• Nenhum resultado encontrado

Motivação para a prática de treinamento funcional em clientes de uma academia de Florianópolis

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Motivação para a prática de treinamento funcional em clientes de uma academia de Florianópolis"

Copied!
25
0
0

Texto

(1)

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE TREINAMENTO FUNCIONAL EM CLIENTES

DE UMA ACADEMIA DE FLORIANÓPOLIS

Sofia Cavalcanti Zafalon

Resumo

Introdução: O treinamento funcional (TF) vem sendo disseminado no Brasil

ganhando muitos praticantes em função das crescentes evidências sobre seus benefícios. No entanto, há uma carência de estudos que evidenciem quais são as motivações que levam os indivíduos a praticar esta modalidade, o que abre uma lacuna na literatura passível de investigação. Objetivo: Investigar os motivos para a prática de TF em clientes de uma academia de Florianópolis. Métodos: Pesquisa aplicada, do tipo descritiva, quantitativa, de levantamento e com corte transversal. Foram avaliados praticantes de TF de uma academia de Florianópolis. Utilizou-se uma ficha de caracterização com dados sobre sexo, idade, tempo de prática e outras modalidades. Para verificar a motivação para a prática de TF, utilizou-se o

“Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física e Esportiva”

(IMPRAFE-54). O questionário contém 54 itens divididos em nove blocos com seis itens em cada um com a finalidade de avaliar as seis dimensões motivacionais associadas à prática regular de atividade física (controle de estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer). Resultados: Foram avaliados 51 praticantes com média de idade de 29,3 (±9,3) anos com prática de TF há 1,5 (±1,2) anos e com frequência média de treino de 3,2 (±1,1) dias por semana. Os resultados mostraram que a dimensão que mais motiva os avaliados para a prática de TF é a saúde (±6,3), enquanto a menos citada foi a competitividade (±5,4). Quando comparadas as dimensões motivacionais entre homens e mulheres, houve diferença significativa para controle do estresse, sendo mais motivadora para mulheres, e competitividade sendo mais motivadora para os homens. Conclusão: A principal motivação para a prática de TF em clientes de uma academia de Florianópolis foi a dimensão saúde, enquanto a dimensão menos motivante para esta prática foi a competitividade.

Palavras-chave: Treinamento funcional. Motivação. Atividade física.

Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de graduação da Universidade do Sul de Santa

Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física). Orientadora: Profa. Rafaella Zulianello dos Santos, Doutora. Palhoça, 2019.

(2)

1 INTRODUÇÃO

O treinamento funcional (TF) foi criado nos Estados Unidos por autores desconhecidos e vem sendo disseminado no Brasil, ganhando muitos praticantes. Sua função é preparar o organismo de modo íntegro e eficiente, através do centro corporal chamado Core (MONTEIRO; CARNEIRO, 2010).

Esta modalidade teve sua origem com profissionais de Fisioterapia e Reabilitação e, com o sucesso de sua aplicação, o seu conceito passou a ser utilizado no desenvolvimento de programas para a melhora no desempenho atlético e do condicionamento físico, além de minimizar possíveis lesões dos praticantes. Nos últimos anos, muitos profissionais têm se tornado adeptos dessa nova metodologia, ainda que com um volume pequeno de publicações científicas abordando os benefícios desse tipo de treinamento em relação aos tradicionais (MONTEIRO, 2015; EVANGELISTA, 2015).

Segundo Norman (2019), dentre as vantagens do TF destaca-se que os exercícios podem ser realizados por pessoas de ampla faixa etária, desde adolescentes até idosos, aprimorando o desenvolvimento da consciência cinestésica e controle corporal, melhora da postura, melhora do equilíbrio muscular, diminuição da incidência de lesões, melhora de estabilidade articular, principalmente da coluna vertebral, aumento da eficiência dos movimentos, melhora do equilíbrio estático e dinâmico, melhora da força e coordenação motora, melhora da resistência central cardiovascular e periférica-muscular, melhora da lateralidade corporal; e melhora da flexibilidade e propriocepção (MONTEIRO, CARNEIRO, 2010; SILVA, 2011). Assim, a execução dos movimentos abordados no TF tem como objetivo melhorar o desempenho dos seus praticantes tanto nas atividades do dia-a-dia como em diferentes modalidades esportivas.

Logo, esta modalidade parece ser indicada não só para aqueles que buscam resultados estéticos, mas também para os que buscam melhora nas capacidades físicas e motoras (SILVA, 2011). Desta forma, o TF tem se tornado um dos métodos mais utilizados em todos os centros de esporte, saúde e reabilitação em todo o Brasil (PEREIRA et al., 2012).

(3)

Neste sentido, em um estudo realizado por Pereira et al. (2012), verificou-se que as mulheres que realizaram o TF apreverificou-sentaram reduções significativas no percentual de gordura após doze semanas de treinamento, enquanto que as mulheres que não praticaram TF, não apresentaram redução. Já o estudo de Miranda et al. (2016) identificou melhorias na força e resistência muscular de idosas através um programa de TF de nove semanas, verificado pelo teste de sentar e levantar e flexão de cotovelo. Considerando a crescente demanda do TF, é necessário destacar a importância da motivação na adesão à prática do exercício físico e, consequentemente, na melhora da qualidade de vida dos indivíduos. A motivação pode ser definida como um mecanismo psicológico que governa a direção, intensidade e persistência do comportamento (MURCIA; COLL, 2006). Também, se faz importante buscar entender e fundamentar tal aspecto psicológico para assim ampliar a compreensão de maneira mais clara dos motivos que levam as pessoas a realizarem o TF (GOMES et al., 2007).

A motivação pode explicar as razões da iniciação e manutenção ou abandono da prática de um determinado exercício físico (DOSIL, 2004). Segundo Tolnai et al. (2019) o estudo da motivação pode contribuir no desenvolvimento de estratégias para mudança de comportamento e promoção da saúde baseado em um estilo de vida ativo.

Nesta perspectiva, sabe-se que os níveis adequados de atividade física e aptidão física são mantidos mais facilmente quando os indivíduos sentem-se motivados para a prática, percebendo efetivamente os benefícios desses comportamentos saudáveis (LOURES; KRAVCHYCHYN; TEIXEIRA, 2017). Segundo Balbinotti (2009), as dimensões motivacionais mais utilizadas pela literatura especializada para entender o que leva os indivíduos à prática regular de atividades físicas ou esportivas são: Controle de Estresse, Saúde, Sociabilidade, Competitividade, Estética e Prazer.

Segundo Ryan e Deci (2000), a motivação intrínseca conduz o indivíduo a desempenhar uma tarefa pelo prazer que esta proporciona. Já a motivação extrínseca pode ser internamente regulada para se atingir um determinado resultado, ou seja, realiza-se a tarefa como um meio e não um fim em si. Há

(4)

evidências na literatura de que indivíduos motivados intrinsecamente tendem a permanecer na prática do exercício físico (RYAN; DECI, 2000).

Portanto, compreender os motivos que levam o cliente a praticar o TF é de grande importância para o profissional de educação física, para que, a partir desta informação, possa adotar ou desenvolver ferramentas para motivar os seus clientes e prospectar novos alunos. Além disso, o TF é uma modalidade que está em expansão e, o presente estudo, pode contribuir como material de consulta para interessados no tema proposto. Destaca-se assim, a relevância de se investigar quais as motivações dos clientes para a prática de TF.

1.1.1 Objetivo Geral

Investigar quais os motivos para a prática de TF em clientes de uma academia de Florianópolis.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Identificar os principais motivos que levam a prática de TF de clientes de uma academia de Florianópolis.

 Comparar as motivações para a prática de TF entre homens e mulheres clientes de uma academia de Florianópolis.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa caracteriza-se como de natureza aplicada, do tipo descritiva, tendo como objetivo a descrição das características de uma população, não havendo interferência do pesquisador (GIL, 2010). Quanto à abordagem define-se por quantitativa, podendo classificar e analisar as informações através de números. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, caracteriza-se a coleta por levantamento, onde houve um questionário direto com o intuito de conhecer melhor

(5)

o comportamento da amostra. A pesquisa caracteriza-se como de corte transversal por ser em um corte único no tempo (GIL, 2010).

2.2 SUJEITOS DA PESQUISA

A população foi composta por 51 praticantes de TF em uma academia de Florianópolis no bairro Santa Mônica. Trata-se de um estudo com amostra do tipo não probabilística.

2.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Será adotado como critério de inclusão estar regularmente matriculado na academia a ser investigada e ter tempo mínimo de um mês para o TF. Quanto à de exclusão, não ter menos de 18 anos. Assim, os que se enquadrarem nesses critérios serão convidados a participar da pesquisa e assinarem um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

2.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para caracterização da amostra foi utilizada uma ficha com dados sobre sexo, idade, profissão, doenças e/ou problemas de saúde, tempo de prática do TF e outras modalidades.

Para verificar a motivação foi utilizado o “Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física e Esportiva” (IMPRAFE-54) elaborado por Balbinotti e Barbosa (2006). O IMPRAFE-54 é um Inventário que avalia as seis dimensões associadas à motivação à prática regular de atividades físicas a partir de 54 itens separados em nove blocos com seis itens em cada um. Até o oitavo bloco as seguintes questões são repetidas: (1º) Controle de Estresse, (2º) Saúde, (3º) Sociabilidade, (4º) Competitividade, (5º) Estética e (6º) Prazer. O nono bloco é composto pelas seis questões repetidas, porém com o objetivo de investigar o grau de concordância. As respostas aos itens são dadas conforme uma escala bidirecional, de tipo Likert, de forma crescente em cinco pontos: (1) “isto me motiva

(6)

pouquíssimo”, (2) “isto me motiva pouco”, (3) “mais ou menos, não sei dizer, tenho dúvida”, (4) “isto me motiva muito” e (5) “isto me motiva muitíssimo”.

Após serem respondidos todos os questionários, foram calculados os escores realizando-se a soma das respostas. Os valores obtidos se deram através da soma de cada item correspondido para cada bloco. Por exemplo, somou-se o item um com o item sete, treze, e assim por diante. Essas somas, assim, corresponderam aos escores brutos para cada dimensão.

2.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Sul de Santa Catarina, sob número 3.448.982 estando em acordo com a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Após a aprovação e com a autorização do proprietário da academia, foi agendada uma data e horário para entregas do questionário, ficha de caracterização e as duas vias do termo de consentimento livre e esclarecido para os avaliados. O pesquisador esteve disponível para quaisquer dúvidas antes ou após o preenchimento do instrumento. O preenchimento durou em torno de 10 minutos.

2.6 ANÁLISE DE DADOS

As análises descritivas foram realizadas para caracterização da amostra, sendo utilizadas frequência absoluta (n) e relativa (%) para variáveis categóricas e medidas de média e desvio padrão para variáveis contínuas. Para normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk e o teste U de Mann-Whitney para comparação entre os sexos. Todos os testes estatísticos aplicados nesse estudo utilizaram p ≤ 0,05. Os dados foram analisados segundo o programa Statistical

(7)

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A presente pesquisa que objetivou investigar os motivos para a prática de TF em clientes de uma academia de Florianópolis, obteve uma amostra de 51 praticantes com média de idade de 29,3 (±9,3) anos. Apenas nove praticantes não se disponibilizaram a participar da pesquisa, justificando falta de tempo. Os avaliados relataram praticar TF há 1,5 (±1,2) anos, com uma frequência média de 3,2 (±1,1) dias por semana. Estes ainda foram perguntados sobre a prática de outros exercícios físicos além do TF e nove (17,6%) afirmaram praticar musculação, cinco (9,8%) caminhada/corrida, quatro (7,8%) Pilates, três (5,9%) bicicleta, dois (3,9%) dança e seis (11,8) outras atividades físicas. As demais características destes participantes são apresentadas na Tabela 1.

(8)

Tabela 1 - Características socioeconômicas e clínicas dos avaliados da pesquisa

(n=51).

Variável Classe f %

Sexo Masculino 22 41,3

Feminino 29 56,9

Estado civil Solteiro 38 74,5

Casado 6 11,8 Divorciado 1 2,0 Viúvo 1 2,0 União estável 5 9,8 Profissão Estudante 14 27,5 Autônomo 4 7,8 Professor de Educação Física 8 15,7 Engenheiro/arquiteto 8 15,7 Outro 17 33,3

Presença de doenças Hipotireoidismo 2 3,9

Asma 1 2,0

Rinite 1 2,0

Presença de dores osteomioarticulares - 10 19,6

Local da dor Joelho 4 7,8

Punho 2 3,9

Costas 1 2,0

Quadril 1 2,0

f- frequência simples; % - frequência relativa; Fonte: próprios autores.

A Tabela 2 apresenta as seis dimensões relacionadas com a motivação que levam os avaliados a realizarem o TF.

(9)

Tabela 2 – Dimensões motivacionais para a prática de TF dos avaliados do estudo (n=51). Dimensões Pontuação Média DP Saúde 34 6,3 Competitividade 11,9 5,4 Estética 30,3 6,6 Sociabilidade 21,3 9,6 Controle do estresse 24,3 7,8 Prazer 33,3 6,8

DP – Desvio padrão; Fonte: Próprios autores.

Conforme a Tabela 2, a dimensão que mais motiva os avaliados para a prática de TF é a saúde, seguida pela dimensão prazer, estética, controle de estresse e sociabilidade, enquanto a competitividade foi a menos relevante para a amostra. Os resultados desta pesquisa corroboram com o estudo de Alencar et al. (2018) onde a dimensão saúde aparece em primeiro lugar. O mesmo estudo buscou identificar o perfil de praticantes de TF utilizando um questionário semiestruturado, elaborado pelos próprios autores (ALENCAR et al., 2018).

A dimensão saúde também foi a mais motivante entre os praticantes de TF no trabalho de Santos e Laureano (2016) onde foram avaliadas 50 pessoas entre 20 a 40 anos, utilizando-se um questionário constituído por dez questões. Resultados similares foram encontrados ainda no trabalho de Jardim e Fundão (2014) sendo a dimensão saúde apresentada em destaque entre os praticantes de TF.

De acordo com os estudos de Monteiro e Evangelista (2015), Norman (2019) e Silva (2011) o TF parece ser eficiente no que concerne a aos benefícios à saúde, salientando a importância da prática de exercícios físicos para a manutenção da saúde, tanto no aspecto biológico quanto psicológico. Desta forma, a preocupação com o estado de saúde pode tornar-se um gatilho para o início da

(10)

prática regular, obtendo ainda diversos ganhos como a melhora da aptidão física, redução dos índices de estresse e aumento da satisfação. Ressalta-se ainda, a Organização Mundial da Saúde (2006) salientando que o exercício físico regular reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular cerebral, câncer de collon e mama e diabetes tipo II, atua na redução ou prevenção da hipertensão arterial, previne o ganho de peso (reduzindo o risco de obesidade) auxilia na prevenção ou diminuição da osteoporose, promove bem-estar, reduz estresse, a ansiedade e a depressão.

Como constatado, a segunda dimensão que mais motiva os praticantes de TF é o prazer, resultados que vão ao encontro daqueles obtidos por Balbinotti; Capozzolli (2008) onde se avaliou trezentos praticantes de ginástica em academias, de ambos os sexos e com idades variando entre 18 e 65 anos. Esta dimensão motivacional está associada à sensação de bem-estar, de diversão e satisfação que a prática regular da atividade física e esportiva proporciona (SAMPEDRO, 2012). Seguindo uma tendência natural humana pela busca por novidades e desafios, a fim de aprimorar as próprias capacidades físicas em determinada atividade e por esta ser, de alguma forma, uma geradora de satisfação, faz com que a motivação intrínseca parta de um desejo ou beneficio procurado na atividade (GUIMARÃES; BZUNECK, 2002).

Percebe-se que, quando o cliente passa a sentir prazer ao realizar o exercício físico, este se torna uma válvula de escape da rotina estressante, trazendo alívio e sensação de prazer (BALBINOTTI; CAPOZZOLLI, 2008). Nesta mesma direção, o TF é uma opção para os que não gostam ou não se adaptam à monotonia das máquinas de musculação.

A Tabela 3 apresenta uma comparação entre as dimensões saúde, competitividade, estética, sociabilidade, controle de estresse e prazer entre os homens e mulheres avaliados.

(11)

Tabela 3 - Comparação das motivações para a prática de TF entre homens e

mulheres (n=51).

Dimensão Pontuação dos Homens Pontuação das Mulheres p

Média (DP) Média (DP) Saúde 32,5(±8,5) 35,1(±4,2) 0,272 Competitividade 13,5(±6,3) 10,6(±4,3) 0,032* Estética 29,6(±6,3) 30,8(±6,9) 0,654 Sociabilidade 20,8(±10,2) 21,7(±9,3) 0,561 Controle do estresse 21,9(±8,5) 26,2(±6,7) 0,045* Prazer 31,7(±8,6) 34,5(±4,8) 0,349

DP – Desvio padrão; p – significância estatística para o teste U de Mann Whitney entre os sexos <0,05; Fonte: Próprios autores.

A Tabela 3 mostra que, quando comparadas as dimensões motivacionais entre homens e mulheres, a dimensão saúde ainda é a mais motivadora independente do sexo. Observa-se ainda que houve diferença significativa nas dimensões competitividade e controle de estresse, sendo os homens mais competitivos que as mulheres, enquanto que na dimensão controle de estresse, as mulheres mais motivadas por essa dimensão. Esses resultados referentes ao sexo feminino foram encontrados no estudo de Balbinotti; Capozzolli (2008) onde as mulheres apresentaram médias maiores quando comparadas com a dos homens nas dimensões controle de estresse, seguido por saúde e estética. Entretanto, os autores apontam que os homens apresentaram maiores médias nas dimensões sociabilidade, seguido por competitividade e prazer (BALBINOTTI; CAPOZZOLLI, 2008).

Outros estudos também têm avaliado estas diferenças da motivação para a prática de exercícios físicos entre os gêneros. Como exemplo, a pesquisa de Lores et al. (2004) encontrou diferenças entre homens e mulheres praticantes de atividade física na dimensão competitividade. Os resultados estão de acordo com este estudo, onde a dimensão competitividade foi mais citada pelo gênero masculino, indicando

(12)

que os homens são significativamente mais motivados do que as mulheres pela competitividade.

Os resultados apresentados anteriormente para o gênero feminino em relação à dimensão controle de estresse podem ter influência quanto à necessidade de conciliar o trabalho, família e um exercício físico regular, podendo assim justificar a escolha desta dimensão de maior valor. Seguindo este raciocínio e indo de acordo com a pesquisa de Duarte, Santos e Gonçalves (2002), visto que a maioria dos participantes deste estudo também foi do sexo feminino, pode-se trazer como reflexão a forte tendência das mulheres na sociedade, demonstrando que este público possui um estilo de vida mais ativo que o do sexo masculino, seja pelo comprometimento em atividades domésticas, seja pela procura de exercícios físicos. O presente estudo apresenta algumas limitações importantes. Em primeiro lugar, a motivação é muito subjetiva e pode se apresentar distinta em diferentes cortes no tempo para a mesma amostra estudada. Em segundo lugar, o número amostral é limitado, e isso se deve às limitações de tempo para a realização da pesquisa, o que reduz o alcance dos dados. Em terceiro lugar, em razão de o estudo ser de caráter transversal, sendo as análises realizadas num ponto específico do tempo, o alcance dos resultados também é limitado.

4 CONCLUSÃO E SUGESTÃO

Os resultados deste estudo mostram que a dimensão saúde foi a mais citada pelos avaliados desta pesquisa, enquanto a competitividade foi a de menor valor. Quando comparados os sexos, houve diferença significativa entre os sexos nas dimensões competitividade e controle de estresse, sendo a primeira mais motivadora para os homens e a segunda pelas mulheres. Ressalta-se a importância da realização de novos estudos referente a este tema com indivíduos de ampla faixa-etária e ambos os sexos, uma vez que, compreender os motivos que levam este público a praticar o TF regularmente, pode ajudar os profissionais de Educação Física, a fim de aprofundar e melhorar a prescrição dos exercícios e manter a regularidade dos praticantes desta modalidade.

(13)

REFERÊNCIAS

ALENCAR, G.P., et al. Perfil de praticantes de Treinamento Funcional de Campo Grande/MS. Rev Bras Fisiol Exerc;17(2):80-5, 2018.BALBINOTTI, M.A.A.; BARBOSA, M.L.L. Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividades

Físicas (IMPRAF – 126). Laboratório de Psicologia do Esporte Universidade

Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 2006.

BALBINOTTI, M.A.A.; CAPOZZOLI, C. J. Motivação à prática regular de atividade física: Um estudo exploratório com praticantes em academias de ginástica. Revista

Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 22, n. 1, p. 63-80, jan./mar. 2008.

BALBINOTTI, M. Inventário de Motivação à Prática Regular de Atividade Física, 2009.

DOSIL, J. Motivación: motor del deporte. In: DOSIL, J. Psicologia de la atividad

física y del desporte. Madrid: McGraw Hill, 2004.

DUARTE, C.P.; SANTOS, C.; L.; GONÇALVES, A. A concepção de pessoas de meia-idade sobre, envelhecimento e atividade física como motivação para

comportamentos ativos, Revista brasileira de ciências do esporte, Vol. 23 n 3, 2002.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas. Ed 5, p.184, 2010.

GOMES, S.S.; et al. Análise da produção científica em Psicologia do Esporte no Brasil e no exterior. Revista Ibero americana de Psicologia del Ejercicio y El

Deporte, v. 2, n. 1, p.25-40, jan. 2007.

GUIMARÃES, S.E.R; BZUNECK, J. Propriedades psicométricas de uma medida de avaliação da motivação intrínseca e extrínseca: um estudo exploratório. Psico-USF, v. 7, n. 1, p. 01-08 Jan./Jun. 2002.

JARDIM, K.A.S.; FUNDÃO, T.S. Fatores motivacionais entre os praticantes de

treinamento funcional em Camburi-ES [TCC]. Vitória: Universidade Federal do

Espírito Santo; 2014.

LORES, A.; MURCIA, J.; SANMARTÍN, M.; CAMACHO, Á. Motivos de práctica

físico-desportiva según la edad y elgénero en una muestra de universitarios.

Apunts, Barcelona, v.76, p.13-21, 2004.

LOURES, R. R. R; KRAVCHYCHYN, C.; TEIXEIRA, R. Motivação para o exercício físico em idosos de diferentes classes sociais. Coleção Pesquisa em Educação

Física. v.16, n.2, p. 87-94, 2017.

MIRANDA, L.; et al. Efeitos de 9 semanas de treinamento funcional sobre índices de aptidão muscular de idosas. Rev Bras Prescrição Fisiol Exercício.

(14)

MONTEIRO, A; CARNEIRO. T; O que é Treinamento Funcional?. Disponível em: <http://www.arturmonteiro.com.br/2010/04/o-que-e-treinamento-funcional/>; Acesso em 20 abr. 2019.

MONTEIRO, A.; EVAGELISTA, A. Treinamento Funcional: Uma abordagem

prática. São Paulo: Phorte, 2015.

MURCIA, J.; COLL, D. A permanência de praticantes em programas aquáticos baseada na Teoria da Auto determinação. Fitness& Performance Journal, v. 5, n. 1, p.5-10, maio 2006.

NORMMAN, T. Treinamento funcional: o novo divisor de águas. Disponível em: <www.treino total.com.br>. Acesso em: 20 abr. 2019.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (2006). Disponível em: <http://www.who.int>. Acesso em 29 out. 2019.

PEREIRA, P.; et al. Efeitos do treinamento funcional com cargas sobre a

composição corporal: Um estudo experimental em mulheres fisicamente inativas.

Motricidade, v. 8, n. 1, p. 42-52, 2012.

RYAN, R.M.; DECI, E. Self-determination theory and the facilitation of intrinsic motivation, social development, and well-being. American psychologist, v. 55, n. 1,p.68, 2000.

SAMPEDRO, L. Motivação à Prática de Atividades Físicas e Esportivas na

Educação Física Escolar: Um Estudo com Adolescentes do Ensino Médio de Escolas Públicas Estaduais da Cidade de Porto Alegre-RS. 2012. Dissertação de

mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

SANTOS, G.L.; LAUREANO, M.L.M. O perfil dos praticantes de treinamento funcional na modalidade circuito na areia em Parintins-AM. Revista ENAF

Science. 2016.

SILVA, L.X.N. Revisão de literatura acerca do treinamento funcional resistido e

seus aspectos motivacionais em alunos de personal training. 2011. Trabalho de

conclusão de curso (Graduação em Educação Física) –UFRGS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2011.

TOLNAI, S. Physical and psy-chologicalbenefitsofonce-a week pilates exercises

in young sedentary women: A10 week longitudinal study.Physiol Behav.Disponível

em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0031938416302591>. Acesso em: 20 out. 2019.

(15)

ANEXO A - ANAMNESE

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE TREINAMENTO FUNCIONAL EM CLIENTES DE UMA ACADEMIA DE FLORIANÓPOLIS

ANAMNESE

Nome completo:

__________________________________________________ Idade:_________ Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )

Estado civil: solteiro ( ) casado ( ) divorciado ( ) viúvo ( ) união estável ( ) Tem filhos? Sim ( ) Não ( ) Quantos? _______

Profissão: ____________________

Horas diárias de trabalho: ________________

Quais? _________________________

Não ( ) Sim ( ) Qual (is) __________________________

Treinamento Funcional? ( ) Sim ( ) Não

Quais? ________________________

Frequência:_______________________

Há quanto tempo?______________________

cê participa?

(16)

Estética ( ) Condicionamento físico ( ) Esporte ( )

Indicação médica ( ) Qual?___________________________________ Outr o moti vo ( ) Qual?_______________________

(17)

ANEXO B- QUESTIONÁRIO IMPRAFE-54

INVENTÁRIO DE MOTIVAÇÃO À PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA

Este inventário tem como objetivo conhecer melhor os motivos que levam os praticantes de TF a realizarem esta modalidade. Responda de acordo com a escala abaixo, o quanto cada afirmação representa sua própria motivação para realizar

uma atividade física. Note que, quanto maior o valor associado a cada afirmação,

mais motivadora ela é para você.

1 – Isto me motiva pouquíssimo 2 – Isto me motiva pouco

3 – Mais ou menos – não sei dizer – tenho dúvida 4 – Isto me motiva muito

5 – Isto me motiva muitíssimo

Responda as seguintes afirmações iniciadas com:

Realizo atividades físicas para... 1 2

1. ( ) diminuir a irritação. 2. ( ) adquirir saúde. 3. ( ) encontrar amigos.

4. ( ) ser campeão no esporte. 5. ( ) ficar com o corpo bonito. 6. ( ) atingir meus ideais. 7. ( ) ter sensação de repouso. 8. ( ) melhorar a saúde.

9. ( ) estar com outras pessoas. 10. ( ) competir com os outros. 11. ( ) ficar com o corpo definido.

(18)

12. ( ) alcançar meus objetivos.

3 4

13. ( ) ficar mais tranqüilo. 14. ( ) manter a saúde. 15. ( ) reunir meus amigos. 16. ( ) ganhar prêmios. 17. ( ) ter um corpo definido. 18. ( ) realizar-me.

19. ( ) diminuir a ansiedade. 20. ( ) ficar livre de doenças. 21. ( ) estar com os amigos. 22. ( ) ser o melhor no esporte. 23. ( ) manter o corpo em forma. 24. ( ) obter satisfação.

5 6

25. ( ) diminuir a angústia pessoal. 26. ( ) viver mais.

27. ( ) fazer novos amigos. 28. ( ) ganhar dos adversários. 29. ( ) sentir-me bonito.

30. ( ) atingir meus objetivos. 31. ( ) ficar sossegado.

32. ( ) ter índices saudáveis de aptidão física. 33. ( ) conversar com outras pessoas.

34. ( ) concorrer com os outros. 35. ( ) tornar-me atraente. 36. ( ) meu próprio prazer.

7 8

37. ( ) descansar. 38. ( ) não ficar doente.

39. ( ) brincar com meus amigos. 40. ( ) vencer competições.

(19)

41. ( ) manter-me em forma.

42. ( ) ter a sensação de bem estar. 43. ( ) tirar o stress mental.

44. ( ) crescer com saúde.

45. ( ) fazer parte de um grupo de amigos. 46. ( ) ter retorno financeiro.

47. ( ) manter-me em forma. 48. ( ) me sentir bem.

9

49. ( ) ter sensação de repouso. 50. ( ) viver mais.

51. ( ) reunir meus amigos. 52. ( ) ser o melhor no esporte. 53. ( ) ficar com o corpo definido. 54. ( ) realizar-me.

(20)

ANEXOC-TCLE

TERMODECONSENTIMENTOLIVREEESCLARECIDO

Participação do estudo:

Prezado senhor(a), você está sendo convidado (a) a participar da pesquisa intitulada “MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DE TREINAMENTO FUNCIONAL EM CLIENTES DE UMA ACADEMIA DE FLORIANÓPOLIS”, coordenada por Rafaella Zulianello dos Santos. O objetivo deste estudo é investigar quais os motivos para a prática de treinamento funcional em clientes de uma academia de Florianópolis. Caso você aceite participar, você terá que responder algumas questões sobre aspectos sociodemográficos, atividade física, histórico de saúde e um questionário que abordará dimensões sobre controle de estresse, saúde, sociabilidade, competitividade, estética e prazer que deve depender cerca de 10 minutos.

Riscos e Benefícios:

Com sua participação nesta pesquisa, o senhor(a) estará exposto a riscos tais como constrangimento ao responder o questionário, desconforto, vergonha, estresse e cansaço, e caso eles venham a ocorrer, o avaliador treinado estará disponível para sanar quaisquer dúvidas além de informar o avaliado que ele não é obrigado a responder todas as perguntas. Esta pesquisa tem como benefícios considerados indiretos, uma vez que implicam em contribuir para o conhecimento dos profissionais sobre fatores motivacionais para a prática de treinamento funcional, o que pode melhorar a prescrição de exercícios e estratégias motivacionais utilizados pelos mesmos em suas aulas.

Sigilo, Anonimato e Privacidade:

O material e informações obtidas podem ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos, sem sua identificação. Os pesquisadores se responsabilizam pela guarda e confidencialidade dos dados, bem como a não exposição individualizada dos dados da pesquisa. Sua participação é voluntária e o senhor(a) terá a liberdade de se recusar a responder quaisquer questões que lhe ocasionem constrangimento de alguma natureza.

Autonomia:

(21)

que a recusa ou a desistência lhe acarrete qualquer prejuízo. É assegurada a assistência durante toda a pesquisa, e garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências. Se com a sua participação na pesquisa for detectado que você apresenta alguma condição que precise de tratamento, você receberá orientação da equipe de pesquisa, de forma a receber um atendimento especializado. Você também poderá entrar em contato com os pesquisadores, em qualquer etapa da pesquisa, por e-mail ou telefone, a partir dos contatos dos pesquisadores que constam no final do documento.

Devolutiva dos resultados:

Os resultados da pesquisa poderão ser solicitados a partir do mês de dezembro onde poderá recebê-los via e-mail. Ressalta-se que os dados coletados nesta pesquisa –seja informações de prontuários, gravação de imagem, voz, audiovisual ou material biológico–somente poderão ser utilizados para as finalidades da presente pesquisa, sendo que para novos objetivos um novo TCLE deve ser aplicado.

Ressarcimento e Indenização:

Lembramos que sua participação é voluntária, o que significa que você não poderá ser pago, de nenhuma maneira, por participar desta pesquisa. De igual forma, a participação na pesquisa não implica em gastos a você. Se ocorrer algum dano decorrente da sua participação na pesquisa, você será indenizado, conforme determina a lei.

Após ser esclarecido sobre as informações da pesquisa, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine o consentimento de participação em todas as páginas e no campo previsto para o seu nome, que é impresso em duas vias, sendo que uma via ficará em posse do pesquisador responsável e a outra via com você.

Consentimento de Participação:

Eu ______________________________________________ concordo em participar, voluntariamente da pesquisa intitulada “Motivação para a prática de

(22)

treinamento funcional em clientes de uma academia de Florianópolis” conforme informações contidas neste TCLE.

Local e data: _________________________________________________________ Assinatura: __________________________________________________________

Pesquisador (a) responsável (orientador (a)): Rafaella Zulianello dos Santos E-mail para contato: rafaella.zulianello@gmail.com

Telefone para contato: (48) 99959-1921 Pesquisador: Sofia Cavalcanti Zafalon Telefone para contato: (48) 988129575 E-mail para contato: sczafalon@gmail.com

(23)
(24)
(25)

Referências

Documentos relacionados

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

As métricas por trás do Tomatometer, os seus diversos critérios de cálculo, o selo Certified Fresh, o conceito de Top Critic, como também a possibilidade que usuários cadastrados

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

A proposta da tese surge ainda das necessidades de reflexão sobre o trabalho com música no dia a dia da escola de educação infantil e, com isso, de questões

Os espectros de absorção obtidos na faixa do UV-Vis estão apresentados abaixo para as amostras sintetizadas com acetato de zinco e NaOH em comparação com a amostra ZnOref. A Figura

Como foi visto, a primeira etapa do processo decisório de consumo é o reconhecimento da necessidade, com isso, observou-se que, nessa primeira etapa, os consumidores buscam no

45 Figure 18 - Study of the extract concentration in the phycobiliproteins extraction and purification using the mixture point composed of 10 wt% Tergitol 15-S-7 + 0.3

O objetivo principal deste estudo de caso era verificar o grau de valorização da medicina popular de plantas entre o próprio povo, tendo por base uma comunidade com diferentes