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Logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas utilizados na Região das Missões do Rio Grande do Sul

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CAMPUS CERRO LARGO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

NADINE KLEIN DOS SANTOS

LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS VAZIAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS UTILIZADOS NA REGIÃO DAS MISSÕES

DO RIO GRANDE DO SUL CERRO LARGO 2019

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NADINE KLEIN DOS SANTOS

LOGÍSTICA REVERSA DE EMBALAGENS VAZIAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS UTILIZADOS NA REGIÃO DAS MISSÕES

DO RIO GRANDE DO SUL

Trabalho de conclusão do curso de graduação apresentado como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade Federal da Fronteira Sul.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Ruschel Anes CERRO LARGO 2019

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por ter iluminado e guiado o meu caminho, por ter me ouvido nos momentos difíceis, me confortado e dado forças para chegar onde estou.

Agradeço a minha família, em especial a minha mãe, Maria Noeli, que não mediu esforços para que este sonho se tornasse realidade, sempre com muito amor e fé, e aos meus irmãos Jackson e Cristian.

Agradeço a minha eterna e amada Vó Eugenia (in memoriam), que sempre me apoiou e acreditou em mim.

Agradeço ao meu namorado Gustavo, por todo o apoio, amor e carinho. Pela sua confiança e força para que eu seguisse sempre em frente e, também, por ter sido parceiro e paciente o tempo todo.

Agradeço a todos os meus amigos, em especial a minha amiga Abigail, uma pessoa de um enorme coração, seus ensinamentos fizeram toda a diferença.

Agradeço ao meu Orientador Carlos Eduardo, por ter aceitado o meu convite, por toda a sua ajuda e orientação para que eu fosse capaz de realizar este trabalho.

Agradeço a todos os professores da Universidade Federal da Fronteira Sul, por todos os seus ensinamentos.

Agradeço à Central Armissões, em especial à gerente Maristela, por toda a sua contribuição, atenção e disponibilidade.

Por fim, agradeço a todos que de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. Obrigada a todos!

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RESUMO

Uma das questões socioambientais preocupantes da atualidade é o processo de descarte de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Nesse sentido, a logística reversa passou a ser utilizada como base teórica para temas de pesquisas ligadas ao fluxo comercial de defensivos agrícolas e o destino das suas embalagens. Em consonância com esse contexto, a problemática do presente estudo busca questionar como o estudo da logística reversa pode auxiliar o processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Central Armissões, no município de São Luiz Gonzaga/RS. Para responder a essa questão foi estabelecido o objetivo geral de analisar como o estudo da logística reversa pode auxiliar o processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Central Armissões. Dessa forma, a realização de uma revisão de literatura sobre logística, logística reversa, legislação de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas e desenvolvimento sustentável constitui a primeira etapa deste estudo. Na sequência, buscou-se conhecer o processo atual de recebimento de embalagens vazias de defensivo agrícola realizado pela Armissões; identificar as principais restrições do processo; realizar análises das restrições do processo com as operações da logística reversa; e, ao final, sugerir melhorias ao fluxo de recebimento das embalagens vazias de defensivos agrícolas. Com relação à metodologia, a pesquisa classifica-se em qualitativa, descritiva e estudo de caso. Para coleta dos dados utilizou-se um roteiro de entrevista utilizou-semiestruturado e a obutilizou-servação não participante, utilizou-sendo que, posteriormente, foram analisados por meio de três categorias definidas a priori: Recebimento; Restrições; e Logística Reversa. Quanto aos resultados esperados, buscou-se mostrar a importância da logística reversa, que através de seus canais auxilia no processo de recolhimento e recebimento das embalagens vazias de defensivos agrícolas na Central Armissões, bem como mostrar a importância de conscientização e responsabilidade que todo produtor deve ter ao fazer a devolução das embalagens vazias.

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ABSTRACT

One of the current social environment’s issues is the disposing process of agricultural defensive’s packages. In this regard, reverse logistics is being used as a theoretical basis for research topics related to the commercial flow of agricultural defensives and the destination of its packages. In conformity with this context, the following study aims to question: How can the study of reverse logistics assist the process of receiving empty agricultural defensive’s packages by Central Armissões, in the municipality of São Luiz Gonzaga / RS? To answer this question, the general objective of analyzing how the study of reverse logistics can assist the process of receiving empty agricultural defensive’s packages by Central Armissões was established. Thus, a literature review on logistics, reverse logistics, legislation on reception of empty agricultural defensive’s packages and sustainable development becomes the first stage of the following study. Sequentially, it was sought to identify the current reception process of empty agricultural defensive’s packages on Armissões; identify the main process limitations; perform a limitation process analysis through reverse logistics operations; and in the end, suggest improvements to the receipt flow of empty agricultural defensive’s packages. As for the methodology, the research is classified as qualitative, descriptive and case study. To collect data, a semi-structured interview script and non-participant observation were held, being analyzed through three main categories: Reception; Limitations; and Reverse Logistics. Concerning the presumed results, it is hoped to demonstrate the reverse logistics importance, which helps in the process of collection and reception of empty agricultural defensive’s packages through its channels, in Central Armissões, as well as show the importance of awareness and responsibility of every farmers must have when returning empty packages.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Atividades logísticas na cadeia de suprimentos imediata da empresa ...15 Figura 2 – Canais de distribuição diretos e reversos. ...20 Figura 3 – Como funciona o Sistema Campo Limpo. ...23 Figura 4 – Tipos de lavagem realizadas nas embalagens vazias de defensivos

agrícolas ...25 Figura 5 – Organograma da Central Armissões...36 Figura 6 – Artefatos reciclados a partir da reciclagem das embalagens vazias de defensivos agrícolas...43 Figura 7 - Fluxograma do Processo de Recebimento da Central Armissões ...45 Quadro 1 – Tópicos de análise e suas categorias ...33 Quadro 2 – Restrições do processo de recebimento e as operações de logística reversa...50 Fotografia 1 – Depósito da Central Armissões...37 Fotografia 2 – Colaborador operando a máquina de prensagem...40 Fotografia 3 – Fardos compactados e organizados em paletes para a destinação final...41

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ARMISSÕES Associação das Revendas de Defensivos Agrícolas de São Luiz Gonzaga e Região

CDR-PC Canais de Distribuição Reversa de Pós-Consumo DNCL Dia Nacional do Campo Limpo

EMATER/RS Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IMAM Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais INPEV Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias MMA Ministério do Meio Ambiente

NBR Norma Brasileira

ONU Organização das Nações Unidas PEA Programa de Educação Ambiental PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos PRS Portal Resíduos Sólidos

SINIR

Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...8 1.1 TEMA...10 1.1.1 Problema ... 10 1.2 OBJETIVOS...12 1.2.1 Objetivo Geral ... 11 1.2.2 Objetivos Específicos ... 12 1.3 JUSTIFICATIVA ... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 12 2.1 LOGÍSTICA ... 14 2.2 LOGÍSTICA REVERSA ... 17

2.3 PROCESSO DE RECOLHIMENTO DE EMBALAGENS VAZIAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS ... 21

2.4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ... 26

3 METODOLOGIA ... 29

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 29

3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 31

3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS ... 32

4 ANÁLISE DOS DADOS....35

4.1 DESCRIÇÃO DO PROCESSO ATUAL DE RECEBIMENTO DAS EMBALAGENS E AS PRINCIPAIS RESTRIÇÕES NA CENTRAL ARMISSÕES...35

4.2 DESCRIÇÃO DAS RESTRIÇÕES DO PROCESSO DE RECEBIMENTO EM RELAÇÃO ÀS OPERAÇÕES DA LOGÍSTICA REVERSA...46

4.3 ALTERNATIVAS DE MELHORIAS PARA O PROCESSO DE RECEBIMENTO DAS EMBALAGENS...51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...54

REFERÊNCIAS...57

APÊNDICE A – TÓPICOS DE OBSERVAÇÃO...61

APÊNDICE B TCLE...62

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1 INTRODUÇÃO

No Rio Grande do Sul há 28 unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas (INPEV, 2018). Na região das Missões, nomeadamente no município de São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul, há uma unidade de recebimento, a Central Armissões. Essa Central recebe as embalagens vazias de defensivos agrícolas, dando a elas a destinação final correta. Dessa forma, o objeto de estudo do presente trabalho é sobre a influência da logística reversa no processo de recebimento das embalagens vazias realizadas pela Central.

Essa preocupação com o recolhimento das embalagens de defensivos agrícolas tem relação com questões ligadas à saúde e bem-estar da população. O crescimento natural da população traz, continuamente, problemas relativos à preservação do meio ambiente, devendo ser adotadas as normas e medidas apropriadas para enfrentar esses problemas. De todas as coisas do mundo, os seres humanos são a mais valiosa. Eles são os que promovem o progresso social, criam riqueza social, desenvolvem a ciência e a tecnologia e, com seu árduo trabalho, transformam continuamente o meio ambiente humano (ESTOCOLMO, 1976).

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a logística reversa engloba diferentes atores sociais na responsabilização da destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Gera obrigações, especialmente do setor empresarial, de realizar o recolhimento de produtos e embalagens pós-consumo, assim como assegurar seu reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou garantir sua inserção em outros ciclos produtivos (MMA, 2019).

De acordo com Leite (2005, apud NOVAES, 2007, p. 16-17), logística reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de venda e pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, de imagem corporativa, entre outros.

Os canais de distribuição reversos são importantes, e a sua distribuição de pós-consumo sofre constantes variações, pois após um tempo de utilização, as suas qualidades básicas de funcionamento são perdidas, tendo então que serem descartados. Ao contrário da distribuição de pós-consumo, nos canais de distribuição de pós-venda ocorre o retorno das embalagens e a devolução dos produtos ao

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varejista ou ao fabricante. Dessa forma, nesse canal, o objetivo é o reuso dos materiais e embalagens, para assim evitar a poluição e a degradação do meio ambiente (NOVAES, 2007).

Em resumo, a logística reversa compreende vários fatores que responsabilizam a forma correta e adequada da destinação dos resíduos sólidos. Dessa forma, gera obrigações principalmente para as empresas que têm a obrigação de realizar o recolhimento dos produtos e embalagens após o seu consumo e garantir também o seu reaproveitamento e/ou sua implantação nos ciclos produtivos. Todavia, o aumento da população e o crescimento na geração de resíduos fez com que ocorresse uma necessidade de importância da preservação do meio ambiente, refletindo em novas políticas governamentais e empresariais.

Dessa forma, a construção, o licenciamento e o credenciamento de unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas foram surgindo, atendendo padrões predefinidos e uma série de normas que passaram a disciplinar a sua operação (INPEV, 2018). Agregado a isso, há em torno de 400 unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas, as quais estão localizadas em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal, sendo geridas por associações. Cada unidade pode ser denominada de posto ou central, de acordo com o porte e o tipo de serviço prestado, sendo que para o seu funcionamento as unidades devem seguir normas específicas e passar por um processo de licenciamento ambiental, para então poder receber as embalagens vazias (INPEV, 2018).

Portanto, nesse processo de recebimento das embalagens vazias, o papel dos agricultores é fundamental, pois é dever de cada agricultor devolver as embalagens vazias que foram utilizadas em suas propriedades, como também, após o uso, devem fazer a sua lavagem, realizando a tríplice lavagem da embalagem e, então, só assim devolvê-la ao posto ou central de recebimento. Assim, a partir do momento em que a Central Armissões recebe as embalagens, é feita a separação, a compactação e, por fim, os fardos; logo após esse processo a INPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) responsabiliza-se pelo carregamento e destino dos respectivos fardos, tudo de acordo com o sistema que vai determinar para onde o material será destinado.

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1.1 TEMA

A logística reversa cuida dos fluxos de materiais que iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final (NOVAES, 2007).

Da visão e entendimento da logística, a vida de um produto não acaba quando chega ao seu destino final, pois esses produtos tornam-se inutilizados e acabam devolvidos aos seus pontos de origem. Dessa forma, a cadeia de suprimentos acaba somente quando ocorrer o descarte final dos seus resíduos e embalagens.

Em adição, as embalagens vazias de defensivos agrícolas podem ser devolvidas diretamente ao seu ponto de origem para reutilização ou descarte final, conforme as exigências da legislação ambiental. Sendo assim, afirma a INPEV (2018) que o Decreto nº 4.074 regulamenta a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre

a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de defensivos agrícolas, seus componentes e afins, e dá outras providências.

A compreensão dessa questão está relacionada também ao descarte correto das embalagens e à preservação do meio ambiente. Dessa forma, o presente trabalho pretende estudar a logística reversa, interligada ao processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas na região de abrangência da Central Armissões.

1.1.1 Problema

Segundo a INPEV, a Lei Federal nº 9.974/00 instituiu o conceito de responsabilidade compartilhada entre os agentes da cadeia agrícola no processo de recebimento e destinação final das embalagens vazias de defensivos agrícolas, determinando os papéis específicos de cada um. A criação do INPEV como núcleo de inteligência do Sistema Campo Limpo, possibilitou integrar os diferentes elos e orientar o ciclo das embalagens pós-consumo desde o campo até a destinação final (INPEV, 2018).

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O INPEV opera o núcleo de inteligência do Sistema Campo Limpo, sendo este um programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Esse programa engloba todas as regiões do país e tem como foco a importância da responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria fabricante, canais de distribuição e poder público, em que eles têm funções e obrigações específicas para o fluxo de funcionamento do programa, que são definidas por lei (INPEV, 2018).

De acordo com informações divulgadas pela Emater (2011), o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. A aplicabilidade exagerada de produtos químicos e o uso de agrotóxicos nas lavouras do país está deixando de ser um assunto relacionado à produção agrícola e tornando-se um problema de saúde pública e de preservação do meio ambiente.

Em 2013, uma pesquisa revelou que foram consumidos no Brasil 16 quilos de agrotóxicos por hectare plantado, ou seja, o equivalente a 6 quilos por pessoa. O Rio Grande do Sul, em especial a região Noroeste Missões, está entre as regiões com maior índice de impacto negativo na saúde, causado pelo uso de agrotóxicos (CATUIPE, 2018).

Diante disso, são necessários estudos que proponham aprofundar conhecimento sobre o descarte correto de embalagens vazias de defensivos agrícolas utilizados na região das Missões do Rio Grande do Sul. Assim, o problema de pesquisa pode ser sintetizado por meio da seguinte questão: Como o estudo da logística reversa pode auxiliar o processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Central Armissões, no município de São Luiz Gonzaga/RS?

1.2 OBJETIVOS

Nesta seção, os objetivos serão apresentados em dois tópicos, que são: objetivo geral e objetivos específicos.

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar como o estudo da logística reversa pode auxiliar o processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Central Armissões, no município de São Luiz Gonzaga/RS.

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1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho são os seguintes:

a) Descrever o processo atual de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Armissões;

b) Identificar as principais restrições no processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos;

c) Descrever as restrições do processo de recebimento em relação às operações da logística reversa;

d) Sugerir melhorias no processo de recebimento das embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Armissões.

1.3 JUSTIFICATIVA

O aumento do consumo e da aplicação de agrotóxicos que são utilizados nas lavouras do país está crescendo cada vez mais, fator esse que visa garantir e atender às grandes escalas do agronegócio e industrial. Essa aplicação exagerada de produtos químicos nas lavouras está deixando de ser uma questão especificamente da agricultura tornando-se, cada vez mais, um problema relacionado a preservação do meio ambiente e à saúde da sociedade em geral.

Com isso, o descarte e a devolução incorreta das embalagens vazias de defensivos agrícolas têm tornando-se um grande problema, pois o agricultor além de não atender na íntegra à legislação, está também poluindo o meio ambiente. Portanto, o produtor rural deve devolver as embalagens vazias nas unidades e postos de recebimento, sendo esta a sua obrigação.

Essa devolução deve ser feita no período de um ano a partir da data que consta na nota fiscal de venda; passado esse tempo, se o agricultor não fizer a devolução das embalagens, ele estará descumprindo a lei e com isso poderá sofrer penalidades. Ademais, a logística reversa com os seus canais, auxilia este processo de distribuição e devolução das embalagens, pois apresenta diretrizes para o descarte correto e destino final das embalagens vazias de defensivos agrícolas. Sendo assim, é de suma importância que o agricultor faça a sua parte, juntamente com a sociedade, promovendo a correta destinação para as embalagens, sendo que estas, quando

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retornam para a reciclagem, poderão dar origem a novas embalagens de defensivos agrícolas e muitos outros produtos derivados do plástico.

Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar como o estudo da logística reversa pode influenciar o processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Central Armissões.

Assim sendo, destaca-se a importância acadêmica para a ampliação dos conhecimentos sobre a Logística Reversa. Cabe ressaltar a importância da gestão sustentável, para que as empresas envolvidas em toda a cadeia produtiva saibam da relevância da gestão da operação do recebimento das embalagens vazias, e caminhem ao encontro de uma administração cada vez mais sustentável. E, por fim, destaca-se a importância socioambiental, para conscientização da importância do cumprimento das normas que visam evitar a contaminação por produtos químicos em pessoas ligadas desde a produção, passando pela comercialização até o consumo, minimizando assim o impacto ao meio ambiente e melhorando a qualidade de vida (saúde) da população.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico do presente trabalho foi estruturado em quatro partes, os quais são: logística, logística reversa, processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas e desenvolvimento sustentável.

2.1 LOGÍSTICA

De acordo com Novaes (2007, p. 35), podemos conceituar logística adotando a definição do Council of Supply Chain Management Professionals norte-americano:

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.

Já Ballou (2006, p. 33) diz que a logística trata da criação de valor para os clientes e fornecedores da empresa, e valor para todos aqueles que têm nela interesses diretos. O valor da logística é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar.

Além disso, a logística dispõe de canais que tratam de uma forma mais eficiente o fluxo e o armazenamento dos produtos, juntamente com os seus serviços e as informações, sendo que estas começam no ponto de origem do produto e vão até o ponto de consumo. Dessa forma, com o passar do tempo, aumentaram as exigências da logística com relação a sua distribuição, fornecimento, serviços, cumprimento de prazos, entre outros.

A logística envolve também elementos humanos, materiais (prédios, veículos, equipamentos, computadores), tecnológicos e de informação. Implica também na otimização dos recursos, pois, se de um lado busca o aumento da eficiência e a melhoria dos níveis de serviço ao cliente, de outro a competição no mercado obriga a uma redução contínua nos custos (NOVAES, 2007).

Com o aumento da concorrência no mercado, a logística tem destaque na competividade, pois ela preocupa-se com os serviços e produtos oferecidos aos seus clientes. Além disso, os serviços e produtos só têm valor quando estão em posse dos consumidores, ou seja, na hora e lugar em que eles desejam consumi-los.

As atividades a serem gerenciadas, que compõem a logística empresarial, variam de acordo com as empresas, dependendo, entre outros fatores, da estrutura

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organizacional, das diferentes conceituações dos respectivos gerentes sobre o que constitui a cadeia de suprimentos nesse negócio, e da importância das atividades específicas para as suas operações (BALLOU, 2006).

Ainda de acordo com Ballou (2006, p. 31), os componentes de um sistema logístico típico são:

serviços ao cliente, previsão de demanda, comunicações de distribuição, controle de estoque, manuseio de materiais, processamento de pedidos, peças de reposição e serviços de suporte, escolha de locais para fábrica e armazenagem (análise de localização), embalagem de sucata, tráfego e transporte, e armazenagem e estocagem.

Os componentes ou atividades descritas acima ocorrem de acordo com a ordem mais previsível de realização no canal de suprimentos. A seguir, a Figura 1 mostra como ocorre essa organização dos componentes e/ou atividades.

Figura 1 – Atividades logísticas na cadeia de suprimentos imediata da empresa

Fonte: Ballou, 2006.

A logística tem um papel muito importante no processo de disseminação da informação, podendo ajudar positivamente caso seja bem equacionada, ou prejudicar seriamente os esforços mercadológicos, quando for mal formulada. Isso porque a Logística é, na empresa, o setor que dá condições práticas de realização das metas definidas pelo setor de marketing. Sem ela, tais metas não têm condições de ser concretizadas adequadamente (NOVAES, 2007).

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Agrega valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva. Além de agregar os quatro tipos de valores positivos para o consumidor final, a logística moderna procura também eliminar do processo tudo que não tenha valor pra o cliente, ou seja, tudo que acarrete somente custos e perda de tempo.

Para Christopher (2011), a logística deve, portanto, ser vista como o elo entre o mercado e a base de fornecimento. O âmbito da logística abrange a organização, desde a gestão de matérias-primas até a entrega do produto final.

O Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais – IMAM (2000, p. 1) conceitua a logística da seguinte forma:

Processo que integra, coordena e controla a movimentação de materiais, o inventário de produtos acabados e as informações relacionadas (dos fornecedores), por meio de uma empresa para satisfazer às necessidades dos clientes.

Conforme descrito por Ballou (2006, p. 32), as atividades de suporte da logística são as seguintes:

Armazenagem

a. Determinação do espaço

b. Leiaute do estoque e desenho das docas

c. Configuração do armazém

d. Localização do estoque

1) Manuseio dos materiais

a. Seleção do equipamento

b. Normas de substituição de equipamento

c. Procedimentos para separação de pedidos

d. Alocação e recuperação de materiais

2) Compras

a. Seleção da fonte de suprimentos

b. O momento da compra

c. Quantidade das compras

3) Embalagem protetora projetada para:

a. Manuseio

b. Estocagem

c. Proteção contra perdas e danos

4) Cooperação com produção/operações para:

a. Especificação de quantidades agregadas

b. Sequência e prazo do volume da produção

c. Programação de suprimentos para produção/operações

5) Manutenção de informações

a. Coleta, armazenamento e manipulação de informações

b. Análise de dados

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A logística/cadeia de suprimentos é um conjunto de atividades funcionais (transportes, controle de estoques, etc.) repetidas inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais agrega-se valor ao consumidor (BALLOU, 2006). Portanto, a cadeia de suprimentos tem suas atividades repetidas por várias vezes nos canais em que as matérias-primas são transformadas em mercadorias acabadas com valor para melhor atender aos consumidores.

Todas essas atividades da logística descritas acima, entre outras da cadeia, ajudam a ter uma melhor compreensão do processo de funcionamento da logística, sendo que no decorrer do trabalho são mostradas as mais usadas/utilizadas no processo de recolhimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas. Assim, as diferentes interpretações sobre o conceito de logística abordadas neste capítulo tornam-se importantes bases conceituais para o entendimento da logística reversa, que será focalizada no próximo capítulo.

2.2 LOGÍSTICA REVERSA

A preocupação em implantar a logística reversa em vários segmentos industriais cresceu no Brasil a partir da década de 1980, impulsionada pelo crescimento na geração de resíduos, associado às mudanças nos hábitos de consumo e à popularização de embalagens e produtos descartáveis. Esse momento coincidiu ainda com o despertar da conscientização da sociedade brasileira quanto à necessidade de preservação ambiental, e refletiu-se na definição de novas políticas governamentais e empresariais (INPEV, 2018).

A logística reversa engloba diferentes atores sociais na responsabilização da destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Gera obrigações, especialmente do setor empresarial, de realizar o recolhimento de produtos e embalagens pós-consumo, assim como assegurar seu reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou garantir sua inserção em outros ciclos produtivos (MMA, 2019).

Nesse sentido, havia a preocupação de ser colocada em execução a logística reversa nos segmentos industriais, fato que ocorreu devido às mudanças de hábitos de consumo da sociedade. Dessa forma, essas mudanças fizeram com que fosse gerado mais resíduo decorrente da disseminação de embalagens e produtos descartáveis.

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Devido a isso, a sociedade viu-se diante de um problema, havendo então a necessidade de preservação do meio ambiente, problema que fez com que surgissem novas políticas governamentais e empresariais, juntamente com a implementação da logística reversa nas empresas, sendo que ela envolve vários fatores sociais e a preocupação com o recolhimento das embalagens pós-consumo. De fato, a logística reversa agrega muito valor na cadeia de suprimentos.

Para Rogers e Tibben-Lembke (1999, p. 2), a definição de logística reversa é o Processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição.

Sendo assim, essa definição mostra que a logística reversa controla todo o processo dos produtos e matérias-primas, desde o seu ponto de consumo até o ponto de origem, com a finalidade de recapturar o seu valor ou a sua destinação final.

Já Mueller (2007 apud TADEU et al., 2012, p. 14) assim a define:

Logística reversa pode ser classificada como sendo apenas uma versão contrária da logística como a conhecemos. A logística reversa utiliza os mesmos processos que um planejamento convencional. Ambos tratam de nível de serviço e estoque, armazenagem, transporte, fluxo de materiais e sistema de informação, em resumo trata-se de um novo recurso para a lucratividade.

Como destaca o autor, a logística reversa é o contrário da logística, diferente da forma conhecida. Ambas utilizam o mesmo processo de planejamento na cadeia logística, sendo que a logística reversa tornou-se um novo recurso para a obtenção de lucros.

A logística reversa é um dos instrumentos para aplicação da responsabilidade compartilhado pelo ciclo de vida dos produtos. A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) define a logística reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (MMA, 2019). Dessa forma, a PNRS diz que a logística reversa é um instrumento formado por um conjunto de ações, o qual ajuda de forma correta na destinação e recolhimento de resíduos sólidos, que

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são destinados ao setor empresarial, para que este faça o reaproveitamento do material ou o descarte final de forma ambientalmente adequada.

O Ministério do Meio Ambiente afirma que a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado) (MMA, 2019).

Os resíduos sólidos ou outros tipos de resíduos que compõem o lixo em geral podem conter substâncias perigosas e, por essa razão, torna-se necessária sua separação em relação ao lixo urbano, industrial ou agrícola comum, para que tenham destinação segura, após seus respectivos descartes de pós-venda ou pós-consumo (TADEU et al., 2012).

Portanto, a logística reversa ajuda no desenvolvimento econômico devido aos seus procedimentos, que auxiliam as empresas no reaproveitamento e destinação correta dos resíduos sólidos e outros tipos. Assim sendo, é de suma importância o descarte correto dos resíduos, principalmente das embalagens vazias de defensivos agrícolas, pois elas podem conter matérias perigosas, que são nocivas tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade.

Leite (2003 apud NOVAES, 2007, p.54) separa em dois os canais de distribuição reversos. Um deles é formado pelos canais reversos de pós-consumo. Os produtos têm vida útil variável, mas após um tempo de utilização perdem suas características básicas de funcionamento e têm de ser descartados.

Outro tipo importante de canal de distribuição reverso é o de pós-venda. Nesse caso, inclui-se o retorno de embalagens e a devolução de produtos ao varejista ou ao fabricante (NOVAES, 2007). Dessa forma, para um melhor entendimento, a Figura 2 mostra como ocorre o funcionamento desses canais de distribuição diretos e reversos.

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Figura 2 – Canais de distribuição diretos e reversos

Fonte: Tadeu et al., 2012.

Em resumo, a Figura 2 mostra as diferentes formas de retorno dos bens e produtos de pós-venda que têm seu fluxo reverso de devolução diretamente ao varejista ou fabricante. Nos produtos de pós-consumo também ocorrem diferentes formas de retorno, sendo que após perderem as suas características básicas têm de ser descartados.

Para abordar logística reversa de pós-consumo é preciso antes falar em ciclo de vida ou vida útil de um produto, uma vez que a vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde a sua produção original até o momento em que o primeiro possuidor se desembaraça dele. Desse modo, temos um bem de pós-consumo quando a vida útil do produto chega ao fim (LEITE, 2003).

Os canais de distribuição reversa de pós-consumo (CDR-PC) estão configurados segundo fases de comercialização em que os bens de pós-consumo são disponibilizados. Considera-se que não só os bens em suas formas originais fluem pelo canal, como também partes, peças, materiais constituintes e resíduos que, de uma forma ou de outra, poderão retornar à cadeia pelos subsistemas de revalorização (desmanche, reuso e reciclagem). Tais canais reversos de pós-consumo são possíveis em virtude de uma série de fatores, como exigências legais, revalorização

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econômica, interesses mercadológicos, interesses ecológicos e ambientais, hábitos de consumo industriais e da sociedade em geral (TADEU et al., 2012).

Nesse sentido, o presente estudo fundamenta-se na literatura que aborda o pós-consumo, pois as embalagens vazias de defensivos agrícolas podem ser caracterizadas como resíduos ou subprodutos, precisando assim uma destinação ambientalmente correta.

Dessa forma, o conceito de logística reversa como uma das áreas da logística empresarial engloba o conceito tradicional de logística, agregando um conjunto de operações e ações ligadas, desde a redução de matérias-primas primárias até a destinação final correta de produtos, materiais e embalagens com o seu consecutivo reuso, reciclagem e/ou produção de energia. Por isso, observa-se que a logística reversa recebe também denominações como logística integral ou logística inversa (TADEU et al., 2012).

2.3 PROCESSO DE RECEBIMENTO DE EMBALAGENS VAZIAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

A construção, o licenciamento e o credenciamento de unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas seguem padrões predefinidos e uma série de normas disciplinam a sua operação (INPEV, 2018).

De acordo com a INPEV (2018, p.01):

A implantação de unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas segue os preceitos da Lei nº 9.974/00, que disciplinou a logística reversa desse material e estabeleceu responsabilidades compartilhadas entre agricultores, canais de distribuição, indústria e poder público. Segundo a lei, cabe ao setor de comercialização indicar ao agricultor, na nota fiscal de venda, o local onde as embalagens vazias devem ser devolvidas. Esses locais devem ser disponibilizados e gerenciados pelos comerciantes, que têm a atribuição de emitir o comprovante de recebimento das embalagens para os agricultores.

Para ser feita a implantação das unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas é preciso, em primeiro lugar, seguir uma série de normas e também a determinação da Lei nº 9.974/00, a qual implantou a logística reversa desse material estabelecendo também responsabilidades compartilhadas. Essa lei ressalta que cabe à empresa emitir e mostrar ao agricultor, através da nota fiscal, o lugar certo em que as embalagens vazias devem ser devolvidas. De acordo

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com o INPEV (2018, p.01), as responsabilidades compartilhadas ocorrem entre os agricultores, canais de distribuição e cooperativas, indústria, fabricante e poder público, os quais são melhor descritos a seguir:

Agricultores

• Lavar, inutilizar e armazenar temporariamente o material, conforme

orientações técnicas;

• Devolver as embalagens no local indicado na nota fiscal;

• Guardar o comprovante de devolução (fornecido pelo canal de

distribuição) por um ano.

Canais de distribuição e cooperativas

• Indicar na nota fiscal o local para devolução da embalagem pós

consumo;

• Receber e armazenar adequadamente o material;

• Emitir comprovante de devolução aos agricultores;

• Educar e conscientizar produtores sobre a importância de seguir os

procedimentos corretos e participar da logística reversa. Indústria fabricante (representada pelo INPEV)

• Retirar as embalagens armazenadas nas unidades de recebimento;

• Dar a correta destinação ao material (reciclagem ou incineração);

• Educar e conscientizar produtores sobre a importância de seguir os

procedimentos corretos e participar da logística reversa.

Poder público

• Fiscalizar o cumprimento das atribuições legais dos diferentes agentes;

• Conceder licenciamento às unidades de recebimento;

• Educar e conscientizar produtores sobre a importância de seguir os

procedimentos corretos e participar da logística reversa.

O Sistema Campo Limpo faz a logística reversa das embalagens de defensivos agrícolas em todo o Brasil, garantindo a destinação final correta (INPEV, 2018). Esse sistema é um programa brasileiro de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas, sendo que engloba todas as regiões do país e o seu foco é a responsabilidade compartilhada, pois a INPEV opera como núcleo de inteligência.

Para uma melhor compreensão, a Figura 3 a seguir mostra como funciona o processo do Sistema Campo Limpo.

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Figura 3 – Como funciona o Sistema Campo Limpo

Fonte: INPEV, 2019.

O Sistema Campo Limpo, visando uma conscientização ainda maior no Brasil, criou o chamado Dia Nacional do Campo Limpo – DNCL, realizado nas Centrais de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos todos os anos, no dia 18 de agosto, conforme a Lei Federal nº 11.657/08. O Dia Nacional do Campo Limpo consiste em um dia de evento em que as centrais de recebimento de embalagens vazias promovem, nas próprias unidades, nas escolas ou em locais públicos, diversas ações de conscientização sobre a preservação do meio ambiente, como apresentações de peças teatrais, palestras, plantio de árvores e distribuição de materiais educativos (PRS, 2014).

De fato, o Sistema Campo Limpo é muito importante, pois exerce um papel de conscientização e mostra também sua preocupação com o meio ambiente e o

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descarte correto das embalagens vazias de defensivos químicos, utilizando da logística reversa para esse serviço.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA (2016, p.01) também possui um dever muito importante na execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos, visando cumprir com as seguintes obrigações:

• Implementar o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;

• Ser a principal fonte de informação do Sistema Nacional de Informações

sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir);

• Controlar e fiscalizar o cumprimento dos Acordos Setoriais e dos Termos

de Compromisso para a logística reversa de abrangência nacional;

• Controlar e fiscalizar os sistemas de logística reversa já implantados

pelas Resoluções Conama;

• Atuar na proibição das importações de resíduos sólidos perigosos e

rejeitos;

• Gerir os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos das atividades e

obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional.

De acordo com o Instituto das Águas do Paraná (2019), o uso inadequado de agrotóxicos no combate às pragas da agricultura ou a destinação incorreta das embalagens vazias causam intoxicações à população e danos ao meio ambiente. O uso de equipamentos de segurança no manuseio, a técnica da tríplice lavagem, a reciclagem controlada de embalagens vazias ou a incineração em fornos especiais são maneiras adequadas de tratar resíduos agrotóxicos.

Segundo a INPEV (2018), a legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem ser lavadas, com o objetivo de evitar a contaminação do ambiente com o produto residual. Além disso, os procedimentos de lavagem, quando realizados durante a preparação da calda, evitam desperdício do produto e reduzem riscos de contaminação do meio ambiente. A lavagem é indispensável para a reciclagem posterior do produto e deve ser feita conforme norma especifica (NBR 13.968) da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A norma prevê dois tipos de lavagem: tríplice e sob pressão.

A seguir, a Figura 4 apresenta como funcionam os dois tipos de lavagem, a tríplice e a sob pressão, que são realizadas nas embalagens vazias de defensivos químicos. Nesse sentido, é necessária a devolução e a lavagem das embalagens vazias de defensivos agrícolas, para assim evitar a contaminação com outros produtos e a poluição do meio ambiente.

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Figura 4 – Tipos de lavagem realizadas nas embalagens vazias de defensivos agrícolas

Fonte: Relatório INPEV, 2016.

Devolver embalagens vazias de defensivos agrícolas nas unidades fixas ou itinerantes do Sistema Campo Limpo (programa brasileiro de logística reversa do material) é uma obrigação legal dos produtores rurais. Quem entrega o material para terceiros ou mantém as embalagens e tampas estocados na propriedade após o período de um ano da data que consta da nota fiscal de venda, além de descumprir a legislação, pode sofrer penalidades. Mas, muito mais do que evitar problemas com fiscalizações, o agricultor que faz sua parte corretamente contribui com um importante ciclo que traz inúmeros benefícios ambientais. O Brasil dá a correta destinação para 94% das embalagens plásticas primárias comercializadas em todo país. Desse total devolvido, 90% retornam para a reciclagem, dando origem não só a novos recipientes para defensivos agrícolas, mas também a outros 32 artefatos plásticos, como conduítes corrugados e tubos de esgoto (INPEV, 2018).

Portanto, é muito importante que o agricultor faça a devolução das embalagens vazias de defensivos agrícolas para as unidades ou centrais autorizadas pelo INPEV, que recebem estas embalagens e dão a destinação correta. O agricultor, ao fazer a

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devolução dessas embalagens, além de ser sua obrigação, ele acaba também contribuindo com o meio ambiente e sua preservação.

2.4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Desde 1987, um intenso processo de legitimação e institucionalização normativa da expressão “desenvolvimento sustentável” começou a se afirmar. Foi nesse ano que, perante a Assembleia Geral da ONU, Gro Harlem Brundtland, a presidente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, caracterizou o desenvolvimento sustentável com um “conceito político” e um “conceito amplo para o progresso econômico e social” (VEIGA, 2010, p. 113).

O desenvolvimento tem a ver, primeiro e acima de tudo, com a possibilidade de as pessoas viverem o tipo de vida que escolheram, e com a provisão dos instrumentos e das oportunidades para fazerem as suas escolhas. No que se refere às dimensões ecológicas e ambientais, os objetivos de sustentabilidade formam um verdadeiro tripé: 1) preservação do potencial da natureza para a produção de recursos renováveis; 2) limitação do uso de recursos não renováveis; 3) respeito e realce para a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais (VEIGA, 2010).

O desenvolvimento e o bem-estar das sociedades humanas estão invariavelmente ligados aos ecossistemas. O reconhecimento dessa correlação constitui um fator importante para o planejamento de um desenvolvimento que incorpore os três pilares da sustentabilidade: crescimento econômico, equidade social e conservação ambiental (MMA, 2019).

Dessa forma, entende-se que o desenvolvimento tem primeiramente a ver com o tipo de vida que as pessoas escolherem, frisando as oportunidades para as suas escolhas, pensando também nas dimensões ambientais para melhor preservação do ambiente.

No contexto histórico em que surgiu, a ideia de desenvolvimento implica a expiação e a reparação de desigualdades passadas, criando uma conexão capaz de preencher o abismo civilizatório entre as antigas nações metropolitanas e a sua antiga periferia colonial, entre as minorias ricas modernizadas e a maioria ainda atrasada e exausta dos trabalhadores pobres. O desenvolvimento traz consigo a promessa de tudo – a modernidade inclusiva propiciada pela mudança estrutural (SACHS, 2008). Ainda conforme Sachs (2010, p. 36),

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desenvolvimento sustentável obedece ao duplo imperativo ético da solidariedade com as gerações presentes e futuras, e exige a explicitação de critérios de sustentabilidades social e ambiental e de viabilidade econômica.

Chegamos a um momento da história em que devemos orientar nossos atos em todo o mundo com particular atenção às consequências que podem ter para o meio ambiente. Por ignorância ou indiferença, podemos causar danos imensos e irreparáveis ao meio ambiente da terra, do qual dependem nossa vida e nosso bem-estar. Ao contrário, com um conhecimento mais profundo e uma ação mais prudente, podemos conseguir para nós e para nossa posteridade, condições melhores de vida, em um meio ambiente mais de acordo com as necessidades e aspirações do homem. As perspectivas de elevar a qualidade do meio ambiente e de criar uma vida satisfatória são grandes (ESTOCOLMO, 1976).

Dessa forma, para entendermos um pouco mais sobre desenvolvimento sustentável, Sachs (2010, p.15-16) define cinco pilares do desenvolvimento sustentável, os quais são:

a) Social, fundamental por motivos tanto intrínsecos quanto

instrumentais, por causa da perspectiva de disrupção social que paira de forma ameaçadora sobre muitos lugares problemáticos do nosso planeta;

b) Ambiental, com as suas duas dimensões (os sistemas de sustentação

da vida como provedores de recursos e como “recipientes” para a disposição de resíduos);

c) Territorial, relacionado à distribuição espacial dos recursos, das

populações e das atividades;

d) Econômico, sendo a viabilidade econômica a conditio sine qua non

para que as coisas aconteçam;

e) Político, a governança democrática é um valor fundador e um

instrumento necessário para fazer as coisas acontecerem; a liberdade faz toda a diferença.

Em 1992, a relação entre o meio ambiente e o desenvolvimento, e a necessidade imperativa para o desenvolvimento sustentável foi vista e reconhecida em todo o mundo. Na Agenda 21, os governos delinearam um programa detalhado para a ação de afastar o mundo do atual modelo insustentável de crescimento econômico, direcionando para atividades que protejam e renovem os recursos ambientais, dos quais o crescimento e o desenvolvimento dependem. As áreas de ação incluem: proteger a atmosfera; combater o desmatamento, a perda de solo e a desertificação; prevenir a poluição da água e do ar; deter a destruição das populações de peixes e promover uma gestão segura dos resíduos tóxicos (ONU, 2019).

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável corresponde a um conjunto de programas, ações e diretrizes que orientarão os trabalhos das Nações

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Unidas e de seus países membros rumo ao desenvolvimento sustentável. Concluídas em agosto de 2015, as negociações da Agenda 2030 culminaram em documento ambicioso que propõe 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas correspondentes, fruto do consenso obtido pelos delegados dos Estados Membros da ONU. Os ODS são o cerne da Agenda 2030 e sua implementação ocorrerá no período 2016-2030 (MRE, 2019).

Dessa forma, devem ser adotadas formas e medidas diante do problema de preservação do meio ambiente, juntamente com o descarte correto de embalagens vazias de defensivos agrícolas, devendo haver principalmente a conscientização de toda a população.

Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas (ONU, 2019).

Assim sendo, precisam ser adotadas medidas que ajudem a preservar o meio ambiente. É preciso também que as atividades que são exercidas no meio ambiente sejam sempre renovadas e protegidas, pois depende-se desses recursos naturais para o crescimento e desenvolvimento econômico.

(32)

3 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa na Central Armissões, localizada no município de São Luiz Gonzaga/RS, a qual recebe as embalagens vazias de defensivos agrícolas utilizadas nos municípios das Missões do Rio Grande do Sul. A Central abrange 21 municípios, sendo os principais Santiago, São Borja e Itaqui, sendo que no sistema estão cadastrados 2.400 produtores que destinam as embalagens diretamente para a Central.

O estudo caracteriza-se como pesquisa descritiva, pois buscou investigar e descrever o funcionamento da logística reversa na Central Armissões, coletando informações para melhor analisar seu funcionamento. A sua natureza é predominantemente qualitativa, pois pouco se sabe sobre a central descrita e o processo de recebimento de embalagens vazias, em que as informações qualitativas foram obtidas através de dados coletados durante a pesquisa e por documentos da empresa, os quais não recebem dados estatísticos.

Também foi realizada uma entrevista semiestruturada, além das pesquisas bibliográficas. A aplicação da entrevista foi feita para a gerente da Central, sendo que ela respondeu às questões. Para a pesquisa aplicou-se uma entrevista semiestruturada (Anexo A), a qual foi elaborada por Wilke (2009), aplicada somente para a gerente da Central.

Portanto, a seguir são mostrados os passos que foram seguidos para a obtenção das informações descritas acima.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

De acordo com Hernández Sampieri (2013, p. 102):

Os estudos descritivos buscam especificar as propriedades, as características e os perfis de pessoas, grupos, comunidades, processos, objetos ou qualquer outro fenômeno que se submeta a uma análise. Ou seja, pretendem unicamente medir ou coletar informação de maneira independente ou conjunta sobre os conceitos ou as variáveis a que se referem, isto é, seu objeto não é indicar como estas se relacionam.

Dessa forma, a presente pesquisa é classificada como sendo pesquisa descritiva, pois ela tem como objetivo descrever o funcionamento e a importância da logística reversa no processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos

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agrícolas realizados pela Central Armissões, localizada no município de São Luiz Gonzaga/RS, em que, para a obtenção de informações, foram utilizadas técnicas padronizadas de coleta de dados. Através desta pesquisa pretendeu-se também descrever o processo atual e identificar as principais restrições no processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Central Armissões.

A pesquisa qualitativa, de acordo com Malhotra (2012, p. 111) é uma “metodologia de pesquisa não estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que proporciona percepções e compreensão do contexto do problema”. Ainda de acordo com Malhotra (2012, p. 110), a “pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e compreensão do problema”.

Portanto, a classificação do trabalho é predominantemente qualitativa, pois pouco se sabe sobre a central descrita e o seu processo de logística reversa no recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas, sendo que essas informações foram obtidas através de dados coletados durante a pesquisa, e por dados secundários obtidos na literatura, os quais não receberam dados estatísticos. Além disso, buscou-se também a solução do descarte correto das embalagens vazias juntamente no que diz respeito à sustentabilidade ambiental.

Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi encarado como procedimento pouco rigoroso, que servia apenas para estudos de maneira exploratória. Hoje, porém, é encarado como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, em que os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos (YIN, 2001, apud GIL, 2002).

Então, quanto à classificação dos procedimentos técnicos, foi realizado um estudo de caso, pois esta técnica permitiu um estudo amplo e detalhado do assunto que foi abordado. Neste caso, para a coleta de dados utilizou-se as técnicas da entrevista e da pesquisa documental. Para a pesquisa foi aplicado um roteiro de entrevista semiestruturada, adaptada com base em Wilke (2009) e aplicada somente para a gerente da Central Armissões.

(34)

3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS

De acordo com Hernández Sampieri (2013, p. 417), “a coleta de dados acontece nos ambientes naturais e cotidianos dos participantes ou unidades de análise”. Para Marconi e Lakatos (2010, p. 149), a coleta de dados é a “etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”.

Do mesmo modo, o presente estudo baseou-se em uma pesquisa documental, que se caracterizou como fontes primárias, dados estes que foram coletados juntamente com a entrevista. Os instrumentos de coleta utilizados foram o roteiro de entrevista semiestruturada que foi aplicada à responsável da Central Armissões, juntamente com o levantamento fotográfico que foi realizado no local.

As entrevistas semiestruturadas baseiam-se em um roteiro de assuntos ou perguntas, e o entrevistador tem a liberdade de fazer outras perguntas para precisar conceitos ou obter mais informação sobre os temas desejados, isto é, nem todas as perguntas estão predeterminadas (HERNÁNDEZ SAMPIERI, 2013).

Portanto, como instrumento de coleta dos dados utilizou-se um roteiro de entrevista semiestruturada, composta por 16 perguntas, que foi elaborado por Wilke (2009), em que a entrevistada foi a gerente da Armissões, em decorrência dela ser a pessoa que possui maior conhecimento sobre todas as operações de recebimento das embalagens realizadas pela Central, informações estas que são importantes para o presente trabalho.

Para a realização da entrevista, tomaram-se medidas e cuidados com relação aos riscos e desconforto da entrevistada, como por exemplo, criar um clima de confiança durante a entrevista, deixando claro sobre o assunto abordado. Segundo Gil (2010, p. 118), durante a entrevista “convém evitar discutir com o entrevistado acerca de política, religião ou qualquer outro assunto estranho aos objetivos da entrevista”. Nesse sentido foram tomadas todas as precauções, conforme estabelecido no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B).

Ainda de acordo com Gil (2010, p. 119):

Tanto por razões de ordem ética quanto técnica, a entrevista deve encerrar-se num clima de cordialidade. Como, de modo geral, nas entrevistas de pesquisa o entrevistado fornece as informações sem receber qualquer tipo de vantagem, convém que seja tratado de maneira respeitosa pelo entrevistador, sobretudo no encerramento da entrevista, quando sua missão já está cumprida.

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Por sua vez, o roteiro de entrevista visou coletar dados para atender aos seguintes objetivos específicos: descrever o processo atual de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Armissões; identificar as principais restrições no processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos; analisar as restrições do processo de recebimento em relação às operações da logística reversa; e sugerir melhorias no processo de recebimento das embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Armissões.

Para finalizar, também foi utilizada como técnica de pesquisa a observação não participante durante a coleta de dados. Marconi e Lakatos (2010, p. 176) afirmam que “na observação não participante, o pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: permanece de fora”.

Resumindo, com a observação não participante constatou-se como ocorre o funcionamento da logística reversa no processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Central. A observação visou coletar dados para atender aos seguintes objetivos específicos: descrever o processo atual de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas realizados pela Armissões e identificar as principais restrições no processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas.

3.3 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS

Segundo Trujillo (1974 apud MARCONI e LAKATOS, 2010, p. 151), análise ou explicação é a tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenômeno estudado e outros fatores. Essas relações podem, ser “estabelecidas em função de suas propriedades relacionais de causa-efeito, produtor-produto, de correlações, de análise de conteúdo, etc.”.

Portanto, os dados do trabalho foram analisados no sistema LibreOffice Write, versão livre, em que a gravação da entrevista foi transcrita por meio desse sistema eletrônico, sendo que depois de analisados, os dados foram organizados em textos. Quando há gravações de áudio e vídeo como resultado de entrevistas e sessões, deve-se transcrevê-los para poder realizar uma análise minuciosa da linguagem (HERNÁNDEZ SAMPIERI, 2013).

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Ainda de acordo com Hernández Sampieri (2013, p. 454), a transcrição de dados “é o registro escrito de uma entrevista, sessão de grupo, narração, anotação e outros elementos similares. É fundamental para a análise qualitativa e reflete a linguagem verbal, não verbal e contextual dos dados”.

Os dados documentais foram analisados através de um organograma da empresa, o qual explica as relações hierárquicas dentro da Central Armissões. Juntamente a isso, os dados fotográficos mostram a situação atual da Central e as suas operações, que também foram constatadas através da observação não participante, para assim melhor descrever o funcionamento de recebimento das embalagens vazias e as suas operações. Utilizou-se também de pesquisas bibliográficas, as quais reuniram informações que serviram de base com contribuições sobre o tema.

Para melhor obtenção de informações foi realizada uma análise de dados, que permitiu maior flexibilidade na interpretação dos dados. Assim, a definição das categorias de análise está coerente com os objetivos específicos, mais especificamente, o processo de recebimento, restrições e a logística reversa.

Segundo Dey (1993), a análise dos dados não é predeterminada, mas “pré-desenhada, coreografada ou delineada”. Ou seja, começa a ser realizada a partir de um esquema geral, mas seu desenvolvimento vai passando por modificações de acordo com os resultados (1993, apud HERNÁNDEZ SAMPIERI, 2013). Para melhor entendimento foi elaborado o Quadro 1 sobre as categorias e suas análises, que foram abordadas nesta seção.

Quadro 1 – Tópicos de análise e suas categorias

Fonte: Elaborado pela autora, 2019.

Assim, esta seção visa atender à necessidade de análise estabelecida no terceiro item dos objetivos específicos, que é analisar as restrições do processo de recolhimento em relação às operações da logística reversa.

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3.4 DIRETRIZES ÉTICAS DA PESQUISA

Em relação aos aspectos éticos, o presente trabalho foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), pois a pesquisa envolveu seres humanos, e teve como técnica de pesquisa a entrevista. A submissão do projeto de pesquisa foi registrada sob número 17633519.8.0000.5564, na base de dados da Plataforma Brasil.

Após análise do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), foi emitido parecer de aprovação número 3.591.823, com data de 23 de setembro de 2019. Assim, a presente pesquisa cumpriu todas as exigências em relação as diretrizes éticas vigentes.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo tem por objetivo apresentar os dados coletados provenientes da entrevista semiestruturada, juntamente com o documento do organograma da empresa, além dos dados fotográficos e a observação não participante que foi realizada na Central Armissões. Primeiramente, apresenta-se a descrição do processo atual de recebimento das embalagens e as principais restrições na Central Armissões; na sequência, a descrição das restrições do processo de recebimento em relação às operações da logística reversa; e, por fim, alternativas de melhorias para o processo de recebimento das embalagens.

4.1 DESCRIÇÃO DO PROCESSO ATUAL DE RECEBIMENTO DAS EMBALAGENS E AS PRINCIPAIS RESTRIÇÕES NA CENTRAL ARMISSÕES

Para o desenvolvimento deste trabalho foi escolhida a Central Armissões, localizada no município de São Luiz Gonzaga/RS, a qual está envolvida diretamente no processo de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas, em que o objetivo é analisar como a logística reversa pode influenciar esse processo de recebimento das embalagens, sendo que essa cadeia tem suma importância no processo de recolhimento das embalagens, logística que é de responsabilidade da Inpev (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), através do sistema de informações da Armissões.

Para o financiamento da construção da Central Armissões houve todo um envolvimento dos revendedores e Cooperativas. No ano de 2002, iniciou-se então o trabalho de construção da unidade de recebimento em contrapartida com o INPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias). Dessa forma, o INPEV participou com 80% do valor da construção e as associações com 20% do valor restante.

A Central Armissões estabelece um relacionamento com o INPEV, sendo que este concede um importante apoio à Central, na qual as associações têm um termo de cooperação mútua com o INPEV, sendo que ambas realizam interesses em comum. Dessa forma, cada um executa a sua parte, sendo que a unidade recebe e

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faz o processamento das embalagens vazias e o INPEV realiza a logística do material final.

Para o acompanhamento e controle desse processo, a Central dispõe de um coordenador do INPEV, que coordena todo o trabalho realizado fazendo as visitas e os checklists juntamente com as reuniões anuais, que são feitas com todos os colaboradores da unidade, em que são discutidas as demandas, os investimentos que precisam ser realizados, entre outros assuntos.

Assim, para uma melhor funcionamento, a Central está organizada através de um organograma estruturado da seguinte forma: Presidente, que é o responsável legal da empresa; seguido da Diretoria, que atua nas decisões a serem tomadas (investimentos, aprovação das contas, eleição de cargos, etc.); do Gestor, que cuida e faz a gestão da Unidade, da parte administrativa e operacional; dos Associados, que são empresas que comercializam agrotóxicos e legalmente precisam ter uma entidade representativa, algumas até participam da diretoria; e, por fim, dos Operadores, os quais são colaboradores que exercem a função operacional. Diante dessas informações, a Figura 5 mostra o organograma da Central Armissões, a estrutura formal da organização.

Figura 5 – Organograma da Central Armissões

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A Armissões teve o início do seu trabalho em 2000, mas foi em 31 de agosto de 2004 que iniciou o processo de recebimento e destinação final das embalagens vazias de defensivos agrícolas. Por ser uma Central, o espaço é maior e conta com uma área de 1,0 hectares, sendo que a área construída para o depósito é de 1.200 m² e a sua área de convivência é de 136 m². A seguir, na Fotografia 1 pode-se observar o depósito da Central Armissões, local onde é feito o recebimento das embalagens.

Fotografia 1 – Depósito da Central Armissões

Fonte: Registrada pela autora, 2019.

Dessa forma, para o recebimento das embalagens o espaço disponibilizado pela Central atualmente conta com uma área de 1.200 m², que foi construído para o recebimento e processamento desse material. A estrutura da Armissões contempla um refeitório e um escritório para o pessoal da operação, que no momento conta com seis colaboradores, os quais fazem todo o trabalho na Central. Na unidade, os colaboradores trabalham de segunda-feira à sexta-feira, realizando todo o processo de recebimento e destinação das embalagens vazias.

A Central Armissões atende a uma demanda em torno de 21 municípios, sendo que, segundo a Gerente da Central, no sistema estão cadastrados mais de 2.400

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