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Avaliação do desajuste, destorque dos parafusos e desgaste da plataforma do implante de conexão externa com abutments personalizados em Ti e Zr

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Academic year: 2021

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!! Universidade*Estadual*De*Campinas* Faculdade*De*Odontologia*De*Piracicaba** !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ! !

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SALES!ANTÔNIO!BARBOSA!JUNIOR*

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AVALIAÇÃO*DO*DESAJUSTE,*DESTORQUE*DOS*PARAFUSOS*E*

DESGASTE*DA*PLATAFORMA*DO*IMPLANTE*DE*CONEXÃO*

EXTERNA*COM*ABUTMENTS*PERSONALIZADOS)EM*Ti*E*Zr*

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Piracicaba! 2016!! *

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SALES!ANTÔNIO!BARBOSA!JUNIOR

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AVALIAÇÃO*DO*DESAJUSTE,*DESTORQUE*DOS*PARAFUSOS*E*

DESGASTE*DA*PLATAFORMA*DO*IMPLANTE*DE*CONEXÃO*

EXTERNA*COM*ABUTMENTS*PERSONALIZADOS)EM*Ti*E*Zr*

* * * * * * ! ! ! Orientador:!PROF.!DR.!RAFAEL!LEONARDO!XEDIEK!CONSANI!! Coorientador:!PROF.!DR.!ATAÍS!BACCHI! ! ! ! * * * * * * ! Piracicaba! 2016!

Dissertação! apresentada! a! Faculdade! de! Odontologia! de! Piracicaba! da! Universidade! Estadual! de! Campinas! como! parte! dos! requisitos! exigidos! para! obtenção! do! título! de! Mestre! em! Clínica! Odontológica! na! Área! de!Prótese!Dental.!

Este! exemplar! corresponde! à! versão! final! da! dissertação! defendida! por! SALES! ANTÔNIO! BARBOSA! JUNIOR! e! orientada! pelo! Prof.! Dr.! RAFAEL! LEONARDO! XEDIEK! CONSANI.!

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.

Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Marilene Girello - CRB 8/6159 Barbosa Junior, Sales Antonio,

B234a BarAvaliação do desajuste, destorque dos parafusos e desgaste da plataforma do implante de conexão externa com abutments personalizados em Ti e Zr / Sales Antonio Barbosa Junior. – Piracicaba, SP : [s.n.], 2016.

BarOrientador: Rafael Leonardo Xediek Consani.

BarDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

Bar1. Implantes dentários. 2. Projeto do implante dentário-pivô. 3. Óxido de zircônio. 4. Titânio. I. Consani, Rafael Leonardo Xediek,1974-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Misfit assessment, screws detorque and wear of implant plataform

of external connection with customized abutments in Ti and Zr

Palavras-chave em inglês:

Dental implants

Dental implant-abutment design Zirconium oxide

Titanium

Área de concentração: Prótese Dental Titulação: Mestre em Clínica Odontológica Banca examinadora:

Rafael Leonardo Xediek Consani [Orientador] Antonio Marcos Montagner

Guilherme Elias Pessanha Henriques

Data de defesa: 25-02-2016

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DEDICATÓRIA

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Dedico este trabalho especialmente aos meus Pais, por me apoiarem constantemente e estarem ao meu lado em todos os momentos, principalmente em períodos mais difíceis, tornando os desafios menos assustadores e mais fáceis de serem vencidos.

Ao meu irmão Régis Augusto Barbosa, pelo apoio constante em cada momento difícil que tenha me deparado, juntamente com minha cunhada Francielle De Cezaro.

Ao meu irmão João Pedro Barbosa pelo ótimo convívio e pelo apoio constante. As minhas avós Diva e Maria pelo carinho e os cuidados de sempre.

Aos meus avôs Geni Beux e Orozimbo Barbosa in memoriam, e tio Jeferson Simões

in memoriam, os quais sempre me incentivaram veementemente, e, cujo os ensinamentos

que me foram passados ajudaram em minha trajetória.

A minha namorada Natalie Villa Azambuja por me ajudar e estar presente em todas as dificuldades que surgiram durante minha trajetória, tornando-as mais fáceis de serem superadas, por tornar cada momento durante este período mais feliz, e, por me apoiar em meus sonhos, para que eu consiga apoiá-la posteriormente os sonhos dela.

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AGRADECIMENTOS

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A Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, na pessoa do seu Diretor, Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques e do Diretor Associado Prof. Dr. Francisco Haiter Neto.

A Profa. Dra. Cínthia Pereira Machado Tabchoury, Coordenadora Geral dos Programas de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas.

A Profa. Dra. Karina Gonzales Silvério Ruiz, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas.

Aos membros da comissão julgadora dessa dissertação, Prof. Dr. Rafael Leonardo Xediek Consani, Prof. Dr. Antônio Marcos Montagner, Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques, Prof. Dr. Valentim Adelino Ricardo Barão e Prof. Dr. Rafale Pino Vitti por aceitarem o convite para avaliar o trabalho.

Aos docentes Prof. Dr. Valentim Adelino Ricardo Barão, Prof. Dr. Américo Bortolazzo Correr da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da UNICAMP, e, Profa. Dra. Yara Terezinha Silva Sousa e Prof. Me. João Felipe Bruniera da Faculdade de Odontologia da UNAERP, pelas colaboração no desenvolvimento no projeto.

Aos membros da comissão do exame qualificação, Prof. Dr. Américo Bortolazzo Correr, Prof. Dr. Valentim Adelino Ricardo Barão, Prof. Dr. Antonio Pedro Ricomini Filho, e Prof. Dr. Mauro Antônio Arruda Nóbilo pelas contribuições dadas ao trabalho.

Aos docentes do Departamento de Prótese e Periodontia atuantes no Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica, pelos ensinamentos e experiências cotidianas fundamentais para minha qualificação.

Aos docentes Prof. Dr. Marcelo Ferraz Mesquita, Prof. Dr. Rafael Leonardo Xediek Consani e Prof. Dr. Valentim Adelino Ricardo Barão da Área Prótese Total, pelo ótimo convívio e recepção, e, pela oportunidade de participar das atividades clínicas da

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Graduação. A experiência adquirida com essas atividades contribuiu muito em minha formação.

Aos docentes Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques e Prof. Dr. Mauro Antonio de Arruda Nóbilo, pelo apoio, dedicação, incentivo e companheirismo nesse período de Pós-Graduação.

Ao Técnico de Laboratório da Área Prótese Dental Sr. Eduardo Pinez Campos, pela disponibilidade, auxílio e amizade.

Ao Dr. Ataís Bacchi, pelas contribuições no trabalho, auxílio na Pós-Graduação e acima de tudo, pela amizade.

As novas amizades que obtive neste período de pós-graduação, companheiros de república e agregados: Bruno Massucato Zen, Conrado Reinoldes Caetano, Giancarlo Canales Delatorre, Gustavo Forjas Corradini, Felipe Nogueira Anacleto, Mateus Bertolini Fernandez dos Santos, Moises da Costa Ferraz Nogueira, Rafael Soares Gomes, Vagner Reginato, Victor Munoz Lora, Veber Bonfim, entre outros, cuja amizade e convivência colaborou com o desempenho e amenizou a saudade de casa e dos familiares.

As amizades que realizei em Piracicaba durante esse período de Pós-Graduação que, com certeza, muito contribuíram para tornar todos os meus momentos mais agradáveis.

A todos aqueles que indiretamente contribuíram para a realização deste mestrado.

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

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Ao meu orientador Prof. Dr. Rafael Leonardo Xediek Consani, pela paciência e apoio em todos os instantes, e acima de tudo, por confiar em meu trabalho, sempre dando suporte, ensinamentos e toda a atenção que foi necessitada por mim durante este período. Agradeço muito pela amizade e dedicação que me foi destinado sempre que houve necessidade.

Ao amigo Prof. Dr. Ataís Bacchi, docente na disciplina de Prótese Dental na Faculdade de Odontologia da Imed, pelo suporte para a realização deste trabalho, assim como a amizade que ja que possuíamos nos períodos de graduação, que só se fez fortalecer durante este período.

Ao Prof. Dr. Eduardo Dall Magro pelos ensinamentos e pelo incentivo de sempre, me apoiando e guiando. Agradeço pela amizade e companheirismo, assim como a dedicação que sempre teve comigo.

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RESUMO!

O objetivo neste estudo foi avaliar o desajuste dos abutments em relação ao tipo de material, manutenção do torque inicial dos parafusos e desgaste da plataforma do implante de conexão externa com diferentes tipos de abutments após ciclagem mecânica. Foram utilizados 20 implantes com conexão externa (hexágono externo) inseridos em tubos de PVC rígido contendoresina acrílica e 20 abutments personalizados e fresados pelo sistema CAD/CAM (Neodent Digital) separados em dois grupos (n = 10), sendo um de zircônia e outro de titânio. As amostras foram parafusadas nas plataformas dos implantes para avaliação do torque inicial após 10 minutos, em seguida os parafusos foram substituídos e novo torque foi aplicado. Avaliações do desajuste foram realizadas antes das amostras serem submetidas a fadiga mecânica em simulador de mastigação. Após o período de ciclagem mecânica, as amostras foram avaliadas novamente em relação ao desajuste, destorque e redução do volume. Os resultados foram obtidos de forma quantitativa e qualitativas com imagens geradas por meio de microtomografia dos implantes com reconstrução tridimensional. Nas avaliações de torque e destorque melhores resultados foram encontrados inicialmente para o grupo zircônia (t = 4.429, df = 13.264; p < 0.001). Após a ciclagem, o grupo titânio obteve melhora em relação a zircônia (t = -4.230, df = 11.506; p < 0.001). Em relação ao desajuste, diferenças estatísticas foram observadas entre ambos os grupos e períodos, onde a adaptação dos abutments de titânio demonstrou menores valores de desajustes, sendo observadas diferenças de 14 µm e 19 µm nos períodos antes (t = -4.992; df = 18, p < 0.0001) e pós ciclagem (t = -6.690, df = 10.424; p < 0.0001), respectivamente. Na comparação entre a redução de volume e os danos causados nas plataformas dos implantes não houve diferenças estatísticas significantes (t = 0,444, df = 18, p = 0.662). Entretanto, de acordo com as análises qualitativas observou-se maiores concentrações de desgastes no grupo zircônia, enquanto no grupo titânio as distribuições foram similares nas plataformas. Concluiu-se que os abutments de titânio apresentam melhores características biomecânicas quando utilizados em implantes unitários de conexão externa, com melhor adaptação e manutenção do torque inicial.

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Palavras-chave: Implantes Dentários, Projeto do Implante Dentário-Pivô, Zircônia, Titânio.

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ABSTRACT

The aim of the study was to evaluate, the misfit of the abutments according the type of material, the initial maintenance torque of the screws and of the external connection implants platform with different types of abutments previously and after the submission to mechanical cycling. Tewnty implants were used with external connection (External hexagon) and 20 custom abutments were milled by CAD/CAM system (Neodent Digital) and separated into two groups (n = 10), being them zirconium and titanium estabilishing a comparision among both. All the evaluations were carried out before and after the submission of samples to mechanical cycling. The samples were screwed on implants of platforms for evaluation of the initial torque after 10 minutes, and then the screws were replaced and new torque was applied. Then assessments of misfit were carried out previously the samples being submitted to mechanical stress in mastication simulator. After the mechanical cycling period, the samples were again evaluated regarding to misfit, destorque and volume reduction ofplataform. The results were obtained by quantitative evaluation with statistical analysis and qualitative analysis with images created by microtomography with three-dimensional reconstructions of implants plataform. In the evaluations of torque and destorque better results are associated to zirconium group (t = 4.429, df = 13.264; p < 0.001). After cycling the titanium group had improved results compared to zirconia (t = -4230, df = 11.506, p <0.001). Regarding the misfit, statistical differences were observed between both groups and periods where the adaptation of titanium abutments showed lower values mismatches, differences were observed for 14 µm and 19 µm in the pre period (t = -4992; df = 18, p <0.0001) and after cycling (t = -6690, df = 10,424; p <0.0001), respectively. Comparing the volume reduction and the damage caused on implants plataform there were no statistical differences (t = 0,444, df = 18, p = 0.662) between them. However according to qualitative analysis, it was observed higher wear concetrations on zirconium group while the titanium group distribuitions were equivalent under the implants plataform. In conclusion, titanium abutments have better biomechanical characteristics when used in single implants of external connection, with better adaptation and initial torque maintenance.

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Keywords: Dental implants, Dental Implant-Abutment Design, Zirconium, Titanium. ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1.IMPLANTE INSERIDO NOS TUBOS DE PVC COM RESINA ACRÍLICA QUÍMICAMENTE ATIVADA.!...!44!

FIGURA 2.CONFECÇÃO DA MATRIZ.!...!45!

FIGURA 3.MENSURAÇÕES DA MATRIZ.!...!45!

FIGURA 4.PREPARO DA MATRIZ...47!

FIGURA 5.MODELO APÓS ESCANEAMENTO...32

FIGURA 6.A)ABUTMENT DE ZIRCÔNIA.B)ABUTMENT DE TITÂNIO.!...!47!

FIGURA 7.MICROTOMÓGRAFO UTILIZADO PARA A OBTENÇÃO DOS MODELOS PARA AS ANÁLISES.!...!48!

FIGURA 8.TORQUÍMETRO UTILIZADO NOS PROCEDIMENTOS DE TORQUE E DESTORQUE DAS AMOSTRAS.!...!49!

FIGURA 9.MICROSCÓPIO MENSURADOR EQUIPADO COM CÂMERA DIGITAL E UNIDADE ANALISADORA.!...!50!

FIGURA 10.IMAGENS DAS MENSURAÇÕES DOS DESAJUSTES DE AMBOS OS GRUPOS...35!

FIGURA 11.IMAGEM DA AMOSTRA DO GRUPO ZIRCÔNIA ADAPTADA NA CICLADORA MECÂNICA.!...!51!

FIGURA 12.IMAGENS TRIDIMENSIONAIS DOS MODELOS OBTIDOS NOS PERÍODOS,.!...!52!

FIGURA 13.IMAGENS TRIDIMENSIONAIS DOS MODELOS DO GRUPO TITÂNIO.!...!56!

FIGURA 14.IMAGENS TRIDIMENSIONAIS DOS MODELOS DO GRUPO ZIRCÔNIA.!...!57!

! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1.MÉDIAS DA REDUÇÃO DO TORQUE EM N/CM EMCOMPARAÇÃO INTER-GRUPOS ... 53

TABELA 2.MÉDIAS DA REDUÇÃO DO TORQUE EM N/CM EM COMPARAÇÃO INTRA-GRUPOS. ... 54

TABELA 3.MÉDIAS DOS DESAJUSTES EM µM EM COMPARAÇÃO INTER-GRUPOS. ... 54

TABELA 4.MÉDIAS DOS DESAJUSTES EM µM EM COMPARAÇÃO INTRA-GRUPOS. ... 55

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SUMÁRIO

! 1! INTRODUÇÃO!...!16! 2! REVISÃO DA LITERATURA!...!20! 3! PROPOSIÇÃO!...!43! 4! MATERIAL E MÉTODOS!...!44! 5! RESULTADOS!...!53! 6! DISCUSSÃO!...!58! 7! CONCLUSÃO!...!63! REFERÊNCIAS!...!64! !! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !

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1* INTRODUÇÃO

Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (2012), cerca de 60 a 90 % de crianças com idades escolares e em torno de 100% com idades próxima a adultas possuem cavidades com potencial para perda do dente. Considera-se que 30% da população com idade entre 64 e 75 anos não possuem dentes naturais. Embora o número de indivíduos com ausência de dentes tem diminuído drasticamente nas últimas duas décadas (Douglass et al., 2002), não há previsão de redução da necessidade de próteses parciais ou totais nas próximas cinco décadas (Felton, 2009).

A Odontologia encontra-se em expressiva era de avanços tecnológicos em busca de aprimoramento de materiais e técnicas que se mostrem as mais favoráveis possíveis. Durante a década de 60, Branemark introduziu na comunidade científica o conceito da osseointegração, fenômeno que ocorre entre a superfície do implante de titânio e o osso alveolar, resultando na aderência de tecido ósseo vivo e organizado à superfície do implante. Diante deste evento, ampliou-se as possibilidades de tratamentos reabilitadores, onde se estabeleceu um novo conceito no âmbito reabilitador (Lekholm et al., 1986).

Neste processo considera-se que após a osseointegração, os implantes de titânio são anquilosados no tecido ósseo, com micromovimentações restritas quando comparados aos dentes naturais que possuem a dinâmica em torno de 100 µm em razão do ligamento periodontal, enquanto que a mobilidade estabelecida para os implantes osseointegrados é de 10 µm. Após o período de osseointegração, o processo de reabilitação protética se inicia com a fixação de abutments na plataforma dos implantes, os quais podem ser pré-fabricados ou personalizados, sendo necessário que ocorra passividade entre ambos. Sendo que os desajustes entre eles podem gerar maiores níveis de tensões na região da conexão protética, sendo transmitido ao tecido ósseo, ocasionando reabsorção e falhas da osseointegração (Shalak et al., 1983).

Os implantes osseointegrados possuem maiores taxas de sucesso e sobrevida, com biomecânica e estética favorável. Entretanto, possuem indicações e restrições que devem ser respeitadas para melhores resultados funcionais e estéticos, sendo que implantes mal

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posicionados ou com dimensões não indicadas para a região podem acarretar em deiscência de tecidos moles, remodelação óssea ocorrendo o fenômeno chamado de salcerização em casos de pouca espessura de tecido queratinizado ou com menos de 2 mm de espessura de tecido gengival (Al-Sabbagh et al., 2006; Furhauser et al., 2005; Stimmelmayr et al., 2012).

Apesar do reconhecido sucesso dos implantes, problemas mecânicos associados aos implantes unitários ainda representam um desafio ao dentista, sendo o afrouxamento dos parafusos o principal fator relatado (Nigro et al., 2010). Tratando-se de implantes unitários, coroas cimentadas geralmente seria a opção de escolha, principalmente, em regiões anteriores, onde existe em muitos casos a necessidade de contornar o orifício de acesso ao parafuso, o qual muitas vezes se direciona para vestibular ou incisal da coroa protética em função de implantes mal posicionados ou inclinados para a vestibular (Magno et al. 2008).

Assim, a manutenção do torque inicial é de extrema importância, considerando que em casos de afrouxamento dos parafusos a coroa dificilmente será removida sem deformações, podendo ocorrer desde fratura da cerâmica de cobertura até fratura total da coroa. Por isso, o aforuxamento dos parafusos dos abutments tem sido apontado como uma das principais complicações mecânicas na reabilitação unitária sobre implantes de conexão tipo hexágono externo (Bidra et al., 2013).

Por razões estéticas, os abutments de cerâmica foram introduzidos em reabilitações implantossuportadas no inicio da década de 90, com o propósito de resolver os problemas de pigmentação causados por abutments de ligas de titânio devido à corrosão quando em contato com a saliva, onde a espessura gengival não favorece ou pigmentação da região cervical por oxidação da liga (Boudrias et al., 2001; Brodbeck, 2003). A restaurações protéticas devem imitar a aparência do dente natural e mimetizar-se aos tecidos adjacentes sem nenhuma interferência que possa comprometer a estética (Belser et al., 2004), apresentar boa adaptação ao tecido gengival (Magno et al., 2008), além de possuir menor densidade, maior resistência à corrosão e degradação química, e menor potencial para aderência de biofilme bacteriano (Brodbeck, 2003; Glauser et al., 2004).

Ainda em relação à reabilitação unitária, a melhor maneira de se obter um abutment adequado em relação à profundidade gengival e às estruturas dentárias adjacentes seria por

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meio de abutments personalizados, os quais permitem confeccionar a margem do mesmo com 1 a 2 milímetros sub-gengivalmente, tornando-se um fator importante para evitar a inflamação causada por resíduo de cimento e detritos alimentares. Além disso, a personalização do pilar permite estabelecer um perfil de emergência adequado, mantendo espaço para o material da coroa (Park et al., 2012).

Associado ao uso dos metais, a técnica da cera perdida foi o método mais tradicional para fabricação de estruturas protéticas ao longo dos anos. Apesar da simplicidade, a técnica envolve uma série de etapas e materiais que podem promover alteração dimensional e adaptação deficiente da prótese. Em razão disso, para melhorar a precisão dessas infraestruturas, o método CAD/CAM (Computer Aided Design/Comouter Aided Manufacturing) foi introduzido objetivando simplificar as etapas por meio do processo conhecido como fresagem. O intuito do desenvolvimento foi confeccionar pilares personalizados com os mesmos padrões da precisão dos pré-fabricados (Volker et al., 1997), com comprovada precisão superior em relação aos fundidos (Byrne et al., 1998).

Entretanto, com o desenvolvimento desse sistema outros processos foram associados, como escaneamento, refinamento do desenho do abutment, a própria fresagem e o processamento do material fresado (Abduo, 2010). Ao contrário dos metais que são fresados para obter as dimensões finais, as infraestruturas em zirconia sinterizável devem ser fresadas com dimensões maiores para, posteriormente, serem submetidas ao processo de sinterização, etapa que pode causar alterações na precisão dos materiais. Ademais, diferenças na precisão entre diferentes sistemas são também relatadas, devido ao fato de que a precisão está na dependência da geometria da superfície e do sistema de fresagem (Hamilton et al., 2013). Apesar das possíveis diferenças entre sistemas, abutments fabricados pelo sistema CAD/CAM têm demonstrado adaptação marginal semelhante àqueles pré-fabricados (Hamilton et al., 2013). Contrário a esses resultados, abutments fresados em zircônia demonstraram menor assentamento passivo quando comparados aos de titânio pré-fabricados, fato que pode estar relacionado com desgastes excessivos e até fratura das plataformas dos implantes e de parafusos devido a resistência do material (Gomes & Montero, 2011; Alikhasi et al., 2013)

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maiores em relação aos pilares fabricados com óxido de alúmina (Att et al., 2006) e o módulo de elasticidade em 215 GPa, fazendo com que as resistências a flexão e fratura excedam os limites da força de mordida em humanos (Wang et al., 2008).

Por outro lado, a zircônia é considerada 10 vezes mais resistente que o titânio (Brodbeck et al., 2003). Portanto, existe preocupação no sentido de que a zircônia possa danificar a interface de titânio dos implantes quando em função. Estudo mostrou desgaste maior na interface zircônia-titânio quando comparado à interface titânio-titânio (Stimmelmayr et al., 2012); porém, a interface analisada no presente estudo foi do tipo hexagono interno.

Diante dessas considerações, seria oportuno avaliar pelos métodos mecânico, microscópico e reconstruções em 3-D com microtomógrafo as tensões, desajustes, deformações e redução do volume estrutural na interface titânio-zircônia e titânio-titânio em implantes de conexões do tipo hexágono externo quando submetidos à ciclagem mecânica. As hipóteses do trabalho foram: (1) a passividade do grupo titânio seria superior ao grupo zircônia; (2) a manutenção do torque inicial seria diferente para o grupo titânio em relação ao grupo zircônia; e (3) maior desgaste estaria relacionado a zircônia.

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2* REVISÃO DA LITERATURA

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Shalak (1983), por meio de estudo biomecânico, realizou comparações entre diferentes distribuições de implantes, avaliações dos módulos de elasticidade e resistência dos materiais empregados com o objetivo de melhorar a resposta biomecânica e consequente longevidade dos implantes. De acordo com o autor, a dinâmica de mobilidade dos implantes é de 10 µm, enquanto a movimentação dos dentes com periodonto saudável é de 100 µm. Assim, estabilidade, passividade, rigidez e resistência do material utilizado na reabilitação protética têm total relevância tornando-se proporcional à longevidade dos implantes. Por conseguinte, a dinâmica se faz necessário entre o osso e o implante para que ocorra aposição óssea no local caracterizando remodelação do tecido; entretanto, essa movimentação não deve ser excedida para não causar falha do implante com a formação de tecido fibroso entre as superfícies de interesse caracterizando insucesso da reabilitação.

Lekholm et al. (1985) realizaram um estudo com pacientes portadores de próteses fixas sobre implantes por meio de follow up. Ao todo foram avaliados 125 implantes osseointegrados com média de 7,6 anos em função. Os tecidos marginais foram avaliados por meio de critérios clínicos convencionais e estudos histológicos para avaliação do biofilme. Os níveis de gengivite foram avaliados de acordo com a presença de biofilem bacteriana no abutment com ou sem presença de gengivite. As médias de profundidade de sondagem foram de 3.8 mm. Nas biópsias foram observados saúde da mucosa em 58% dos casos e em 37% com inflamação leve; porém, o acompanhamento da reabsorção vertical óssea classificou o prognóstico dos implantes como bom ou muito bom.

Prestipino & Ingber (1993) descreveram a utilização de abutments de alumina e indicações para uso, como estética e inclinações desfavoráveis dos implantes. No estudo foram abordados dois tipos de abutments pré fabricados, com maior ou menor diâmetros, ambos podendo ser preparados nos modelos de transferência quanto posicionados na boca. Foram observados bons resultados biológicos e estéticos. A principal indicação de uso foi para resolução de problemas com a estética na região anterior, onde consegue-se melhor reflexão e pouca absorção da luz, como acontece ao contrário com ligas metálicas. Além

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disso, a estabilidade química das cerâmicas é melhor em relação à oxidação e corrosão observadas nas ligas metálicas.

Ericsson et al. (1995) analisaram as características dos tecidos moles peri-implantares em cachorros com exposição a placa bacteriana por nove meses. Molares e pré-molares foram removidos e após três meses de cicatrização, os implantes foram instalados. A conexão dos abutments protéticos foi realizada três meses após o período de cicatrização. As análises clínicas foram realizadas logo após a inserção dos abutments e após nove meses. Durante esse período, o controle do biofilme foi mantido somente nos implantes mesiais e centrais. Após 12 meses de conexão dos abutments, outra análise clínica foi realizada e os animais foram sacrificados. O tecido mole peri-implantar nos sítios onde foi realizado o controle bacteriano não apresentava células inflamatórias. Por outro lado, em locais sem controle ocorreu grande acúmulo de biofilme bacteriano, cálculo dental e infiltrado inflamatório em toda a região marginal da mucosa per-implantar. Alguns infiltrados inflamatórios foram encontrados em ambas as amostras, o que pode explicar a reabsorção óssea de até 1 mm no primeiro ano após osseointegração.

Marzouk (1996) realizou um estudo sobre o uso de abutments de zircônia transmucoso associados aos implantes recém instalados em porção infra-óssea. Esses

abutments são indicados para técnicas de instalação em implantes em único estágio devido

às propriedades de alta resistência e baixo adesão de biofilme na superfície, resultando em melhor adesão celular e baixa remodelação e recessão tecidual, além de auxiliar na resolução protética de implantes mal instalados em casos onde a estética é considerado fator determinante, permitindo o uso subgengival, ao nível ou supragengival por facilitar a higienização em função da dureza de superfície.

Volker et al. (1997) analisaram a colonização bacteriana presente em 13 diferentes combinações implante-pilar in vitro, onde foi observado a penetração de bactérias e a capacidade de multiplicação nos locais de acordo com a conexão. Nove sistemas de implantes foram analisados nos experimentos microbiológicos, onde as formas das interfaces foram diferentes em muitos aspectos. Uma das principais distinções são os implantes com interface protética cônica em relação aos demais. Outro aspecto ressaltado com diferenças foram os sistemas monocomponentes em relação aos abutments com várias

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peças como, por exemplo, pilares com parafuso passante quando comparado com os de corpo único. Como resultado, em todos os sistemas foram observados falhas em relação ao selamento da interface, sendo que todos os sistemas analisados apresentaram menos de 10 µm de fenda na interface. Melhora foi observada com a diminuição do número e colonização bacteriana no sistema Frialit-2 quando aplicado na interface uma anilha de silicone para vedamento.

Byrne et al. (1998) avaliaram diferenças de adaptações de abutments pré-usinados, fundidos e pré-usinados modificados em laboratório em dois locais: Interface implante-pilar e assentamento dos parafusos. Seis combinações abutment-implante foram estudados: Cera One/Nobel implantes; STR (implant innovations Inc.) com 3I implantes; UCLA fundida (3I) após ciclos de queima com 3I implantes; UCLA fundida após ciclos de queima com sistema de implantes Nobel Biocare; UCLA pré-usinada e sobre fundida com ligas de ouro e paládio submetido a ciclos de queima (adaptadas aos imlantes 3I) e UCLA pré-usinada adaptada aos implantes 3I, cada grupo contendo 5 amostras. A adaptação dos abutments à plataforma dos implantes foi considerada dentro dos padrões, sendo a média de valores das fendas entre 36 e 86 µm, a média encontrada da superfície externa até o primeiro contato foi entre 60 e 129 µm. As fendas variaram entre 0,15 e 0,25 mm, na segunda avaliação entre o contato dos parafusos foi de 0,1 e 0,2 mm. Sendo assim, os abutments pré-usinados incluindo os pilares submetidos aos ciclos de queima apresentaram melhores valores de adaptação em relação aos fundidos.

Boudrias et al. (2001) descreveram em dois relatos de casos o uso de abutments do sistema procera CAD/CAM com óxido de alumina, onde observou-se a praticidade, previsibilidade e confiabilidade do sistema por softwars. Após o período de cicatrização dos implantes, as reaberturas foram feitas e os cicatrizadores instalados por 15 dias. Em seguida, foram realizados os procedimentos de moldagem. Com a obtenção do modelo mestre, o escaneamento foi realizado conforme preconizado pelo sistema, após digitalizado foi modelado de acordo com as especificações dos tecidos moles conformando melhor adaptação de maneira a prevenir deiscências teciduais ocasionadas por pressão no local em razão dos excessos de diâmetros dos pilares, e as inclinações e formas dos abutments foram ajustadas de acordo. Após as fresagens, os abutments foram parafusados nos implantes e

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conferidos as adaptações por meio de avaliações clínicas e radiográficas. O sistema CAD/CAM deveria ser indicado para casos mais complexos, com desfavoráveis inclinações dos implantes.

Douglas et al. (2002) avaliaram as especulações sobre a redução do edentulismo e da necessidade de ensinar próteses parciais e totais nas Faculdades e a tendência da necessidade de próteses nos próximos anos nos Estados Unidos da América. Baseado nos bancos de dados epidemiológicos nacionais, o edentulismo mostrou redução de 10% a cada década. Apesar dessa aparente redução da população edêntula ou parcialmente edêntula, estima-se que a população que necessita de pelo menos uma prótese irá aumentar de 33,6 milhões de adultos (dados de 1991) para 37,9 milhões, em 2020. A redução de do edentulismo de 10% em cada década nos últimos 30 anos é contraposta pelo aumento de 79% da população adulta acima de 55 anos.

Brodbeck (2003) baseando-se em casos clínicos relatou o uso de abutments de zircônia pré-fabricados em regiões estéticas ou em situações onde os implantes estão posicionados de maneira desfavorável esteticamente, sendo necessário correções das angulações do abutment. Em todos os casos, os abutments foram utilizados como alternativa em razão de implantes imediatos serem instalados em regiões com deiscência tecidual e gengiva delgada, podendo comprometer a estética com o uso de abutments de titânio. Outros fatores considerados foram os processos de corrosão do titânio quando expostos em meio aquoso e, em alguns casos, com baixo pH favorecendo a degradação. Após a remoção do provisório foi observado tecido gengival saudável, com boa coloração, aparência, ausência de sangramento e adesão de biofilme bacteriano. Uma das preocupações do autor foi o contato direto com o hexágono, considerando que o módulo de elasticidade do titânio é menor em relação ao da zircônia e a dureza respectivamente menor podendo causar danos até mesmo irreversíveis ao hexágono do implante. Entretanto, o uso de abutments de zircônia demonstram grande utilidade clínica de acordo com as indicações e as necessidades do uso, obtendo-se bons resultados clínicos, biológicos e mecânicos.

Belser et al. (2004) realizaram um consenso de declarações de procedimentos clínicos em relação a estética em implantodontia em regiões anteriores. Quando aos resultados longitudinais: As evidências na literatura mostram numerosos ensaios clínicos

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controlados com altas taxas de sobrevivência e de sucesso de implantes; contudo, muitos não incluem parâmetros estéticos. Em relação aos implantes unitários anteriores: O restabelecimento de uma região onde não existe deficiência tecidual apresenta-se muito previsível, incluindo padrões estéticos facilmente alcançados. Implantes múltiplos em região anterior: Apresenta-se com maiores dificuldades para a reabilitação e não considerado previsível, pois os contornos gengivais se tornam mais difíceis de serem alcançados. As definições de zona estética seguem alguns padrões pré-definidos, como: A zona estética se encontra em qualquer segmento dento-alveolar visível abaixo da linha do sorriso, sendo obedecido alguns parâmetros e cuidados, como: As restaurações protéticas devem imitar a aparência do dente natural e mimetizar-se aos tecidos adjacentes sem nenhuma interferência, e a reabilitação deve ser planejada por meio de avaliações das espessuras dos tecidos queratinizados e condições da mucosa, até a utilização de provisórios bem adaptados com bom perfil de emergência para otimizar os resultados estéticos.

Glauser et al. (2004) avaliaram por meio de estudo clínico prospectivo um pilar experimental confeccionado com zircônia sinterizada em relação a reação dos tecidos peri-implantares (tecidos duro e mole), bem como a resistência a fratura do abutment. Vinte e sete pacientes foram inclusos na pesquisa, com 54 implantes unitários realizados. Os pilares foram inicialmente modelados nos implantes individualmente e fresados. Após a cimentação, os abutments foram avaliados clinicamente para condições de fratura, coroa e afrouxamento do parafuso em diferentes períodos: imediato, 1 ano e 4 anos de proservação. Não foi observado fraturas de pilares durante qualquer período, afrouxamento do parafuso foi relatado em dois episódios (8 meses e 27 meses em pacientes diferentes). A média do índice de biofilme agregado foi de 0,4 nos pilares e 0,5 nos dentes adjacentes, índice gengival foi de 0,7 mm em pilares e 0,9 mm em dentes naturais e reabsorção óssea marginal de 1,2 mm nos pilares após 4 anos em função. Portanto, abutments de zircônia oferecem estabilidade e resistência suficiente para suportar reconstruções dentais unitárias em regiões anteriores, apresentando boas características de biocompatibilidade com os tecidos bucais.

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Scarano et al., (2004) realizaram um estudo in vivo de adesão de biofilme bacteriano com discos experimentais de zircônia e titânio, em humanos. Os indivíduos selecionados para o estudo apresentavam boa saúde sistêmica bucal, e concluíram que ocorre menor interação do biofilme bacteriano na superfície da zircônia em relação ao titânio, apresentando superfícies com menos rugosidade. Outro fator está relacionado com trocas iônicas entre o substrato de titânio e as bactérias criando adesão mais forte em relação a zircônia.

Furhauser et al. (2005) realizaram a instalação de implantes em regiões anteriores da maxila para comparação estética em substituição às próteses sobre implantes, por meio de fotografias padronizadas. Foram respondidos em dois intervalos de tempo um questionário para os pacientes e uma avaliação das papilas mesial e distal, referente aos níveis da papila, coloração e textura dos tecidos moles. Resultados significativos foram observados em função dos implantes bem instalados, como em outros os resultados foram insatisfatórios, apresentando redução de papila e de tecido mole, sendo constatado diferenças de acordo com os implantes.

Al-Sabbagh (2006) descreveu alguns quesitos necessários para um tratamento com o sucesso e previsibilidade em áreas estéticas, por meio de diagnósticos pré-operatórios, planos de tratamento associados a excelente habilidade do operador. Os planos de tratamento requerem avaliações da queixa principal e história médica do paciente, como exames clínicos e radiográficos completos. Assim como para correta instalação dos implantes, avaliações do local edêntulo e dos perfis facial e dental devem ser analisados com cautela de acordo com a simetria, tecidos de suporte ósseo e gengival. Em relação aos biotipos e recessões gengivais, deve ser avaliado de acordo com riscos de recessão no pós-cirúrgico, como gengivas de perfis estreitos que possuem maior propensão à recessão. Um adequado volume gengival fornece bom perfil de emergência e serve para mascarar exposições de espiras e da coloração. As papilas interdentais são influenciadas pela quantidade e qualidade da altura óssea bem como da espessura da parede vestibular, a crista óssea deve estar entre 2 a 3 mm da margem gengival. Uma distância entre as margens da papila óssea dos dentes naturais e o ponto de contato da prótese estabelece a formação espontânea da papila e o encerramento de diagnóstico e posterior guia cirúrgico auxiliam o

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posicionamento correto dos implantes evitando erros de posicionamentos.

Att et al. (2006) avaliaram a resistência a fratura de implantes restaurados com diferentes tipos de abutments suportando restaurações metal-free com copings de alumina cobertos por cerâmica de cobertura. Quarenta e oito implantes (Replace Select; Nobel Biocare AB, Goteborg, Sweden) foram divididos em três grupos de acordo com os

abutments adaptados a eles: controle com pilares de titânio, e dois grupos experimentais,

um confeccionado com alumina e outro com zircônia pré-fabricada. Todos as mensurações padrões tiveram: profundidade de chanfro na linha de término de 0,5 mm com 7 mm de comprimento. Os implantes foram inseridos de modo a ficarem em 135 graus, os abutments foram parafusados aos implantes com torque de 35 Ncm e as coroas foram cimentadas com Panavia. As amostras foram submetidas à simulações termo-mecânicas de 5 anos de uso com 1.200.000 de ciclos a 49 N com 1,6 Hz (mecânica) e de 5 e 55ºC com intervalos de 12 segundos (térmica). Todas as amostras suportaram o teste e não foi observado afrouxamento do parafuso. Os menores valores de resistência à fratura foram observados nos grupos de abutments de zircônia e os maiores valores nos grupos de titânio. Todos os implantes foram capazes de suportar cargas de até 200 N.

Wang et al. (2008) avaliaram o efeito de diferentes métodos de tratamentos de superfície e os efeitos do procedimento de fresagem do sistema CAD/CAM na resistência à flexão de infraestruturas de zircônia. Vinte blocos de zircônia foram usinados para confecção das infraestruturas com dois métodos de fresagem. Os dois modelos de barras receberam tratamento de superfície com óxido de alumínio. Algumas dessas barras foram utilizadas para investigar o efeito do direcionamento das partículas nas propriedades da zircônia. Em seguida, foi realizado a aplicação da cerâmica de cobertura em barras tratadas com óxido de alumínio e em barras sem tratamento. As barras foram submetidas a ciclos de queima para sinterizar a cerâmica de cobertura, sendo esse conjunto utilizado para avaliar o efeito da temperatura no alívio do pré-estresse da superfície causado por partículas de abrasão. Foi constatado aumento na resistência à flexão nas barras jateadas com óxido de alumínio; entretanto, as amostras submetidas às partículas maiores (120 µm) mostraram enfraquecimento significante em relação às partículas de 50 µm. Também houve aumento do módulo de Weibull nos dois grupos com jateamento.

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Magno et al. (2008) descreveram um relato de caso com abutments personalizados híbridos (cerâmica/link metálico) para promover contato titânio-titânio com melhor adaptação (superfícies usinadas) resolvendo problemas estéticos oriundos de implantes mal posicionados (vestibularizados). Por meio de exames clínicos foi constatado colapso tecidual na região 42, em decorrência da falha do dente natural. Após a instalação do implante com inclinação vestibular em função da deiscência óssea em região de terço médio e cervical foi realizado regeneração óssea guiada para recobrimento de espiras da região vestibular. No período de moldagem de transferência foi constatado que o longo eixo do parafuso de retenção estava em região vestibular, necessitando de manobras para contornar o problema e obter melhores resultados estéticos. O abutment de cerâmica no formato de preparo para faceta foi cimentado criando um pilar personalizado cimentado-parafusado. O abutment foi parafusado e a faceta cimentada no pilar com cimento resinoso. Os resultados foram satisfatórios tanto mecânico quanto estético, com manutenção dos tecidos moles no mesmo nível dos elementos adjacentes.

Nothdurft & Pospiech (2009) realizaram a instalação de 40 implantes em região posterior da mandíbula e maxila em 24 pacientes. Após o período de cicatrização os respectivos implantes receberam abutments personalizados de zircônia confeccionados pelo sistema CAD/CAM. Depois de 6 meses, os pacientes relataram satisfação com as restaurações. Não foram observados sinais clínicos de inflamação em 67,5% dos casos, com excessão de um paciente. Em 80% dos implantes avaliados não foi observada aderência de biofilme, demonstrando boas características biológicas da zircônia e quando associada a melhor higiene, a taxa de sobrevida dos implantes foi aumentada.

Sailer et al. (2009) realizaram um estudo clínico randomizado comparando

abutments personalizados em zircônia e titânio em região de canino, pré-molares e molares

com um ano de função. Foram avaliados 31 implantes unitários em 20 pacientes, separados em dois grupos, sendo um com abutments personalizados de zircônia e outro de titânio. Nenhuma falha foi observada em ambos os grupos. De acordo com as análises biológicas, nenhuma diferença estatística foi observada entre ambos os grupos. A presença de biofilme foi verificada em maiores quantidades nos dentes naturais do que nas próteses implantossuportadas; todavia, abutments de zircônia demonstraram maior quantidade de

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biofilme. Nenhuma diferença radiográfica foi encontrada entre aos grupos. A avaliação da coloração em relação aos tecidos moles peri-implante em ambos os grupos mostraram-se diferentes dos dentes naturais, e quando comparados os melhores resultados foram observados no grupo zircônia.

Nguyen et al. (2009) realizaram um estudo para comparar diferentes conjuntos de implante-abutment de acordo com o diâmetro e plataforma dos implantes. Três diferentes diâmetros foram utilizados (estreito, médio e largo) e as plataformas foram de 4,1e 5,0 mm. Um carga rotacional foi aplicada nos conjuntos em ângulo de 45 graus para provocar flexões. Como resultados foram observados falhas em 29 das 50 amostras, com fraturas em 16 dos abutments e 7 dos implantes. Nenhuma diferença foi observada em relação aos grupos de zircônia; entretanto, diferenças estatísticas foram observadas entre os diâmetros dos grupos, demonstrando que a conexão tem efeito sobre a resistência à fratura dos

abutments personalizados de zircônia.

Blatz et al. (2009) relataram o uso de abutments de zircônia como substituto dos de titânio em função das características negativas, como coloração metálica proporcionando pigmentações acinzentadas na região peri-implantar. Relatos sobre o estudos que comprovam a eficácia clínica em relação as propriedades biomecânicas da zircônia com acompanhamentos de até 6 anos, e comparado ao óxido de alumina é duas vezes mais resistente. Em contraste com as ligas metálicas, a zircônia possui translucência como característica positiva, o que faz com que as propriedades estéticas do material sejam altamente miméticas. Quando associada à tecnologia CAD/CAM o uso da zircônia oferece muitas vantagens, como melhor adaptação e acomodação aos tecidos adjacentes, além de estética significativamente favorável, biocompatibilidade e menor aderência de biofilme.

Zembic et al. (2009) realizaram um estudo clínico com abutments de zircônia e titânio em regiões de canino, pré-molares e molares com três anos de acompanhamento. Em ambos os grupos foi constatado taxas de sobrevida de 100%. Não sendo observados diferenças estatísticas entre ambos os grupos nas avaliações biológicas. Na profundidade de sondagem foram observados valores significantes em ambos os grupos. Em relação a adesão de placa e sangramento a sondagem não foram observados diferenças estatísticas entre ambos os materiais. Nenhuma complicação foi observada em ambos os grupos

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relacionados ao afrouxamento ou fratura de parafusos e abutments. Foi constatado que a ausência de rotação da interface tornou-se fator crucial para a manutenção da estabilidade da conexão implante-abutment.

Abduo et al. (2010) realizaram revisão com o objetivo de comparar os métodos clínicos e laboratoriais disponíveis para avaliar in vivo e in vitro a adaptação das próteses sobre implantes. In vivo os métodos clínicos foram utilizados para avaliar a adaptação e passividade da infraestrutura na plataforma do implante. In vitro os métodos laboratoriais foram aplicados para investigar a precisão e técnicas para fabricação das infraestruturas e os efeitos na plataforma e tecido ósseo. Frente às diversas metodologias utilizadas nas avaliações, como as radiográficas e de pressão digital in vivo, e as análises por fotoelasticidade e por elementos finitos in vitro, foi consensual entre autores que a passividade do ponto de vista biomecânico não é alcançada; entretanto, pelas técnicas convencionais controladas considera-se suficiente para fornecer resultados aceitáveis. Apesar de haver diversas técnicas de avaliações, é importante que ocorra uma correlação nas avaliações laboratoriais das infraestruturas, com avaliação prévia nos modelos objetivando a mesma situação em boca. Sendo assim, apesar de haver desajustes nas adaptações e a passividade não ser considerada total, existe um determinado grau de desajuste que pode ser considerado danoso para o conjunto.

Nakamura et al. (2010) realizaram uma revisão sistemática sobre a utilização de

abutments de zircônia sobre implantes, onde foram incluídos os estudos de acordo com

critérios pré selecionados, como estudos de propriedades mecânicas dos abutments de zircônia, avaliações dos tecidos peri-implantes em torno de abutments de zircônia, estudos com acúmulos de biofilme na superfície da zircônia e estudos clínicos com taxas de sobrevida dos abutments. Como principais resultados, os abutments de zircônia foram confiáveis e com significantes resultados tanto mecânico quanto estético. Em relação aos resultados biológicos, os abutments de zircônia apresentaram significantes resultados quanto à adesão de biofilme, obtendo bons resultados peri-implante quando utilizados como pilares.

Al-Amleh et al. (2010) relataram o uso de zircônia como abutments, e pode ser observado resultados confiáveis para o emprego, tanto em regiões anteriores como

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posteriores. Os autores ressaltam a dureza do material como um diferencial positivo, assim como, as boas respostas dos tecidos adjacentes em relação ao abutment de zircônia. Alguns resultados, como afrouxamento do parafuso do abutment foram observados. Também alguns estudos destacaram o emprego de abutments de zircônia em conexões internas, com pouco acompanhamento longitudinal; entretanto, parece ser mais susceptível a falhas como fraturas.

Nigro et al. (2010) verificaram in vitro se a lubrificação do pilar pode gerar maiores valores na pré carga do parafuso em relação a pilares não lubrificados. Vinte implantes MKIII foram inseridos em tubos de PVC rígido com resina acrílica ativada quimicamente, e sobre um dos implantes foi confeccionado um abutment para posteriormente ser escaneado pelo sistema Procera para reproduzir outros 20 abutments iguais. Os abutments foram adaptados com torquímetro digital com 32 N e separados em dois grupos: seco e úmido. No grupo úmido, saliva artificial foi colocada no interior do abutment para simular a condição clínica. Após isso, foram realizados procedimentos de destorque repetido por 10 vezes em ambos os grupos. A média para grupos secos e úmidos foram de 27,5 e 31,5 Ncm, respectivamente. Portanto, pode ser concluído que sempre ocorre redução do torque inicial; porém, no grupo úmido ocorreram os melhores resultado, e isso pode estar relacionado com melhor torque inicial devido a umidade.

Nothdurft & Pospiech (2010) realizaram um estudo clínico com a inserção de 40 implantes em 24 pacientes na região posterior com o objetivo de avaliar o tecido peri- implante em relação a inflamação após 12 meses de função, por meio de parâmetros desenvolvidos por Mombelli. Após o período de cicatrização, os implantes receberam

abutments personalizados de zircônia confeccionados por sistema CAD/CAM. Após

acompanhamento de seis meses os pacientes relataram satisfação com as restaurações. Não foram observados sinais clínicos de inflamação em 67,5% dos casos, em apenas 1 paciente foi observado sinais clínicos de inflamação. Em 80% dos implantes avaliados não foi observado aderência de biofilme, demonstrando boas características biológicas da zircônia e quando associados a boa higiene favorece as taxas de sobrevivência dos implantes.

Grunder et al. (2010) descrevem o uso de abutments de zircônia com plataforma reduzida de acordo com um relato de caso em região anterior da maxila (12 e 22). Sendo

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realizado comparação entre abutments de zircônia e titânio em estudo in vitro realizado pelos mesmos autores. Os abutments de titânio promovem melhor adaptação na plataforma do implante. Após os testes de fadiga, os abutments foram removidos com dispositivo para destorque, não sendo constatado diferenças estatísticas. Os abutments foram comparados e considerados com resistência a fadiga e propriedades biológicas semelhantes. As restaurações dos elementos 12 e 22 foram realizadas com abutments de zircônia por ser considerado mais estético. Após acompanhamento, constatou-se boa manutenção dos tecidos adjacentes e da gengiva na região cervical, além de boas propriedades biológicas.

Silva et al. (2011) realizaram um estudo para testar os impactos mastigatórios em diferentes conjuntos implante-abutment em peça única em zircônia e modo tradicional, implantes de titânio unidos aos abutments de titânio e zircônia. Os implantes foram inseridos em material simulador de tecido ósseo perpendiculares ao plano horizontal. Os implantes do grupo de duas peças (titânio) foram do tipo de conexão hexágono externo, os

abutments do grupo controle foram instalados e parafusados com os devidos torques, após

isso foram submetidos as cargas em aparelho de pêndulo. As cargas foram crescentes variando de 0,9 a 4,5 kg. Os resultados foram semelhantes para os dois grupos, os grupos de cerâmica por possuírem módulo de elasticidade maior fraturaram com maior facilidade, sendo necessário maior aplicação de força para a fratura no grupo de titânio com menor módulo de elasticidade.

Gomes & Montero (2011) realizaram revisão da literatura sobre estudos relacionados aos abutments de zircônia, considerando as propriedades mecânicas e biocompatibilidade com os tecidos bucais. Alguns tópicos foram previamente destacados para a seleção dos estudos: Propriedades mecânicas e físicas da zircônia, precisão de adaptação implante-abutment e biocompatibilidade aos tecidos bucais e adesão de biofilme. Vinte estudos foram incluídos na revisão. Estudos in vitro e in vivo foram observados, dentre os estudos clínicos foram discutidos a melhora dos tecidos peri-implantares quando comparada aos abutments de titânio e outras ligas metálicas, não demonstrando propriedades corrosivas e oxidativas, apresentando melhoras não somente estéticas mas biológicas. Em outros estudos foram observados melhora dos abutments de titânio em relação as taxas de sobrevida após dois anos de função (com 94,7% zircônia e 100%

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titânio); porém, maior reabsorção óssea foi observada nos abutments de titânio. Entretanto, a passividade foi melhor relacionada com abutments de titânio em relação aos de zircônia, podendo ser devido a dureza e módulo de elasticidade do material.

Magne et al. (2011) realizaram um estudo com novo design de abutment de zircônia para avaliar a resistência a fadiga e o modo de falha com restauração de prótese livre de metal tipo III (veneer). Vinte e quatro implantes foram selecionados para ser restaurados com abutments personalizados em zircônia de peça única com conexão interna tipo cone morse. Em relação aos abutments foram observados significantes números de fraturas, obtendo porcentagem maior para o grupo cimentado a cerâmica, com 40% das amostras apresentando algum tipo de fratura.

Traini et al. (2011) descreveram resultados significativos quando ao uso de

abutments de zircônia associados a instalação prévia de implantes em regiões estéticas por

meio da técnica flapless. Com acompanhamento de quatro anos foi observado condições estéticas favoráveis dos tecidos moles em relação a manutenção dos tecidos adjacentes com leve ou nenhuma retração. Por meio dos aspectos clínicos e avaliações peri-implante foi constatado ausência de inflamação no local.

Bressan et al. (2011) analisaram por meio de estudo clínico com espectrofotometria a influência do material do abutment sobre o tecido peri-implantar em região anterior da maxila. Vinte pacientes receberam implantes osseointegrados na região anterior, em seguida selecionados randomizadamente para receber diferentes tipos de abutments (ligas de titânio, ouro ou zircônia) de acordo com critérios pré-estabelecidos. A coloração tecidual peri-implante foi diferente em todos os abutments quando comparados aos tecidos periodontais. Não foi observado diferenças nas colorações entre os abutments de zircônia e ligas de ouro; entretanto, as maiores diferenças de coloração foram relacionadas aos

abutments de ligas de titânio.

Rao et al. (2011) realizaram consenso geral sobre reabilitações de regiões estéticas com zircônia em vários aspectos. As cerâmicas possuem grande capacidade mimética em relação a dentição natural reproduzindo tamanho, formas, textura da superfície, translucência e cor. A translucidez está relacionada com a quantidade de reflexão da luz que incide sobre a cerâmica, que por sua vez se relacionada com a forma, tamanho e

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quantidade de cristais na composição. Em cerâmicas onde a luz passa e se reflete maior será a translucidez, como na zircônia a luz será difusa gerando aspecto opaco da peça. Alguns autores em função da opacidade não recomendam o uso em regiões anteriores, sendo mais empregado em próteses fixas unitárias e múltiplas em região posterior; entretanto, existem relatos de falhas em regiões de pôntico e de cantilever. Uma das maiores indicações é como

abutments obtendo bons resultados biológicos e mecânicos, com alta resistência a fratura e

baixa aderência de biofilme.

Çaglar et al. (2011) com estudo por elementos finitos compararam as distribuições de tensões peri-implante em diferentes implantes e abutments unitários. Dois tipos de

abutments foram inseridos nas análises conforme o módulo de elasticidade de cada material

(titânio e zircônia) e o elemento a ser simulado foi um incisivo central superior esquerdo. Após análises de distribuições de tensões não foi observada diferenças estatísticas entre os diferentes tipos de abutments.

Truninger et al. (2012) realizaram um estudo com diferentes tipos de abutments e conexões de implantes nas seguintes distribuições: Grupo controle - abutments de titânio com conexão interna (Cone morse) e grupos teste: G1 (BL) - abutment de zircônia (inteiro de zircônia) adaptado em conexão interna (Cone morse); G2 (RS) - abutment de zircônia duas peças unidas (Corpo de zircônia cimentada ao conector titânio) em conexão interna; G3 (B) - abutment de zircônia uma peça em conexão direta com hexágono externo e G4 (SP) - abutment de zircônia duas peças em conexão interna (abutment parafusado no pilar parafusado ao implante). Foram inseridos todos os abutments com torque de 35 Ncm2

e aplicado o teste de envelhecimento (5-50 ºC, 120 s) e simulação de mastigação (1.200.000 ciclos a 49 N de força e 1,67 Hz). Em seguida, as amostras foram submetidas a carga pontual em ângulo de 30 graus até a falha. As falhas por fraturas foram predominantes em todos os grupos teste, falha de fratura em região de ombro do abutment foi predominante no grupo B, em 7 implantes do grupo RS e 9 implantes do grupo SP. No grupo BL, as fraturas foram na região interna do cone. Nenhum abutment do grupo controle fraturou ou mostrou mobilidades após o teste, deformações nos implantes foram observados em todos os implantes nos grupos controle e RS, e no grupo SP apenas três elementos demonstraram deformações. O valores extremos de resistência a flexão foram observados nos grupos de

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titânio com 714,1 Ne 285,8 N no grupo B. Quando comparados, os grupos teste mostraram melhores resultados nos grupos RS com 429,7 N e SP com 379,9 N. As falhas tiveram diversas formas em função do tipo de conexão; porém, foi observado melhora na estabilidade e distribuição de tensões quando utilizados conectores cimentados aos

abutments.

Sagirkaya et al. (2012) por meio de estudos clínicos com próteses com abutments de zircônia sobre implantes relataram características em relação a índices de aderência de biofilme, sendo baixa a resposta biológica dos tecidos adjacentes com pouca ou nenhuma inflamação. Quanto a resistência a fratura dos abutments, não foram observados devido a dois fatores principais, sendo: região de incidências de forças e o tipo de conexão, quando unidos ao molar com conexão interna do tipo cone morse houve relatos de falhas.

Leutert et al. (2012) realizaram um estudo experimental onde três tipos de

abutments personalizados de zircônia com conexão interna foram associados a diferentes

marcas de implantes e abutments. Para comparação foi utilizado um grupo controle confeccionado de titânio. T1: abutment de zircônia (CARES RC) conectado ao implante (Straumann); T2: abutment de zircônia (ASTRA) conectados aos implantes (ASTRA micro thread ÓsseoSpeed); T3: abutment de zircônia (Zirabut) conectado ao implante Standard Plus Straumann, e no grupo controle (C): abutments de titânio (CARES RC) conectados a implantes Bone Level Straumann. Vinte abutments de peça única foram confeccionados para cada grupo, sendo adaptados aos respectivos implantes e separados em dois subgrupos (n=10), onde um grupo foi deixado sem restaurar e outro grupo foi restaurado para serem submetidos a carga estática realizada com 30 graus até falha. As maiores médias do teste de resistência a flexão foram observadas no grupo titânio tanto restaurado quanto não restaurado (419,4 e 678,2 Ncm2, respectivamente. As médias de resistência a flexão para os

grupos não restaurados foram de 158,2 (Grupo 3 zircônia) a 678,2 N (grupo controle). Em relação aos grupos teste foi observado melhora nos resultados dos grupos T1 e T2 em relação ao T3. Um mesmo padrão de fratura em região de conexão de 90% de todas as amostras foi observado. Também foi observado maiores valores de resistência a flexão em

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Kim et al. (2013) analisaram o desempenho de abutments de zircônia impregnados por alumina em relação as variáveis clínicas estabelecidas para análises. Foram inseridos no estudo 213 pacientes e 328 próteses sobre implantes foram confeccionadas. Durante o

follow-up cada restauração foi codificada os critérios de análises como fratura do abutment

e do parafuso e afrouxamento do parafuso. As variáveis clínicas investigadas foram de acordo com a área restaurada, número de coroas (unitárias ou múltiplas com ou sem pôntico), sistema de implante e o sexo do paciente. Após cinco anos de follow-up foi observado que o número de próteses e o tipo de conexão tinham relação direta com as taxas de complicações, especialmente em próteses unitárias em relação às múltiplas quando as complicações foram mais significantes; entretanto, os abutments de zircônia impregnados por alumina mostraram alta taxa de sobrevivência; porém, em regiões de molares maiores critérios são necessários para utilização.

Stimmelmayr et al. (2012) realizaram um estudo com objetivo de determinar o desgaste da interface entre implantes de titânio com abutments de zircônia e entre implantes e abutments de titânio. Imagens em microscopia eletrônica de varredura e microtomógrafo foram realizadas previamente a ciclagem mecânica. Os abutments foram parafusados nos implantes com torque de 20 N e submetidos a ciclagem mecânica com 1.200.000 ciclos e 1,2 Hz. Após a ciclagem, novas imagens em microscopia de varredura e microtomógrafo foram realizadas para avaliação. Nenhuma fratura de implante ou de abutment foi constatado, assim como nenhum afrouxamento da interface coroa-abutment ou abutment-implante. Comparando as imagens, foi observado danos maiores na interface do implante unido ao abutment de zircônia, onde as duas estruturas mostraram maior rigidez, a energia foi distribuída para o material com menor módulo de elasticidade.

Baldassari et al. (2012) realizaram um estudo para determinar a precisão marginal de abutments de zircônia personalizados por meio do sistema CAD/CAM. Três grupos de

abutments de um incisivo central superior (n=5) foram personalizados em diferentes

empresas (Nobel procera - NP; Encode 3i – B3i; Atlantis Astra Tech Dental – AT e titânio Encode B3i) pelo sistema CAD/CAM e um grupo de titânio foi utilizado como controle. Os

abutments foram parafusados nos implantes com torques de acordo com a empresa,

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para padronização ao microscópio eletrônico de varredura. Foram realizados 120 mensurações por amostra, sendo 30 em cada face pre-determinada no abutment. As médias das fendas foram de 8,4 µm (+/- 5,6 µm) para o grupo NP; 5,7 µm (+/- 1,9 µm) para o grupo B3i; 11,8 µm (+/- 6 µm) para o grupo AT e 1,6 µm (+/- 0.5 µm) para o grupo TI. Melhores adaptações foram observadas nos abutments de titânio em relação aos de zircônia, sendo também observado grande discrepância entre os grupos das diferentes marcas de zircônia.

Koutayas et al. (2012) realizaram um estudo com diferentes tipos de preparos em

abutments de zircônia com conexão interna não observando diferenças estatísticas em

relação a resistência a fratura do abutment, estando esta característica associada apenas a resistência das próteses fixas e da linha de cimentação que une os dois elementos. Os padrões de fratura se mostraram semelhantes e ocorreram na parte interna do abutment em relação a conexão do implante.

Martínez-Rus et al. (2012) avaliaram a resistência a fratura de diferentes tipos de próteses sobre implantes com abutments de zircônia e titânio. Após os testes foram identificados diferentes tipos e formas de fraturas dos abutments. As prótese com

abutments de titânio demonstraram melhores valores de resistência a fratura não ocorrendo

fraturas dos abutments, enquanto no grupo de zircônia as fraturas foram nos abutments. Em um dos grupos com abutments de titânio associado a copings de zircônia foi observado deformações na região de conexão dos implantes.

Park et al. (2013) realizaram comparação da resistência a fratura e a precisão de adaptação entre abutments pré fabricados e personalizados em zircônia com conexão do tipo hexágono interno. Quarenta implantes foram utilizados e distribuídos em dois grupos: 20 abutments pré fabricados (Acucera) e 20 personalizados por CAD/CAM (Zirkonzahn). Os abutments foram subdivididos em dois subgrupos com 10 amostras, onde 10 foram submetidas â resistência a fratura com inclinação da amostra em 30 graus e aplicação de forças 1 mm abaixo da borda incisal e 10 amostras com adaptação, sendo imbutidos em resina acrílica transparente e seccionados ao meio com disco diamantado. A média de resistência a fratura foi de 1.064,1 N para o grupo pré-fabricado e 1.432,2 N para o personalizado, com todos os abutments mostrando fraturas longitudinais no centro do

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