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16 - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

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Academic year: 2021

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II Jornada de Debates sobre Ensino de Ciências e Educação Matemática I Encontro Nacional de Distúrbios de Aprendizagem na Perspectiva Multidisciplinar

“Recursos Didáticos e Tecnologias de Ensino”

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Universidade Federal de Sergipe – micaela.ufs@gmail.com 2 Universidade Federal de Sergipe – gardeniavaleria@yahoo.com.br

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE: CONHECENDO UM POUCO MAIS

MICAELA OLIVEIRA DE MENEZES1

GARDÊNIA VALÉRIA DE ANDRADE OLIVEIRA2

Resumo

É cada vez maior o número de pesquisas tratando do Transtorno de déficit de atenção e Hiperatividade nas últimas décadas, estas mostram que o problema é muito comum durante a infância, porém pode persistir até a fase adulta. Esse trabalho teve como objetivo conhecer melhor sobre o transtorno, como identificá-lo e observar como interfere no desempenho escolar de crianças. Para tanto, foi realizada uma pesquisa na literatura, livros e artigos científicos que tratam do tema em foco. O TDAH é um problema neurológico, pesquisas apontam diversas causas, entre elas, genéticas, biológicas e psicossociais, que manifesta na criança um comportamento distraído e sem concentração, que deve ser preferencialmente diagnosticado enquanto criança e encaminhado para tratamento com profissional adequado.

Palavras-chave: déficit de atenção1; hiperatividade2; escola3.

Introdução

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) tem sido objeto de estudo desde meados do século XIX, porém tomou proporções maiores nas últimas décadas. Devido ao aumento significativo da presença do TDAH nas escolas, ele tem sido o foco das atenções de pais e educadores. Psicólogos, psiquiatras e neurologistas especializam-se cada vez mais no tratamento e prevenção desse transtorno (JOU, 2010).

O TDAH é um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que afeta a atenção, o controle de impulsos e o nível de atividade (Barkley, 2002). Pode também ser definido como transtorno associado a fatores ambientais e genéticos. Variações no tamanho e na morfologia do cérebro, onde estão presentes desde a tenra idade com anormalidade no circuito frontoestriado/cerebelo, principalmente no hemisfério direito, considerado responsável pela maioria dos distúrbios de coordenação motora e por um programa subnormal sensório-motor (OLIVIER, 2010).

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II Jornada de Debates de Ensino de Ciências e Educação Matemática.

O TDAH é o distúrbio neurocomportamental mais comum da infância. (Fontana, Vasconcelos, Werner, Góes & Liberal, 2007). Algumas pesquisas revelam que o TDAH é uma condição neuropsiquiátrica que acomete 3 – 5% das crianças e que frequentemente persiste até a idade adulta, podendo ser considerado um dos mais comuns transtornos neuropsiquiátricos. A revista eletrônica Consciência no dia a dia, publicou no ano de 2009 uma matéria que aponta que o déficit de atenção acontece porque neurotransmissores como a dopamina (principal componente do nosso sistema cerebral recompensa, sistema ativado toda vez que fazemos algo que dá prazer e sinaliza o cérebro que vale a pena repetir a experiência) não funcionam tão bem em indivíduos com TDAH.

Para Olivier, 2010, pode também ser definido como transtorno multifatorial associado a fatores ambientais e genéticos. Variações no tamanho e na morfologia do cérebro, onde estão presentes desde a tenra idade com anormalidades no circuito frontoestriado/cerebelo, principalmente no hemisfério direito, considerado responsável pela maioria dos distúrbios de coordenação motora e por um programa subnormal sensório-motor (a dopamina parece ser a principal alteração neuroquímica sublinhando essas alterações morfológicas), além de outras causas possíveis, mas não muito divulgadas.

O levantamento bibliográfico, realizado através de sites de publicação científica como o SCIELO e livros que tratam o tema em abordagem, refere-se às publicações dos últimos anos, utilizando-se das palavras chaves déficit de atenção, hiperatividade, escola. Foram selecionados apenas os artigos que tinham interesse para o objetivo proposto, ou seja, discutir e entender o déficit de atenção e a hiperatividade.

1. Características e diagnóstico

De acordo com Lopes, Nascimento e Bandeira (2005), o TDAH caracteriza-se por diminuída capacidade de atenção, impulsividade e hiperatividade e afeta crianças, adolescentes e adultos. O TDAH é difícil de medir, ou definir, podendo as crianças com o transtorno, sofrerem de inquietação, excesso de atividade, excitabilidade e desorganização. Podem ainda ser impulsivas e agressivas. (Train (1997)

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II Jornada de Debates de Ensino de Ciências e Educação Matemática. apud Mazzoni & Tabaquim, 2011).

Independentemente do sistema de classificatório utilizado, as crianças com TDAH são facilmente reconhecidas em clínicas, escolas e em casa. (Rohde, 2000). Segundo os autores, a desatenção pode ser identificada pelos seguintes sintomas: dificuldade de prestar atenção em detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e trabalho; dificuldade de manter atenção em tarefas e atividades lúdicas; parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra; não seguir instruções e não terminar tarefas; dificuldade em organizar tarefas e atividades; evitar envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante; perder coisas necessárias para tarefas ou atividades; e ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimento em atividades diárias.

A hiperatividade se caracteriza pelo agito de mãos e pés com frequência, se mexer muito na cadeira, abandono da cadeira em situações nas quais espera-se que permaneça sentado, falar em demasia, dificuldade de envolver-se silenciosamente em atividades, correr em locais inapropriados. Os sintomas da impulsividade são: frequentemente dar respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas; ter dificuldade de esperar a sua vez; e frequentemente interromper ou se meter em assunto de outros. (APA, 1994).

Com base nos sintomas, os indivíduos portadores de TDAH podem ser classificados em três subtipos: misto ou combinado, predominantemente hiperativo e predominantemente desatento (Fontana, 2007). De acordo com Olivier (2010) o Combinado é quando os sintomas igualam-se em desatenção, hiperatividade e impulsividade. No Desatento os sintomas pendem para a desatenção, variando desde simples desatenção até grande alienação, enquanto o Hiperativo-Impulsivo, os sintomas aliam-se à hiperatividade-impulsividade.

A maioria das crianças e adolescentes com o transtorno tem o tipo combinado. Contudo, verifica-se que algumas delas podem apresentar determinadas características comportamentais associadas ao transtorno, tais como: comportamentos agressivos com excesso de raiva, teimosia, baixa tolerância, à frustração, desobediência,

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II Jornada de Debates de Ensino de Ciências e Educação Matemática.

humor instável, insistência excessiva para que suas vontades sejam satisfeitas, além de baixa autoestima. (Mazzoni & Tabaquim, 2011).

O diagnóstico do TDAH é fundamentalmente clínico, baseado em critérios operacionais bem definidos, provenientes de sistemas classificatórios como o DSM-IV ou a CID-10. O DSM-IV propõe a necessidade de pelo menos seis sintomas de desatenção e/ou seis sintomas de hiperatividade /impulsividade para o diagnóstico de TDAH. O DSM-IV e a CID-10 incluem um critério de idade de início dos sintomas causando prejuízo (antes dos 7 anos) para o diagnóstico do transtorno. (Rohde, 2000).

No diagnóstico do transtorno, são fundamentais a história da criança, a vida escolar, a saúde e a relação com o meio. Embora os comportamento que caracterizam o TDAH devam estar presentes antes dos sete anos de idade, é necessário cautela, pois, até os dois anos de idade a criança não controla sua atenção diante de estímulos externos, comportamento este decorrente da fase egocêntrica e da imaturidade do sistema nervoso. ( Mazzoni & Tabaquim, 2011).

Barkley (2002) aponta para a importância de realizar um diagnóstico acertado e precoce, pois é através dele que se dá o adequado manejo e tratamento da criança. Nas últimas décadas, a crescente necessidade de padronização de critérios de diagnósticos, tanto na clínica quanto na pesquisa, na área da psiquiatria e da saúde mental, tornou os instrumentos de avaliação ferramentas indispensáveis para ambos os campos (MATTOS, 2006).

Segundo Olivier (2010), ao ser detectado, este distúrbio deve ser analisado por um psiquiatra, o ideal é que a criança seja encaminhada a um psicopedagogo para avaliar se ela apresenta apenas uma hiperatividade natural para sua idade ou se o caso for mais grave (TDAH), necessitará de avaliação psiquiatra.

2. TDAH e a escola

Devido ao aumento significativo da presença do TDAH nas escolas, ele tem sido o foco das atenções de pais e educadores. Psicólogos, psiquiatras e neurologistas especializam-se cada vez mais no tratamento e prevenção desse transtorno

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II Jornada de Debates de Ensino de Ciências e Educação Matemática.

(JOU, 2010). Segundo o autor, as crianças com TDAH são descritas pelos seus pais, professores e colegas como crianças que sonham acordadas, que não escutam, que estão sempre perdendo as coisas, que são esquecidas e facilmente distraídas pelo ambiente, que precisam de constante atenção e que não acabam nada do que começam.

Ocorre também que a criança com TDAH é muitas vezes fadada ao fracasso escolar, decorrente das suas condições típicas de atenção e comportamento, com prejuízo às regras da sala de aula, da sustentação da atenção e concentração, perdendo o que está sendo ensinado, consequenciando o baixo rendimento escolar ( Mazzoni & Tabaquim, 2011).

A respeito dessa problemática, Reis e Camargo (2008) afirma que o professor é muito importante na Avaliação do transtorno, pelo tempo de convivência com os alunos.

Para Rohde (2000), Intervenções no âmbito escolar também são importantes. As intervenções escolares deve ter como foco o desempenho escolar. Nesse sentido, idealmente, as professoras deveriam ser orientadas para a necessidade de uma sala de aula bem estruturada, com poucos alunos. Rotinas diárias consistentes e ambiente escolar previsível ajudam essas crianças a manterem o controle emocional. Estratégias de ensino ativo que incorporem a atividade física com o processo de aprendizagem são fundamentais. As tarefas propostas não devem ser demasiadamente longas e necessitam ser explicadas passo a passo. O aluno com TDAH deve ser colocado na primeira fila da sala de aula, próximo a professora e longe da janela, ou seja, em local onde ele tenha menor probabilidade de distrair-se.

Para Barkley (2002), durante atividades realizadas em grupo, a atenção dos alunos pode ser melhorada com um estilo de aula mais entusiasmado, breve e que permita a participação ativa da criança. Segundo o autor, frequentemente, alunos com TADH têm notas menores nas avaliações e apresentam mais repetências de série, por não conseguirem fazer o mesmo trabalho escolar que outros alunos sem TDAH fazem. Para Fonseca( 1995), a sala de aula para essa criança deve evitar estímulos excessivos com cartazes, murais, desenho pela parede, ruídos externos, e outras variáveis, de modo a ajuda-la não dispersar sua atenção durante as atividades.

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II Jornada de Debates de Ensino de Ciências e Educação Matemática.

Considerações finais

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), dentro do que foi pesquisado, distingue-se pela complexidade no estabelecimento do seu diagnóstico. É um transtorno neurológico, estima-se que as causas estejam associadas ao não funcionamento de neurotransmissores como a dopamina, fatores genéticos, e não podendo deixar de levar em conta a história de vida da criança.

As características de comportamento de crianças com TDAH identificadas pelos autores estudados são basicamente as mesmas: dificuldade de concentração e de atenção, inquietude em locais como sala de aula, palestras, etc, distraídos, falantes demasiadamente, impacientes e distraídos, são algumas das características.

Alguns estudos também citaram a escola como espaço relevante na vida da criança com TDAH, tanto para descobrir o transtorno, uma vez que as professoras principalmente nas séries iniciais convivem bastante tempo com os alunos, podem perceber o transtorno até mesmo antes dos pais, como no desempenho escolar dele enquanto aluno, os professores tem fundamental importância uma vez que podem adaptar a sala de aula e melhorar as práticas pedagógicas de modo que venha a diminuir a distração desse aluno e chamar a atenção dele em sala de aula e atraí-lo para os estudos.

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II Jornada de Debates de Ensino de Ciências e Educação Matemática.

Referências

BARKLEY, R. A. (2002). Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade – TDAH. Porto Alegre, RS: Artes Médicas.

FONTANA, Rosiane da Silva et al . Prevalência de TDAH em quatro escolas públicas brasileiras. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo, v. 65, n. 1, Mar. 2007

JOU, Graciela Inchausti de et al . Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: um olhar no ensino fundamental. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 23, n. 1, Apr.

2010 . Available from

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

LOPES, Regina Maria Fernandes; NASCIMENTO, Roberta Fernandes Llopes do; BANDEIRA, Denise Ruschel. Avaliação do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade em adultos (TDAH): uma revisão de literatura. Aval. Psicol. , Porto Alegre, v.4, n.1, Jun. 2005. Disponível em pepsic.bvsalud.org/scielo. Acesso em 12 de maio de 2012.

MATTOS, Paulo et al . Apresentação de uma versão em português para uso no Brasil do instrumento MTA-SNAP-IV de avaliação de sintomas de transtorno do déficit de atenção/hiperatividade e sintomas de transtorno desafiador e de oposição. Rev.

psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre, v. 28, n. 3, Dec. 2006 .

MAZZONI, Henata Mariana de Oliveira, TABAQUIM, Maria de Lourdes Merighi. Distúrbiode conduta e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: uma análise diferencial. Revista de Psicologia, Fortaleza, vol.2 n.2, Julho – Dezembro 2011.

OLIVIER, Lou. Distúrbios de Aprendizagem e de comportamento. Editora WakED. Rio de Janeiro, 2010.

REIS, Maria das Graças Faustino; CAMARGO, Dulce Maria Pompêo de. Práticas escolares e desempenho acadêmico de alunos com TDAH. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), Campinas, v. 12, n. 1, June 2008 .

ROHDE, Luis Augusto et al . Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Rev.

Bras. Psiquiatr., São Paulo, 2012 .

www.apa.org/ www.sbppc.com.br

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