CURSO
DE
MESTRADO
Mestranda:
Andréa
Simões
Sebben
Orientadora;
Prof.
Dra.
Maria
Juracy
Toneli Siqueira
Dissertação apresentada ao
Programa de
Pós-Graduação
em
Psicologia,do
Centro de Filosofia eCiências
Humanas
da
Universidade Federalde
SantaCatarina,
como
parte dos requisitos para obtençãodo
título dc Mestre.
1=LoR1ANÓ1>oL1s _
sc
UNIVERSIDADE FEDERAL
DEASANTA
CATARINA
CENTRO
DE
FILOSOFIA
E
CIENCIAS
HUMANAS
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
PSICOLOGIA
CURSO
DE
MESTRADO
UM
l‹`.S"I`llI)O I‹`,XPI,()R/\~TÓRIOSOBRE
O
INTERCÂMBÍO CULTURA
L
COM
A
CONTRIBUICAO
DA
PSICOLOGIA
lN'l`ERCUL'lt`URAI, .EDA
EDUCACAO
INTERCUIÍFURAI,
Andréa
Simões
Sebben
Dissenaçao
apresentada aoPrograma
dePós-Graduação
em
Psicologia,
do
Centro de Filosofiae Ciências
Humanas
daUniversidade Federal de Santa
Catarina,
como
parte dosrequisitos para a obtenção
do
título
de
Mestre. IPrograma
de
Pós-Graduação
em
Psicologia
-
Mestrado
UM
ESTUDO EXPLORA
TÓR10
s0BRE
0 INTERCÃMBIO
CULTURAL
COMA
CONTRIBUIÇÃO
D4
Ps1coLoG1A
INTERCUL
TURAL
E
DA
ED
UCA
ÇAo
INTERCUL
TURAL
Andréa
Simões Sebben
Dissertação defendida
como
requisito básico paraobtenção de
Grau de Mestre no
Programa
de Pós-Graduação
em
Psicologia-
Mestrado,Área de
Concentração Psicologia e Sociedade e aprovada pela
Banca
Examinadora composta
pelos seguintes professores:m*aW-»z<
f¬WM
õf*Maria
Jur cyTon
ii SiqueiraCoordenadora
do Curso
Banca
Examinadora:¿@/l_(§\/vw
wâz
Prof*
D
Maria
Juraã
Toneli Siqueira(UFSC)
Orientadora
"
, i, l
./)%@‹,‹z1@z`Ç>
P
of. ,Gg _g_rge Caste á Sarriera(PUC-RS)
/Í
gwyím
-E
J
Pro _ r. J e
Gonçalves Medeiros
SC)
i
AGRADECIMENTOS
Meus
sinceros agradecimentos ao querido professorDavid
Lackland
Sam
por todocarinho e atenção dispensados durante este trabalho.
E
também
ao estimado professorJohn
Berry.Uma
vezconhecendo
a presençaenvolvente
de
ambos
falando sobre cultura, encontro ecompreensão
entre os povos,influenciaram
minha
trajetória proñssional deuma
maneira incorrigivelmente apaixonada.A
todos intercambistas, familiares e famílias hospedeiras, envolvidos neste processo.Eles
sabem
maisdo que ninguém o
legado profundo ecomovente que
nos ofereceo
encontro intercultural.
Aos
colegasda
Educação
Intemacionalque
me
auxiliaramna
reunião destesintercambistas:
American
LifeExperience
- PortoAlegre/RS
Central
de Intercâmbio
- PortoAlegre/RS
eAraçatuba/SP
Connection Line
-São Paulo/SP
Friends in the
World
-São Paulo/SP
IES
-São Paulo/SP
POOL
- Vitória/ESSTB,
Porto
Alegre/RS,São Paulo/SP
e Florianópolis/SCStudy
and Adventure
-São Paulo/SP
World
Study
- Porto Alegre/RS,Manaus/AM
e Brasília/DFYázigi International - Porto
Alegre/RS
eSão
Paulo/SP
Também
aos parceirosque
acreditaram neste trabalho desde seus primeiros passos,abrindo as portas de suas empresas,
dando o
incentivo e estímulos necessários paraque
ele se
tome
cada vez melhor:Átila Amigliari,
Beto
Comte, Caren
Hahn,
Carla Mussoi,
CristinaMaenaka,
Denise
Pires,
Eduardo
Alves,Eduardo
Asterno,Jorge Antônio,
Lais Eira,Laura Avezum,
Marcela Amaral, Maria
Inês Grasso,Oswaldo
Tavares
eVera Amaral.
Muito
Obrigada.
,,Assim
como
Carlos,Eva, Genoveva,
Gisele e Jasylene, irmãozinhos hospedeirosda
Ilhade Santa Catarina.
Marcelo
Thomas,
meu
amado
marido,que nunca
me
impediu de partir,E, naturalmente, à tríade poderosa
que
me
auxiliou.Não
poderia deixarde
pelo
exemplo
que, cadaum
deles, por si só, foiem
minha
vida:Professor José
Gonçalves Medeiros
-uma
pessoa, por definição,comprometida
com
aciência -
mesmo
que isso exija horas de correção e orientação de pesquisas.Professor
Jorge
Castellá Sarriera~
pessoa especialíssima,um
exemplo
de que aintercultura torna as pessoas melhores, mais éticas, mais solidárias.
E, Qvor supuesto./,
minha
“super orientadora”,Maria
Juracy
Toneli Siqueira,que
quaseno
fim
da viagem,hospedou-me
com
generosidade, confiança e dedicação exemplar.Ill
DEIMCATÓRIA
Dedico
este trabalho aomeu
amado
filhinho, aindano
ventre,com
seuspequenos
2meses
Que
eu possa ser pra ele - sempre - a melhor hospedeira.Que
ele sejaum
intercambistatambém
que saiba
comemorar
a vida e viajar por elapor
onde
quisercomo
quiser equando
quisere que assim, ele possa ser feliz
O
homem
nasce
três
vezes
›
em
sua
vida:
Ele
nasce
de sua
mãe,
nasce de seu pai
e,
finalmente,
nasce
de seu próprio eu
mais
profundo,
ao
viver
em
outro
país....Talvez
o
intercâmbio
cultural
seja
o parto
doloroso
V
sUMÁmo
INTRODUÇÃO
... .. 01CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
... .. 11Educação
Intercultural ._ ... ..11 Psicologia Intercultural ... .. 15 Treinamento Intercultural ... ._23MARCO
TEÓR1co
... ..2sEmigração
e identidade ... ..28Emigração
e retorno ... ...31A
dificuldadedo
retorno ... ..34 Aculturação ... . . 36 Aculturação psicológica ... ..37Adaptação
... _ . 39 Estrutura de aculturação ... ..4OMÉTODO
... ..45 Sujeitos ... ..45 Instrumentos / Procedimentos ... ..54 Análise deDados
... ..63RESULTADOS
... ..65 ResultadoQ1Pais
... ..65 Resultadosdo
Q1.I ... ..69 Resultadosdo
Q2.I ... ..73 Resultadosdo
Q3. I ... ..79 Resultadosdo
Q4.I ... ._84ANALISE E
DISCUSSAO
Análise e discussão
do
Ql
.Pais ... ..9OAnálise
do
Q1.I ... ..98Análise dos Q2.I,
Q3.1
e Q4.I ... .. 102Os
sintomas psicossomáticos ... .. 109Os
recursos pessoais de adaptação ... .. 110As
estratégiasde
aculturação escolhidas ... .. 11 1 Estarou
não preparado para fazer intercâmbio ... .. 114O
quemudou
no
modo
de ser ... ..115Os
momentos
mais dificeis/ pessoas mais importantes ... ..l17A
saudade ... ._ 1 18coNcLUsAo
... .. 1 19Vll
LISTA
DE
ILUSTRAÇÕES
LISTA
DE TABELAS
Tabela 1. Participantes brasileiros
em
intercâmbio cultural por ano ... ..OlTabela 2. Tipos de programas procurados por preferência etária ... ..O2
Tabela 3. Percentual de escolha por países de preferência ... ..O2
Tabela 4. Distribuição dos intercambistas brasileiros por faixa etária. ... ..O2
Tabela 5. Tipos de programas e respectiva duração ... ..O3
Tabela 6. Distribuição dos intercambistas por cada etapa da pesquisa ... ..45
Tabela 7. Distribuição dos intercambistas por sexo ... ..46
Tabela 8. Distribuição dos intercambistas por faixa etária ... ..47
Tabela 9. Distribuição dos intercambistas por estado brasileiro de
origem
... ..47Tabela 10. Frequência de sujeitos
com
suas respectivas escolhas por países hospedeiros ... ..47Tabela ll. Distribuição de intercambistas
no
exterior segundo otempo
de permanênciado
programa
... ..49Tabela 12-. Distribuição dos pais dos intercambistas por faixa etária ... ..49
Tabela 13. Distribuição dos pais dos intercambistas por sexo ... ..5O Tabela 14. Distribuição dos pais dos intercambistas segundo
o
estado brasileiro de origem ... ... ..5O Tabela 15. Distribuição dos pais dos intercambistas segundo a profissão ... ..5l Tabela 16. Intercambistas que receberam/não receberam Treinamento Intercultural ... ..52Tabela l7. Distribuição e retorno dos questionários aos sujeitos
da
pesquisa ... ..53Tabela 18. Freqüência e porcentagem
de
respostas afirmativas e negativas dos pais sobre sesentirem preparados para enviar
0
filho para fazer intercâmbio. . .Tabela 19. Freqüência e porcentagem de respostas dos pais sobre suas razões para
estarem (ou não) preparados para enviar seus filhos para fazerem intercâmbio...
... ..65
Tabela 20. Freqüência e porcentagem de respostas dos pais sobre os sentimentos
relatados pelos pais na etapa pré-embarque
da
pesquisa. ... ..66Tabela 21. Categorias de respostas e suas respectivas freqüências e porcentagens à
questão 1
“Como
você
imaginaque
vai ser o intercâmbio de seu filho?” ... ..67Tabela 22. Categorias de respostas e suas respectivas freqüências e porcentagens para a
pergunta: “Para seu filho,
como
está sendo participar deum
intercâmbio?” ... ..67Tabela 23. Freqüência das expressões
que
os pais disseram aos filhosna
hora dapartida ... ..68
Tabela 24. Categorias de respostas dos pais e suas respectivas freqüências para a questão:
“Faça
uma
avaliação sobre a validade desse tipo de trabalho para a preparação de pais eintercambistas
no
período pré-embarque” ... ... ..68Tabela 25. Freqüência e porcentagem de sujeitos e respectivos sentimentos relatados na
etapa pré-embarque da pesquisa ... ..69
Tabela 26. Freqüência e porcentagem de sujeitos e suas expectativas à respeito
do
intercâmbio na etapa pré-embarque para a questão:
“Como
vai ser seu intercâmbio? Cite 4aspectos positivos e 4 aspectos negativos da experiência” ... ..7O
Tabela 27. Categorias encontradas e suas respectivas freqüências para a pergunta: “Para seus
pais,
como
está sendo sua participaçãonum
intercâmbio?”. . .... ..71
Tabela 28. Freqüência e percentual de respostas afirmativas e negativas dos adolescentes
sobre se sentirem preparados para fazer intercâmbio ... ..71
'l`abela 29. Freqüência e percentual de respostas dadas pelos adolescentes sobre suas razões
para estarem (ou não) preparados para _ fazerem intercâmbio..
...
Tabela 30. Distribuição dos graus de dificuldade vividos pelos intercambistas nas áreas de
avaliação
no
periodocompreendido
entre o 1° e o 4°mês
de estadiano
país hospedeiro,IX
Tabela 31. Freqüência e percentual de sintomas psicossomáticos
mencionados
pelosintercambistas
como
tendo ocorrido entre o 1° e o 4°mês
de estadia no paishospedeiro ... ..75
Tabela 32.. Freqüência e percentual de intercambistas às suas respectivas respostas à questão
“Quais recursos de adaptação
você tem
utilizado para superar esses problemas'?”,no
períodoentre o 1° e o 4°
mês
de estadiano
exterior. ... ..76Tabela 33. Distribuição das médias das estratégias de aculturação escolhidas pelos
intercambistas
no
periodocompreendido
entre o l° ao 4°mês
de estadiano
país hospedeiro..... ..76
Tabela 34. Freqüência e percentual de sujeitos e suas respectivas respostas sobre aspectos
que mais sentem falta durante seu intercâmbio
no
período entre o 1° eo
4°mês
de estadiano
exterior ... ..;~...78Tabela 35. Freqüência e percentual de sujeitos que
respondem
sobre a possibilidadedo
Treinamento Intercultural tê-los ajudado nesse periodo
do
intercâmbio entre o 1° e 4°mês
deestadia
no
exterior e suas respectivas justificativas ... ..79Tabela 36. Distribuição dos graus de dificuldade vividos pelos intercambistas nas áreas de
avaliação
no
períodocompreendido
entre o 5° eo
10°mês
de estadiano
paíshospedeiro, segundo os próprios sujeitos ... ..8O
Tabela 37. Distribuição das médias das estratégias de aculturação escolhidas pelos
intercambistas
no
períodocompreendido
entre o 5° eo
10°mês
de estadiano
paíshospedeiro. ... ..81
Tabela 38. Freqüência e percentual de respostas dadas pelos intercambistas à questão:
“Quais recursos de adaptação
você
tem
utilizado para superar esses problemas?” entre o 5°e 10°
mês
de estadiano
país hospedeiro ... ..83Tabela 3.9. Freqüência de sujeitos e suas respectivas respostas sobre aspectos que mais
sentem falta durante seu intercâmbio
no
período entre o 5° e o 10°mês
de estadiano
paíshospedeiro ... . .
84
Tabela 40. Distribuição dos graus de dificuldade vividos pelos intercambistas nas áreas de
avaliação
no
retorno ao Brasil,segundo
os próprios sujeitos ... ..84Tabela 41. Freqüência e percentual de adolescentes
com
suas respostas afirmativas enegativas sobre se sentirem preparados para fazer intercâmbio e as respectivas justificativas
percentual
de
intercambistas e suasque
mudou
no
seumodo
de ser após terem feito intercâmbio ... ..86Tabela 43. Freqüência e percentual de intercambistas e suas respectivas respostas sobre os
momentos
mais dificeis durante todo seu intercâmbio ... ..87
Tabela 44. Freqüência e percentual dos intercambistas para as respostas sobre as pessoas
que
mais lhe ajudaram durante o intercâmbio ... ..88
Tabela 45. Freqüência e percentual de sujeitos e suas respectivas respostas sobre os aspectos
que
mais lhechamaram
atenção sobre aEducação
Intercultural durante seuintercâmbio ... . _ 88
Tabela 46. Freqüência e percentual de sujeitos e suas respectivas respostas sobre o por
quê o
\l
LISTA
DE
FIGURAS
Figura 1.
Cronograma do
Treinamento Intercultural aplicadoem
70
sujeitos destapesquisa ... ..27
Figura 2. Estrutura de Aculturação (Berry, 1992) ... ..41
Figura 3. Estratégias de Aculturação de Berry et alli (1988) ... ..43
Figura 4. Questionário aplicado aos adolescentes na etapa pré-embarque ... ..55
Figura 5. Questionário aplicado aos adolescentes na etapa
compreendida
entre o 1° e o 4°mês
de estadiano
país hospedeiro ... ..57Figura 6. Questionário aplicado aos adolescentes na etapa
compreendida
entreo
5° e os 10°mês
de
estadiano
país hospedeiro ... ..59Figura 7. Questionário aplicado aos adolescentes na etapa de
retomo
ao Brasil ... ..59Figura 8. Questionário aplicado aos pais na etapa pré-embarque ... ..6O Figlra 9. Lista de sintomas psicossomáticos aplicada nesta pesquisa de acordo
com
o Psychologicaland
SomaticSymptoms
Scale (Sam, l99lb) ... ..62Figura 10. Sentenças originais
do
Acculturation Altitude Scales (Berry, 1992) aplicadas nesta pesquisa ... ..62Figura 11. Sentenças adicionadas ao Accu1turatz`onAttítude Scales (Berry, 1992) aplicadas nesta pesquisa ... ..63
Figura 12.
Médias
dos grausde
dificuldade encontradosem
diferentes áreas duranteo
intercâmbiono
períodocompreendido
entre o 1° e o 4°mês
de estadia no país hospedeiro ... _ .74 Figura 13. Estratégias de aculturação escolhidas pelos intercambistas durante os quatro primeirosmeses
de estadiano
país hospedeiro ... ..77Figura 14.
Média
dos graus de dificuldade encontradosem
diferentes áreas duranteo
intercâmbio no períodocompreendido
entre o 5° e o 10°mês
de
estadiano
país hospedeiro ... . .80
Figura 15. Estratégias
de
aculturação escolhidas pelos intercambistas entreo
5° eo
10°mês
de estadiano
país hospedeiro ... ..82Figura 16.
Média
dos graus de dificuldade encontradosem
diferentes áreas durante0
xiii
RESUMO
O
presente trabalho investigou as diferentes etapas deum
programa
de intercâmbiocultural, à luz dos pressupostos da Psicologia Intercultural e da
Educação
Intercultural, afim
de averiguar quais estratégias de aculturação são utilizadas pelos intercambistas eformas de otimiza-las.
Foram
aplicados questionárioscom
o suportedo
WHO
Cross-National Survey (Sam, 1994a) Stressful Acculturation Experience (Sam, 1991c)
Acculturation Attitude Scales (Berry, 1992) e o Ethnic Self-Identity (Drieger, 1976).
Os
dados levantados
permitem
identificar as expectativas de pais e intercambistasno
período pré-embarque e a realização dasmesmas
no período decorrente e ao finaldo
intercâmbio(aquisição lingüística, tornar-se mais responsável, independente, flexível, tolerante); os
sintomas psicossomáticos presentes nos primeiros
meses de
adaptação (excessode
sono,cefaléia, dor nas costas, irregularidade intestinal);
bem como
as áreasonde
se concentram as maiores dificuldades (adaptação às regrasdo
hospedeiro, alimentação, diferençasculturais e idioma) e os recursos utilizados pelos adolescentes para superá-las. Dentre as
estratégias de aculturação formuladas por Berry, encontramos nos resultados da pesquisa
ABSTRACT
The
following paper investigates the different phasisof
a cultural exchange process usingthe Intercultural Psychology and Education theories, in order to study the adaptation
resources used by exchangees and their potential optimizations. Questionaries have been
applied with the support of
WHO
Cross Cultural Survey (Sam, l994a) StressfulAcculturation Experience (Sam, 199lc) Acculturation Attitude Scales (Berry, 1992) e o
Ethnic Self-Identity (Drieger, 1976).
The
data obtainedaloow
us to identify theexcpectations of the parents and exchangees in the pre-departure period and the
consequences
of
these excpectationswhen
they take place duringand
after the exchange(as linguistic acquisition,
becoming
more
responsible, independent, flexible, tolerant); thepsycossomatic
sympthoms
seen in the firstsmonths
of adaptation (sleepness, headache,back
pain, intestinal irregularity); as well as the areaswhere
themore
important difficultiesare found (adaptation to the host rules, cultural diflerences
and
language) and theresources used
by
teenagers toobvercome
them.Among
Berry's acculturation strategies,we
found separation in the host comunity asbeen
themost
used strategyby
the researchIN'rRoDUçAo
A
participaçãoem
intercâmbios culturaistem
sido tratadacom
distanciamento porparte da psicologia, sobretudo
no
Brasil,onde o
número
de jovensque decidem
fazer partede
um
programa
de intercâmbio culturalvem
aumentando
consideravelmente. Entre1990
a1997 esse crescimento de participantes chega à
marca
de400%
de aumento.Nunca
tantosbrasileiros estiveram participando de intercâmbiosiculturais
como
atualmente.Os
números
fornecidos pela
BELTA
(Brazilian Educationaland
Language
Travel Associatíonf,uma
associação
que
reúne as principais empresas de intercâmbiodo
país, ilustram essecrescimento,
como
pode
ser visto na Tabela 1:Tabela 1
Partici antes brasileiros
em
intercâm 'o culturalpor
o._ ..-t..,...--.,...-...A-.¬.W..,...,.lt{.š.12êL3§it>.fatt‹ê.$1....,,-”...-...t.~... 1990 12.000 1992 18.000 1995 35.000 1996 45.000 ¿g_z ó0.000
A
Os
programas
são os mais variados, desde cursos de línguas de poucas semanas atégrandes programas
como
MBA2
ou
doutoradosno
exterior.A
gama
de
produtos oferecidostem
também
aumentado
proporcional àdemanda
do
públicos.Em
termos de preferência, os programas são assim procurados(BELTA,
1997)como podem
ser vistos nas Tabelas 2 e 3:l
Azevedo, Adélia. (Comunicação pessoal, 20 de novembro de 1998, São Paulo).
2
Master in Business Administration Programme.
3
Cursos de idiomas Cursos de idiomas 20 Universidade/ extensão l5 High school Outros 10 45 (30 a 50 anos) (18 a 30 anos) (adultos e adolescentes) 10 (adultos e adolescentes) (adultos e adolescentes) 1Q9_,_________,__-._. _ . ,
Fome;
BELTA,
(1997) "Os
países de preferência dos brasileiros para programas de intercâmbio sãoTabela 3 l2§L.9§ntL1âl,.;49,9§99lb.â1295,P;ɧ§§_<1§,12£9€9_1;Êim-_, _..._,...-.¬,v... ._ .z ...e..,_¡_.,É,L.;._..,,. Países escolhidos .-¬._‹ --¬f›¬.¬.¬-~‹‹‹‹,-.«...«z.¬«fl¬»¬.¬fz.¬.fz--‹..¬...., -‹. ...._ ...r-¬ . ¬¬¬_ Estados Unidos 43,0 43,0 Grã-Bretanha Austrália Espanha França Outros M ._,..,,_,,lQQ____,_,,,,..,.__ 1 M , "_ Fonte:
BELTA,
(1997) Tabela 4Em
termos de distribuição etária, tem-se a seguinte situação (Tabela 4)%
Faixa etária dos intercambistas
12 - 17 anos 18 - 25 anos 26 - 30 anos 3 1-45 anos + 46 anos 30,0 40,0 15,0 10,0 5,0 109...__._._.___
Fome;
BELTA,
(1997)Os
programas escolhidos variam de acordocom
o objetivo, a possibilidade de permanência e a faixa etáriado
participante. Atualmente estes são os mais oferecidos pelo3
Tabela 5
_Ti _...“...I?S?...P..- sde rograrna .-,,---W._v_r¬..._« ,_ _ . _¬ Ílfempomedio , . -W e.. depermanência ..-- _..-_¬.a_-..--
Extensão/universitários 96 semanas
High school 20 a 40 semanas
Cursos de idiomas 5 semanas
...CarSa.<2s.¿,<1,iarf¿ê.$a2ê¿@,.ꋧel@âf¿ë¿r.êâ..3..§§.z¿ê2.=a,.,.,..W...,...m-,...- -
Fonte:
BELTA,
(1997)A
partirda
década de 1980,houve
um
crescimento significativo da migraçãd'voluntária de brasileiros ao exterior. Trabalhos
como
de Assis (1995) ilustrambem
essesmovimentos,
como
a emigração crescente ocorridaem
Govemador
Valadares nesseperíodo.
Porém,
a partir desta época,um
rigor maiortambém
por parte das fronteirasestrangeiras,
onde
notícias de pessoas sendo barradas nos Serviços deMigração Americano
e
em
alguns países da Europa, sobretudo Portugal,deu
início aum
“carretelsem
fim”
deacontecimentos
do
gênero, sendo a autora deste trabalho protagonista deum
episódio destetipo.
Mesmo em
situações determinadas e organizadas,como
nos casos de intercâmbiocultural,
onde
escolas são previamente escolhidas e familias esperam adolescentesno
aeroporto, alguns intercambistass
acabam
retornando.Potlc-se dizer, lznnl›ém, que até hoje, rt tlcspcilu dos avanços tecnológicos dos meios
de transporte,
da
internet e os acessos de comunicação, o intercâmbio cultural continuasendo visto
como uma
“aventura” de adolescentes idealistas. Talvez por isso, por essa4
Algumas definições cabem ser esclarecidas neste momento.
No
Dicionário Aurélio (Ferreira,1975) , otermo emigrar e definido como “deixar
um
pais para estabelecer~se ern outro”, não fazendo nenhumareferência ao tempo de estabelecimento. Emigrante como aquele que emigra, quem sai do pais. Já o termo
imigrar é definido como entrar
num
país estranho para nele viver, e imigrante como aquela pessoa queimigra.
Ou
seja, conceito que dependem do ponto de vista no qual vamos nos referir ao sujeito, como aqueleque chega ao país estranho (imigrante) ou aquele que sai de seu país natal (emigrante).
5
O
conceito de intercambista não estabelece diferença
com
imigrante ou emigrante (ver tennos já definidosem
nota de rodapé) nesta dissertação. Intercambista é toda pessoa que sai do país e estabeleceum
encontrointer-étnico,
uma
trocacom
a cultura hospedeira, independente de estar participando de intercâmbiosingenuidade
de
principiante, jovens de todo o país saiam para fazer intercâmbiocom
a idéiade sairem
em
viagem
de férias,sem
a devida noçãodo que
os espera lá fora. Esta falta depreparo
pode
acabar prejudicando os planos de vidano
exterior.Participar de
um
intercâmbio cultural éum
processoque
inicia muito antes dapartida
no
aeroporto.Os
adolescentes e seus familiaresficam
meses
em
busca deinformações, das melhores agências, dos melhores programas. Entre a idéia de fazer
intercâmbio e estar matriculado verdadeiramente
num
programa decorrem
muitos meses, epara alguns, inclusive, anos.
Com
certa freqüência, pais emães optam
por postergar a data de saída de seusfilhos, alegando
que
“ainda falta-lhes maturidade”,porque
éépoca
de vestibularou
simplesmente
porque
nãotêm
certeza se o adolescente está realmente preparado.Por
isso,para alguns jovens,
o
plano de partir é acalentado durante anos, até os pais estaremconvencidos de
que
o filho realmente quer ir e já solidificou bastante sua idéia.Após
esteperíodo de reflexão e decisão
começam
os preparativos para os embarques.A
presentepesquisa incide sobre
um
programa
bastante específico-
high school (ensinomédio no
exterior) que obedece apenas duas saídas por ano: agosto
(quando
inicia o ano letivona
maioria dos países hospedeiros
como
os EstadosUnidos da
América, Inglaterra,Nova
Zelândia, Austrália e outros países da Europa);
ou
janeiro(quando
inicia osegundo
semestre'
do
período letivo nestesmesmos
países).Assim que
as matrículascomeçam,
quase seis
meses
anteriores ao embarque, inicia-seum
novo
período de preparativos e despedidas.Fazer intercâmbio envolve todas as pessoas
que
estãoem
contatocom
o
adolescente: seus pais, parentes, amigos,
namorados
e namoradas.O
esforço dedicado para5
que o
jovem
possa participardo programa
e para que “se adapte, aproveite, e seja feliz”(ensejo verbalizado por todas as pessoas
que
ficam)
é imensurável.No
entanto, para muitos,viver no exterior acaba tornando~se
um
fardo,uma
obrigação a cumprir,um
desafio paraalém de suas forças (Sebben, 1994;
Furnham
e Bochner, 1986;Kim
e Gudykunst, 1988).A
volta,
ou
oretomo
prematuro destes intercambistas, traz muito sofrimento, não só paraeles,
mas
para todos aqueles que estiveram esperando por eles. Sentimentos de derrota,fracasso, menos-valia, vergonha, culpa (Camilleri, 1998; Berry, 1992) entre tantos outros,
permeiam
o imaginário dos intercambistasquando percebem
quenão
estão conseguindo realizar seu propósito.Estudar tais sentimentos, buscar quais fatores
podem
levar o intercambista auma
integração saudável e enriquecedora
com
o
país hospedeiro, quais fatorespodem
protegê-lode possíveis stress aculturativos
ou
problemas de adaptação(Youth
Research, 1986;Petracchi, 1994; Nigris, 1996;
Sam,
l991a) parece constituir-seem
tarefa relevante para aciência social. Interrogar-se e ir
em
busca de respostas para os retornos prematuros, paraque
os adolescentespossam
ser encorajados apermanecerem
durante seu intercâmbio e, aomesmo
tempo, sentirem-se aceitos, adaptados e organizados psíquica e socialmente sãotarefas necessárias para que a pesquisa nesta área possa aprofundar-se e trazer para a
psicologia
um
novo
campo
de investigação e intervenção.Os
resultados deste tipo deinvestigação
poderão
servir para centenas de jovens que partem anualmente paraintercâmbios culturais, assim
como
para toda e qualquer pessoaque
seproponha
a sair deseu país para viver
em
outro, sejaem
casos de intercâmbio, cursos, trabalhos temporários,ou
quaisquer outras atividadesno
âmbito intercultural.Na
realidade, tratam-se de processosadaptativos
que
estão engendradosem
inúmeras situações nas quaiso
sujeito é levado aNo
esforço sadio deromper
suas fronteiras, suas limitações, preconceitos,inseguranças e barreiras culturais, nasce
um
novo
indivíduo.Ao
decidir participar deum
intercâmbio cultural o
jovem
procura conhecer outras pessoas, fazer amizades, viajar,sem
saber que, sobretudo, irá ao encontro de si
mesmo.
Auto~conhecimento, reflexão,um
repensar permanente sobre suas percepções, sobre seu
modo
de comunicar, pensar e agir,são tarefas implícitas
no
processo de intercâmbioque
muitas vezespassam
desapercebidasao jovem.
O
fato de ser o intercâmbiouma
experiência transformadora constante,associada a
um
processo demudanças
no âmbitodo
pensamento, não foi ainda assimiladopelo futuro intercambista. Ele, ao se transladar, está circunscrito a
uma
realidade nova,um
pais diferente,com
pessoas diferentes, "onde
seu papel na sociedade e nanova
famíliatambém
será diferente.Os
intercambistas,convém
ressaltar, são indivíduos que,repentinamente, estarão separados de tudo o que lhes é familiar.
De
que
existeum
crescimento eum
enriquecimento pessoal durante o intercâmbio,não há dúvidas. Basta ouvirmos os relatos dos “returnees” e veteranos
ou
daruma
olhadela \para as agências de intercâmbio cujos diretores são, na sua grande maioria, ex-
intercambistas.
Mas
os resultadosvão
alémdo
plano individual e estendem-se ao coletivo.Ao
aprender a aceitar e a convivercom
a diferença,ao
se sensibilizarcom
as minorias (porsentir-se parte delas
quando
se encontra sozinho,no
exterior) ao suplantar seuspreconceitos e pudores e dar-se conta da interdependência e
da
necessidadeque
temos
unsdos outros,
uma
noção nova
de realidadepode
nascer nesse indivíduo.Uma
noção
decidadania e
de
responsabilidade social.Uma
das grandes vantagens de desenvolver essanoção de responsabilidade é tomar-se sensível a todos os seres, independente de cor, raça,
credo, religião
ou
nacionalidade. Esses jovens voltam, na sua grande maioria,com
um
7
exterior, voltam e
procuram
“retomar”ao próximo
- ao seu vizinho, sua irmã mais velha,seu jardineiro, sua
empregada
doméstica - a solidariedadeque
lhes foi oferecida.Além
do
que, ao avaliarem a
nova
realidadeque
encontram ecompararem
àquela deixada para trás,uma
conclusão inevitável desponta: a de que todossomos
iguais.Dessa
maneira,uma
nova forma
de cidadania parece nascer, segundo a qual os individuos poderão estarseparados por nacionalidades,
mas
unidos porum
lastrocomum
de
solidariedade e ética.Do
ponto de vista profisisonal, as conseqüênciasdo
intercâmbiotambém
farãopresença
no
futuro desses jovens, através de suas escolhas e oportunidades profissionais.Cada
dia mais as empresas nacionais e intemacionais, assimcomo
órgãos públicosdo
país,requerem no
seu quadro funcional jovenscom
experiênciano
exterior, por entenderemque
essas pessoas
têm
perfil arrojado, de iniciativa, flexibilidade e criatividade.Finalmente,
do
ponto de vista familiar, os pais sentem juntamentecom
seus filhos, olegado
que o
intercâmbiotem
a deixar.Passam
por experiências semelhantes ao sedepararem
com
o
desconhecido e as insegurançasque
a ausência prolongadade
seu filho traz. Para muitas famílias, esse éum
aspecto que gera profundo sofrimento, logocompensado
pelas conquistas e vitóriasque
o filho alcançará.O
grande alento, para estespais, é saberem que estarão deixando ao filho
uma
herança inestimável: terem apoiado eoportunizado
uma
experiência enriquecedora válida por toda vida.É
dificilum
trabalho de pesquisa estar distante de seu autorou da
vida dele: Begniniinspirou-se
em
seu pai (que esteveem
campos
de refugiados por ser judeu) para dirigirLa
vita è bella (1998) tanto quanto Tajfel (1979)
ou
Adomo
(1994) orientaram-se peloshorrores de guerra dos quais
foram
testemunhas. Grinberg e Grinberg (1990) são argentinose escreveram “Psicoanalisí dell' emigrazione e dell'esilio” (1990) depois de terem vivido
Literatura, 1993) escreveu “A língua absolvido",
um
romance
sobreum
viajante e ospercalços da adaptação
com
as lembranças de seu própriotempo
de infância e adolescência,quando acompanhava
seus pais da Bulgária (seu país de origem) à Inglaterra, à Áustria e àSuíça.
A
trajetória desta autora iniciouem
1990,quando
participou de intercâmbio culturalpela primeira vez. Durante dois anos esteve estudando psicologia
na
UniversidadeComplutense
deMadrid
e as primeiras questões surgiamem
fomia de interrogação:Por que
os brasileiros
eram
vistos de maneira tão difamada na cidade?Por que
a guetização dealguns amigos,
em
bairros particulares? Quais as causas da dificuldade de entrosamento eaceitação
no
campus,onde
os brasileiroseram chamados
pejorativamentede
"sudacas(alusão aos latinos)?
Por
que alguns brasileiros recusavam-se a aprender espanhol?Em
1992, terminado0
período letivo, a autora vai paraRoma,
novamente
em
programa
de intercâmbio (ragazza alla-pari): outraforma
de viver ecompreender
o
mundo.
Um
país cuja acolhida e recebimento pareceram-lhe notáveis. Pessoas calorosas,afetivas, comunicativas
no
convívio.Porém,
nem
todos brasileiroscomungavam
damesma
opinião
da
autora.Novas
questões surgiamem
sua mente:Por que
estava tão feliz lá eoutras pessoas não? Quais razões faziam
com
que
procurasse mais italianosque
brasileiros?Por que
alguns brasileirosrechaçavam
tão ferozmente as características dos italianossemelhantes às nossas?
Em
1994, a autoraretomou
àMadrid
paratomar
conhecimentode
dois centrosassistenciais: 0 Centro de acogida
a
refugiadosy
exilados e o Caritas.Qual
a surpresa aoencontrar naqueles imigrantes sentimentos semelhantes entre si,
embora
os berços culturaisfossem tão distantes e diferentes. Quais sentimentos são universais aos seres
humanos,
sobretudo, aos
que
estão distantes por países e terras?9
Em
1995, ela ainda teve a oportunidade demorar
em
Louvain-la-Neuve (Bélgica) eentrar
em
contatocom
0
Centre des etudiant etrangers.Ao
todo,foram
alguns anos deconvívio
com
a cultura européia e outra percepção ainda lhe surpreendia:Como
eram
diferentes os belgas, dos espanhóis e dos italianos!
Mesmo
entre si, franco-fônicos eflamengos
eram
distintos,com
idioma, tradições, valores e condutas peculiares.'
De
volta ao Brasil, a autora desta pesquisa envolveu-seem
duas atividades que julgaterem sido fundamentais para definir sua escolha profissional pela Psicologia Intercultural e, consequentemente, pelo
tema
desta pesquisa. Nestes doisprogramas
ela estevetrabalhando durante 18
meses
como
voluntária:(A)
IC
YE
- International ChristianYouth
Exchange
O
ICYE
éuma
associação reconhecida internacionalmente,com
mais de60
comitêsao redor
do mundo.
Atualmente contacom
0
apoioda Comissão
Européia,no
projetochamado
European
Youth Exchanges. Através dessa Comissão,tem
desenvolvidoum
trabalho
chamado
Youth for Europe, destinado apromover
o desenvolvimento deintercâmbios culturais entre os jovens europeus.
O
primeiro passo foidado
em
1990,através
do documento
Young
People
in theEuropean
Community
e, posteriormente,em
1993, através da aceitação
do
Parlamento Europeu, o projeto estendeu-se para os paísesnão-membros
da comunidade.(B)
EUROPEAN YOUTH
CENTRE
Essa instituição lançou a
Campanha
da juventude
européia contra o racismo, xenofobia,anti-semitismo e intolerância,em
outubro de 1993. Através dessacampanha,
monitores interculturais
foram formados
nos mais diferentes países europeus demodo
aApós
estas experiências relacionadas aos intercâmbios culturais, a autoracomeçou
a utilizar estes conhecimentos e técnicas aquino
Brasil,no
ano de 1996, através de sua empresa,chamada
"InterculturalT
rainingõ - Consultoriaem
Educação
Intercultural",trabalhando
com
intercambistas e seus familiares.Desde
então,aproximadamente
1200pessoas envolvidas
com
a experiência da separação, da saudade,da
distância edo
encontrointercultural passaram por ela, seja nos Treinamentos Interculturais de preparação para a
partida,
como
deacompanhamento ou
de adaptação ao retorno ao Brasil, propiciando-lheum
relacionamento intenso e permanentecom
esses jovens e seus familiares.Por
essa razão,surgiu o interesse e a possibilidade de entrar
em
contatocom
eles para a realização dessapesquisa.
A
pergunta central dessa investigação é:“Os
adolescentes brasileiros, durante seu intercâmbio cultural (high school)têm
conseguido alcançar a integração
em
seus países hospedeiros?”Teve-se
como
objetivos:0 identificar -e descrever os sentimentos
comuns
aos intercambistas durante as diferentesetapas
do
programa;0 identificar e analisar as estratégias de aculturação escolhidas pelos intercambistas.
6 Maiores infonnações sobre
o assunto podem ser requisitadas através do : Intercultural Training -
Consultoria
em
Educação Intercultural - Rua Ulisses Cabral 1300/ 1/604, Porto Alegre, RS,CEP
91330-520.ll
Conceitos
Introdutórios
Educação
Intercultural"O
mundo
émeu
país,e
a
humanidade,minha
família. ”Gandhi
Por
volta de 1950,começaram
os primeirosmovimentos no
sentido de se estudaremas motivações para a guerra e para a paz. Alguns cientistas sociais (Deutsch, 1949; Éollet, 1940) mostravam-se intrigados por perceberem
que
já se havia,no
passar de algumascentenas de anos, aprendido qual era o
caminho
para a guerra.E
para paz?Einstein previa qual seria a
má
utilização de seus conhecimentos e era francamentecontrário à corrida armamentista que se desenvolveu logo após sua descoberta da energia
atômica.
Em
1964, foi publicado o primeirojomal
a respeito-
Journalof Peace
Research,em
Oslo.O
Comitê
de Pesquisas para a Paz, fundadordo
jomal, deu lugar a outrosnovos
centros,
em
diferentes paises, e a missão desses pesquisadores foi clara e contundente:“O
pesquisador
da paz vem
definidocomo
aquele individuoque
contribuipara
o
nascimento ea manutenção
da
paz.” (Cobalti, 1985, p. 1 1) _Einstein,
embora
fosseum
dos idealizadoresdo
grupo, nelepennaneceu
porpouco
tempo,
masfoi
o expoente necessário para que omovimento
prosseguisse e fossetomando
rumo
até oque
se conhece atualmente.Com
a entrada daONU
(Organização dasNações
Unidas) através daUNESCO
(Organização dasNações
Unidas para Educação, Ciência e“paz e desenvolvimento”7.
Segundo
sua famosa declaração:“Dado
que
a
guerracomeça
na
mentedo
homem,
éna
mente do
homem
quedevemos
edzficara
defesapara
paz.”(Fowler e
Mumford,1995,
p. 308)Nessa
mesma
época, aUNESCO
deu início àchamada
Educação
para aPaz
(Cobalti, 1985) cujos objetivos foram futuramente direcionados a três áreas: Ética,
Educação
parao
Meio
Ambiente
eEducação
Intercultural, porcompreenderem que
0cidadão
do
futuro seria ético, ecológico e intercul-tural.Dessa
maneira, aEducação
para aPaz
dividiu-seem
três grandes áreas de atuação, sendoque
uma
delas e' aEducação
Intercultural.
A
Educação
Intercultural (Sebben, 1995) relaciona-secom
aEducação
Para aPaz
porque
vem
inverteruma
tendênciaque tem
profundas raizesna
históriado
mundo
ocidental,
onde
as guerrasem
defesa de nacionalismos radicais, crenças e diferenças étnicas,eram
sinais de evoluçãoda
humanidade.Bem
pouco
nos foi ensinado sobre os milhares de mortos e inocentes vitimizadosque
foram deixadoscomo
“lastro” dessa evolução.Ainda
hoje,
podemos
encontrar paisesque
seguem
suas sangrentas batalhasem nome
daintolerância, da crueldade e
do egoísmo que
sustentam essas perseguições.No
cenário histórico, pode-se dizer que os primeiros passosem
direção àEducação
Intercultural foram dados
no
final daSegunda Guerra
Mundial. Esses estudosforam
desenvolvidos para estabelecerem relacionamentos, se
não
positivos, aomenos
não-conflitivos
com
as populaçõesque
habitavam as zonasocupadas
pelo exército americano.Foram
utilizados, posteriormente,também
em
situações de caráter diplomático, comercial eturístico (Nigris, 1996).
No
âmbito dos intercâmbios culturais e intercâmbios estudantis, aestadunidense
AF
S (American Field Service) introduziu otermo Educação
Intercultural.7 Detalhes sobre os Planos de Ação da
UNESCO
poderão ser encontradosem
13
Em
1975,com
a fundaçãodo
INTERCULTURAL
eda
EFIL
(European
Federation forIntercultural Learning) o termo
Educação
Intercultural tornou-se conhecido entre os paísesda
América do Norte
e da Europa. Finalmente,em
1977, atravésdo Conselho Europeu
edo
CEDE
(CentroEuropeo per
l 'Educazzíone) foi realizadoo
primeiro curso de“Formação
aos Treinadoresem
Educação
Intercultural”, cujo encontro propiciou ván`ostrabalhos e publicações. Concomitantemente, as produções sobre o
tema da
aculturação, oconceito
de
cultural schock deOberg
(apud Castelnuovo e Risso, 1982) tão popularmentecomentado, adaptação/rejeição, percepção (Horvath-Lindberg e Miserez, 1994; Ting-
Toomey,
1989; Petracchi, 1994)começam
a aparecer na literatura pedagógica, social e antropológica.Já
no
queconceme
à transmissão cultural implicadano
processo de transformação social, aEducação
Interculturalvem
se desenvolvendo, seja pela pesquisa teórica (atravésda Antropologia,
da
Sociologia, da Ciência Politica eda
Psicologia Social) seja atravésda
pesquisa aplicada (experimentação
em
grupos de intercâmbio cultural,em
adolescentesestrangeiros
em
situações dehospedagem,
na escola elementar e secundária, entre outrosâmbitos).
Em
outras palavras,buscando
atender os objetivos circundados peloConselho
Europeu
e pelaComunidade
Econômica
Européia (Nanni, 1998, p. 76) estimulando aigualdade de oportunidades, o respeito por todas as culturas, a rejeição de atitudes
discriminatórias, racistas e xenófobas.
Considerando a Circular n°. 246, de 15 de julho de 1989,
do
Progetto Giovanni aEducação
Interculturaltem
como
objetivo estarbem
consigomesmo
num
mundo
que
sejamelhor; estar
bem com
os outros na sua própria cultura eem
diálogocom
outras culturas;estar
bem
nas instituições interculturaisque
nosconduzam
em
direção aum
mundo
globalizante. (Nanni, 1988, p. 112)
Portanto, pode-se dizer
que
aEducação
Intercultural buscapromover
a capacidadeterapêutica de convivência construtiva e saudável entre todos os indivíduos
-
sejam elesda
mesma
etniaou
de etnias diferentes,num
tecido intercultural e social ampliado. Issocompreende não
apenas a aceitação e o respeito à diversidade cultural,mas
também
.oreconhecimento de nossa própria identidade cultural, na cotidiana busca de diálogo e
crescimento, de
compreensão
e de colaboração,numa
perspectiva atualque
é ada
preocupação
com
a diversidade cultural.Através
do
ConsíglioEuropeo per
la Gíovenntú ,com
a Cooperazzíone allaSvíluppo Interculturalí, definiu-se alguns objetivos
da
Educação
Interculturalque
entramde
acordo
com
o
trabalho operativo de alguns psicólogos transculturais, quais sejam:(a)
fomecer
a cada pessoa horizontes de crescimento e autonomiano
contextoatual para reforçar a atitude
em
situações multiculturais dificeis, repensando aconstrução e a transmissão cultural
que vivemos
diariamente; (b) considerar acultura não
como
couraças de distanciamentoque
impedem
o crescimentopessoal
ou
para serem veneradascomo
santuários intocáveis,compreender
acultura (sua construção e transmissão)
como
processo vivo e dinâmico, relativoa cada grupo social, passível de
mudança
ede
preservação; e (c)compreender
os valores universais e pessoais, os
fundamentos
transculturais de cada povo, orespeito,
0
diálogo eo
empenho
necessáriosque
toma
possível pensar e viver ainterculturalidade hoje, não
com
indiferençaou
ignorância,`com confiisãoou
1.3
comprometidos
num
fiituro pacífico e livre deameaças
” (Nanni, 1998, p.18).
Embora
aEducação
Intercultural tenha seu berço na Europa,no
Brasil elacomeça
aaparecer
como
tema
de interesse e pesquisa, sobretudo por parte dos educadores.A
revisãobibliográfica brasileira foi bastante árdua, especialmente pela incipiência
do
tema. Algunsautores da área da educação,
como
Fischmann (1998) e Alves (1998)começaram
adespertar para o assunto
em
função dosNovos
Parâmetros Cuniculares,promovidos
peloMEC,
em
1997.De
fato, estes autorestêm
razão ao alargar os horizontes daEducação
Intercultural e trazê-la para
um
contexto mais próximo.Além
da
problemática migratóriaque
aEuropa
vem
enfrentando, esse tipo de educaçãopode
aparecerem
diversos âmbitosonde
os objetivos de tolerância,compreensão mútua
e interesse pela diversidadepossam
aparecer.
Somente
atravésdo
interesse de pedagogos, psicólogos, antropólogos e demaiscientistas sociais é que
poderemos
trazer para nosso país, e desenvolver aqui,uma
Educação
Intercultural voltada para os interesses deum
mundo
melhor
e, naturalmente, deum
Brasil melhor.Psicologia Intercultural
Na
obra de Castelnuovo e Risso (1982) encontramosuma
referência aum
quadropatológico
que
se desenvolveriaem
sujeitos distantes de sua terra natal:Heimweh
échamado
atualmente a doençado
país distante, os francesescostumam
chama-la de Maladiedu
Pays,ou da
escola grega conhecidacomo
melancólico, que produz
algum
vicio à nível cerebral, que se manifesta atravésde
um
desejo constante e violento de voltar à terra natal. (Castelnuovo e Risso,1982, p. 304).
O
diagnósticomencionado
data de1688
e é de autoria de Scheuchzer,que
prossegue na tentativa de aprofundar a descrição dos sintomas:
A
nostalgia deriva, segundomeu
parecer,de
uma
idéiafixa que
fazcom
que
osnen/os
do
cérebro seendureçam
seguindo sempreuma
única direção, depensamentos de
retomo
à pátria;uma
febre ardente,uma
grande angústia eaperto
no
coração e incidentes diáriosna
vida dos jovens estrangeiros; creioque
pode
ser da atmosfera, amodificação do
ar influenciao
sangue e os espíritosnervosos; a presença
da doença
se revela através deuma
tristeza contínua,constantes pensamentos sobre a pátria amada, sono inquieto
ou
insônia,insensibilidade para
fome
ou
sede, apreensão, batidas cardíacas arritmadas,freqüentes suspiros, febres altíssimas
que
às vezespodem
levar à morte.(Castelnuovo e Risso, 1982, p.304-6)
Em
1705, a idéia de nostalgia amplia-se rapidamente e Scheuchzer (apudCastelnuovo e Risso, 1982) relaciona a
doença
dos soldados suíços à distância dos Alpes: anostalgia poderia ser curada tão logo colocava-se o enfermo
numa
colina altaque
lembrasseos Alpes.
Em
1761, a doença agrava-senão
apenas entre os soldados suíços, os primeiros asofrerem de nostalgia,
mas
também
entre outros soldados europeusque
semoviam
dentro17
autópsias:
Nunca
vi oque
essadoença
faz ao corpo dos enfermos!Os
pulmões aderem
àpleura torácica,
como
se estivessemnum
gigantesco suspiro!Nada
mata
maisdo que
odesejo não satisfeito! . . .
O
desejo de voltarem à pátria,que nunca
se realizou(Castelnuovo e Risso, 1982, p. 310)
Já, Sauvages, da Faculdade de Medicina de Montpellier, conta
que
havia na Suíçauma
música tocada peloscamponeses
em
seus grandes trompeteschamada
Ranz
desVaches. Durante sua estadia
em
países estrangeiros, os nativoseram
terminantementeproibidos de toca-la, pois gerava torrente de lágrimas nos estrangeiros suíços, levando-os
muitas vezes à morte (Castelnuovo e Risso, 1982). Essas e outras informações são
encontradas a partir
do
DissertatioMedica
de Hofer, 1688, (apud Castelnuovo e Risso,1982) e
do
Avisau
peuple sur las santé, datado de 1761,em
Lausanne, Suíça.Encontram-
se aqui os primeiros fragmentos de trabalhos que relacionam saúde mental e cultura.
Outros dados
poderiam
ainda ser citadoss,como
o sofrimento da população africana, ao ser enviada ao Brasil por ocasião da exploração dos escravos,que
sofriamtambém
desta nostalgia, conhecida por banzo.Assim como,
posteriormente, os imigranteseuropeus durante o período de colonização que igualmente sofriam
em
suas viagens denavio e o período logo após a chegada ao Brasil,
onde
mencionam
o sofrimentoque
adistância e a saudade impingiam sobre essas pessoas.
Paiva (1978) porém, cita
como
primeira obrada
psicologia voltada especificamentepara
uma
questão intemacional a “Psicologia dos povos:uma
investigação sobre as leis de‹/‹›.v‹'/ri'‹›I\z'i/n‹.›n/‹›
da
/iu_gf¡ia_rf‹'/11, mi/‹› e ‹:‹›slu¡11‹›.v”, deWundt.
entre 1900-1920.e
“O
mal-estarna
civilização" e, finalmente, Jung, ao realizar pesquisas in loco naAmérica, África, regiões
do
Oriente eda
Europa,buscando
teorizar sobre seus conceitos dearquétipos
como
universalistas.Jilek (1998) porém, citar Kraepelin,
em
1904,como
o
precursordo tema
aointroduzir
uma
nova
disciplina: a “psiquiatriacomparada”. Naquele
tempo, a preocupaçãovoltava-se para os fatores sócio-culturais da psicopatologia.
O
objetivo era “identíficar,verificar e explicar
o
vínculo existente entre distiirbio mental e as vastas característicaspsicossociais que diferenciam nações,
povos
e culturas” (Jilek, 1998, p. 60).Paiva (1978), porém, aponta a Antropologia
como
áreade
estudoonde
surgiu oprimeiro trabalho típico da Psicologia Intercultural, de autoria
de
Rivers (1901). Riversmediu
escalas de ilusão ótica,comparando
crianças e adultos inglesescom
os nativos daIlha de Murray.
Nas
décadas de20
a 40, os antropólogosMalinowsky,
Benedict, DuBois,Kardiner e
Mead
testaram hipóteses psicológicas derivadas de Hall eFreud
em
populaçõesprimitivas. Este grupo aberto' às questões psicológicas deu início à corrente
chamada
“Cultura e personalidade” (Paiva, 1978).
Porém,
autorescomo
Angeline (1964) e Price-Williams (1969) ,
concordam que o
interesse renovado pela Psicologia Intercultural,_assimcomo
pelaEducação
Intercultural, surgiuno
término daSegunda Guerra
Mundial. Diversasrazões são apontadas por eles (Paiva, 1978):
'
o contato maior entre os povos, o
fim
do
isolamento político-cultural dos Estados Unidos, a progressiva descentralização etnocultural dos
cientistas americanos, o desenvolvimento de institutos
de
pesquisa psicológicana Ásia, África e
América
Latina, o surgimento demeios
de transporte rápidos8
19
que,
sem
perda de tempo,colocam
os pesquisadores sob omesmo
teto, e oaparecimento
do
computador, capaz de simplificar aomáximo
operaçõesdemoradas
e lidarcom
grandenúmero
de
informações,como
as muitas vezesobtidos
em
estudos interculturais (Paiva, 1978, p. 23).Do
término daSegunda
Guerra atéo que
se conhece atualmente, muito foidesenvolvido
em
termos de Psicologia Intercultural,em
especial nas décadas de60
e 70,nas quais
foram
dados os passos iniciais necessários para otema
se popularizar.Em
ordem
cronológica, Paiva (1978) destaca: o
aumento
nas publicações sobre otema no
Journal ojSocial Psychology; a fundação
do
Centerfor
Cross-Cultural Psychology,em
1970,em
Washington; a constituição da International Association for Cross-Cultural Psychology,
em
1972, (da qual a autoratambém
participa); a criaçãoda
Society for Cross-CulturalResearch,
em
1972; e a mais recente InternationalAcademy
of
Intercultural Research, daKent
State University, nos EstadosUnidos da
América.Concomitante
a este crescimentodo
interesse pelo assunto, destaca-seo
surgimentopaulatino de autores voltados para a área: Triandis (1995)
que
introduziu os conceitosde
coletivismo e individualismo; Berry (1997)
com
seus variosmodelos
de interação cultural,da
Queens'
University,no
Canadá, eSam
(1991a, 1991b)da
Universidade de Bergen, cujotrabalho
também
é voltado para os aspectos clínicosda
imigração, sobretudocom
refugiados.
No
Brasil, quase nada foimencionado
durante estes anos. Rastreando a bibliografiaespecifica da área, pode-se constatar que o trabalho de Paiva (1978) continua sendo
uma
referência fundamental. Este autor elaborou
uma
análisedo
material existente na suaépoca
e que 'permanece sendo praticamente o
mesmo
no
que diz respeito ao contexto atual brasileiro.Em
seu livro, esteautor apresenta Arrigo Angelini,do Programa
de Pós-graduação-
em
Psicologia daUSP-SP,
como
o pioneiro dos estudos de PsicologiaIntercultural
em
nosso país. E, posteriormente Aniela Ginsberg (1978)como
peritaconsultora de pesquisas interculturais da
PUC-SP.
Desde
então,nada
mais foi encontrado,em
termos de revisão bibliográficano
âmbito brasileiro, especificamente na Psicologia Intercultural.Dessa inunciru, o conceito dc Psicologia Inlcrcullurul
vcm
sc solislicmidocom
opassar
do tempo
e sendo trabalhadoconforme
as exigênciasdo
mesmo.
O
conceito deinterculturalidade atende ao estudo
que
visacompreender
as relações entre cultura ecomportamento, seja ele individual
ou
grupal. Por isso aplica-se tão perfeitamente aosproblemas urgentes de nossa atualidade advindos da globalização.
Nesse
aspecto,quando
nos referimos à globalização, referimo-nos, sobretudo, às suas decorrências,
como
oprogresso das telecomunicações, dos meios de transporte, das transações econômicas
intemacionais, das relações produzidas transacionalmente.
Appadurai
(1995) aponta cincodimensões de
fluxos
culturais globaisque
ilustram esse conceito de globalização:Imagens
étnicas - produzido pelo trânsito de pessoasno
globo terrestre, cadavez mais crescente,
como
turistas, emigrantes, refugiados, exilados, executivosou
operáriosque
se estabelecemem
outros países;Imagens
tecnológicas - produzidos pelofluxo
de tecnologia, maquinaiias e2l
Imagens
financeiras - produzidos pelofluxo
rápido enem
sempre
linear dedinheiro entre as nações,
aumentando
a interdependência dos estados;Imagens
de comunicação - produzido porum
elencosem
fim
de informações,via rádio, tv, internet, telefones, filmes, entre outros;
Imagens
ideológicas - imagens de direitos, democracia, liberdade, bem-estar,ideologias aliadas
ou
não ao estadoque
circulam livremente. (Appadurai, 1995,p.303)
Considerando este conceito de globalização, a Psicologia Intercultural, neste
momento
teriauma
importância historicamente fundamental, e daí origina-se a necessidadede difundi-la e amplia-la cada vez mais. Paiva (1978) sugere quatro grandes objetivos para
Ampliar os dados atuais da Psicologia
com
as variáveis concretas maistipicamente humanas, que são as variáveis culturais; produzir
uma
nova
taxionomia dos
fenômenos
psicológicosou
modificar as categorias oraexistentes,
que
derivam de apenas algumas culturas soberanas; gerar novashipóteses para a explicação
do comportamento, que
sejam interdisciplinares,que
proponham
a entrada da antropologia para a explicaçãode
tais fenômenos; aprofundar de maneira sistemática e reflexa o conhecimento da própria cultura;investigar o universal