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Zero, 2005, ano 20, n.2, mar./abr.

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(1)

AnoXX

Número

2

Curso de Jornalismo

da

UFSC

Florianópolis,

Março-Abril

de 2005

jornais

comemoram

400

anos

em

2005

(2)

PES�UISA

Jornalismo

é

insalubre,

mas

e

daí?

Doenças

causadas

pelo

excesso

de trabalho

são

tratadas

com

indiferença

pela

maioria

Antesde

dorrmr,

a

jornalista

Sônia Bridi colocauma

placa

na

boca.

É

a

orientação

médica para evitaroranger dosdentescau­

sado

pelo

estresseda

profissão.

Namesma

madrugada,

aeditora

Marinilda Carvalhotraduzuma

reportagem

darevistabritânica

The Economist.Amãodireitaque

digita

noteclado sofrede Le­ são por

Esforço

Repetítivo (LER)

epassou poruma

cirurgia

nove anos.MasMarinildacontinua

escrevendo,

porque, assim

como

Sônia,

gosta demais doque faz.Eé aí que estáo

problema.

Umapesquisa americana realizada

pelo

Instituto

Poynter

mostraque

61,8%

dos

jornalistas

entrevistadosacreditam que

a

profissão

causaefeitos

negativos

à saúde. Outro

estudo,

reali­ zado

pela ASSOCIação

Médicada

China,

mostraque apenas

2,4

%

dos

profissionais pesquisados

são

saudáveis,

ou

seja,

de 1182'

jornalistas

que trabalhamem

Pequim,

apenas 28nãoapresen­

taram

problemas

nos examesmédicos- leia

maissobreessas

pesquisas

nostextosabaixo.

Não existern estudos recentesnoBrasilsobreo tema, mas

alguns

dados

dispersos

permitem

concluir queo

jornalista

bra­ sileiro também

possui

saúde

precária.

Oestudo

Doenças

pro­

fissionais

em

comunicação

social,

do

pesquisador

Sílvio

Jú­

lioNassar, da Universidade Estadualdo Rio de

Janeiro

(VERJ),

indicaque as

doenças

mais

freqüentes

estãorelacionadas ao

estômago,

coração

e

coluna,

alémde

problemas

dealcoolismo

e

dependência química.

Outroindício darotina estressanteestánosrelatóriosanuais deóbitosda

categoria.

Entre

1996

e

2003,

umtotal de64

jorna­

listasmorreu de

uifarte,

seguido

de23 mortespor

problemas

respiratórios

e21 de câncerde

pulmão.

Sãonúmerosquereve­

lamqueesses

jornalistas provavelmente

fumaramdemaisenão

praticaram

exercíciosfísicos

regularmente.

Discussão e relatos

pessoais-

A

Federação

Nacional dos

Jornalistas

(Fenaj)

promoveemmaiooIEncontro Naci­ onal da Saúde do

Jornalista

para discutir

questões

como o

estresseeafaltadeinteressede quemtrabalhacomcomuni­

cação

sobre

questões

ligadas

ao seu

próprio

bem-estar. O

diretor deSaúde da

Fenaj,

José Augusto Camargo,

acredita

queascaracterísticasda

profissão

fazemcomqueos

jorna­

listas desconsiderem os riscos do excesso de trabalho. "O

fatodo

jornalismo

ser uma

profissão

estimulantefazcomque

os

profissionais

neguemorisco.Eles

geralmente

nãoacredi­ tamque

algo

tão

empolgante pode

causar

problemas",

desta­ ca. O

jornalista

Moacir Loth lembraque,

quando

eraeditor

dalarna!

deSanta Catarinanasdécadas de70e

80,

costu­

mavasaircom os

amigos

de

redação

para relaxar.O assunto

na mesade bar erainevitavelmente o

jornalismo:

"O lazer acabava virando trabalho de

novo",

lembra.

Outros

depoimentos

mostramquea

LER,

ocansaçoedores

de colunafazem

parte

darotinado

jornalista

(leia

as

declarações

acima).

Ricardo

Boechat,

comentarista

dolornal

daBande co­

lunista

dolornal

do

Brasil,

resumeolado

desgastante

da

profis­

são. "Para

mim,

o

jornalismo

está

ligado

com a

insônia,

tabagis­

mo,

gastrite,

digestão, prisão

deventre,

hipertensão,

incerte­ zas,

dívidas,

três

separações, fadiga,

depressão

e um insaciável

desejo

de parar.

Mas,

todavez,deixo paraodia

seguinte".

Maso

jornalismo

nãoé apenaso

desespero

diário.Oladoestimulante

não é só

maléfico,

mastambém

compensador.

"Divirtotantocom o que

faço

que não tenho dúvida:morrereitrabalhandocomo

jornalista",

confessao

jornalista

esportivo juca

Kfouri.

Textos: Bruno Moreschi

ANO XX- Nº 2

-MARÇO/ABRIU2005

- CURSO DE

JORNALISMO- UFSC- CCE

-JOR

jornal-laboratório

do Curso de

jornalismo

da Universidade Federal deSanta CatarinaApoio: LabFoto,

LabInfografia,

LabRádio

Arte:TIdoGolfetto, Mondrian,WendelMartins

Colaboração:

AssociaçãoMundial dejornais,EmersonGasperin,Conrad Editora doBrasil,FernandaBruzzone

Copy-writer: Felipe

Silva,FrancisFrança,

Jaqueline

li,

LeandroUchôas,MariannaAragão,RicardoBarreto,SarahCastroe

Thiago

MacedoDireçãodeArteede

Redação: Jornalista

e

professor

RicardoBarreto

Edição:

BrunoMoreschi,Emília

Chagas,

FrancisFrança, GiovanaSanchez,LeandroUchôas,MariannaAragão,Maurício

Frighetto,

RobsonMartins,SarahCastroe

Thiago

Macedo

Editoraçâo

eletrônica:AlexandreBrandão,Isadora

Pamplona

eWendelMartinsEditores­

executivos:AlexandreBrandão,Isadora

Pamplona

eWendelMartinsEditores sêniors: Emilia

Chagas,

FrancisFrançaeLeandro Uchôas

Fotografia:

Emilia

Chagas,

IvanGiacomelli, JoãoGrando Leandro

Uchôas,Leo Miranda,Lucas Pereira,SarahCastro eWladimirD'AndradeLaboratório

fotográfico:

BrunaMarcon, Rafael deSouzaSecretaria de

Redação, produção gráfica

e

circulação:

Isadora

Pamplona

Serviços editoriais:

Organoteque

Image Bank,ANotícia,NewYork TimesontheWeb.OEstado deSãoPaulo,Folhaon-line. ObservatóriodaImprensa,Diário do GrandeABCon-line. Último

Segundo,

Dynamite on-line,

Google

Textos:AlexandreMachado,BrunoMoreschi,Emília

Chagas,

Felipe Silva,FrancisFrança,

Jaqueline

Li,João Grando,LeandroUchôas,LucasPereira,MarcoBritto,MarcoJunqueira,MariannaAragão,Maurício

Frighetto,

RobsonMartins,SarahCastroe

Thiago

Macedo Tratamento deimagens:AlexandreBrandão,BrunoMoreschi,lidoGolfettoeWendelMartins

Impressão:

DiárioCatarinense

Redação:

Cursodejornalismo (UFSC-CCE­

JOR), Trindade,CEP88040-900.

Florianópolis,

SCTelefones:55(48) 331-6)9<),B1-9490, )31-9215Fax: (48) 331-9490Sítio:www.zero.ufsc.brWebmaster: faltalimabolsa E-mail:zero@cce.ufsc.brCircu­

lação:

Nacional, gratuitat'

dirigida

1.000

exemplares

...

MelhorPeçaGráfica

I,II,III. IV. VeXlSefUniversitário- PUC-RS 88,89.90,91,92e98

Sonia Newton MarceloTas Marcelo Juca

Males

vão

de insônia

a

crise

de estafa

MarinildaCarvalho,editoraexecu­

tiva dosítio Observatório da

Imprensa

.Tá

tiveSíndrome do TúneldoCarpo,do­ ença causada

pela

LER,queme

obrigou

a

fazer

uma

cirurgia

namãodireita.Além

disso,

sopa

comestresse. crise de labirin­

tite,

problemas

nacolunacervicalepor

vai.

Sidney

Rezende,

apresentador

da

rádioCBNDiário de

Florianópolis

Doresdecoluna, dores muscularese nos

pulsos fazem

parteda minha rotina.

Tudo porcontade cansaço, máposturae usoexcessivo do

computador.

Para corri­

gil'

os

problemas. faço

RPG

(Reeducação

PosturalGlobal)

;já

fiz

acupunturaedevo

fazer

shiatsu

(um

tipode massagem

japo­

nesa).

SôniaBridi,

repórter

da TVGlobo

Estouótima,

fora

a

biperatiuidade

e o

bruxismo,uma

espécie

de ranger dosden­

tesqueme

obriga

adormircom uma

pla-ca naboca.A estressanterotina

dojorna­

listaliberaadrenalinae. aoinoés de gas­

tarmosissode

alguma

maneira.

ficamos

nafrente

do

computador

escrevendo.Isso

faz

muitomal

RicardoBoechat,

apresentador

da TV

Bandeirantesecolunista do

Jornal

do Brasil

Paramim.o

-jornalismo

está

fígado

com

insônia,

tabagismo.

gastrite.

digestão,

prisão

de ventre.

hipertensão. angústia,

incertezas, dívidas, três

separações,

fadi­

ga,

depressão

e uminsaciável

desejo

de

parar. §§Mas.todososdias,deixoparao

dia

seguinte.

Newton Carlos,

jornalista especi­

alizadoemassuntosinternacionais

Nuncatire

doença

relacionadacom a

profissão dejomalista.

Masposso especu­

lar quesoumuito tenso.porque sempre acbaoa que nãodariacontadasdiversas coberturasinternacionais querealizei.

Marcelo Tas,

apresentador

da TV Cultura

Umavezfiveuma

doença

namãoquan­

dopasseium

longo

tempodiante doteclado

eesquecique tinhaumcorpo,umamentee umaalma além dos

pobres

miolos queco­

mandama

digitação

no

computador.

MarceloBeraba,ombudsmandodi­ ário Folha de São Paulo

Enquanto

batiem

máquinas

deescre­

ter: nuncafilie

problemas. Após

ocompu­

tador.vieram LER. bursiteetendinite.Isso

semcontarodesatino diário. jucaKfouri,

jornalista

esportivo

Eu mepergunto:será quese eu

fosse

médico,

engenheiro

oumotoristadepraça

sena menosestressantedo que

serjoma­

lista? Estariamentindosedissesse que não

tenho crises de

estafa

eque vivo meioes­

tressado, mas,poroutrolado, medivirto

tantocom oque

faço

que nãotenhodúvi­

da:morrereitrabalhando

comojornalista.

Rotina

extrapola

40 horas

Estresse

é

base

de

doenças

POYflter

asem

fevereiropararealizarumadas

ZERO

...

Melhorlornal-Iaboratório

fPI'I3nUOsoca Sind.dosJornalistasde SC -2000 5"Melhor

Jornal-laboratóriodo Brasil

tixpocom94

(3)

HISTÓRIA

Mundo

astá

mais hostil

para

rapórtar

Relatório

de

2004 da CPJ

revela

o

ano

mais

violento

da

década

para

exercício

profissional

A

situação

da

imprensa

está

piorando

namaioriados

países

eo

númerode

jornalistas

assassinadospor razões

ligadas

aoexercício

da

profissão

bateuorecordeda últimadécada. Essaéaconclusão

doComitêde

Proteção

aos

]ornalistas

(CP])

em seuúltimo relató­

rio

anual,Ataques àJmprensa

em2004. Noano

passado

56

jorna­

listasforammottosenquanto

trabalhavam,

número quesó nãoul­

trapassouacontagemfeitaem

1994,

de66homicídioscontrapro­

fissionais deimprensa.

Odocumento foi elaboradoa

partir

deuma

pesquisa

queoCP]

realizaanualmenteem90

países.

Em

2004,

ostemasquemaischa­

marama

atenção

docomitêforama

condição

críticaemquetraba­

lhamos

jornalistas

iraquianos,

o uso

generalizado

de leisanti-Esta­

docomopretextopara

prisão

de vários

jornalistas

em

países

como

ChinaeCubae,

ainda,

a

primeira

condenação

deum

jornalista

nos

EUAnosúltimos trêsanos.

Oconflitono

Iraque

liderouonúmerodeataquesàimprensa em2004efez do

país

o

lugar

maisperigosopara

jornalistas

no ano

passado.

Forammortos23

jornalistas

locaise16

profissionais

das

equipes

de

apoio,

comomotoristase

intérpretes.

Ao

todo,

36

jorna­

listase18

profissionais

de

apoio

foram assassinadosduranteo con­

flitono

Iraque,

desde março de 2003atéofinal doano

passado.

Desdea

fundação

doCP],em1981,somenteasguerras da

Argélia,

da

Colômbia,

dos Bálcãsedas

Filipinas

tinham resultadoem um

número tãoalto de

jornalistas

mortosemconflito.

Ex-URSS-As

condições

de trabalhoparaos

jornalistas

queatu­

am naRússiae nasdemais

ex-repúblicas

soviéticas tambémseagra­

varam.Oassuntofoi abordadonaanálisedoCP]efoitemado pre­

fácioescrito por Tom

Brokaw,

jornalista

daNBCemembrodoco­

mitê. "O

colapso

daUniãoSoviéticae aascendência da democracia ede

instituições

democráticasnoantigoblococomunista,incluin­ doa

mãe-Rússia, inspiraram

uma nova

geração

de

jornalistas

em

lugares

ondealiberdadede

imprensa

eraconsideradaurncrimede Estado.

Agora,

15anos

depois,

obrilho da

época

douradavemsen­

doamenizadapornovas

realidades",

criticaBrokawnotextointitu­

ladoLembram de 1989?

A

repressão

da cobertura dacriseem

Beslan,

onde 339 pesso­

as,amaioria

crianças,

forammortaspor terroristasem um

giná­

sio

municipal

é,

parao

CP],

um

exemplo

da

situação

enfrentada

pelos

profissionais

de

imprensa

naRússia. Deacordocomo

CP],

o

episódio

mareou um ano emqueo

presidente

VladimirPutin

exerceumaiorcontrolesobrea

mídia,

"noestilo soviético".

Des-o

primeiro

jornal

impresso

do

mun-do,

o

francêsRelation,

completa

400

anos em

julho

de

2005.

NessemêsoMuseuGu­

tenberg,

em Mainz

(Alemanha), especi­

alizadonaarteda

impressão,

vai

organizar

uma

exibição

da

história

do

jornal

impres­

so e

dos

aspectos

fundamentais

de

seu

de­

senvolvimentonosúltimos

séculos,

dacomu­

nicação

jornalística

diária à história das

téc-nicasde

impressão,

à

distribuição

e ao

impacto

da

imprensa.

As

comemorações

vãode

julho

a

dezembrodeste ano eincluem a

realização

de

um

simpósio

internacional sobreo assunto.

Apesar

de

algumas

controvérsias

sobre

onde e

quando

surgiu

o

primeiro

jornal,

investigações

recentessugerem queo marcodonascimentodos

jornais

deveser

antecipado

de

1609 (data

das

pri­

meiras

edições

impressas

preservadas

até

hoje)

para

1605.

O Museu

Gutenberg

afirma

queo certi­

ficado

de

nascimento

do

Relation estavanos

arqui­

vosda

cidade de

Estrasburgo,

na

França.

Martin

Welke,

fundador doMuseu

Gutenberg

e au­

tor

da

descoberta, junto

como

professor

Jean

Pierre

Kintz,

historiador

de

Estrasburgo,

disse

que o editor

do

Relation

foi

Johann

Carolus,

que dedicousuavida

noséculo XVIIa

produzir

boletins de notícias

escrí-,

I

I

deo

colapso

daUniãoSoviética,em 1991, aLatvia,aLituâniae aEstôniaforam os

únicos

países

do

antigo

bloco queconse­

guiram

estabelecer forte

tradição

de liber­ dade de

imprensa.

Prisões-Pelosextoanoconsecutivoa

Chinalideraalistade

países

quemais pren­

dem

jornalistas,

com42

profissionais

en­

carceradosem2004por motivosrelacio­

nadosaotrabalho.Forampresosemtodo omundo 122

jornalistas

no ano

passado,

16a menosqueem2003.OsEstadosUni­

doschamarama

atenção

porencarcerar um

jornalista

depois

de trêsanos sem

pri­

sõesde

profissionais

de

imprensa

no

país.

Trata-se

de]im

Taricani,

repórter

daemis­

soraWJAR,que foicondenadoaseisme­ sesdeconfinamentoemsua casa.O crime

deTaticanifoinãorevelarumafonteque

lhe entregouumafitaquemostraumagente

doFBIsubornandoumoficial da

prefeitu­

rade

Providence,

noestadodeRhodeIs­

land.

Aocontrário dos122

jornalistas

condenadosem

2004,

os as­

sassinosde

jornalistas

raramentesão

punidos.

Essaéurnatendên­

cia

apontada

pelo

CP]

equetevecontinuidadeno ano

passado.

Com

exceção

denovecasos,amaioriadosassassinosficou

impune

no ano

passado.

A

pior situação

encontra-se nas

Filipinas,

onde 48 homicídiosde

jornalistas

estãosem

solução

desde

1986.

AméricaLatina- Osataquesà

imprensa pioraram

em2004 nasAméricas,

ptincipalmente

pormotivosrelacionados à repor­

tagemde

corrupção

política,

tráfico de

drogas

ecrime

organiza­

do.

Segundo

orelatótiodoCP],"osdireitosdemocráticosvem se

expandindo

na

região,

mas nemsempre issoresulta emmaior

liberdadede

imprensa".

AColômbia é

exemplo

dessacontradi­

ção.

Nenhumdosoito

jornalistas

assassinadonasAméticasfoi

mortono

país.

Aomesmotempoemque issofaz de 2004o

pri­

meiroanolivre demortes de

profissionais

de

imprensa

naCo­

lômbia,

étambémresultadodeuma

repressão

à rrúdiaque per­

duramuitotempo.

Segundo

os

jornalistas

locais,

issorefleteuma

culturadeauto-censuraaqueos

profissionais

secolocam para

evitar

represálias, príncípalmente

nointeri­

ordo

país.

NorestantedaAmérica Latinaos

repór­

teresque cobrem

questões

tidascomodeli­

cadasforam

perseguidos.

No

Brasil,

noMé­

xico, na

República

Dominicana, noPerue na

Nicarágua, profissionais

foramassassi­

nadosdevidoareportagens.ParaoCP],a

violência

insurgente

na

região

tem

relação

diretacom afaltadecontrolegovernamen­ tal sobrevastasáreasde

países

latino-ame­

ticanos.

Brasil-O comitêde

proteção

aosjorna­

listasrelacionouo

projeto

de leipara cria­

ção

doConselho Federal de

[ornalismo

e a

intenção

de

expulsar

Larry Rohter,

correspon­

dente doTheNew York

Times,

comofatos

que

realçaram

atensãoentrearrúdia brasi­ leirae o governo Lula. O

CP]

classificoua

propostade

críação

doConselho de]0l11a­

lismo como "controversa", e relaciona o

apoio

quea

Federação

Nacional de

jornalis­

tas

(Fenaj)

deuao

projeto

aofato de membros da

Federação

serem

filiadosaoPartido dosTrabalhadores

(PT). "Enquanto

oficiais do

Governoemembros daFenajreclamavamanecessidade deregras

mais

rígidas

para

garantir

a

precisão

das

informações,

muitosdos

principais

jornais

e

jornalístas

denunciavama

lei,

alegando

queal­

gunsdeseus

apioadores

eram

jornalistas

filiadosaoPartidodos

Trabalhadores",

relataoCP]em urntrecho do relatótio.

Parao

comitê,

oBrasil continuasendoum

lugar

perígoso

para

[ornalístas,

que

freqüentemente

viram alvos pordenunciarcrimi­

nosos,

políticos

corruptosetraficantes de

drogas.

Foipor denun­ ciarum supostocriminoso queolocutorde rádio

José

Carlos

Araújo

foi assassinadonacidade de

Timbaúba,

nordestede Per­

nambuco

(PE).

Em24 de

abril,

dois homens armadosfizeram

umaemboscadaeatiraramem

Araújo

emfrentea sua casa.

Qua­

trodias

depois

a

polícia

capturouumdos

suspeitos, EIton]onas

Gonçalves

de

Oliveira,

que

alegou

termatadoo

jornalista

porque

Araújo,

em seuprogramanarádio

local,

oteriaacusado deser umctintinoso.

Attacks

on

the

Press

in

2004

Emília

Chagas

tos à mão evendidos a ricos assinantes. Carolus

reproduzia

asin­

formações

que

chegavam

aeleporuma

rede

de

correspondentes

contratados.

"Em

1604,

ele comprou uma

loja

de

impressão

completa

da viúva

de

um famoso

impressor.

No verãode

1605,

ele substituiu

seus

antigos

boletins por

impressos

porque

'copiar

à mão

lhe

tomava muito

tempo'.

Carolus também calculou que

podia

ga­ nharmais dinheiro

imprimindo

uma

tiragem

maiorpor preços

mais

baixos",

contaWelke.

Aprova do

surgimento

do Relation

éuma

petição

que Ca­

rolusescreveuparao Conselho da Cidade de

Estrasburgo

em

outubro de

1605, pedindo

proteção

contra

cópias

do

bole­

tim. Nesse

documento,

ele

descreveuatécnica que usavano

jornal:

colocava-o em

tipos

e

imprimia

os

exemplares

para

as 12 semanas

seguintes.

"Nosso Comitê Executivo exami­

nou todos osfatos e está

convencido

de que a história é

verdadeira",

afirma

Timothy

Balding, diretor-geral

da

As-sociação

Mundial

de

Jornais

(WAN

na

sigla

inglesa).

-A

AMJ

participará

do

simpósio

queomuseuestá orga­ nizando. O aniversário

do

Relation será comemorado no

Congresso

Mundial

de

Jornais,

que reúne mais de mil

editores,

chefes

de

redação

e outrosexecutivosve­

teranosde

jornais

de todo

omundo. Saiba mais

http://www.wan-press.org/seou12ü05

Sarah

Castro

Jornalismo

imprasso

faz 400

anos am

2005

(4)

SANTINHO

Costão

Golf

ameaça

meio

ambiente

Empreendimento

pode

contaminar de modo

irreversível

o

Aqüífero

de

Ingleses

Conivência

daCâmarafoí

na

madrugada

de

domingo

Emdois anos e

meio,

asmais de 130 mil pessoas que vivemnonorteda Ilha de Santa Catarina

podem

começara

desenvolver câncer

gástrico.

Esteé oprazo estimado

pelo

estudo da

geógrafa

ElianeWestarbeda

engenheira química

CristinaNunespara quea

água

do

Aqüífero

de

Ingleses,

que abastecea

região, seja

contaminada com onitrato das 30

toneladas/ano defertilizantesqueo

empreendimento

Resí­ dencial CostãoGolf

despejará

nosolo paratratarograma­

do docampode

golfe.

Embebêsde atéum anodeidadeo

nitrato causacianose

infantil, doença

que

elimina.

o

oxigê­

niodo sangueemataporasfixia.

O

lançamento

oficialdo Costão

Golf,

nodia

edezem-bro de

2004,

foi

programado

comumagraq sta ao ax

livre,

mas

precisou

sertransferido para dentrodo C

do

SantinhoResort porcausados

protestos.

Membros . 'ão

Florianopolitana

deEntidades Comunitárias- Ufeco

(qt1,�

re­

presenta

cercade100

associações

econselhos comuriitários

da

Capital),

do Fórum da

Cidii:!e

edo

Núcleo

de EstudoselJl

Serviço

Sociale

Organização

Social

(Nessop),

da Universida­

deFederal de Santa

Catarina,

distribuíram um manifesto e

umabaixo-assinadocontraoe

reendímento.

OEstudode

Impacto

•..

(EIAlRlMA)

elabora-do

pela

Caruso

Jr.

Estudos

Ambien�

Ltda.,

empresacontra­

tada

pelo

empreendedor F.ed)ando

Marcondes de.Mattos,

não

apresenta

dadospara

simulação

ou

soluções

caso ()

aqu,ífe1'O

seja

contaminado. Mesmo

assim,

o

projeto

do

em{)resário

recebeu a

licença

da

Fundação

doMeioAmbiente

(Fatma).

DeacordocomRicardoDaniel

Aguero, .9ue

desenhouoCos­ tão

Golf,

é

possível

evitara

contaminaçao

dosoloeda

água

com a

aplicação

de tóxicos de

"liberação

lenta".

Mas,

paraa

geógrafa

Eliane

.,mesmoque

haja

controlenos

processos;

o

aqüífer

proteção.

"O campode

golfe

é

umaatívídade alta ente,eo

Aqüífero

de

Ingleses

cê diferentedo

Aqüífe

rani,

quetemumacamada de

ro-chae

argila

para -Io da

contaminação.

Da

superfície

até 80metrosde

dade,

o

Aqüífero

de

Ingleses

é ape-nasareia

altamentepermeável",

alerta.

Fernando

Marcondes

deMattosrebateu dizendoque

oAqü­

íferode

Inglesestem

riscosde

contaminação

muitomaiores

hoje,

sem ocampode

golfe.

"Osverdadeirosriscosdo

aqüí­

fero sãoa

contaminação

pelos

esgotos

particulares

sem con­

trole,

pela salínízação'',

diz. No casodoexcesso de

nitrato,

Marcondes afinnaqueo

controle

"será feito imediatamente

atravésda

irrigação

eda dose de

aplicação

dos adubos

nitro-OPoder

Legislativo

de

Florianópolis

provou que

pode

serbas­

tante

eficiente, quando

quer. A Lei

Complementar

133.que viabi­ lizaa

construção

do ResidencialCostão

Golf,

por

exemplo,

foi votada àmeia-noite emeia do dia 14 de dezembro de2003,

domingo, após

tramitar pordoismesese comapenasuma

audi-ência

pública

convocada.

ALC-133 foi sancionada

pela

ex-prefeita Angela

Aminnove

dias

depois

e alterouozoneamentoda áreaemqueficaoem­

preendimento

de Fernando Marcondes deMattos.Alei

também

autorizaa

construção

deumteleférico"de caráter

público

eaces­

sotarifado"

ligando

oCostãoGolfaoCostãodo Santinho Resort sobreasdunas dos

Ingleses,

área de

preservação

permanente.

Alémdos dois

empreendimentos,

ficaacargo de Marcondesa

formação

do

Parque

Municipal

dasDunasdos

Ingleses

eSanti­

nhoe um Centrode

Educação

Ambiental,

emconvênio com a

prefeitura

e umauniversidade local.Alei

prevê

aindaaretirada

de moradores do

local,

conhecidocomo"Favela do Siri".

Nodiaemque foi

aprovada

aLei

Complementar,

naúltima

sessãodoano,Fernando Marcondes deMattosestava

tranqüilo.

"Ele

parecia

umrepresentanteda

Câmara,

tinhaacesso atodos

os

gabinetes",

disse oex-vereador Lázaro

Breg��Daniêl(§em

partido).

'

Paraoex-vereador NildãoFreiredosSantos

(PCdoB),

â.apro­

vação

do

projeto

eraponto

pacífico.

"O Institutode

Pbmejatrien­

toUrbano de

Florianópolis (IPUF)

assessorouMarcondesa

'pas­

sar'o

projeto.

Naquele

período,

algumas

sessõesna

Cântarafo­

ramcancelas por

falta.de

..

quõrum,

Depois

soubemosqueera

porque

vereadores.

e. �

.•.•...•..•

'

cosdo

IPUF.

estavam

reunidos.

no

Cos-tãodo

Santillho'\

lembra'.

. .

O

projeto

paraa

implantação

doCostão

Qolf

fOf

encamillba·

do à Câmara de Vereadores

pela

ex-prefeitaAfi

e.. 3

deoutubrode 2003.AAudiência Públicap

foimarcada "de

sopetão",

segundo

Nildão,

de�

zembro,

Dia

daJti$ü,ça

eferiado

noMinistéri

um;

circomontado paranãohaver

questionamento",

�iP

eXtverea+ dor.

Hartmann:

pedeparalisação

das obrasenão vaiconceder acordo

Campos

de

golfe

já poluíram água

e

solo

em

Portugal

Experiênciasrealizadasemoutros paísescomprovamopotencialde contaminaçãodoscampos de golfe.Naregiãodo Concelho de

Albufeira(Algarve), uminventário sobreaágua, divulgado pelo

governoportuguêsem2004,

mostraapreocupaçãode ambientalistassobreadegradação

daágua. OEstudodeImpacto

Ambientaldeumcampodegolfe

noParque DesportivodeAveiro (Algarve),revelaqueoempreendi­

mento temimplicações negativas

nosoloe naágua. Um estudoda

UniversidadedoAlgarverevela queosprodutosutilizadosna

construçãoemanutençãodos campos degolfe (fertilizantese

pesticidas) podemcontaminara

água,mesmoqueessasativida­ des tenhamumcontrolerígidona

aplicaçãodosagroquímicos.A avaliaçãocombaseemvalores de

concentraçãodenitratosregistra­

dosnospoçosdoAlgarveconcluiu que, dos 64 poçosanalisados,em

10foramregistradasconcentra­

çõessuperioresaovalor máximo

admissível.

.

genados, aplicando

umfer­

tilízante demenor solubili­

dade". Mesmo

assim,

a hi­

pótese

é subestimada. A

equipe

técnica do Costão

Golf afirmaque não háris­

co

algum

de

contaminação

do

Aqüífero

de

Ingleses.

"Somenteum

acidente,

atos

desabotagem

outerroristas

poderiam

geraresta conta­

inínação'', alega

Marcondes. Oparecerdo

geólo­

go LuizFernando Scheibe sobreavulnerabilidade do

Aqüífero

de

Ingleses

, no

entanto, confirmaa

opinião

de ElianeWestarbemostra

queoCostão Golf

ocupará

umaáreade vulnerabilidade elas­

slfícadacomo"muitoalta".Oestudode Scheibe sugereain­

da que, mesmoqueo

empreendedor

prometa todososcui­

dados

paraaárea

específica

do campode

golfe,

nãohácomo

garantir

queos

proprietários

decadaumdos 18110tesco­

locadosà venda terãoa mesma

preocupação.

OresídencíalCostão Golféum

empreendimento

caro e

trabalhoso.O investimentototalédecercade

R$

2S milhões

em umaárea deS70milmetros

quadrados

queficaacimado

Aqüífero

de

Ingleses.

Para quem

puder

pagar, serão ofereci­ dos todosossofisticados

serviços

e

equipamentos

existentes

nosmelhorescamposde

golfe

do mundo.

Caminho semvolta- Cristina

Nunes,

que apresentou,

junto

comEliane

Westarb,

um

artigo

sobreavulnerabilida­

de do

Aqüífero

de

Ingleses

no ]O

Simpósio

deRecursos

Hfdrícosdo

Sul,

emSanta

Maria/RS,

entreosdias23 e 26

demarço, afirmaque, se os resíduos

químicos

do

Costão

Golf

atingirem

o

aqüífero,

a

Com�anhia

Catarinense de

Aguas

e Saneamento

(Casan)

não teracomo recuperar o

lençol

freático.

quase

impossível

descontaminar

águas

subter­

râneas,

eseria

preciso

retirartodaa

água

para

tratá-la",

avalia

Nunes,

que édoutoranda do Laboratóriode Remedi­

ação

de

Águas

Subterrâneas daUFSC.

Nodia do

lançamento

do Costão

Golf,

FernandoMar­

condes

deMattos

publicou

umanota

publicitária

no

jor­

nalA

Notícia,

afirmandoqueo

empreendimento

"nãoirá

Isenção

fiscal- Poucoantesdas

eleições

municipais

em

2004,

aPrefeitura

Municipal

encaminhou à Câmara de Vereadores um

projeto

de

Lei

Complementar.

"provídencí­

al" paraoCostãoGolf.A

LC-IS0/2004,

san­

cionadaem5 de

outubro,

define que, "inde­

pendentemente

de

sualocalização

nomuni­

cípio,

asáreas

esportivas�

arlivre

poderão

beneficiar-se da

isenção

de até 100% do

IPTU,

mediante

avaliação

dousoefetivope­

los

órgãos

competentesda Prefeitura".

Alei federal de

responsabilidade

fiscal

(N°

1O

112000)

permite

processos de

isenção

ouabatimentofiscal

quando

hou­

verfonte

compensatória

parao benefício.

NocasodaLC-ISO,essafonte éoatendi­

mentode

crianças

eadôlescentesde baixa rendaemprogramas de

esporte.

ParaNil­

dão,

aLC-150,

mascaradamente;

foi feita paraoCostão Golf.

:'Há

um

jogo

de faz-de­

contaemtudoisso.SobrevoeaIlha deSan­

taCatarinaeprocure

quavtas

áreascomo

asdescritasnalei

existent,

além doCostão

Golf',

denuncia.

Ostrâmites da

viabilidade

doCostão Golf

noâmbitoestadual

tanlbém'correram

sem

obstáculos, A Audiência Pública

dis-cutiroEstudode

Impacto

Ambie

(EW

RIMA)

foi realizadanodia

l6

d OStode

2004com oauditóriolotadoe

anifes-tantesdolado defora,E

vembro,

aFatma aprovou oE do

pela

esa

contra�a

po es...

a

M,árci(fPo

da

Cida-'.de;

apesar

de'legal,

a moas li-c1mças sãoconcedidas tea

segu-e utilizar

produto agrotóxi­

co nos

gramados

ou

jar­

::: dins".

Entretanto,

o EW

13 RIMA

apresentado pela

empresa contratada por

;E Marcondes e a

licença

ambiental concedida

pela

Fatmacitamo uso defer­

tilizantes e

pesticidas

no

tratamento do campo de

golfe.

Marcondes defen­ deu-se reafirmando que

os

produtos

utilizadosno

CostãoGolfnão são agro­

tóxicos.

"Ninguém

usaria

agrotóxicos.

São

agroquí­

micos",

dizele.

AUfecoentroucom um

processono Proconpor

propaganda

enganosae encami­

nhouadenúnciaaoMinistérioPúblicoFederal.

Segundo

a

Procuradora da

República

Analúcia

Hartmann,

o MPF in­

gressou no dia 31 de março com uma

ação

civil

pública

pedindo

aimediata

interdição

da obra."Não haverá acordo

com oCostão Golf. Estamosconvencidos dosriscosqueo

empreendimento

ofereceao

aqüífero",

diza

procuradora.

DE

ÚLTIMA

HORA

MPF

pede

paralisação

No dia

6

de abril '

rioPúblicoFederal

(

proto.colou

uma. lica

pedindo

a

paraJi

nciàl CostãO

multa ann, pro

daRe a

suspensão

da

licença

ental Fatmaedos

concedidos

pela

prefeitura.

O MPFentroucoma

ação

na

Justiça

Federal

após

reee­ berumabaixo-assinadocom

2,5

nillnomes.Aprocura­

dora também

questiona

as

propostas

levadas

àCâmara deVereadoresem

relação

a

mudanças

nozoneamento

para

adaptar

a

região,

ao

projeto

do

empreendimento.

rançado meio-ambiente."Asempresas que fazemaanálise de

impacto

ambientaltam­

bém dão consultoriaaos

empreendedores,

e

geralmente

só recebema

segunda

meta­

de dodinheiro

quando

e se o

projeto

for

aprovado",

elucida.

Papel

daUFSC- Por

recomendação

do Ministério

Público,

oCostão Golf firmou

uma

parceria

atravésda

Fundação

deEn­ sino e

Engenharia

deSanta Catarina

(Fe­

esc)

comtrês laboratórios da Universida­ de Federal deSanta Catarina. OLaborató­

riode Solos do

Departamento

de

Engenha­

ria

Rural,

segundo

o

professor responsá­

vel

pela equipe,

Darci

Trebien,

cuidará das análises

químicas

da fertilidade do solo.O

Laboratório de

Fitopatologia,

doCentrode Ciências

Agrárias,

faráa

gestão

de pragas comanálise

prévia

das mudase

monitora-mentodo

gramado.

,

OLaboratório de Análise

daAgua,

doDe­

partamento de

Engenharia

Sanitária,

fará análises

periódicas

do

Aqüífero

de

Ingleses.

Deacordocomo

professor

SebastiãoSoa­ res, chefe do

departamento,

a

equipe

da

UFSCnãofazpartedo

projeto,

fará apenas

o

rn(}!]Ítoramento

emcaráterde

at.iyidade

extra-classe.

Segundo

o

professor

Wl1lia:tn Matias,

responsável

técnico

pelos

estudos,

seráfeitaumaanáliserefinadae

séria,

mas sem

compromisso

comosresultados."Nos­

so

papel

é

infOl'ffill1'

as

condições

da

água.

O

fei.tQ

sehouvercon ça

a

õS¢lnpreertdedoreS",

'

Textos:

Francis

França

(5)

SANTINHO

Crime

ambiental

é

prática

comum

Governos

têm

histórico

de

vista

grossa

para

empreendimentos

de Marcondes

Os

empreendimentos

de FernandoMarcondesdeMat­

tos

possuemumhistórico de

irregularidades

ambien­

tais. As

licenças

da

Fundação

doMeioAmbiente

(Fatma)

para construir o Costão do Santinho

Resort,

na década

de 90,foram

expedidas

mesmosema

apresentação

dos Estudos de

Impacto

Ambiental.

Deacordocomaseportagern

publicada

pelo jornalJá

Porto

Alegre,

em

1996,

o

projeto

CostãodoSantinhore­

cebeutratamento

especial pela

Fatma.As

licenças

ambi­

entais para a

execução

do

projeto

foram

expedidas

no

tempo recorde depouco maisdeum mês

após

o

pedido

e, na

agência regional

da

Fundação,

que cuida e admí­

nistra os recursosnaturais na

capital,

não há

registros

do

projeto.

"Elefoipararna

direção

geral

do

órgão,

isso

não é o trâmite

normal",

teria informado umafonte da

Fatma.

Na

época,

FernandoMarcondesde Mattosdisse

aOJá

Porto

Alegre

que "não havia nenhuma necessidade de

FernandoMarcondes deMattoscomeçouacarreira

como

professor

deEconomianaUFSC.

Depois

depassar

pelos

cargos de secretário de

Planejamento

de

Florianópolis

esecretárioEstadual da

Fazenda,

construiuoCostãodo SantinhoResorteagoraseprepara paraa

realização

deseu

novo

empreendimento,

oResidencial CostãoGolf. Filiadoao

PFL,

Marcondes

foi

presidente

deentidadescomo a

Câmarade Thrismo da

Federação

dasIndústrias deSanta Catarinaedo FórumPermanentedeThrismo de

Florianópo­

lis,

eatualmente é

presidente

da

Inplac,

umadasmaiores

empresasde

embalagens plásticas

flexíveis do Brasil.Na

entrevista,dada pore-mailepor intermédio deseu

assessor,Silvio

Elias,

Mattosfala sobrea

construção

do

Residencial CostãoGolfesobreas

acusações

decontarnína­

ção

do

Aqüífero

de

Ingleses.

Avesso às críticasepareceres

técnicos,

ele defende que"oscampos de

golfe

sãoos

melhores

amigos

do meio-ambiente".

Z

Como você

responde

às críticas feitas por entidades comunitáriase

políticas

ao seu

empreendimento?

FMM- Ascríticas sãonaturaisnum pro­

cesso, de

implantação

de

projetos

inovado­

res. E bom saberque existebastante gente

preocupada

com ofuturodonosso

planeta,

comomeioam­

biente, enfim,

com omundo que deixaremos paranossosfi­ lhos e netos. Nóstambémnospreocupamoscom

isso,

pois

não medimos

esforços

para

garantir

que o Costão Golf não provoque nenhum

impacto ambiental,

socialoueconômico

de forma

negativa.

z-Você acredita queuma

ação

do MinistérioPúbli­

coFederal possa

prejudicar

o

empreendimento?

FMM-Eudiria queseriaatéumcontra-senso,uma vez o

próprio

MinistérioPúblico

acompanhou

todososestudos que

deram

origem

àLAPe aLA!que

regulamentam

a

autorização

de

implantação

do CostãoGolf.

Z-Estudos

geológicos

afirmam que é

impossível

ga­

rantir a não

contaminação

do

Aqüífero

de

Ingleses.

ComooCostãoGolf

pretende

resolvereste

problema?

FMM- Nãohárisco

algum

de

contaminação

do

Aqüífero

de

Ingleses pelo

CostãoGolf. Somenteumacidenteouatosde

sabotagem

outerroristas

poderiam

geraresta

contaminação.

Riscos,estes, queexistem

independentemente

do Costão Golf.

De

qualquer forma, quaisquer problemas

serãoprontamente solucionadoscom osmonitoramentos

periódicos

eocontro­

lepermanente das

quantidades

dos

produtos

utilizados e o

remanescenteemestoque.Além

disso,

osestudos

geológicos

não

contemplam

nossas ferramentasmais

importantes

para evitar

qualquer

riscode

contaminação

dos

aquíferos

que são:

1-O

gramado

formadoseráformadoporgrama 100%nativa

-que favorece a

infiltração

das chuvase

impede

a erosão

-comsuasraízes de até 1metrode

profundidade

ecomuma

tramadensanos

primeiros 40cm,

formamomais

importante

filtro natural conformado

pela

biosfera

integrada

pelos

mi-Relatóriode

Impacto

Ambiental".Em

relação

aoproces­ somovido

pelo

Ministério Público para

embargar

a

obra,

Marcondesfalou queseconsidera "a maior autoridade

emturismode

Florianópolis"

e que "não é adonaAna­

lúcia

[Analúcia

Hartmann,

procuradora

da

República

em

Santa

Catarina]

quevaime dizeroque eu devo fazer".

Emumavistoriafeitaem

janeiro

de

1996,

uma

equipe

técnicado Ibama concluiu queo

empreendimento

nãoreu­

nia

condições

legais

para prosperar.Deacordocom o re­

latório,

"os

procedimentos

do

empreendedor

nolocal des­

respeitaram

a

legislação

ambientalem

vigor,

especialmente

aLei n°

4471/65".

OIbama/SC foi ordenadoaautuar os

empreendedores

e a

embargar

a

obra,

encaminhandoo

processoao MinistérioPúblico Federal.

O

Porto

Alegre

registrou

queeradifícilidentificar

todasas

mudanças

ocorridasno

projeto

desdea

expedi­

ção

da

primeira

licença

ambientalem

1989,

quetanto

a Fatma, quanto a Secretaria de Urbanismo e

Serviços

croorganismos

e

raízes,

o que resulta numaltíssimo

poder

de

absorção

ead­

sorção,

ondeasmoléculas

complexas

são

mineralizadas e

decompostas.

2-Nosso

profissionalismo

na

manutenção

desse

filtronatural

aplicando

ummanejo

inte­

grado

das pragas

(MIP)

que

contempla,

antesdouso dos

agroquímicos,

contro­

les mecânicose

biológicos,

estudos es­

pecíficos

das pragas e sua

distribuição

no campo, usode

produtos

específicos

nas

épocas

específicas

e emdoses con­

troladas,

usodeadubosde

liberação

con­

trolada,

emqueasraízes vão absorven­

do-o de acordocom suas

necessidades,

aplicações preventivas

de herbicidas e

fungicidas

comdoses mínimase

especí­

ficas e

adubações

nosgreenscom co­

lheresdiariamente paraevitarexcessos nas

fertilizações.

3- Monitoramentope­ riódico.Por

fim,

gostaríamos

decomen­

tarqueos estudos

geológicos

não con­

templam

o

gramado,

nem

quais

adubos

e

agroquímicos

serão

utilizados,

dascon­

centrações

eresidualidade dos

produtos,

da

importância

das raízes edosmicro­

organismos

em todoesteprocesso que

sealimentamdos

nitratos,

capturando­

os e não

permitindo

queestesseapro­

fundemnosolo.

Z-Emcasode

contaminação,

que

procedimentos

serão executados para remediaro

problema?

FMM- A

contamínação

do

aqüífero

não é

possível

em

condições

de traba­

lho.Como

dissemos,

somenteumaciden­

te ouatos de

sabotagem

outerroristas

poderiam

geraresta

contaminação

eos

nossos

procedimentos

sãoos

seguintes:

Emcasode

acidente,

esteserá atendido

antesde

qualquer possibilidade

de che­ garateo

aqüífero

porque sed observa­

dona

água

das

lagoas,

as

quais

sãonos­ sos postos de

observação,

onde todo o

excessoda

água chega

antesatravés das

drenagem

dos greens

(áreas

mais den­

samentetratadascom

agroquímicos

efer­

tilizanteseque

representam 1,5%

dato­

talidade do

terreno).

No caso de um

eventualexcessode

nitrato,

ocontrole é

feito imediatamente através da

irrigação

c da dose de

aplicação

dos adubos ni­

trogenados,

modificando-se paraoutro

demenorsolubilidade.Seacontamina­

ção

for por

sabotagem,

asmedidas

ime-Públicos da Prefeitura

(SUSP)

não têm

acompanhado

a

construção

efuncionamento do

complexo

turístico. "Não

disponibilidade

derecursoshumanosefísicosetam­

bém nãoéinteressante

politicamente

fazeresteacompa­

nhamento",

admitiu Albertino

Ronchi,

chefe do

Departa­

mento de Urbanismoe

Arquitetura

da SUSPna

época.

Quanto

aolaudo dos fiscais do lbama constatando que

a Santinho

Empreendimentos

Thrísticos S.A. estavades­ truindoa

vegetação

deencostademorro,Marcondes dis­

se ao

Porto

Alegre

que estava

"impedindo

a devasta­

ção,

porqueantesdeeucomprarisso,esse morroservia

pro

pessoal

cortar

lenha,

pra acampar, prafazer

bagun­

ça, destruíam omorro". Na entrevistade 25 de abril de

1996,

Marcondesdisse ainda que"omorrovaificar90%

igual,

nóssóvamos colocarum batonzinho pra embele­

zar a

paisagem"

.

Saibamais:

www.ufsc.brllatinidadlja_online/santo.html

diatascorretivas

dependerão

dascarac­

terísticasda

sabotagem.

Citamos como,

o usodo carvão ativado paraabsorvere

adsorver todo excedente do

produto

agentedesta

ação.

Z- Por que a matéria veiculada

pelo

Costão Golfno dia 18 de de­ zembro de

2004,

no

jornal

ANotí­

cia,

afirmouque não seriam utili­

zados

agrotóxicos

nos

gramados

ou

jardins

se oestudode

impacto

am­

bientalrealizado

pela

Caruso

Jr.

Es­

tudos Ambientais Ltda.

prevê

a

apli­

cação

de fertilizantes e

pesticidas?

FMM-

Aqui

existem

algumas

informa­

ções

equivocadas:

não são

agrotóxicos,

ninguém

usaria

agrotóxicos.

São agro­

químicos.

Na matéria

citada,

aafirma­

ção

que não seriamutilizados

"agrotó­

xicos",

tema ver com que não seriam

utilizados

agroquímicos

quecontaminem

o

aqüífero

ouomeioambiente.

Z-Como

garantir

asegurança do

Aqüífero

de

Ingleses

senão foram

feitas análises de riscoou simula­

ções?

FMM- O

Aqüífero

de

Ingleses

temris­

co de

contaminação

muito maior

hoje,

semocampo de

golfe,

do quecomoma­

nejo

profissional

de

produtos aplicados

com

acompanhamento

emonitoramento

ambiental,

comoseránoCostãoGolf. Os

verdadeirosriscosdo

aqüífero

sãoa con­

taminação

pelos

esgotos

particulares

sem

controle,

pela

salinização,

pelo

descon­ trole das

urbanizações

e

pelas

ocupações

irregulares.

Osmoradoresdo Costão Golf vãoutilizaramesma

água

quevaiseruti­

lizada

pelo

resto da

população

da área. Como

poderia

serdenossointeressecon­

taminaras

águas

que nósmesmosiremos

beberorestodenossos dias?A

garantia

da segurança ambientalnocampo de

golfe

enocondomínio é dada

pelo gramado

e

suasraízes que

produzem

omelhor

filtro

natural

junto

à

biosfera,

o

manejo

profis­

sional desse

gramado

para que

fique

cada

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