cont´ınuo {T (t); t ≥ 0} ⊂ L(X) com T (t) = 1 2πi Z a+Ha eλt(λI + A)−1dλ, t > 0,

onde a + Ha = a + Ha(r, φ) ´e o deslocamento do caminho de Hankel com r pequeno a+Ha ´e a fronteira deP

a,θ = {λ ∈ C : |arg(λ−a)| ≤ φ} com r pequeno. Al ´em disso, t 7→ T (t)se estende a uma func¸ ˜ao anal´ıtica deP0

0,φ−π

2 em L(X) (ou a complexificac¸ ˜ao

de X, se X ´e um espac¸o de Banach real) e para algum K > 0,

kT (t)kL(X) ≤ Ke−at, kAT (t)kL(X) ≤ Kt−1e−at, ∀ t > 0. d

dtT (t) = −AT (t)

´e um operador limitado para qualquer t > 0 e (0, ∞) 3 t 7→ T (t) ∈ L(X) ´e cont´ınua.

Observac¸ ˜ao 2.31 Tamb ´em vale que se −A gera um semigrupo anal´ıtico, ent ˜ao A ´e um operador setorial.

(22)

Definic¸ ˜ao 2.32 (Semigrupo Compacto) Um semigrupo fortemente cont´ınuo T (t) ´e dito compacto para t > t0 se para cada t > t0, T (t) ´e um operador compacto. Al ´em disso, T (t) ´e dito compacto se for compacto para todo t > 0.

Teorema 2.33 Seja A : D(A) ⊂ X → X densamente definido tal que A ´e setorial com resolvente compacto. Ent ˜ao o semigrupo {T (t)}t≥0 gerado por −A ´e compacto.

Demonstrac¸ ˜ao: Ver (PAZY, Teorema 2.3.3).

2.5

Pot ˆencias Fracion ´arias

As pot ˆencias fracion ´arias de operadores setoriais desempenham um papel fundamental na teoria de exist ˆencia de soluc¸ ˜oes para equac¸ ˜oes diferenciais parciais n ˜ao lineares do tipo parab ´olico. Para mais detalhes deste t ´opico, bem como as demonstrac¸ ˜oes dos teoremas enunciados, ver (HENRY, 1981).

Definic¸ ˜ao 2.34 Suponha que A ´e um operador setorial com Reσ(A) > 0, ent ˜ao para α > 0definimos A−α := 1 Γ(α) Z ∞ 0 tα−1T (t)dt, onde (T (t))t≥0 ´e o C0-semigrupo gerado por −A e Γ(z) =

R∞

0 t

z−1e−tdtdenota a func¸ ˜ao Gama, onde z ∈ C tal que Re(z) > 0.

Exemplo 2.35

(i) Se A ´e um escalar positivo (X = R), ent ˜ao A−α ´e definido como a pot ˆencia usual (−α)de A.

(ii) A−1 (o caso α = −1) ´e a inversa de A.

Teorema 2.36 (HENRY, 1981, Teorema 1.4.2) Se A ´e um operador setorial em X com Reσ(A) > 0, ent ˜ao para cada α > 0, A−α ´e um operador linear limitado em X. Al ´em disso, para quaisquer α, β > 0,

(23)

Al ´em disso, para 0 < α < 1, A−α = sen(πα) π Z ∞ 0 λ−α(λ + α)−1dλ.

Definic¸ ˜ao 2.37 Suponha que −A ´e um operador setorial com Reσ(A) > 0, ent ˜ao para α > 0definimos por

Aα := (A−α)−1,

com D(Aα) := Im(A−α)e A0 := I (operador identidade sobre X) .

Teorema 2.38 Seja A um operador setorial sobre X com Reσ(A) > 0, ent ˜ao as seguintes afirmac¸ ˜oes s ˜ao verdadeiras:

(i) Se α > 0, ent ˜ao Aα ´e fechado e densamente definido. (ii) Se α ≥ β, ent ˜ao D(Aα) ⊂ D(Aβ).

(iii) AαAβ = AβAα= Aα+β sobre D(Aγ), onde γ = max{α, β, α + β}. (iv) AαT (t) = T (t)Aα sobre D(Aα), para t > 0, onde (T (t))

t≥0 ´e o semigrupo gerado por −A.

Definic¸ ˜ao 2.39 Seja A um operador setorial sobre X com Reσ(A) > 0. Para cada α ≥ 0, definimos o espac¸o Xα := D(Aα), munido com a norma kxk

α := kAαxkX. Tais espac¸os s ˜ao chamados espac¸os de pot ˆencias fracion ´arias associadas ao operador A.

Teorema 2.40 (HENRY, 1981, Teorema 1.4.8.) Seja −A um operador setorial sobre X com Reσ(A) > 0. Ent ˜ao as seguintes afirmac¸ ˜oes s ˜ao verdadeiras:

(i) Para cada α ≥ 0, Xα munido com a norma k · k

α ´e um espac¸o de Banach. (ii) X0 = X e X1 = D(A).

(iii) Se α ≥ β ≥ 0, ent ˜ao Xα ´e um subespac¸o denso de Xβ e a inclus ˜ao i : Xα→ Xβ ´e cont´ınua.

(iv) Se A tem operador resolvente compacto, a inclus ˜ao Xα ⊂ Xβ ´e compacta sempre que α ≥ β ≥ 0.

(24)

2.6

M ´etodos Topol ´

ogicos

Nesta sec¸ ˜ao enunciaremos alguns resultados importantes de An ´alise Funcional e da Topologia. Al ´em disso, tamb ´em citaremos alguns resultados auxiliares que ser ˜ao primordiais para o desenvolvimento do nosso trabalho, entre eles, cabe ressaltar o Teorema de Riesz-Weyl-Kolmogorov, que estabelece crit ´erios para caracterizar subconjuntos compactos de Lp.

Definic¸ ˜ao 2.41 Seja (X, d) um espac¸o m ´etrico. O mapa F : X → X ´e dito de contrac¸ ˜ao se existe λ ∈ [0, 1) tal que

d(F (x), F (y)) ≤ λd(x, y), ∀ x, y ∈ X.

Teorema 2.42 (GRANAS; DUGUNDJI, 2003, Princ´ıpio de contrac¸ ˜ao de Banach). Sejam (M, d) um espac¸o m ´etrico completo n ˜ao-vazio e F : M → M uma contrac¸ ˜ao. Ent ˜ao F possui um ´unico ponto fixo.

Corol ´ario 2.43 (Princ´ıpio dos Iterados). Seja (M, d) um espac¸o m ´etrico completo n ˜ao-vazio e seja F : M → M um mapa tal que, para algum natural n, Fn ´e um contrac¸ ˜ao, ent ˜ao F possui um ´unico ponto fixo.

O pr ´oximo resultado que iremos enunciar ´e uma generalizac¸ ˜ao do Teorema do ponto fixo de Darbo, ver (K. KURATOWSKI, 1930; BANAS; GOEBEL, 1980).

Lema 2.44 (DE ANDRADE et al., 2016, Lema 3.3) Sejam B um subconjunto fechado e convexo de um espac¸o de Banach X e F : B → B um operador cont´ınuo tal que F (B) ´e limitado. Para qualquer subconjunto limitado C ⊆ B, defina F1(C) = F (C) e Fn(C) = F (co(Fn−1(C))), n = 2, 3, .... Se existe uma constante 0 ≤ k < 1 e um inteiro positivo n0 tal que para qualquer subconjunto limitado C ⊆ B,

ξ(Fn0(C)) < kξ(C),

(25)

Lema 2.45 (DE ANDRADE et al., 2016, Lema 3.2) Seja B ⊂ C([0, 1]; X) um conjunto limitado e equicont´ınuo. Ent ˜ao,

(i) A aplicac¸ ˜ao t 7→ ξ(B(t)) ´e cont´ınua em [0, 1]. (ii) ξ(B) = sup{ξ(B(s)); s ∈ [0, 1]}. (iii) ξ R01B(s)ds ≤ R01ξ(B(s))ds. Seja Cmn = (n−m)!m!n! , 0 ≤ m ≤ n, Sn = Pn j=0C n jn−j h j j!.

Lema 2.46 (DE ANDRADE et al., 2016, Lema 3.4). Sejam 0 <  < 1 e h > 0. Ent ˜ao Sn = o(n1s)quando n → ∞, para um n ´umero real arbitr ´ario s > 1.

Teorema 2.47 (GRANAS; DUGUNDJI, 2003, Teorema do ponto fixo de Schauder). Seja C um subconjunto convexo (n ˜ao necessariamente fechado) de um espac¸o linear normado E. Ent ˜ao um mapa compacto F : C → C possui ao menos um ponto fixo.

Teorema 2.48 (GRANAS; DUGUNDJI, 2003, Teorema do ponto fixo de Schauder-Tychonoff). Sejam C um subconjunto convexo n ˜ao vazio de um espac¸o topol ´ogico localmente convexo E e F : C → C um mapa compacto. Ent ˜ao F possui um ponto fixo.

O pr ´oximo resultado que iremos enunciar estabelece crit ´erios para caracterizar subconjuntos compactos de Lp, tal resultado ´e conhecido como Teorema de Riesz-Weyl-Kolmogorov.

Teorema 2.49 (HENR´IQUEZ, 2012, Teorema III.3.8). Sejam 1 ≤ p < ∞ e Ω ⊂ Rn mensur ´avel no sentido de Lebesgue. Um conjunto H ⊆ Lp(Ω, X) ´e relativamente compacto se, e somente se, ´e limitado e satisfaz as seguintes condic¸ ˜oes:

(a) Para todo  > 0, existe δ > 0 tal que Z

kf (t + h) − f (t)kpdm(t) ≤ p, para todo f ∈ H e h ∈ Rn, com khk ≤ δ.

(26)

(b) Para todo  > 0, existe um subconjunto mensur ´avel e limitado A de Ω tal que Z

Ω−A

kf (t)kpdm(t) ≤ p, ∀f ∈ H.

(c) Para todo subconjunto mensur ´avel e limitado A de Ω, o conjunto {

Z A

f dm; f ∈ H} ´e relativamente compacto em X.

Lema 2.50 (DE ANDRADE et al., 2016, Lema 3.1). Seja B ⊂ C([0, 1]; X) um conjunto limitado e equicont´ınuo, ent ˜ao co(B) ´e tamb ´em limitado e equicont´ınuo.

Lema 2.51 (CUEVAS et al., 2017, Lema 3.5). Seja g : [0, a] × X → Y uma func¸ ˜ao que satisfaz as seguintes condic¸ ˜oes de Carath ´eodory:

(Ci) g(t, ·) : X → Y ´e cont´ınua para quase todo t ∈ [0, ∞).

(Cii) Para cada x ∈ X, a func¸ ˜ao g(·, x) : [0, ∞) → Y ´e fortemente mensur ´avel.

Suponha ainda que para cada ρ ≥ 0 existe uma func¸ ˜ao Nρ∈ Lp([0, a])tal que g(t, x) ≤ Nρ(t), t ∈ [0, a],

para todo x ∈ X, com kxkX ≤ ρ. Assuma que para cada ρ,  > 0, existe δ > 0 tal que Z t2

t1

kg(t + h, x) − g(t, x)kpdt ≤ (t

2− t1)p, para todo t1, t2 ∈ [0, a], t1 ≤ t2, x ∈ X, kxkX ≤ ρ e |h| ≤ δ. Ent ˜ao

Z a 0

kg(t + h, x(t)) − g(t, x(t))kpdt ≤ ap, para toda func¸ ˜ao x(·) ∈ C([0, a]; X) tal que kxkC([0,a];X) ≤ ρ.

(27)

3 EQUAC

¸ ˜

OES

DE

ONDA

FORTEMENTE AMORTECIDAS

Neste cap´ıtulo iremos fazer uma explanac¸ ˜ao do seguinte problema de Cauchy:      utt+ 2ηA 1 2ut+ Au = f (t, u, ut), t > 0 u(0) = u0 ∈ X 1 2, ut(0) = v0 ∈ X (3.1)

onde X ´e um espac¸o de Banach reflexivo, A : D(A) ⊆ X → X ´e um operador fechado densamente definido, X12 ´e o espac¸o de pot ˆencia fracion ´aria associado ao

operador A como visto em (HENRY, 1981), η > 0 e f ´e uma func¸ ˜ao cont´ınua adequada. Com relac¸ ˜ao aos operadores de amortecimento estudados aqui, note que eles ser ˜ao expressos pela primeira ordem no tempo como um m ´ultiplo de A12ut. De maneira

mais espec´ıfica, neste cap´ıtulo iremos reduzir o problema (3.1) para um problema de Cauchy de primeira ordem (em tempo) em X12 × X e citarmos algumas propriedades

essenciais dos operadores de ondas fortemente amortecidos A(1/2).

Os t ´opicos desenvolvidos ao longo deste cap´ıtulo sobre a equac¸ ˜ao (3.1) s ˜ao tratados no artigo de (AZEVEDO; CUEVAS; SOTO, 2017).

3.1

Reduc¸ ˜ao a primeira ordem

Observemos que o problema (3.1) pode ser reduzido a um problema de Cauchy de primeira ordem (em tempo) em X12 × X:

  u v   t + A(1/2)   u v  = F t,   u v   ! , t > 0, (3.2)

(28)

  u(0) v(0)  =   u0 v0  , (3.3) onde A(1/2) =   0 −I A 2ηA12  : D(A(1/2)) ⊆ X 1 2 × X → X 1

2 × X ´e definido por

A(1/2)   φ ψ  =   −ψ Aφ + 2ηA12ψ  , para   φ ψ  ∈ D(A(1/2)). e F t,   u v   ! =   0 f (t, u, v)  .

Definic¸ ˜ao 3.1 (Par admiss´ıvel) Seja X um espac¸o de Banach reflexivo, A : D(A) ⊂ X → X um operador fechado densamente definido, η > 0. Dizemos que (η, A) ´e um par admiss´ıvel se existem ψ ∈ (0,π2)e M > 0 tais que k(λI − A)−1kL(X) ≤ 1+|λ|M , para todo λ no setor X ψ = {λ ∈ C : ψ ≤ |argλ| ≤ π} ∪ {0} e π 2 > ψ 2 + arg(η + p η2− 1). (3.4)

Observac¸ ˜ao 3.2 Embora a condic¸ ˜ao (3.4) na Definic¸ ˜ao 3.1 parec¸a restritiva, pode ser verificada em todas as aplicac¸ ˜oes interessantes para todo η ∈ (0, ∞). Infelizmente, essa condic¸ ˜ao n ˜ao pode ser evitada (ver (CARVALHO; CHOLEWA; DLOTKO, 2008, Observac¸ ˜ao 1.1)). Se η ∈ (0, 1), ∆D ´e o Laplaciano de Dirichlet em um dom´ınio suave limitado Ω, p 6= 2 e

A = −ei(π2−arg(η−

√ η2−1))

∆D,

ent ˜ao (η, A) n ˜ao ´e um par admiss´ıvel e consequentemente A(1/2) n ˜ao gera um C0 -semigrupo e assim (3.2) seria um problema mal colocado.

Para o desenvolvimento do nosso trabalho, ´e fundamental citarmos algumas propriedades do operador A(1/2):

(29)

(1) Se (η, A) ´e um par admiss´ıvel, por (CARVALHO; CHOLEWA; DLOTKO, 2008, Proposic¸ ˜ao 2.1), A(1/2) ´e um operador fechado com 0 ∈ ρ(A(1/2)) e o operador

A(1/2)tem inversa dada na forma matricial por

A−1(1/2) =   2ηA−12 A−1 −I 0  ∈ L(X 1 2 × X).

Al ´em disso, se A tem operador resolvente compacto, ent ˜ao A(1/2) tamb ´em tem operador resolvente compacto.

(2) Se (η, A) ´e um par admiss´ıvel, por (CARVALHO; CHOLEWA; DLOTKO, 2008, Teorema 2.3), o operador A(1/2) ´e setorial em X

1

2× X. Dessa forma o semigrupo

{e−A(1/2)t : t ≥ 0} gerado por −A

(1/2) em X

1

2 × X ´e anal´ıtico com decaimento

exponencial, isto ´e, existem constantes K ≥ 1 e C > 0 tais que ke−A(1/2)tk

L(X12×X) ≤ Ke −Ct

, t ≥ 0. (3.5)

Observac¸ ˜ao 3.3 Escreveremos em alguns casos   u v 

 ao inv ´es de [u, v], para uma melhor exposic¸ ˜ao, mas ambas as notac¸ ˜oes possuem o mesmo significado.

(30)

4 PROPRIEDADES DE LIMITAC

¸ ˜

AO EM

L

p

Estudaremos neste cap´ıtulo a exist ˆencia de soluc¸ ˜oes (brandas) Lp-limitadas. A princ´ıpio iremos definir o conceito de soluc¸ ˜ao branda para o problema (3.1) e com isso utilizar de ferramentas da an ´alise funcional, como teoremas de ponto fixo, para garantir a exist ˆencia e unicidade de soluc¸ ˜ao para o nosso problema proposto. Os resultados desenvolvidos neste cap´ıtulo podem ser encontrados em (AZEVEDO; CUEVAS; SOTO, 2017).

4.1

Exist ˆencia de soluc¸ ˜

oes brandas L

p

limitadas

Definic¸ ˜ao 4.1 (Soluc¸ ˜ao Branda) Seja [u0, v0] ∈ X 1

2 × X. Dizemos que [u(·), v(·)] :

R+→ X

1

2× X ´e uma soluc¸ ˜ao branda para (3.2)-(3.3) (ou equivalentemente para (3.1))

se satisfaz a seguinte f ´ormula integral:   u(t) v(t)  = e−A(1/2)t   u0 v0  + Z t 0 e−A(1/2)(t−s)F s,   u(s) v(s)   ! ds (4.1)

para todos t, s ∈ R+ com t ≥ s.

Teorema 4.2 (AZEVEDO; CUEVAS; SOTO, 2017, Teorema 1.6) Assuma que (η, A) ´e um par admiss´ıvel. Seja f : R+× X12 × X → X uma func¸ ˜ao cont´ınua que satisfaz a condic¸ ˜ao de Lipschitz:

kf (t, u1, v1) − f (t, u2, v2)kX ≤ Lku1− u2kX1

2 + kv1− v2kX



(31)

para todo [ui, vi] ∈ X 1

2 × X, i = 1, 2. e, para cada t ≥ 0. Al ´em disso, suponha que

f (·, 0, 0) ∈ Lp(0, ∞; X). Se K

CL < 1, onde K e C s ˜ao as constantes dadas em (3.5), ent ˜ao o problema (3.1) tem uma ´unica soluc¸ ˜ao Lp-branda.

Demonstrac¸ ˜ao: Definimos o mapa F : Lp(0, ∞; X12 × X) −→ Lp(0, ∞; X12 × X) por

F   u v   ! (t) = e−A(1/2)t   u0 v0  + Z t 0 e−A(1/2)(t−s)F s,   u(s) v(s)   ! ds, (4.3)

onde t ∈ R+.Vamos mostrar que o mapa F est ´a bem definido. Com efeito, para todo t ≥ 0, temos que e−A(1/2)•   u0 v0   Lp(0,∞;X12×X) ≤  Z ∞ 0 ke−A(1/2)tk L(X12×X)k   u0 v0  k p X12×Xdt 1p . ≤  Z ∞ 0 Ke−Ctk   u0 v0   X12×X) pdt 1p ≤ K   u0 v0  k X12×X  Z ∞ 0 e−Cptdt 1p = √pK Cp   u0 v0   X12×X. Logo, e−A(1/2)•   u0 v0   Lp(0,∞;X12×X) ≤ √pK Cp   u0 v0   X12×X. (4.4) Portanto, conclu´ımos que

e−A(1/2)•[u

0, v0] ∈ Lp(0, ∞; X 1

2 × X).

Consideremos [u, v] ∈ Lp(0, ∞; X12 × X) e seja V a func¸ ˜ao dada por

V(t) = Z t 0 e−A(1/2)(t−s)F (s,   u(s) v(s)  )ds, 0 ≤ s ≤ t. (4.5)

(32)

Vamos mostrar que kVk Lp(0,∞;X12×X) :=  Z ∞ 0 kV(t)kp X12×Xdt 1p < ∞

e, com isto, concluir que o mapa F est ´a bem definido. Utilizando a desigualdade de H ¨older, obtemos que

kV(t)kp X12×X ≤  Z t 0 ke−A(1/2)(t−s)F (s,   u(s) v(s)  )k X12×Xds p ≤  Z t 0 Ke−C(t−s)kF (s,   u(s) v(s)  )k X12×Xds p = Kp  Z t 0 e−C(t−s)(1p+ 1 q)kf (s, u(s), v(s)k Xds p = Kp  Z t 0 e−C(t−s)q e− C(t−s) p kf (s, u(s), v(s))k Xds p ≤ Kp  Z t 0 (e−C(t−s)q )qds 1 q Z t 0 (e−C(t−s)p kf (s, u(s), v(s))k X)pds 1p p = Kp  Z t 0 e−C(t−s)ds pq Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXds  . Da´ı, temos a seguinte estimativa

kV(t)kp X12×X ≤ Kp q √ Cp Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXds. Integrando esta express ˜ao acima em [0, ∞), obtemos

kVk Lp(0,∞;X12×X) =  Z ∞ 0 kV(t)kp X12×Xdt 1p ≤  Z ∞ 0 Kp q √ Cp Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXdsdt 1p = √qK C  Z ∞ 0 Z ∞ s e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXdtds p1 = √qK C  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kpX Z ∞ s e−C(t−s)dtds p1

(33)

= √qK C  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kpX(1 C)ds 1p = K C1q 1 C1p  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kpXds 1p = K C  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kpXds 1p ≤ K C  Z ∞ 0 (kf (s, u(s), v(s)) − f (s, 0, 0)kX + kf (s, 0, 0)kX)pds 1p ≤ K C  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s)) − f (s, 0, 0)kpXds 1 p + Z ∞ 0 kf (s, 0, 0)kpXds 1 p  ≤ K C  Z ∞ 0 Lp(ku(s)k X12 + kv(s)kX) p ds 1 p + kf (·, 0, 0)k Lp(0,∞;X)  = K C  L Z ∞ 0   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p + kf (·, 0, 0kLp(0,∞;X)  = K C  Lk   u v  k Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kLp(0,∞;X)  . Logo, kVk Lp(0,∞;X12×X) ≤ K C  L   u v   Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kLp(0,∞;X)  . (4.6) Portanto, das estimativas (4.4) e (4.6), conclu´ımos que o mapa F est ´a bem definido. Sejam [ui, vi] ∈ Lp(0, ∞; X

1

2 × X), i = 1, 2. Mostremos agora que F ´e uma (KL C )-contrac¸ ˜ao. Com efeito, comecemos notando que

F   u1 v1  (t) − F   u2 v2  (t) p X12×X ≤  Z t 0 Ke−C(t−s)kf (s, u1(s), v1(s)) − f (s, u2(s), v2(s))kXds p = Kp  Z t 0 e−C(t−s)L   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds p = KpLp  Z t 0 e−C(t−s)q e− C(t−s) q   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds p ≤ KpLp  Z t 0 (e−C(t−s)q )qds 1 q Z t 0 (e−C(t−s)p   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×X) p ds 1 p p

(34)

≤ KpLp(1 C) p q Z t 0 e−C(t−s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds. Logo, temos a seguinte estimativa

F   u1 v1  (t) − F   u2 v2  (t) p X12×X ≤ (KL)p q √ Cp Z t 0 e−C(t−s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds. (4.7) Como, F   u1 v1  − F   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X) :=  Z ∞ 0 F   u1 v1  (t) − F   u2 v2  (t) p X12×Xdt 1p .

Usando a estimativa (4.7) e o Teorema de Fubini, temos F   u1 v1  − F   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X) ≤  Z ∞ 0 (KL)p Cpq Z t 0 e−C(t−s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xdsdt 1p = KL C1q  Z ∞ 0 Z ∞ s e−C(t−s)dt   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds 1p = KL C1qC 1 p  Z ∞ 0   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds 1p .

Portanto, segue que F   u1 v1  − F   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X) ≤ KL C   u1 v1  −   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X). Como, por hip ´otese, KL

C < 1, ent ˜ao segue do Princ´ıpio da Contrac¸ ˜ao que F tem um ´unico ponto fixo em Lp(0, ∞; X12 × X), isto ´e, existe uma ´unica soluc¸ ˜ao branda [u, v] de (3.1) tal que [u, v] ∈ Lp(0, ∞; X12

× X). 

Teorema 4.3 (AZEVEDO; CUEVAS; SOTO, 2017, Teorema 1.7) Assuma que (η, A) ´e um par admiss´ıvel. Seja f : R+× X12 × X → X uma func¸ ˜ao cont´ınua que satisfaz a condic¸ ˜ao de Lipschitz:

kf (t, u1, v1) − f (t, u2, v2)kX ≤ L(t)ku1− u2kX1

(35)

para todo [ui, vi] ∈ X 1

2 × X, i = 1, 2; e cada t ≥ 0, onde L : R+ → R+ ´e uma func¸ ˜ao

integr ´avel limitada em [N, ∞), para alguma constante N > 0, L(·) ∈ Lq(0, ∞) e que f (·, 0, 0) ∈ L1(0, ∞; X). Se K

p √

CpkLkq < 1 (onde p e q s ˜ao expoentes conjugados), ent ˜ao o problema (3.1) admite uma ´unica soluc¸ ˜ao Lp-branda.

Demonstrac¸ ˜ao: Consideremos o mapa F : Lp(0, ∞; X12 × X) → Lp(0, ∞; X12 × X) definido por (4.3). A nossa primeira etapa consiste em mostrar que o mapa F est ´a bem definido. Como j ´a provado no Teorema 4.2, temos que

e−A(1/2)•[u 0, v0] Lp(0,∞;X12×X) ≤ K p √ Cp [u0, v0] X12×X. Logo, ´e suficiente mostrar que V

Lp(0,∞;X12×X) < ∞. Notemos que a func¸ ˜ao V,

definida por (4.5), satisfaz a seguinte estimativa: kV(t)k X12×X ≤ K Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kXds ≤ K Z t 0 L(s)   u(s) v(s)   X12×Xds + K Z t 0 kf (s, 0, 0)kXds.

Portanto, tem-se que

sup t≥0 kV(t)k X12×X ≤ K Z ∞ 0 L(s)   u(s) v(s)   X12×Xds + K Z ∞ 0 kf (s, 0, 0)kXds ≤ K  Z ∞ 0 L(s)qds) 1q Z ∞ 0   u(s) v(s)   p ds 1p + Kkf (·, 0, 0)kL1(0,∞;X).

Da´ı, obtemos a seguinte estimativa

sup t≥0 kV(t)k X12×X ≤ K  kLkLq(0,∞)   u v   Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kL1(0,∞;X)  . (4.9) Assim, V Lp(0,∞;X12×X) :=  Z ∞ 0 kV(t)kp X12×Xdt 1p ≤  sup t≥0 kV(t)kp−1 X12×X  Z ∞ 0 kV(t)k X12×Xdt  1p

(36)

≤ sup t≥0 kV(t)k X12×X 1−p1 Z ∞ 0 kV(t)k X12×Xdt p1 ≤ sup t≥0 kV(t)k X12×X 1−p1 ×  Z ∞ 0 K Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kXdsdt 1p ≤ K1p sup t≥0 kV(t)k X12×X 1−1p ×  Z ∞ 0 Z ∞ s e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kXdtds p1 = K1p sup t≥0 kV(t)k X12×X 1−1p ×  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kX Z ∞ s e−C(t−s)dtds p1 = K C 1p sup t≥0 kV(t)k X12×X 1−1p  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kXds 1p . Usando a estimativa (4.9), temos

V Lp(0,∞;X12×X) ≤ K C 1p  K  kLkLq(0,∞)   u v   Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kL1(0,∞;X) 1−p1 ×  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kXds 1p ≤ K C1p   kLkLq(0,∞)   u v   Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kL1(0,∞;X) 1−1p ×  Z ∞ 0 L(s)   u(s) v(s)   X12×X + kf (s, 0, 0)kXds  1p ≤ K C1p   kLkLq(0,∞)   u v   Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kL1(0,∞;X) 1−1p ×  kLkLq(0,∞)   u v   Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kL1(0,∞;X) 1p = K C1p  kLkLq(0,∞)   u v   Lp(0,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kL1(0,∞;X)  .

(37)

Logo,

V

Lp(0,∞;X12×X) < ∞.

Portanto conclu´ımos que o mapa F est ´a bem definido. A etapa final da nossa demonstrac¸ ˜ao ser ´a provar que F ´e uma contrac¸ ˜ao em Lp(0, ∞; X12 × X). Sejam [ui, vi] ∈ Lp(0, ∞; X

1

2 × X), i = 1, 2. Comecemos notando que

F   u1 v1  (t) − F   u2 v2  (t) p X12×X ≤  Z t 0 e−A(1/2)(t−s) L(X12×X) F (s,   u1(s) v1(s)  ) − F (s,   u2(s) v2(s)  ) X12×Xds p ≤ Kp  Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u1(s), v1(s)) − f (s, u2(s), v2(s))kXds p ≤ Kp  Z t 0 e−C(t−s)L(s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds p .

Logo, utilizando a desigualdade de H ¨older e o Teorema de Fubini, obtemos as seguintes estimativas F   u1 v1  − F   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X) ≤  Z ∞ 0  Z t 0 Ke−C(t−s)L(s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds p dt 1p ≤ K  Z ∞ 0  Z t 0 |L(s)|qds pq Z t 0 e−Cp(t−s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12 ds  dt 1p ≤ K  Z ∞ 0 kLkp q Z t 0 e−Cp(t−s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12 dsdt 1p ≤ KkLkq  Z ∞ 0 Z ∞ s e−Cp(t−s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12 dtds 1p = KkLkq  Z ∞ 0   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12 Z ∞ s e−Cp(t−s)dtds 1p = KkLkq (Cp)1p  Z ∞ 0   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12 ds 1p .

(38)

Portanto, temos que F   u1 v1  − F   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X) ≤ K p √ CpkLkq   u1 v1  −   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X). Como, por hip ´otese, K

p √

CpkLkq < 1, segue que F ´e uma contrac¸ ˜ao em L

p(0, ∞; X12×X) e, portanto, existe uma ´unica soluc¸ ˜ao branda [u, v] para o problema (3.1) tal que [u, v] ∈ Lp(0, ∞; X12 × X). 

Observac¸ ˜ao 4.4 Sob as condic¸ ˜oes do Teorema 4.3, com L(·) ∈ Lp(0, ∞)e f (·, 0, 0) ∈ Lp(0, ∞; X), se K(1

C) 1−1

pkLk

p < 1, ent ˜ao o problema (3.1) tem uma ´unica soluc¸ ˜ao Lp-branda.

Demonstrac¸ ˜ao da Observac¸ ˜ao 4.4: Consideremos o mapa F : Lp(0, ∞; X12 × X) → Lp(0, ∞; X12 × X) definido por (4.3), onde t ∈ R+. Vamos mostrar que tal mapa est ´a bem definido. Com efeito, sendo V a func¸ ˜ao dada por (4.5), utilizando a desigualdade de H ¨older obtemos kV(t)kp X12×X ≤ Kp  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, u(s), v(s)kXds p ≤ Kp  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, u(s), v(s)) − f (s, 0, 0)kX + kf (s, 0, 0)kX)ds p = Kp  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, u(s), v(s)) − f (s, 0, 0)kXds + Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kXds p ≤ 2pKp  Z t 0 e−C|t−s|L(s)   u(s) v(s)   X12×Xds p +2pKp  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kXds p ≤ 2pKp  Z t 0 e−C|t−s|q L(s)e− C|t−s| p   u(s) v(s)   X12×Xds p +2pKp  Z t 0 e−C|t−s|q e− C|t−s| p kf (s, 0, 0)k Xds p

(39)

≤ 2pKp  Z t 0 (e−C|t−s|q L(s))qds 1q Z t 0 (e−C|t−s|p   u(s) v(s)   X12×X) pds 1pp +2pKp  Z t 0 (e−C|t−s|q )qds 1q Z t 0 (e−C|t−s|p kf (s, 0, 0)k X)pds 1pp ≤ 2pKp  Z t 0 e−C|t−s|L(s)qds pq Z t 0 e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xds  +2pKp  Z t 0 e−C|t−s|ds pq Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXds  ≤ 2pKp  Z t 0 e−C|t−s|L(s)qds pq Z t 0 e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xds  +2pKp 1 C pq  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXds  ≤ 2pKp  Z t 0 e−C|t−s|L(s)pds  Z t 0 e−C|t−s|ds p−qq ×  Z t 0 e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xds  + 2pKp 1 C pq  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXds  ≤ 2pKp 1 C) p q−1  Z t 0 e−C|t−s|L(s)pds  Z t 0 e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xds  +2pKp 1 C pq  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXds  . Portanto, obtemos a seguinte estimativa

kV(t)kp X12×X ≤ 2 pKp 1 C) p q−1kLkp Lp(0,∞)  Z t 0 e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xds  +2pKp 1 C pq  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXds  . (4.10) Como kVk Lp(0,∞;X12×X) :=  Z ∞ 0 kV(t)kp X12×Xdt 1p .

(40)

Da estimativa (4.10), utilizando o Teorema de Fubini, obtemos o seguinte kVkp Lp(0,∞;X12×X) ≤ Z ∞ 0  2pKp 1 C) p q−1kLkp Lp(0,∞)  Z t 0 e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xds  dt + Z ∞ 0  2pKp 1 C pq  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXds  dt ≤ 2pKp 1 C) p q−1kLkp Lp(0,∞)  Z ∞ 0  Z t 0 e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xds  dt  +2pKp 1 C pq  Z ∞ 0  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXds  dt  ≤ 2pKp 1 C) p q−1kLkp Lp(0,∞)  Z ∞ 0 Z ∞ s e−C|t−s|   u(s) v(s)   p X12×Xdtds  +2pKp 1 C pq  Z ∞ 0 Z ∞ s e−C|t−s|kf (s, 0, 0)kpXdtds  ≤ 2pKp 1 C) p q−1kLkp Lp(0,∞)  Z ∞ 0   u(s) v(s)   p X12×X Z ∞ s e−C|t−s|dtds  +2pKp 1 C pq  Z ∞ 0 kf (s, 0, 0)kpX Z ∞ s e−C|t−s|dtds  ≤ 2pKp 1 C) p qkLkp Lp(0,∞)  Z ∞ 0   u(s) v(s)   p X12×Xds  +2pKp 1 C pq+1  Z ∞ 0 kf (s, 0, 0)kpX)ds  . Da´ı, segue que

kVk Lp(0,∞;X12×X) ≤ 2K 1 C 1q kLkLp(0,∞)  Z ∞ 0   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p +2K 1 C)  Z ∞ 0 kf (s, 0, 0)kpXds 1p . Portanto, kVk Lp(0,∞;X12×X) ≤ 2K 1 C 1−1p kLkLp(0,∞)   u v  k Lp(0,∞;X12×X) +2K 1 C)kf (·, 0, 0)kLp(0,∞;X).

(41)

Portanto, o mapa F est ´a bem definido. Provemos agora que F ´e uma contrac¸ ˜ao em Lp(0, ∞; X12 × X). Sejam [u i, vi] ∈ Lp(0, ∞; X 1 2 × X), i = 1, 2, ent ˜ao F   u1 v1  (t) − F   u2 v2  (t) p X12×X ≤ Kp  Z t 0 e−C|t−s|kf (s, u1(s), v1(s)) − f (s, u2(s), v2(s))kX1 2×Xds p ≤ Kp  Z t 0 e−C|t−s|L(s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds p ≤ Kp  Z t 0 e−C|t−s|L(s)qds 1q Z t 0 e−C|t−s|   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds 1pp = Kp  Z t 0 e−C|t−s|L(s)qds pq Z t 0 e−C|t−s|   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds  ≤ Kp  Z t 0 e−C|t−s|ds p−qq  Z t 0 e−C|t−s|L(s)pds  ×  Z t 0 e−C|t−s|   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds 

Da´ı, obtemos a seguinte estimativa F   u1 v1  (t) − F   u2 v2  (t) p X12×X ≤ Kp 1 C) p q−1kLkp Lp(0,∞)  Z t 0 e−C|t−s|   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds  .

Logo, pela estimativa obtida acima, segue que F   u1 v1  − F   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X) ≤ K 1 C 1q−1p kLkLp(0,∞)  Z ∞ 0 Z t 0 e−C|t−s|   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xdsdt 1p

(42)

≤ K 1 C 1q−1p kLkLp(0,∞)  Z ∞ 0  Z ∞ s e−C|t−s|dt    u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds 1p = K 1 C 1q−1p 1 C 1p kLkLp(0,∞)  Z ∞ 0   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds 1p = K 1 C 1q kLkLp(0,∞)  Z ∞ 0   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds p1 = K 1 C 1−1p kLkLp(0,∞)   u1 v1  −   u2 v2   Lp(0,∞;X12×X).

Portanto, desta ´ultima desigualdade conclu´ımos que F ´e uma contrac¸ ˜ao em Lp(0, ∞; X12 × X) e com isto, conclu´ımos a demonstrac¸ ˜ao da Observac¸ ˜ao 4.4. 

A situac¸ ˜ao torna-se mais complicada quando L(t) apresenta diferentes condic¸ ˜oes de crescimento. Para enunciar o pr ´oximo resultado, precisamos introduzir as seguintes notac¸ ˜oes:

La := sup t≥a L(t), B(a, L) := Kpap−1kLkp Lp[0,a], Θ := K C 2 La ∞ X j=2 (B(a, L))j j! !1p ,

onde K e C s ˜ao as constantes dadas em (3.5).

Teorema 4.5 (AZEVEDO; CUEVAS; SOTO, 2017, Teorema 1.8) Assuma que (η, A) ´e um par admiss´ıvel. Seja f : R+× X12 × X → X uma func¸ ˜ao cont´ınua com f (·, 0, 0) ∈ Lp(0, ∞; X)e que satisfaz a condic¸ ˜ao de Lipschitz (4.8), onde L : [0, ∞) → R+ ´e uma func¸ ˜ao integr ´avel em cada subconjunto compacto de R+. Suponha que existe a > 0 tal que KCLa< 1e Θ < 1, ent ˜ao o problema (3.1) possui uma ´unica soluc¸ ˜ao Lp-branda.

Demonstrac¸ ˜ao: Definamos o espac¸o de Banach:

Lpa(0, ∞; X12 × X) := n   u v  ∈ Lp(0, ∞; X 1 2 × X); u(·), v(·) s˜ao cont´ınuas em [0, a] o

(43)

equipado com a norma:   u v   a :=   u v   (0,a) +   u v   Lp(a,∞;X12×X), onde   u v  

(0,a):= sup0≤t≤a    u(t) v(t)   X12×X  e   u v   Lp(a,∞;X12×X) :=  Z ∞ a   u(t) v(t)   p X12×Xdt 1p

Definamos o operador F no espac¸o Lp

a(0, ∞; X 1

2 × X) pela express ˜ao (4.3). Levando

em conta a estimativa (4.4) e do fato de que o semigrupo {e−A(1/2)t; t ≥ 0} ´e fortemente

cont´ınuo, temos que e−A(1/2)•[u

0, v0] ∈ Lpa(0, ∞; X 1

2 × X). Provaremos agora que F

est ´a bem definido. De fato, considere [u, v] ∈ Lp

a(0, ∞; X 1

2 × X) e seja V dado pela

express ˜ao (4.5), ent ˜ao pela desigualdade de H ¨older kV(t)kp X12×X ≤  Z t 0 Ke−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))k X12×Xds p ≤ Kp  Z t 0 e−C(t−s)ds pq Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXds  ≤ Kp 1 C pq  Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXds  . Portanto, kVk Lp(0,∞;X12×X) ≤ K 1 C 1q  Z ∞ 0 Z t 0 e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXdsdt 1p = K 1 C 1q  Z ∞ 0 Z ∞ s e−C(t−s)kf (s, u(s), v(s))kpXdtds 1p = K C  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s))kpXds 1p ≤ K C  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s)) − f (s, 0, 0)kX + kf (s, 0, 0)kX p ds 1p ≤ K C "  Z ∞ 0 kf (s, u(s), v(s)) − f (s, 0, 0)kpXds 1p +  Z ∞ 0 kf (s, 0, 0)kpXds 1p#

(44)

≤ K C "  Z ∞ 0 L(s)p   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p +  Z ∞ 0 kf (s, 0, 0)kpXds 1p# = K C  Z ∞ 0 L(s)p   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p +K Ckf (·, 0, 0)kLp(0,∞;X) = K C  Z a 0 L(s)p   u(s) v(s)   p X12×Xds + Z ∞ a L(s)p   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p +K Ckf (·, 0, 0)kLp(0,∞;X) ≤ K C "  Z a 0 L(s)p   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p +  Z ∞ a L(s)p   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p# +K Ckf (·, 0, 0)kLp(0,∞;X) ≤ K C "    u v   p (0,a) Z a 0 L(s)pds 1p +  Lpa Z ∞ a   u(s) v(s)   p X12×Xds 1p# +K Ckf (·, 0, 0)kLp(0,∞;X) = K C    u v   (0,a) kLkLp[0,a]+ La   u v   Lp(a,∞;X12×X)+ kf (·, 0, 0)kL p(0,∞;X)  .

Isso mostra que F est ´a bem definido. Nossa pr ´oxima etapa ´e mostrar que o operador F tem um ´unico ponto fixo em Lp

a(0, ∞; X 1 2×X). Sejam [ui, vi] ∈ Lp a(0, ∞; X 1 2×X), i = 1, 2.Notemos que sup 0≤t≤a F   u1 v1  (t) − F   u1 v1  (t) X12×X ≤ sup 0≤t≤a Z t 0 Ke−C(t−s)k(f (s, u1(s), v1(s)) − f (s, u2(s), v2(s))kXds ≤ sup 0≤t≤a Z t 0 Ke−C(t−s)L(s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds ≤ K  Z a 0 L(s)ds  sup 0≤t≤a   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×X

(45)

≤ KkLkL1([0,a]) sup 0≤t≤a   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×X. Logo, conclu´ımos que

F   u1 v1  − F   u2 v2   (0,a)≤ KkLkL 1[0,a] sup 0≤t≤a   u1(s) − v1(s) u2(s) − v2(s)   X12×X (4.11) A seguir, estimamos F2   u1 v1  − F2   u2 v2  e obtemos F 2   u1 v1  (t) − F 2   u2 v2  (t) X12×X ≤ K Z t 0 e−C(t−s) f  s, F   u1 v1  (s)  − f  s, F   u2 v2  (s)  Xds ≤ K Z t 0 e−C(t−s)L(s) F   u1 v1  (s) − F   u2 v2  (s) X12×Xds ≤ K2 Z t 0 e−C(t−s)L(s)  Z s 0 e−C(s−τ )L(τ )   u1(τ ) − u2(τ ) v1(τ ) − v2(τ )   X12×Xdτ  ds ≤ K2 sup 0≤t≤a   u1(t) − u2(t) v1(t) − v2(t)   X12×X Z t 0 L(s) Z s 0 L(τ )dτds = K 2 2   u1 v1  −   u2 v2   (0,a)  Z t 0 L(s)ds 2 .

Dessa forma, obtemos a seguinte estimativa F 2   u1 v1  − F2   u2 v2   (0,a) ≤ 1 2 KkLkL1(0,a) 2   u1 v1  −   u2 v2   (0,a) .

De maneira an ´aloga deduzimos que F 3   u1 v1  (t) − F3   u2 v2  (t) X12×X ≤ K Z t 0 e−C(t−s)L(s) F 2   u1 v1  (s) − F 2   u2 v2  (s) X12×Xds

(46)

≤ K 3 2  Z t 0 L(s) Z s 0 L(τ )dτ2ds    u1 v1  −   u2 v2   (0,a) ≤ K 3 6  Z t 0 L(s)ds 3   u1 v1  −   u2 v2   (0,a). Logo, F 3   u1 v1  − F 3   u2 v2   (0,a)≤ 1 3! KkLkL1[0,a] 3   u1 v1  −   u2 v2   (0,a). Atrav ´es de um argumento indutivo, pode-se mostrar que

F n   u1 v1  − Fn   u2 v2   (0,a) ≤ 1 n! KkLkL1[0,a] n   u1 v1  −   u2 v2   (0,a) . (4.12)

Consideremos agora um novo conjunto de notac¸ ˜oes:

Ln:=  Z ∞ 0 F n   u1 v1  (t) − Fn   u2 v2  (t) p x12×Xdt 1p , n ≥ 1, Jn:=  Z ∞ a  Z a 0 e −A(1/2)(t−s) L(X12×X)L(s) F n−1   u1 v1  (s) − Fn−1   u2 v2  (s) x12×Xds p dt 1p , J :=  Z ∞ a  Z t a e −A(1/2)(t−s) L(X1 2×X)L(s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds p dt 1p . A fim de obtermos uma estimativa para Ln estudamos as contribuic¸ ˜oes dos termos Jn e J . De in´ıcio procedemos a an ´alise dos termos Ji, i = 1, 2.Temos que

J1 ≤ K  Z ∞ a  Z a 0 e−C(t−s)L(s)   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   X12×Xds p dt 1p ≤ K  Z ∞ a  Z a 0 e−C(t−s)ds pq Z a 0 e−C(t−s)L(s)p   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds  dt 1p ≤ K 1 C 1q  Z ∞ a Z a 0 e−C(t−s)L(s)p   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xdsdt 1p ≤ K 1 C 1q  Z a 0 Z ∞ a e−C(t−s)L(s)p   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xdtds 1p

(47)

= K 1 C 1q  Z a 0 L(s)p   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×X  Z ∞ a e−C(t−s)dt  ds 1p ≤ K 1 C 1q 1 C 1p  Z a 0 L(s)p   u1(s) − u2(s) v1(s) − v2(s)   p X12×Xds p1 ≤ K CkLkLp[0,a]   u1 v1  −   u2 v2   (0,a), e, assim J1 ≤ K CkLkLp[0,a]   u1 v1  −   u2 v2   (0,a) . Agora para i = 2, temos que

J2 ≤ K  Z ∞ a  Z a 0 e−C(t−s)L(s) F   u1 v1  (s) − F   u2 v2  (s) X12×Xds p dt p1 ≤ K  Z ∞ a  Z a 0 e−C(t−s)L(s) ×  Z s 0 Ke−C(t−s)L(τ )   u1(τ ) − u2(τ ) v1(τ ) − v2(τ )   X12×Xdτ  ds p dt 1p ≤ √qK C  Kp Z ∞ a Z a 0 e−C(t−s)L(s)p ×  Z s 0 e−C(t−s)L(τ )   u1(τ ) − u2(τ ) v1(τ ) − v2(τ )   X12×Xdτ p dsdt 1p ≤ K C  Kp Z a 0 L(s)p  Z s 0 L(τ )dτ p ds 1p   u1 v1  −   u2 v2   (0,a) ≤ K C  Kp Z a 0 L(s)p  Z s 0 L(τ )pdτ  Z s 0 dτ p−1 ds 1p   u1 v1  −   u2 v2   (0,a) ≤ K C  Kpap−1 Z a 0 L(s)p  Z s 0 L(τ )pdτ  ds p1   u1 v1  −   u2 v2   (0,a)

Referências

Documentos relacionados

Por último, temos o vídeo que está sendo exibido dentro do celular, que é segurado e comentado por alguém, e compartilhado e comentado no perfil de BolsoWoman no Twitter. No

Contudo, sendo um campo de pesquisa e de atuação muito específico e novo no Brasil, ainda existe uma série de dificuldades para a eleição de parâmetros de conservação

O bloqueio intempestivo dos elementos de transmissão de energia entre os equipamentos e acessórios ou reboques está impedido ou se não está existem medidas que garantem a segurança

Hoje o gasto com a saúde equivale a aproximada- mente 8% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que, dessa porcentagem, o setor privado gasta mais que o setor público (Portal

Objetivo: Garantir estimativas mais realistas e precisas para o projeto, ao considerar nesta estimativa o esforço necessário (em horas ou percentual do projeto) para

Ainda segundo Gil (2002), como a revisão bibliográfica esclarece os pressupostos teóricos que dão fundamentação à pesquisa e às contribuições oferecidas por

Através dos modelos ajustados aos semivariogramas foi possível realizar a estimativa dos valores amostrados pelo método da krigagem ordinária, para construção dos mapas

Na avaliação da infiltração de água em Neossolos Regolíticos e nas condições pedoclimáticas da região onde foi desenvolvido este trabalho, conclui- se que os Neossolos