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Um mais um é sempre mais que dois: empoderamento para ação coletiva dos trabalhadores de saúde do CEREST Vitória da Conquista/BA - Biblioteca Virtual do NESCON

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Academic year: 2021

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(1)CURSO DE ATUALIZAÇÃO Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde. Um mais um é sempre mais que dois: empoderamento para ação coletiva dos Trabalhadores de Saúde do CEREST Vitória da Conquista/BA. Gilvana Padre. Vitória da Conquista-BA Agosto, 2012.

(2) 1. 1. PROBLEMA E JUSTIFICATIVA A qualidade da atuação do Trabalhador de Saúde decorre inegavelmente das condições de saúde e trabalho a que estão submetidos no exercício de suas tarefas. Estar atento a um ambiente saudável de trabalho onde o Trabalhador de Saúde possa exercer a sua função de maneira satisfatória, humanizada e decente é condição sine qua non para uma boa prestação de serviço, sendo necessário direcionar a atenção para ele, como produtor da saúde. (ASSUNÇÃO, 2007). A situação atual de saúde desta categoria de trabalhadores está longe de ser o ideal. Inúmeros estudos realizados no Brasil nos últimos anos apontam às precárias condições de trabalho a que estão submetidos cotidianamente estes trabalhadores, como: baixos salários, longas jornadas, trabalho em turnos, infra-estrutura inadequada, sem falar na precariedade dos vínculos empregatícios, fruto das adversidades decorrentes das transformações nas relações de trabalho do mundo contemporâneo (SILVEIRA, 2009). Somado a isto, o trabalhador de Saúde ao realizar o seu processo de trabalho lida diretamente com a dor, a doença e a morte o que pode acarretar desgastes emocionais significativos a sua própria saúde. De acordo a versão de 2004 da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador, o trabalho, além de ser um direito fundamental do ser humano, também é a base da organização da sociedade. E deste modo, “precisa ser realizado em condições que contribuam para a melhoria da qualidade de vida, a realização pessoal e social dos trabalhadores e sem prejuízo para sua saúde, integridade física e mental.” (BRASIL, 2004). Para corroborar com esta afirmativa, as Diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde do Trabalhador do SUS, instituída pela Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS em 2011, no parágrafo primeiro do Artigo 1º expressa o compromisso de tal Política: Promover a melhoria das condições de saúde do TS do SUS, por meio do enfrentamento dos aspectos gerais e específicos dos ambientes e organização do trabalho que possam propiciar a ocorrência de agravos à saúde, do empoderamento dos trabalhadores – atores sociais dessas transformações, e mediante a garantia do acesso, às ações e aos serviços de atenção integral à saúde. (Brasil, 2011).. No contexto brasileiro, entretanto, não basta à existência de leis, decretos, protocolos. Para que o arcabouço legal se efetive na prática é necessário um longo processo de lutas e organização política dos trabalhadores, já que os direitos não.

(3) 2. são dádivas, mas fruto de conquistas. Conquistas que exigem do trabalhador preparo, estudo, habilidade em dialogar, negociar, qualificação para o exercício da democracia participativa, sendo, portanto, necessário o investimento em ações que promovam a formação política deste trabalhador para este tipo de intervenção. Aqui está a relevância deste projeto: contribuir de modo significativo para o empoderamento dos Trabalhadores de Saúde do CEREST, preparando-os para atuarem como verdadeiros protagonistas, para que situem na arena política de debate e negociação, em busca não só da melhoria do seu próprio ambiente de trabalho,. enquanto. lócus. privilegiado. da. sua. atuação. profissional,. mais. principalmente do exercício de sua cidadania enquanto trabalhador consciente da importância do seu papel na produção da saúde. Isto sem dúvida contribuirá para a prestação de um serviço de melhor qualidade, assegurando a si e aos usuários do SUS o direito básico de ter saúde em seu sentido mais amplo.. 2. OBJETIVOS Contribuir para o empoderamento dos Trabalhadores de Saúde do CEREST assegurando a sua participação de forma consciente e cidadã nas discussões e decisões que envolvam a garantia de condições dignas de saúde para eles, bem como de relações decentes de trabalho no âmbito do SUS.. 3. PLANO DE AÇÃO Este projeto tem inspiração no princípio da democracia participativa, defendido pela Constituição Brasilieira, tendo como foco o controle social exercido pelos Trabalhadores de Saúde do CEREST. Partindo deste princípio, adota-se como pressuposto metodológico a “metodologia participativa”, considerada como capaz de proporcionar o envolvimento dinâmico dos trabalhadores, através da valorização das experiências pessoais e capacidade de reflexão de seus sujeitos. Considera-se que esta metodologia contribui para a aquisição e introjeção de novos conceitos sobre saúde, trabalho e qualidade de vida, possibilitando assim a construção de relações mais horizontais e dialógicas, além da co-responsabilidade, participação e protagonismo dos atores envolvidos. As ações projetadas são as seguintes: 4.1. Oficinas de Formação Política e.

(4) 3. Cidadania – nelas serão trabalhados temas como: política pública, papel do Estado, SUS, controle social, protagonismo, liderança, representação política, processos de negociação, direitos e deveres, acontecendo através de encontros uma vez por mês durante seis meses, cuja responsável pela execução é o profissional que conduz no CEREST as ações do Controle Social, o assistente social. Estas oficinas serão utilizadas como meio de sensibilização dos Trabalhadores de Saúde e conscientização quanto à importância de sua participação nas Reuniões do Comitê Gestor do CEREST e na Mesa Municipal de Negociação Permanente do SUS; 4.2. Reuniões de Equipe - momento de discussão e reflexão da equipe acerca da sua própria prática, dos problemas, das condições de trabalho oferecidas para o desenvolvimento de suas ações e das dificuldades evidenciados no processo, bem como de busca de consensos e construção de caminhos para superação dos mesmos. Estas reuniões serão conduzidas pela coordenação do CEREST, acontecendo uma vez ao mês; 4.3. Reuniões do Comitê Gestor do CEREST - todos os Trabalhadores de Saúde do CEREST serão sensibilizados para sua. participação ativa e efetivamente nas. reuniões do Comitê Gestor do CEREST, que acontecem uma vez ao mês, em caráter ordinário, ou sempre que for necessário, em caráter extraordinário com o intuito de exercitar a democracia participativa, opinando, construindo consensos, deliberando encaminhamentos coletivos; 4.4. Pensa-se ainda em verificar a existência da Mesa de Negociação Permanente do SUS a nível municipal para que seja estimulada a participação de um ou mais representantes dos Trabalhadores de Saúde do CEREST, atuando como legítimo(s) porta-voz(es) dos desejos e anseios dos demais representados. As ações aqui propostas foram pensadas para um prazo de doze meses, sendo direcionada aos servidores que atuam nesta Unidade de Saúde, cuja equipe é composta atualmente por 13 trabalhadores. Em geral, o local de realização de cada ação será a própria sede do CEREST, com datas a serem negociadas com a coordenação da Unidade e com os próprios trabalhadores, exceto a última (Mesa de Negociação Permanente do SUS), pois acontece externamente ao CEREST..

(5) 4. 4. CRONOGRAMA Item. Ações. 01. Apresentação do projeto para os Trabalhadores de Saúde do CEREST. 2013 J. F. M. A. M. J. J. A. S. O. x. x. x. N. D. x. 02. Oficinas de Formação Política e Cidadania. x. x. x. x. x. x. 03. Reuniões de Equipe. x. x. x. x. x. x. 04. Reuniões do Comitê Gestor do CEREST. x. x. x. x. x. x. x. x. x. 05. Mesa de Negociação Permanente do SUS. x. x. x. x. x. x. x. x. x. 06. Avaliação do projeto. 07. Elaboração do Relatório Final. x. x. 5. INVESTIMENTO Quando este projeto foi idealizado, pensou-se em utilizar o que o CEREST já dispõe de recursos a fim de que o mesmo seja viável e não dependa de recursos externos, o que certamente pode emperrar a sua execução. Assim, as ações foram pensadas dentro do contexto do próprio ambiente de trabalho com os recursos materiais, equipamentos, instalações e de profissionais já disponíveis.. 6. AVALIAÇÃO O processo de monitoramento e avaliação deste projeto se dará durante toda a intervenção, para que se observe o alcance dos objetivos, feed back dos sujeitos envolvidos, assegurando a eficácia e eficiência das ações empreendidas. Para isto, serão estabelecidos alguns indicadores de avaliação tanto quantitativos quanto qualitativos, conforme o que se segue: quantitativos - % de Trabalhadores de Saúde do CEREST com participação assídua nas ações propostas; % de ações realizadas pelo projeto; % de representantes dos Trabalhadores de Saúde do CEREST.

(6) 5. atuando em instâncias de controle social, como: Comitê Gestor do CEREST, Mesa de Municipal de Negociação Permanente do SUS; % de satisfação dos Trabalhadores de Saúde do CEREST com relação as atividades propostas pelo projeto; qualitativos - serão observados os comportamentos e atitudes que expressem atitudes solidárias e cooperativas, relações respeitosas estabelecidas entre os Trabalhadores de Saúde do CEREST, envolvimento e participação efetiva nas ações propostas pelo projeto, co-responsabilidade e compromisso com as tarefas assumidas, colaboração com as discussões, com expressão de opiniões e idéias, intervenções fundamentadas e com argumentos consistentes.. 7. REFERÊNCIAS AMORIM, L.; VAZ, C. A. Política nacional do trabalhador e da trabalhadora: marcos referenciais da proposta. Brasília. 2002. ASSUNÇÃO, A. A; BELISÁRIO, S. A. Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores de saúde. Belo Horizonte: Nescon – Núcleo de Educação em Saúde Coletiva, 2007. ASSUNÇÃO, A. A; LIMA, C. R. Negociação coletiva no setor público. Gestão das condições de trabalho e saúde dos trabalhadores de saúde. Caderno de Textos. Belo Horizonte: 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Protocolo 008/2011/MS/MNNP SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Princípios e diretrizes para a gestão do trabalho no SUS (NOB/RH-SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Chamado a Ação de Toronto - 2006-2015: rumo a uma década de recursos humanos em saúde nas Américas. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 4ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador. Versão preliminar. Brasília. 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho. Brasília. 2011. SILVEIRA, A. Maria. A saúde dos trabalhadores de saúde. Saúde do trabalhador. Belo Horizonte: Nescon/UFMG, Coopmed, 2009..

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Referências

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