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AS POLÍTICAS DE ACESSO A EDUCAÇÃO SUPERIOR E AS DESIGUALDADES SOCIAIS

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Academic year: 2021

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, COSTA, Ana Gambatesa da PUCPR - CNPq

anagambatesa@hotmail.com GISI, Maria Lourdes – PUCPR

maria.gisi@pucpr.br SASKOSKI, Karine - PUCPR kasaskoski@hotmail.com

Resumo

O presente estudo tem como objeto de investigação as políticas de acesso e permanência na educação superior. As reformas educacionais da década de 1990 favoreceram um significativo aumento de vagas em razão do crescimento de instituições privadas no país, no entanto, a dificuldade de acesso ainda se constitui em grande dificuldade para a maioria dos jovens que buscam esta modalidade de ensino. Em 2005 foi instituído o ProUni, dirigido a alunos que cursaram o ensino médio em escola pública ou em escola particular com bolsa integral. A preocupação com a permanência destes alunos é que motivou o presente estudo, definindo-se como objetivo investigar a situação dos alunos matriculados na educação superior pelo ProUni em relação a sua permanência. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas: na primeira etapa foi realizada uma análise de dados contidos em 46 fichas de alunos que desistiram do curso em 2005 e na segunda etapa foi aplicado um questionário para alunos matriculados em cursos de graduação no primeiro semestre de 2007, totalizando 461 alunos. Os resultados da primeira etapa evidenciaram que a evasão ocorreu em 63.1% dos alunos pelo rendimento acadêmico e pela freqüência insuficientes. Os resultados da segunda etapa evidenciaram que 79.2% dos alunos sentem dificuldade financeira. Dois aspectos, a dificuldade de aprendizagem e a dificuldade financeira, ficam evidentes nos resultados retratando uma realidade injusta e histórica no país. De todo modo o ProUni tem evidenciado, pelos dados obtidos com o ENADE, que a grande maioria vem obtendo bons resultados em termos de rendimento acadêmico, além de colocar na ordem do dia o debate sobre o acesso à educação superior que, por sua vez, tem estreita relação com uma educação básica de qualidade.

Palavras-Chave: Educação Superior; Acesso e Permanência; Políticas Educacionais. Introdução

A educação pode ser considerada como um dos recursos indispensáveis para a sociedade e para cada indivíduo em particular, sendo motivo de status para os que têm acesso e conseqüentemente de desigualdade social para aqueles que não têm oportunidades educacionais. Uma das formas encontradas pelo governo para beneficiar os “excluídos” da

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educação foi o ProUni - Programa Universidade para Todos, criado pela MP n.º 213/2004 e institucionalizado pela Lei n.º 11.096, de 13 de janeiro de 2005, (BRASIL, 2007) que tem como objetivo propiciar o acesso a educação superior a jovens que concluíram o ensino médio e não tem condições de ingressar na educação superior por falta de condições econômicas.

Em 2006 o MEC ofereceu 112 mil bolsas ProUni em 1.142 instituições de ensino superior de todo o país, oportunizando assim o acesso à educação superior de milhares de jovens que almejam um curso superior. No entanto, nem sempre estes jovens têm condições de permanecer e concluir o curso por eles escolhido, muitos deles mesmo com a bolsa parcial ou integral precisam trabalhar e em algumas situações apresentam dificuldades de aprendizagem e não conseguem atingir o rendimento exigido. Considerando os critérios estabelecidos pelo Programa em relação à renda familiar e a nota do ENEM, surgiu o interesse de investigar junto a uma instituição de ensino superior os motivos que levam alunos bolsistas do PROUNI a desistir do seu curso e as dificuldades encontradas por alunos que se encontram matriculados na instituição. Para tanto foram definidos os seguintes objetivos: Identificar a legislação vigente sobre as políticas educacionais de acesso à educação superior; Analisar os dados obtidos nas avaliações realizadas pelo Ministério da Educação por ocasião do (ENADE); Investigar a situação dos alunos matriculados na educação superior pelo ProUni, em relação à sua permanência nos cursos de graduação.

O Debate sobre o Acesso e a Permanência na Educação Superior

O debate sobre o acesso e a permanência na educação superior não é novo, mas é a partir da aprovação do Plano Nacional de Educação que preconiza 30% de jovens de 18 a 24 anos matriculados na educação superior, que esta questão passou a ser motivo de estudos. Atualmente vários autores vêm analisando a questão relacionada ao acesso e permanência na educação: Casassus (2002), em “A Escola e a Desigualdade” mostra estudos comparativos da educação dos países da América Latina. Tomando como base as disciplinas de Matemática e Linguagem, evidencia as dificuldades de aprendizagem existentes na maioria dos países e mostra a evolução atingida pela educação em Cuba. No livro “Direito à Educação e o Acesso ao Ensino Superior” Bezerra (1984) retrata bem esta realidade dos sistemas de educação em diversos países. Constituído por comentários de especialistas sobre o Japão, a Rússia, a África, analisa o sistema educacional do Brasil com relação ao poder Legislativo que existe para favorecer o povo, mas que na prática funciona para favorecer uma minoria, embora conste na Constituição Federal, artigo 5.º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros residentes no país a inviolabilidade do direito

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à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. (BRASIL,1996).Em GISI (2006) encontra-se uma pesquisa sobre a “Educação Superior no Brasil e o Caráter de Desigualdade do Acesso e da Permanência”. A autora desenvolveu um estudo sobre alunos, que em razão da condição de classe, de gênero e de etnia, historicamente vem sendo excluídos da educação superior. Boneti (2005), por sua vez, apresenta uma visão geral sobre a distribuição desigual do conhecimento socialmente produzido, o que afeta significativamente as possibilidades de acesso.

Ao discutir o acesso à educação superior não se pode deixar de mencionar dois autores de importância fundamental, trata-se de Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron, em especial, no livro “Los Herderos: Los Estudiantes e La Cultura” (2003) em que afirmam que nas possibilidades de acesso à educação superior se pode ler o resultado de uma seleção que se exerce ao longo da trajetória escolar com um rigor muito desigual segundo a origem social dos sujeitos.

Além do acesso existe também o problema relacionado à permanência, mesmo com auxílio financeiro os alunos que não tiveram possibilidade de freqüentar escolas de qualidade devem receber um reforço ao entrar na educação superior. A evasão na educação superior, em estudo realizado pelo Instituto Lobo com base no Censo da Educação Superior no período de 2002 a 2005 foi de 51% (Góis 2006). É preciso ainda que os alunos aprendam a refletir sobre a sua própria realidade e isto pode ser entendido a partir da análise dos escritos de Paulo Freire (1982) quando indica que não é possível, a partir da consciência ingênua, sem qualquer espírito crítico, acomodado na luta pela sobrevivência, tornar-se sujeito de história sem um aprendizado diferenciado em que educandos e educadores discutam seus problemas e passem a procurar respostas relacionando a teoria estudada com a prática libertadora. Segundo Freire (1982), a partir da própria alfabetização, a educação torna-se importante ferramenta no processo de libertação de pessoas e povos, no rompimento de estruturas de dependência como nos países colonizados ou nas classes mais marginalizadas de qualquer nação. A própria educação, repensada como processo libertador e não como puro depósito bancário de conhecimentos do educador para o educando, tornou-se o centro de discussões importantes na década de 1960 quando o país discutia a necessidade de reformas estruturais profundas para romper o ciclo de subdesenvolvimento econômico e social. Dizia Freire a propósito dos habitantes da favela e das periferias urbanas, em seu livro: “Pedagogia do Oprimido”: o ensino desde a alfabetização até o nível superior deve ser essencialmente questionador, devendo estar intimamente ligado à realidade vivida pela população.

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Os estudos de Freire tiveram impacto em grande parte dos países e a educação de modo geral e a universidade de modo especial, passou a ser vista como instrumento libertador das nações e não apenas voltado para a manutenção dos privilégios das elites e dos grupos econômicos.

É preciso entender, no entanto, que além da educação, o desenvolvimento econômico deve implicar na inclusão social da população e neste sentido os esforços do Governo estão longe de responder ao tamanho deste desafio, porém, Programas como o ProUni e cotas para negros, populações indígenas e pessoas com necessidades educativas especiais constituem passos importantes apesar de limitados para trazer a discussão sobre a necessidade de inclusão em todo o país.

Não tem mais como negar que existe uma relação profunda entre a dificuldade de acesso à educação em todos os níveis e a situação de desigualdade econômica e social das grandes maiorias marginalizadas da população do planeta, vítimas de toda sorte de discriminação como é o caso das crianças, mulheres, negros e pessoas com algum tipo de necessidade especial, como muito bem abordado, por Candau (2003) e Queiroz; Santos (2006). Também nos países destruídos pela guerra como o Japão e a Alemanha, o investimento por parte dos governos em educação passou a ser pré-requisito essencial na reconstrução nacional, sendo hoje a “educação” reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), como indicador essencial de Desenvolvimento Humano de qualquer país.

Apresentação dos Resultados

A pesquisa foi realizada em duas etapas: Na primeira etapa foi realizada uma análise de dados contidos em 46 fichas preenchidas no momento de desistência do curso, por alunos que ingressaram na instituição em 2005. Foram analisados os seguintes itens: sexo, idade, cidade de origem, curso escolhido, tipo de inscrição e motivo da evasão. Na segunda etapa da pesquisa foi solicitado a todos os alunos o preenchimento de um questionário com questões fechadas, por ocasião do preenchimento de formulário no setor acadêmico da instituição. Do total de alunos matriculados na instituição em junho de 2006, que totalizavam 1513 alunos, 461 alunos responderam o questionário o que representa 30.47% do total de alunos ProUni. Nesta fase foi investigado o motivo da escolha do curso, existência de dificuldade de aprendizagem, envolvimento com o curso, apoio existente para as dificuldades e se existe dificuldade financeira. O tratamento dos dados obtidos nas duas etapas da pesquisa foi feito mediante a utilização do Programa Sphinx Léxica- V5 que possibilita a apresentação dos dados em forma de tabelas e gráficos.

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Evasão de alunos ProUni

Apresenta-se a seguir os dados de pesquisa relacionados aos bolsistas do ProUni que ingressaram no 1.º semestre de 2005 em uma universidade da cidade de Curitiba-PR que desistiram dos cursos. Conforme os dados obtidos com a pesquisa pode-se verificar, através dos ex-bolsistas do ProUni, que o maior número de alunos ProUni desistentes é do sexo masculino com 54,3% e que 45,7% são do sexo feminino conforme tabela 1,

TABELA 1. SEXO 1. Sexo Sexo feminino 21 45.7% masculino 25 54.3% Total 46 100.0%

A idade de maior desistência dos alunos é na faixa de 17 à 20 anos, com 54.3% e na faixa de 21 à 24 anos com 39.1%.

TABELA 2. IDADE 2. Idade Idade 17-20 25 54.3% 21-24 18 39.1% 25-29 2 4.3% 30 ou mais 1 2.2% Total 46 100.0%

Um dos grandes motivos de evasão é o rendimento acadêmico insuficiente com 28,3%. O segundo maior motivo é o simples cancelamento sem mencionar um motivo com 23.9%. A freqüência insuficiente com 17.4%, não se matriculou com 15.2%, freqüência e rendimento insuficiente com 10.9%, trancou a matrícula por mudança de residência com 2.2% e os demais não responderam com 2.2%.

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TABELA 3. MOTIVO DE EVASÃO.

5. Motivo da evasão

Motivo da evasão

Não resposta 1 2.2%

Rendimento acadêmico insuficiente 13 28.3%

frequência insuficiente 8 17.4%

frequência e rendimento insuficiente 5 10.9%

não se matriculou 7 15.2%

solicitou cancelamento 11 23.9%

trancou a matrícula alegando não se adaptar ao meio 0 0.0%

trancou a matrícula por mudança de residência 1 2.2%

Total 46 100.0%

Dados sobre alunos ProUni de cursos de graduação

Apresentam-se a seguir os resultados obtidos junto a 461 alunos de cursos de graduação que possuem bolsa do ProUni.

GRÁFICO 1. ÁREA DE CONHECIMENTO

curso 24,3% 26,0% 7,6% 22,6% 19,3% 0,2% Humanas Tecnológicas Juridicas Saúde Sociais Aplicadas veterinária e agronomia

Em relação ao curso em que estão matriculados, verifica-se que o maior número é da área de exatas e tecnológicos com 120 alunos que corresponde a 26%, na seqüência os cursos de Humanas aparecem com 112 respostas que corresponde a 24,3%. Em terceiro lugar a área de Saúde com 104 alunos representando 22,6%. Em quarto lugar a área de Sociais Aplicadas com 89 respostas que corresponde a 19,3%. A área de Ciências Jurídicas aparece somente com 35, isto é 7,6% e chama a atenção a quase inexistência de alunos ProUni na área de Ciências Agrárias e Ambientais que aparecem com 1 resposta apenas (0,2%).

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GRÁFICO 2. SEXO sexo 0,2% 52,9% 46,9% Não resposta feminino masculino

A maioria é do sexo feminino totalizando 244, ou seja, 52,9% e 216, ou seja, 46,9% do sexo masculino. GRÁFICO 3 - IDADE idade 0,4% 50,1% 34,1% 9,5% 5,9% Não resposta 16 a 20 21 a 25 26 a 30 mais de 31

Os alunos que estão optando pelo ProUni para ter acesso à educação superior são jovens, a maioria se encontra na faixa etária de 16 a 20 anos com 231 respostas que corresponde a 50,1%. Em segundo lugar aparece à faixa etária de 21 a 25 anos com 157 respostas o que corresponde a 34,1%.

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GRÁFICO 4. ESCOLHA DO CURSO

escolha do curso

85,5% 1,0%5,9%

3,5% 4,1%

Porque me identifico com o curso Por influência familiar

Pela remuneração profissional Pelo prestígio do curso Outros

A escolha do curso, na quase totalidade de respostas foi, por identificação representado por 418 alunos (85,5%); e os demais 29 alunos (5,9%) por remuneração profissional, 17 respostas (3,5%) pelo prestígio do curso e 5 alunos (1,0%) escolheram o curso por influência familiar.

GRÁFICO 5 – ADAPTAÇÃO AO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO

adaptando ao ambiente 93,3% 0,4% 6,3% Sim Não Em parte

Quanto à adaptação ao ambiente universitário parece que os alunos não sentem dificuldade uma vez que 430 deles (93,3%) indicaram que se sentem bem adaptados.

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GRÁFICO 6. DIFICULDADE FINANCEIRA dificuldade financeira 0,2% 79,2% 20,6% Não resposta Sim Não

Em relação ao aspecto financeiro, verificou-se que a grande maioria sente dificuldades financeiras com 365 respostas afirmativas, o que corresponde a 79,2%.

GRÁFICO 7. TIPO DE DIFICULDADE FINANCEIRA

qual a dificuldade financeira 13,5% 21,9% 12,2% 28,8% 14,3% 9,3% Não resposta transporte alimentação material didático xérox outros

As dificuldades financeiras mencionadas se referem principalmente ao material didático, com 207 respostas (28,8%) e ao transporte, com 158 respostas (21,9%). As demais dificuldades são relacionadas ao xérox com 103 respostas (14,3), à alimentação com 88 respostas (12,2%) e outros, 67 respostas (9,3%).

Verifica-se pelos dados apresentados que o motivo da maioria dos alunos que desistiram dos cursos tem relação com o aproveitamento (freqüência e rendimento) nos estudos o que confirma os estudos relacionados ao capital social, econômico e cultural

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(Bourdieu, 2003b) que, quando ausente, se constitui em fator que dificulta a permanência dos alunos na educação superior

Em entrevista com um Deputado Federal este afirma que a evasão, em grade parte, ainda é significativa em função dos altos custos na aquisição do material didático que penaliza tanto os candidatos das instituições públicas quanto os bolsistas do ensino privado e que no acesso à universidade brasileira a população de menor poder aquisitivo sempre foi excluída. Atualmente, segundo dados do INEP somente 10,4% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados na educação superior, isto obrigou o governo federal a implementar Programas voltados para o acesso e a investir na educação básica como pré-requisito essencial e instituir o Fundo de Educação Básica FUNDEB, que disponibilizará recursos da creche ao ensino médio, para melhorar a qualidade do ensino médio e público em todo país. As perspectivas de investimentos nos próximos dez anos serão cerca de R$ 32 bilhões na educação, dos quais 60% será destinado aos salários de professores.

Em relação aos alunos ProUni que se encontram matriculados na Instituição objeto da investigação os dados evidenciam que as mulheres são maioria. Dados do INEP(2005), também, mostram que as mulheres são grande maioria no curso de graduação com 55,5% e representam 62,2% da sociedade brasileira. Dos cursos de graduação em que as mulheres são maioria estão: Pedagogia com 91,3%, Enfermagem com 82,9% e Letras com 80,0%. Já os alunos do sexo masculino estão em maioria nos cursos de Ciência da Computação com 81,2% e Engenharia com 79,7%.

Outro dado que merece ser comentado se refere a faixa etária, embora a maioria dos alunos ProUni se encontra na faixa etária de 16 a 20 anos, surpreende o percentual de 9.5% de alunos na faixa etária de 26 a 30 anos de idade, quando já deveriam ter concluído o curso superior.

Sobre a escolha do curso verifica-se que a quase totalidade indica que escolheu o curso por se identificar com o mesmo o que revela que os jovens parecem considerar a realização pessoal como prioritária.

Em relação às dificuldades indicadas pelos bolsistas é preocupante o fato das mesmas estarem relacionadas tanto a alimentação e ao transporte como ao material didático e o xérox. Aqui cabe fazer referência aos escritos de Bourdieu (2003b) quando indica que na ausência de capital cultural, social e econômico os estudantes passam por imensas dificuldades para conseguir o acesso, a permanência e conclusão de um curso superior.

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Considerações Finais

Primeiramente foi possível verificar que as políticas educacionais vêm contemplando o acesso à educação superior mediante o sistema de cotas nas Universidades Federais e bolsas nas Instituições de Ensino Superior Privadas. Embora se caracterizem como políticas compensatórias, estes programas vem permitindo o acesso de jovens que não teriam em curto prazo outra forma de chegar à universidade. É preciso, no entanto, ter clareza que estes programas não são suficientes, que o investimento em uma educação básica de qualidade é fundamental para solucionar a questão do acesso.

O Programa Universidade para Todos (ProUni) objeto deste estudo está proporcionando oportunidades de um futuro melhor para milhares de jovens e nas avaliações realizadas pelo Ministério da Educação, por ocasião do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes de 2007, verificou-se que grande parte destes alunos vem demonstrando um bom desempenho, apesar de possuir diversas dificuldades financeiras como material didático, alimentação, transportes que são fundamentais, eles lutam e mostram a força de vontade de se inserir no meio profissional

REFERÊNCIAS

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Fortaleza: UFC 1984.

BONETI, Lindomar Wessler. Políticas públicas por dentro. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2006.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 5 ed. São Paulo: Perspectiva,

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Acesso em 26/03/2007.

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direitos humanos Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

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