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Obtenção da equação de Einstein pelo método diferencial e variacional.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR ´A CENTRO DE CIˆENCIAS

DEPARTAMENTO DE F´ISICA GRADUAC¸ ˜AO EM F´ISICA

JO ˜AO JOS´E CUNHA MELO E SOUSA BENTIVI

OBTENC¸ ˜AO DA EQUAC¸ ˜AO DE EINSTEIN PELO M´ETODO DIFERENCIAL E VARIACIONAL.

FORTALEZA 2018

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JO ˜AO JOS´E CUNHA MELO E SOUSA BENTIVI

OBTENC¸ ˜AO DA EQUAC¸ ˜AO DE EINSTEIN PELO M´ETODO DIFERENCIAL E VARIACIONAL.

Monografia de Bacharelado apresentada `a Coordena¸c˜ao da Gradua¸c˜ao do Curso de F´ısica, da Universidade Federal do Cear´a, como requisito parcial para a obten¸c˜ao do T´ıtulo de Bacharel em F´ısica.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Santos de Almeida

FORTALEZA 2018

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JO ˜AO JOS´E CUNHA MELO E SOUSA BENTIVI

OBTENC¸ ˜AO DA EQUAC¸ ˜AO DE EINSTEIN PELO M´ETODO DIFERENCIAL E VARIACIONAL.

Monografia de Bacharelado apresentada `a Coordena¸c˜ao da Gradua¸c˜ao do Curso de F´ısica, da Universidade Federal do Cear´a, como requisito parcial para a obten¸c˜ao do T´ıtulo de Bacharel em F´ısica.

Aprovada em 26/06/2018.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Carlos Alberto Santos de Almeida (Orientador)

Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Jos´e Ramos Gon¸calves Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Nildo Loiola Dias Universidade Federal do Cear´a (UFC)

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Dados Internacionais de Cataloga¸c˜ao na Publica¸c˜ao Universidade Federal do Cear´a

Biblioteca do Curso de F´ısica

B419o Bentivi, Jo˜ao .

Obten¸c˜ao da Equa¸c˜ao de Einstein pelo M´etodo Diferencial e Variacional. / Jo˜ao Jos´e Cunha Melo e Sousa Bentivi. – Fortaleza, 2018.

33.:il.

Monografia (bacharelado) - Universidade Federal do Cear´a, Centro de Ciˆencias, Departamento de F´ısica, Fortaleza, 2018.

Orienta¸c˜ao: Prof. Dr. Carlos Alberto Santos de Almeida

1. Mecˆanica Newtoniana.. 2. Gravita¸c˜ao Universal.. 3. Campo de Eins-tein.. 4. Geod´esica.. 5. C´alculo Variacional.. I. T´ıtulo.

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A Deus, minha fam´ılia e meus

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AGRADECIMENTOS

Agrade¸co a minha fam´ılia pelo apoio di´ario que, a pesar da distˆancia, se tor-naram uma das maiores fontes de felicidade. Um agradecimento em especial aos meus pais que me ajudaram em meus momentos de crise e no qual, sem eles, nada disto seria poss´ıvel

Um agradecimento especial aos meus irm˜ao, que me ajudaram a construir a pessoa que sou hoje, e quem sem eles, minha vida teria muito menos sentido.

Agrade¸co a minha namorada Ismˆenia Marques, pelo suporte emocional e por estar ao meu lado nos meus momentos de dificuldade.

Agrade¸co tamb´em ao meu grande amigo Ken Aikawa, que esteve ao meu lado desde conversas banais at´e duvidas acerca da vida. Sendo que o mesmo est´a, e espero que sempre esteja, presente na minha vida.

Um agradecimento especial ao meu orientador Carlos Alberto Santos de Al-meida por me auxiliar na conclus˜ao desta monografia, na qual, sem ele, n˜ao seria poss´ıvel. Tamb´em agrade¸co ao professores Jos´e Ramos Gon¸calves e Nildo Loiola Dias pela disponibilidade e pelo apoio durante o curso como professores que marcaram minha vida com grandes ensinamentos.

(7)

RESUMO

Esta monografia tem como proposta apresentar o desenvolver da teoria da gravita¸c˜ao new-toniana e da gravita¸c˜ao relativ´ıstica de maneira simples. Al´em de apresentar as ferramen-tas necess´arias para a obten¸c˜ao da equa¸c˜ao de Einstein, sendo estas o c´alculo diferencial e o calculo variacional. Tamb´em foi apresentado conceitos chave para o entendimento da relatividade restrita e geral, como as transforma¸c˜oes de Lorentz, S´ımbolo de Christofell, derivada covariante e outros. Por outro lado, enfatiza-se que, por conta da complexidade da relatividade geral, esta monografia se direcionou apenas ao necess´ario para o entendi-mento acerca das implica¸c˜oes da equa¸c˜ao de campo de Einstein como entendimento da mesma.

Palavras-chave: Mecˆanica Newtoniana. Gravita¸c˜ao Universal. Campo de Eins-tein. Geod´esica.C´alculo Variacional.

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ABSTRACT

This monograph aims to present the development of the theory of Newtonian gravitation and relativistic gravitation in a simple way. In addition to presenting the necessary tools to obtain the Einstein equation, these being the differential calculation and the variational calculation. We also presented key concepts for the understanding of restricted and general relativity, such as Lorentz transformations, Christofell’s symbol, covariant derivative and others. On the other hand, it is emphasized that, because of the complexity of general relativity, this monograph was directed only to the necessary one for the understanding about the implications of the Einstein field equation as an understanding thereof.

Keywords: Mecˆanica Newtoniana. Gravita¸c˜ao Universal. Campo de Eins-tein. Geod´esica. C´alculo Variacional.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representa¸c˜ao da rela¸c˜ao entre referenciais inerciais. . . 12 Figura 2 – Esbo¸co da trajetoria de um cometa feito por Newton. . . 15 Figura 3 – Traget´orias geod´esicas representam caminhos tomados sob espa¸cos curvos. 19 Figura 4 – Poss´ıveis trajet´orias de um sistema. . . 21 Figura 5 – Representa¸c˜oes de curvaturas positica, negativa e nula. . . 28 Figura 6 – Representa¸c˜ao do efeito de um campo massivo sobre a m´etrica e sua

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SUM ´ARIO

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 10

2 MEC ˆANICA NEWTONIANA . . . 12

2.1 Primeira lei de Newton . . . 12

2.2 Segunda lei de Newton . . . 12

2.3 Gravidade newtoniana . . . 14

3 MEC ˆANICA RELATIVISTICA . . . 16

3.1 Relatividade restrita . . . 16

3.1.1 Transforma¸c˜ao de Lorentz . . . 16

3.1.2 Obten¸c˜ao da geod´esica pelo c´alculo diferencial . . . 18

3.1.3 M´etrica e S´ımbolo de Christofell . . . 19

3.2 Obten¸c˜ao da equa¸c˜ao da geod´esica pelo c´alculo variacional . . 21

3.2.1 Princ´ıpio da m´ınima a¸c˜ao . . . 21

3.2.2 C´alculo variacional . . . 22

4 CAMPO DE EINSTEIN . . . 26

4.1 Aproxima¸c˜ao para campos fracos . . . 26

4.2 Derivada covariante e tensor de Ricci . . . 27

4.2.1 Derivada covariante . . . 27

4.2.2 Tensor de Ricci . . . 28

4.3 Tensor energia-momento . . . 29

5 CONCLUS ˜AO . . . 33

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1 INTRODUC¸ ˜AO

Na historia humana houveram varias revolu¸c˜oes cientificas que mudaram a forma de pensar de sua ´epoca. Desde a geometria na Gr´ecia antiga `a teoria de cordas, esses pensamentos serviram como uma lente, possibilitando enxergar melhor nessa jornada de descobertas chamadas F´ısica.

Para entender a gravita¸c˜ao, devemos primeiro notar que o ser humano sempre olhou aos c´eus em busca de algo. Mesmo que motivado pela busca de conhecimento ou a procura de um poder divino, muitos pesadores proporcionaram os fundamentos para entender como e onde estamos nessa imensid˜ao chamada Universo.

Come¸cando por Nicolau Cop´ernico, que propˆos o heliocentrismo. Seus pen-samentos fizeram muitos procurarem respostas e comprova¸c˜oes nos c´eus e aos poucos passamos a compreender melhor os conceitos de ´orbtais planet´arios.

Um dos ciˆentistas influenciados por essas ideias foi Johannes Kepler. Este consolidou o modelo heliocˆentrico e aprofundou o conhecimento de como os planetas se moviam ao redor do sol. Propondo leis que regiam o movimento orbital de planetas do sistema solar. Ele possibilitou que pr´oximos pensadores tentassem criar equa¸c˜oes para explicar os movimentos dos astros.

Neste mesmo per´ıodo tivemos Galileu Galilei, que desenvolveu os primeiros es-tudos a cerca de corpos em movimento uniforme e em movimento uniformemente variado, chegando `a lei dos corpos. Este tamb´em enunciou o princ´ıpio da in´ercia e consolidou o conceito de referencial inercial.

Em uma ´epoca de mudan¸cas socio-cient´ıficas, eis que aparece Isaac Newton. Newton atuou em varias ´areas do conhecimento, da matem´atica `a teologia. Este construiu ferramentas matem´aticas para entender a natureza (c´alculo infinitesimal), avan¸cando a ciˆencia em s´eculos.

Outra contribui¸c˜ao imensur´avel de Newton foi a mecˆanica. Em seu livro Phi-losophiae naturalis principia mathematica ele definiu equa¸c˜oes que regiam o movimentos dos corpos (Trˆes leis de Newton). Neste livro tamb´em foi apresentada a Lei da Gra-vita¸c˜ao Universal que rege a intera¸c˜ao e comportamento entre duas particulas quaisquer no universo.

S´eculos mais tarde, em uma ´epoca onde a comunidade cient´ıfica acreditava que n˜ao havia muito mais a ser descoberto, apresenta-se, em 1905, a Relatividade Restrita por Albert Einstein, introduzindo novos conceitos que para a ´epoca foram considerados absurdos [4].

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Primeiramente, sua publica¸c˜ao foi altamente criticada por querer desqualificar a consolidada mecˆanica cl´assica de Isaac Newton baseada na relatividade de Galileo. Contudo, sua motiva¸c˜ao veio do fato do eletromagnetismo n˜ao seguir as leis de Newton.

A partir de dois postulados: as leis da natureza serem iguais em quaisquer referenciais e a velocidade da luz ser igual para qualquer referencial, Einstein consolidou sua teoria, que mais tarde foi comprovada em experimentos a partir da observa¸c˜ao dos astros em um eclipse solar. A partir disto, chegando assim a teoria de campo de Einsten onde mostra como a materia ou energia afeta o espa¸co em si.

Na literatura atual, a obten¸c˜ao da teoria de campo de Einstem ´e feita de maneira que ´e nescess´ario uma base matem´atica muito profunda, chegando a sair um pouco do escopo do curso de bacharelado em f´ısica.

Este trabalho, tem como objetivo a obten¸c˜ao as equa¸c˜oes que explicitam a gravita¸c˜ao (Gravita¸c˜ao newtoniana e campo de Einsten) da forma mais simples poss´ıvel para que o seu entendimento seja claro.

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2 MEC ˆANICA NEWTONIANA

2.1 Primeira lei de Newton

Em 1687, Issac Newton estabeleceu trˆes leis que explicavam como um objeto f´ısico se comportava. Nessas leis, temos em sua primeira afirma¸c˜ao: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja for¸cado a mudar aquele estado por for¸cas imprimidas sobre ele. ´E tamb´em conhecido como princ´ıpio da in´ercia.[8] . A partir disto ´e definida a lei da in´ercia (~v = cte).

Nesta lei, vemos que tanto para um referencial O como para um referˆencial O0 (com uma velocidade constante em rela¸c˜ao a O, um corpo sem for¸cas atuando sobre ele ter´a suas equa¸c˜oes de movimento da forma :

Figura 1 – Representa¸c˜ao da rela¸c˜ao entre referenciais inerciais.

Fonte: Referˆencia [4], p. 5

~ v = cte ⇒ d 2~x dt2 = d2x~0 dt2 = 0 (2.1)

Com isso vemos que: d2[~x − ~x0]

dt2 = 0 ⇒ ~x − ~x 0 = ~x

0+ ~vt (2.2)

Onde ~x0 e ~v s˜ao constantes. Conseguindo montar dois refernciais inerciais que obedecem a transforma¸c˜ao de Galileu.

2.2 Segunda lei de Newton

A mudan¸ca de movimento ´e proporcional `a for¸ca motora imprimida, e ´e pro-duzida na dire¸c˜ao da linha reta na qual aquela for¸ca ´e imprimida. ´E tamb´em conhecido

(14)

13

como princ´ıpio da dinˆamica.[8]

~ F = d ~P dt (2.3) ~ F = md 2~x dt2 (2.4)

Para um referencial O qualquer, poderiamos relacionar seus deslocamentos realizados no referencial O’ por meio de:

~

x(t) = g(t) + R(t)~x0(t) (2.5)

Onde R(t) ´e uma matriz de rota¸c˜ao.

A partir daqui usaremos a nota¸c˜ao xi , onde tanto i, como j , k e n , variam entre 1, 2 e 3.

Generalizando para qualquer sistema de coordenadas ~x = fi(~x0)ˆeie observando o comportamento da segunda lei para um referencial ~x0 faremos:

d~x dt = ∂fi(~x0) ∂x0j dx0j dt ˆei (2.6) d2~x dt2 = ∂fi(~x0) ∂x0j d2x0 j dt2 eˆi+ ∂2fi(~x0) ∂x0j∂x0k dx0j dt dx0k dt eˆi = ~ F m (2.7)

Multiplicando ambos os lados por ∂x

0 j ∂fi( ~x0) teremos: d2x0 j dt2 + ∂x0j ∂fi(~x0) ∂2fi(~x0) ∂x0 j∂x0k dx0j dt dx0k dt = ∂x0j ∂fi(~x0) Fi m (2.8) Definindo: Fj0 = ∂x 0 j ∂fi(~x0) Fi (2.9) E Γjnk = ∂x 0 j ∂fi(~x0) ∂2fi(~x0) ∂x0j∂x0k (2.10)

(15)

14 Teremos: d2x0j dt2 + Γ j nk dx0n dt dx0k dt = Fj0 m (2.11)

Obtendo assim a equa¸c˜ao da geod´esica a partir da segunda lei de Newton. A equa¸c˜ao da geod´esica basicamente descreve o menor caminho entre dois pontos sobre uma superf´ıcie curva qualquer.

Observa-se que nesta equa¸c˜ao vemos o tempo absoluto (em qualquer que seja o referencial, ele possui o mesmo valor), e n˜ao o tempo pr´oprio τ . Isto se d´a pela influˆencia do modelo ´otico de Descartes onde a luz era uma press˜ao transmitida instantaneamente atrav´es de um meio.[6]

2.3 Gravidade newtoniana

Na gravita¸c˜ao newtoniana, a intera¸c˜ao entre dois corpos de massa m1 e m2 ´e dada por: F12= −G m1m2 |~x2− ~x1|2 ˆ r12 (2.12)

Onde,G ´e a constante gravitacional e tamb´em:

ˆ r12 = ~ x2− ~x1 |~x2− ~x1| (2.13)

Como a for¸ca ´e conservativa, podemos escrever seu potˆencial de uma massa pontual como:

φ1(~x) = − Gm1 |~x − ~x1|

(2.14)

Para uma distribui¸c˜ao continua, seu potˆencial ser´a dado por:

φ1(~x) = −G Z m dm |~x − ~x0| = −G Z V ρ(~x0)d3x |~x − ~x0| (2.15) Onde ρ representa a densidade:

Aplicando o laplaciano em ambos os lados da equa¸c˜ao.

∇2φ1(~x) = −G Z V ρ(~x0)∇2 " 1 |~x − ~x0| # d3x (2.16)

(16)

15

Como temos que :

∇2 " 1 |~x − ~x0| # = −4πδ(~x − ~x0) (2.17) Obtemos: ∇2φ 1(~x) = 4Gπρ(~x0) (2.18)

Aqui notamos que, para Newton, a trajetoria de um corpo dependia apenas de sua massa. Sua lei da gravita¸c˜ao geral tamb´em sanava o questionamento do motivo das orbitas serem el´ıpticas com o sol em um dos focos. Um dos esbo¸cos de um corpo sobre a influˆencia de um campo gravitacional ´e visto em:

Figura 2 – Esbo¸co da trajetoria de um cometa feito por Newton.

Fonte: Referˆencia [1]

Na equa¸c˜ao (2.17), notamos que a intera¸c˜ao ´e feita de forma instantˆanea. Ao chegar nisso, Newtom achou estanho o fato de uma for¸ca que n˜ao necessitava nenhum meio intermedi´ario para atuar e que a mesma atuava instantaneamente em pontos muito distantes no espa¸co. Essa transmiss˜ao instantˆanea de informa¸c˜ao deve-se muito ao fato de Newton acreditar que as leis da natureza eram provenientes de Deus e que o mesmo era eterno, imut´avel, onisciente e onipresente.[6]

(17)

16

3 MEC ˆANICA RELATIVISTICA

3.1 Relatividade restrita

A relatividade restrita baseia-se fundamentalmente em dois postulados por Einstein, que s˜ao [9]:

• ”Todos os processos da Natureza decorrem igualmente em todos os sistemas inerciais de referˆencia.”

• ”A velocidade da luz no v´acuo ´e igual para todos os sistemas de referˆencia inerciais. Ela n˜ao depende nem da velocidade do emissor, nem da velocidade do receptor do sinal luminoso.”

Em seu trabalho, ele tamb´em alterou as concep¸c˜oes de espa¸co e tempo existen-tes. Para ele, ambos espa¸co e tempo n˜ao poderiam ser vistos como grandezas distintas.

A partir disto, conceitos sobre distˆancias e medidas temporais para referenciais diferentes foram questionados. Antes, a menor distˆancia entre dois pontos (sem nenhuma restri¸c˜ao a cerca do caminho a se percorrer) era uma reta, sendo explicitada como:

ds2 = dx2+ dy2+ dz2 (3.1)

Posteriormente veremos que, por conta da massa (ou energia) em um sis-tema, a m´etrica do mesmo ir´a modificar-se, e consequentemente, as medidas de distˆancias tamb´em.[2]

A partir destes postulados precisou-se rever as concep¸c˜oes cl´assicas j´a difundi-das na ´epoca, como referenciais inerciais entre si realizavam medi¸c˜oes, ou de como corpos interagiam um com os outros.

3.1.1 Transforma¸c˜ao de Lorentz

Em 1904, Hendrik Lorentz introduziria o conceito da transforma¸c˜ao de Lorentz. Nela vemos descrito a diminui¸c˜ao do comprimento e a dilata¸c˜ao temporal para um corpo movendo-se com velocidades pr´oximas a da luz.

Esta transforma¸c˜ao foi motivada pelo fato de que a transforma¸c˜ao de Galileu n˜ao se adequar `a teoria eletromagn´etica de Maxwell.

Para um referencial O0 com velocidade v uniforme em rela¸c˜ao a um referencial O inercial, notamos que suas coordenadas espaciais e sua coordenada temporal podem ser obtidas a partir da transforma¸c˜ao de Lorentz.

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17

A matriz que representa a transforma¸c˜ao de Lorentz ´e dada por:

Λ =        γ −vγ 0 0 −vγ γ 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1        (3.2) Onde: γ = q 1 1 −vc22 (3.3)

A partir daqui usaremos a nota¸c˜ao xµ , onde tanto µ, como as ν , ρ e γ , variam entre 0, 1, 2 e 3.

Para um espa¸co flat (plano), teremos que as coordenadas espa¸co-temporais de um referˆencial ser˜ao dadas por:

x0µ = Λµνxν (3.4)

A partir deste ponto foi necess´ario definir um novo elemento invariante para ter como medida para qualquer referencial, pois ds2 = dx2+ dy2+ dz2 ao ´e mais invariante entre referenciais. Assim teremos um novo elemento invariante, dado por:

ds2 = ηµνdxµdxν = ησλ0 dx 0σ dx0λ (3.5) Onde: ηµν = ησλ0 Λ σ µΛ λ ν (3.6)

Na relatividade restrita teremos que:

ηµν =        −1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1        (3.7)

(19)

18

E tamb´em:

ds2 = −c2dt2+ dx2+ dy2+ dz2 (3.8)

Aqui notamos que o invariante ds2 ao depende somente de suas coordenadas temporais, como v´ıamos no caso cl´assico. Teremos agora uma dependˆencia direta de sua coordenada temporal.

3.1.2 Obten¸c˜ao da geod´esica pelo c´alculo diferencial

No caso relativ´ıstico, n˜ao poderia ser utilizado um objeto do tipo dtd pois agora este possui dois valores em diferentes referenciais. Para resolver esse problema, poder´ıamos utilizar o tempo pr´oprio (τ ) para solucionar esse problema. O tempo pr´oprio consiste de um rel´ogio posicionado de forma est´atica na origem de um referencial em quest˜ao.

No referˆencial O: Fν = md 2yν dτ2 = m d dτ  ∂yν ∂xµ dxµ dτ  (3.9) Fν = m∂y ν ∂xµ d2xµ dτ2 + m ∂2yν ∂xµ∂xσ dxµ dτ dxσ dτ (3.10)

Multiplicando ambos os lados por ∂x∂yλν teremos:

∂xλ ∂yνF ν = md 2xλ dτ2 + m ∂xλ ∂yν ∂2yν ∂xµ∂xσ dxµ dτ dxσ dτ (3.11) Definindo F0λ = ∂x∂yλνFν e Γλµσ = ∂xλ ∂yν ∂2yν ∂xµ∂xσ , teremos: F0λ m = d2xλ dτ2 + Γ λ µσ dxµ dτ dxσ dτ (3.12)

Para part´ıculas livres que se deslocam nessas traget´orias geod´esicas, teremos que F0λ = 0. Com isso teremos:

d2xλ dτ2 + Γ λ µσ dxµ dτ dxσ dτ = 0 (3.13)

Onde Γλµσ compensa as transforma¸c˜oes das componentes e da base, que agora s˜ao curvil´ıneas.

(20)

19

Figura 3 – Traget´orias geod´esicas representam caminhos tomados sob espa¸cos curvos.

Fonte: http://thelifeofpsi.com/2014/08/13/a-time-travel-trilogy-einsteins-portal-to-the-future/

3.1.3 M´etrica e S´ımbolo de Christofell

At´e esse ponto foi assumido que se tratava de um espa¸co flat, cuja m´etrica ´e dada por: ηµν =        −1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1        (3.14)

A partir de agora, trabalharemos em um espa¸co curvo cuja m´etrica ´e dada por gµν, com: ds2 = gµνdxµdxν (3.15) Onde: gµν = ηαβ dyα dxµ dyβ dxν (3.16)

Para relacionar a m´etrica `a conex˜ao Γλµσ , faremos: ∂gµν ∂xλ = ηαβ ∂2yα ∂xλ∂xµ ∂yβ ∂xν + ηαβ ∂yα ∂xµ ∂2yβ ∂xλ∂xν (3.17)

(21)

20

Usaremos a nota¸c˜ao:

∂Aµ

∂xν = ∂νA

µ= Aµ

,ν (3.18)

Com isso a equa¸c˜ao (3.17) torna-se:

gµν,λ = ηαβyα,νy β ,λµ+ ηαβy,µαy β ,λν (3.19) gλµ,ν = ηαβy,µαy β ,λν + ηαβyα,λyβ,µν (3.20) gλν,µ = ηαβyα,νy β ,λµ+ ηαβy,λαy β ,µν (3.21)

Somando (3.19) a (3.20) e subtraindo (3.21), teremos:

gµν,λ+ gλµ,ν− gλν,µ = 2ηαβ ∂yα ∂xµ ∂2yβ ∂xλ∂xν (3.22) Sabendo que: Γλµσ = ∂x λ ∂yν ∂2yν ∂xµ∂xσ (3.23) ∂yν ∂xλΓ λ µσ = ∂2yν ∂xµ∂xσ (3.24) Substituindo em (3.22). gµν,λ+ gλµ,ν − gλν,µ = 2ηαβ ∂yα ∂xµ ∂yβ ∂xσΓ σ λν (3.25) gµν,λ+ gλµ,ν− gλν,µ= 2gµσΓσλν (3.26) Γσλν = 1 2g µσg µν,λ+ gλµ,ν − gλν,µ  (3.27)

A partir daqui, vemos que a conex˜ao (S´ımbolo de Christofell) depende expli-citamente da m´etrica e est´a, consequentemente, ligado ao que a distorce.

(22)

21

3.2 Obten¸c˜ao da equa¸c˜ao da geod´esica pelo c´alculo variacional

Diferentemente do m´etodo diferencial, no calculo variacional vemos que a equa¸c˜ao da geod´esica ´e obtida de maneira mais simples e direta. Este m´etodo ´e ba-seado no princ´ıpio de Hamilton (Princ´ıpio da m´ınima a¸c˜ao), onde afirma que a traget´oria de uma part´ıcula ser´a descrita pelo sistema em seu espa¸co de configura¸c˜ao onde sua a¸c˜ao possui um valor estacion´ario (ponto de m´aximo ou m´ınimo).

3.2.1 Princ´ıpio da m´ınima a¸c˜ao

Em um sistema de coordenadas que caracteriza um sistema, formando assim um espa¸co de configura¸c˜ao. De todas as poss´ıveis trajet´orias obtidas entre os instantes t1 t2 (Tamb´em ´e poss´ıvel utilizar a mesma parametriza¸c˜ao da vari´avel de caminho como varia¸c˜ao).[11]

Figura 4 – Poss´ıveis trajet´orias de um sistema.

Fonte: https://www.pinterest.co.uk/pin/297800594082959494/

Usaremos como nota¸c˜ao para expressar a fam´ılia de poss´ıveis caminhos pela fun¸c˜ao:

q(t, α) = q(t, 0) + αη(t)

Onde α ´e um parˆametro que vai a zero no caminho correto. Definindo a a¸c˜ao por:

S = Z

L(q, ˙q, t)dt

(23)

22 δS = S(q(t, 0)) − S(q(t, α)) = Z δLdt δS = Z  ∂L ∂qi δqi+ ∂L ∂ ˙qi δ ˙qi  dt

Utilizando a regra da cadeia. ∂L ∂ ˙qi δ ˙qi = d dt  ∂L ∂ ˙qi δqi  − d dt  ∂L ∂ ˙qi  δqi

A partir disto teremos.

δS = Z  ∂L ∂qi δqi+ d dt  ∂L ∂ ˙qi δqi  − d dt  ∂L ∂ ˙qi  δqi  dt δS = Z  ∂L ∂qi δqi− d dt  ∂L ∂ ˙qi  δqi  dt + t2 t1  ∂L ∂ ˙qi δqi 

Quando colocamos t1 e t2 fixados nas extremidades de tal forma que δq(t1) = δq(t2), teremos que o ultimo termo ser´a zero, com isso:

δS = Z  ∂L ∂qi δqi− d dt  ∂L ∂ ˙qi  δqi  dt

Sua m´ınima a¸c˜ao ser´a dada por:

δS = 0 Assim: ∂L ∂qi δqi− d dt  ∂L ∂ ˙qi  = 0

Obtendo assim a equa¸c˜ao e Euler-Lagrange. 3.2.2 C´alculo variacional

Definiremos a a¸c˜ao de uma particula ao longo do espa¸co tempo por:

τ = Z w ds = Z w ds dλdλ (3.28)

(24)

23

Sabendo que um dado intervalo do espa¸co pr´oprio ´e dado por ds2 = gµνdxµdxν, teremos. τ = Z w r gµνdxµdxν dλdλ dλ = Z w pgµνd ˙xµd ˙xνdλ (3.29)

Onde d ˙xµ= dxµ e gµν depende do parˆametro xα.

A partir da equa¸c˜ao e Euler-Lagrange, onde a a¸c˜ao ´e definida como:

Action ≡ S ≡ Z

w

L(xα, ˙xα)dλ (3.30)

Em seu minimo teremos: d dλ  ∂L ∂ ˙x  − ∂L ∂x = 0 (3.31)

Onde L =pgµνd ˙xµd ˙xν . Para o primeiro termo da equa¸c˜ao (3.31), teremos:

∂L ∂ ˙xα = ∂ ∂ ˙xαpgµνd ˙x µd ˙xν = 1 2pgµνd ˙xµd ˙xν  ∂ ∂ ˙xαgµνd ˙x µd ˙xν  (3.32)

Como gµν n˜ao depende do parˆametro ˙xα.

= 1 2L(gµνδ µ αd ˙x ν + g µνδανd ˙x µ) = 1 2L(gανd ˙x ν + g µαd ˙xµ) = 1 2L(2gαµd ˙x µ) = 1 L(gαµd ˙x µ) Relembremos que: dτ dλ =pgµνd ˙x µd ˙xν = L

Aplicando na regra da cadeia, teremos: ∂L ∂ ˙xα = 1 Lgαµ dxµ dλ = 1 Lgαµ dxµ dτ dτ dλ = 1 Lgαµ dxµ dτ L (3.33) Logo: ∂L ∂ ˙xα = gαµ dxµ dτ (3.34)

(25)

24

Similarmente, teremos no segundo termo da equa¸c˜ao (3.31).

∂L ∂ ˙xα = 1 2L ∂gαµ ∂xα dxµ dλ dxν dλ = 1 2 ∂gαµ ∂xα dxµ dλ dλ dτ dxν dλ = 1 2 ∂gαµ ∂xα dxµ dτ dxν dλ (3.35)

Substituindo na equa¸c˜ao inicial de Euler-Lagrange, teremos:

0 = d dλ  gµν dxµ dτ  − 1 2 ∂gαµ ∂xα dxµ dτ dxν dλ (3.36)

Multiplicando ambos os lados por dλ:

0 = d dτ  gαβ dxβ dτ  −1 2∂αgµν dxµ dτ dxν dτ (3.37)

A partir daqui ´e obtido a forma geral da geod´esica de uma maneira bem mais simples que o utilizado a partir do s´ımbolos de Christoffel. Pela regra da cadeia, teremos:

d dτ  gαβ dxβ dτ  = dgαβ dxγ dxγ dτ  dxβ dτ + gαβ d2xβ dτ2 Substituindo γ → µ e β → ν. d dτ  gαν dxν dτ  = dgαν dxµ dxµ dτ  dxν dτ + gαν d2xν dτ2 Substituindo em (3.37) gαν d2xν dτ2 = 1 2∂αgµν dxµ dτ dxν dτ −  dgαν dxµ dxµ dτ  dxν dτ (3.38)

Multipicando pelo inverso da m´etrica gαγ. d2xν dτ2 = g αγ 1 2∂αgµν− ∂µgαν  dxµ dτ dxν dτ d2xν dτ2 = g αγ 1 2∂αgµν− 1 2∂µgαν − 1 2∂µgαν  dxµ dτ dxν dτ Observa-se que os indices µ e ν podem ser trocados.

d2xν dτ2 = g αγ 1 2∂αgµν− 1 2∂µgαν − 1 2∂νgαµ  dxµ dτ dxν dτ

(26)

25

Obtendo assim a equa¸c˜ao da geod´esica. d2xγ dτ2 + Γ γ µν dxµ dτ dxν dτ = 0 (3.39)

Observa-se a dependˆencia da m´etrica a partir do s´ımbolo de Christofell. Tamb´em nota-se que na equa¸c˜ao temos o tempo proprio de um dado referˆencial.

(27)

26

4 CAMPO DE EINSTEIN

4.1 Aproxima¸c˜ao para campos fracos

A teoria da gravita¸c˜ao universal newtoniana representa uma boa aproxima¸c˜ao quando os corpos em quest˜ao apresentam velocidades bem menores que a velocidade da luz e n˜ao s˜ao muito massivos.

Nestas condi¸c˜oes, a m´etrica gµν sofrer´a apenas uma pequena perturba¸c˜ao, as-sim:

gµν = ηµν + hµν (4.1)

Onde hµν << 1 . Expandindo a equa¸c˜ao da geod´esica, teremos:

d2x0 dτ2 + d2xa dτ2 + Γ 0 00 dx0 dτ dx0 dτ + Γ a 00 dx0 dτ dx0 dτ + Γ a bc dxb dτ dxc dτ = 0 (4.2)

Onde a, b e c possuem valores entre 1, 2 e 3.

Como a perturba¸c˜ao ´e pequena, a varia¸c˜ao de suas coordenadas espaciais po-dem ser desprezadas, assim a equa¸c˜ao da geod´esica fica:

d2xa dτ2 + Γ a 00 dx0 dτ dx0 dτ = 0 (4.3) d2xa dτ2 + c 2Γa 00  dt dτ 2 = 0 (4.4)

Mas tamb´em teremos que:

Γa00= 1 2g abg b0,0+ g0b,b− g00,b ≈ 1 2η abh 00,b= 1 2δ ab bh00 (4.5) Γa00 = 1 2∂ah00 (4.6) Substituindo em 3.39: d2xa dτ2 = − c2 2∂ah00  dt dτ 2 (4.7)

(28)

27 Multiplicando por dτdt2 . d2xa dt2 = − c2 2∂ah00 (4.8)

Quando comparada com a equa¸c˜ao obtida para a gravita¸c˜ao newtoniana, no-tamos que: h00= 2φ c2 (4.9) Ou: g00= 1 + 2φ c2 (4.10) Onde: ∇2g 00 = 8Gπρ c2 (4.11)

4.2 Derivada covariante e tensor de Ricci 4.2.1 Derivada covariante

Observamos que a transforma¸c˜ao de um tensor que representa uma coordenada no referˆencial O0 pode ser descrita por:

Xµ0 = ∂x ν

∂x0µXν (4.12)

Ao aplicarmos a deriva¸c˜ao parcial, teremos que: ∂ ∂x0ρX 0 µ= ∂ ∂x0ρ  ∂xν ∂x0µXν  (4.13) ∂ ∂x0ρX 0 µ= ∂2xν ∂x0ρ∂x0µXν + ∂xν ∂x0µ ∂ ∂x0ρXν (4.14) ∂ρXµ0 = ∂2xν ∂x0ρ∂x0µXν + ∂xν ∂x0µ ∂xα ∂x0ρ∂αXν (4.15)

Aqui percebemos que o objeto ∂ρXµ0 n˜ao se transforma como um tensor. Ao trabalharmos com o c´alculo tensorial ´e necessario utilizar um operador que sirva como

(29)

28

uma derivada e, ao mesmo tempo, quando utilizado, continue a preservar as propriedades de uma transforma¸c˜ao tensorial.

Utilizando (3.51), vemos que:

∂ρXµ0 = ∂2xν ∂x0ρ∂x0µ ∂x0β ∂xν X 0 β + ∂xν ∂x0µ ∂xα ∂x0ρ∂αXν (4.16) ∂ρXµ0 − ∂2xν ∂x0ρ∂x0µ ∂x0β ∂xν X 0 β = ∂xν ∂x0µ ∂xα ∂x0ρ∂αXν (4.17) ∂ρXµ0 − Γ β µρX 0 β = ∂xν ∂x0µ ∂xα ∂x0ρ∂αXν (4.18) Definindo: ∇ρXµ0 = ∂ρXµ0 − Γ β µρX 0 β (4.19) Ficamos com: ∇ρXµ0 = ∂xν ∂x0µ ∂xα ∂x0ρ∂αXν (4.20)

Assim obtendo um operador que preserva as transforma¸c˜oes tensoriais. 4.2.2 Tensor de Ricci

Ao trabalharmos com espa¸cos curvos, passamos a desenvolver ferramentas que simplifique tanto os c´alculos como a compreens˜ao desses espa¸cos.

Para este fim, ´e introduzido o tensor de Ricci, que representa a quantidade pela qual o volume de uma pequena cunha de uma bola geod´esica em um espa¸co Riemanniano curvo desvia-se da bola padr˜ao no espa¸co euclidiano. Logo, ele ir´a representar a curvatura deste espa¸co.

Figura 5 – Representa¸c˜oes de curvaturas positica, negativa e nula.

(30)

29

A diferen¸ca entre dois caminhos distintos em um espa¸co curvo pode ser dado pela rela¸c˜ao:

∇ν∇αXβ − ∇α∇νXβ (4.21) A partir disto: ∇ν∇αXβ− ∇α∇νXβ = ∂νΓβραX ρ− ∂ αΓβρνX ρ + ΓγραΓβγνXρ− ΓγρνΓβγαXρ (4.22) ∇ν∇αXβ− ∇α∇νXβ = Rρναβ X ρ (4.23)

Primeiramente, o tensor de Riemann ´e representado pela equa¸c˜ao:

ρνα= ∂νΓβρα− ∂αΓβρν + Γ γ ραΓ β γν − Γ γ ρνΓ β γα (4.24)

A partir daqui, podemos obter algumas rela¸c˜oes como a identidade de Bianchi, representada por:

∇µRρναβ+ ∇αRρνβµ+ ∇βRρνµα = 0 (4.25)

Onde:

Rρναβ = gρµRµναβ (4.26)

Multiplicando a identidade de Bianchi por gνµgρβ teremos:

2∇νRνα− ∇αR = 0 (4.27)

Onde R representa o escalar de Ricci, dado por:

R = gµνRµν (4.28)

4.3 Tensor energia-momento

Na gravita¸c˜ao newtoniana, viamos a gravidade como a for¸ca que corpos com massas interagiam. A partir disso, se n˜ao houvesse massa, n˜ao haveria atra¸c˜ao

(31)

gravitaci-30

onal. Contudo, a partir da relatividade geral, a gravidade atua na geometria do espa¸co-tempo onde qualquer coisa nele contida sofrer´a influˆencia desta, n˜ao apenas corpos com massa.

A partir da relatividade restrita, a massa de um corpo foi associada a uma energia inercial (energia de repouso). A partir disso, encontraremos uma correla¸c˜ao entre a influˆencia da massa na gravita¸c˜ao em fun¸c˜ao dessa energia de repouso.

Neste ponto definiremos o tensor momento-energia, que ser´a aquele que estar´a atuando como a fonte da curvatura do espa¸co-tempo. Seu valor ser´a dado por:

Pµ= 1 c Z v T0µd3x (4.29)

Onde Pµ representa seu quadri-momento.

Vemos que o quadri-momento de uma part´ıcula ´e dado por:

P = γm0(~v, c) = (~p, mc) (4.30)

No caso de um grupo de n part´ıculas, onde a velocidade relativa entre elas seja zero. Teremos que a sua densidade de energia, no referencial das part´ıculas (~p = 0)

P0 = 1 c Z v T00d3x (4.31) mc = 1 cT00V (4.32) T00 = ρc2 (4.33)

Onde ρ ´e sua densidade.

Comparando com a equa¸c˜ao (3.50), vemos que:

∇2g 00 =

8πGT00

c4 (4.34)

Por analogia, teremos que obter um tensor Gµν que satisfa¸ca a equa¸c˜ao:

Gµν =

8πGTµν

(32)

31

Onde, no limite newtoniano, teremos que:

G00 = ∇2g00 (4.36)

Observa-se que o tensor Gµν ´e uma combina¸c˜ao linear e suas equa¸c˜oes devem ter a segunda derivada do tensor m´etrico, pois deve coincidir com as derivadas de segunda ordem do campo gravitacional visto no limite cl´assico.

Temos tamb´em, que o tensor momento energia ´e sim´etrico e satisfaz a equa¸c˜ao da continuidade, logo:

∇µT

µν = 0 (4.37)

Com isso:

∇µGµν = 0 (4.38)

Um tensor que satisfaz essas caracter´ısticas ´e o tensor de Ricci. Contudo, este tensor n˜ao possui derivada covariante nula em qualquer ponto do espa¸co. Para isso, criaremos uma combina¸c˜ao linear entre o tensor de Ricci e a m´etrica para obter uma rela¸c˜ao para Gµν . Gµν = aRµν+ bgµνR (4.39) ∇µG µν = a∇µRµν+ bgµν∇µR = 0 (4.40) a1 2∇νR + b∇µR = 0 (4.41) Com isso: b = −a 2 (4.42) Assim: Gµν = a(Rµν− 1 2gµνR) (4.43)

(33)

32

Substituindo em (3.74), obteremos a equa¸c˜ao de campo de Einstein.

Rµν− 1

2gµνR =

8πGTµν

c4 (4.44)

Aqui podemos notar a clara rela¸c˜ao entre a m´etrica do espa¸co e sua mat´eria (ou energia). Tamb´em podemos dizer que a sua geometria rege por onde a mat´eria pode se mover e sua mat´eria rege como o espa¸co deve se curvar. [2]

Figura 6 – Representa¸c˜ao do efeito de um campo massivo sobre a m´etrica e sua influˆencia.

(34)

33

5 CONCLUS ˜AO

No decorrer desta monografia, tentou-se mostrar de forma clara como ocorreu a constru¸c˜ao da teoria da gravita¸c˜ao universal a partir de conceitos e teorias vigentes, como a transforma¸c˜ao de Lorentz. Nota-se a importˆancia de poderosas ferramentas matem´aticas para o auxiliar na compreens˜ao dos conceitos que a cercam.

Mostra-se tamb´em que, mesmo a gravita¸c˜ao newtoniana n˜ao sendo t˜ao acu-rada na observa¸c˜ao e entendimento da dinˆamica de corpos massivos, esta leva a uma boa aproxima¸c˜ao a realidade, tanto que seus valores levaram a relacionar a uma aproxima¸c˜ao de campos fracos da pr´opria gravita¸c˜ao geral. Historicamente falando, a gravita¸c˜ao new-toniana descreve com alto grau de exatid˜ao os movimentos orbitais dos corpos presentes no sistema solar, com exce¸c˜ao de merc´urio, no qual o fenˆomeno de precess˜ao de sua orbita s´o foi descrito corretamente com a gravita¸c˜ao geral [10].

Neste escrito, tentou-se abordar de maneira simples os principais conceitos que permeiam a RG. Por meio deste, ´e poss´ıvel compreender a correla¸c˜ao entre energia de um corpo (podendo esta esta contida em sua massa) com a deforma¸c˜ao do espa¸co a qual o cerca. A partir disto, ´e fact´ıvel o aprofundamento em problemas mais complexos, como o descrito pela solu¸c˜ao de Schwarzschild (uma das solu¸c˜oes da equa¸c˜ao de Einstein).

Espera-se que este trabalho tenha sido satisfat´orio no ponto de vista ma-tem´atico para uma maior compreens˜ao dos leitores, possibilitando que a mesma sirva de atalho na compreens˜ao desse assunto e que seja capaz de estimular um maior numero de leitores a prosseguirem em estudos mais avan¸cados acerca do tema.

(35)

34

REFERˆENCIAS

[1] Newton, I., Thomson, W., Blackburn, H. . Glasgow: James Maclehose Publisher. Sir Isaac Newtons principia. , London, Cambridge and New York: Macmillan and CO, 2013.s

[2] Maia, N.B. Introdu¸c˜ao A Relatividade. S˜ao Paulo, LIVRARIA DA FISICA, 2009. [3] Lemos, N.A. Mecˆanica Anal´ıtica. S˜ao Paulo, LIVRARIA DA FISICA, 2007.

[4] Rindler, W. Relativity: Special, General, and Cosmological. Second Edition. New York, OUP Oxford, 2006.

[5] Harrison, E. Cosmology: The Science of the Universe. New York, Cambridge Univer-sity Press, 2000.

[6] Janiak, A. Newton as Philosopher pg.33. New York, Cambridge University Press, 2010. [7] NUSSENVEIG. H .M Curso de F´ısica B´asica - vol.4. S˜ao Paulo, Editora Blucher,

1998.

[8] https://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac Newton#As tr.C3.AAs leis de Newton. Aces-sado em 12/03/2018

[9] http://www.fisica.net/relatividade/postulados da teoria da relatividade.php. Acessado em 18/03/2018

[10] http://plato.if.usp.br/ fma0374d/aula13/node2.html Acessado em 22/03/2018

Referências

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