A
Engenharia
de Produção
Delcio Efigenio
Honorio
~
A
QUALIDADE DE
VIDA
DO
DPERÁRIO
DA
CONSTRUÇAO
CIVIL
E
SUA
IMPORTANCIA
NA
QUALIDADE
E
PRODUTIVIDADE
EM
OBRAS.
Dissertação
de
Mestrado
Florianópolis
2002-~
A
QUAUDADE
DE
v|DA
Do
QPERÁRIO
DA
g_coNsTRuçAo
o|v|L
E
suA
||v|PoRTANciA
NA
Qu_AL|DADE.
PRODUTIVIDADE
EM
OBRAS.
1Dissertação
apresentada
ao
Programa de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal
de Santa
Catarina
como
requisito parcialpara
obtenção
do
grau
de
Mestre
em
Engenharia
de
Produção.
Orientadora
Profa.Ana
Maria
Bencciveni
Franzoni,
Dra.
Florianópolis
2002
A
QUALIDADE DE
VIDA
DO
QPERARIO DA
CONSTRUÇAO
CIVIL
E
SUA
IMPORTANCIA
NA
QUALIDADE
E
PRODUTIVIDADE
EM
OBRAS.
Esta Dissertação
foijulgada
e
aprovada
para
a'obtenção
do
grau
de Mestre
em
Engenharia
de
._Produção
no
Programa
de
Pós-Graduaçãoem
-rEngenharia
de Produção da
Universidade Federal
de Santa
Catarina.
Florianópolis,
27 de
Dezembro
de
2002.
Prof.
Edson
P
eco
Paladini,Dr
Coorde
ador
rograma
BANCA EXAMINADORA
~A9\
/557/,_,._z91_§_;.Profa. Sonia Maria
P
ira,Dra
fa.Ana
Maria Bencciveni Franzoni, Dra. Universidade Federal de anta Catarina Un' ersidade Federal de Santa CatarinaOrientadora
_
' 'E
//*Í
QI
~Prof°. Fran isco Pereira
da
Silva, r Pr '. Vidal Perez, M. ng.Universidade Federal de Santa Cê7Ãrina Universidade Estadual Paraná
-
Campus
ParanaguáMaria Regina Sbalqueiro Honorio, minha
amada
esposa, que demonstrou aolongo deste trabalho ser minha companheira idônea,
por
isso, quero repartircom
ela a vitória, pois sua dedicação, compreensão e principalmente o seu amor,me
fortaleceram abuscar
com
maior denodo esta conquista;aos
meus
queridos eamados
pais, quemesmo
semnenhuma
formaçãoacadêmica,
podem
ser considerados os mestres dos mestres, pois usaram de suas sabedoriasde vida, proporcionando-me todas as condições necessárias para que este sonho se tornasse realidade.
Agradeço
aDeus
por
estas vidas.Ao
meu
Deus
pela graça de ter concluído este trabalho, honrando o seuglorioso e poderoso nome, e pelas pessoas maravilhosas que Ele
acescentou ao longo do seu desenvolvimento, como:
A
minha
parceira, aliada e amiga orientadora Proj”.Ana
Maria
Bencciveni Franzoni, Dra. pela sua dedicação, apoio e competência, que
permitiram-me concluir
com
êxito este estudo.Aos meus amados
filhos, que sempre estiveram presentes nosmomentos
que mais precisei.
A
todos os amigos, colegas, parentes, que não olvidaram esforços,em
estender suas maos, para juntos atingirmos esta meta.
Às
empresas, gerentes e operários que tão gentilmente aceitaram dar suascontribuições para que fosse possível a realização deste estudo.
uma
profunda e lançou osobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa,
e
não pôde
abalar,por
ter sidobem
construída”. (Lc, 6: 47-48)Lista
de
Tabelas
... .. Listade
Quadros
... .. Listade
Figuras
... .. xi Listade
Siglas ... ..RESUMO
... ..ABSTRACT
... .. 1 1.1 1.2 1.2.1 1.2.2 1.3 1 .4 2 2.1 2.1.1 2.1.2 2.2 2.2.1 2.2.2 2.3 2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.4 2.4.1|NTRoDuçÃo
... _.Origem do
Trabalho
... ._Objetivos
... .. Objetivo geral ... .. Objetivos específicos ... ..Justificativa e
Importância
do
Trabalho
... ..Estrutura
do
Trabalho
... ..FUNDAMENTAÇÃQ
TEÓRICA
... ._Gerenciamento de
Pessoas
... _.Considerações
iniciais ... ..As
pessoas nas
organizaçoes ... ..Produtividade
... ..Produtividade
nas
organizaçoes ... ..Fatores
que
influenciamna
produtividade ... _.Qualidade
... ..Conceitos
de
qualidade ... ..Qualidade na Construção
Civil ... ..Qualidade
como
requisitoparaa
competitividadeQualidade
de
Vida
... ..Qualidade
de
vida-
origem ... _.2.4.4 2.4.5 2.4.6
3
3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.5.1 3.5.2 3.5.3 3.5.4 3.5.5 3.5.3 3.5.5.1 3.5.7 3.5.7.1 3.5.7.2 3.5.3 3.5.3.1 3.5.3.2 3.5.3.3 3.5.3.4 3.5.3.5 3.5.9 3.5.9.1Concepções
sobre o trabalho.Concepções de
OVT
... ..O
trabalhadorda
Construção
Civil ea
OVT
ESTUDO
DE
CASO:
EMPRESAS
CONSTRUTORAS
CURITIBANAS
... ._Caracterização
do
Setor
da
Construção
CivilTipo
de Pesquisa
... ..Coleta
de
Dados
... ._População
eAmostra
... ..Apresentação
eAnálise
dos
Resultados
Dados
das
empresas
... ..Perfil
dos
gerentesde
obras .Inventário
de
QVT
dos
gerentesde
obrasPerfil
dos
operáriosde
obrasInventário
de
QVT
dos
operáriosde
obrasCondições no ambiente
de
trabalhoHigiene e
segurança no
trabalho.' '
d d
Compensaçao
justa ea equa
a.Salários justos ... _.
Benefícios ... ..
Aspectos
comportamentais...Autonomia
... ..Qualidades
múltiplas ... ..Feedback
quanto
ao
desempenho
Orgulho
... ..Objetivos ... ..
Oportunidades
de
crescimento....Treinamentos
... .. ... ..3.5.10 Integração social
na
empresa
... _.87
3.5.10.1 Igualdade
de
oportunidades ... ._87
3.5.10.2 Inter-relacionamento
com
superiores e colegas ... _.87
3.5.10.3 Participação
da
famíliana empresa
... ._87
3.5.11 Trabalho
e
espaço
totalde
vida ... __88
3.5.11_1
Tempo
para lazer epara
a
família.. ... __88
3.5.11.2
Relacionamento
familiar ... _.88
3.5.11.3 Papel
balanceado
do
trabalho ... ._88
3.5.12
Formação
profissional-quanto
à
forma
de
aprendizado
da
profissao ... __
89
3.5.13
Causa
de
desperdícios, retrabalhos e interrupçõesna
obra ____________ _.90
3.5.14
Sugestões
que
contribuem paraQV
do
operáriode
obras ... __ 913.6
Indicadores
de
QVT
que
Contribuem
para
aQ&P
Segundo
os
Gerentes de Obras
... _.93
3.6.1 Indicadores
da
QVT
sugeridos pelos gerentesde
obrasentrevistados ____________________________________________________________________________________ _.
93
3.7 Índices (%)
de
Satisfaçãodos
Operários
de Obras
para os
Indicadores
dos Gerentes de
Obras
... _.94
3.8
Comparação
dos
Dados
Levantados Junto aos Gerentes
eH
Operários
de Obras
... ._95
4
coNc|.usõEs
E
REcoMENoAçõEs
PARA
|=uTuRAs
PESQUISAS
_____________________________________________________________________________________ _.97
4.1
Conclusões
______________________________________________________________________________________ _.97
4.2
Recomendações
para Futuras
Pesquisas
____________________________________ __100
RE|=ERÊNc|As
B|BL|oGRÁF|cAs
... __102
APÊNDICE
1Carta
de Apresentação
... ._ 111APÊNDICE
2Questionário
-
Gerentes de Obras
_____________________________________ _.112
APÊNDICE
3Questionário
-
Operários
de Obras
____________________________________ ._113
ANEXO
2ANEXO
3ANEXO
4
Instrumento
de
Re-ratificaçãoda
Convenção
Coletivade
Trabalho
-
2001/2003
... .. 1 18Pisos
Salariais Praticadoem
Curitibano
Período
de
1998
a
2002
... ..119
Programa
de Segurança
eSaúde
(PSS)
-SECONCI-PR
Levantamento de
Acidentes
no
Trabalho
com
Afastamento
Ano
2001
... ._120
Tabela
O2
Tabela
03
Tabela
04
construção civil ... ..
-
Formação
profissional-forma
de
aprendizado
da
profissão-
Principaiscausas
de
desperdícios, retrabalhos einterrupções
em
obras ... ..-
Índices (%)dos
indicadoresda
QVT
-
gerentes e operáriosde
obras ... ..Quadro
01Quadro
O2
Quadro
O3
Quadro
O4
Quadro
O5
Quadro 06
As
quatro principais fasesda
qualidade-
Elementos
do
sistemada
qualidade paraempresas
COHSÍ FUÍO f8.S ... . .
-
Modelo de
Walton
para aferiçãoda
QVT
Evoluçao
do
conceitode
QVT
... _.Walton
... ..gerentes
de
obras e respectivos indicadoresde
Walton
- Critérios e indicadores
da
QVT
adaptados
do
Modelo
de
- Indicadoresda
QVT
paraa
qualidade e produtividadedos
Figura
02
FiguraO3
Figura04
Figura05
Figura06
FiguraO7
FiguraO8
FiguraO9
Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura14
Figura 15 Figura 16 Figura17
Figura18Número
de
funcionários ... ..Participação
em
programas de
qualidadeIdade
da
população
avaliadaFormação
escolar ... _.Idade
da
população
avaliadaExperiência profissional
na
construção civilVínculo empregatício ... ._
Índices (%)
de
participaçãodos
indicadoresda
QVT
que
contribuem para
a
Q&P
segundo
os
gerentesde
obrasA
produção
vistacomo
sistemaCiclo
da
Qualidade na Construção
CivilTempo
de
atuação no
mercado
Formação acadêmica
... ..Experiência profissional
na
construçao civilExperiência profissional
na
atualempresa
Experiência profissional
na
atualempresa
Funções
qu'ëexercem
nas
obras.Índices (%)
de
satisfaçãodos
operarios para os indicadoresdos
gerentes
de
obras-
adaptados
paraos
indicadoresde Walton
CIPA
CIQ
CUB-PR
FBCF
FIESP
IBGE
IBQP
IPEA
ISO
LRF
NR
PBQP
PBQP-H
PCMAT
Q&P
QV
QVT
SECONCI-PR
SENAI-PR
SINDUSCON-PR
SINDUSCON-SP
UNICONS
Comissão
Internade
Prevenção
de
Acidentes‹
Comissao
da
Indústriada
Construção
Custo
Unitário Básicono Paraná
Força Bruta
de
Capital FixoFederação
da
Indústriado
Estado
de
São
PauloInstituto Brasileiro
de
Geografia e EstatísticaInstituto Brasileiro
de
Qualidade
e
Produtividadedo
Paraná
Instituto
de
Pesquisa
Econômica
AplicadaInternational Standard Organization
Lei
de
Responsabilidade FiscalNorma
Regulamentadora
Programa
Brasileirode Qualidade
e ProdutividadePrograma
Brasileirode
Qualidade
e
Produtividadeda
Habitação
Programa de
Condições e Meio Ambiente
do
Trabalhoda
Indústriada
Construção
CivilQualidade
e
ProdutividadeQualidade
de
VidaQualidade
de
Vidano
TrabalhoSen/iço Social
do
Sindicatoda
Indústriada
Construção
Civildo
Paraná
Serviço Nacional
da
Indústriado Paraná
Sindicato
da
Industriade Construção
Civildo
Estado
do
Paraná
Sindicato
da
Industriade Construção
Civildo
Estado
de
São
Paulo
Universidade Livre
da
Construção
Civil e a
sua
importância
na Qualidade
eProdutividade
em
Obras.
Florianópolis, 2002. 120p. Dissertação (mestrado
em
Engenharia
de Produção
Civil)
-
cursode
pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção, Universidade Federalde
Santa
Catarina.Pesquisa
que
objetivaconhecer os
fatores determinantesda
Qualidade
de
Vida
no
Trabalho
(QVT) dos
operáriosque atuam na
indústriade
edificações ea sua
influência
na
qualidade e produtividadedos
bens
e sen/iços por eles gerados.Utilizou-se questionários individuais específicos, aplicados junto a gerentes
de
obras e operários,que exercem
diferentes especialidades dentrodo
canteirode
obras e
pertencentes
à empresas de
construçãode
edificaçõesda
cidadede
Curitiba.Para
obtenção dos
resultados,foram
comparadas
as
informações obtidas juntoa
estesprofissionais,
donde
constata-sea
necessidade de
se investirnuma
maior
conscientização
do
conceitode
Qualidade
de
Vidano
Trabalho,como
medida à
longo prazo.
Também,
permite-nos identificaros
indicadoresda
QVT
que
apresentam
baixo índicede
satisfação por partedos
operáriosde
obrase são
considerados pelos gerentes
como
cruciais paraum
melhor
desempenho
no
trabalho. Isto preconiza
a
necessidade de ações
estratégiasna
áreada
gestão
de
pessoas,
que
venham
suprir estes gargalos, induzindo estesegmento
produtivona
direção
de
uma
maior competitividade e,consequentemente,
continuarcumprindo
com
seu
relevante papel econômico-socialna
sociedade
brasileira.Palavras-chaves: Qualidade
de
Vida
no
Trabalho,Qualidade,
Produtividade
HONORIO,
Delcio Efigenio.A
Qualidade de
Vida
do
Operário
da Construção
Civil e a
sua
Importância
na
Qualidade
eProdutividade
em
Obras.
Florianópolis, 2002. 120p. Dissertação (mestrado
em
Engenharia
de Produção
Civil)
-
cursode
pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção, Universidade Federalde Santa
Catarina.Objective research that to
know
the determinative factors of the Quality of Life in theWork
of the laborerswho
act in the industry of constructionsand
its influence in thequality
and
productivity of thegoods
and
services for generated them.To
reach thisobjective, specific individual questionnaires
had
been
used, applied together thecontrolling of
workmanships
and
laborers,who
inside exert different specialties of theseedbed
of pertainingworkmanships
and
to thecompanies
of construction ofconstructions of the city of Curitiba. For attainment of the results of the research, the
gotten information
had been
compared
together with these professionals,from
where
evidence it necessity of if investing in
a
biggerawareness
of theconcept
of Quality ofLife in the
Work, as
measured
to the long stated period. Also, it allows to identify thefactors us of the
QLW
of the laborers,who
present low index of satisfactionand
areconsidered by the _controlIing
as
crucial forone
betterperformance
in the work. Thispraises the action necessity strategies in the area of
management
of people,who
come
to supply these deficiencies inducing this productivesegment
in the direction ofa
bigger competitiveness and, consequently, to continue fulfilling with its excellenteconomic-social
paper
in the Brazilian society.Word-keys:
Quality of Life in theWork,
Quality, Productivity.1|NTRoDuçÃo
1.1
Origem
do
Trabalho
O
paístem
sofrido aceleradas transformaçõesem
seu
cenário produtivo eeconômico
e, neste contexto, asempresas da
Construção
Civiltêm
se
obrigadoa
assumir
novos
desafiosna
relação capital/trabalho, para seadequar
a
estarealidade,
que
tem
colocadoem
riscoa
sua
própria sobrevivêncianum
mercado
cada
vez mais
exigente e competitivo.Em
um
diagnósticoda
Indústriada
Construção
Civil Brasileira feito pelaFundação João
Pinheiroapud
Dacol
(1996,p.48), concluiu-se
que
este setortem
um
papel importanteno desenvolvimento
do
Brasil: “a atividade construtora éuma
das
responsáveis pela criaçãodas
própriasbases
da moderna
sociedade
industrial,assumindo
a função de
montagem
da
infra-estrutura
econômica
e social indispensávelao
prosseguimento
do
processo
de
industrializaçao".
Algumas
ações
isoladastêm.se
evidenciadona
busca
da
modernização
destesetor,
mas
não
resta dúvidade
que
a
Indústriada
Construção
Civil ainda encontra-se
defasada
em
relaçãoa
outrossegmentos que
compõem
o parque
industrial brasileiro.É
importante ressaltarque
a
construção civilcompõe
um
segmento que
difere muitodas
outras indústriasda
transformação, pois possui características singularesque
dificultamsobremaneira
a
utilizaçãona
práticade modernas
teoriasda
qualidade e produtividade.Segundo
Tarcísioe
César
Pinto (1995), consultoresda
área,as
estratégiascriadas para setores
de
produção
nitidamente industrial,como
o
metalúrgicoou
oeletroeletrônico,
não
podem
sersumariamente
aplicadasa
uma
atividadeque
possuiforte
componente
de
trabalho artesanal,como
é 0caso
da
construção civil.Para
Dacol (1996),do
pontode
vista tecnológico,o processo
produtivona
construção civil brasileira
mescla o
processo tradicional (artesanal)com
oconvencional
(mecanização
parcial e divisãodo
trabalho).Portanto, este setor exige
uma
adaptação
específicadas
teoriasdas
organizações empresariais, pois alguns obstáculos
como:
o caráterheterogêneo
enão
seriadode produção
devido à singularidadedo
produto,normalmente
feitosob
encomenda;
a dependência de
fatores climáticosao
longoda
sua execução;
oparticipantes (usuários, clientes, projetistas, financiadores, construtores);
ampla
segmentação da
produção
em
etapasou
fases; oparcelamento
da
responsabilidadeentre várias
empresas,
onde
oprocesso
de
subcontratação écomum;
além
do
nomadismo
do
setor (tantoem
relaçãoaos
produtos finaiscomo
ao processo
de
produção)
e
do
caráter semi-artesanal (manufatureiro)das suas
práticastêm
contribuído significativamente para o
aumento da
complexibilidadedos
seus
processos construtivos.
Ressalte-se este último fator (o caráter
semi
artesanaldas
construções), poisenvolve
a
utilizaçãoda
mão-de-obra
operacionalque
se
constitui aindana
mais
importante matéria-prima dentro
de
uma
organização e,em
especial,na
construçãocivil. Esta
se
constituinuma
outra característica singulardo
setor, poisalém de sua
participação intensiva
nos processos
produtivos,normalmente
écomposta de
“profissionais” desqualificados,
advindos de meios
agrestes (meio rural),com
pouca
instrução e
que escolheram
esta profissãonão
por opção,mas
por sero
únicoemprego
conseguido.Em
função disso,se
submetem
a
saláriosque não
lhespermite
nem
cobriras necessidades
básicas pessoais, muitomenos
das
suas
famílias.
Para
Gama
&
Sarmento
(1998), “essa situação criaum
desânimo
e
diminuio interesse
do
trabalhador, dificultandoa
implementação
de programas de
qualidade”.
O
fato desteemprego
normalmente
se apresentarem
caráter eventual,com
escassas
possibilidadesde
promoção
profissionalou
financeira,gera
uma
baixa motivação
nos
trabalhadores.Segundo
Agopyan,
(1999 p.44)a
construçãono
Brasilnão é
piorque a
desenvolvida
em
outros países,” (...)porém,
paraa
industrializaçãodo
setor,é
necessário
que
se
invistana
qualificaçãoda
sua
mão-de-obra, incluindo-seos
engenheiros”.
Portanto, urge
que
se intensifiquem os estudosdas
ciências administrativas,para
que
o serhumano
passe
da mera
posiçãode
fatorde
trabalho parauma
nova
postura
que
lhe permita exporseus
conhecimentos, técnicas e experiênciasem
seu
ambiente
de
trabalho.Na
construção civil, istose
caracterizacomo
uma
necessidade
de
haveruma
maior conscientizaçãodos
gerentesde
empresas
construtorasquanto
à
importânciade
investimentosna
carreirade seus
funcionários, propiciando-lhesoportunidades
de
crescimento profissional e pessoal. Enfatize-seque
otermo
como
confirmaLima
(1995)no seu
artigo sobrea
importância ea
influênciada
qualidade
de
vidado
trabalhona
construção civil: “o próprio fato'de ouvir otrabalhador,
de
dar-lhechance de
se expressar e manifestarsuas
opiniões,anseios
e necessidades,
não
sóquanto
a
questões
materiaiscomo
salários, benefíciose
segurança,
mas
incluindo oambiente
sócio-emocional,as
relações interpessoais, oapoio
do
superior ea
retroinformação, já constitui por sisó
um
passo
importantepara
aumentar a
satisfaçãodo
trabalhadorno
sen/iço etambém
no
aumento da sua
capacidade
produtiva”.Para
Dalcul et al. (2000),as
empresas da
construção, porpossuírem
uma
visãoimediatista
de
retornode
seus
investimentos,têm que
-oferecer prêmios,normalmente
em
dinheiro,como
forma
de
interferirno
“timing”de
trabalho e,consequentemente,
na
produtividadenos
canteirosde
obra.Percebe-se
pelaafirmação
dos
autoresque
esta visãode
retorno imediatistatem
atrofiadoa
criatividade
de
muitasempresas
a desenvolverem ações
gerenciaisque
tragam
resultadosefetivos para
a
organizaçãono
tocanteao
aumento da
produção.Paladine citado por Oliveira et al. (1999),
propõe
que,uma
das ações
básicasda
empresa,
que
estáadotando
um
sistemade
melhoriada
qualidade, sejaa
de
incentivar o
desenvolvimento
dos
recursoshumanos, ou
seja,a
qualificaçãodo
pessoal, visando
ao aprimoramento dos
conhecimentos, habilidades e atitudes.Segundo. Fernandes
(1988),sem
um
ambiente
físico e saudávelque
ofereçagarantia
de
emprego
e outros fatores essenciais,não
sepode
falarde
qualidadede
vida
no
trabalho.A
partir destas afirmações,pode-se
deduzir entãoque
o nívelde
satisfação
dos
trabalhadorespode
refletir diretamentena
qualidadedos seus
sen/iços e
também
no
aumento
da sua capacidade
produtiva.Afirma Dalcul, et al (2000),
que a
qualidade,de
um
modo
geral, éum
importantefator
de
competitividadena
Construção
Civil.O
planejamento paraa
qualidade torna-se problemático, principalmente
em
função dos
altos níveisde
rotatividadee
absenteísmo
da
mão-de-obra do
setor.É
muito importante nestemomento
que
as
empresas
do
ramo
da
construção civilreflitam sobre
a
importânciada
sua
participaçãona
organizaçãodas sociedades
humanas
quantoaos
aspectoseconômico
e social e avaliemde
uma
forma
crítica,como
anda
sua percepção do elemento
sócio-psicológicoembutido
no
estilotrabalho,
desenvolvendo
métodos
gerenciaismais
participativos e descentralizados,para
que
hajauma
maiorharmonia
entreos processos
administrativos eos
produtivos, e principalmente
romper as
barreiras entrea
chamada
“classepensante”
da empresa
-
a
administraçãoque
planeja e controla as tarefas-
ea
“classenão
pensante”
-
o
operário,que apenas
executa as
tarefas-
desenvolvendo-lhesa
possibilidade
de
pensar,ou
seja,de
planejar, executar, controlar e aperfeiçoaro
próprio trabalho.
Segundo Evans
(1996),as
organizaçõespodem
ajudar,desenvolvendo
políticasde
recursoshumanos
adequadas
e voltadas para os valores básicosda
vida,resgatando
novamente
o prazerde
aprender e
produzir.1.2
Objetivos
1.2.1 Objetivo geral
O
objetivo geral deste trabalho, é ode
investigara concepção que
os
gerentes e operários
de
construtorasde
obrasda
cidadede
Curitibatem da QVT,
frente
às
reais condiçõesde
trabalho oferecidas, obtendo-secom
isto,os
fatoresque
mais
interferemna
melhoriada
qualidade e produtividadedas
obrase
ao
mesmo
tempo
na
qualidadede
vidade
seus
operários.1.2.2 Objetivos específicos
- Verificar
a
atualconcepção de
qualidadede
vidano
trabalhodos
gerentesde
obras e
dos
operáriosde
empresas de
construção civilde
Curitiba;- Identificar
os
principais fatoresda
QVT
que
contribuem para va melhoriada
qualidade e produtividade
em
obras,sob
o pontode
vistado
gerentede
obras;- Avaliar o nível
de
satisfaçãodos
operáriosde
obras,quanto
a
sua
QVT,
utilizando oModelo
proposto porWalton
e oModelo
de
Hackman
eOldham;
-
Comparar
os fatoresda
QVT
indicados pelos gerentesde
obras,com
o nívelde
satisfação
dos
operáriosem
relaçãoa
estesmesmos
fatores, identificando ograu
de
importânciade
cada
um
deles paraa
melhoriada
qualidade e1.3 Justificativa e
Importância
do
Trabalho
A
construção civildesempenha
um
papel importanteno
crescimentode
economias
industrializadas enos
paísesque têm
na
industrializaçãouma
alavanca
para o
seu
desenvolvimento. Esta indústria se constituitambém,
num
dos
elementos-chave
na
geração de
empregos
ena
articulaçãode
sua
cadeia produtivade
insumos,-equipamentos
e serviços para suprimentodos seus
diferentes sub-setores.
Mas
este importante polo industrial,em
virtudedo
significativoaumento da
competitividade,
dos
criteriosos controles sobresua
matéria-prima,da busca
incessante por
novos processos
construtivos eda
crescente exigênciado
clientequanto
à
qualidadedo
produto por ela gerados,vem
passando
porum
processo
de
transição.
Mesmo
assim, este setor industrial aindamantém
fortes traços tradicionaisde
organizaçãodo
trabalho.Por mais
que
tente seadequar
a
uma
nova
realidadede
mercado, sua
principal matéria-prima continuasendo a
mão-de-obra,que
normalmente
écomposta de
migrantes oriundosda
atividade agrícola,aventurando
sua
sorte profissionalem
grandes
centros, iludidos porpromessas
de
uma
vidamais
fácil e salários
compensadores.
Segundo
pesquisa efetuada peloGrupo
Hipervisãoem
1995
e atualizadaem
2001, cercade
48%
dos
trabalhadoresda
construção civilsão
procedentesde
outras regiões,apresentando
baixos índicesde
escolaridade-
20%
são
analfabetos eaproximadamente
60%
chegaram a
completaras
quatroprimeiras séries
do
1° grau.Quanto
ao
fator salário,metade
ganham
aténo
máximo
dois salários mínimos,
compensados
com
a
realizaçãode
horas extrasou
“bicos”de
finais
de
semana
Este perfil
da
mão-de-obra, associadoàs
especificidadesdo
setor, taiscomo
o
caráter
nômade
das suas
instalações,a
alta rotatividadedos seus
operários,as
condições
precáriasem
que
trabalham e os altos índicesde
acidentesde
trabalho, limitamas
atividadesque
possam
vira
contribuir paraa
sua
qualificação profissional,e
acenam
para anecessidade
de
se incluirmais
um
fatorque
implicitamenteexerce
influência significativa sobre todos os fatores anteriormente citados,
que
é
a
qualidade
de
vida deste operário.Percebe-se
que
a
qualidadedos
trabalhose
a
produtividade
de
um
trabalhador é diretamente proporcionalà sua
qualidadede
vida,e isso tudo
como
resultadoda
sua maneira de
ver omundo.
Como
resultadode
constatou-se
uma
limitada visãode sua
vida,de
sua
atividade edo
mundo
em
que
vive.
Conformam-se
com
muita passividadeà
situaçãoem
que
seencontram,
reconhecendo
nesta atividadesua
únicaforma
de
sobrevivência. Evidenciou-se,também,
o baixo nívelde
escolaridadedos
envolvidos nesta profissão.A
partir destequadro
Colombo
(1999)propõe
o seguintequestionamento
a
ser analisado:como
podemos
esperarum
acréscimoda
qualidade e produtividade,uma
redução
de
desperdícios e
uma
melhor
competitividadenuma
indústriaque
possuicomo
produtores sujeitos
que apenas
vivem necessidades
no
mundo
trabalho-família,que
não
vêem
a
vidacomo
algoque
vaialém de
ter forças para trabalhar e recebero
salário
no
fimdo
mês
eque
não
têm
motivos para se abrira
mudanças?
'Desta
maneira, fica evidenteque a
empresa que
apresentara
devida importânciaà
qualidadede
vidado seu
trabalhador, estará atingindoum
diferencial competitivo,pois desenvolverá
uma
espiral crescentede
melhoria para oseu
setor produtivo,para o
seu
trabalhador e,consequentemente,
paraa
sociedade.Segundo
COLOMBO
(1999, p.61),as
empresas
precisam perceberque
as
pessoas
têm
muitomais
a
oferecerque
a
forçade
seus
braçose
que
um
sujeitocom
discernimento,
mais
conscientedas
inter-relaçõesda
vida, serámais
produtivodentro
da empresa
ena
sociedade,desenvolvendo-se
edesenvolvendo
continuamente
osambientes
onde' vive,num
processo sinêrgico.Este fator, infelizmente, é ignorado pela
grande
maioriadas
empresas do
ramo,pois
pressupõe-se
que a
implantaçãode programas
de
OV
representa altosinvestimentos financeiros,
com
retornospouco
compensadores.
Sobre
isso,Fernandes
(1988) dizque
encarara
qualidadede
vidano
trabalhoapenas
como
custos para
a
empresa
éum
erroque
muitos empresárioscometem,
pornão
procurarem
entendermelhor
o conceito. Diz ainda que,de
um
modo
geral,ao
abordar-se o
tema
qualidadede
vidano
trabalho, observa-se que,apesar
da
literatura vir trabalhando já
há algum
tempo
em
sua
definição,não são
poucos
os
que
associam
este conceitosimplesmente a
condições físicas, salários, melhoriasdas
instalaçõesde
trabalho,redução de
jornadade
trabalho, planode
benefíciosetc. Estes elementos,
sem
dúvida,são
componentes
de
uma
melhor
qualidadede
vida
no
trabalho,mas
que
não são
os únicosa
deteriorara
relaçãodo
indivíduocom
seu
postode
trabalho.Em
pesquisa realizada porOuelhas
&
Morgado
(1993)sobre
chegou-se
à
conclusãode que
80%
das
solicitaçõesdos
trabalhadoresna
etapa
inicial
da
pesquisa, relacionavam-secom
necessidades
higiênicas. Istodemonstra
que não
são
necessáriasmedidas
radicais enem
mega-investimentospara
minimizar este problema. Esta pesquisa
também
sen/iude
inspiraçãoe
gerou certacuriosidade
no
pesquisador, ode
verificarcomo
anda
a
satisfaçãodos
operáriosda
construção civil
que atuam
em
obras,na
cidadede
Curitiba, quantoà
sua
QV,
hajavista,
não
se encontrar qualquer referência destesdados
nas
literaturasque
tratamdo
tema.Segundo Moraes
(apudKNIERIM,
1999), “aquelesque não
ocupam
empregos
satisfatórios, raramente desfrutamde
uma
vida totalmente satisfatória.O
trabalho insatisfatório
pode
levar,em
muitas circunstâncias,à
baixa produtividade eà
atritosno
trabalho,sendo de
interesseeconômico da
alta administração, reduzir talinsatisfação”. Daí, conclui-se,
que
os
operáriosde
obras serãomais
produtivosquanto mais
satisfeitos e envolvidos estiveremcom
o trabalho.Portanto,
ao
se identificar os níveisde
satisfaçãono
trabalhoda
mão-de-obra
que
atua diretamente
nos
canteirosde
obras e indiretamente,dos
gerentesaos
quaissão
subordinados,pode-se
obter os fatoresda
QVT
que
estão afetando odesempenho
desses
operários,no
que
tangea
qualidade e produtividadedos
produtos e sen/iços por eles gerados. Estes fatores,
dependendo da
forma
como
forem
analisados,podem
se constituirem
referenciais para possíveismudanças
nos
modelos
de
gestãodas
relaçõesde
trabalho,ou simplesmente
como
uma
forma
de
afirmação,
que
a
empresa
estagalgando
ocaminho
mais
curtona
direçãoda
competitividade.
Esta é
a grande questão que
motivou esta pesquisa, poismesmo
diantede
um
quadro econômico
altamente instável e desfavorável para investimentosna
área
da
Q\/T,
a
construção civil,não
pode
se furtara
este fato,em
-funçãoda
sua grande
dependência
do
potencialhumano
para semanter
vivano
mercado
atual.Isto
pressupõe
que
a
sobrevivênciade
uma
empresa,
principalmenteas
da
construção civil,
não
reside sóno
fatode
se ter fácilacesso aos mais
avançados
recursos tecnológicos disponíveis
no mercado,
mas
também, da
vital importânciaque
a
qualidadedo
fatorhumano
representano
crescimento edesenvolvimento
desta
empresa. Sobre
isso,De Geus
(1997), afirmaque
“os gestoresque querem
construir
uma
organizaçãoque
sobreviva por várias gerações,deverão
prestarNesta
questão,os
gestorespodem
terna
QVT
um
instrumentode humanização
das
relaçõesde
trabalho,associando
os interessesdos
trabalhadores,que
querem
deixar
de
serem
consideradosapenas
como
um
recurso, e simcomo
parceirosque
investem
na
organização eexigem
não apenas
reconhecimento ou promoções,
mas
também,
condiçõesmais
concretas paraque
possam
terum
maiorcrescimento
pessoal, profissional, e os interesses
da empresa
na busca
da
sua
estabilidadee
longevidade
no
concorrido e exigenteespaço
mercadológicoem
que
atua._ Portanto, este trabalho justifica-se
à
medida
que
contribui paraque
asempresas
do
ramo da
construção civil - sub-setor edificações-
possam
identificaros
gargalosda
QV
dos seus
operários,que tem
comprometido o
desempenho
da
mão-de-obra
operacional
que
atuanos
canteirosde
obras, pordesconhecimento ou
por faltade
habilidade
no
trato desta questão, por partedos seus
principais responsáveis.Pretende-se
também, ao
se definir o perfilde
satisfaçãodos
operáriosde
obras
quanto
a
sua
QVT,
contribuir paraa
valorizaçãodo
serhumano
dentrodas
empresas,
enfatizando os indicadoresque
têm se
constituídoem
fatores motivacionais paraa
manutenção
dos
operáriosnas
suas
atuais empresas,.Outra contribuição
que
caracteriza o atual estudocomo
pertinente,é
pelo fatodo
tema
QVT
ser muitopouco
debatidono
meio
da
construção civil,provavelmente
motivado
pelasua
amplitude conceitual,ou
pelonúmero
reduzidode
trabalhosacadêmicos
relativosao
tema. Portanto, este estudo visa,também,
contribuirna
construção e
no aprimoramento de novos conhecimentos
sobrea
QVT.
1.4 Estrutura
do
Trabalho
Esta dissertação será
composta de
quatro capítulos,assim
descritos:O
primeiro capítulo apresentaos
aspectosque
originaram o presente trabalho,seus
objetivos geral e específicos,assim
como
sua
justificativae
importânciada
proposta.
O
segundo
capítulo tratado
referencial teórico,que compreende
a
revisãoda
literatura especializada sobre o tema, considerada relevante,
envolvendo
algunstópicos
que
serão importantes paraum
melhor
entendimentodo
trabalho.Inicialmente, é feita
uma
análiseda
importânciadas pessoas
e oseu gerenciamento
l l l l I l i i
conceitos, fatores
de
influência e requisitosda
qualidadee
produtividadee
sua
inserção
na
construção civil. Finalmente, é feitauma
abordagem
sobrea
Qualidade
de
Vida no
Trabalhonos
aspectos: origem, conceitos,concepções
da
QVT
edo
trabalho,
fechando
com uma
breve revisaoda
relaçäo entrea
QVT
e o trabalhadorda
construção civil.O
capítulo trêsexpõe
o estudode
caso,onde
é descritada
população
avaliada,do
localda
pesquisa,das
técnicas utilizadas e o materialde
apoio.São
evidenciadostambém,
os resultados e discussõesa
partirdas
informações obtidasna pesquisa
de
campo,
acompanhado
dos
comentáriosa
respeitodos
procedimentos,bem
como
das
figurase
tabelas.Finalizando, o capítulo quatro trata
das
conclusõesdo
estudoe as sugestões
para futuras pesquisas relacionadas
ao
tema.Agregam-se,
também,
o referencial2
FUNDAMENTAÇÃO
TEÓR|cA
2.1
Gerenciamento de Pessoas
2.1.1
Consideraçoes
iniciaisCom
a
concorrência advindada
globalização,as
empresas
estãotendo
que
reversuas
políticasde
modernidade
emodernização,
visandoa
preparação para
enfrentarem os desafios futuros
gerados
pelos progressos técnicoe
científicoalcançados no
âmbito internacional.Segundo
Chiavenato
(1992), duranteum
certo período, acreditou-seque a
construção civil
pudesse
fugirdo
processo
de
globalização, poisé
fortee
a
concorrência
não
parecia indicara
necessidade
da
presença do
capital estrangeiro;entretanto, este
começou
a
surgir,mediante as
parcerias entreempresas
nacionais e estrangeiras.Chiavenato, afirma ainda,
que
ofenômeno
é
mundial e,mais
amplo
e rápidodo
que
se supõe. Estão ocorrendomudanças
intensasno
mundo
das empresas.
Elassão
universais epredominam
em
todosos
países industrializados e desenvolvidos.Como
resultadodessas
transformaçõesno
mundo,
afirmaVergara
(1999),as
empresas
sevêem
às
voltascom
a necessidade de
se orientarem para omercado
global e estão sujeitas
aos
movimentos
de
competidores estrangeirosque não
ocorrem
apenas
nas
empresas do
PrimeiroMundo,
elastambém
estãoocorrendo
nas
empresas
do
Brasil,embora
ainda muito devagar.Na
verdade, ogrande
propósito estáem
se aumentar a
competitividadedas
empresas,
haja vistaque
omercado
atuala
cada
dia, torna-semais
seletivo,concorrido e exigindo produtos e serviços
que
seapresentem
com
diferenciaisaltamente atrativos e
com
significativo valor agregado.Segundo
Cardoso
(apudSCANDELARI,
'1998), é condição para a sobrevivênciada empresa
construtoraque
ela opte poruma
estratégia competitivaque
visea
“liderança pelo custo”
ou
pela “diferenciação",sendo
a
primeira obtida pelooferecimento
de menor
preçode mercado,
ea
segunda,
pela ofertade
algoa
mais,que
seja perfeitamente identificado pelo cliente e pelo qual este estaria dispostoa
pagar
multiplicam e os produtos se
tornam
obsoletosquase que da
noite para o dia,as
empresas
de sucesso são
aquelasque
criam sistematicamentenovos
conhecimentos,
disseminam-nos
pela organização inteira erapidamente os
incorporam
em
novas
tecnologias e produtos.Essas
atividades caracterizama
empresa
criadorade
conhecimento, cujo úniconegócio, ainda
segundo
o autormencionado,
éa
inovação contínua.Surge, assim,
uma
nova
realidadeque
impõe
desafios importantespara
as
empresas
de
construção civil, entre os quais oda
sua
sobrevivênciaem um
mercado
exigente e competitivo.
Para
Morin (2001), isso preconizaa
necessidade
de
se
reorganizar o trabalhode
tal
forma
que
a
qualidadede
vida ea
eficáciada
organização atinjam valoresmais
elevados e
que as
característicasque
se
atribuema
um
trabalhoque tem
um
sentido,
possam
orientaras
decisões eas
intervençõesdos
responsáveis pelosprocessos
de
transformação organizacional.Gonçalves (apud
JACOBSEM,
2000, p.13), faza
seguinte afirmativa:A
organização funciona a partir da operação de dois sistemas quedependem
um
do outro de maneira variada. Existeum
sistema técnico,formado por técnicas, ferramentas, e métodos utilizados para realizar cada
tarefa. Existe. também
um
sistema social,com
suas necessidades,expectativas e sentimentos sobre o trabalho.
Os
dois sistemas sãosimultaneamente otimizados quando os requisitos da tecnologia e as necessidades das pessoas são atendidos conjuntamente.
Pelo exposto, é inevitável
a
inserçãode
uma
visão estratégicaque busque
direcionar todos
os
recursosda
empresa
para este propósito,ao
invésda
tradicionalbusca desenfreada
pelo resultado imediato,em
detrimentode
uma
políticade
produção
que
garantaa
médio
e longo prazo, resultadosque
venham
assegurar
condições
mínimas de
competitividadeem um
mercado
mundialmente
globalizado.Para Branco
eVergara
(2001),parece
acertado afirmar que, no séculoque
se
inicia, as
empresas
serão julgadas porseus
compromissos
éticos, pelo foconas
pessoas (empregados,
clientes, fornecedores, concorrentes, e cidadãosem
geral)e
pelas relações responsáveis
com
oambiente
natural.Delineia-se, assim,
uma
nova
realidade identificada porLima
(1993),ao
afirmarque
o maior desperdíciona
construção civilnão provém
dos
“peões”,mas,
sim,principalmente,
dos
empresários construtores e técnicos, devidoa
faltade
um
planejamento estratégico
adequado da
“pré-obra”,que
evidenciea
redução
efetiva2.1.2
As
pessoas nas
organizaçõesConsiderando-se
que
a indústriada
construção civil quantoaos processos
construtivos
pode
ser classificadacomo
um
segmento
cujas característicaspredomina
a
habilidade artesanal,deve-se
então,além das
inovações tecnológicas,incluir nesta estratégia empresarial,
uma
políticade
valorizaçãodo
homem,
que dê
suporte tanto para
as necessidades
presentese
futurasdos
negóciosda
empresa,
como
asdemandas
individuaisdas pessoas
que
participamdesses
negócios.Para
Girardi (2001),as
organizaçõessão
formadas
porum
conjuntode pessoas
em
tornode
um
objetivocomum.
Essas pessoas
conduzem
o negócio, utilizando-sedas
informações disponíveis e aplicandoseus conhecimentos
e habilidades.São
as
grandes
responsáveis pelo alcancedos
resultados pretendidos pela organização.Apesar da
incertezado
futuro,as
empresas
precisam preparar-se investindona
capacitação
dos seus
profissionais paraassegurarem a sua permanência e
desenvolvimento
no mercado.
Segundo
Chiavenato
(1992), écomum
ouvirmos
a
afirmação: “asnossas
pessoas
constituem onosso mais
valioso ativo”. _Portanto, para
o
mesmo
autor, dentroda
sua
visãode
administraçãoparticipativa, identifica três aspectos
fundamentais
da
moderna
gestãode
pessoas:-
As
pessoas
como
sereshumanos:
dotados
de
personalidade própria,profundamente
diferentes entre si,com
uma
história particular e diferenciada,possuidores
de
conhecimentos, habilidades, destrezas ecapacidades
indispensáveis
ã
adequada
gestãode
recursos organizacionais.Pessoas
como
pessoas
enão
como
meros
recursosda
organização.-
As
pessoas
como
ativadores inteligentesde
recursos organizacionais :como
elementos
impulsionadoresda
organização ecapazes de
dotá-lade
inteligência, talento e aprendizados indispensáveis
à sua
constanterenovação
e competitividadeem um
mundo
de
mudanças
e desafios.As
pessoas
como
fontede
impulso próprioque
dinamizaa
organizaçãoe
não
como
agentes
passivos, inertes e estáticos.-
As
pessoas
como
parceirosda
organização:capazes
de
conduzi-lasà
excelência e
ao
sucesso.Como
parceiros,as pessoas fazem
investimentosna
organização-
como
esforço, dedicação, responsabilidade,investimentos
- como
salários, incentivos financeiros, crescimentoprofissional, carreira, etc.
Fazem
contribuiçõesà
medida
que
recebem
incentivos
ou
alicientescomo
retornode
seu
investimento dentrode
um
processo
de
reciprocidadeque
tende
a
se realimentar àmedida que
o
resultado traga
compensações
paraas
partes envolvidas.Na
indústriada
construção civilsão
rarasas
empresas que
consideram seus
empregados
como
parceiros importantesnos
seus
negócios.É
mais
comum,
considera-los
como
simples recurso produtivoou
operacional, equivalentesa
máquinas,
equipamentos, instalações, materiais; enfimcomo
insumo
da
obra. Estamentalidade deve-se
ao
fatode
que
nestesegmento
da
indústria, ainda se evidenciauma
tendênciado modelo
burocráticode
administração,onde
as decisõessão
centralizadas
nas
altas gerências e ascomunicações
insuficientes,gerados
porconseqüência
do
baixo nível sócio/educacionalda
mão-de-obra
operacional(cH|AvENATo,
1999, p.7›.Já,
Branco
eVergara
(2001, p.20),dão
ênfase totalà
empresa
humanizada,
poreles definida
como
sendo:aquela que, voltada para seus funcionários e/ou para o ambiente , agrega
outros valores que náo somente a ma›‹imizaçáo do retorno para os
acionistas,
mas
que, no âmbito interno, promovem a melhoria da qualidadede vida e de trabalho, visando a construção de relações mais democráticas
e justas, mitigando as desigualdades e diferenças de raça, sexo e credo,
além de contribuir para o desenvolvimento e crescimento das pessoas.
Portanto,
pode-se
dizerque
empresas que
praticamações
humanizadas
nos
processos
de
gestão,oferecem
aquele algoa mais
que
Cardoso
(1997),chama
de
diferenciação
em
ambientes de
negócios.A
vivência ea
obsen/ação
da
práticacotidiana,
bem
como
as
notíciasque
são
divulgadasem
âmbito mundial, faráocom
que
osconsumidores
estejam dispostos a,cada vez
mais, incorporaremem
suas
decisões
de
compra, oscompromissos
éticosque
as
empresas parecem
reclamarde
seu
fornecedores.A
partirdas
proposiçõesde Branco
eVergara
(2001), evidencia-sea necessidade
e
a
importânciade
que
seaprofundem as
discussões e reflexões acercade
uma
nova concepção de
organização,no
mínimo
um
pouco mais
holística ehumanizada.
2.2
Produtividade
2.2.1 Produtividade
nas
organizaçõesDe
acordo
com
Fontes et al (1983, p. 34),em
1950
surgem
as
primeiras definiçõesde
produtividadeno seu mais
amplo
sentidoeconômico
e social.Alguns tratadistas definiram a produtividade como “a relação entre os bens e
serviços produzidos e o valor dos recursos utilizados no processo de produção".
Outros definem como “a utilização mais eficaz dos fatores de produção para a obtenção de maior quantidade de bens e serviços no menor tempo possível e com
esforços humanos mínimos”.
A
Organização Européia de Cooperação Econômica, considerando a importância fundamental com que encarava o incremento daprodutividade para a completa consecução de um programa de recuperação econômica, admitia que o primeiro passo era a fixação de um conceito lógico de produtividade. Assim, numa nota publicada em 1950, estabelece a seguinte definição: “A produtividade é a relação entre a produção e um dos fatores de
produção." “A produtividade do trabalho humano é o quociente da produção pelo
tempo empregado na produção". “'
Para
Costa
(1983, p. 38),Se procurarmos descobrir qual o significado exato dos termos eficiência e
produtividade, tendo como ponto de partida os usos que se fazem dessas palavras
em textos provenientes de diferentes autores e tendências, verificamos que são raros os termos que se prestam a uma variedade tão grande de interpretações
diferentes e mesmo antagônicas. Para um engenheiro de produção de tradição
taylorista, produtividade é simplesmente a quantidade produzida por unidade de
tempo. Para um economista neoclássico, é a relação entre a quantidade de
produção e a quantidade de um dos fatores de produção utilizados. Para
um
administrador de empresas, produtividade é a relação entre lucro bruto e o
investimento total. Para
um
ecologista, o controle da poluição é produtivo e afabricação de armas improdutiva; para o proprietário da indústria de armas, pode ser
exatamente ao contrário. -
Assim,
Costa
(1983), pretende deixar claroque
a
diversidadede
conceitosde
produtividade, reflete
a
diversidadede
objetivosde
diferentesagentes
sociaisconforme sua
classe social, relaçãocom
oprocesso
produtivo oumesmo
conforme
suas ambições
individuais. -Também
é definidacomo
a
utilizaçãomais
eficazdos
fatoresda
produção para
obtenção
de
maior quantidadede bens
e sen/içosno
menor tempo
possívele
com
esforços
humanos
mínimos.A
partirdessa
relação, percebe-seque
oaumento da
produtividade é resultanteda
utilização eficazda
mão-de-obra,sendo
elaa
única variável dentrodo
processo
de
produção.Drucker, já
em
1968, confirmavasua
tesede
que
a
produtividade é diretamenteproporcional
ao
recursomais
carode
uma
empresa,
que
é o fator tempo,ao
afirmar:Se eu fosse
um
homem de negócios, a primeira providência que hoje eutomaria seria certificar-me se, na minha empresa, a produtividade continua
sendo recurso chave para o seu crescimento. Dos recursos de que