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EFEITO DO EXTRATO DE COITÉ (Crescentia cujete) SOBRE O REPARO TECIDUAL EM LESÕES CUTÂNEAS NÃO CONTAMINADAS E CONTAMINADAS EM RATOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

EFEITO DO EXTRATO DE COITÉ (Crescentia cujete) SOBRE O

REPARO TECIDUAL EM LESÕES CUTÂNEAS NÃO

CONTAMINADAS E CONTAMINADAS EM RATOS

Autora: Carolina Silva Ramos

Orientador: Prof. Dr. Olízio Claudino da Silva

GOIÂNIA 2015

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CAROLINA SILVA RAMOS

EFEITO DO EXTRATO DE COITÉ (Crescentia cujete) SOBRE O

REPARO TECIDUAL EM LESÕES CUTÂNEAS NÃO

CONTAMINADAS E CONTAMINADAS EM RATOS

Tese apresentada junto ao Programa de Pós Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de Doutora em Ciência Animal.

Área de Concentração: Patologia, Clínica e Cirurgia Animal

Linha de Pesquisa: Patologia clínica e cirúrgica e cirurgia experimental

Orientador: Prof. Dr. Olízio Claudino da Silva – EVZ/UFG

Comitê de Orientação: Profa. Dra. Ana Paula Iglesias Santin – EVZ/UFG

Profa. Dra. Regiani Nascimento Gagno Pôrto – EVZ/UFG

GOIÂNIA

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.

CDU 639.09 Silva Ramos, Carolina

Efeito do Extrato de Coité (Crescentia Cujete) Sobre o Reparo Tecidual em Lesões Cutâneas Não Contaminadas e Contaminadas em Ratos [manuscrito] / Carolina Silva Ramos. - 2015.

lxx, 70 f.: il.

Orientador: Prof. Olízio Claudino da Silva; co-orientador Ana Paula Iglesias Santin; co-orientador Regiani Nascimento Gagno Pôrto. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ), Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Goiânia, 2015.

Bibliografia.

Inclui siglas, fotografias, abreviaturas, símbolos, gráfico, tabelas, lista de figuras, lista de tabelas.

1. antibacteriano. 2. cicatrização. 3. feridas. 4. fitoterápico. 5. pele. I. Claudino da Silva, Olízio , orient. II. Título.

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“Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. Se não houver flores, valeu a sombra das folhas. Se não houver folhas, valeu a intenção da semente!”

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AGRADECIMENTOS

A Deus, meu Pai de bondade, por trilhar os meus caminhos e me trazer de volta à Universidade em que comecei a caminhada na Medicina Veterinária – UFG. E à Nossa Senhora, minha Mãe, que me ampara sempre e intercedeu por mim nos momentos em que precisei.

À minha família, que é, em conjunto, o meu alicerce. Em especial, meus pais, irmãos, sobrinhos e avós, que me acompanharam de perto durante toda a trajetória e sempre torceram pelo meu melhor.

Ao Prof. Olízio Claudino da Silva, meu orientador, pela enorme paciência, compreensão nos momentos de ausência na UFG devido ao ofício de docência concomitante ao doutoramento, e aos seus sábios conselhos, se portando mesmo como um pai, que “puxou a orelha” quando mereci e acalentou quando precisei.

Ao Prof. Andrigo Barboza de Nardi, meu ex-coorientador, que mesmo à distância pôde me ajudar e apoiar no crescimento profissional.

Às professoras Ana Paula I. Santin e Regiani N. G. Pôrto, agradeço por terem se tornado as integrantes do meu atual comitê de orientação. E, juntamente com o prof. Eugênio G. de Araujo e profa. Maria Auxiliadora Andrade, que compuseram a banca do exame de qualificação, agradeço pela colaboração na correção deste trabalho e pelas sugestões que puderam enriquecer o conteúdo da tese.

Ainda aos professores Eugênio G. de Araújo, Ana Paula I. Santim e Regiane N. G. Pôrto, agradeço pela oportunidade de reaprender histologia. Pelo estímulo e paciência no ensino, para que eu pudesse realmente ter realizado todas as fases do meu experimento. Ao técnico Antônio, por me receber em seu laboratório para o processamento de algumas lâminas. Ao amigo Hugo Henrique Ferreira por me socorrer durante essa fase de aprendizado histológico. E às amigas, Camila Suiane por me ceder seu laboratório e microscópio durante o treinamento e Tálita Martins por ceder seu tempo e sua vontade de aprender junto a mim, me ajudando no esclarecimento de dúvidas.

À Profa. Maria Auxiliadora Andrade e à Maria Auxiliadora (Dorinha), pela enorme ajuda com as culturas bacterianas “in vitro”. Da mesma forma que os professores anteriores,

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me deram a chance de reaprender algo que não era de minha rotina e assim eu pude compreender melhor aquilo com que estive trabalhando.

Ao Prof. José Realino, Thiago Levi e Leila Maria L. Parente pelo auxílio na manipulação e estudo da Crescentia cujete. Agradeço ainda pela autorização do uso do laboratório LPPN/FF/UFG para a transformação do fitoterápico.

Ao amigo José Hidasi pela grande ajuda com a avaliação estatística dos meus resultados.

Às Faculdades Objetivo-ASSOBES-IUESO, agradeço pela disponibilização de seu espaço físico para a realização do experimento. Ao coordenador Angelo Basile, pela sua autorização e ao coordenador Thássio T. A. Silva pelo empréstimo das gaiolas.

Aos alunos Suair Campos e Jéssica Caetano por todos os seus empenhos durante a fase de realização do projeto. Permanecendo comigo e me auxiliando no manejo dos ratos diariamente, duas vezes ao dia, inclusive aos finais de semana e feriados e sempre com o sorriso no rosto e a vontade clara de aprender e crescer. Tenho certeza que serão excelentes profissionais em um futuro próximo.

À amiga Mônica Ferreira, por sua mente brilhante; Ajudou-me em todas as fases, dando dicas antes da realização dos testes, indicando auxílios durante a análise dos resultados e me instruindo durante a escrita final. Ao professor Ary Demosthenes, por também me ajudar durante a fase final.

À aluna Gabriella Campos e seu pai, que trouxeram o conhecimento popular sobre o uso da planta para o meio acadêmico e me deram a oportunidade de conhecer a eficácia do produto.

À Flávia Gontijo e Alessandra Duarte, por me ajudarem na coleta de dados para embasamento científico, antes do início do projeto.

Às 36 ratas, que mesmo involuntariamente, doaram suas vidas pelo bem da ciência. Foi muito difícil me desfazer delas. Ao biotério da UFG por ceder os animais.

Aos professores Eugênio G. de Araújo, Neusa M. Paulo, Monica R. F. Machado e Andrigo Barboza de Nardi, pela colaboração enriquecedora ao produto final, compondo a banca de defesa da tese.

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Ao Rubens, funcionário do CEUA, por me ajudar a agilizar o processo da troca de projetos de pesquisa. Aos colegas Sarah Barboza, Helton Freire, Nathália Bragato, Luíz Henrique, Profa. Naida Cristina Borges e prof. Paulo Henrique J. da Cunha, que eram os meus parceiros no primeiro projeto de pesquisa.

À Capes, pela concessão da bolsa durante todo o período de doutoramento.

À Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás, ao Programa de Pós Graduação em Ciência Animal e a todos os docentes que me acompanharam neste período, por todos os ensinamentos a mim passados e pela oportunidade de crescimento profissional e pessoal. Em especial, ao professor Adilson D. Damasceno, que ofertou uma disciplina com resultados essenciais para a elaboração do produto escrito e a apresentação oral; e aos professores Maria Clorinda S. Fioravanti e Emmanuel Arnhold pela correção deste trabalho enquanto projeto de pesquisa.

Além dos nomes citados, agradeço ainda a vários outros amigos que, vez ou outra, me ajudaram a chegar ao término de mais essa etapa.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ... 1

1. Introdução ... 1

2. Morfologia da pele ... 2

3. Feridas ... 4

4. Coité (Crescentia cujete) ... 111

REFERÊNCIAS ... 155

CAPÍTULO 2. REPARO TECIDUAL DE FERIDAS CUTÂNEAS EM RATAS TRATADAS COM EXTRATO DE COITÉ (Crescentia cujete) ... 211

Resumo ... 211 Abstract ... 222 Introdução ... 23 Material e métodos ... 24 Resultados e discussão ... 27 Conclusão ... 35 REFERÊNCIAS ... 36

CAPÍTULO 3. EFEITO ANTIBACTERIANO DO EXTRATO DE COITÉ (Crescentia cujete) A 25% EM FERIDAS CUTÂNEAS CONTAMINADAS EXPERIMENTALMENTE EM RATAS ... 38 Resumo ... 38 Abstract ... 39 Introdução ... 40 Material e métodos ... 41 Resultados e discussão ... 44 Conclusão ... 52 REFERÊNCIAS ... 53

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1

FIGURA 1 Imagem fotográfica da árvore de coité (Crescentia cujete) apresentando frutos em formato oval... 12 FIGURA 2 Representação esquemática dos compostos do coité (Crescentia cujete),

fórmula estrutural molecular... 13

CAPÍTULO 2

FIGURA 1 Médias dos diâmetros das feridas (em centímetros) das ratas dos diferentes grupos nos quais foram usados métodos de cicatrização distintos durante dez dias (G1 = coité; G2 = pomada de neomicina; G3 = solução salina). As barras representam os intervalos de confiança de 95%. Barras com letras diferentes indicam tratamentos que diferiram significativamente de acordo com testes de Tukey... 29 FIGURA 2 Tamanho das feridas (em centímetros) das ratas dos diferentes grupos nos

quais foram usados métodos de cicatrização distintos (G1 = coité; G2 = pomada de neomicina; G3 = solução salina). As barras representam os intervalos de confiança de 95%. O círculo preto no eixo y indica o tamanho inicial das feridas (Dia 0). As barras representam os intervalos de confiança de 95%. Barras com letras diferentes dentro de cada dia indicam tratamentos que diferiram significativamente de acordo com testes de Tukey... 30 FIGURA 3 Gráfico com os valores percentuais de alterações histológicas encontradas na

epiderme das ratas tratados com extrato de coité, pomada de neomicina e solução salina... 31 FIGURA 4 Gráfico com os valores percentuais de alterações histológicas encontradas na

derme das ratas tratados com extrato de coité (G1), pomada de neomicina (G2) e solução salina (G3), em relação ao número de infiltrado inflamatório. As alterações foram classificadas em ausentes, leves, moderadas e intensas de acordo com o número de células visualizadas... 32 FIGURA 5 Fotomicrografia de pele de rata, dez dias após excisão cirúrgica e tratada com

solução aquosa de coité. HE, objetiva 10x. A seta verde indica presença de reepitelização e as setas pretas demonstram presença de neovasos (angiogênese)... 34

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LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 3

FIGURA 1 Média dos diâmetros das feridas (em centímetros) das ratas dos diferentes grupos nos quais foram usados métodos de cicatrização distintos (G1 = coité; G2 = pomada; G3 = solução salina) ao longo de 14 dias. As barras representam os intervalos de confiança de 95%. Barras com letras diferentes indicam tratamentos que diferiram significativamente de acordo com testes de Tukey... 45 FIGURA 2 Tamanho das feridas (em centímetros), por dia, das ratas dos diferentes

grupos nos quais foram usados métodos de cicatrização distintos (G1 = coité; G2 = pomada; G3 = solução salina) nas feridas contaminadas. As barras representam os intervalos de confiança de 95%. O círculo preto no eixo y indica o tamanho inicial das feridas (Dia 0). As barras representam os intervalos de confiança de 95%. Barras com letras diferentes dentro de cada dia indicam tratamentos que diferiram significativamente de acordo com testes de Tukey... 46 FIGURA 3 Gráfico com os valores percentuais de alterações histológicas encontradas na

epiderme de feridas contaminadas em ratas tratadas com extrato de coité, pomada de neomicina e solução salina... 47 FIGURA 4 Gráfico com os valores percentuais de alterações histológicas

encontradas na derme das feridas contaminadas em ratas tratadas com extrato de coité (G1), pomada de neomicina (G2) e solução salina (G3), em relação ao número de infiltrado inflamatório. As alterações foram classificadas em ausentes, leves, moderadas e intensas de acordo com o número de células visualizadas... 49 FIGURA 5 Fotomicrografias de cortes histológicos de pele de ratas, quatorze dias após

exérese cirúrgica e fechamento por segunda intenção. Em A, presença de células gigantes (setas azuis) em ferida de animal tratado com pomada de Neomicina. HE, objetiva 20x. Em B, abscesso com grande quantidade de infiltrado inflamatório, predominantemente polimorfonucleares (seta vermelha), em animal do grupo controle negativo, tratado com solução salina. HE, objetiva 4x. Em C, angiogênese (setas verdes) em animal do grupo tratado com solução aquosa de coité. HE, objetiva 20x. Em D, aspecto histológico de pele íntegra com a presença de anexos cutâneos (setas amarelas) em animal tratado com solução aquosa de coité. HE, objetiva 4x... 50 FIGURA 6 Gráfico com os valores percentuais relativos às propriedades antibacterianas

dos produtos testados pelo método de imunodifusão em ágar (extrato aquoso de coité, neomicina, solução salina e extrato hidroalcoólico de coité). A sensibilidade foi considerada quando da formação do halo de inibição... 51

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LISTA DE ABREVIATURAS

Cyr61 (Connective Tissue Growth Factor (CTGF) cysteine-rich 61)

EGF (Epidermal Growth Factor)

EPI’s (Equipamentos de Proteção Individuais)

FDR (False Discovery Rate)

FGF (Fibroblast Growth Factor)

HB-EGF (Heparin-Binding EGF)

HE (hematoxilina-eosina)

HGF (Hepatocyte growth factor)

HLE (Human leukocyte elastase)

IL-1 (Interleukin-1)

IL-6 (Interleukin-6)

IL-8 (Interleukin-8)

IUESO (Instituto Unificado de Ensino Superior Objetivo)

LPPN/FF (Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais da Faculdade de Farmácia)

MAF (macrophage activating factor)

MIF (migration inhibition factor)

MIP (Macrophage Chemoattractant Protein)

MIP (Macrophage Inflammatory Protein)

MSP (Macrophage-Stimulating Protein)

PDGF (Platelet-Derived Growth Factor)

PLGF (Placenta Growth factor)

ROS (Reactive Species of Oxygen)

TGF (Transforming Growth Factor)

TNF (Tumor Necrosis Factor)

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RESUMO

Os estudos das plantas medicinais estão se desenvolvendo cada vez mais no meio acadêmico como tratamento complementar para pessoas e animais, principalmente, devido ao aparecimento de bactérias multiresistentes aos antibióticos sintéticos. Dentre as plantas de grande uso popular encontra-se o coité, de nome científico Crescentia cujete. A Bignoniaceae, conhecida também como cabaça ou cuieira é uma espécie nativa da América tropical e pode ser facilmente encontrada no Brasil. É usada para combater a hipertensão, diabetes, problemas urinários, tosses e anemias, entre outros. Há relatos do uso popular do extrato do coité para o tratamento de feridas em humanos e animais, mas nenhuma comprovação científica deste uso encontra-se atualmente disponível. Diante do exposto, com o desenvolvimento deste estudo objetivou-se avaliar o processo cicatricial das feridas cutâneas em ratos, tratados com coité (Crescentia cujete), bem como o seu poder bactericida. No segundo capítulo, testou-se o potencial terapêutico do coité em feridas cutâneas de ratos. Para tal, foram utilizados 18 ratos, fêmeas, 45 dias de idade e 115 gramas, em média. Os animais foram separados em três grupos de acordo com o tipo de tratamento proposto (extrato alcoólico de coité a 25%, pomada cicatrizante comercial à base de neomicina a 5% e controle negativo com solução salina – NaCl 0,9%). Para a realização das feridas foi instituída anestesia geral e exérese cutânea na região cervical dorsal com Punch de 0,6 cm. Os animais de todos os grupos foram tratados diariamente, a cada 12 horas, até completa cicatrização do tecido. Os resultados apontaram que o extrato de coité contribuiu para que o processo de cicatrização evoluísse satisfatoriamente. No terceiro capítulo, além do potencial cicatrizante, foi avaliado o poder antibacteriano da planta. O teste nos animais compreendeu a avaliação das feridas da mesma forma como descrita do capítulo 2, com o diferencial que estas lesões foram contaminadas com solução polimicrobiana de fezes frescas dos próprios ratos, logo após a extirpação cutânea cirúrgica. Foi observado que a solução aquosa contendo extrato etanólico de coité a 25% auxiliou no processo de reparação cicatricial, com menores intercorrências e retração centrípeta precoce das lesões, quando comparados à pomada de neomicina e solução salina. Para comprovar o efeito antibacteriano do coité, foi realizado um estudo in vitro em cepas de Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. e Enterobacter spp., pelo método de difusão em ágar, com a construção de um orifício para a colocação do líquido a ser testado. A solução aquosa do extrato de coité demonstrou atividade inibitória (formação do halo de inibição) em todas as bactérias utilizadas. Concluiu-se que o protocolo utilizado é uma alternativa eficaz para o tratamento de lesões cutâneas, mesmo contaminadas.

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ABSTRACT

Studies with medicinal plants as alternative treatment for animals and people have been developing, because of the low cost income and due to the emergence of multi-resistant bacteria to synthetic antibiotics. Among the great popular use of plants is the Coité or Crescentia cujete. It is a Bignoniaceae, also known as gourd or cuieira. It is a native specie of tropical America and can be easily found in Brazil. It is used to combat high blood pressure, diabetes, urinary problems, coughs and anemia, among others. There are reports of popular Coité extract use for the treatment of wounds in humans and animals, but no scientific proof of this use is currently available. The study aimed to evaluate the healing process of skin wounds in rats treated with Coité (Crescentia cujete), and its bactericidal power. The second chapter, it tested the therapeutic potential of Coité in skin wounds in rats. To this end, we used 18 rats, female, 45 days old and 115 grams, on average. The animals were divided into three groups according to the proposed type of treatment (Coité alcoholic extract of 25% commercial neomycin healing ointment base to 5% and negative control saline - 0.9% NaCl). To carry out the wounded was instituted general anesthesia and skin excision in the dorsal cervical region with punch 0.6 cm. The animals of all groups were treated daily, every 12 hours until complete healing of the tissue. The results showed that the Coité extract contributed to the healing process evolved satisfactorily. In the third chapter, in addition to the healing potential, it evaluated the antibacterial power plant. The test animals included the assessment of the wounds the same way as described in chapter 2, with the difference that these lesions were contaminated with polymicrobial solution of fresh feces of rats own immediately after surgical skin removal. It was observed that the aqueous solution containing the ethanol extract of Coité to 25% helped the scar healing process with less complications and early centripetal contraction of the lesions when compared with the ointment neomycin and brine. To demonstrate the antibacterial effect of Coité, a study was conducted in vitro on Escherichia coli strains, Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. and Enterobacter spp. by immunodiffusion in agar, with the construction of a hole for placing the liquid to be tested. The aqueous solution of Coité extract showed inhibitory activity (inhibition zone formation) in all the bacteria used. The protocol used is an effective alternative for treatment of skin lesions.

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CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o segundo maior mercado pet do mundo, sendo estimado mais de 30 milhões de animais domésticos, dos quais a maioria é composta por cães e gatos1. Com o aumento do número de animais domésticos, os problemas dermatológicos vêm aumentando consideravelmente. Dentre estes, pode-se incluir a cicatrização de feridas, devido ao número elevado de lesões cutâneas, bem comuns nas diferentes espécies e promovida por diversos tipos de agentes2.

A epiderme desenvolve-se a partir do ectoderma e a derme origina-se do mesoderma3. A pele com pêlos caracteriza-se por possuir uma espessura variável4. A espessura cutânea diminui no sentido dorso ventral do tronco e no sentido proximal-distal dos membros3. A epiderme, em geral, consiste de três camadas de células nucleadas5, sendo elas camada basal, espinhosa e granulosa. Acima destas camadas existem ainda a camada lúcida e córnea6.

Abaixo da epiderme existe a membrana basal, que é responsável pela união da derme e epiderme7. A derme é formada por tecido conjuntivo que forma as papilas dérmicas que acompanham as reentrâncias da epiderme. A derme é constituída por duas camadas: papilar e reticular. A primeira formada por tecido conjuntivo frouxo contendo fibrilas de colágeno e a segunda de tecido conjuntivo denso no qual se encontram vasos sanguíneos e linfáticos além da inervação da pele6.

Qualquer lesão de continuidade que promova destruição dessas estruturas deve ser reparada. A cicatrização é o processo corpóreo de reparação dos tecidos epidérmico e dérmico. Após uma lesão, o processo cicatricial é iniciado e pode ser dividido em cinco fases: coagulação, inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação8. Na tentativa de auxiliar esses processos, diversas substâncias têm sido estudadas, entre elas os fitoterápicos que têm mostrado resultados benéficos no auxílio da cicatrização9.

No Brasil, uma das plantas utilizadas pela medicina popular é o extrato de coité (Crescentia cujete). É utilizado como cicatrizante em feridas de animais, porém não há descrição na literatura, nem pesquisas que comprovem esta ação. De acordo com a literatura, o coité tem sido utilizado na medicina popular para tratamento de desordens metabólicas, musculoesqueléticas, doenças do sistema genitourinário e no tratamento de doenças da pele e tecido subcutâneo10.

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2. MORFOLOGIA DA PELE

A pele ou tegumento é o maior e mais extenso órgão do corpo. Ela é composta pelos quatro tipos de tecidos e apresenta como função cobrir e proteger as estruturas subjacentes e formar uma barreira entre o lado interno e externo do corpo, protegendo-o contra perdas de eletrólitos, água e macromoléculas; proteção contra lesões e microorganismos; flexibilidade e termorregulação. A pele faz parte do sistema tegumentar, que envolve toda a superfície externa do animal, incluindo pêlos, cascos, unhas, chifres e glândulas11.

A epiderme é formada por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, apresentando quatro tipos celulares: os ceratinócitos, as células de Langerhans, os melanócitos e as células de Merkel. Os ceratinócitos estão organizados em cinco camadas ou estratos: basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea. A camada basal é a camada mais profunda e constituída por dois tipos celulares: os ceratinócitos e os melanócitos11.

A camada basal é responsável pela formação das outras camadas, de modo que os outros extratos são formados por migração dos ceratinócitos12. A ceratina, assim, é o produto da diferenciação dos ceratinócitos basais13. Essa camada apresenta alta atividade mitótica6 e os ceratinócitos têm citoplasma basofílico com núcleos grandes e hipercromáticos11. Enquanto algumas destas células resultantes do processo mitótico são adicionadas à população de células tronco basais, outras migram para o estrato espinhoso, iniciando o processo de diferenciação que finaliza com o estrato córneo14.

A camada basal repousa sobre a membrana basal15, sendo que a segunda é considerada a junção dermoepidérmica. Essa região se liga às células por hemidesmossomas e filamentos intermediários14, enquanto as células basais da epiderme estão associadas entre si por desmossomas. A membrana basal tem papel na manutenção funcional e proliferativa da camada basal, manutenção da arquitetura epidérmica e função reguladora do transporte nutricional entre a epiderme e a derme11.

No estrato basal também estão localizados os melanócitos16. Os melanócitos são responsáveis pela formação de melanina que dá coloração à pele. Também inclusas no estrato basal estão as células de Merkel, que funcionam como mecanorreceptores4. As fibras nervosas oriundas desses receptores se projetam da derme para a epiderme, sendo mielínicas e posteriormente perdendo a mielina quando ultrapassam a lâmina basal da epiderme, e extendem-se em terminações sensitivas da forma de uma placa nervosa em contato com essas células17.

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A camada espinhosa é formada por células cubóides de núcleo central e seu citoplasma apresenta tonofilamentos6. Estas estruturas mantêm as células conectadas entre si, pois se associam a desmossomos. Durante o processamento histológico, as células se contraem, e os tonofilamentos associados aos desmossomos resultam no aspecto das células à microscopia de luz18.

Essa camada pode apresentar até 20 estratos em estruturas como os coxins, transições mucocutâneas e plano nasal11. Nessa, também estão presentes as células de Langerhans, de linhagem monocítica e que tem papel de apresentadora de antígenos e em conjunto com linfócitos T formam o tecido linfóide associado à pele18.

A camada granulosa pode apresentar diferentes espessuras conforme a presença de pelo11, apresentando células poligonais achatadas, núcleo central e citoplasma carregado de grânulos basófilos. Esses grânulos são formados por queratohialina6 e ricos em filagrina, um filamento proteico que atua como substância interfibrilar da ceratina mole14. Essa proteína tem função de agregar e alinhar os filamentos de ceratina e é fonte de aminoácidos livres que hidratam e também impermeabilizam a camada córnea11.

A camada lúcida é reconhecida como uma camada intermediária entre a camada granulosa e córnea formada por células anucleares, achatadas, eosinofílicas e translúcidas. As células não apresentam organelas, devido à digestão por enzimas lisossômicas durante o processo de apoptose6. Seu citoplasma é composto por filagrina associada a filamentos intermediários de ceratina em feixes compactos, o que confere o aspecto achatado das células. O lado externo é composto por um complexo de lipídios liberados pelos grânulos lamelares, oriundos das células da camada granulosa. Esses lipídios se unem aos envoltórios celulares por ligações cruzadas, formando o complexo de envoltório celular cornificado composto14.

A camada mais externa da epiderme é a córnea. Ela apresenta espessura variável, é eosinofílica e constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma está repleto de ceratina6 e envolto em uma matriz lipídica11. Os corneócitos, denominados assim os ceratócitos que passaram pelo processo de diferenciação, são perdidos pela descamação. A descamação gradual é equilibrada pela proliferação de células basais13.

A derme é formada por tecido conjuntivo onde se apoia a epiderme. Nos animais, ela é dividida em papilar e reticular, e está separada da epiderme pela membrana basal. As células predominantes são os fibroblastos e macrófagos. Em algumas regiões da derme profunda, há variável quantidade de adipócitos7.

As fibras dérmicas podem ser colágenas e elásticas, sendo que a espessura da última está relacionada com a quantidade e o diâmetro de feixes colágenos7. Ainda na derme,

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existem plexos intercomunicantes de artérias e veias. Além das células endoteliais, estão também presentes os pericitos, que são células fusiformes contráteis e que regulam o fluxo capilar15. Os vasos linfáticos drenam o plexo linfático subcutâneo18.

Nervos autônomos formam plexos perivasculares de fibras simpáticas que inervam os vasos sanguíneos, as glândulas e os músculos eretores do pêlo. As fibras nervosas sensoriais formam o plexo nervoso subcutâneo da derme, que mantêm relação com o plexo nervoso subcutâneo do tecido subcutâneo19. O plexo nervoso subcutâneo da derme se continua na forma de terminações nervosas sensoriais para pressão, tato, temperatura e dor. A musculatura lisa que forma os músculos eretores do pelo se origina na derme superficial e se insere na bainha do tecido conjuntivo fibroso do folículo piloso primário. Eles respondem à liberação de epinefrina e norepinefrina, causando piloereção e esvaziamento das glândulas sebáceas20.

3. FERIDAS

3.1 Classificações e fases de cicatrização

As feridas são classificadas segundo seu aspecto macroscópico, de diferentes formas. Dentre as principais, estão a classificação quanto ao grau de penetração na pele, divididas em fechadas ou abertas, e quanto ao tempo de evolução da cicatrização, divididas em agudas ou crônicas. Feridas fechadas são as que não atingem a espessura total da pele e incluem abrasões, contusões e hematomas. Abertas são feridas que penetram a derme e comumente envolvem estruturas mais profundas, onde estão incluídas as incisões, lacerações, avulsões e perfurações. Feridas agudas são aquelas em que o processo de reparação ocorre logo em seguida à lesão e nas feridas crônicas o processo ocorre tardiamente, acompanhado de complicações21.

Podem ser classificadas também de acordo com o tipo de cicatrização, em primárias (fechamento por primeira intenção), secundárias (por segunda intenção) e terciárias (por terceira intenção). Feridas primárias são aquelas imediatamente fechadas com sutura simples, colocação de enxerto de pele ou fechamento de retalho, como o fechamento da ferida no final de um procedimento cirúrgico. O fechamento secundário é representado pela ferida contaminada, que irá fechar por reepitelização e contração. O fechamento por intenção terciária também é referido como fechamento primário retardado. Uma ferida contaminada é tratada inicialmente com desbridamento repetido e, talvez, antibióticos sistêmicos ou tópicos

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por vários dias, para controle da infecção. Uma vez avaliada como pronta para fechamento, realiza-se intervenção cirúrgica do tipo sutura, colocação de enxerto de pele ou retalho22.

As feridas podem, ainda, ser classificadas de acordo com o grau de contaminação como feridas limpas, limpa-contaminadas, contaminadas e infectadas ou sujas. Feridas limpas são aquelas produzidas em ambiente cirúrgico; as limpa-contaminadas, também denominadas como potencialmente contaminadas, ocorrem quando o agente que promove a lesão encontra-se contaminado; nas contaminadas há reação inflamatória acentuada; e nas infectadas ou sujas há sinais nítidos de infecção, por exemplo, a presença de exsudato purulento23.

A cicatrização das feridas é um fenômeno fisiológico que se inicia a partir da perda de integridade da pele, gerando uma solução de continuidade que atinge os planos subjacentes em diversos graus, e depende de uma série de reações químicas24, com o objetivo de restaurar a área lesada. O processo de cicatrização envolve três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelamento, as quais culminam no reparo tissular25 (Figura 1).

Fase inflamatória

Após a ocorrência do ferimento, inicia-se o extravasamento sanguíneo que preenche a área lesada com plasma e elementos celulares. A perda de sangue tecidual ativa as plaquetas e a coagulação sanguínea, para limitar o extravasamento de sangue no tecido. O coágulo sanguíneo proporciona uma matriz provisória, que facilita a migração das células até a ferida26.

As plaquetas, essenciais à formação desse tampão hemostático, também secretam múltiplos mediadores, incluindo fatores de crescimento, liberados na área lesada. Induzidas pela trombina, ainda sofrem degranulação e liberam vários fatores de crescimento, como o derivado de plaquetas (PDGF), o de crescimento transformante-β (TGF-β), o de crescimento epidérmico (EGF), o de crescimento transformante-α (TGF-α) e o fator de crescimento de células endoteliais (VEGF), além de glicoproteínas adesivas como a fibronectina e trombospondina, que são importantes constituintes da matriz extracelular provisória. Mais ainda, a ativação da cascata de coagulação e do complemento, juntamente com a liberação dos fatores de crescimento e ativação de células parenquimatosas pela lesão, produz numerosos mediadores vasoativos e fatores quimiotáticos que auxiliam o recrutamento das células inflamatórias no local da ferida27.

Esses eventos provocam vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e favorecem quimiotaxia leucocitária para o sítio da ferida, o que caracterizam a fase inflamatória da cicatrização, traduzida pelos sinais clássicos calor, rubor, dor, tumor e perda

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de função, permanecendo por um período compreendido entre três a dez dias28. Após a saída das plaquetas de dentro do leito vascular, os neutrófilos e monócitos são as primeiras células a chegar ao local da lesão e migram em direção ao leito da ferida, em resposta aos agentes quimiotáticos29.

A principal ação dos neutrófilos é a fagocitose, além de serem expressiva fonte de espécies de oxigênio reativo (ROS). Os monócitos migram do interior dos vasos sanguíneos até o espaço tecidual e diferenciam-se em macrófagos. A presença de fibronectina insolúvel, tecido hipóxico, agentes quimiotáxicos, lipopolissacarídeos bacterianos e interferons são prováveis fatores de atração desses leucócitos. Os macrófagos desempenham papel crucial na fase inflamatória por desempenharem atividade fagocítica e de desbridamento de feridas e remoção de corpos estranhos, além de atuarem como célula apresentadora de antígenos, auxiliarem no desenvolvimento do tecido de granulação e liberarem fatores de crescimento e mediadores bioquímicos que ditam e sustentam o processo cicatricial30. A atuação dos macrófagos ocorre entre dois e cinco dias após a lesão. Estes produzem vários fatores de crescimento, tais como o PDGF, o TGF-β, o fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e o VEGF, que se destacam como as principais citocinas necessárias para estimular a formação do tecido de granulação31.

Fase proliferativa

Sequencialmente, a cicatrização evolui para a fase proliferativa, incluindo os eventos de fibroplasia, angiogênese e intensa contração centrípeta da ferida (dando início à próxima fase, de maturação). Essa fase predomina entre o sétimo e 14° dias pós-lesão32.

O fenômeno de fibroplasia é caracterizado pela proliferação de fibroblastos, que são os principais responsáveis pela deposição da nova matriz. Esses iniciam a deposição de colágeno para formar uma estrutura de vedação sobre a parte danificada, criando assim, a matriz extracelular de uma ferida O ácido hialurônico é um importante agente na proliferação dos fibroblastos, facilitando a sua motilidade6.

A angiogênese é uma etapa fundamental do processo de cicatrização, na qual novos vasos sanguíneos são formados a partir de vasos preexistentes. Os novos vasos participam da formação do tecido de granulação provisório e suprem de nutrientes e de oxigênio o tecido em crescimento. A indução da angiogênese foi inicialmente atribuída ao FGF ácido ou básico. Subsequentemente, muitas outras moléculas foram identificadas como angiogênicas, incluindo o VEGF, TGF-β, angiogenina, angiotropina e angiopoetina-1. Baixa tensão de oxigênio e elevados níveis de ácido lático e aminas bioativas também podem

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estimular a angiogênese. Muitas dessas moléculas são proteínas e parecem induzir a angiogênese de forma indireta, estimulando a produção de FGF ácido ou básico e VEGF por macrófagos e células endoteliais, indutores diretos da angiogênese29.

Lentamente, o tecido de granulação é enriquecido com mais fibras colágenas, o que confere à região anteriormente lesionada a presença de cicatriz devido ao acúmulo de massa fibrosa. Os ceratinócitos nesta fase tornam-se células hiperproliferativas e migratórias, que produzem e secretam receptores ativados por proliferadores de peroxissoma, contribuindo para uma rápida reepitelização tecidual32.

Fase de remodelamento

Nesta fase do processo de cicatrização, ocorre reorganização da malha colágena e a cicatriz adquire maior força tênsil, tornando-se empalidecida devido à apoptose dos vasos. O remodelamento envolve etapas sucessivas de produção, digestão e orientação das fibrilas colágenas. Este processo perdura por meses a anos33 e consiste na tentativa de recuperação da estrutura tecidual normal. Essa fase é marcada por maturação dos elementos e alterações na matriz extracelular, ocorrendo o depósito de proteoglicanos e colágeno. Em fase mais tardia, os fibroblastos do tecido de granulação transformam-se em miofibroblastos, comportando-se como um tecido contrátil responsivo aos agonistas que estimulam o músculo liso. Ocorre, concomitantemente, reorganização da matriz extracelular, que se transforma de provisória em definitiva, cuja intensidade fenotípica, observada nas cicatrizes, reflete a intensidade dos fenômenos que ocorreram, bem como o grau de equilíbrio ou desequilíbrio entre eles29.

A deposição colágena ocorre, a princípio, de maneira aleatória, tendo como orientação a organização da fibronectina, dependente da natureza e direção das tensões aplicadas ao tecido. Essas fibras são subsequentemente digeridas pela enzima colagenase e novamente sintetizadas e arranjadas de acordo com a organização das fibras do tecido conjuntivo adjacentes, resultando numa configuração mais regular da cicatriz. Ao final dessa etapa, os anexos cutâneos, como folículos pilosos e glândulas também podem sofrer regeneração34.

A reepitelização, que é o recobrimento da ferida por novo epitélio, consiste tanto na migração quanto na proliferação dos ceratinócitos provenientes da periferia da lesão e também ocorre durante a fase proliferativa. Esses eventos são regulados por três principais agentes: fatores de crescimento, integrinas e metaloproteases35. No quadro 1, estão indicados os principais tipos celulares e mediadores envolvidos nas fases do processo de cicatrização34.

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QUADRO 1 - Tipos celulares, mediadores liberados e seus efeitos no processo de cicatrização de feridas

Tipos celulares presentes nas lesões cutâneas

Principais mediadores liberados Principais efeitos desencadeados Plaquetas TGF-β, PDGF (PDGF-AA, AB, BB, PDGF-CC, PDGF-DD), PAF, fibrinogênio, fibronectina, tromboplastina Formação do trombo plaquetário que promove o tamponamento da lesão

e recrutamento de neutrófilos e monócitos. Neutrófilos IL-6, IL-8, IL-1, TNF-α,

CTAP-III, TGF-β, HGF, MIP, HLE

Recrutamento de monócitos e macrófagos

Monócitos e Macrófagos

TGF-α, TGF-β, VEGF-A, IL-6, IL-8, IL-1, TNF-α, RANTES, MIP-1α, MIP-1β, MCP-1, HB-EGF, HGF, MIP, MSP Quimiotaxia de monócitos e fibroblastos, proliferação de fibroblastos, angiogênese e síntese de colágeno Células residentes (a) Fibroblastos (b) Ceratinócitos (c) Células endoteliais (a) FGF1, FGF2, FGF4, FGF7, FGF10, IP-10, MCAF, IL-8, PLGF, TGF-β, Cyr61, eotaxina (b) MCP-1, FGF1, FGF2, TGF-β, MIP-2, MSP (c) MCP-1 Maturação e remodelamento da matriz extracelular, angiogênese

Fonte: Adaptado de Hatanaka e Curi34.

A ferida sofre um processo de contração por meio de movimento centrípeto, de toda a espessura de pele circundante, reduzindo a quantidade e o tamanho da cicatriz desordenada. Esse processo é um importante aliado da cicatrização das feridas, principalmente as abertas. Porém, se ocorre de forma exagerada e desordenada, causa efeitos cicatriciais importantes devido à diferenciação dos fibroblastos em miofibroblastos estimulados por fatores de crescimento36.

3.2. Métodos de avaliação de feridas

São propostos diferentes métodos para a avaliação do processo cicatricial de feridas. Dentre eles, destacam-se a avaliação clínica da lesão, as avaliações morfométricas e histológicas37.

A avaliação clínica de feridas cutâneas, que é o método mais comum para estudos em cicatrização38, consiste em registrar as suas características e a fase evolutiva, de forma que a documentação clínica proporcione um referencial útil no tratamento de feridas39. É baseada

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na avaliação macroscópica da lesão e os resultados deste exame físico permitem que seja feita uma associação entre os achados e o tempo de evolução, sendo possível inferir em que fase do processo cicatricial a lesão se encontra33.

A avaliação morfométrica macroscópica, ou planimetria, é um método bastante utilizado para a mensuração de feridas cutâneas40. Consiste na mensuração do diâmetro da ferida com o intuito de comparar os parâmetros da primeira medida e das demais medidas obtidas durante a evolução do processo de reparação tecidual41.

A mensuração apropriada e periódica do tamanho da ferida é imprescindível para documentar com maior fidelidade a evolução do processo de cicatrização e demonstrar os resultados do tratamento proposto ou a necessidade de reavaliar a estratégia de tratamento da ferida39. Para essa avaliação, faz-se necessária a utilização de equipamentos de precisão. O paquímetro é a ferramenta mais utilizada por pesquisadores para se determinar a área da lesão. Os paquímetros digitais têm sido preferidos por conferirem medidas mais precisas do real diâmetro da ferida42.

Atualmente, estão disponíveis programas computacionais como método de mensuração da área de feridas, como foi observado por Rodrigues et al.40 Esses autores avaliaram o uso do programa Image J, versão 1.36b e concluíram que o software é tão eficiente quanto o método matemático, pois fornece valores precisos da área real da ferida, e afirmam que pode trazer um respaldo científico maior aos trabalhos científicos por reduzir a subjetividade dos resultados.

O processo de reparação pode ser avaliado, também, por meio da microscopia de luz, mediante técnica de coloração com hematoxilina-eosina (HE), além de outras, utilizando diversos indicadores tais como: exsudato neutrofílico, edema intersticial, necrose de mucosa, necrose transmural, deposição de fibrina, congestão vascular, infiltrado monomorfonuclear, atividade regenerativa da mucosa, proliferação fibroblástica, neoformação vascular, processo granulomatoso e fibrose intersticial43.

3.3. Tratamento de feridas

No tratamento das feridas, além dos fatores locais, existem fatores sistêmicos que podem afetar o processo de reparação da pele e dos tecidos, como a idade, particularidades inerentes à espécie, a imobilidade, o estado nutricional, as doenças associadas e o uso de medicamentos contínuos, principalmente fármacos imunossupressores. Entre os fatores locais

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que afetam o processo, destacam-se a localização anatômica da ferida, presença de infecção, hemorragia, isquemia e necrose tecidual, corpos estranhos e linhas de tensão44.

Contudo, nem todas as feridas cicatrizam sem complicações ou dentro do período esperado. A presença de tecido desvitalizado ou necrose é um dos fatores que interferem de forma indesejável nesse processo, havendo necessidade de sua remoção para propiciar um meio adequado para a continuidade da cicatrização. Assim, o desbridamento é o procedimento realizado para facilitar o reparo tecidual, sendo definido como remoção de material estranho e tecido desvitalizado ou contaminado do leito da ferida até que o tecido saudável fique exposto45.

O curativo é um dos tratamentos utilizados para promover a cicatrização da ferida e proporcionar um meio adequado ao processo de cicatrização. Para ocorrer a reparação tecidual e a cicatrização, é fundamental que o processo de limpeza seja realizado de modo adequado. Entre os objetivos e cuidados dos curativos, incluem-se proporcionar conforto e higiene ao paciente; promover a cicatrização; proteger a ferida para prevenir infecções; tornar a ferida impermeável a bactérias; manter a área limpa; permitir a troca gasosa; manter a umidade entre a ferida e o curativo para acelerar a epitelização; diminuir a dor do animal; remover o excesso de exsudato, evitando maceração dos tecidos próximos; fornecer isolamento térmico da ferida46.

O tratamento das feridas baseia-se na higienização da lesão e consequentemente o curativo local com pomadas que favorecem a cicatrização. A escolha e composição do fármaco, dentre variadas preparações tópicas, deve ser criteriosa, pois alguns desses produtos são ineficientes e caros ou prejudiciais à cicatrização47.

Desde os primórdios, o homem tenta interferir nesse processo, procurando diminuir o seu período e buscando melhores resultados, quer estéticos quer funcionais. Neste processo evolutivo, as plantas obtiveram lugar de destaque. A utilização de plantas com fins medicinais, conhecida atualmente como fitoterapia, durante vários séculos constituiu a base terapêutica da prática médica. A partir do século XIX, com o progresso da química, somado ao desenvolvimento da indústria farmacêutica, a maioria da população passou a substituir progressivamente as plantas in natura pelos fármacos sintéticos, não por ineficiência das primeiras, mas, principalmente, pela maior oferta dos medicamentos sintéticos que, pela comodidade, foram mais aceitos pelas populações, principalmente dos centros urbanos maiores48.

A medicação natural, em nossos dias, passou a ser uma alternativa de grande validade devido ao baixo custo e pela valorização de alguns produtos e de algumas plantas.

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Diversas plantas são utilizadas na prevenção e tratamento de doenças dos animais; algumas por serem dotadas de ação cicatrizante são usadas no tratamento de feridas. Apesar do avanço da tecnologia, que diariamente cria novos compostos e substâncias sintéticas com poderes medicinais, mais de 40% de toda a matéria-prima dos remédios encontrados hoje nas farmácias continua sendo de origem vegetal21.

O Brasil é detentor da maior diversidade genética do mundo, com cerca de 55 mil espécies catalogadas (de um total estimado entre 350 a 550 mil), e conta com ampla tradição do uso das plantas medicinais vinculada ao conhecimento popular transmitido entre gerações. Apesar da riqueza da flora brasileira, nos últimos 20 anos o número de informações sobre plantas medicinais tem crescido apenas 8% anualmente49.

Há na literatura inúmeras pesquisas com plantas que influenciam positivamente no processo de cicatrização das feridas50. Já há vários anos, existem muitos estudos que exploram propriedades cicatrizantes de plantas existentes no Brasil, como exemplo o óleo de girassol51, o látex natural extraído da seringueira52, a arnica53, calêndula54, além da própolis, que provêm de resinas de plantas55, óleo de copaíba56, erva-de-jabuti, anredera e pinhão-manso57.

4. COITÉ (Crescentia cujete)

No ano de 1968, Morton58 realizou um estudo sobre plantas utilizadas devido aos costumes populares e, apenas citou que o interior do fruto do coité era utilizado para limpeza e cicatrização de cortes, feridas cutâneas, queimaduras, hematomas, abscessos e sarnas em cães. Relatou ainda que, o coité era usado como forma profilática antes de contato com produtos cáusticos ou venenos.

Crescentia cujete é uma Bignoniaceae conhecida como cabaça, coité ou cuieira59. A planta pode ser cultivada ou encontrada na natureza. É uma árvore com distribuição mundial, geralmente presente em ambientes com solos de nutrição adequada, sem contaminantes abióticos ou bióticos60. É uma árvore pequena (podendo variar entre três a dez metros), com frutos ovais ou esféricos. Apresenta a casca do tronco irregular com galhos longos e separados. As folhas podem apresentar de cinco a 15 centímetros, com coloração verde-viva (Figura 2). Esta árvore produz flores e frutos durante o ano inteiro. As flores têm cinco centímetros de largura e florescem durante o período noturno. Estas são de coloração amarela a verde, com veias principais vermelhas ou roxas. Os frutos são redondos, podendo

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chegar de 12 a 30 centímetros de diâmetro, com superfície lisa, rígida e se localizam de forma pendente abaixo dos galhos. São polinizadas, principalmente, por morcegos61.

Martins e Almeida62 realizaram a análise do extrato da polpa do coité e observaram reação positiva para as seguintes classes de metabólitos secundários: ácidos orgânicos, açúcares redutores, saponinas espumíticas, alcalóides, fenóis e taninos. Os ácidos orgânicos agem como antinflamatórios e antiespasmódicos, as saponinas têm atividade antimicrobiana e espermicida, já os taninos têm ação bactericida e fungicida. Os compostos fenólicos têm sido extensivamente utilizados na desinfecção. Os autores concluíram que a presença de alcalóides indica certo grau de toxicidade, o que em excesso pode levar danos à saúde e que sendo utilizado em período gestacional pode levar ao aborto, porém mesmo com os testes desenvolvidos, ainda não foi possível afirmarem o grau de toxicidade da planta.

FIGURA 1- Imagem fotográfica da árvore de coité (Crescentia cujete) apresentando frutos em formato oval.

Ejelonu et al.63 também realizaram a análise fitoquímica da polpa do fruto do coité e encontraram, além dos compostos mencionados anteriormente, os flavanóides, alcalóides, cardenolídeos e antraquinonas. Os flavanóides podem agir como antioxidantes e proteger as células do corpo a partir de danos aos radicais livres. Alcalóides são muito importantes na medicina, pois têm sido utilizados devido ao seu potencial analgésico, anti-espasmódica e efeitos bactericidas. Cardenolídios são estimulantes cardíacos e antraquinona é utilizada como laxante.

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Os compostos conhecidos dos frutos de Crescentia cujete são acantoside D, fl-D-glucopiransoil benzoato de metilo, (R) -lo-fl-D-glucopiranosil-l, 3-octanodiol, e fl-o-fructofuranosil 6-O- (p-hidroxibenzoil) <t-D-glucopiranósido. São estabelecidas as estruturas de três glicósidos de (2R, 4S) -2,4-pentanodiol, dois glicosideos de (R) -4-hidroxi-2-pentanona, dois glicósidos de (R) -l, 3-octanodiol e 6-O- (p-hidroxibenzoil) -D-glicose, por métodos espectroscópicos e químicas64 (Figura 3).

FIGURA 2- Representação esquemática dos compostos do coité (Crescentia cujete), fórmula estrutural molecular. Fonte: Kaneko et al.64

As propriedades desta planta lhe conferem as distintas atuações em vários tecidos biológicos, tais como atividade antioxidante65, citotóxica66, antiplasmodial (usado contra malária)67, propriedade antibacteriana68, antiinflamatória69, fungicida e inseticida70.

É sabido que o coité é utilizado para o tratamento de diversas outras afecções. Dentre elas destacam-se ação expectorante, antitussígena, laxante, distúrbios urinários60, dor de estômago, doenças respiratórias65, hipertensão, diabetes e correção de anemias59, antihemorrágico, antioxidante, tratamento de acidentes ofídicos70, dentre outros.

A árvore é facilmente encontrada no Brasil e apresenta custo baixo para o cultivo. Atualmente, não está descrito na literatura quais são os princípios ativos da planta em questão

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que atuam em cada sistema, bem como não há relatos sobre a comprovação de sua eficácia em cicatrização cutânea.

Diante do exposto e da relevância do tema, a presente pesquisa propôs realizar um estudo sobre reparação de feridas cutâneas, os quais representam os objetivos principais do trabalho:

1. Avaliar as características morfométricas e histológicas do reparo tecidual de feridas cutâneas em ratos, tratadas com extrato de coité a 25%; pomada de neomicina a 5% e solução de cloreto de sódio a 0,9%;

2. Analisar o efeito antibacteriano do extrato de coité a 25%, quando comparado à pomada de neomicina a 5% e solução de cloreto de sódio a 0,9% em feridas contaminadas de ratos e por meio de avaliação in vitro.

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CAPÍTULO 2. REPARO TECIDUAL DE FERIDAS CUTÂNEAS EM RATAS TRATADAS COM EXTRATO DE COITÉ (Crescentia cujete)

RESUMO

A capacidade de reparação tecidual é de grande importância nos seres vivos quando ocorrem lesões. Há centenas de anos o homem tenta interferir no processo cicatricial, procurando diminuir o seu período e buscando melhores resultados. O uso de medicações sintéticas pode apresentar custo elevado, além do aparecimento cada vez mais frequente de microorganismos resistentes aos antimicrobianos. A utilização de fitoterápicos vem sendo estimulada pela OMS como método alternativo de tratamento. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar comparativamente por meio da planimetria, macroscopia e avaliação histológica, qual é o efeito fitoterápico do extrato alcoólico do fruto de Crescentia cujete (coité) no processo de reparação tecidual de feridas cutâneas induzidas experimentalmente em ratos. Para isso, foi realizada a extração alcoólica da planta e testada em feridas induzidas no dorso de ratos. Este tratamento foi comparado ao tratamento com pomada de neomicina a 5% e solução salina a 0,9%. Neste estudo, as lesões de pele dos animais do grupo tratado com coité apresentaram contração e reepitelização macroscópicas mais precoces que as dos animais dos demais grupos. Não foram observadas diferenças histológicas ao décimo dia pós lesão. Concluiu-se que a solução aquosa contendo extrato etanólico de coité a 25% auxilia no processo de reparação tecidual, sendo esta uma alternativa eficaz para o tratamento de lesões cutâneas.

Referências

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