ENFERMAGEM ONCOLÓGICA: INTEGRAÇÃO UNIVERSIDADE-COMUNIDADE NO
PRO-CESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
ONCOLOGY NURSING: UNIVERSITY-COMMUNITY INTEGRATION IN THE
TEACHING-LEARNING PROCESS
ENFERMERÍA ONCOLÓGICA: INTEGRACIÓN UNIVERSIDAD-COMUNIDAD EN EL
PROCE-SO DE ENSEÑANZA-APRENDIZAJE
Ramona Garcia Souza Dominguez1 , Êmille Palma Torres Barros 2 , Amanda Santos Veiga Freire3 , Sabrina Souza Silva4 , Lorena Santos Cardoso5
RESUMO
Objetivo: descrever os aspectos operacionais e as vivências de discentes do curso de Enfermagem em um projeto de extensão universitária em Enfermagem Oncológica. Método: trata-se de um es-tudo descritivo, tipo relato de experiência relacionado a um projeto de extensão em Enfermagem. Resultados: dividiu-se o projeto em três etapas, incluindo a oferta de curso livre na área de onco-logia, atividades extensionistas na comunidade e pesquisa em oncologia. Compôs-se a equipe por oito discentes, cinco docentes e quatro enfermeiras. Revela-se que, nas atividades de ensino e ex-tensão, participaram 103 estudantes e 120 pessoas da comunidade, entre profissionais de saúde e outros residentes do município. Produziram-se 12 trabalhos científicos apresentados em eventos com abrangências local, regional e nacional. Permitiu-se, pela vivência dos discentes no projeto, a aproximação com a prática de Enfermagem Oncológica, consolidando os princípios de integralidade das ações de saúde na formação universitária. Conclusão: demonstrou-se, pelo estudo, a aplicação de um modelo de ensino-aprendizagem na Enfermagem que busca integrar universidade e comuni-dade, contribuindo para a abordagem de temas ainda pouco trabalhados na formação profissional e suscitando possibilidades de práticas interdisciplinares, com a reflexão crítica do ser “enfermeiro” nesse campo de atuação.
Descritores: Enfermagem; Enfermagem Oncológica; Relações Comunidade-Instituição; Práticas In-terdisciplinares; Aprendizagem; Educação em Enfermagem.
ABSTRACT
Objective: to describe the operational aspects and experiences of students in a university exten-sion project in Oncology Nursing. Method: it is a descriptive study, like an experience report relat-ed to an extension project in Nursing. Results: The project was divided into three stages, including offering a free course in oncology, extension activities in the community, and research in oncology. The team consisted of eight students, five teachers and four nurses. It is revealed that 103 students
Rev enferm UFPE on line. 2021;15:e244374
DOI: 10.5205/1981-8963.2021.244374 https://periodicos.ufpe.br/ revistas/revistaenfermagem
and 120 people from the community participated in the teaching and extension activities, among health professionals and other residents of the municipality. There were 12 scientific papers pre-sented in events with local, regional and national scope. Through the experience of the students in the project, the approach to the practice of Oncology Nursing was allowed, consolidating the prin-ciples of integrality of the health actions in the university education. Conclusion: The study demonstrated the application of a teaching-learning model in Nursing that seeks to integrate uni-versity and community, contributing to the approach of themes still little worked on in professional training and raising possibilities of interdisciplinary practices, with the critical reflection of being a "nurse" in this field of action.
Descriptors: Nursing; Oncology Nursing; Community-Institutional Relations; Interdisciplinary Placement; Learning; Education, Nursing.
RESUMEN
Objetivo: describir los aspectos operacionales y las experiencias de los estudiantes de la carrera de
Enfermería en un proyecto de extensión universitaria en Enfermería Oncológica. Método: se trata de un estudio descriptivo, tipo de relato de experiencia relacionado con un proyecto de extensión en Enfermería. Resultados: el proyecto se dividió en tres etapas, que incluyeron la oferta de cur-sos gratuitos en el área de oncología, actividades de extensión en la comunidad e investigación en oncología. El equipo estaba compuesto por ocho estudiantes, cinco profesores y cuatro enfermeras. Se revela que, en las actividades de docencia y extensión, participaron 103 estudiantes y 120 per-sonas de la comunidad, entre profesionales de la salud y otros vecinos del municipio. Se produjeron 12 trabajos científicos presentados en eventos de alcance local, regional y nacional. A través de la experiencia de los estudiantes del proyecto, fue posible acercar la práctica de la Enfermería Onco-lógica, consolidando los principios de integralidad de las acciones de salud en la educación universi-taria. Conclusión: el estudio demostró la aplicación de un modelo de enseñanza-aprendizaje en En-fermería que busca la integración de la universidad y la comunidad, contribuyendo al abordaje de temas aún poco trabajados en la formación profesional y generando posibilidades de prácticas in-terdisciplinarias, con reflexión crítica de ser un “enfermero” en este campo de actuación.
Descriptores: Enfermería; Enfermería Oncológica; Relaciones Comunidad-Institución; Prácticas
In-terdisciplinarias; Aprendizaje; Educación en Enfermería.
1,2,3,4,5Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB. Santo Antônio de Jesus (BA), Brasil.
1 https://orcid.org/0000-0002-3131-3953 2 http://orcid.org/0000-0001-9707-5145 3 http://orcid.org/0000-0003-4525-2490 4 http://orcid.org/0000-0002-6049-815X 5 http://orcid.org/0000-0003-2547-730X
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Representa-se, pelo câncer, um conjunto de doenças com importância clínica e epidemiológica, sendo considerado um grave problema de saúde pública no Brasil, ocupando o segundo lugar dentre as principais causas de morte no país.1 Produzem-se, apesar dos avanços no diagnóstico e tratamen-to, inúmeras consequências físicas, emocionais e sociais que requerem atenção e suporte da equipe multiprofissional.
Gerencia-se, dessa forma, pelo enfermeiro,o cuidado integral centrado no paciente em todas as fases da assistência à saúde, o que exige conhecimento técnico-científico, prática clínica e habili-dades humanas. Deve-se, para tanto, pensar e construir a qualificação profissional desde a gradua-ção de tal modo que as instituições de ensino possam formar enfermeiros capazes de reconhecer e intervir sobre os problemas de saúde, o que pressupõe articulação da teoria com a prática e trans-formações sociais.2-3
Impacta-se positivamente a formação profissional pelo ensino com práticas reflexivas e qualifi-cadas da Enfermagem. Deve-se este ser o norteador para as mudanças, sabendo que o aluno pode se tornar um multiplicador de melhorias quando passar a atuar como profissional na assistência, no ensino ou na pesquisa.3
Revela-se a experiência vivenciada por acadêmicos em projetos extensionistas, sobretudo, fun-damental nesse processo de formação, visto que tende a aproximar o discente de uma realidade significativa e pertinente à sua atuação frente aos diversos cenários apresentados. Estabelece-se, pelos processos que estruturam a concepção e a prática das Diretrizes da Extensão na Educação Su-perior, como parte integral, a promoção de iniciativas, sob o compromisso social das instituições de ensino superior, com áreas da comunicação, cultura, direitos humanos, educação, meio ambiente, saúde, tecnologia e produção e trabalho.4
Apresenta-se, assim, a indissociabilidade entre as esferas ensino, pesquisa e extensão como uma interação responsável por transformar também as diversas conjunturas sociais. Destaca-se, enten-dendo a relevância da inserção da extensão universitária na formação profissional integralizada, a proposta de curricularização da extensão no contexto universitário. Apontam-se, assim, novos desa-fios para as instituições de ensino superior, buscando proporcionar experiências de inserção na rea-lidade cotidiana, política, social e econômica por meio de vivências com a comunidade, com uma nova abordagem para as práticas.5
INTRODUÇÃO
Como citar este artigo
Dominguez RGS, Barros EPT, Freire ASV, Silva SS, Cardoso LS. Enfermagem em Oncolo-gia: integração universidade-comunidade no processo de ensino-aprendizagem. Rev en-f e r m U F P E o n l i n e . 2 0 2 1 ; 1 5 : e 2 4 4 3 7 4 D O I : h t t p s : / / d o i . o r g / 10.5205/1981-8963.2021.244374
Insere-se, nesse contexto, a extensão universitária como importante vinculadora no aperfeiçoa-mento da aprendizagem acadêmica e os projetos de extensão contribuem para a aplicação dos co-nhecimentos adquiridos ao longo da graduação, atuando também no melhoramento da autoconfian-ça e aprendizagem do estudante na área escolhida.5
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Descrever os aspectos operacionais e as vivências de discentes do curso de Enfermagem em um projeto de extensão universitária em Enfermagem Oncológica.
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Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, acerca de um projeto de extensão universitária vinculado ao curso de Enfermagem da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), com foco no ensino-aprendizagem e práticas da Enfermagem Oncológica. Realizou-se o pro-jeto no munícipio de Santo Antônio de Jesus, Bahia, no período de julho a dezembro de 2018, em três etapas, envolvendo atividades de ensino, extensão e pesquisa.
Constituiu-se, para a sua operacionalização, uma equipe composta de sete discentes do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Saúde (BIS)/matriz Enfermagem, um discente do curso de Enferma-gem, cinco docentes da UFRB e quatro enfermeiras de outras instituições, sendo três de serviços especializados em Oncologia e uma inserida na Estratégia Saúde da Família (ESF).
Ressalta-se que a instituição de ensino segue o modelo de ciclos, sendo o 1o ciclo no BIS e o 2o ciclo na Enfermagem, o que permite a participação dos discentes do BIS em projetos da sua área de formação profissional, oportunizando experiências crítico-reflexivas que atendam às necessidades da comunidade e do sistema de saúde. Incluíram-se no público-alvo do curso discentes e profissio-nais da área da saúde, das comunidades interna e externa, totalizando 147 participantes avaliados segundo a frequência no curso e nota nos pós-testes.
Analisaram-se, para a construção desse relato de experiência, os dados dos relatórios parciais e final do projeto com a descrição quantitativa e qualitativa de todas as ações, bem como o guia Re-vised Standards for Quality Improvement Reporting Excellence. Realizaram-se as atividades de en-sino no auditório da universidade, enquanto as ações extensionistas utilizaram o espaço de Unida-des de Saúde da Família e praça pública no centro da cidade.
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Explica-se que o projeto de extensão Enfermagem em Oncologia teve como finalidade criar um espaço de estudo, discussão e produção de conhecimento na área de oncologia, valorizando os princípios de integralidade na atenção à saúde e interdisciplinaridade expressos nas atividades
pre-OBJETIVO
MÉTODO
senciais com profissionais e estudantes de diferentes áreas. Buscou-se, ainda, o desenvolvimento de atividades educativas na comunidade voltadas para a prevenção dos tipos de câncer mais preva-lentes no município de Santo Antônio de Jesus. Incentivou-se, ainda, a produção científica em on-cologia, contribuindo para a visibilidade do tema e oferecendo subsídios para o fortalecimento do potencial transformador da universidade no contexto local.
Desenharam-se, para tanto, três diferentes etapas, porém, interligadas pelo eixo temático da Oncologia, a saber: a) oferta de um curso livre na área de oncologia; b) atividades de intervenção na comunidade e c) atividades de pesquisa.
Ensino: curso de extensão em Enfermagem Oncológica
Idealizou-se e construiu-se o curso em dez módulos temáticos em Oncologia, partindo da discus-são de aspectos mais gerais até conhecimentos específicos que envolvem a prática da equipe mul-tiprofissional, com destaque para o papel do enfermeiro. Divulgou-se, assim, o curso no site da UFRB e em outras plataformas digitais, sendo aberto para a participação da comunidade acadêmica interna e externa à universidade, com ativa participação de profissionais de Enfermagem e gradu-andos dos cursos de Nutrição, Enfermagem, Medicina e BIS, atingindo o objetivo de manter as dis-cussões na perspectiva da equipe multiprofissional.
Dispuseram-se os temas abordados da seguinte forma: Epidemiologia do câncer, políticas públicas e direitos dos pacientes (Módulo 01); Fisiopatologia do câncer (Módulo 02); Leucemias agudas, lin-fomas e mieloma múltiplo (Módulo 03); Princípios da quimioterapia antineoplásica e emergências oncológicas (Módulo 04); Sistematização da Assistência de Enfermagem em Oncologia (Módulo 05); Segurança do paciente e cuidados com acesso venoso central (Módulo 06); Feridas oncológicas (Mó-dulo 07); Transplante de células-tronco hematopoiéticas (Mó(Mó-dulo 08); Assistência de Enfermagem em Oncopediatria (Módulo 09) e Cuidados paliativos em Oncologia (Módulo 10).
Ministraram-se os módulos por profissionais com experiência na docência e nas áreas temáticas do curso. Priorizaram-se os métodos didáticos que estimulassem a participação ativa dos inscritos, sendo utilizados recursos audiovisuais como vídeos, aulas expositivas e dialogadas, estudos de casos e demonstrações práticas. Realizaram-se, ao final de cada módulo, pós-testes de conhecimento aplicado nos quais os participantes deveriam obter, no mínimo, 80% da nota para que recebessem aprovação e certificação no módulo. Estabeleceu-se como outro critério de avaliação a frequência geral no curso, devendo também ser igual ou superior a 80%, sendo o participante sujeito à elimi-nação por falta.
Revelou-se, inicialmente, pelas inscrições on-line para o curso de Oncologia, uma estimativa de público de 148 participantes. Percebeu-se, entretanto, que, no primeiro módulo do curso, cuja au-sência do inscrito teve caráter eliminatório, o número total de presentes correspondeu a 67
parti-cipantes, apesar da confirmação de presença antecipada; destes, 20 (29,9%) eram estudantes do Enfermagem; 16 (23,9%), de Enfermagem; dez (14,9%), de do Nutrição; oito (11,9%), do BIS-Medicina; oito (11,9%) do BIS; um (1,5%), do BIS-Psicologia e quatro (6%) são profissionais de saúde. Aprovaram-se, ao final do curso, 32 (47,8%) participantes, considerando os critérios de assiduidade e avaliação no pós-teste, com maioria de estudantes de Enfermagem, sendo seis (19%) discentes de outras Instituições de Ensino Superior e 14 (43,8%) do BIS-Enfermagem da UFRB, o que evidencia um dos grandes desafios de se manter a regularidade do público em cursos de extensão presenciais promovidos em um longo período de tempo.
Realizaram-se os módulos temáticos a cada quinze dias, com carga horária de quatro horas, no turno vespertino. Ocorreram-se os encontros no auditório do Centro de Ciências da Saúde da UFRB, sendo escolhido devido ao espaço suficiente para o número de inscritos no curso.
Realizou-se, além disso, visita técnica em um serviço ambulatorial especializado em Oncologia, com a apresentação do fluxo de atendimento, protocolos assistenciais, consulta de Enfermagem e com os demais membros da equipe (médico, nutricionista, farmacêutico), acompanhamento domi-ciliar e de cuidados paliativos. Conduziu-se, ainda, pelas enfermeiras do serviço, um treinamento da técnica de punção de cateter totalmente implantado voltado para os participantes.
Optou-se, ao final do curso, pela aplicação de impressos contendo avaliação objetiva dos seguin-tes critérios: conteúdo programático; desempenho dos facilitadores; local; métodos e satisfação geral. Apresentou-se devolutiva positiva pelos aspectos avaliados, destacando-se a diversidade de palestrantes como algo bastante aceitável pelo público, assim como o conteúdo programático e métodos utilizados, o que foi reforçado como ponto facilitador e dinamizador na apresentação dos temas propostos.
Avaliou-se apenas um quesito negativamente pelos participantes, em se tratando do local de rea-lização do curso, devido à falta de conforto decorrente da alta temperatura na sala e cadeiras não acolchoadas, revelando a necessidade de revisão da escolha do espaço. Pontou-se, entretanto, ape-sar da falta de infraestrutura, a satisfação geral dos participantes como ótima.
Revelou-se a experiência em monitoria no curso de extensão, sobretudo, desafiadora, tendo em vista as circunstâncias vivenciadas durante o período. Impulsionou-se, pelo contato com estudantes de diferentes cursos, o amadurecimento das discentes no desenvolvimento de habilidades de nego-ciação e relacionamento interpessoal, com fundamental importância tanto para execução do curso quanto para o aperfeiçoamento da prática profissional.
Possibilitou-se, ainda, pelo curso, a integração entre ensino e extensão, visto que o estabeleci-mento destas relações alicerça a pluralidade do fazer saúde, fazendo valer-se da humanização como propulsora para a prestação de um serviço de qualidade que preza a valorização do indivíduo
mediante as suas particularidades, bem como o respeito à sua autonomia. Possibilitou-se, além dis-so, aos discentes, um espaço para compartilhar e adquirir experiências intrínsecas à formação de um profissional em saúde pautado na prática do cuidado integral.
Tornou-se, desse modo, a participação no curso imprescindível para a construção de todas as ati-vidades do projeto realizadas ao longo do período, fornecendo suporte teórico tanto para a aplica-ção dos temas abordados nas comunidades quanto no exercício do saber ouvir as demandas relacio-nadas à oncologia advindas das comunidades externa e interna e, assim, pensar e fazer saúde em conjunto.
Extensão na comunidade: ações preventivas e de promoção à saúde
Culminou-se a segunda etapa do projeto com a realização de atividades educativas voltadas para a comunidade, as quais foram desenvolvidas mediante o levantamento dos tipos de neoplasias ma-lignas mais prevalentes no município a partir da análise de dados secundários obtidos do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) disponíveis no DATA-SUS.
Organizaram-se, desse modo, duas atividades, sendo a primeira voltada para a prevenção primá-ria e secundáprimá-ria do câncer de mama e promoção da saúde da mulher e a segunda centrada na cam-panha de combate ao câncer infantil promovida nacionalmente pelo Ministério da Saúde. Idealizou-se e executou-Idealizou-se o primeiro momento em formato de uma feira de saúde realizada em uma praça pública no centro do município intitulada “Ação Integrada ao Outubro Rosa: prevenção, controle e cuidados paliativos em oncologia”, desenvolvida em parceria com o grupo de pesquisa CRIAI, a Liga Acadêmica de Patologia da UFRB (LACAP) e a Secretaria Municipal de Saúde. Compôs-se a equipe por treze estudantes de graduação dos cursos do BIS, Medicina e Enfermagem, dois docentes e o público rotativo de 115 pessoas em quatro horas de atividade.
Abordaram-se as estratégias de prevenção primária do câncer de mama e difundidos conheci-mentos sobre cuidados paliativos por meio de atividades dinâmicas e educativas com a finalidade de aproximar a comunidade dos temas citados, promovendo discussões e troca de conhecimentos e experiências entre os participantes.
Detalha-se que a comunidade participou ativamente do evento, tirando dúvidas e compartilhan-do experiências com os discentes, compreendencompartilhan-do a importância de se debater sobre os temas abordados. Demonstrou-se, pelos participantes, compreensão quanto às estratégias de prevenção e controle do câncer de mama, que foram apresentadas por meio da demonstração das técnicas de palpação das mamas para autoexame em modelos anatômicos. Contribuiu-se, além disso, pelo evento, para a maior visibilidade da universidade e sobre o tema cuidados paliativos, reiterando a
sua importância. Disponibilizaram-se ainda os serviços de aferição da pressão arterial e testes de glicemia a fim de fortalecer as ações de promoção à saúde.
Pode-se citar, dentre as facilidades, a localização escolhida para o evento, que permitiu grande circulação de pessoas e interação com o público, obtendo-se resposta positiva e significativa acerca das atividades propostas e temas abordados pela equipe. Diz-se uma das dificuldades enfrentadas respeito à organização de filas para atendimento e informação do público devido ao grande número de pessoas.
Consistiu-se o segundo momento na realização de uma oficina com o título: “Oficina integrada de combate ao câncer infantil”, promovida em uma Unidade de Saúde da Família (USF) do municí-pio de Santo Antônio de Jesus e na universidade.
Organizou-se a ação mediante demanda da equipe da USF aliada à promoção da semana de com-bate ao câncer infantil. Contou-se a atividade com a parceria do grupo de pesquisa CRIAI, um dis-cente do curso de Enfermagem em estágio supervisionado na USF em questão e a enfermeira da equipe para a abordagem dos sinais e sintomas precoces dos principais cânceres pediátricos e suas estratégias de prevenção primária e secundária por meio de atividade lúdica no formato de jogo interativo, promovendo a troca de conhecimentos e experiências.
Utilizou-se, para estabelecer a dinâmica do jogo, a figura de um boneco, representando uma cri-ança, no qual as monitoras colavam as imagens sugestivas dos principais sinais e sintomas do câncer infantil, tais como: equimoses; fadiga; palidez; dor abdominal nos ossos e articulações, dentre ou-tros, adequando a linguagem ao entendimento dos participantes.
Realizou-se a atividade, na USF, no momento de sala de espera junto aos pais que aguardavam a consulta de puericultura com os seus filhos, totalizando nove pessoas. Culminou-se a ação, na uni-versidade, com o módulo de Oncopediatria do curso de extensão em Enfermagem Oncológica, con-tando com 28 presentes. Descreve-se que houve participação ativa nas oficinas, principalmente dos pais das crianças, que demonstraram curiosidade e interesse nos temas discutidos, tirando dúvidas e identificando os sinais e sintomas de alerta para o câncer infantil.
Pesquisa e extensão: conhecer para transformar a realidade
Concentrou-se a terceira etapa do projeto na produção científica em oncologia pelas discentes bolsistas e voluntárias para a aproximação dos temas em estudo. Produziram-se doze resumos acei-tos para apresentações nas modalidades de pôster e comunicação oral em evenacei-tos com abrangência nacional, regional e local, sendo seis estudos epidemiológicos, cinco revisões integrativas da litera-tura e um relato de experiência.
Abordaram-se os seguintes temas: mortalidade e morbidade hospitalar por câncer; prevenção secundária do câncer cervical; rastreamento do câncer de mama; desafios da Atenção Primária à
Saúde no controle do câncer colorretal; terapias complementares em Enfermagem; cuidados palia-tivos - perinatais em populações rurais, na terminalidade, na formação em Medicina e Enfermagem e na produção científica no Brasil, contribuindo para a visibilidade do tema e o fortalecimento do potencial transformador da universidade no contexto do município de Santo Antônio de Jesus. Apre-senta-se, na figura 1, a síntese das produções publicadas em anais.
Título Objetivo Método Principais resultados e conclusões
1. Prevenção secundária do câncer cervical em Santo Antônio de Jesus, Bahia Estimar a prevalência de exames citopatológicos realizados em residentes de Santo Antônio de Jesus/Bahia e sua distribuição segundo a faixa etária e os resultados dos exames
Estudo descritivo utilizando dados secundários obtidos do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) no período de 2006 a 2014.
Foram realizados 57.831 exames citopatológicos, sendo 75,3% na faixa etária
de 25 a 64 anos. A razão entre exames citopatológicos e a população-alvo apresentou tendência decrescente com valor
de 9,9 exames/100 mulheres. As atipias de células escamosas foram mais frequentes
(78,5%) e, destas, 37,8% lesões intraepiteliais de alto grau (NIC-II e III),
causadas por tipos de Papiloma Vírus Humano (HPV) oncogênicos, com risco elevado de progressão para carcinoma
invasivo. Os resultados apontam a necessidade de ampliar a oferta e cobertura
do rastreamento do câncer cervical na população estudada no contexto do SUS. 2. Rastreamento do câncer de mama no Sistema Único de Saúde: avaliação da oferta em Santo Antônio de Jesus, Bahia, de 2009 a 2015 Avaliar a oferta e cobertura de rastreamento do câncer de mama em mulheres residentes em Santo Antônio de Jesus, na rede
de assistência do SUS, entre 2009 e 2015 Estudo descritivo utilizando dados secundários obtidos do Sistema de Informação Ambulatorial
Foram realizadas 11.859 mamografias bilaterais para rastreamento em mulheres com 35 anos ou mais, sendo 60,1% na faixa
etária de 50-69 anos. Houve aumento progressivo na oferta desse exame em 2009
até 2012, com posterior queda nos anos seguintes. A cobertura de mamografia na população-alvo (50-69 anos) foi de 29,4%, muito abaixo do preconizado pela OMS.
Evidenciou-se a importância da gestão municipal no direcionamento de esforços para reduzir as lacunas na linha de cuidado
do câncer de mama, objetivando a melhor estruturação da rede de atenção à saúde.
3. Morbidade hospitalar por neoplasias malignas em Santo Antônio de Jesus, Bahia, 2008 a 2016 Descrever o padrão de morbidade hospitalar por
câncer, entre 2008 e 2016, segundo tipo, sexo,
grupo etário, tempo de internação, desfecho (alta/óbito) e caráter do
atendimento (eletivo/ emergência) em Santo Antônio de Jesus, Bahia
Estudo descritivo utilizando dados secundários disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares, no período de 2008 a 2016
Entre 2008 e 2016, observou-se uma tendência crescente na morbidade hospitalar
por câncer entre os residentes de Santo Antônio de Jesus. O tipo mais prevalente foi o câncer de mama (22%) entre as mulheres e de próstata (16,2%) entre os homens. Quanto
ao perfil demográfico dos pacientes, ocorreram 59,4% entre o sexo feminino e 61,2% tinham 50 anos ou mais. A média do tempo de internação foi de 5,7 dias e apenas
7,7% (83) das internações tiveram óbito como desfecho; 59,8% (648) foram eletivos e 40,2% (436), de emergência. Os achados são
importantes para o planejamento dos serviços de saúde, do seu acesso e formação
de profissionais de saúde especialistas na área a fim de atender à demanda dos atendimentos com qualidade aos pacientes
hospitalizados por câncer. 4. Mortalidade por câncer em residentes de Santo Antônio de Jesus, Bahia, de 2000 a 2016 Descrever a tendência de mortalidade por câncer
entre os residentes de Santo Antônio de Jesus, Bahia, no período de 2000
a 2016, traçando um perfil epidemiológico segundo sexo, raça/cor,
faixa etária, escolaridade, local do óbito e tipo de câncer
Pesquisa descritiva com dados secundários obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade extraídos por local de residência em Santo Antônio de Jesus, entre 2000 e 2016
Houve tendência crescente na mortalidade por câncer entre os residentes de Santo Antônio de Jesus/BA, de 2000 a 2016. Esse
grupo de doenças matou mais homens idosos, pardos e com baixa escolaridade. A maioria das mortes ocorreu em hospitais e os
tipos mais comuns foram os cânceres de próstata entre os homens e de mama entre as mulheres. Os resultados contribuem para
justificar os investimentos na oferta de exames de rastreamento para a prevenção
secundária pelos serviços de saúde no município entre os indivíduos em risco.
5. Cuidados paliativos e terminalidade na formação em Medicina e Enfermagem no Brasil Identificar as evidências na literatura acerca do ensino de Cuidados Paliativos nos cursos de Enfermagem e Medicina Revisão integrativa; artigos completos e disponíveis, publicados entre 2008 e 2018, nos idiomas português, inglês e espanhol. Ao final, nove artigos foram selecionados pelo método PRISMA
As iniciativas de formação acadêmica dos estudantes de Enfermagem e Medicina para
uma atuação profissional direcionada aos cuidados paliativos e à terminalidade mostram-se incipientes. A maioria dos estudantes não se sente apta a comunicar más notícias aos pacientes e nem a assistir esses indivíduos na terminalidade de vida. A
inserção dessas temáticas na formação acadêmica dos profissionais enfermeiros e
médicos torna-se imprescindível na promoção de cuidado integral e mais
Figura 1. Síntese das publicações científicas do projeto Enfermagem em Oncologia. Santo Antônio de Jesus (BA), Brasil, 2020. ! 6. Tendência de morbidade hospitalar por câncer colorretal (CCR) na Bahia Identificar o padrão de morbidade hospitalar por
CCR segundo caráter do atendimento (eletivo/ emergência), valor total gasto, sexo, grupo etário,
tempo de internação e desfecho (alta/óbito) no
Estado da Bahia, entre 2013 e 2017 Pesquisa descritiva com dados das internações ocorridas na Bahia, com diagnóstico principal de CCR, entre 2013 a 2017, obtidos do Sistema de Informações Hospitalares (SIH)
Tendência de crescimento nas taxas de morbidade hospitalar por CCR. Foram registradas 10.674 internações, no valor total de mais de 42 milhões de reais, sendo
60,4% dos atendimentos em caráter de urgência, o que chama a atenção para a gravidade das complicações relacionadas ao
CCR, assim como o diagnóstico tardio da doença. Os dados mostram ainda que o CCR
atinge mais mulheres e indivíduos com 50 anos ou mais, reafirmando a necessidade de
discutir políticas públicas de prevenção da doença. 7. Terapias complementares na Enfermagem: revisão integrativa Descrever as características das produções científicas brasileiras sobre terapias
complementares e sua aplicação na Enfermagem Revisão integrativa; artigos completos e disponíveis, publicados entre 2014 e 2018, no idioma português. Ao final, 29 artigos foram selecionados pelo método PRISMA
Quanto às categorias temáticas, foram mais frequentes: Efetividade das TC em diferentes condições de doença (13; 44,8%) -
Oncologia (3); Estresse, ansiedade e autoestima (3); Diabetes Mellitus (1), Tabagismo (1), Lombalgia (1) e Hipertensão
(1); Saúde do trabalhador enfermeiro (3); Comparação entre as TC utilizadas na
Enfermagem (7; 24,1%), Percepção/ conhecimento sobre TC (13,8%) - discentes
de Enfermagem (2) e profissionais de Enfermagem (2); TC em gestantes (3; 10,3%). Dentre os temas abordados com menor frequência, destacam-se: ensino das TC na graduação (1; 3,5%) e TC nos Cuidados
Paliativos (1; 3,5%). Identificaram-se os temas menos abordados, constituindo-se em
possibilidades de pesquisas na área. 8. Cuidados paliativos e Enfermagem: revisão integrativa Descrever as produções científicas brasileiras
acerca dos Cuidados Paliativos na Enfermagem Revisão integrativa: artigos com texto completo disponível, publicados no período de 2014 a 2018, no idioma português. Foram selecionados 92 trabalhos pelo método PRISMA
Quanto às categorias temáticas, foram mais frequentes: Percepções/sentimentos dos enfermeiros acerca dos Cuidados Paliativos
(19 artigos; 20,7%); Cuidados paliativos ao indivíduo adulto hospitalizado (11; 12%), sendo oito trabalhos na área de Oncologia; Cuidados Paliativos na Atenção Domiciliar (8; 8,7%); Bioética (7; 7,6%), com maior enfoque
em distanásia e ortotanásia; Experiência/ Conhecimento/Percepção de acadêmicos de
Enfermagem acerca dos Cuidados Paliativos (7; 7,6%); Cuidados Paliativos em Pediatria (6; 6,5%), principalmente na fase terminal da doença; Cuidados Paliativos nas feridas tumorais (6; 6,5%); Idosos (5; 5,4%), com
foco no alívio da dor; Atenção aos cuidadores (4; 4,6%) e familiares (4; 4,6%). Reitera-se a importância da Enfermagem nos
Cuidados Paliativos, bem como a ampla gama de possibilidades de pesquisas na área.
Contribui-se, pelas atividades de extensão no processo formativo do enfermeiro, para a constru-ção de um espaço profícuo para a produconstru-ção de conhecimento baseado nas evidências científicas e nas inovações tecnológicas, além de permitir a integração entre o ensino, os serviços locais e a co-munidade em prol de mudanças, sem desconsiderar a indissociabilidade entre a pesquisa e a exten-são universitária.6 Alerta-se, no entanto, que estudos que buscam compreender esses diferentes saberes, a fim de aprofundar nas discussões desse tripé na educação superior, seja no ensino pú-blico ou privado, ainda são escassos.7
Ressalta-se, dessa forma, a importância do conhecimento dos processos transformativos que re-gem a sociedade atual, como base para uma formação pautada em indivíduos que possuem com-promisso com a intervenção social. Descreveram-se e analisaram-se, neste relato de experiência, as etapas de operacionalização de um projeto de extensão interligadas pelo eixo temático da Oncolo-gia, compreendendo a sua importância para a saúde pública,8 o que exige uma formação profissio-nal qualificada nos diferentes níveis de atenção à saúde.
Buscou-se contribuir, no contexto do projeto de extensão desenvolvido, para a consolidação de conhecimentos relevantes para a prática do profissional de saúde que atua ou atuará nos serviços públicos de saúde, assim como para o desenvolvimento de habilidades que vão além do arcabouço teórico, tais como aprender a lidar com os medos, sofrimentos, necessidades psicobiológicas e espi-rituais dos indivíduos e suas famílias.
Despertou-se, pela abordagem de temas atuais como os cuidados paliativos em oncologia, grande interesse nos participantes. Mostra-se, na formação do enfermeiro, o ensino dos cuidados paliativos ainda incipiente nos currículos da graduação, apesar de sua importância na atualidade para qualifi-car a assistência integral aos indivíduos acometidos por doenças que ameaçam a vida,9 o que revela o caráter inovador do projeto.
Estabelece-se, pela extensão universitária, a relação entre universidade e comunidade de varia-das formas e métodos, promovendo a melhoria na qualidade de vida dos indivíduos pela educação em saúde e oferecendo um ganho de experiência a partir do rompimento das barreiras da sala de aula.10 Pode-se empregar esta ferramenta por meio de ações de promoção em saúde, prevenção de doenças e reabilitação, apresentando-se, ainda, como instrumento para a formação de multiplica-dores e cuidamultiplica-dores ao pôr em prática os aprendizados adquiridos.5
Possibilita-se, pela inserção dos acadêmicos na realidade local, considerando os seus aspectos cotidianos, políticos e socioeconômicos, a sua participação e vivência com a comunidade, viabili-zando um ciclo de transformação social.5 Demonstrou-se, por outras experiências, que essas ações podem ser consideradas uma abordagem promissora para reduzir as disparidades de saúde na medi-da em que contribuem para o empoderamento de indivíduos e comunimedi-dades, capacitando-os para se
tornarem os principais atores na prevenção e busca de solução de seus próprios problemas de saú-de.11
Mostrou-se, por um outro estudo, que a implementação dessas mudanças se torna factível por meio de parcerias com organizações variadas, incluindo entidades sem fins lucrativos, agências go-vernamentais e serviços de saúde nos quais o enfermeiro pesquisador se aproxima do público-alvo a fim de entender as suas necessidades.12
Favoreceu-se, pelas atividades extensionistas realizadas no projeto, o aprendizado com a expe-riência local, subsidiando intervenções junto à comunidade e produzindo conhecimento científico sobre o perfil clínico, epidemiológico e de rastreamento de cânceres que pode orientar os serviços e gestores locais na tomada de decisão. Pode-se, desse modo, a extensão na área da saúde facilitar o alinhamento das prioridades de saúde da comunidade com as atividades educacionais, de pesqui-sa e clínicas da universidade, permitindo que espesqui-sas sejam mais eficazes.13
Apresenta-se, diante disso, a articulação ensino-serviço-comunidade como estratégia que contri-bui para a formação crítico-reflexiva do enfermeiro, em consonância com o perfil exigido pelas atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Brasil. Sabe-se, no entanto, que existem desafios na sua implementação de forma institucionalizada que remetem ao modelo hospitalocêntrico predominan-te em alguns currículos, fragmentação de conpredominan-teúdos em disciplinas, resistência do próprio corpo docente, baixa valorização e incentivo às práticas extramuros.14
Torna-se evidente, para superar tantos desafios, a importância da institucionalização dessas prá-ticas nos currículos, bem como da valorização de iniciativas que promovam o ensino em atividades multiprofissionais e interdisciplinares, com o envolvimento de docentes, discentes, profissionais de saúde, comunidade e gestores. Reafirma-se, assim, o compromisso da Universidade para a modifi-cação da formação em saúde e transformação dos processos de atenção à saúde.14
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Demonstrou-se, por este estudo, a aplicação de um modelo de ensino-aprendizagem no curso de Enfermagem que busca integrar universidade e comunidade, a partir do desenvolvimento de proje-tos de extensão, além de contribuir para a abordagem de temas ainda pouco trabalhados na forma-ção profissional, mas de grande importância epidemiológica e social. Suscitam-se, nesse sentido, por este trabalho, possibilidades de práticas interdisciplinares na área da Enfermagem oncológica, levando os discentes a uma reflexão crítica do ser “enfermeiro” nesse campo de atuação.
Revelou-se, pelas atividades desenvolvidas no projeto de extensão “Enfermagem em Oncologia”, a potencialidade da extensão universitária ao proporcionar experiências de consolidação do conhe-cimento teórico por meio de sua aplicação na prática, estudo da realidade local e produção
fica. Produziram-se, pela experiência vivenciada pelos acadêmicos nesse projeto de extensão, co-nhecimento sobre a formação em Enfermagem, capacitação de profissionais nos serviços, bem como aproximação da realidade nas atividades com a participação da comunidade.
Espera-se, assim, que este estudo fomente reflexões sobre a Enfermagem Oncológica e os cuida-dos paliativos, proporcionando ferramentas para a construção de um novo pensar sobre a formação do enfermeiro e que possa subsidiar outras experiências de ensino-pesquisa-extensão em diferentes localidades, valorizando a interdisciplinaridade por meio da participação de profissionais e estudan-tes de diferenestudan-tes áreas de conhecimento.
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Projeto de extensão financiado pelo Programa Institucional de Bolsas de Extensão Universitária – PIBEX.
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2. Rosa LM, Souza AIJ, Anders JC, Silva RN, Silva GS, Fontão MC. Oncology nursing care and qualifi-cation demands in primary health care. Cogitare Enferm. 2017 Apr/Oct; 22(4):165-73. DOI: 10.5380/ce.v22i4.51607
3. Oliveira AM, Stancato K, Silva EM. Nursing education: public policy at oncologic attention. En-ferm Foco [Internet]. 2018 Nov [cited 2020 Mar 03];9(3):48-52. Available from: http://revista.co-fen.gov.br/index.php/enfermagem/article/view/1175/460
4 Ministério da Educação (BR), Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Reso-lução nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Supe-rior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Naci-onal de Educação – PNE 2014 – 2024 e dá outras providências [Internet]. Brasília: Ministério da Edu-cação; 2018 [cited 2019 Dec 20]. Available from: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/ Kujrw0TZC2Mb/content/id/55877808
5. Deslandes MSS, Arantes AR. The university extension as a mean of social and professional trans-formation. Sinapse Múltipla [Internet]. 2017 Dec [cited 2019 Feb 26]; 6(2):179-83. Available from: http://periodicos.pucminas.br/index.php/sinapsemultipla/article/view/16489/12678
FINANCIAMENTO
6. Pina-Oliveira AA, Chiesa AM. Boaventura de Sousa Santos and his contributions for academic ex-tension into a new century. Extensio: Rev Elet Extensão. 2016; 13(23):3-15. DOI: 10.5007/1807-0221.2016v13n23p3
7. Paula DPS, Gonçalves MD, Rodrigues MGJ, Pereira RS, Fonseca JRO, Machado AS, et al. Integrati-on of teaching, research and university extensiIntegrati-on in the academic formatiIntegrati-on: perceptiIntegrati-on of the stu-dent of nursing. REAS. 2019 Oct; (33):e549. DOI: 10.25248/reas.e549.2019
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9. Silveira PJ, Costa AEK, Lohmann PM, Lavall E. Integrative review: palliative care in oncological patients. Res Soc Development. 2020;9(2):e144922136. DOI: 10.33448/rsd-v9i2.2136
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Correspondência
Ramona Garcia Souza Dominguez E-mail: ramonagarcia1@hotmail.com Submissão: 02/04/2020
Aceito: 14/12/2020
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