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HUMANIDADE E MEIO AMBIENTE

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Texto

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Capítulo

12

Diversos fatores vêm colocando o planeta em risco: o aumento da poluição, o aumento da temperatura global, a destruição da camada de ozônio, o

esgotamento de recursos naturais, entre tantos outros. Felizmente, estamos nos conscientizando de que o uso racional dos recursos naturais é fundamental para que nossos descendentes desfrutem de um mundo habitável.

Neste capítulo apresentamos alguns aspectos

problemáticos da interferência humana na natureza.

12.1 Poluição ambiental

Poluição é a presença concentrada de certas substâncias ou agentes físicos no ambiente, em geral gerados por atividades humanas.

12.2 interferência humana

em ecossistemas naturais

A ação humana em comunidades naturais equilibradas pode colocar em risco toda a intrincada trama de relações que levou centenas ou milhares de anos para se estabelecer.

12.3 Caminhos e

perspectivas

É preciso refletir sobre o impacto que cada um de nós causa no ambiente, nossas atitudes poderão garantir que as futuras gerações vivam em um mundo habitável. UNidAde C

Humanidade

e ambiente

N 0 240 km

A fotografia mostra a vegetação nativa sendo queimada para dar lugar a áreas destinadas à agricultura e à pecuária. A prática de queimadas é comum no Brasil, apesar de ser prejudicial ao solo e à atmosfera.

De olho no planeta

As imagens obtidas por satélites nos dão uma visão privilegiada do planeta em que vivemos, permitindo monitorar o relevo, a vegetação e as eventuais alterações ambientais decorrentes da atividade humana.

1992 2006

As fotografias à esquerda e à direita, tiradas com um intervalo de 14 anos, mostram a mesma região de um cerrado. À esquerda, predomina a vegetação nativa (em vermelho). As áreas mais claras, na fotografia à direita, foram desmatadas para o plantio de soja. A CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou em 21,3 milhões de hectares a área plantada com soja no biênio 2008/2009, no Brasil.

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na s a eaR th obseR v a toR Y na s a eaR th obseR v a toR Y na s a eaR th obseR v a toR Y

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A extração de minérios sem preocupação com o alto impacto ambiental dessa atividade altera profundamente o ambiente, destruindo a vegetação e o relevo locais, como mostra a fotografia.

A maior parte da população brasileira vive na região ocupada originalmente pela Mata Atlântica. A expansão da população foi responsável pela destruição da quase totalidade desse importante bioma. Menos de 7% da mata original perdurou, em sua maioria em pequenas áreas dispersas.

Os locais de maior interferência humana (antrópica) refletem a ocupação desigual de nosso território. Em 2005, aproximadamente 27,6% da área do país apresentava algum grau de alteração ambiental devido

à ação antrópica direta. Área Antropizada

A busca de soluções para diminuir o impacto ambiental antrópico resume o conceito de sustentabilidade. Pesquise sobre esse conceito e os princípios para uma sociedade sustentável. Em seguida, escreva um texto sobre a importância da sustentabilidade para a humanidade.

Para pensar A abertura de estradas e a ocupação

humana em suas laterais levam à formação de clareiras na floresta, em um padrão típico conhecido como “espinha de peixe”, mostrado na fotografia. 0 960 km

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Digit al g lobe/Maplink/ t ele a tla s Digit al g lobe/Maplink/ t ele a tla s M s a t l t D/ spl /l a tins tock co R tesia na s a

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Unidade C • E cologia

Seção 12.1

Poluição ambiental

Poluição (do latim poluere, manchar, poluir) é a presença concentrada de determinadas substâncias ou agentes físicos no ambiente, genericamente denominados poluentes e, em geral, produzidos pelas atividades humanas. Os poluentes podem afetar a vida de uma ou mais espécies vivas de um hábitat.

As atividades humanas, principalmente nas sociedades industrializa-das modernas, geram diversos tipos de poluente: lixo, fumaça e resíduos industriais, gases do escapamento de veículos motorizados etc., além da maior quantidade de resíduos orgânicos, como excrementos e urina.

A questão da poluição ambiental é antiga; no século XIX, por exemplo, muitas cidades estadunidenses eram assoladas pela “poluição dos ca-valos”. O cheiro de suor, de urina e de esterco desses animais estava em todos os lugares. Partículas de esterco seco poluíam o ar. Havia montes de esterco fresco por todos os lados, restos de comida de cavalo e mui-tas moscas. Tente imaginar como seriam nossas cidades hoje se todos tivessem um cavalo. Quando surgiram os automóveis, pensava-se que eles seriam uma solução limpa para os problemas causados pela poluição dos cavalos, mas hoje sabemos que essa previsão não foi acertada.

A poluição ambiental gerada pelas sociedades industrializadas tem provocado tragédias de grandes proporções. Em Londres, no inverno de 1952, as condições climáticas não permitiram a dispersão dos poluentes li-berados pelos automóveis, pelas fábricas e pelos sistemas de aquecimento das residências, o que produziu efeitos dramáticos: mais de 4 mil pessoas morreram em poucos dias, em decorrência de problemas respiratórios causados pelos poluentes que se concentraram na baixa atmosfera. Nos dois meses seguintes, mais de 8 mil pessoas morreram de enfermidades decorrentes da poluição atmosférica.

Outra catástrofe de grandes proporções ocorreu em Chernobyl, na antiga União Soviética, em 1986. Uma falha na refrigeração de um reator nuclear fez com que ele explodisse, lançando poluentes radioativos que provocaram a morte imediata de dezenas de pessoas e doenças em milhares de outras.

Um aspecto importante para o controle da poluição é o esclarecimento e a educação da população. Somente uma sociedade civil amplamente organizada e informada será capaz de exercer uma fiscalização ambiental sistemática, exigindo a criação e principalmente o cumprimento de leis ecológicas eficientes. (Fig. 12.1)

Habilidade sugerida

❱❱❱

Conhecer as principais CCCCCC C formas de poluição ambiental – poluição do ar, da água e do solo – e discutir maneiras de minimizar seus efeitos sobre o ambiente natural. Conceitos principais

❱❱❱

poluição monóxido de carbono chuva ácida inversão térmica efeito estufa maré vermelha reciclagem do lixo

Figura 12.1 Cerimônia durante o World Summit on Sustainable

Development (Rio 1 10) em

Johannesburgo, África do Sul, 2002. O despertar da consciência ecológica tem levado a sociedade a se organizar pela necessidade de preservar o ambiente natural para as gerações futuras. Y o a v le MM e R /a Fp /g ett Y iM a ges

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Monóxido de carbono Hidrocarbonetos Óxido de nitrogênio Material particulado Óxido de enxofre M Ó Ó M M 16,11% 15,32% 2,60% 1,06% 64,91% Ó Ó Repr odução pr

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te

Figura 12.2 Gráfico que mostra a distribuição aproximada dos principais poluentes do ar na cidade de São Paulo em 2008. (Baseado em dados da CETESB,

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.)

1

Poluição atmosférica

As principais fontes geradoras da poluição atmosférica são os motores de veículos, as indús-trias (siderurgias, fábricas de cimento e papel, refinarias etc.), a incineração de lixo doméstico e as queimadas de campos e florestas. Em decorrência de diversas atividades antrópicas, são liberadas anualmente na atmosfera milhões de toneladas de gases tóxicos, como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e hidrocarbonetos, além de gás carbônico e do chamado material particulado — um conjunto de partículas constituídas por poeiras, fumaças e materiais sólido e líquido —, que fica em suspensão no ar em virtude de seu pequeno tamanho. (Fig. 12.2)

Um dos poluentes mais perigosos para os habitantes das grandes metrópoles é o monóxido de carbono (CO), um gás incolor, inodoro, um pouco mais leve que o ar e muito tóxico. Esse gás é produzido durante a queima incompleta de moléculas orgânicas e sua principal fonte de emissão são os motores a combustão de veículos como automóveis, motocicletas, ônibus, caminhões etc. (Fig. 12.3)

O monóxido de carbono tem a propriedade de se combinar irreversivelmente com a hemoglobina do sangue, inutilizando-a para o transporte de gás oxigênio. A exposição prolongada ao monóxido de carbono pode levar à perda de consciência e à morte; o indivíduo intoxicado por esse gás tem sintomas de asfixia, com aumento dos ritmos respiratório e cardíaco.

Figura 12.3 Os principais emissores de monóxido de carbono para a atmosfera são os motores a explosão dos automóveis. Na fotografia, trânsito na Marginal do Rio Tietê em São Paulo, São

Paulo, 2009.

Outro poluente atmosférico importante é o dióxido de enxofre (SO2), gás tóxico pro-veniente da queima industrial de combustíveis como o carvão mineral e o óleo diesel, que contêm enxofre como impureza. O dióxido de enxofre, juntamente com o dióxido de nitro-gênio (NO2) também liberado pela atividade industrial, pode provocar bronquite, asma e enfisema pulmonar. a D ilson secco D anil o v eRp a/Folha iM a ge M

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Nas cidades modernas há grande quantidade de partículas em suspensão no ar, produzidas principalmente pelo desgaste de pneus e freios de automóveis e pela combustão do diesel.

Outras grandes fontes poluidoras são as siderúrgicas e as fábricas de cimento, estas últimas responsáveis pela liberação de partículas de sílica (SiO2). A sílica e o amianto, quando se encontram na forma de partículas em suspensão no ar, causam diversas doenças pulmo-nares, como fibroses e enfisemas.

A utilização do amianto (asbesto) já é proibida em vários países. Em 2009, uma grande multinacional produtora de amianto foi levada aos tribunais da Itália para responder pelos danos causados à saúde dos trabalhadores de suas fábricas. No Brasil, onde esse material ainda é utilizado principalmente na fabricação de telhas e de caixas-d’água, sua proibição vem sendo discutida e já foi aprovada em alguns estados.

Inversão térmica

Em condições normais, as camadas mais baixas da atmosfera são mais quentes porque ab-sorvem calor irradiado pela superfície terrestre. Como o ar quente é menos denso, sua tendência é subir, carregando consigo os poluentes em suspensão. O ar quente que sobe é substituído por ar frio que desce, o qual, ao se aquecer, volta a subir. Esse movimento ascendente e descen-dente de ar, denominado corrente de convecção (relembre no capítulo 11), é responsável pela dispersão dos poluentes atmosféricos que são continuamente produzidos em uma cidade.

Nos meses de inverno, em consequência do resfriamento do solo, a camada inferior de ar atmosférico pode ficar mais fria que a camada imediatamente acima dela, fenômeno denominado inversão térmica. Com isso, os movimentos de convecção são interrompidos e os poluentes deixam de se dispersar para as camadas mais altas da atmosfera, passando a se concentrar na camada de ar frio aprisionada entre a superfície e a camada de ar quente. Nessas ocasiões, aumentam muito os casos de irritação das mucosas e problemas respiratórios nos habitantes dos grandes centros urbanos. (Fig. 12.5)

Figura 12.4 Floresta danificada por chuva ácida na República Tcheca, 2005.

Além disso, ao reagir com vapor-d’água da atmosfera, esses óxidos podem formar ácido sul-fúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3), que se dissolvem na água das nuvens e precipitam na forma de chuvas ácidas. Em certos países europeus, nos quais a produção de energia é baseada na queima de carvão e óleo diesel, as chuvas ácidas têm provocado grandes danos à vegetação, além de corroer construções e monumentos. (Fig. 12.4)

Richa RD p a ckw oo D /p ho tolib R a R Y /g ett Y iM a ges

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te Dispersão dos poluentes

Camada de inversão Ar quente

Acúmulo dos poluentes

Diminuição gr adati va da temper atur a Ar frio Ar frio

Figura 12.5 Representação esquemática da dispersão de poluentes do ar, em situação normal (à esquerda) e em situação de inversão térmica (à direita). (Imagens sem escala, cores-fantasia.)

Aumento do efeito estufa

Parte da radiação solar que chega à Terra é refletida pelas nuvens e pela superfície terrestre; outra parte é absorvida principalmente pelo solo e reirradiada para a atmosfera na forma de calor (radiação infravermelha). Esse fenômeno natural é denominado efeito estufa e conserva a superfície terrestre aquecida, impedindo a perda rápida de calor para o espaço. Graças ao efeito estufa, a Terra mantém uma temperatura média compatível com a existência de vida.

O efeito estufa resulta principalmente da presença na atmosfera de vapor-d’água, gás carbônico (CO2), metano (CH4) e dióxido de nitrogênio (NO2), cujas moléculas têm a proprie-dade de absorver calor.

A interferência humana na atmosfera terrestre tem provocado uma intensificação do efeito estufa. Estima-se que, nos próximos anos, a temperatura média na superfície terrestre sofrerá elevação significativa. (Fig. 12.6)

Radiação solar

Radiação refletida pelas nuvens e pela

superfície terrestre

Infravermelho reirradiado pelas nuvens, pela atmosfera e pela

superfície terrestre Radiação absorvida pelas nuvens Infravermelho irradiado pela superfície Infravermelho reirradiado para a superfície pelas nuvens Infravermelho reirradiado para a superfície pelos gases do efeito estufa ESTRATOSFERA SUPERFÍCIE TERRESTRE Radiação refletida pela superfície Radiação absorvida pela superfície

Figura 12.6 Representação esquemática do efeito estufa atmosférico. Analise a figura acompanhando as explicações no texto. (Imagem sem escala, cores-fantasia.)

os v al D o s anches seq uetin a D ilson secco

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A quantidade de gás carbônico vem aumentando significativamente na atmosfera desde a Revolução Industrial, quando a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) começou a ser empregada em larga escala para produzir energia. Com isso, a concentração de gás carbônico no ar vem aumentando e hoje corresponde a mais de 0,0375% da composi-ção atmosférica (375 partes por milhão, ou ppm), um aumento da ordem de 31% em relacomposi-ção ao período pré-industrial.

Estima-se que a concentração de gás metano (CH4) na atmosfera também aumentou, no mesmo período, em mais de 150%. O metano resulta principalmente da decomposição da matéria orgânica e sua concentração na atmosfera é proporcional ao crescimento da população. Com a maior produção de lixo e esgotos e o aumento das áreas de terrenos alagados para o cultivo de arroz há grande decomposição de matéria orgânica e a concentração de metano se eleva.

Outras fontes emissoras de metano são os rebanhos de gado bovino e caprino. Esses ani-mais ruminantes fermentam o alimento em seus tubos digestórios, produzindo e eliminando gás metano, que se incorpora à atmosfera e acentua o efeito estufa.

O ano de 2001 foi o segundo mais quente da história (o mais quente foi 1998 e 2004 foi o quarto), desde que as temperaturas médias anuais no globo terrestre começaram a ser registradas, em 1861. O ano de 2001 foi também o 23oano seguido a apresentar temperaturas acima da média histórica. Durante o século XX, a temperatura global da superfície terrestre aumentou mais de 0,6 °C e, de acordo com estudos da ONU, o planeta deverá estar 2 °C mais quente até o ano de 2100.

Já há registros de desertos se expandindo, cidades costeiras inundadas e grandes alterações climáticas. Alguns cientistas acham conservadoras as estimativas da ONU e acreditam que, se os gases responsáveis pelo efeito estufa continuarem a se acumular na atmosfera, devemos esperar uma elevação de até 4 °C na temperatura média mundial, nos próximos 50 anos.

O aumento significativo da temperatura global pode trazer grandes mudanças ao clima da Terra, algumas presumivelmente com efeitos catastróficos. Nas regiões tropicais, ocorreriam tempestades torrenciais; nas regiões temperadas, o clima poderia tornar-se mais quente e mais seco; nas regiões polares, parte do gelo poderia derreter (o que parece já estar acon-tecendo), com elevação do nível dos mares e inundação de cidades litorâneas e planícies.

Poluição por ozônio

Na atmosfera terrestre, entre 12 km e 50 km de altitude, forma-se grande quantidade de gás ozônio (O3) por ação da radiação ultravioleta solar (relembre no capítulo 9). O ozônio, derivado do gás oxigênio (O2) atmosférico, constitui uma camada protetora contra a radiação ultravioleta, funcionando como um verdadeiro “filtro solar”.

Apesar de ser benéfico à vida quando presente nas altas camadas atmosféricas, o ozô-nio é poluente quando se forma junto ao solo, onde vivemos. Esse gás provoca irritação nos olhos e problemas respiratórios, além de danos à vegetação. Nas grandes cidades, poluentes liberados pelos veículos motorizados potencializam a reação de formação de ozônio na baixa atmosfera; nos meses de inverno, o problema é agravado pela ocorrência de inversões térmicas.

2

Poluição das águas e do solo

A forma comum e talvez a mais antiga de poluir as águas é pelo lançamento de dejetos humanos e de animais domésticos em rios, lagos e mares. Por serem constituídos de ma-téria orgânica, esses dejetos aumentam a quantidade de nitratos e fosfatos, bem como de outros nutrientes disponíveis no ambiente aquático, fenômeno denominado eutrofização, ou eutroficação (do grego eu, bem, bom, e trofos, nutrição).

A eutrofização geralmente leva à multiplicação intensa de bactérias aeróbias, isto é, que utilizam gás oxigênio em sua respiração. A proliferação dessas bactérias acaba por consumir rapidamente o gás oxigênio dissolvido na água, causando a morte da maioria das formas de vida aquáticas, inclusive delas próprias. A eutrofização em ambientes marinhos pode levar à grande proliferação de certos dinoflagelados (protistas fotossintetizantes), causando o fenômeno conhecido por maré vermelha, em virtude da coloração que esses organismos conferem à água. As marés vermelhas provocam a morte de milhares de peixes, principalmente porque os dinoflagelados competem com eles pelo gás oxigênio, além de liberarem substâncias tóxicas na água.

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Devido à eutrofização por esgotos humanos, os rios que banham muitas das grandes

ci-dades do mundo tiveram sua flora e sua fauna destruídas, tornando-se esgotos a céu aberto. O lançamento de esgotos nos rios acarreta, ainda, a propagação de doenças como a hepatite A, amebíase e cólera, entre outras, causadas por vermes, bactérias anaeróbias e vírus.

A melhor solução para o problema é o tratamento e o reaproveitamento de esgotos. Atual-mente já há tecnologias para purificar a água proveniente de esgotos e utilizar os resíduos semissólidos na produção de fertilizantes. O gás metano gerado no processo é empregado como combustível.

O lançamento da água que foi utilizada nas casas (águas servidas) e de resíduos industriais no ambiente constitui um sério problema ecológico. Substâncias poluentes, como detergentes, ácido sulfúrico e amônia, envenenam os rios e causam a morte de muitas espécies da comuni-dade aquática.

O desenvolvimento da agricultura também tem contribuído para a poluição do solo e das águas. Fertilizantes sintéticos e agrotóxicos (inseticidas, fungicidas e herbicidas), utilizados em quantida-des abusivas nas lavouras, poluem o solo e as águas dos rios, eventualmente intoxicando o próprio agricultor e sua família e matando diversos seres vivos dos ecossistemas. (Fig. 12.7)

Campo

desabitado Água limpa Área rural pouco povoada Lançamento de poluentes domésticos Lançamento de poluentes domésticos e industriais Área urbana densamente povoada

PLÂNCTON INVERTEBRADOS PEIXES Algas verdes e

diatomáceas Larvas de mosquitos e de libélulas Diversas espécies de peixes

Protozoários e cianobactérias

Larvas de mosquitos Peixes tolerantes à poluição

Cianobactérias Vermes Nenhum

A

Figura 12.7 A. Representação esquemática da poluição de um rio ao longo de seu curso; o lançamento de esgotos e de

resíduos industriais nos rios é uma das principais formas de poluição. O aumento da concentração de poluentes causa a alteração da comunidade biológica que habita o rio, o que pode levar à sua eliminação. (Imagens sem escala, cores--fantasia.) B. Esgoto doméstico sendo lançado em córrego da zona norte de São Paulo, São Paulo, 2007. C. Rio Tietê

poluído com espuma em Pirapora do Bom Jesus, São Paulo, 2001.

C B ju R an D iR R ibei R o t ia go q uei R oz/ a gência e s ta D o Ma R lene b e R ga M o/Folha iM a ge M

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Concentração de poluentes ao longo das cadeias alimentares

Desde a década de 1940, inseticidas do grupo dos organoclorados, principalmente o DDT (diclorodifeniltricloretano), são utilizados nas lavouras devido à sua alta eficiência contra di-versos insetos. Entretanto, se absorvido pela pele ou se contaminar os alimentos, o DDT pode causar doenças do fígado, como a cirrose e o câncer, tanto em seres humanos quanto em outros animais. Por ser muito nocivo, o uso desse produto está proibido em diversos países, inclusive no Brasil.

O DDT, além de outros inseticidas e poluentes, possui a capacidade de se concentrar no corpo dos organismos que o absorvem. Animais como os moluscos bivalves, por exemplo, que obtêm alimento filtrando a água circundante, podem acumular grandes quantidades do inseticida no corpo, em concentração até 70 mil vezes maior que a da água contaminada onde vivem. Se con-sumidos por pessoas ou por animais como alimento, esses moluscos podem provocar graves intoxicações.

Em determinados ecossistemas, o DDT é absorvido pelos produtores e consumidores primá-rios, passando para os consumidores secundáprimá-rios, e assim por diante. Como cada organismo de um nível trófico superior alimenta-se, proporcionalmente, de uma grande quantidade de matéria do nível inferior, o DDT, por não ser degradado no metabolismo, tende a se concentrar nos níveis tróficos superiores. (Fig. 12.8)

Águias DDT 5 25 ppm Peixes grandes Peixes pequenos DDT 5 2 ppm DDT 5 0,5 ppm Zooplâncton DDT no plâncton 5 0,04 ppm Fitoplâncton DDT na água 5 0,000003 ppm

Figura 12.8 Representação esquemática das etapas de aumento de concentração do inseticida DDT, em partes por milhão (ppm), nos diversos níveis de uma cadeia alimentar. (Baseado em Campbell, N. A. e cols., 1999.) (Imagens sem escala, cores-fantasia.)

Para minimizar a poluição causada por resíduos industriais e agrícolas, é preciso recorrer simultaneamente a várias ações, como o maior controle governamental sobre as indústrias de fertilizantes e agrotóxicos, a proibição da comercialização de produtos comprovadamente tóxicos e perigosos, como o DDT, a realização de campanhas educativas junto aos agricultores sobre o emprego correto e não abusivo de defensivos agrícolas e fertilizantes, entre outras. Enfim, é preciso reduzir drasticamente o uso de agrotóxicos na agricultura.

A biotecnologia pode oferecer alternativas ao uso de agrotóxicos, desenvolvendo variedades de plantas cultivadas resistentes a pragas.

Outra solução alternativa aos inseticidas é o manejo integrado de pragas que engloba a prática de controle biológico, em que certas espécies podem ser utilizadas para combater pra-gas. Os pulgões de plantas, por exemplo, responsáveis por grandes prejuízos a determinadas lavouras, podem ser combatidos pela introdução controlada de joaninhas, que se alimentam deles e de outros insetos, sem provocar desequilíbrios na teia alimentar. (Fig. 12.9)

ilus t R a ções: ju R an D iR R ibei R o

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te

Figura 12.9 Joaninhas da espécie

Coccinella septempunctata comendo

pulgões da espécie Microlophium

carnosum (aumento  3 3).

Relações ecológicas como essas têm sido utilizadas para enfrentar as pragas por meio do controle biológico.

Poluição por mercúrio

Um problema que vem atingindo proporções preocupantes em certas regiões brasileiras, particularmente na Amazônia e no panta-nal mato-grossense, é a poluição pelo mercúrio. Embora o uso desse metal na mineração seja proibido por lei, os garimpeiros continuam a utilizar o produto para separar o ouro do cascalho. Grandes quan-tidades de mercúrio são lançadas nas águas dos rios nas regiões de garimpo, envenenando e matando diversas formas de vida. Peixes envenenados por mercúrio, se consumidos pelas pessoas, podem causar sérios danos ao sistema nervoso. (Fig. 12.10)

A

Figura 12.10 O garimpo do ouro causa grande impacto ambiental. A. Erosão

causada pelo garimpo em Santarém, Pará, 1999. B. Utilização do mercúrio na

produção do amálgama para separação do ouro do cascalho em Rondônia, 1990.

B D R . j e R e MY b u R gess/ s cience p ho to lib R a R Y /l a tins tock juca Ma R tins/ o lha R iM a ge M cY n thia bR it o/ p uls a R iM a gens

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O problema do lixo urbano

Nos países desenvolvidos, uma pessoa produz, em média, cerca de 2,5 kg de lixo por dia. Com o crescimento demográfico das cidades, em breve não haverá mais áreas para depositar tanto lixo. Enterrá-lo não é solução, pois ele pode contaminar lençóis de água subterrânea que suprem os mananciais utilizados pela própria população produtora de lixo. Queimar o lixo contribui para agravar ainda mais a poluição atmosférica, além de representar um desperdício de recursos, tendo em vista que é possível reaproveitar grande parte do material descartado.

Uma solução para o problema é uma redução drástica do desperdício, como por exemplo, na forma de embalagens, e a reciclagem do lixo, isto é, o reaproveitamento. Entretanto, para isso é fundamental separar seus diversos componentes, processo conhecido como triagem do lixo. Latas, por exemplo, podem ter seu metal reaproveitado e o Brasil é um dos maiores recicladores de latas de alumínio do mundo. Plásticos e papel também podem ser reciclados. Calcula-se que se os EUA reciclassem 50% do papel que utilizam, em vez dos 20% que reciclam atualmente, poderiam deixar de cortar cerca de 100 milhões de árvores por ano. (Fig. 12.11)

A parte orgânica do lixo, uma vez separada, pode ser degradada por microrganismos em tan-ques chamados biodigestores. Na biodigestão, forma-se o metano (CH4), que pode ser aprovei-tado como combustível residencial, industrial ou em veículos motorizados. Os resíduos sólidos da biodigestão podem ser utilizados como fertilizantes do solo.

A reciclagem ainda é um processo caro, sendo mais fácil e barato utilizar matéria-prima natural que matérias recicladas. Nesse cálculo, no entanto, não está sendo considerada a degradação ambiental, que poderá representar um custo altíssimo para as gerações futuras. No entanto, com o progressivo esgotamento dos recursos naturais e o avanço das tecnologias de reciclagem, no futuro, o reaproveitamento do lixo deverá ser superior a 50%.

É cada vez mais urgente educar a população acerca do problema do lixo. Mais cedo ou mais tarde o poder público e a população terão de conjugar esforços para resolvê-lo, não só por meios tecnológicos de reciclagem, mas também pela intensificação de ações educativas e de campa-nhas de conscientização, para estimular as pessoas a desperdiçar menos, produzindo assim menor quantidade de lixo.

A B

Figura 12.11 A separação dos diferentes tipos de lixo é fundamental para a reciclagem.

A. Recipientes para coleta seletiva

de lixo, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. B. Reciclagem de alumínio em

São Paulo, São Paulo, 1999.

Rica RD o a zou R Y /p uls a R iM a gens s al o M on cY t R Y no wicz/ p uls a R iM a gens

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te

Seção 12.2

Interferência humana em

ecossistemas naturais

Além de interferir nos ambientes naturais e produzir resíduos e poluen-tes, a humanidade altera o equilíbrio dos ecossistemas pela introdução de espécies exóticas em ecossistemas equilibrados e também pela extinção de espécies. A interferência em comunidades naturais equilibradas pode colocar em risco toda a intricada trama de relações que levou centenas ou milhares de anos para se estabelecer.

1

Desmatamento

A expansão das terras cultivadas e o crescimento das cidades têm causado a destruição de florestas e de outros ambientes naturais. As florestas são derrubadas ou, pior ainda, queimadas, o que prejudica o solo e provoca poluição atmosférica.

Essa remoção indiscriminada da vegetação nativa, popularmente chama-da de desmatamento, além de levar comunidades e espécies à extinção, têm outras graves consequências: a erosão e o empobrecimento do solo. A erosão é causada principalmente pelas chuvas e pelo vento. Sem a pro-teção da cobertura vegetal, o solo pode perder suas camadas férteis e ter muitos de seus componentes levados pelas chuvas, tornando-se pobre e acidentado. (Fig. 12.12) Habilidades

❱❱❱

sugeridas Estar informado de CCCCCC C que as interferências humanas em comunidades naturais — desmatamentos, introdução e extinção de espécies etc. — podem causar desequilíbrios ecológicos. Aplicar os conhecimentos CCCCCC C ecológicos na discussão de maneiras de evitar ou de minimizar os efeitos prejudiciais das interferências humanas no ambiente natural. Conceitos principais

❱❱❱

desmatamento introdução de espécies exóticas extinção de espécies

Figura 12.12 Os desmatamentos indiscriminados têm como consequências a erosão e o empobrecimento do solo. Na fotografia, vista aérea de solo com erosão em Minas Gerais, 2007.

2

Introdução de espécies exóticas

Em seus deslocamentos pelas diversas regiões da Terra, os viajantes humanos transportam, deliberadamente ou não, espécies biológicas de um local para outro. Dessa forma, espécies nativas de uma região podem ser introduzidas em locais onde elas não existiam anteriormente. Essa introdução de espécies exóticas tem causado, em diversas regiões, desequilíbrios ambientais, afetando os ecossistemas nativos.

h a R ol D o pal o jR ./bR azil iM a ge b ank

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Unidade C • E cologia

Problemas causados pelo aguapé

O aguapé (Eichhornia crassipes) é uma planta aquática originária da América do Sul, introduzida em diversas regiões do mundo como planta ornamental. Nos Estados Unidos, o aguapé invadiu descontroladamente o rio Mississipi e causou prejuízos à navegação. Essa planta também se espalhou pela Indonésia, pelas Filipinas, pela Austrália, além de diversas ilhas do Pacífico, Indo-china, Índia e Sri Lanka. Muitos recursos têm sido gastos na tentativa de eliminar, ou pelo menos controlar, a expansão do aguapé em diversas regiões do mundo. (Fig. 12.13)

O figo-da-índia na Austrália

Em 1839 foi introduzido, na Austrália, um único exemplar da planta cactácea Opuntia inermis, popularmente conhecida como figo-da-índia. Essa espécie é originária da América do Sul e não existia anteriormente no continente australiano.

O figo-da-índia adaptou-se tão bem às condições da Austrália que, no final do século XIX, os descendentes da primeira planta já cobriam cerca de quatro milhões de hectares da superfície do país. Em 1920, o figo-da-índia já ocupava quase 25 milhões de hectares e a tendência era ocupar 4 milhões de hectares por ano. Grandes áreas de terras utilizáveis para criação de gado foram cobertas por essa planta, tornando-se inúteis para essa atividade produtiva.

Os australianos fizeram várias tentativas para controlar o figo-da-índia, com pouco resultado. Finalmente, em 1925, surgiu a ideia de introduzir na Austrália a pequena mariposa Cactoblastis

cactorum, cujas larvas se alimentam do figo-da-índia. O resultado foi fulminante: a população de

figo-da-índia foi praticamente eliminada, tão rapidamente quanto havia proliferado. (Fig. 12.14)

Figura 12.13 Plantas de aguapé da espécie Eichhornia crassipes.

Figura 12.14 A planta da família das cactáceas Opuntia

inermis, popularmente

conhecida como figo-da-índia, é originária da América do Sul; ao ser introduzida na Austrália, tornou-se uma praga.

inga s pence/ v isuals u nli M ite D /g ett Y iM a ges D ea /c . D ani -i , j eske/De a gos tini p ictu R e lib R a R Y /g ett Y iM a ges c o R el/ s tock p ho tos

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te

O coelho na Austrália

O coelho-europeu, Oryctolagus cuniculus, é originário das regiões mediterrâneas. Em 1859, 24 casais dessa espécie foram levados à Austrália, onde encontraram um ambiente extrema-mente favorável, com comida farta e praticaextrema-mente nenhum parasita ou predador que regulasse o tamanho de sua população.

Apenas 18 anos após sua introdução, em 1877, a população de coelhos havia atingido um tamanho tão grande que os australianos promoveram uma enorme caçada. Naquela ocasião foram abatidos cerca de 20 milhões de animais, mas, mesmo assim, não se conseguiu controlar o crescimento dessa população.

Os coelhos devastaram as pastagens, deixando as ovelhas, principal atividade econômica da região, praticamente sem alimento e causando prejuízos incalculáveis à economia do país. Os australianos construíram uma gigantesca cerca que dividia grande parte do continente e cujo objetivo era impedir que os coelhos invadissem outras regiões. (Fig. 12.15)

Figura 12.15 Fotografia de coelhos na Austrália, em 1985, ao lado da cerca que divide grande parte do país para impedir a dispersão desses animais para outras regiões.

Em 1950 foi deliberadamente introduzido na Austrália um vírus nativo da América do Sul e causador de uma doença de coelhos, a mixomatose. O vírus, transmitido por mosquitos sugadores de sangue, não representava perigo para as espécies nativas, visto que atacava somente coelhos e umas poucas espécies de lebres.

Como a população de coelhos era enorme, o vírus disseminou-se rapidamente, causando a morte de 99% dos animais existentes. Alguns coelhos sobreviventes, no entanto, mostraram-se resistentes ao vírus, e essa condição passou a ser transmitida à descendência.

Por outro lado, o vírus originalmente introduzido era tão fatal que os coelhos infectados mor-riam rapidamente, antes de transmitir a doença. Com isso, os vírus mais violentos eram eliminados junto com seus hospedeiros, antes de se espalhar, enquanto linhagens menos letais, causadoras de uma forma mais branda da doença, passaram a ser beneficiadas pela seleção natural.

Assim, ao mesmo tempo que coelhos com maior resistência ao vírus foram selecionados, também ocorreu seleção de vírus menos letais e a população de coelhos voltou a crescer descon-troladamente. O problema continua até hoje e causa enormes prejuízos financeiros ao país.

3

Extinção de espécies

A extinção de espécies pode causar sérios distúrbios ao equilíbrio de um ecossistema. Há alguns anos, grande número de espécies está sob ameaça de extinção em consequência da expansão da população humana.

A destruição dos hábitats de plantas e de animais, principalmente pela expansão das fron-teiras agrícolas, a caça e a pesca excessivas (“predatórias”, como são chamadas) têm levado inúmeras espécies à extinção.

O tamanho mínimo que uma população pode atingir sem se extinguir varia de espécie para espécie e depende da capacidade reprodutiva, da vulnerabilidade às influências do meio e da duração de seu ciclo vital, entre outros aspectos.

john c a R ne M olla/ c o R bis/ la tins tock

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Unidade C • E cologia

Muitas das espécies caçadas atualmente estão ameaçadas de extinção, uma vez que suas populações estão atingindo o limite mínimo de tamanho necessário à sua manutenção. Mesmo que a caça e a pesca de certas espécies sejam interrompidas, muitas delas já perderam a capa-cidade de se recuperar e fatalmente se extinguirão.

A extinção do dodô

Um dos exemplos de total extinção de espécies é o da ave dodô, que vivia nas Ilhas Masca-renhas, no Oceano Índico. O dodô verdadeiro, Raphus cucullatus, habitava as Ilhas Maurício e extinguiu-se por volta de 1680. Outras duas espécies aparentadas a ele extinguiram-se entre 1750 e 1800, nas ilhas Reunión e Rodríguez. O dodô era uma ave grande, do tamanho aproximado de um peru e com uma cabeça grande, dotada de bico recurvado.

Sua extinção deveu-se à caça movida pelos marinheiros holandeses, que utili-zavam a carne do dodô como alimento, e à introdução de porcos e macacos na ilha. Os porcos atacavam os ninhos das aves e comiam os filhotes; os macacos consumiam os ovos. (Fig. 12.16)

Embora o desaparecimento dos dodôs tenha causado, pelo que se sabe, pouco transtorno ecológico, a extinção de uma espécie não deixa de ser uma agressão às gerações futuras. Fomos privados do nosso direito de conhecer os dodôs, as-sim como as gerações que nos sucederão serão privadas, talvez, de conhecerem animais como rinocerontes, elefantes e baleias, entre outros.

A extinção da ararinha-azul

Um dos casos mais recentes de extinção no Brasil, acompanhado em detalhe pelos pesqui-sadores, foi o da ararinha-azul, Cyanopsitta spixii. Trata-se de uma ave de cor azul-clara que vivia no extremo norte da Bahia, na caatinga ao sul do Rio São Francisco.

Relatos de moradores locais indicam que desde o início do século a espécie era rara na natu-reza, existindo no local cerca de 30 casais. A partir da década de 1970, justamente devido à sua raridade, exemplares foram capturados e comercializados ilegalmente.

A partir de outubro de 2000, o último exemplar selvagem conhecido dessa espécie, que habi-tava a região de Curaçá, no sertão da Bahia, e vinha sendo acompanhado pelos pesquisadores, deixou de ser visto.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) declarou a espécie oficial-mente extinta em julho de 2002. Na época, existiam apenas 60 exemplares em cativeiro no mundo; o Brasil detinha a propriedade de apenas oito e os de-mais estavam em poder de mantene-dores e de colecionamantene-dores particulares estrangeiros. (Fig. 12.17)

Figura 12.16 Esqueleto de um dodô, ave extinta no século XVIII, ao lado de uma reconstrução da aparência externa do animal, em 1938.

Figura 12.17 Ararinhas- -azuis (Cynopsitta spixii) em cativeiro. Essa espécie está extinta na natureza. h ul ton-Deutsch c ollection/ c o R bis/ la tins tock aDR iano g a M ba R ini

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Petróleo Gás natural Carvão mineral Fontes renováveis Nuclear Hidráulica Outras fontes P G G C C FF 2,2% 0,6% 34,4% 26,0% 10,1% 6,2% N N H N H O O 20,5% Repr odução pr

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te

Seção 12.3

Habilidade sugerida

❱❱❱

Conhecer os principais CCCCCC C problemas decorrentes da exploração dos recursos naturais e do desenvolvimento tecnológico – poluição, desequilíbrios ecológicos etc. — e as alternativas que podem minimizá-los, de modo a contribuir para melhorar a qualidade de vida das gerações futuras.

Conceitos principais

❱❱❱

recurso não renovável

combustível renovável

Caminhos e perspectivas

Fala-se que a espécie humana, por agredir a natureza, está a caminho da autodestruição. Será que existem riscos reais de catástrofes causa-das pela poluição ou pelo esgotamento de fontes de energia e de outros importantes recursos naturais?

Jornais e revistas veiculam informações desencontradas. A maioria dos estudiosos acredita que a humanidade está muito perto de provocar danos irreparáveis ao planeta. Alguns, porém, também proclamam que os alertas dos ambientalistas são exagerados e que a humanidade saberá solucionar todos os problemas que criar. Quem terá razão?

Antes de tudo, é preciso ficar claro que a espécie humana só pode so-breviver explorando os recursos do ambiente. Temos, necessariamente, de extrair de outros seres vivos recursos para viver; ao comer plantas e animais, extraímos deles energia e matéria-prima para manter nossa vida. Além disso, temos de combater as espécies que nos causam doenças (bactérias, fun-gos, vermes, insetos etc.) e também aquelas que competem conosco pelo alimento (parasitas e predadores de nossas lavouras e rebanhos).

A utilização a longo prazo dos recursos naturais de que a humanidade necessita demanda o desenvolvimento de formas equilibradas para sua ex-ploração. Nesse sentido, a Ecologia torna-se imprescindível: é fundamental conhecer a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas para que possa-mos desenvolver estratégias racionais de utilização dos recursos naturais.

Alternativas energéticas

A civilização moderna tem como base um alto consumo de energia. Pense nas indústrias, nos transportes, nos eletrodomésticos e nas telecomunica-ções, que dependem de processos e de equipamentos em que se utilizam várias formas de energia. Atualmente, a maior parte da energia empregada nas sociedades industrializadas provém de combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo. (Fig. 12.18)

Figura 12.18Gráfico que mostra o percentual das várias fontes de energia utilizadas no mundo em 2006. (Baseado em dados do Ministério de Minas e Energia).

Os combustíveis fósseis são recursos não renováveis e se esgotarão em um futuro relativamente próximo; sua duração depende do uso res-ponsável que se fizer deles. Além disso, o uso desses combustíveis causa diversos problemas ambientais. Assim, é imperiosa a pesquisa de formas alternativas de produção de energia.

A hidreletricidade é produzida pela passagem de água por turbinas, que convertem energia cinética da água em energia elétrica. Embora seja uma das formas menos poluentes de obtenção de energia, a hidrelétrica não deixa de causar impacto negativo sobre o ambiente, pois a construção das usinas requer o desvio de cursos de rios e alagamento de regiões, o que pode provocar alterações no clima e acarretar o desaparecimento de comunidades que habitam a área alagada.

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D

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Unidade C • E cologia

A energia nuclear é obtida pelo emprego de substâncias denominadas “combustíveis nucleares”, cujos núcleos atômicos são desintegrados no interior dos reatores de fissão nuclear, nas usinas nucleares. Esse tipo de tecnologia para produzir energia tem se mostrado arriscado: diversos acidentes já ocorreram e não se sabe o que fazer com o “lixo radioativo”, extremamente perigoso, produzido pelas usinas nucleares. Os altos riscos têm levado inúmeros países a deixar de investir nesse tipo de alternativa energética.

Os combustíveis renováveis, como o álcool etílico (etanol), o biodiesel e o gás natural produ-zido por biodigestão, constituem alternativas viáveis para suprir parte da demanda energética. O Brasil foi o primeiro país a utilizar em larga escala o etanol, obtido a partir da fermentação da cana-de-açúcar, como combustível de automóveis; atualmente, incentiva-se o uso do biodiesel, extraído principalmente do dendê e da mamona, como substituto do diesel obtido do petróleo. Nesse sentido, é importante o desenvolvimento de formas mais eficientes para a produção desses combustíveis para evitar o aumento do desmatamento e a redução da produção de alimento.

Uma das alternativas energéticas ainda em desenvolvimento é o aproveitamento de energia solar, que pode ser transformada em energia elétrica e acumulada, ou mesmo utilizada direta-mente para o aquecimento de água.

Ainda em fase de estudos no Brasil, mas já amplamente utilizado em outros países como Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca, seguidos pela Índia e Espanha, está o aproveitamento da energia eólica (energia dos ventos), uma promissora perspectiva para substituir fontes de energia que têm impactos negativos sobre o ambiente. (Fig. 12.19)

Figura 12.19 A. As usinas hidrelétricas têm sido alternativas

energéticas para países como o Brasil, em que há muitos rios. Na fotografia, usina hidrelétrica de Itaipu, Paraná, 2007.

B. Usinas nucleares têm se mostrado perigosas, como

atestam os vários acidentes ocorridos em diversas partes do mundo. Na fotografia, usina nuclear em Angra dos Reis, Rio de Janeiro, 2006. C. A energia solar ainda não é utilizada

em larga escala, mas é uma alternativa promissora em médio prazo; na fotografia, placas de energia fotovoltaica em São José da Tapera, Alagoas, 2007.

A natureza pode suportar a atividade exploradora da humanidade, desde que não se ultra-passem determinados limites. Teoricamente, nossa espécie poderia viver em harmonia com a natureza, conciliando o uso e a exploração dos recursos com os níveis naturais de oferta.

O que se vê, porém, é um aumento vertiginoso dos problemas da humanidade. Muitos ainda não se deram conta da gravidade e da extensão dos danos causados à natureza, mas, dentro de pouco tempo, a proteção e a restauração de ecossistemas naturais deverão ser prioritárias para todos os povos.

A C B cR is b e R ge R /o lha R iM a ge M Rogé R io Reis/ p uls a R Rica RD o a zou R Y /o lha R iM a ge M

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te

QUESTÕES PARA PENSAR E DISCUTIR

Questões objetivas

1. O lançamento no ambiente de substâncias ou

agen-tes físicos perigosos à saúde humana e de outros organismos é chamado de

a) efeito estufa. c) inversão térmica.

b) eutroficação. d) poluição.

2. Que fenômeno é responsável pelo aquecimento da

superfície terrestre devido à retenção de calor por certos gases atmosféricos?

a) Buraco de ozônio. c) Efeito estufa.

b) Chuva ácida. d) Inversão térmica.

3. Um dos principais poluentes atmosféricos nas

me-trópoles, que afeta irreversivelmente a hemoglobina do sangue e cuja principal fonte emissora são os automóveis, é o

a) dióxido de carbono (CO2).

b) dióxido de enxofre (SO2).

c) metano (CH4).

d) monóxido de carbono (CO).

Considere as alternativas a seguir para responder às questões de 4 a 9.

a) Chuva ácida. c) Eutrofização.

b) Efeito estufa. d) Inversão térmica.

4. Que fenômeno é provocado por poluentes

atmos-féricos produzidos na queima de carvão mineral e diesel, que reagem com a água das nuvens originando ácido sulfúrico?

5. Qual é o fenômeno provocado pelo acúmulo de

matéria orgânica na água de rios e lagos, causado pelo lançamento de esgotos?

6. Que fenômeno, no inverno, provoca a retenção de

poluentes atmosféricos próximo à superfície?

7. Qual fenômeno leva à proliferação de bactérias

ae-róbias, que consomem o gás oxigênio (O2) da água,

causando a morte de peixes e de outros organismos aquáticos?

8. Qual fenômeno pode causar mudanças climáticas

globais e a elevação do nível dos mares?

9. Qual fenômeno é acentuado pelo acúmulo, na

at-mosfera, de gases como o dióxido de carbono (CO2)

e o metano (CH4), capazes de absorver energia e

irradiar calor?

10. Qual das atividades humanas mencionadas a seguir

mais contribui para o efeito estufa?

a) Construção de usinas hidrelétricas. b) Construção de usinas nucleares. c) Liberação de clorofluorcarbonos (CFCs). d) Queima de combustíveis fósseis.

11. Das alternativas a seguir, apenas uma não

repre-senta uma consequência direta do desmatamento. Qual é ela?

a) Chuva ácida.

b) Diminuição da biodiversidade. c) Empobrecimento do solo em minerais. d) Erosão.

12. Um lago, com uma cadeia alimentar constituída de

plâncton, plantas aquáticas, caramujos, pequenos peixes e aves aquáticas carnívoras, teve suas águas contaminadas pelo inseticida DDT, que tem a pro-priedade de se acumular no corpo dos seres vivos. Em qual dos constituintes da cadeia alimentar espera-se encontrar a maior concentração do inseticida?

a) Aves aquáticas carnívoras. b) Caramujos.

c) Peixes. d) Plâncton.

e) Plantas aquáticas.

Questões discursivas

13. Escreva, no seu caderno, um texto que correlacione: sociedade industrial; superpopulação; aumento do efeito estufa. Tente desenvolver uma

argumenta-ção lógica, que mostre relações de causa e efeito. Por exemplo, sociedade industrializada implica aumento no uso de combustíveis? De que tipo? O que isso tem a ver com o efeito estufa? Por quê? E assim por diante. Procure dados neste livro ou em outras fontes e, com base neles, justifique sua análise.

14. A emissão de poluentes por automóveis e por

in-dústrias é mais ou menos constante ao longo do ano; entretanto, nos grandes centros industriais brasileiros, têm-se verificado níveis alarmantes de poluentes atmosféricos junto ao solo, princi-palmente nos meses mais frios. Explique a razão disso.

15. Suponha que um lago receba grande volume de

esgotos domésticos, constituído basicamente por resíduos orgânicos. Que efeito positivo teria um grande motor de pás que movimentasse a água, causando sua oxigenação? Discuta.

VESTIbUlARES PElo bRASIl

Questões objetivas

1. (UFRR)

“A natureza sofreu profundamente o impacto da transformação do homem coletor em agricultor.

À medida que as sociedades humanas se sofistica-ram passando do estágio de coletores de alimentos para caçadores, agricultores e industriais, supri-mentos extras de energia foram crescentemente sendo exigidos. A excessiva demanda de energia, no entanto, gera sérios impactos ambientais, retrato da insensibilidade e imprudência humana, porque somos parte da Natureza e não algo à parte dela.”

Adaptado: Scientific American Brasil — Aquecimento global — Edição especial, n. 19, 2007.

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Unidade C • E cologia

A ação humana tem provocado muitas alterações no ambiente, entre elas o efeito estufa, responsável pelo aquecimento anormal da Terra, intensificado nas últimas décadas. Pode-se afirmar que, entre as principais ações humanas, associadas ao aqueci-mento global estão:

I. uso de combustíveis fósseis em veículos

auto-motores.

II. uso de energia solar e eólica.

III. desmatamento e queima das florestas. IV. queima de carvão mineral nas indústrias.

V. reflorestamento de áreas degradadas.

[Das afirmativas acima, estão corretas:]

a) II e IV. d) I, II e IV.

b) I e V. e) I, III e IV.

c) I, II, III, IV e V.

2. (Cesupa-PA) Reportagem especial em revista

de circulação nacional (Veja, 12 outubro 2005, p. 102-118) revela o desolador diagnóstico da re-gião Amazônica, feito pelos principais institutos de pesquisa especializados responsáveis pela vigi-lância e monitoramento por satélites. Sob o título

As 7 pragas da Amazônia, o fogo, as madeireiras,

as estradas clandestinas, os garimpos, as pasta-gens, a corrupção e o excesso de burocracia são apontados como os principais fatores que contri-buem para a aceleração frenética da devastação, estimando que, atualmente, a floresta apresente menos de 80% do seu tamanho original.

Mantendo-se o ritmo da devastação, é de se es-perar que, a médio ou curto prazos, a diversidade das espécies animais na floresta, em relação à situação original:

a) diminua, visto que o número de nichos

ecológi-cos também diminuirá.

b) aumente, pois haverá mais espaço para as novas

espécies.

c) não seja alterada, considerando que a produção

primária permanecerá inalterada.

d) seja reduzida, considerando que a produção

primária reduzirá acentuadamente.

3. (Ufal) O dióxido de enxofre (SO2), produto

tóxico liberado na atmosfera a partir da queima industrial de combustíveis, está relacionado diretamente com

a) a destruição da camada de ozônio. b) a formação da chuva ácida. c) a inversão térmica. d) o efeito estufa. e) a eutrofização.

4. (UFPE) No inverno, uma espécie de “manto” de

partículas poluentes pode ser formada sobre as cidades, o que dificulta a entrada da luz solar e retarda o aquecimento do solo e do ar. Sendo diminuída a movimentação ascendente do ar, a camada de poluentes permanece por mais tempo sobre essas cidades, fato conhecido por inversão térmica, ilustrado na figura a seguir. Nessa figura,

1, 2 e 3 representam, respectivamente:

a) ar frio, ar quente (camada de inversão térmica)

e ar frio.

b) ar quente, ar frio (camada de inversão térmica)

e ar quente.

c) ar muito frio, ar frio e ar muito quente (camada

de inversão térmica).

d) ar muito quente, ar quente (camada de inversão

térmica) e ar frio.

e) ar muito quente, ar frio e ar quente (camada de

inversão térmica).

5. (UEPB) Considerando a poluição de um

ecossiste-ma aquático por produtos clorados, a exemplo do DDT, o componente biótico da cadeia que deverá apresentar maior concentração do produto será

a) o fitoplâncton. b) o zooplâncton. c) os peixes planctófagos. d) os peixes carnívoros. e) as aves piscívoras.

6. (UFMS) Considerando as informações do texto

abaixo e o seu conhecimento sobre os efeitos das queimadas no meio ambiente, determine a alter-nativa correta.

“A paisagem do Pantanal mudou neste período de estiagem. O verde deu lugar ao cinza da fumaça provocada pelas queimadas. Só neste mês de setembro foram mais de 500 focos de incêndio registrados no Estado. O santuário ecológico está ameaçado, e o azul do céu ganhou um novo tom. A grande camada cinza que se vê no alto do Pan-tanal é resultado de duas semanas de queimadas. Aos poucos o fogo avança e a vegetação frágil do cerrado vai virando pó. [...] O incêndio já destruiu mais de 100 mil hectares. O fogo está concentrado entre os municípios de Aquidauana, Miranda e Corumbá, o coração do Pantanal.”

Fonte: http://rmtonline.globo.com/noticias. asp?em53&n5326119&p52

a) Há uma grande liberação de CO2 para a

atmosfe-ra contribuindo paatmosfe-ra o aumento do efeito estufa e do aquecimento global.

b) Diminui a quantidade de O2 nas áreas em que

as queimadas ocorrem.

a

D

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AtividAdes AtividAdes

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Capítulo 12 • Humanidade e ambien te

c) Aumenta o número de espécies de aves que se

alimentam de insetos.

d) Aumenta a quantidade de chuvas para a região. e) Logo após a queimada, há aumento da biomassa

local, e, depois de alguns dias, perda de parte dessa biomassa.

7. (UFMT) As mudanças climáticas globais são

con-sequências principalmente das concentrações de gases, como CO2 e CH4, na atmosfera.

Sobre os fatores que provocam aumento desses gases, considere:

I. Queimadas.

II. Intensa atividade fotossintética das plantas. III. Reflorestamento por plantas exóticas. IV. Intensa atividade pecuária.

São estes os fatores:

a) I, II e III apenas. d) I, II e IV apenas.

b) II e III apenas. e) I, II, III e IV.

c) I e IV apenas.

8. (Fatec-SP) “Na cidade de São Paulo, nos meses de

inverno, há um aumento muito grande de poluen-tes do ar. Normalmente, as camadas inferiores do ar são mais quentes do que as superiores; o ar quente, menos denso, sobe, carregando os poluentes e é substituído por ar frio. Nos meses de junho, julho e agosto, geralmente as camadas inferiores ficam muito frias e densas; logo, o ar não sobe com facilidade e a concentração de poluentes cresce.”

O texto, ao estabelecer um paralelo entre a densidade do ar e temperatura, pretende mostrar o fenômeno

a) do aumento da população, determinando a

poluição.

b) da poluição química por produtos não

biodegra-dáveis.

c) das chuvas ácidas. d) do efeito estufa. e) da inversão térmica.

9. (Unifesp) O grande aquecimento global verificado

nos últimos 25 anos aponta o homem como o principal responsável pelas mudanças climáticas observadas no planeta atualmente. Sobre esse assunto, é correto afirmar que

a) os principais agentes do aquecimento global são

o aumento de CO2 e de gases contendo enxofre

liberados diariamente. A quantidade de vapor- -d’água atmosférico, que em princípio poderia também influenciar, não tem apresentado grandes alterações a longo prazo, pelas próprias características que possui o ciclo da água no planeta.

b) a destruição da camada de ozônio pelo uso

con-tinuado de CFCs (clorofluorcarbonos) é apontada, juntamente com o aumento da liberação de CO2

por combustíveis fósseis, como um dos principais agentes promotores do aquecimento global.

c) poeira e pequenas partículas em suspensão

eliminadas com a poluição configuram-se, juntamente com o vapor-d’água misturado ao enxofre, como os principais responsáveis pelo efeito estufa desregulado, que aumenta o aque-cimento no planeta.

d) a contenção do uso de combustíveis fósseis e o

controle da liberação de gás metano por material em decomposição e pelos lixões das áreas ur-banas são apontados como fatores importantes para deter o aumento do aquecimento global.

e) o excesso de CO2 liberado e o aquecimento

glo-bal por ele provocado inibem, a longo prazo, a expansão das florestas. Além disso, o aumento das queimadas libera mais CO2 e deixa vastas

áreas descobertas, piorando o efeito estufa des-regulado.

10. (PUC-RJ) A maior parte da energia usada hoje no

planeta é proveniente da queima de combustíveis fósseis. O Protocolo de Kyoto, acordo internacional que inclui a redução da emissão de CO‚ e de outros gases, demonstra a grande preocupação atual com o meio ambiente. O excesso de queima de combus-tíveis fósseis pode ter como consequências:

a) maior produção de chuvas ácidas e aumento da

camada de ozônio.

b) aumento do efeito estufa e dos níveis dos

oceanos.

c) maior resfriamento global e aumento dos níveis

dos oceanos.

d) destruição da camada de ozônio e diminuição

do efeito estufa.

e) maior resfriamento global e aumento da

inci-dência de câncer de pele.

11. (PUC-SP) Em 1953, foi evidenciada, no Japão, uma

doença denominada “Mal de Minamata”, em que as pessoas afetadas apresentavam distúrbios de visão, audição e coordenação.

Resíduos com mercúrio foram despejados nas águas da baía de Minamata. O mercúrio foi ab-sorvido pelo plâncton que servia de alimento para moluscos e para certos peixes. Por sua vez, os moluscos eram predados por outros grupos de peixes e os peixes representavam a dieta básica das pessoas da região. Sabendo-se que o mercúrio tem efeito cumulativo, espera-se encontrar

a) maior concentração dessa substância no

ho-mem e menor concentração no plâncton.

b) maior concentração dessa substância no

plânc-ton e menor concentração no homem.

c) maior concentração dessa substância no

plânc-ton e menor concentração nos peixes e nos moluscos.

d) a mesma concentração dessa substância no

plâncton, nos moluscos e nos peixes e uma maior concentração no homem.

e) a mesma concentração dessa substância em

todos os elos da teia alimentar descrita.

12. (Fatec-SP-Adaptado) “Os dejetos humanos lançados

nos rios, lagos e mares causam um aumento na quantidade de nutrientes disponíveis no ambiente. Esse fenômeno denominado (A) permite grande proliferação de (B) que consomem todo (C) exis-tente na água causando a morte da maioria das formas de vida daqueles ambientes.”

(21)

AtividAdes AtividAdes 4 1 2 3 Repr odução pr

oibida. Art.184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fever

eir o de 1998.

346

Unidade C • E cologia

Qual das alternativas contém os termos que substi-tuem corretamente A, B e C, na frase anterior?

a) A – eutroficação; B – bactérias aeróbias; C –

oxigênio.

b) A – eutroficação; B – bactérias aeróbias; C –

nitrogênio.

c) A – dispersão; B – bactérias aeróbias; C –

oxigênio.

d) A – dispersão; B – algas; C – oxigênio. e) A – inversão; B – algas; C – nitrogênio.

13. (Uerj) Na região de um rio próxima a um garimpo

de ouro, em atividade há mais de dez anos, foram coletados quatro tipos de amostras: sedimento, água, peixes carnívoros e pequenos crustáceos. As amostras foram numeradas aleatoriamente de 1 a 4 e o somatório de suas concentrações de mercúrio foi considerado igual a 100.

A distribuição desse somatório, por amostra, está mostrada no gráfico abaixo:

anos depois da introdução do vírus, a população de coelhos reduziu-se drasticamente. Após 1955, a doença passou a se manifestar de forma mais branda nos animais infectados, e a mortalidade diminuiu. Considere as explicações para esse fato descritas nos itens de I a IV:

I. O vírus promoveu a seleção de coelhos mais

resistentes à infecção, os quais deixaram maior número de descendentes.

II. Linhagens virais que determinavam a morte

mui-to rápida dos coelhos tenderam a se extinguir.

III. A necessidade de adaptação dos coelhos à

presença do vírus provocou mutações que lhes conferiram resistência.

IV. O vírus induziu a produção de anticorpos que

foram transmitidos pelos coelhos à prole, conferindo-lhe maior resistência com o passar das gerações.

Estão de acordo com a teoria da evolução por sele-ção natural apenas as explicações:

a) I e II. c) II e III. e) III e IV.

b) I e IV. d) II e IV.

16. (Fuvest-SP) Considere as seguintes atividades

hu-manas:

I. Uso de equipamento ligado à rede de energia

gerada em usinas hidrelétricas.

II. Preparação de alimentos em fogões a gás

com-bustível.

III. Uso de equipamento rural movido por tração

animal.

IV. Transporte urbano movido a álcool combustível.

As transformações de energia solar, por ação di-reta ou indidi-reta de organismos fotossintetizantes, ocorrem exclusivamente em

a) I. c) II, III e IV. e) IV.

b) II. d) III e IV.

17. (UFSM-RS)

“Não basta ser alto ou bonito: os melhores prédios do mundo precisam agora ser ecológicos. É a tecno-logia a serviço da vida — arranha-céus inteligentes projetados para aproveitar vento, água da chuva e luz solar diminuem a poluição e os custos. A sede da Kyocera, em Tóquio, tem painéis sola-res que geram energia e poupam a atmosfera de 97 toneladas de CO2/ano!”

Adaptado de Revista Superinteressante, maio 2006, p. 26. O CO2 é o principal causador do fenômeno

conhe-cido como

a) eutroficação. b) chuva ácida. c) inversão térmica.

d) buraco na camada de ozônio. e) efeito estufa.

18. (PUC-PR) Em vários pontos do Brasil, as lagoas

situadas próximas às grandes cidades têm sofrido cruelmente com o despejo de esgotos a céu aber-to. Isto acarreta uma mortandade de toneladas e toneladas de peixes e microrganismos aquáticos, o que tem chamado a atenção dos ambientalistas e As amostras de peixes carnívoros e de água são,

respectivamente, as de número:

a) 1 e 4. b) 2 e 3. c) 3 e 2. d) 4 e 1.

14. (Unesp) Um jornal de grande circulação comentou o

alto faturamento em dólares de uma empresa que está exportando ovos de uma traça, parasitados por minúsculas vespas especializadas em atacar a broca-da-cana, a lagarta-cartucho do milho e pragas do tomateiro. Esses ovos vão para os EUA, Suíça, França, Holanda, Portugal, Espanha e Dina-marca, para serem usados para a reprodução das vespas. A empresa também vende casulos de outra pequena vespa que, liberada, vai colocar seus ovos e destruir lagartas que são pragas em lavouras.

O Estado de S.Paulo, 17 set. 2003.

Pelo texto, pode-se afirmar que a reportagem refere-se

a) ao controle de pragas na agricultura pela

pro-dução de insetos estéreis.

b) à produção de polinizadores a serem utilizados

para a inseminação das plantas.

c) à produção de genes específicos para a utilização

de técnicas de engenharia genética aplicadas à agricultura.

d) à produção de larvas de insetos a serem

utili-zadas como predadores de folhas atacadas por doenças.

e) à utilização das técnicas do controle biológico

no combate a pragas agrícolas.

15. (Fuvest-SP) No início da década de 1950, o vírus

que causa a doença chamada de mixomatose foi introduzido na Austrália para controlar a popula-ção de coelhos, que se tornara uma praga. Poucos

a

D

Referências

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