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Material terceiro meio ambiente

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Academic year: 2021

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Capítulo – 3.

Teoria do Risco Integral.

Acontece quando o empreendedor (poluidor) assume o risco do dano ambiental, nesse sentido o disposto no artigo 1º da lei 6.938, assevera: O poluidor (pessoa física ou jurídica), independentemente da existência de culpa terá obrigação de ressarcir os danos ao meio ambiente e a terceiro afetados por sua atividade.

Passamos analisar estas duas situações; Primeiro prescinde de culpa para o poluidor assumir a responsabilidade pela degradação ambiental, isto significa que mesmo não havendo a intenção, ou seja, a culpa, pela teoria do risco integral adotada pelo Direito Ambiental, o Infrator terá responsabilidade objetiva pelo dano ambiental. Vejamos esta situação hipotética, Um acidente envolvendo uma logística com produtos químicos de alta periculosidade (ácido muriático).

O fato ocorreu na BR-116, quando um caminhão da empresa “X” transportando 40 mil litros desse produto, foi fechado por outro veiculo de passeio, não identificado, o motorista do caminhão, perdeu o controle da direção do veiculo, atingindo a mureta de proteção da rodovia (BR-116), não conseguindo evitar que a o produto transportado (ácido muriático) atingisse área de proteção ambiental (reservatório de água potável que abastece a comunidade local).

Nessa situação hipotética, podemos visualizar de maneira bem clara, o exemplo da teoria do risco integral, ela é considerada uma responsabilidade objetiva, prescinde (independe) da culpa. Quando o poluidor causa o dano ao meio ambiente, ele assume o risco integral.

Na segunda parte, fala-se nos terceiros afetados pela atividade do Poluidor. Aproveitando a situação hipotética mencionada, passamos a analisar a população de comunidades próximas que dependem do abastecimento de água potável, são os terceiros afetados.

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Vale frisar, que, a empresa “X” tem a responsabilidade objetiva de indenizá-los. Nessa relação entre o Dano Ambiental e aos terceiros prejudicados (afetados), dá-se o nome de Dano Reflexo.

Quando ao causador do acidente (veiculo de passeio não identificado no momento do fato), caso seja identificado posteriormente, a empresa “X” poderá ingressar com ação judicial regressiva (pleiteando os prejuízos).

3.1 - Teoria do Ato.

Como analisamos a situação hipotética mencionada, vejamos nesse momento a teoria do ato, ou seja, a teoria do ato praticado pelo infrator (poluidor). Então vejamos o que diz o paragrafo 3º do artigo 225 da Constituição Federal: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, as sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”. Nesse sentido, leciona o ambientalista e professor Marcus Vinicius Valle Junior1;

“A licitude da ação não exonera o autor de reparar os danos ambientais. Isso quer dizer que, mesmo em se tratando de atividade legalizada (licenciada ou com emissão de efluentes dentro das normas, por exemplo), se houver poluição, haverá obrigação de ressarcir”.

Na teoria do ato, deve-se considerar que mesmo praticado atividade ou ação do Poluidor (pessoa física ou jurídica) legalmente, deverá compensar o dano ambiental.

3.2 - Teoria do Dano e da Causalidade.

Na teoria do dano e da causalidade há entendimento de que, se pode analisá-la de duas maneiras, primeira, deve-se frisar que, o dano ambiental sempre atinge a coletividade, e o interesse não é uma reparação em pecúnia

1 JUNIOR, Marcus Vinicius Valle. Op., cit., p. 42.

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(dinheiro), mas sim, a recuperação ao dano ambiental, ou seja, o infrator (causador do dano), será obrigado a compensação ambiental.

Na segunda, o dano pode ser individual, ou seja, poderá afetar um grupo de pessoas, ou comunidade isolada. Como leciona o Professor Alexandre Mazza2, o dano ambiental pode ser classificado em individual ou coletivo, patrimonial e moral.

O dano pode ser classificado como individual ou coletivo, no individual uma pessoa é atingida isoladamente, ou ainda, um grupo é atingido isoladamente, já no dano coletivo o titular não é determinável, já que a titularidade do bem jurídico é difusa, o dano afeta toda a coletividade. Imaginemos que um rio vem a ser poluído, causando assim, morte dos peixes e contaminação da água. Este dano atinge quem? Atinge todas aquelas pessoas que dependem da pesca daquele local para sobreviver como também atinge toda a coletividade, pela deterioração do patrimônio ambiental ainda que indiretamente. [...] o dano patrimonial atinge um bem que pode ser quantificado, ser aferido economicamente, abarca todos os prejuízos econômicos que aconteceram por causa da atividade lesiva. Já o dano moral, se refere ao bem estar, a sensação de perda e de intranquilidade causada pela lesão ambiental. O dano moral também pode ser classificado em individual e coletivo.

Entretanto, no Direito Ambiental, repita-se, o importante é a compensação do dano, a recuperação ambiental, pois, trata-se de um direito transindividual, um direito da sociedade, o objetivo não é um ressarcimento econômico.

3.3 - Teoria da Dupla Imputação.

Sabemos que uma das inovações ocorrida no sistema jurídico de proteção ao meio ambiente foi à inclusão da pessoa jurídica como poluidor pagador, isto é, como a pessoa jurídica tem capacidade de praticar atos, também foi considerada como responsável pelo dano ambiental, assim, para que aconteçam os atos, tem a figura da pessoa física (empreendedor).

2 Alexandre Mazza, Curso de Direito Ambiental escute e aprenda – áudio livro.

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Vejamos o que diz o artigo 2º da lei dos crimes ambientais (9.605/98: Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta lei, incide em penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

A teoria da dupla imputação refere-se à dupla penalização, empreendedor e empresa, a responsabilidade das pessoas Jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

3.4 - Teoria da Desconsideração da Pessoa Jurídica.

Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados a qualidade do meio ambiente3. Vale observar, que, não se trata de confusão de bens patrimoniais, mas, de impedimento para compensação ambiental, pois, nas questões ambientais cuida-se da reparação do bem degradado.

3.5 - Responsabilidade Ambiental.

A conscientização seria talvez a medida mais adequada para um ajustamento nas questões ambientais, podemos vivenciar, ainda, crimes ambientais em pleno século XXI. Fala-se em medidas administrativas e judiciais, outros, na educação ambiental. Na verdade existe um interesse econômico muito forte de empresários e por outro ângulo, interesses pessoais. Nesse sentido, foram adotados medidas de prevenção com objetivo da conscientização dos setores econômicos dos países desenvolvidos, na cooperação mútua para um meio ambiente sustentável, evento realizado na cidade de Quioto (Japão) sobre a Mudança do Clima - “Protocolo de Quioto4”.

3 Artigo 4º da Lei dos Crimes Ambientais – 9.605 – 12/02/98.

4 Protocolo de Quioto. Editado e traduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia

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Cerca de 10.000 delegados, observadores e jornalistas participaram desse evento de alto nível realizado em Quioto, Japão, em dezembro de 1997. A conferência culminou na decisão por consenso (1/CP.3) de adotar-se um Protocolo segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de1990 até o período entre 2008 e 2012. Esse compromisso, com vinculação legal, promete produzir uma reversão da tendência histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca de 150 anos.

A conscientização das nações que detém o poder econômico (Estados Unidos, China e outros), para a redução de poluentes em 5% (gás carbônico). É assim, que iniciamos o estudo da responsabilidade ambiental, pode-se observar neste momento, que, enfrentamos um desafio, e vencê-lo é questão de tempo, e a natureza pede socorro e não pode esperar.

Sobre o tema “Responsabilidade Ambiental”, o Prof. Geraldo Ferreira Lanfredi5, traz uma contribuição para o estudo, e menciona como fato preponderante ao combate aos crimes ambientais, à conscientização da sociedade e a indispensável educação ambiental.

Entendemos, ao concluir, que cabe a todos os cidadãos conscientes e responsáveis, deste País, desenvolver trabalho em um campo ainda não suficientemente palmilhado, assentado e pesquisado, como é a área do meio ambiente, a fim de se promover a efetividade do Direito Ambiental e da Politica Ambiental, seguindo os caminhos mais adequados, adotando as regras de comportamento que melhor se ajustam a esse objetivo, especialmente a reparação ambiental, fiscalização séria, responsabilidade social solidária e a indispensável educação ambiental. Só assim se evitará o cumprimento, nas próximas décadas, das fatídicas profecias de um Planeta completamente degradado, sem água potável e ar poluído, com florestas dizimadas, além de fauna desprotegida.

Para assegurar a responsabilização ao meio ambiente o enunciado do artigo 225 da Constituição Federal, diz, que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo, assim, constitucionalmente assegurado.

5LANFREDI, Geraldo Ferreira. Op., cit., p. 37.

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No Direito Ambiental existem princípios que norteiam a efetividade da proteção ambiental, e assim, assume teorias para o estudo do caso concreto ao poluidor e a degradação ambiental.

Vale frisar que, quando se refere ao Poluidor (empresa e empreendedor) e quanto à degradação ao meio ambiente (mudança significativa ao meio ambiente), estamos diante de atividade humana, entretanto, com a inovação da Lei dos Crimes Ambientais (9.605/98), atinge também a pessoa jurídica, e consequentemente responsabilidades, administrativa, civil e criminal.

3.6 – Responsabilidades pelos Crimes Ambientais.

Inicialmente deve-se frisar o que a lei define como crime ambiental, então vejamos; a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que prejudiquem a saúde, a segurança da coletividade. Incorre em crimes ambientais, também, o desmatamento, caça predatória, uso indevido de agrotóxicos, esgotos sanitários a céu aberto e outras atividades em detrimento ao meio ambiente causadas pelas pessoas físicas ou jurídicas.

Para atender as necessidades de assegurar um meio ambiente para futuras gerações com qualidade de vida em um planeta ecologicamente equilibrado o Professor e mestre ambientalista Édis Milaré6 retrata o assunto como uma moderna questão ambiental;

A moderna Questão Ambiental evidencia, de maneira irretorquível, os riscos a que estão expostos a casa e os seus moradores. Se pensarmos que nosso Planeta é único, um ecossistema fechado que navega pelo espaço rumo ao desconhecido, valorizemos ainda mais a casa comum da família humana e as condições indispensáveis à nossa própria sobrevivência. A casa da família humana necessita, pois, de um ordenamento ambiental que leve em conta os interesses globais, não apenas os setoriais ou particularizados. E o Meio Ambiente reflete interesses mais do que locais, regionais ou mesmo nacionais – planetários.

6MILARÉ, Édis. “Horizontes da Advocacia do Ambiente”. In,Geraldo Ferreira Lanfredi

(org.). ”Novos Rumos do Direito Ambiental Nas Áreas Civil e Penal”. Campinas/SP: Millennium, 2006, pp.127-146.

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Assim, em nosso País, tivemos uma evolução considerável nas medidas assecuratórias com o advento da Lei dos Crimes Ambientais, sancionada em 12/02/1998, com a inclusão da Pessoa Jurídica nos crimes ambientais, recebendo pena, amplamente detalhada, nos artigos 21 a 24 da lei dos Crimes ambientais (9.605).

3.6.1 – Responsabilidade do Estado.

A relevância da responsabilidade ambiental é tamanha que o constituinte não deixou passar em branco e logo incluiu todas as federações cintes de suas obrigações com o meio ambiente, como passamos a analisar o que leciona a Carta Magna;

”Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presente e futura gerações”. [...] “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético”. [...] “Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção”. [...] “Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”.

Como se pode observar estão assegurados na Constituição Federal as responsabilidades tanto do Poder Público como para a coletividade (sociedade). Sobre este polêmico assunto, procura-se trazer um estudo mais profundo nas relações do Estado com o meio ambiente. Também as concessões para prestações de serviços públicos. Para melhor compreender as responsabilidades do Poder Público com as questões ambientais,

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passaremos a estudar as lições do Professor Alexandre Mazza7, Doutor em Direito Ambiental pela PUC/SP., que nos brinda com o seu maravilhoso trabalho de preparação para concursos públicos. Vejamos;

O Estado responde pelos causados aos danos ambientais, estes danos podem ser decorrentes de várias situações. Analisemos cada uma delas; A primeira diz respeito ao dano que foi causado pelo próprio Poder Público ou pelos seus concessionários, entre a conduta e o resultado lesivo ao nexo de causalidade pelo que existe responsabilidade objetiva nesse caso, mas é importante lembrar que aqui não se aplica a “Teoria do Risco Integral”, e, sim, a Teoria do Risco Administrativo.

A Teoria do Risco Integral pelo Estado só será aplicada quando se tratar de “Danos Nucleares”. Se o Dano for causado por uma concessionária de serviços, a responsabilidade será solidária entre a concessionária e o Poder concedente. Pode acontecer que o Dano Ambiental for consequência da omissão do Poder Público, aqui o Dano não foi diretamente causado, mas houve deficiência na fiscalização dos empreendedores, como nas concessões das licenças ambientais.

Existem divergências nas responsabilidades por omissão, há quem entenda que nessa hipótese a responsabilidade não seria objetiva, mas nós não podemos esquecer que o Poder Público tem a obrigação de proteger e preservar o meio ambiente. Pelo que podemos concluir pela responsabilidade objetiva.

O Poder Público é obrigado a impedir a degradação ao meio ambiente. Se o Estado conceder uma licença e ocorrer o risco de impacto ao meio ambiente também contribui para o Dano e deve ser responsabilizado, a responsabilização estatal é solidária com o causador direto no Dano.

Outra possibilidade existe quando o Dano ocorreu somente por conta da omissão do Poder Público, essa omissão é o único motivo do Dano. Isso seria margem para que o Poder Público alegasse a sua discricionariedade para exercer as suas atividades, mas a verdade é que mesmo que se diz em discricionariedade, o Estado não está desobrigado de atuar sob o império da lei, por esse motivo mesmo atuando em critérios de conveniência e

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oportunidade não é possível a tomada de uma decisão que prejudique o meio ambiente ecologicamente equilibrado. O Estado responde então objetivamente.

3.6.2 – Responsabilidade Criminal da Pessoa Física.

Inicialmente, para tratar das responsabilidades criminais da pessoa jurídica, reserva-se um espaço para mencionar um avanço na ciência dos estudos do ramo do direito penal, trata-se do “Principio do Abolicionismo Penal”, onde há uma tendência mundial no sentido de descriminalizar os tipos penais e que no futuro a pena não será mais necessária, este é uma lição dos estudos do professor Geraldo Ferreira Lanfredi, juiz de direito aposentado e advogado na seara ambiental no estado de São Paulo, e complementa em seu trabalho “Aspectos Inovadores do Estatuto dos Crimes Ambientais”8, as mudanças da aplicação da pena em nossa sociedade; “Até a pouco tempo atrás, a pena era considerada como castigo, aplicando-se no grau máximo, que até mesmo se pagava com a própria vida. Hoje, a sanção penal passou a ter a finalidade de reeducar o criminoso”. Vejamos a fixação das penas para as pessoas físicas;

• Restrição de Direitos:

 Prestação de Serviços à Comunidade, na execução de tarefas gratuitas junto a parques e jardins e restauração de patrimônios públicos;

 Interdição Temporária de Direitos, a proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, em casos de crimes dolosos (aqueles crimes em que a pessoa teve a intenção de praticar) e três anos, nos crimes culposos ( quando a pessoa não tinha a intenção de fazê-lo);

 Prestação Pecuniária, consiste no pagamento em dinheiro à vitima ou à entidade pública ou privada com om fim social, de importância, fixada pelo magistrado do Juizado Especial Criminal, não sendo inferior a um salário

8LANFREDI, Geraldo Ferreira. Op., cit., p. 117.

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mínimo e não superior a trezentos e sessenta salários mínimos, vale frisar, que, o valor será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado pelo crime.

Neste caso especifico, podemos acrescentar que, quando da realização da audiência de conciliação no juizado especial criminal, é apresentada a proposta do Ministério Publico, denominada “Transação Penal”. Se por eventualidade, for sugerido ao pagamento de Prestação Pecuniário, o autor do crime, poderá optar na entrega de cestas básicas, no valor da pena, que será destinada à instituições sem fins lucrativos, com cadastros naquele juizado, que após cumprir a pena (entrega das cestas básicas), terá o seu processo extinto;

 Recolhimento domiciliar, baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme determinado em sentença prolatada pelo magistrado competente.

3.6.3 – Responsabilidade Criminal da Pessoa Jurídica.

As responsabilidades da Pessoa Jurídica em detrimento ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado serão administrativa, civil e penalmente conforme foram relacionadas na Lei dos Crimes Ambientais. As penas aplicáveis serão isoladas, cumulativa ou alternativamente, então vejamos;

• Multa: Que será estipulado da seguinte forma; no mínimo de cinquenta reais e o máximo fixado no valor de cinquenta milhões de reais.

• Multa Diária: Será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar ao tempo.

• Restrição de Direitos:

 Suspensão parcial ou total de atividades, que se dará quando não estiverem obedecendo a legislação ambiental;

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 Interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade, quando estiver funcionado sem a devida autorização do órgão público competente ou em desacordo com a legislação;

 Proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações, pelo prazo de dez anos.

 Prestação de Serviços à Comunidade: Custeio de programas e de projetos ambientais; Execução de obras de recuperação de áreas degradadas; Manutenção de espaços públicos e contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

 Pena Capital: Quando constituída e utilizada para fins ilícitos (ilegais), será decretada a sua liquidação forçada, e seu patrimônio será considerado instrumento de crime e depositado em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

3.6.4 – Responsabilidade Solidária.

A responsabilidade no senso comum é a obrigação de responder pelos próprios atos ou de outrem, condição ou estado do que está sujeito a responder por certos atos e sofrer- lhes os resultados. Na responsabilidade solidária, ou a “in solidum obligari” expressão do latin, como se fosse ação de um por todos e de todos por um. É agir como se tudo dependesse inteiramente de você, como explica o professor Geraldo Ferreira Lanfredi9; “A responsabilidade solidária é quase um elo invisível, que permeia, integra, une e dá sentido a todas as ações e instrumentos, que mudam a realidade e dão efetividade à tutela ambiental”.

O serviço voluntário é um dos relevantes exemplos de solidariedade na responsabilidade com o meio ambiente, diferente das outras modalidades de responsabilidades que foram abordadas, a solidariedade é uma ação que visa um auxilio mútuo das pessoas entre si e com a natureza, uma relação de compromisso para um só objetivo salvar o planeta da degradação ambiental, e para isso, além da conscientização, o elemento essencial é o amor ao próximo.

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Vale citar, duas passagens bíblicas para enriquecer o tema, a parábola da “Mulher Adultera10”;

[...] e os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; E pondo-a no meio; disseram-lhe; Mestre; esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando; E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizeis? Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes; Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire a pedra contra ela...

“No evangelho de Lucas, a crucificação do Senhor Jesus11; [...] e dizia Jesus; Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartido os seus vestidos, lançaram sortes. E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo; aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus”.

Assim, temos dois exemplos extraído dos textos sagrados, que relata os momentos do verdadeiro amor do filho de Deus, o Mestre Jesus, pela humanidade.

3.6.5 – Excludente de Responsabilidade.

Não podemos afirmar que no Direito Ambiental, não há excludente de responsabilidade, entretanto, todo o empreendimento ou atividade que ofereçam risco de degradação ao meio ambiente, e assumem a Teoria do Risco integral , como já estudamos, no primeiro momento entende-se que, ao adotar essa teoria, não se pode admitir tal hipótese de excludente de responsabilidade. Porém, existe outra corrente de pesquisadores que entendem haver a excludente de responsabilidade pela degradação ambiental.

O Ambientalista e professor Marcus Vinicius Valle Junior12, entende que, somente não haverá responsabilidade quando o dano (poluição) for gerado por exclusiva ocorrência natural, imprevisível e inevitável, tal como um

10 Bíblia Sagrada. Evangelho de João. Capitulo 08, versículo; 3/7.p.157 11

Ibidem: Capitulo 23; versículo; 34. p. 159.

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furacão, ou um terremoto. Fatores previsíveis, como chuvas fortes e raios entre outros, não eximem o agente de onde proveio a poluição, de indenizar.

Conclui-se mais um capítulo onde foi destinado as responsabilidades, temas de mais relevância no estudo ambiental, principalmente com a inclusão das pessoa s jurídicas, neste contexto ficou bem amarrado o processo em todas áreas.

Para complementar passaremos a abordar o inicio do processo aplicado, ou seja, na prática como se aplica as sanções aos infratores, na seara administrativa, civil e penal. Passamos aos questionários propostos. No próximo capítulo tratar-se-á das competências jurisdicionais e do processo jurídico na seara ambiental.

3.7 – Competências Jurisdicionais.

As competências Jurisdicionais são determinadas pelo ordenamento jurídico brasileiro, iniciando pela Carta Maior no artigo 109; ”Aos juízes federais compete processar e julgar as causas em que a união, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes”. Neste, sentido, a Justiça federal tem competência jurisdicional para processar e julgar todos os crimes ambientais de interesse no âmbito federal, ou seja, de interesse da União ou de responsabilidade da União, como exemplo, podemos citar uma situação hipotética, para melhor ilustrar o tema;

Crime em detrimento de área de segurança nacional. Usina Nuclear de Agra dos Reis/RJ. (Dano que pode comprometer a saúde pública (atinge a coletividade), neste caso especifico, é responsabilidade exclusiva da União, portanto responsabilidade objetiva perante a Justiça Federal.

Vale acrescer, que os Estados federativos também têm as suas responsabilidades em julgados por competências residuais, ou seja, todos os litígios que não couberem à Justiça Federal serão julgados pela Justiça Estadual.

Cabe, a competência jurisdicionais aos Juizados Especiais Criminais de âmbito federal ou estadual, os crimes ambientais de menor potencial

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ofensivo, cuja proposta é substituição da pena privativa de liberdade pela aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, somente nas condições em que forem aceitas as propostas oferecidas pelos representantes do Ministério Público, através da transação penal, ou pela reparação ao dano ambiental.

Por final, acrescer, que a competência do Juizado Especial Criminal será determinada pelo lugar em que foi praticado à infração penal, sendo uma das causas de extinção processual, devendo ficar atento para esta recomendação dos atos processuais.

3.7.1 – Atenuantes e Agravantes.

Atenuantes são as circunstancias previstas em na Lei dos crimes ambientais (6.905/98), que atenua a responsabilidade pelas infrações ambientais, ou seja, aquelas que diminuem a gravidade das sanções, assim definidas;

Pessoa de baixo grau de instrução ou escolaridade; Arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; A comunicação prévia pelo agente do perigo ameaçado (iminente) de degradação ambiental e a Colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

Agravantes são aquelas circunstancias que agravam, ou seja, que tornam mais grave as sanções pelas infrações ambientais, então vejamos como estão relacionadas.

• Reincidência em crimes de natureza ambientais;

• Ter o agente cometido o crime para obter vantagem pecuniária (econômica); Forçar outra pessoa a executar a infração; Colocar a saúde pública em perigo de maneira grave; da mesma forma para danos a propriedade alheia; Atingindo áreas de unidade de conservação de uso especial; atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos comunidades de pessoas.

• Cometer crimes ambientais no período defeso da fauna (desova de peixes, tartarugas etc.); concorre também, quando praticados à noite, em

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domingos e feriados, em épocas de seca ou inundações; Atingindo espécies ameaçadas;

• Considera-se aumento na pena da mesma forma os crimes praticados com emprego métodos cruéis de abate e captura de animais; Mediante fraude ou abuso de confiança; Mediante abuso do direito de licença, autorização ou permissão ambiental.

• Consideram-se agravantes os crimes facilitados por funcionário públicos no exercício de sua função e aqueles praticados por interesse de empresas mantidas por verbas públicas.

3.7.2 – Crimes de Menor Potencial Ofensivo.

O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados (titulares) ou Leigos (advogado ou pós graduando na seara de ciências jurídicas), tem competência para a conciliação, julgamento e execução das infrações de menor potencial ofensivo, observando os procedimentos da transação penal e da composição dos danos civis.

Consideram-se infrações, penas de menor potencial ofensivo, para os efeitos dos Juizados Especiais Criminais; estadual e federal, contravenções e crimes a que a lei determina pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa.

Vale frisar que, o objetivo dos processos ambientais perante os Juizados especiais Criminais, sempre que possível, é a reparação dos danos, ou seja, a compensação ambiental e aplicação de pena não privativa de liberdade.

3.8 – Direito Processual do Meio Ambiente.

Na reunião processual que se refere às questões atinentes ao meio ambiente se devem privilegiar os institutos da transação penal e da reparação da degradação ambiental, vale repetir, que se busca em última instância a responsabilidade penal.

Entretanto, quando necessário procura-se resolver os litígios nos Juizados Especiais Criminais. Em casos isolados, que não logrem acordo para a composição do dano ambiental ou infrutífera a transação penal. Serão

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iniciados os procedimentos para uma ação penal, através do oferecimento da denúncia pelo Ministério Público.

Tratando-se de questões ambientais, um direto da coletividade, somente recorrerá á ação penal através do Ministério Público, que cabe a ele também o dever dos procedimentos para o Inquérito Civil, Que será abordado adiante.

3.8.1- Inquérito Civil.

Como leciona o professor Alexandre Mazza13, são vários os instrumentos de defesa do meio ambiente e o Inquérito civil é um deles. O inquérito civil é realizado em uma fase pré - processual, considerado um procedimento administrativo que tem como finalidade a produção de provas para fundamentar eventuais ações propostas em defesa do meio ambiente.

O artigo 5º da lei 7.345/85 (ação civil pública) diz; “o único que tem a prerrogativa de instaurar o Inquérito Civil é o Ministério Público”. Vale frisar, o Inquérito é um mero procedimento de investigação, ou seja, nesse momento não é necessário o contraditório e ampla defesa, não é um processo, é um mero procedimento administrativo que serve para fornecer provas de convecção para embasar possível ação.

Não há obrigatoriedade de instaurar o Inquérito Civil, ele é facultativo do Promotor de Justiça. O Inquérito pode ter inicio em razão da reclamação de qualquer pessoa ou ainda de ofício. Durante esse procedimento, nada impede de ser promovido um acordo entre o Ministério Público e o poluidor (infrator), este ato chama-se Termo de Ajustamento de Conduta - TAC, onde o agente poluidor (pessoa física ou jurídica) se compromete em prazo determinado compensar o dano causado ao meio ambiente, sob pena de multa diária.

No caso do descumprimento do TAC, assim, leciona o professor Marcos Vinicius Valle Junior14;

Ao final do Inquérito, caso não ocorra o TAC, o membro do Ministério Público poderá entrar com Ação Civil Pública ou arquivar o Inquérito Civil caso não vislumbre justa causa para a ação. O arquivamento será devidamente motivado e os autos do Inquérito Civil serão enviados ao Conselho Superior do Ministério Público (CSMP),

13 Mazza, Alexandre. Op., cit.,áudio livro. 14 JUNIOR, Marcos Vinicius Valle. Op., cit., p. 11.

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que poderá confirmar o arquivamento ou, caso discorde, designar outro membro do Ministério Público para intentar a Ação Pública.

O Inquérito não pode estabelecer nenhuma pena para o investigado, nesse momento repita-se apenas a intenção é a produção de provas, ou seja, a coleta de informações necessárias para um procedimento judicial.

3.9 – Ação Civil Pública.

A Lei n.º. 7.347 de 24 de julho de 1985, lei da Ação Civil Pública, vem cuidar da responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Inicialmente vale esclarecer que, a Ação Civil Pública é necessária apenas a casos de alteração adversa das características do meio ambiente ou degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta e indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população entre outras causas das por pessoas físicas ou jurídicas. Neste sentido, vale recorrer aos ensinamentos do professor Marcus Vinicius Valle Junior15;

“É cabível a Ação Civil Pública, por exemplo, para impedir uma obra ou uma atividade que ainda não se iniciou, mas que ira causar desmatamento em área de preservação permanente”. [...]“Evidentemente, a Ação Civil Pública é cabível em casos que haja relevância, não se destinando a situações insignificantes ou desprezíveis”. Assim, podemos analisar que este relevante instrumento judicial vem através de ação cautelar ou principal atender princípios de significativa valia para o meio ambiente; o da prevenção e o da precaução.

3.9.1 – Legitimidade.

A legislação pertinente a o instrumento jurídico da Ação Civil Pública dispõe como titulares para interpor, ou ajuizar ação cautelar ou peça principal, pois, nesse caso específico, não pode ser qualquer cidadão ou advogado,

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existe uma legitimação para representar a coletividade, com interesses transindividual, ou seja o interesse de todos, vejamos quem está legitimado16;

 Ministério Público;  Defensoria Pública;

 União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

 Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;

 Associação que, concomitantemente:

 Esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;  Inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Caso o Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei e fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.

3.9.2 – Objeto.

A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Mais uma brilhante aula do professor Marcus Vinicius Valle Júnior17:

“Obrigação de Fazer; pleiteia-se que o(s) réu(s) da Ação Cívil Pública seja (m) obrigado (s) a uma atitude positiva, à tomada de uma determinada providência, a fazer alguma coisa determinada, como, por exemplo: Instalar um equipamento antipoluente, reflorestar uma área, repovoar com peixes um lago, recuperar uma área degradada”.“ Obrigação de Não Fazer; pretende-se que o (s) réu (s) seja (m) obrigado (s) a atitude negativa, abstendo de determinado ato, deixando de agir de determinada forma, obrigando-se a não fazer algo que cause o dano ambiental. Exemplos: Deixar de depositar lixo naquele local, não utilizar determinado produto, não queimar a cana-de-açúcar”. “Ressarcimento em Dinheiro; pede-se a condenação do réu a pagar pelo dano ambiental, valor em dinheiro esse que será

16 Lei da Ação Civil Pública nº. 7.347 24 de julho de 1985. Artigo 5ª. 17 JUNIOR, Marcus Vinicius Vale. Op., cit., p. 11.

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destinado ao Fundo de defesa dos interesses coletivos. Exemplo: A morte de animais da Fauna silvestre, casos em que se torna impossível de reposição”.

Para melhor fixar os efeitos da ação civil pública, pode-se valer do resultado do caso concreto de duas ações propostas: pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE) e Instituto Ambiental do Paraná (IAP), nos autos 2002.70080002601 e 00000419120104047008, em face da Petrobras. Vejamos a homologação do acordo realizado na Justiça Federal de Paranaguá em 26 de abril de 2012.

“A Justiça Federal – Subseção Judiciária de Paranaguá, homologou ontem (26/04/2012) o acordo celebrado entre a Petrobras, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual e Instituto Ambiental do Paraná duas ações que tramitavam há mais de 10 (dez) anos e tratam dos danos ambientais causados pelo vazamento de óleo diesel na altura do km 57 no poliduto OLAPA, que interliga a Refinaria Presidente Getúlio Vargas ao Terminal de Paranaguá, localizado na Serra do Mar, Município de Morretes (PR), em 16 de março de 2001.

Com o acordo celebrado, A Petrobras se compromete a realizar a recuperação ambiental integral da área atingida, sob a coordenação e supervisão do IAP/PR, cujos custos foram estimados em R$ 12 milhões, assumindo expressamente a responsabilidade pelo custeio desses valores e dos que excederem esse lite, caso necessário.

Ainda, a título de indenização ambiental, a Petrobras depositará R$ 90 milhões em conta judicial, valor que será utilizado em projetos ambientais e sócio-ambientais (excepcionalmente sociais) no litoral do Estado do Paraná.

Desse montante, há previsão de destinação de R$ 25 milhões ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, para a criação de unidade de conservação costeira para preservação das áreas de mangue; R$ 5 milhões à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas – SENAD, para a adoção de medidas de enfrentamento do uso de drogas, especialmente o crack, nos municípios atingidos pela Subseção Judiciária de Paranaguá. E a quantia de R$ 30 milhões ao estado do Paraná, para medidas de enfrentamento dos danos decorrentes dos eventos meteorológicos ocorridos

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em meados de março de 2011, que atingiram os municípios do litoral paranaense.

Os outros R$ 30 milhões, bem como eventuais valores remanescentes das outras destinações, serão utilizados em projetos ambientais e sócio-ambientais que deverão ser apresentados pelas unidades interessadas nos autos (processos judiciais), para analise e aprovação.

A Caixa Econômica Federal ficará responsável pela gestão financeira e contábil dos recursos, bem como pela gestão técnica e operacional dos contratos referentes aos projetos executados. O termo celebrado vedou a destinação de verbas a entidades paraestatais e ressalvou expressamente que o acordo não prejudica as ações individuais em razão do mesmo evento, nem a ação que trata da sanção administrativa decorrente do acidente. Para a fiscalização do cumprimento do acordo e da execução dos projetos serão autuados 4 (quatro) novos processos eletrônicos, facilitando assim o acompanhamento da destinação dos valores por todos os envolvidos.

Vale frisar que, neste último exemplo, é cabível também, ação administrativa e criminal. Entretanto não pode deixar de mencionar nesse momento os danos reflexos, aqueles que afetam diretamente ou indiretamente a terceiros, estes deveram pleitear os seus direitos em ação própria, não podendo participar da ação principal, não sendo necessárias provas, valendo-se apenas dos fatos da ação principal de responsabilidade objetiva.

4.4 – Juízo Competente

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Vale observar o que preconiza no artigo 2ª da Lei;

As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto, entretanto, se o dano ocorrer em pluralidade de locais, será julgado pelo juízo que receber primeiro a ação civil pública (regra da prevenção – juízo prevento).

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“No caso concreto que acabamos de estudar, ocorrido em 2001, o fato ocorreu em uma das Jurisdições da Justiça Federal, e o Juízo competente foi a Subseção da Justiça Federal de Paranaguá, pois os municípios afetados fazem parte daquela jurisdição. Quando se fala em Juízo competente, deve-se atentar para o dano ambiental e o local afetado, pois assim, definirá a competência e a jurisdição, assunto que já foi abordado anteriormente em competências jurisdicionais”.

Conclusão.

Os temas abordados desde o primeiro capítulo foram bem focados, e procurou-se trazer as lições de professores que dedicam o seu precioso tempo aos estudos da seara ambiental, a intenção foi elaborar um material didático prático, com fatos atuais e exemplos de cada assunto. De inicio o assunto em voga foi o tombamento da cidade de Antonina, a terceira do Estado do Paraná, ocorrida em dezembro de 2011, foi incluída da melhor forma, com depoimentos de experiências já vividas, onde pode-se, coletar ideias favoráveis e desfavoráveis ao tombamento de patrimônio histórico, entre outros fatos, todos

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inseridas no trabalho de maneira bem objetiva, de maneira a despertar interesse do leitor.

De forma idêntica o segundo capítulo, que dedicou-se ao relevante tema “Licenciamento Ambiental”, procurou-se abordar de uma maneira profunda em assuntos que pudesse deixar o leitor com pensamento crítico, momento em que direcionou-se este instrumento da politica nacional do meio ambiente em detrimento das atividades e empreendimentos que possam causar danos irreparáveis ao meio ambiente, como um elemento do principio da prevenção.

Entretanto, o professor Antonio Fernando Pinheiro Pedro, levanta a quebra de um paradigma tradicional da Administração Pública, que deveria transferir a responsabilidade ao empreendedor e não mais prover critérios de planejamento territorial, dispensando assim, o principio da prevenção e aderindo ao principio da precaução.

Já no último capítulo, procurou-se trazer de uma maneira diferenciada o Direito Processual Ambiental, que pelas pesquisas, foi bem ajustado para o curso técnico, entretanto, em graduação não tem se preocupado com este ramo do Direito, e apenas superficialmente as universidades tem dispensado atenção a tão relevante estudo, preocupando-se apenas em uma preparação básica de seus discentes ao enfrentamento as poucas questões exigidas, em alguns exame e concurso.

O que é animador, saber que o curso técnico em meio ambiente, tem alcançado o seu objetivo, mudando a história de vida de cidadãos, preparando-os para o mundo do trabalho como técnicpreparando-os por excelência, com o conhecimento teórico e prático, eficaz na realização do exercício de plena cidadania, tão promovido e nunca alcançado..

“Mas a vereda dos justos, é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Provérbios:.4:18).

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