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Efeitos da utilização de leveduras vivas sobre o desempenho de suínos

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS DOIS VIZINHOS

CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA

Aléxis Sandro Rottini

EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE LEVEDURAS VIVAS SOBRE O

DESEMPENHO DE SUÍNOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DOIS VIZINHOS 2018

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ii ALÉXIS SANDRO ROTTINI

EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE LEVEDURAS VIVAS SOBRE O DESEMPENHO DE SUÍNOS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, como requisito parcial à obtenção do título de Zootecnista.

Orientador: Prof.º Dr.º Paulo Segatto Cella

DOIS VIZINHOS 2018

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iv Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Campus Dois Vizinhos Gerência de Ensino e Pesquisa

Curso de Zootecnia

TERMO DE APROVAÇÃO TCC II

EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE LEVEDURAS VIVAS SOBRE O DESEMPENHO DE SUÍNOS

Autor: Aléxis Sandro Rottini

Orientador: Prof º. Dr º. Paulo Segatto Cella

TITULAÇÃO: Zootecnista

APROVADO em 20 de Dezembro de 2018

Profº Valter Oshiro Vilela Profº Patricia Rossi

Prof º. Dr º. Paulo Segatto Cella (Orientador)

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v RESUMO

ROTTINI, Aléxis Sandro. Efeitos da utilização de leveduras vivas sobre o

desempenho de suínos. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso - em

Bacharelado em Zootecnia Campus Dois Vizinhos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2018.

Resumo: O objetivo do trabalho foi de avaliar os efeitos das leveduras

vivas sobre o desempenho de suínos na fase de terminação. O experimento foi conduzido na Unidade de Ensino e Pesquisa de Suinocultura do Campus Dois Vizinhos da UTFPR. Foram utilizados 12 suínos cruzados (Large White x Landrace) com peso médio inicial de 65 kg, com 110 dias de idade, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com 2 tratamentos: T1- Ração basal sem inclusão de aditivos e T2- Ração basal + 0,2% de leveduras vivas (Saccharomyces cerevisae), com 3 repetições e 2 animais por unidade experimental. Os parâmetros avaliados foram ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA) e o custo da ração por kg de suíno produzido. Os dados de desempenho foram submetidos à análise de variância, sendo a diferença entre as médias verificadas pelo teste F. Não houve efeito (P>0,05) dos tratamentos para nenhum dos parâmetros avaliados. Desta forma, conclui-se que o uso de leveduras vivas como probiótico, não melhorou o desempenho produtivo dos suínos e foi inviável economicamente.

Palavras-chave: Melhoradores de eficiência. Probióticos. Saccharomyces

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vi ABSTRACT

ROTTINI, Aléxis Sandro. Effects of the use of live livestock on pig

performance. 29p. Trabalho de Conclusão de Curso - em Bacharelado em

Zootecnia Campus Dois Vizinhos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Dois Vizinhos, 2018.

ABSTRACT: The objective of this work was to evaluate the effects of live

yeasts on the performance of pigs in the finishing phase. The experiment was conducted at the Swine Training and Research Unit of UTFPR Campus Dois Vizinhos. Twelve crossbred (Large White x Landrace) pigs with a mean initial weight of 65 kg, with 110 days of age, were distributed in a completely randomized design with two treatments: T1- Basal ration without inclusion of additives and T2- Basal ration + 0.2% live yeast (Saccharomyces cerevisae), with 3 replicates and 2 animals per experimental unit. The evaluated parameters were weight gain (GP), feed intake (CR), feed conversion (CA) and feed cost per kg of pig produced. The performance data were submitted to analysis of variance, being the difference between the means verified by the test F. There was no effect (P> 0.05) of the treatments for any of the evaluated parameters. Thus, it is concluded that the use of live yeasts as a probiotic, did not improve the productive performance of the pigs and was economically unfeasible.

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vii SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. OBJETIVOS... 3 2.1 Objetivo Geral ... 3 2.2 Objetivos Específicos ... 3 3 REVISÃO DE LITERATURA ... 4

3.1 Histórico e situação atual da Suinocultura... 4

3.2 Probióticos ... 7

3.3 Mecanismo de ação ... 9

3.4 Leveduras vivas como probióticos ... 11

4 MATERIAL E MÉTODOS ... 13

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 16

6 CONCLUSÃO ... 18

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1. INTRODUÇÃO

A carne suína é a proteína animal mais consumida do mundo, correspondendo a 42,9 % de toda carne consumida segundo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) 2017. Em âmbito nacional, a suinocultura em 2017 participou com R$ 62,57 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto), além disso gera cerca de 126 mil empregos de forma direta e mais de 900 mil empregos indiretamente. Em relação ao consumo segundo a ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos) 2017, é possível afirmar que nas últimas duas décadas o consumo aumentou por volta de 113%.

Os dados citados acima demonstram a importância desta atividade para economia do país e do mundo bem como sua importância nutricional, sendo a carne mais consumida no mundo, justificando assim o emprego de pesquisas que proporcionem maior eficiência da atividade tanto no aumento da produtividade quanto na excelência da proteína produzida. Parte dos grandes aumentos da produtividade passa pelas pesquisas que determinam o grau de exigências em termos nutricionais, a composição química dos alimentos bem como a utilização de aditivos que proporcionam melhora no desempenho (VARGAS & OLIVEIRA, 2017).

Há muito tempo para produção animal faz-se uso de aditivos, sendo os antibióticos e quimioterápicos considerados promotores de crescimento tradicionais para suínos, melhorando o desenvolvimento dos animais. Porém, o uso indiscriminado de antimicrobianos nas dietas vem sendo questionado em vários locais do mundo desde os anos noventa. Sendo que alguns podem apresentar toxicidade provocando assim reações alérgicas por seus resíduos presentes na carcaça, podendo causar problemas de resistência bacteriana aos antibióticos utilizados (PENZ, 2003).

Diante da preocupação do mercado consumidor sobre uso dos antibióticos como promotores de crescimento surgem como alternativa os fitoterápicos, ácidos orgânicos, prebióticos e probióticos que ganham cada vez mais espaço como componente das rações (VARGAS & OLIVEIRA, 2017).

Os probióticos surgem como alternativa menos convencional pois podem ser definidos como suplemento microbiano vivo sendo este formado por

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2 bactérias e/ou fungos específicos. Sendo capazes de colonizar o intestino criando uma barreira contra microrganismos patogênicos e mantendo seu equilíbrio (WALKER e DUFFY, 1998), e também afirmam que estes agem também como preventivos de possíveis desordens intestinais proporcionando melhora no desempenho animal.

A Saccharomyces Cerevisae é um tipo de levedura que utilizado como probiótico, pode ser adicionado às rações de forma isolada ou associada com bactérias produtoras de ácido lático, e quando fornecida apresenta a capacidade de colonização do trato digestório atribuindo proteção e melhorando assim o desempenho dos animais (LOVATTO, 2015).

Segundo Silva e Nörnberg (2003), as utilizações destes aditivos em substituição aos antibióticos promotores de crescimento garantem um produto final saudável e sem possibilidade de resíduo de antibióticos na carne.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar os efeitos das leveduras vivas sobre o desempenho de suínos na fase de terminação.

2.2 Objetivos Específicos

 Avaliar os efeitos das leveduras vivas sobre o consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar;

 Avaliar a viabilidade econômica da utilização das leveduras vivas nas rações para suínos.

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4

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Histórico e situação atual da Suinocultura

A proteína provinda da carne suína caracteriza-se por uma das mais antigas formas de alimentação utilizada, tendo em vista que sua domesticação data de cerca de 5000 a.C. Tem-se acreditado que sua domesticação tenha ocorrido tanto na China quanto no Oriente Próximo, sendo que a mesma tenha se dado por suas características adaptáveis e sua dieta onívora (ABCS, 2018).

Frequentemente era utilizado exclusivamente para alimentação, e posteriormente aproveitado de uma forma mais completa sendo sua pele utilizada como forma de abrigo, seus ossos utilizados para fabricação de ferramentas e armas, e também seu pelo utilizado para confecção de escovas. (ABPA, 2018).

Os primeiros suínos que estiveram no continente americano foram trazidos por Colombo em sua segunda viagem por volta de 1494, que acabou soltando-os na selva. Dado a sua rápida proliferação em 1499 já se tem os primeiros registros dos prejuízos causados pelos animais nas plantações de todo o continente. As futuras gerações chegaram a povoar a maior parte da América do Norte, chegando estes até a Venezuela, Peru, Colômbia e Equador. (ABCS, 2018).

Segundo ABPA (2018), os suínos foram introduzidos no Brasil em 1532 por Martin Afonso de Souza, inicialmente provenientes de cruzamentos entre raças portuguesas em que era totalmente desprezada a seleção de matrizes, sendo que posteriormente com o avanço da produção ocorrera o desenvolvimento de raças próprias pelos brasileiros.

Atualmente os maiores produtores mundiais de suínos são China, União Europeia e Estados Unidos, com produção em mil toneladas de 53.400, 23.675 e 11.610 respectivamente, o Brasil ocupa a quarta posição com produção de 3.725 mil toneladas (Figura 1).

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5 Figura 1- Principais produtores mundiais de carne suína.

Fonte- USDA | Foreign Agricultural Service (2017).

Os maiores consumidores de carne suína segundo USDA (2017) são China, União Europeia e Estados Unidos, com consumo de 54.812, 20.832, 3.298 mil toneladas respectivamente, o Brasil ocupa a quinta colocação com consumo em mil toneladas de 2.941 (Figura 2).

Figura 2- Principais consumidores mundiais de carne suína. Fonte- USDA | | Foreign Agricultural Service (2017).

Os principais países exportadores são União Europeia com exportação de 2.857 mil toneladas, Estados Unidos 2.555 mil toneladas e Canadá com 1.324 toneladas, o Brasil assim como no ranking de produção, encontra-se na quarta colocação com 786 mil toneladas (Figura 3).

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6 Figura 3- Principais exportadores mundiais de carne suína.

Fonte- USDA | USDA | Foreign Agricultural Service (2017).

A nível nacional a região Sul encontra-se como principal produtora de carne suína Santa Catarina na primeira colocação com produção em mil toneladas de 1.026 o que corresponde há 26,86% da produção nacional, seguida por Paraná com produção em mil toneladas de 828 correspondendo a 21,65%, em terceiro tem-se o estado de Rio Grande do Sul com 727 mil toneladas representando 19,01% da produção nacional (Figura 4).

Figura 4- Principais Estados produtores em toneladas e porcentagem. Fonte- EMBRAPA (2017)

Juntos os três principais estados produtores de carne suína que caracterizam a Região Sul são responsáveis por produzirem cerca de 2.500 mil toneladas, o que corresponde a aproximadamente 67,5% da produção do país.

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7 Em termos de exportação tem-se ainda a Região Sul como principal exportadora, sendo novamente o Estado de Santa Catarina ocupando o primeiro lugar com 281 mil toneladas, representando 40,28% das exportações, porém uma troca ocorre na segunda e terceira colocação em comparação aos dados de produção, onde o segundo lugar passa a ser ocupado pelo Rio Grande do Sul com exportação de 281 mil toneladas correspondente a 29,63% das exportações, caindo para terceira colocação temos o Paraná que exporta 98 mil toneladas representando 14,07% (Figura 5).

Figura 5- Principais Estados exportadores em toneladas e porcentagem. Fonte- EMBRAPA (2017)

3.2 Probióticos

O termo probiótico tem origem grega e significa “pró-vida”, sendo o antônimo de antibiótico que significa “contra-vida” (COPPOLA; TURNES, 2004). O Compêdio Brasileiro de Alimentação Animal (1998), afirma que probióticos são cepas específicas de várias espécies de microrganismos com ações auxiliares na recomposição da microbiota intestinal dos animais, diminuindo a concorrência dos microrganismos patogênicos ou indesejáveis.

Fuller (1989), definiu probióticos como “Suplemento alimentar de microrganismos vivos que afeta beneficamente a flora intestinal pelo melhoramento do equilíbrio microbiano no intestino”.

Collins e Gibson (1999) apontam que um probiótico eficaz deve apresentar as seguintes características:

I. Exercer efeito benéfico;

II. Não ser patogênico e/ou tóxico;

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8 IV. Ser capaz de sobreviver ao metabolismo digestivo intestinal;

V. Manter-se viável durante a estocagem e uso nas dietas;

VI. Ter boa palatabilidade ou não interferir nas propriedades sensoriais

VII. Ser isolado ou detectado em seu hospedeiro.

Na história os primeiros relatos sobre o consumo de microrganismos com influência na saúde são de Metchnikoff e datam de 1907, o qual observando camponeses da Bulgária os quais consumiam leite fermentado (exemplo de probiótico) com Lactobacillus acidophilus, apresentavam maior longevidade.

Na ocasião esta longevidade foi relacionada a baixíssima ocorrência de câncer de cólon e a proteção contra infecções gastrintestinais que eram relacionadas ao alto consumo de leite fermentado por bactérias produtoras de ácido lático (ALBUQUERQUE, 2005; MACARI; FURLAN, 2005). Porém, o termo probiótico foi mencionado pela primeira vez por Lilly e Stillwell (1965) quando estudaram a ação de microrganismos como promotores de crescimento.

Diversos microrganismos são usados como probióticos, entre eles bactérias ácidas- lácticas, bactérias não ácidas lácticas e leveduras (Tabela 1). Os probióticos podem conter apenas uma espécie de microrganismo ou mais (TURNER et al., 2001).

(16)

9 Tabela 1: Microrganismos com propriedades de probióticos.

Fonte- Adaptado de Holzapfel et al. (2001).

3.3

Mecanismo de ação

Os leitões nascem livres de contaminação microbiológica, mas, em questão de horas, já há colonização por Lactobacillus, Bifidobacteria e Bacteróides (KELLY; KING, 2001), correspondendo a 90% da microbiota normal de um suíno em aleitamento. Os 5% restante da microbiota são representados por microrganismos anaeróbios facultativos (E. coli e Enterococci) e menos de 1% por microrganismos como Clostridium e Staphylococcus (HUYGHEBAERT, 2003). Segundo Utiyama (2006) após a desmama há uma grande queda na população de bactérias lácticas e um aumento na população de Escherichia coli assim como de outros microrganismos patógenos oportunistas. Estas bactérias patogênicas, principalmente a E. coli, podem se aderir ao epitélio intestinal por meio de fímbrias, se multiplicarem e desequilibrar a microbiota, causando as diarreias pós-desmama e até a morte.

O modo de ação dos probióticos não foi ainda completamente esclarecido, embora tenham sido sugeridos vários processos que podem atuar independentemente ou associados (COPPOLA; TURNES, 2004).

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10 Os microrganismos probióticos adicionados à dieta (ração ou água) podem proteger o intestino dos animais contra microrganismos patógenos e trazer benefícios por diferentes mecanismos propostos (Figura 6):

Figura 6- Mecanismos de Ação dos Probióticos.

Segundo Schwarz (2002), os probióticos parecem agir através de competição física no trato digestivo, competindo com os patógenos pela ocupação dos sítios de aderência nas vilosidades intestinais, sendo assim os mesmos impedem a fixação livre dos patógenos protegendo as vilosidades e a superfície da absorção de toxinas irritantes produzidas pelos patógenos o que permite a regeneração da mucosa lesada. Basicamente a ação dos probióticos dirige-se a melhoria do desempenho na produção animal bem como da saúde geral do animal, agindo como biorreguladores do trato intestinal, agindo de forma preventiva e curativa. A autora afirma ainda que o importante não é a quantidade de produto utilizado para formulação da ração, mais sim a quantidade real de bactérias vivas presentes. Além de ser complexo o mecanismo de ação dos probióticos é variável com o tipo de microrganismo utilizado na dieta, o que está relacionado ainda com fatores ambientais e as condições físicas apresentadas pelo animal hospedeiro.

Apesar da base teórica justificar o uso dos probióticos para leitões, os resultados das pesquisas têm se mostrado contraditórios (MORAES, 2009). A grande variabilidade dos resultados com o uso de probióticos, pode estar

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11 relacionado às diferenças de dose, condições de armazenamento, composição da dieta e interações com outros aditivos presentes na dieta (CLOSE, 2000). Somando-se a isso, caso as condições sanitárias estejam adequadas, os animais sofrerão um menor estresse e se a microflora estiver em equilíbrio, os antibióticos e os probióticos terão menos efeito sobre o desempenho animal (AVCARE LIMITED, 2003).

3.4 Leveduras vivas como probióticos

Leveduras se caracterizam por serem microrganismos unicelulares, sendo que sua reprodução se dá de forma assexuada por brotamento, e seu desenvolvimento ocorre na fermentação alcoólica (HORII apud BARBALHO, 1997).

Segundo Butolo (2001), a mais antiga fonte de proteínas celulares são as leveduras, que de maneira inconsciente são ingeridas pelo homem através de bebidas, produtos naturais e alimentos elaborados através de processos fermentativos. Também Serzedelo (1961), já havia citado a possibilidade da utilização das leveduras na alimentação de aves e suínos, a levedura Saccharomyces cerevisae tem sido usada a décadas sob o uso de subprodutos da indústria de fermentação.

Em estudos realizados por Ducluzeau e Bensaada (1992), demonstraram o efeito antagônico microbiano da Saccharomyces cerevisae sobre diferentes microrganismos patogênicos como por exemplo E. Colli, Cândida albicans dentre outras. Já Buts et al. (1986), encontrou no epitélio intestinal o aumento da atividade enzimática, associado na ocasião na maior velocidade em que o enterócito chegou em sua maturidade, tendo por consequência uma maior produção de dissacaridases. Caracterizando assim outro mecanismo de ação relacionado a atividade metabólica da levedura.

As leveduras em sua composição possuem de 20% a 30% de carboidratos os quais se localizam na parede celular em sua grande maioria, que é composta por glucanas e mananas, que apresentam tanto impacto no sistema imunológico quanto na capacidade em prevenir a colonização de bactérias patogênicas no trato gastrintestinal (SPRING, 2000).

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12 Segundo Schwarz (2002), por não se tratar de um hospedeiro natural do trato gastrintestinal as células das leveduras não conseguem se aderir ao epitélio do animal, multiplicando-se pouco e transitando juntamente com o bolo alimentar, agindo como um bio-promotor diminuindo a pressão que é exercida pelos microrganismos patogênicos.

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13

4 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Unidade de Ensino e Pesquisa de Suinocultura - UNEPE da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR campus Dois Vizinhos. Localizado em latitude de 25°45'00" Sul, longitude 53°03'25" Oeste e altitude média de 509 metros (Figura 7). O clima do município é classificado como subtropical úmido mesotérmico Cfa segundo a classificação de Köppen.

Figura 7- Mapa de localização da área de estudo. Fonte- O autor (2018).

Para a realização do presente estudo foram utilizados 12 leitões cruzados Large White x Landrace, sendo machos e fêmeas com idade aproximada de 110 dias e peso médio inicial de 65 Kg. O experimento ocorreu em um período de 30 dias e os animais foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos, T1- ração Basal (controle) sem inclusão de levedura e T2 - ração Basal + 0,2 % de leveduras vivas, com três repetições e dois animais por unidade experimental.

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14 Os animais foram alojados em galpão de alvenaria, com baias de concreto equipadas com comedouro de madeira e bebedouro tipo chupeta. Para os animais foi oferecido ração basal pelo período de sete dias, caracterizando este o período de adaptação dos mesmos.

Foram calculados o ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, e custo da ração por Kg de suíno produzido.

Para ganho de peso dos animais o cálculo foi feito através de pesagem dos mesmos no início e final do experimento (Equação 1):

Ganho de peso = Peso final − Peso início (1) Para o consumo de ração os resultados foram obtidos através da quantidade de ração fornecida diminuindo os desperdícios e as sobras. Dividido pelo número de animais (Equação 2):

Consumo de Ração =

ç ( )

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Para realização do cálculo de conversão alimentar (CA) foram utilizados o total de ração consumida dividido pelo ganho de peso dos animais (Equação 3):

Conversão alimenar =

ç

(3) Para obtenção do custo da ração por kg de suíno produzido, foi utilizada a seguinte equação adaptada de Bellaver et al. (1985):

Custo da ração por kg

d

e suíno

produzido

= Custo do Kg racão ∗ CA

As rações experimentais a base de milho e farelo de soja foram formuladas para atender as exigências dos suínos na fase de terminação (Tabela 2), conforme as recomendações nutricionais de Rostagno et al. (2011), e fornecidas Ad Libitum durante todo período experimental. O probiótico utilizado na ração do tratamento 2 foi de uma marca comercial que usa como fonte a levedura viva Saccharomyces cerevisiae.

Os dados de desempenho foram submetidos à análise de variância (ASSISTAT 7.5, 2008), sendo a diferença entre as médias verificadas pelo teste F.

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15 Tabela 2- Composição centesimal das rações experimentais para suínos na fase de terminação. T1-Controle T2- Leveduras Vivas Ingredientes, Kg T1 % T2 % Milho grão 71,44 71,29 Farelo de soja 24,61 24,61 Óleo vegetal 0,94 0,94 Fosfato Bicálcico 1,26 1,26 Calcário 0,99 0,99 Sal branco 0,357 0,357 DL – Metionina 0,121 0,121 L-Lisina HCL 0,085 0,085

Suplemento Mineral e vitamínico¹ 0,2 0,2

Probiótico 0 0,2

TOTAL 100 100

VALORES CALCULADOS

PB (%) 17,50 17,50

Enegia Digestível (Kcal/Kg) 3400 3396

Cálcio (%) 0,77 0,77

Fósforo Disponível (%) 0,36 0,36

Sódio (%) 0,17 0,17

Lisina (%) 0,95 0,95

Metionina + Cistina (%) 0,63 0,63

¹Valores calculados por kg do produto: vit.A, 7.500.000 UI; vit.D3, 1.500.000 UI; vit.E, 25.000mg; vit.K3, 1.000mg; vit.B1, 1.000mg; vit.B2, 5.000mg; vit.B6, 1.000mg; vit.B12, 14.000mcg; biotina, 250.000mcg; ác. Pantotênico, 14.000mg; ácido fólico, 400.000mcg; ác. nicotínico, 18.000mg. Magnésio, 666mg; enxofre, 85.864,110mg; manganês, 40.000mg; cobre, 15.000mg; ferro, 80.000mg; zinco, 99.867,810mg; iodo, 300mg; selênio, 300mg.

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16

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores de consumo médio de ração (CR), ganho de peso diário (GP), e conversão alimentar (CA), estão descritos na Tabela 3.

Tabela 3- Desempenho de suínos na fase de terminação

Parâmetros T1- Controle

T2 – Leveduras

vivas

CV%

Consumo diário de ração (kg) 3,43 3,79 8,68 Ganho de peso diário (kg) 1,057 1,066 11,74

Conversão alimentar 3,24 3,55 14,01

Não significativo (P>0,05).

O consumo diário de ração (CR), o ganho de peso diário (GP), e a conversão alimentar (CA), não foram influenciados pelos tratamentos (P>0,05). Chiquieri et.al (2003), não observaram melhora no desempenho de suínos na fase de crescimento – terminação, alimentados com rações contendo leveduras vivas.

Estes resultados corroboram com os encontrados por Araújo et.al (2006) e Utyama et al. (2006), que não verificaram efeito da utilização de leveduras vivas como probióticos sobre a conversão alimentar e o ganho de peso de leitões respectivamente.

Dias et al. (2017), em experimento realizado usando a levedura Saccharomyces cerevisiae como probiótico, também não verificou efeito sobre o desempenho dos animais. E considerou que este resultado pode estar relacionado com a utilização de instalações com baixo desafio sanitário e ambiental, pois os animais foram criados em instalações com bom controle ambiental e que haviam passado por um longo período de vazio sanitário. E também pelo baixo número de animais por unidade experimental.

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17 Moreira et al. (1998), observaram uma piora no ganho de peso e na conversão alimentar com a inclusão de níveis crescentes de leveduras na alimentação.

Silva et al. (2006), verificaram uma melhora na conversão alimentar (P<0,05) dos animais que receberam ração com probiótico, quando comparados com o tratamento controle.

O custo do quilo da ração e o custo da ração por quilo de suíno produzido, são apresentados na Tabela 4. Os resultados obtidos mostraram que o tratamento 2 (com leveduras vivas) apresentou maiores custos, indicando que a inclusão deste probiótico não foi economicamente viável.

Tabela 4 – Custo da ração por kg de suíno produzido.

Parâmetros T1-controle T2 – aditivo

Custo do kg da ração 0,81 R$ 0,87 R$

Custo da ração por kg de suíno produzido 2,62 R$ 3,09 R$

Dias et al. (2017), em experimento realizado com leitões alimentados com leveduras vivas, evidenciaram que o uso de leveduras como probiótico, aumentou o custo das rações e foi inviável economicamente.

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6 CONCLUSÃO

O uso de leveduras vivas como probiótico, não melhorou o desempenho produtivo dos suínos na fase de terminação e foi inviável economicamente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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