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PREVALÊNCIA DE HIPOVITAMINOSE D EM FALCÊMICOS NA REGIÃO DE FEIRA DE SANTANA-BA

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Academic year: 2021

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CARACTERIZAÇÃO DA DOR PERINEAL EM MULHERES COM LACERAÇÕES EXPONTÂNEAS: UM ESTUDO COM O QUESTIONÁRIO MCGUILL

João Victor Moraes de Melo1; Luciano Marques dos Santos2.

1. Voluntário do Programa de Estágio Voluntário de Iniciação Científica. Estudo vinculado ao Projeto “Condições perineais de mulheres no pós-parto vaginal em uma instituição pública do interior da Bahia”, Departamento de Saúde, Universidade Estadual

de Feira de Santana, e-mail: joaomoraesmelo@hotmail.com

2. Orientador e coordenador do projeto “ Condições perineais de mulheres no pós-parto vaginal em uma instituição pública do interior da Bahia”, Departamento de Saúde, Universidade Estadual de Feira de Santana, e-mail:lucmarxenfo@yahoo.com.br

PALAVRAS-CHAVE: saúde da mulher; período pós-parto; avaliação da dor.

INTRODUÇÃO

A maioria das mulheres sofre algum tipo de trauma perineal no parto normal, em razão de lacerações perineais espontâneas ou de episiotomia (Sacarabotto, 2005). As lacerações espontâneas, em sua maioria, demandam a realização de sutura perineal, visando à proteção da região contra comorbidades, a exemplo de hemorragias e infecções puerperais. Entretanto, a presença de trauma perineal contribui com a ocorrência de dor nessa região. Ainda não foi totalmente esclarecido se o número de lesões está associado a maior nível de dor ou alteração das características da mesma.

Nesse sentido o Questionário de McGill validado para a população brasileira – BR-MPQ (McGill Pain Questionnaire) vem como o instrumento adequado para identificar as diversas características da dor uma vez que permite a caracterização em diversas dimensões (sensorial-discriminativa, motivacional-afetiva, cognitiva-avaliativa e mista), auxiliando o paciente no relato de características específicas da dor (Ferreira, 2009). A compreensão das diversas características da dor permite que na assistência à saúde o profissional tenha maior acurácia na escolha das medidas analgésicas, possa avaliar a eficácia terapêutica e permite melhor delimitação dos fatores associados à dor.

No período da execução do plano de trabalho foi realizado levantamento das publicações nacionais e internacionais, no período de 2010 a 2016, nas plataformas BVS, PUBMED e Science Direct, utilizando os descritores enfermagem obstétrica, período pós-parto, medição de dor, períneo e laceração. Entretanto não foram encontrados artigos correlacionando o número de lacerações suturadas e os descritores do questionário McGuill.

Isso posto, questiona-se: há associação entre o número de lacerações perineais e os descritores do Questionário McGill citados por mulheres com dor perineal decorrente da perineorrafia secundária à lacerações durante o parto vaginal?

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo retrospectivo, observacional, conduzido no município de Feira de Santana-Bahia, no Hospital Inácia Pinto dos Santos (HIPS), mais especificamente na enfermaria de Alojamento Conjunto para mulheres no pós-parto vaginal. A coleta dos dados se deu de setembro de 2013 até dezembro de 2014.

Foram incluídas todas as mulheres em período puerperal que tiveram laceração perineal suturada e referiram dor perineal nesse período. Para coleta dos dados foi utilizado o Questionário McGuill-BR e feito análise do prontuário para tabulação dos dados referentes às condições do parto.

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O presente estudo dispensa a utilização de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), já que o contato do pesquisador foi apenas com o banco de dados do projeto de pesquisa “Condições perineais de mulheres no pós-parto vaginal em uma instituição pública do interior da Bahia” e a utilização do banco de dados se deu com o cuidado necessário e respeito aos aspectos éticos.

Os dados foram tabulados no software SPSS 22.0 e foram utilizadas as ferramentas estatísticas de frequência, teste qui-quadrado e teste Exato de Fisher para análise desses dados.

Esta pesquisa respeitou os aspectos éticos da Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 2012), sendo submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual de Feira de Santana e foi aprovado sob o parecer de nº 842. 198.

RESULTADOS

A população do estudo foi de 228 mulheres com média de idade de 25,7 anos (±6,7). Quanto à escolaridade, 40,4% (92) completaram o ensino médio enquanto 23,7 (54) tinham o ensino fundamental incompleto. Quanto à raça/cor, 53,9 (123) se declararam pardas, 38,2 (87) se declararam pretas.

Nas variáveis gestacionais ao analisar o grau de paridade, foi possível observar que 47,8% (109) foram primíparas e com relação ao número de consultas pré-natal, 65,8% (150) relataram terem feito seis ou mais consultas com média de seis consultas (±2).

Em relação ao parto, 64,5% (147) das mulheres permaneceram no centro obstétrico por até 5 horas da admissão na maternidade, com média de 5,63 horas (±7,8) e a média de peso do recém-nascido foi de 3171,4 gramas (±514,91), sendo a média da idade gestacional 38,8 (±1,69) semanas.

Quanto à lesão perineal, o tipo de laceração predominante foi única, 92,1% (210); de 2° grau 64% (146), na região posterior do períneo 70,2% (160).

Quanto à caracterização quantitativa da dor, 77 mulheres (33,8%) apresentaram dor leve, 108 (47,4%) apresentaram dor moderada e 43(18,9%) apresentaram dor considerada insuportável. A média de dor, em uma escala de 0 a 10, foi de 4,64 (±2,34) pontos.

Na caracterização qualitativa da dor perineal através do questionário McGill-Br, dos 68 descritores, 64 foram escolhidos pelas mulheres sendo que dentre as quatro dimensões, a sensorial- discriminativa (96,5%) apresentou o maior número de descritores elegidos.

Tabela 1- Caracterização da dor perineal conforme dimensões do questionário MCGILL-Br mulheres no pós-parto vaginal com laceração em uma instituição pública, conforme questionário de McGill-Br, Feira de Santana (BA), Set/2013- dez/2014.

Dimensões N %

Sensorial discriminativa 220 96,5%

Afetiva emocional 115 50,4%

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Mista 58 25,4%

FONTE: Banco de dados do Projeto de Pesquisa “Condições perineais de mulheres no pós-parto vaginal em uma Instituição pública do interior da Bahia”, 2014.

Na dimensão sensorial- discriminativa, a categoria mais marcada foi a temporal (61,4%), seguida das categorias: geral (57,9%) e tração (37,7%) e os descritores mais frequentes foram: que vai e vem (32,9%) na subcategoria temporal; sensível (22,8%) da subcategoria geral; que repuxa (36,8% n=84) na subcategoria tração; que pica como agulha (25,9%) da subcategoria pressão-ponto; Ardida (24,1%) da subcategoria vivacidade.

Na dimensão motivacional-afetiva, as categorias mais escolhidas foram: desprazer (48,7%) e cansaço (16,2%) e os descritores mais marcados foram: chata (37,7%) da categoria desprazer; que cansa (9,6%) da categoria cansaço; castigante (4,8% n=11) da categoria punição; horrível (3,9%) da categoria medo, e de soar frio (3,5%) da categoria autonômica (Tabela 9).

Com relação à dimensão avaliativa-subjetiva, as mulheres do estudo escolheram, em sua maioria, os descritores da dor incômoda (33,3%); e leve (28,9%) para caracterizar a dor perineal no pós-parto.

Na dimensão mista, a categoria mais frequente foi a sensorial (16,7) e o principal descritor foi que cresce e diminui (12,3%).

Os descritores do questionário que atingiram uma frequência maior que 30% foram utilizados no cruzamento de modo a identificar a correlação entre o maior número de lesões suturadas e a maior utilização desses descritores. Os descritores utilizados foram: chata (37,7), que vai e vem (32,8%), que repuxa (36,8%) e incômoda (33,3%). Entretanto, ao utilizar o teste qui-quadrado, não foi encontrado relação estatisticamente significante (p<0,05) entre o número de lacerações suturadas e a utilização desses descritores.

Tabela 2 – Análise da correlação entre o número de lesões suturadas e descritores do Questionário McGuill em pacientes no pós-parto vaginal com laceração em uma instituição pública, conforme questionário de McGill-Br, Feira de Santana (BA), Set/2013- dez/2014.

Descritor

Chata Que vai e vem Número de

Lesões N (%) N (%) RP IC (95%) P-valor

≥2 8(9,3) 6 (8) 10,8 0,67-1,74 0,990

1 78(90,7) 69(98)

FONTE: Banco de dados do Projeto de Pesquisa “Condições perineais de mulheres no pós-parto vaginal em uma Instituição pública do interior da Bahia”, 2014.

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Tabela 3 - Análise da correlação entre o número de lesões suturadas e descritores do Questionário McGuill em pacientes no pós-parto vaginal com laceração em uma instituição pública, conforme questionário de McGill-Br, Feira de Santana (BA), Set/2013- dez/2014

Descritor

Chata Que Repuxa Número de

Lesões N (%) N (%) RP IC (95%) P-valor

≥2 8(9,3) 7 (8,3) 10,6 0,64-1,74 0,823

1 78(90,7) 77(91,7)

FONTE: Banco de dados do Projeto de Pesquisa “Condições perineais de mulheres no pós-parto vaginal em uma Instituição pública do interior da Bahia”, 2014.

Tabela 4 - Análise da correlação entre o número de lesões suturadas e descritores do Questionário McGuill em pacientes no pós-parto vaginal com laceração em uma instituição pública, conforme questionário de McGill-Br, Feira de Santana (BA), Set/2013- dez/2014.

Descritor Chata Incomoda Número de Lesões N (%) N (%) RP IC (95%) P-valor ≥2 8(9,3) 5 (6,6) 11,7 0,74-1,85 0,728 1 78(90,7) 71(93,4)

FONTE: Banco de dados do Projeto de Pesquisa “Condições perineais de mulheres no pós-parto vaginal em uma Instituição pública do interior da Bahia”, 2014.

DISCUSSÃO

Um estudo comparativo entre a episiotomia e a laceração utilizando os descritores qualitativos da McGill revelou que à perceptividade da dor pelas mulheres que sofreram sutura no períneo por causa da laceração houve um predomínio pela categorial sensorial (Almeida et al., 2011). Estudo realizado em São Paulo com primíparas que sofreram episiotomia e caracterizaram a dor pelo questionário McGill, houve uma tendência para categoria sensorial (Beleza et al., 2012). Essa predileção das puérpera pela categoria sensorial também foi observada no presente estudo, porém questiona-se até que ponto a extensão do questionário pode ser fator de confusão ao induzir as pacientes a escolher dos primeiros descritores em detrimento dos últimos.

Estudo realizado por Beleza et al (2012) que avaliou a dor perineal no período pós-parto vaginal com episiotomia por meio do McGill encontraram que os descritores que melhor

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caracterizaram a dor foram: “dolorida”; “que repuxa”; “incomoda”; “chata”; “ardida”; “pica como uma agulhada”; “latejante; em pressão”. O presente estudo está em consonância com essa caracterização apesar de que o trauma analisado por Beleza et al (2012), não se trata de laceração espontânea e sim de uma manobra obstétrica que consiste na incisão cirúrgica do períneo, de forma que a característica da dor pode ter alteração.

Não foram encontradas publicações que fizessem associação entre o número de lacerações e os descritores do questionário McGuill.

CONCLUSÃO

Este estudo possuiu algumas limitações dentre as quais a ausência de produção do conhecimento sobre a caracterização da dor perineal em decorrência da laceração perineal através do questionário McGill impossibilita a comparação entre os resultados aqui encontrados e dados de outras regiões.

A extensão do questionário também pode ser fator de confusão ao induzir as pacientes a escolher dos primeiros descritores em detrimento dos últimos, enquanto a inclusão de pacientes quanto ao número de lesões suturadas também pode trazer limitações ao estudo, uma vez que lesões não suturadas também podem se apresentar como fator modificador da característica da dor nessas pacientes.

Este estudo contribui ao analisar os modificadores relacionados à dor perineal no período puerperal e à sua característica de forma holística identificando os diversos fatores relacionados à experiência da dor. Espera-se que esse estudo venha a estimular a comunidade a se aprofundar na produção de conhecimento quanto à dor no período pós-parto e seu modificadores.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA C. B. et al. Avaliação da dor decorrente da perineorrafia no parto normal. R. pesq.: cuid.

fundam. online, v. 3, n. 3, p. 2126-36. 2011. Disponível em:

<http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/viewFile/1439/pdf_417>. Acesso em: 20 mar 2015.

BELEZA, A. C. S. et al. Mensuração e caracterização da dor após episiotomia e sua relação com a limitação de atividades. Rev. bras. enferm., v. 65, n. 2, p. 264-268. 2012.

FERREIRA, V. T. K. Caracterização da dor em mulheres com câncer de mama pós- tratamento. Ribeirão Preto. 2009.

FRANCISCO, A.A. et al. Avaliação e tratamento da dor perineal no pós-parto vaginal. Acta Paul

Enferm. v.24, n.1, p.94-100, 2011.

SCARABOTTO. L. B. et al. Fatores relacionados ao trauma perineal no parto normal em nulíparas. Rev Esc Enferm USP 2006; 40(3):389-395. www.ee.usp.br/reeusp/

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