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Biblioteca Digital do IPG: Viver a ciência na educação pré-escolar - a água

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(1)

Mestrado em Educação Pré-Escolar e

Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Relatório de Estágio da Prática de Ensino

Supervisionada

Joana Filipa Cardoso Coelho

março | 2018

Escola Superior de

Educação, Comunicação e Desporto

(2)

Mestrado em Educação Pré-Escolar e

Ensino do 1º ciclo do Ensino Básico

Relatório de Estágio da Prática de Ensino Supervisionada

Joana Filipa Cardoso Coelho

março 2018

(3)

Joana Filipa Cardoso Coelho

Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º ciclo

do Ensino Básico

Orientadora: Professora Doutora Rosa Branca Cameira

Tracana Pereira

(4)

Agradecimentos

Ao finalizar esta etapa, tão importante da minha vida, quero agradecer do fundo do coração a todos aqueles que, de certa forma, caminharam comigo, por todo o apoio, incentivo, dedicação e compreensão, ao longo deste percurso, que agora termina.

À minha orientadora, Professora Doutora Rosa Branca Tracana, por estar sempre presente, nos bons e nos maus momentos, pela compreensão, motivação e disponibilidade ao longo do curso e na elaboração do relatório de estágio. À Educadora cooperante, Celeste Mendonça e à Professora cooperante Leonor Gomes, pela ótima receção e pelos ensinamentos transmitidos, ao longo do estágio. Às crianças do Pré-Escolar e 1º CEB, por me ajudarem a crescer enquanto profissional. A todos os professores e funcionários do Instituto Politécnico da Guarda, pelos conhecimentos que me transmitiram, que contribuíram para a minha formação, tanto a nível pessoal, como a nível profissional. Aos meus pais e irmão, que lutaram comigo pela realização deste sonho, pela compreensão e pelos conselhos, que sempre me acompanharam nesta minha caminhada. À minha colega de estágio Cláudia Dias pelos momentos únicos vividos, pela partilha de ideias, pela compreensão, amizade e entreajuda. Ao meu namorado que sempre me apoio, por toda a atenção e carinho que dispensou e por toda a paciência e compreensão, mas principalmente por acreditar sempre em mim e no meu sucesso. Aos meus sobrinhos, que sempre estiveram do meu lado em todos os momentos e me fizeram acreditar que tudo é possível quando se luta arduamente e me fizeram levantar nos momentos mais difíceis. A todos os colegas, que fizeram esta caminhada comigo e que fizeram desta etapa um momento feliz da minha vida, os quais sempre irei recordar, pois juntos vamos certamente mais longe.

(5)

iii

Resumo

O presente relatório de estágio surge no âmbito da unidade curricular da Prática de Ensino Supervisionada (PES), integrada no plano de estudos da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda (ESECD), do grau de mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico e tem como principal objetivo a descrição e reflexão crítica e fundamentada de toda a experiência ao longo da PES. Este mestrado implica a frequência da unidade curricular de PES, que se divide em PES I e PES II. A PES I realizou-se na cidade da Guarda, no Jardim de Infância da Sé, com um grupo de crianças com idades compreendidas entre os 5 e 6 anos, enquanto que a PES II decorreu na Escola Básica Augusto Gil, com uma turma de 4º ano de escolaridade, ambas as instituições fazem parte integrante do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque.

O principal objetivo da PES é a integração do estudante estagiário na vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real. Este relatório está

dividido em três capítulos. No primeiro podemos encontrar o “Enquadramento

Institucional – Organização e Administração Escolar”; o segundo, dedica-se à experiência de ensino e aprendizagem tanto a nível da Educação Pré-Escolar, como no 1º CEB,

seguindo-se a “Descrição do Processo de Prática de Ensino Supervisionada”; por fim, no

terceiro capítulo apresenta-se o estudo da investigação, intitulado “Viver a ciência na Educação Pré-Escolar - A água”, assim, nesta proposta de estudo foram realizadas diversas atividades experimentais, com a finalidade de observar se as crianças através dessas mesmas atividades consolidavam de forma mais eficaz os conteúdos a serem abordados. Neste estudo participou um grupo de crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos de idade, num jardim de infância. Por fim, os resultados mostram que as atividades práticas desenvolvidas proporcionam aprendizagens significativas e que através dessas mesmas atividades as crianças aprendem os conteúdos com maior satisfação e de forma mais proveitosa.

Palavras-chave: Atividades práticas; Ciências; Prática de Ensino Supervisionada;

(6)

Abstract

This Report comes within the curricular unit Supervised Teaching Practice (PES), integrated in the curriculum of the School of Education, Communication and Sport (ESECD), of the master degree in Pre-school Education and Teaching of the Primary School and has, as main objective, the description and critical reflection about the experience on PES. This master's degree entails the frequency of curricular unit of PES, which splits into PES and PES I II. The PES I was held in the city of Guarda, in the kindergarten of the Sé, with a group of children aged between 5 and 6 years, whereas the PES II was held in elementary school Augusto Gil with a class of fourth year of schooling. Both institutions are integral part of the Afonso de Albuquerque Schools Group.

The main objective of the PES is the integration of the student in the professional life, in real context.This report is divided into three chapters. In the first we can find the "institutional framework – organization and school administration"; the second, is dedicated to the teaching and learning experience at both pre-school education, as in the 1st CEB, followed by "description of the process Supervised Teaching practice"; finally, in the third chapter is presente the research study, entitled "Live Science in Preschool Education - water", so in this experimental study you will find activities which were carried out in order to observe if the children, through these same experiences, consolidated more effectively the contents to be covered. In this study participated a group of children, aged between 3 and 6 years of age, from a kindergarten. Finally, the results show that the activities provide significant learnings and practices developed through these same activities and so children learn the contents with the greatest satisfaction and more fruitful.

Key words: Experimental activities; Science; Supervised Teaching Practice; Pre-school

(7)

vii

Índice Geral

Agradecimentos ……….i

Resumo ………....iii

Abstract ……….v

Índice de Figuras ………..ix

Índice de Gráficos ………...xii

Introdução ……….1

Capítulo I ……….4

Enquadramento Institucional ………4

1. Organização e Administração Escolar ………...5

1.1. Caraterização do Meio – Cidade da Guarda ………..5

1.2. Oferta educativa / cultural ………6

1.3. As instituições e as suas caraterísticas físicas e humanas ………..8

1.3.1. Jardim de Infância da Sé ………..8

1.3.2. Caraterização das infraestruturas e equipamentos ………...9

1.4. Recursos Humanos ……….14

1.4.1. Educadores de Infância e Cooperantes da Instituição ………14

1.4.2. Caraterização da sala de atividades ………15

1.4.3. Escola Básica Augusto Gil ………26

1.4.4. Aspetos Físicos ………..27

1.4.5. Caraterização da sala de aula ……….32

2. Caraterização Socioeconómica e Psicopedagógica ……….34

2.1. Jardim de Infância da Sé ……….34

Caraterização do grupo de crianças ………...34

2.1.2. Comportamento das crianças na sala de atividades ………..37

2.1.3. Desenvolvimento cognitivo das crianças ……….38

2.3. Escola Básica Augusto Gil ……….39

Caraterização do grupo de alunos ………..39

Capítulo II ………43

Descrição do Processo da Prática Supervisionada ……….43

(8)

1.1. Experiência de Ensino e Aprendizagem na Educação Pré-Escolar ……….45

1.2. Experiência de Ensino e Aprendizagem no 1º Ciclo do Ensino Básico ………...58

Capítulo III ………..65

Viver a Ciência na Educação Pré-Escolar – A Água ………..65

1. Contextualização Teórica ………66 2. Metodologia ………69 3. Resultados e Discussão ………...74 Conclusão ………..84 Referências Bibliográficas ………86 Web Grafia ………89 Apêndices ………..91

(9)

ix

Índice de Figuras

Figura 1 – Mapa do Distrito da Guarda ………..5

Figura 2 – Jardim de Infância da Sé ………...8

Figura 3 – Hall de entrada ………10

Figura 4 - Sala de reuniões e de atendimento aos pais / encarregados de educação ……..10

Figura 5 – Biblioteca ………...11

Figura 6 – Receção e acompanhamento das crianças, quando chegam de manhã ………11

Figura 7 – Salão Polivalente ………11

Figura 8 – Copa ………...11

Figura 9 – Refeitório ………12

Figura 10 – Sala dos 5 e 6 anos ………12

Figura 11 – Sala dos 3, 4 e 5 anos ……….13

Figura 12 – Parque 1 ………14

Figura 13 – Parque 2 ………14

Figuras 14 e 15 – Sala de atividades do grupo de 5 e 6 anos ……….16

Figura 16 – Área de Leitura e da Conversa ………..18

Figura 17 – Quadro de presenças ……….18

Figura 18 – Área da Biblioteca ………19

Figura 19 – Área da Escrita e da Expressão Plástica ………20

Figura 20 – Área do Computador ……….21

Figura 21 – Área de Construção e Jogos ………..22

Figura 22 – Área da Casinha das Bonecas ou do faz de conta ………..23

Figura 23 – Área de Jogos de Mesa ………..24

Figura 24 – Placard ……….25

Figura 25 – Escola Básica Augusto Gil ………26

Figura 26 – Hall de entrada e escadaria ………...28

Figura 27 – Placas de agradecimento ………...28

Figura 28 – Salas de Aulas ………...29

Figura 29 – Sanitários (feminino, masculino e para adultos) ………...29

Figura 30 – Um elevador ……….29

Figura 31 – Biblioteca ……….30

(10)

Figura 33 – Sala de Professores ………...30

Figura 34 – Pátio exterior 1 ………..31

Figura 35 – Pático exterior 2 ………31

Figura 36 – Sala de aula do 4º ano ………32

Figura 37 – Quadros de giz ………..33

Figura 38 – Quadro para expor trabalhos ……….33

Figura 39 – Quadro de cortiça ………..33

Figura 40 – Zona de arrumação ………...33

Figura 41 – Conversa Diária ………48

Figura 42 – Percurso Pedestre – Dia da árvore ……….49

Figura 43 – Recriação de um quadro ………50

Figura 44 – Elaboração de um peixe ………50

Figura 45 – Elaboração do ciclo da água ………..51

Figura 46 – Dramatização “Joaninha procura um amigo” ………...51

Figura 47 – Dramatização “Arco-Íris – o mais belo peixe os oceanos” ………52

Figura 48 – Os instrumentos musicais ……….52

Figura 49 – A leitura através das imagens ………54

Figura 50 – Jogo “Carreiro das Tartarugas” ……….55

Figura 51 – Experiência “Barco movido a Sabão” ………...56

Figura 52 – Jogo “Descoberta do Tesouro” ……….56

Figura 53 – Jogo “Separa os materiais” ………...57

Figura 54 – Jogo “descobre os rios” ……….61

Figura 55 – Cartaz “Os 5 r´s” ………...61

Figura 56 – Medidas de comprimento ……….62

Figura 57 – Noção de dm² ………....62

Figura 58 – Experiência “Água com sal e água sem sal” ………..71

Figura 59 – Experiência “Barco movido a sabão” ………...71

Figura 60 – Experiência “Frasco que afunda / frasco que flutua” ……….72

Figura 61 – Experiência “O Arco-Íris” ………72

Figura 62 – Experiência “Paraíso de Sabores” ……….73

Figura 63 – Experiência “O Peixe” ………..74

Figura 64 – Registo da experiência “Água com sal e água sem sal” ……….77

Figura 65 – Registo da experiência “Barco movido a sabão” ………...78

(11)

xi

Figura 67 – Registo da experiência “O Arco-Íris” ………...80 Figura 68 – Registo da experiência “Paraíso de Sabores” ………81 Figura 69 – Registo da experiência “O Peixe” ……….82

(12)

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Distribuição das crianças do Pré-Escolar por sexo ………36 Gráfico 2 – Sexo dos alunos do 4º ano ……….40

(13)

1

Introdução

O presente relatório de estágio surge no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada (PES), integrada no plano de estudos da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda (ESECD), do grau de mestre em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º CEB. O relatório final. O relatório de estágio é um trabalho individual, onde é apresentado o trabalho concretizado ao longo da PES, nos dois níveis de Educação Básica, na Educação Pré-Escolar (PES I) e no 1º Ciclo do Ensino Básico (PES II).

A PES oferece aos futuros professores as vertentes de observação, prática e reflexão, permitindo entrar em contacto com o mundo de trabalho e também com a realidade tanto ao nível de estabelecimentos de Educação Pré-Escolar como do 1º Ciclo do Ensino Básico. Esta prática também possibilita a preparação dos alunos para a futura profissão de educadores/professores, fornecendo-lhes competências necessárias para intervirem nas mais diversas situações, tanto formais como não formais.

Este relatório encontra-se dividido em três capítulos. O primeiro faz referência ao “Enquadramento Institucional – Organização e Administração Escolar”, dando mais relevância às caraterísticas do meio envolvente, à organização do sistema educativo e à caraterização socioeconómica e psicopedagógica do grupo e da turma onde foram desenvolvidas a PES I e II, facilitando uma melhor adaptação das práticas.

No que diz respeito ao segundo capítulo, “Descrição do Processo de Prática de Ensino Supervisionada”, neste consta a experiência de ensino e aprendizagem tanto a nível da Educação Pré-Escolar, como do 1º Ciclo do Ensino Básico, dando maior ênfase às experiências de aprendizagem e aos processos de observação, planificação, intervenção e avaliação da ação educativa nas diferentes áreas curriculares dos referidos ciclos.

No terceiro e último capítulo é apresentado um estudo de investigação-ação

intitulado Viver a Ciência na Educação Pré-Escolar – A água, este estudo tem como

principal objetivo verificar se as crianças através das atividades experimentais conseguem consolidar, de forma mais eficaz, os conteúdos a serem abordados. O capítulo é composto pela contextualização teórica, pela metodologia aplicada e pelos resultados e discussão. Ao longo deste capítulo é também dada maior relevância às atividades experimentais na Educação Pré-Escolar. Na metodologia é dada uma breve explicação sobre a metodologia

(14)

que foi aplicada e são explicadas as várias atividades que foram desenvolvidas com as crianças. Por fim e são discutidos debatidos os resultados da investigação aplicada.

Por último são apresentadas as considerações finais, provenientes desta investigação.

(15)

Capítulo I

(16)

1.

Organização e Administração Escolar

1.1.

Caraterização do Meio – Cidade da Guarda

O desenvolvimento da Prática de Ensino Supervisionada I / II realizou-se no Jardim de Infância da Sé e na Escola Básica Augusto Gil, instituições localizadas na cidade da Guarda.

As duas instituições localizam-se na cidade da Guarda, considerada a cidade mais alta de Portugal Continental, por se situar a 1056 metros acima do nível médio das águas do mar, localizando-se na Região Centro e na Beira Interior Norte.

O concelho da Guarda abrange uma área de 712,11 km2, incluindo, atualmente, quarenta e três freguesias e catorze municípios. O distrito faz parte da província da Beira Alta e é limitado a norte pelo distrito de Bragança, a sul pelo distrito de Castelo Branco, a oeste pelos distritos de Viseu e Coimbra e a este por Espanha. Todo o território é muito montanhoso, formado por elevações de diversas altitudes. É ainda a capital do Distrito da Guarda que tem uma população residente de 173 831 habitantes¹.

A cidade da Guarda (figura 1) teve o seu primeiro Foral a 27 de novembro de 1199, concedido por D. Sancho I, o Rei Povoador e diz a história que este, 2º Rei de Portugal e filho de D. Afonso Henriques, concedeu este Foral à Guarda, com o intuito de promover o seu desenvolvimento e prosperidade.

¹ Dados recolhidos do site http://terrasdeportugal.wikidot.com/guarda, (consultado a 5

de setembro de 2017).

Figura 1 - Mapa do distrito da Guarda

(17)

6

Esta cidade é herdeira de um património cultural rico e único, encerrando nas suas muralhas mais de 800 anos de História e consegue ter um dos mais belos e mais bem conservados patrimónios construídos de todo o país.

No ponto mais alto da cidade existe a Torre de Menagem, símbolo máximo de toda a estrutura defensiva e sinal da coragem destas gentes que ao longo dos séculos defenderam a fronteira lusa. A Sé Catedral, verdadeiro ícone da Cidade, tem qualidades construtivas e estéticas que a impõem como um dos monumentos maiores de toda a história da arquitetura portuguesa.

É também considerada a cidade dos cinco F´s, Forte (devido à dureza do granito e ao grandioso sistema defensivo, que ainda hoje se preserva), Formosa (por possuir monumentos, praças, ruas e vielas, solares, parques, jardins e paisagens), Fria (devido à sua proximidade da Serra da Estrela), Farta (pela riqueza do vale do Mondego) e Fiel (que advém da História e das caraterísticas genuínas das suas gentes integras, honestas e hospitaleiras). A cidade da Guarda ainda dispõe de uma rede educativa constituída pelo Agrupamento de Escolas da Sé e pelo Agrupamento de Escolas Afonso Albuquerque. O Jardim de Infância da Sé (no qual ocorreu a PES I) pertence ao Agrupamento de Escolas Afonso Albuquerque.

O ar desta cidade é também reconhecido pela sua salubridade e pureza, sendo distinguido pela Federação Europeia de Bio climatismo em 2002, o título de primeira “Cidade Bioclimática Ibérica”.

A Guarda é considerada a cidade mais fria de Portugal, pois regista temperaturas inferiores a -10ºC frequentemente, havendo desta forma precipitações de neve. A temperatura média anual é de 11,1ºC e a pluviosidade média anual é de 914,2 mm.

1.2.

Oferta educativa / cultural

O Município da Guarda tem vindo a promover e a dinamizar políticas de igualdade e de cidadania inclusiva. A educação assume um papel fulcral no desenvolvimento do concelho, apostando na divulgação de projetos integrados, e pertence à rede das Cidades Educadoras.

A cidade da Guarda dispõe de uma rede educativa que é constituída pelo Agrupamento de Escolas da Sé e pelo Agrupamento de Escolas Afonso Albuquerque e

(18)

por duas instituições de ensino particular, a Escola Regional D. José Dinis da Fonseca e a CERCIG.

A nível do ensino básico e secundário existem escolas públicas, tais como a EB 2,3 de Stª Clara, a EB2,3 de S. Miguel, a EB 2,3 Carolina Beatriz Ângelo, a Escola Secundária da Sé e a Escola Secundária Afonso de Albuquerque e escolas particulares, como a Ensiguarda, o Instituto de São Miguel, o Colégio da Cerdeira e o Conservatório de Música de São José. A nível do ensino superior existe o Instituto Politécnico da Guarda, público e o Instituto Superior de Administração, Comunicação e Empresas, privado.

No total, a cidade da Guarda tem disponíveis vinte e uma escolas dos vários ciclos de ensino.

No que concerne à oferta de natureza cultural e desportiva, a cidade da Guarda oferece as seguintes infraestruturas:

Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL); Museu da Guarda;

Teatro Municipal da Guarda (TMG); Pavilhão desportivo de São Miguel; Estádio Municipal;

Piscinas Municipais; Parque Municipal;

Parque Urbano do Rio Diz.

Estas infraestruturas / serviços estão disponíveis para receber as crianças / alunos de todos os Jardins de Infância e escolas, públicos ou privados, da Guarda, promovendo uma interligação entre as instituições educativas e os serviços culturais que esta cidade oferece.

(19)

8

1.3.

As instituições e as suas caraterísticas físicas e

humanas

1.3.1.

Jardim de Infância da Sé

O Jardim de Infância da Sé localiza-se no bairro do Bonfim, na rua João de Deus, da freguesia da Guarda, concelho da Guarda. Este é um estabelecimento de Educação Pré-escolar, da rede pública do Ministério da Educação e pertence ao Agrupamento de Escolas Afonso Albuquerque da Guarda, sendo o mais antigo da cidade. Depois da construção de alguns bairros económicos, sem os quais tardaria a ser construída a escola primária: o bairro das Casas Económicas e o bairro para as Classes Pobres, mais tarde conhecido por Bairro Salazar, atual Bairro 25 de Abril.

Em 26 de Novembro de 1992 foram inauguradas as instalações, pelo Dr. Abílio Curto, construídas de raiz, para funcionar como Jardim de Infância, permanecendo até aos dias de hoje (figura 2).

Durante o período de PES I, o Jardim de Infância da Sé era frequentado por dezoito crianças, com idades entre os 3 e os 6 anos. A equipa pedagógica compreendia duas educadoras titulares de grupo, duas educadoras de apoio, duas assistentes técnicas e três assistentes operacionais, que contribuíam para o bom funcionamento da Instituição,

Figura 2 – Jardim de Infância da Sé

(20)

trabalhando sempre para um ambiente acolhedor e propício, de forma a responder às necessidades de todas as crianças.

Durante o ano letivo de 2016/2017, a equipa pedagógica contou ainda com a presença de uma outra equipa, constituída por três professores, que gratuitamente, através da Junta de Freguesia da Guarda, desenvolveu atividades de Expressão Musical, Motora e Dramática, atividades essas coadjuvadas com as educadoras titulares e ainda com uma professora de Natação.

1.3.2.

Caraterização das infraestruturas e equipamentos

Como preconizam as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar OCEPE

(2016, p.25), os estabelecimentos educativos proporcionam, também, um espaço alargado

de desenvolvimento e aprendizagem de todas as crianças, em que a partilha dos espaços comuns (entrada, corredores, refeitório, biblioteca, ginásio, etc.) deverá ser planeada em conjunto pela equipa educativa.

O Jardim de Infância é constituído por quatro pisos, em ziguezague. Todas as divisões estão equipadas com aquecimento central, devido às baixas temperaturas que se fazem sentir nos meses de inverno. Possui muita luz natural (luminosidades), devido ao elevado número de janelas existentes, o que possibilita um bom arejamento. As salas são espaçosas, com boa iluminação e aquecimento central, apetrechadas de material pedagógico / didático, com espaços adequados a cada atividade, mobiliário adequado e computadores, proporcionando um ambiente acolhedor e propício ao bom desenvolvimento do processo educativo.

Os espaços exteriores estão organizados com diversas infraestruturas que potencializam uma variedade de atividades, onde estão fixas algumas estruturas e equipamentos de recreio; são vedados por um muro com grades, com o intuito de garantir a segurança das crianças. Todos os espaços disponíveis possuem materiais e equipamentos apropriados às necessidades das crianças e à ação pedagógica.

O Jardim de Infância da Sé é constituído por: Três salas de atividades, uma em cada piso;

Quatro instalações sanitárias para crianças, uma em cada sala e uma no refeitório; Uma instalação sanitária para adultos;

(21)

10

Um refeitório;

Um salão polivalente; Uma copa;

Uma sala de reunião de educadores e de atendimento aos encarregados de educação;

Uma sala de receção de crianças;

Três espaços com cabides, nos corredores; Duas arrecadações;

Espaço exterior, equipado com três desníveis que formam patamares, este pátio encontra-se confinado com a Escola do 1ºCEB do Bonfim.

De forma mais pormenorizada, podemos encontrar, no 1º Piso: Hall de entrada (figura 3);

Sala de reuniões e de atendimento aos pais / encarregados de educação (figura 4); Biblioteca (figura 5);

Receção e acompanhamento das crianças, quando chegam de manhã, no

prolongamento de horário e para o desenvolvimento de atividades lúdicas nos períodos de interrupção letiva com WC coletivo (figura 6).

Figura 3 - Hall de entrada Fonte: Própria.

Figura 4 - Sala de reuniões e de atendimento

aos pais / encarregados de educação

(22)

No 2º Piso encontra-se:

Salão Polivalente (destina-se à prática de atividades socioeducativas, de expressão motora e onde são realizadas as atividades de caráter cultural e recreativo, abertas à comunidade. É também o local onde as crianças podem assistir a eventos em que se verifique a presença mais alargada de crianças e de adultos (ex: convívio de final de ano). Este espaço serve também para as atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF), para acompanhamento das crianças, no período do almoço e para o desenvolvimento de atividades lúdicas nos períodos de interrupção letiva (figura 7);

Copa (onde os adultos tomam o café da manhã e onde é lavada a loiça das crianças) (figura 8);

Refeitório (onde as crianças lancham e almoçam), com WC coletivo (figura 9).

Figura 5 - Biblioteca Fonte: Própria.

Figura 6 - Receção e acompanhamento das

crianças, quando chegam de manhã

Fonte: Própria.

Figura 7 – Salão Polivalente

(23)

12

No 3º Piso situa-se a sala dos 5 e 6 anos, com WC coletivo (figura 10).

Figura 10 - Sala dos 5 e 6 anos Fonte: Própria.

Figura 9 - Refeitório Fonte: Própria.

(24)

No 4º Piso situa-se a sala dos 3, 4 e 5 anos, com WC coletivo (figura 11).

Na parte exterior das instalações, encontram-se dois parques (figuras 12 e 13) devidamente vedados por um muro com grades, com o intuito de garantir a segurança das crianças. Trata-se de um espaço amplo e plano, permitindo uma maior liberdade para as crianças brincarem livremente e sem perigo. Estes espaços estão equipados com diferentes infraestruturas de recreio, baloiços, casas brinquedo, triciclos adequados às idades e escorregas que potencializam uma variedade de atividades.

O espaço exterior é um local privilegiado para atividades da iniciativa das

crianças que, ao brincar, têm a possibilidade de desenvolver diversas formas de

interação social e de contacto e exploração de materiaisnaturais (…). É ainda um espaço em que as crianças têm oportunidade de desenvolver atividades

motoras (correr, saltar, trepar, jogar à bola, fazer diferentes tipos de jogos de

regras, etc.), num ambiente de ar livre (OCEPE, 2016, p.29).

Figura 11 - Sala dos 3, 4 e 5 anos Fonte: Própria.

(25)

14

Assim, todos os espaços disponíveis possuem os materiais e equipamentos apropriados às necessidades das crianças e dos educadores. As salas são espaçosas, com boa iluminação e aquecimento central, apetrechadas de material pedagógico/didático, com espaços adequados a cada atividade, com mobiliário adequado e computadores, proporcionando um ambiente acolhedor e propício ao bom desenvolvimento do processo educativo.

O Jardim de Infância apresenta assim, boas infraestruturas, materiais e equipamentos adequados às necessidades das crianças e dos docentes.

A sala onde decorreu o estágio, possuí bastante variedade de jogos, de livros e materiais para trabalhos práticos (cartolinas, colas, lápis, canetas, tintas, plasticina, papel de parede, FIMO, papel crepe, entre outros).

Nesta sequência, pode-se afirmar que as condições desta Instituição são adequadas para o bom funcionamento desta.

1.4.

Recursos Humanos

1.4.1.

Educadores de Infância e Cooperantes da Instituição

A docência é assumida por duas Educadoras de Infância do Quadro de Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque, Celeste Maria Monteiro de Mendonça

Cruz e Sousa, titular do grupo de cinco/seis anos – Grupo B7, Maria Manuela de Sousa

Trindade, educadora titular do grupo de três/quatro/cinco anos – Grupo A6. Este ano

Figura 12 - Parque 1 Fonte: Própria.

Figura 13 - Parque 2 Fonte: Própria.

(26)

letivo o Jardim-de- Infância contou ainda com o apoio de três educadoras, Maria José Simões Bernardo, diariamente, Antónia Cruz, duas tardes por semana e a educadora de Educação Especial, Maria de Fátima Vitória, duas manhãs por semana.

As duas assistentes operacionais existentes no Jardim de Infância apoiam as duas salas de atividades, rodando entre as salas semanalmente, e fazem a limpeza e a manutenção dos espaços e equipamentos destinados à componente letiva da Educação Pré-Escolar.

Nas atividades de animação e apoio à família (AAAF), existem três Assistentes Técnicas do quadro de pessoal da Câmara Municipal da Guarda, e uma auxiliar colocada através do Centro de Emprego (POC), que asseguram o acolhimento das crianças do Jardim de Infância, o serviço de almoço, o lanche da tarde, o prolongamento de horário, a limpeza e a manutenção dos respetivos espaços e equipamentos, bem como a realização de atividades lúdicas com as crianças nos períodos de interrupção letiva.

Para uma maior articulação entre os vários agentes de educação e uma melhor participação dos pais na gestão do Jardim de Infância, a assembleia de pais elegeu dois pais representantes por cada grupo.

1.4.2.Caraterização da sala de atividades

No Jardim de Infância, a sala de atividades é o espaço mais importante para as crianças, pois é neste que estas passam a maior parte do dia e onde ocorrem as aprendizagens. Por isso, há necessidade de uma boa organização e estruturação dos espaços, de acordo com o tipo de atividades aí a ser desenvolvida.

O conhecimento do espaço e das suas possibilidades é uma condição do desenvolvimento da independência e da autonomia da criança e do grupo, o que

implica que as crianças compreendam como está organizado e pode ser utilizado,

participando nessa organização e nas decisões sobre as mudanças a realizar.

Esta apropriação do espaço dá-lhes a possibilidade de fazerem escolhas, de

utilizarem os materiais de diferentes maneiras, por vezes imprevistas e criativas,

(27)

16

A sala de atividades (figuras 14 e 15) onde se realizou a PES I era destinada ao grupo de crianças dos 5 e 6 anos e esta encontrava-se dividida em diversas áreas que eram utilizadas para desenvolver atividades livres e de trabalho pelas crianças.

Na organização do espaço foram tidas em conta as necessidades e interesses do grupo, procurando-se também que reflita a intencionalidade educativa de promover aprendizagens significativas, alegria e prazer de estar no Jardim de Infância. O espaço foi organizado em áreas de forma a potenciar o desenvolvimento integrado do grupo de crianças. As áreas não são estanques, as mudanças irão sendo ajustadas com as crianças, mediante os interesses e os projetos que se irão desenvolver ao longo do ano letivo.

A forma como os materiais estão dispostos na sala de atividades, deve permitir às crianças a sua visualização total, para que estas possam escolher a área de preferência, quando lhes é permitida. Os materiais estão organizados de forma lógica e claramente rotulados, para que as crianças sejam capazes, de forma independente, de os localizar e utilizar sempre que necessário.

É na sala de atividades que as crianças têm a possibilidade de interiorizar normas e regras e têm acesso a momentos de socialização, através da partilha de materiais e de diálogos em grupo.

Figura 14 - Sala de atividades do grupo de 5 e 6 anos Fonte: Própria.

Figura 15 - Sala de atividades do grupo de 5 e 6 anos Fonte: Própria.

(28)

A organização do espaço da sala é expressão das intenções do/a educador/a e da

dinâmica do grupo, sendo indispensável que este/a se interrogue sobre a sua função, finalidades e utilização, de modo a planear e fundamentar as razões dessa organização. A reflexão permanente sobre a funcionalidade e adequação dos espaços permite que a sua organização vá sendo modificada de acordo com as necessidades e evolução do grupo (OCEPE, 2016, p.26).

É essencial que o educador motive as crianças e permita a interação e a cooperação entre elas em momentos diferentes de desenvolvimento e com saberes diversos seja facilitadora do desenvolvimento e da aprendizagem; para isso, na organização do ambiente educativo devem ser criadas situações que facilitem o trabalho em grupo e entre pares, a atribuição e responsabilização pelas tarefas diárias, a interajuda, a partilha de

materiais e brinquedos e o cumprimento das regras paraque as crianças possam ter um

crescimento individual e social equilibrados.

Dentro da sala de atividades existem diversas áreas de trabalho, que durante o dia-a-dia são exploradas pelas crianças.

Área de Leitura e de Conversa

Este é um dos espaços mais utilizados pelas crianças, não só em situações formais como não formais. Nele são marcadas as presenças, contadas histórias, realizados diálogos em grupo e delineadas as atividades a serem realizadas ao longo do dia. Neste espaço (figuras 16 e 17) as crianças sentam-se em roda. Como salienta Horn (2004, p.19, cit. por Ribeiro, 2011, p.11), é fundamental a criança ter um espaço povoado de objectos

com os quais possa criar, imaginar, construir e, em especial, um espaço para brincar. Este espaço é delimitado por uma manta ou tapete, onde se podem colocar várias almofadas. É aqui que normalmente existe o quadro de presenças diário.

(29)

18

Área da Biblioteca

A área da Biblioteca (figura 18), integrada na área da leitura, contém diversos livros de banda desenhada, contos, poesias e lúdicos, entre outros, que permitem o contacto com a pré-leitura e a pré-escrita, estimulando a imaginação, a criatividade e o gosto pelos livros. Este é um espaço com luz natural e silencioso. Nesta área existe também um baú com fantoches que são utilizados como meio de expressão e recriação por parte das crianças. Segundo Morujão e colaboradores (2006), refere que a área da biblioteca proporciona informação e ideias fundamentais para sermos bem-sucedidos na

sociedade atual, baseada na informação e no conhecimento. Os livros desenvolvem na criança competências para a aprendizagem ao longo da vida.

A utilização desta área permite o gosto e o desejo pela leitura, sendo habitual observarmos as crianças a contarem histórias umas às outras, observando apenas as imagens que fazem parte integrante nos livros.

Figura 16 - Área de Leitura e da Conversa Fonte: Própria.

Figura 17 - Quadro de presenças Fonte: Própria.

(30)

Área da Escrita e de Expressão Plástica

A área de Expressão Plástica (figura 19) destina-se à elaboração de trabalhos manuais nas mesas de trabalho. Neste espaço existe uma estante com vários materiais (lápis de cor, canetas de feltro, tesouras, cola, entre outros) destinados à elaboração de trabalhos, que promovam a criatividade e a imaginação das crianças. Como salienta Sousa (2003a, p. 140), a criança é curiosa por natureza, deseja conhecer, gosta de explorar, é

naturalmente aventureira, desejando ardentemente ter experiências novas e diferentes. A criança sente necessidade imperiosa de descobrir, de investigar, de explorar, de realizar, de experimentar.

Nesta área a criança através da manipulação e exploração dos materiais subjacentes ao desenho, à pintura e à modelagem, está a expressar a forma como vê o mundo e acima de tudo a fomentar a motricidade fina. Gomes (2014), refere que esta é uma área constituída por mesas e cadeiras para a realização dos trabalhos e de móveis de apoio para guardar os materiais.

Figura 18 - Área da Biblioteca Fonte: Própria.

(31)

20

As mesas de trabalho estão identificadas com os nomes de cada criança, para que estas reconheçam o seu nome, associando-o ao lugar em que se devem sentar. Este tipo de estratégia permite uma melhor organização quer da sala quer das crianças, pois, na hora de trabalho, estas, ao reconhecerem o seu lugar, não criam momentos de desordem que disturbem o início das atividades, aproveitando ao máximo as atividades propostas.

Área do Computador

A área do computador (figura 20) permite às crianças o contacto com as novas tecnologias, através de jogos didáticos de associação, de construção de puzzles, de sequências, entre muitos outros, que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento do raciocínio, da memorização, da destreza manual, através do manuseamento do rato e a partilha. Segundo as OCEPE (2016, p. 93), a importância dos

meios tecnológicos e informáticos no conhecimento do mundo, próximo e distante, e no contacto com outros valores e culturas faz com que a sua utilização no jardim de infância seja considerada como um recurso de aprendizagem.

Figura 19 - Área da Escrita e da Expressão Plástica Fonte: Própria.

(32)

Nesta área só é permitida a permanência de duas crianças, para que não exista grande confusão, de maneira a que haja momentos de partilha e de troca de ideias quando jogam o jogo juntas. (construção de puzzles; visualização de histórias infantis - o capuchinho vermelho, a branca de neve; colocar as histórias por sequência de acontecimentos).

Área de Construções e Jogos

A área de Construções e Jogos (figura 21) situa-se num espaço específico da sala de atividades, pois esta é uma área muito requisitada e encontra-se apetrechada de diversos materiais didáticos.

Nesta, existem diversos materiais que possibilitam a realização de construções a três dimensões, tais como, materiais de encaixe, sólidos geométricos e legos de várias formas e tamanhos.

Figura 20 - Área do Computador Fonte: Própria.

(33)

22

No que diz respeito à área de construção e jogos, pode-se referir que esta permite que a criança adquira noções essenciais nas diferentes áreas de conteúdos. Naturalmente, todos os jogos devem ser adequados à faixa etária do grupo. Como refere Ortiz (2005, p. 27), o jogo fomenta a capacidade para a elaboração de normas da infância à vida adulta.

A criança cresce aprendendo hábitos de convivência necessários para viver em sociedade.

Área da Casinha das Bonecas / Área do faz de conta

Quando uma criança escolhe a área da casinha para brincar, esta está a representar, através do faz-de-conta, a estrutura de uma casa refletindo o meio familiar da própria criança. Como refere Craidy (2001, p. 103), a criança expressa-se pelo ato lúdico e é

através desse ato que a infância carrega consigo as brincadeiras de faz-se-conta. É pelo brincar e repetir da brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo saber incorporado a cada novo brincar.

Esta área (figura 22) é composta por duas divisões: um quarto e uma cozinha. No quarto existe uma cama, um espelho e vária bijuteria. Na cozinha podemos encontrar uma mesa com cadeiras, tachos, comida, pratos, lava-loiça, torradeira, entre outros, materiais ou objetos que fazem com que as crianças a associem a um ambiente familiar.

Figura 21 - Área de Construção e Jogos Fonte: Própria.

(34)

A área da Casinha das Bonecas torna-se crucial para o desenvolvimento das crianças, pois permite-lhes brincar ao faz de conta permitindo assim recriar experiências da vida quotidiana, situações imaginárias e utilizar os objetos livremente, atribuindo-lhes diversos significados.

Área dos Jogos Didáticos

Esta é uma das áreas mais utilizadas (figura 23), pois todos os dias, por volta das 9 horas da manhã, as crianças sentam-se na mesa de trabalho e realizam jogos didáticos. Junto à mesa de trabalho, existem móveis à altura das crianças, que facilitam o alcance dos jogos e permitem também a autonomia da criança, hábitos de arrumação e a sua respetiva organização.

O jogo pode ter uma utilização pedagógica com uma linguagem universal e um poder robusto de significação nas estratégias de ensino-aprendizagem. A existência de ambientes lúdicos em situações de aprendizagem escolar permite que as crianças obtenham mais facilidade em assimilar conceitos e linguagens progressivamente mais abstratos (Condessa, 2009, p. 38).

Figura 22 - Área da Casinha das Bonecas ou do faz de conta Fonte: Própria.

(35)

24

Existe muita variedade de jogos nesta área, entre os quais, puzzles, enfiamentos, encaixes, dominós, blocos lógicos, jogos de associação, de sequências, tangram, entre outros, também é importante salientar que as docentes têm acesso sempre que necessitarem à biblioteca da escola do 1.º CEB do Bonfim.

Os jogos lúdicos disponíveis permitem trabalhar diversas competências na criança, a nível cognitivo, favorecendo a autoestima e a interação, promovendo assim situações de aprendizagem. Segundo Moura e Viamonte (2012, p. 1), os jogos são

essenciais na vida da criança sendo a atividade lúdica o berço das suas atividades intelectuais, indispensável por isso, à prática educativa.

Estes podem ser realizados individualmente ou em pequenos grupos, desde que sejam cumpridas as regras de comportamento, permitindo assim situações de socialização e partilha. Franco (2009) refere que os jogos de mesa ajudam a estimular o raciocínio, a concentração, a memória, a atenção das crianças e ajuda a desenvolver capacidade e habilidade para o decorrer das atividades ao longo do dia.

Figura 23 - Área de Jogos de Mesa Fonte: Própria.

(36)

Placard

O placard (figura 24) situa-se dentro da sala de atividades e é utilizado para a exposição dos trabalhos realizados pelas crianças. É crucial a exposição dos trabalhos, para que a criança os visualize, tornando-se responsável pela decoração e ambiente da sala. É, certamente gratificante para as crianças saberem que os seus trabalhos são valorizados pela sua exposição.

Figura 24 - Placard Fonte: Própria.

(37)

26

1.4.3. Escola Básica Augusto Gil

No que diz respeito ao edifício da escola EB1 Augusto Gil (figura 25), pode-se referir que, esta insere-se num meio citadino, no Largo São João de Deus, no centro da cidade da Guarda, adjacente aos principais edifícios públicos, tais como, a Esquadra da Polícia de Segurança Pública, o Governo Civil, os Correios, a Câmara Municipal e algumas instituições bancárias.

Esta instituição situa-se na freguesia da Sé e o seu edifício é do tipo indefinido, com recuperação recente, possuidoras de espaços propícios a uma boa Prática Pedagógica: Sala de professores, Biblioteca, espaços para Expressão Plástica, sete salas de aula, devidamente equipadas, Sala de Apoio Educativo, Auditório e Salão Polivalente. No que concerne ao espaço exterior, a escola encontra-se pavimentado, com vários espaços lúdicos (caixa de areia), cultural (anfiteatro) e desporto (campo de basquete), envolvido por diversos canteiros e algumas árvores.

A escola de EB1 Augusto Gil nem sempre se situou no Largo João de Deus. Esta foi fundada em 1962, sendo criadas duas salas de aulas para meninas (Escola Particular do Asilo da Infância Desvalida), onde eram recebidas crianças do sexo feminino do Asilo e do Bairro das Lameirinhas, da Quinta da Costa, do Pombo e de toda a área circundante. No ano 1969, os lugares referidos foram extintos e foram criadas duas escolas, designadas por número 2 e número 3 (feminina e masculina), que funcionaram no antigo tribunal, paredes-meias com o Museu Regional da Guarda. Em 1970, devido às más instalações,

Figura 25 - Escola Básica Augusto Gil Fonte: Própria.

(38)

passou a funcionar no edifício da antiga Escola Comercial e Industrial, situada muito perto da Sé. Ao longo dos anos, devido ao aumento da população estudantil, foi crucial a escola passar a funcionar com o Nº 2, sendo esta já mista, na escola do Magistério Primário, que, entretanto, foi deslocada para as instalações do antigo Colégio do Sagrado Coração de Maria.

Antes do edifício, onde se localiza a EB1, funcionar como instituição escolar, existia uma fábrica de seda. Após reestruturação, em 1927, localizou-se, nesse edifício o Liceu da Guarda. Posteriormente, este passou para o Convento Santa Clara (hoje escola de EB 2, 3 de Santa Clara) e nesse mesmo local, começou a funcionar, a Escola do Magistério Primário da Guarda.

O nome desta instituição foi escolhido em 1977 pelos docentes que lecionavam na altura, e que, com o nome Augusto Gil, homenagearam o poeta da “Balada da Neve”. No dia 17 de setembro de 2001 a escola foi inaugurada, com a presença das autoridades locais e regionais, ligadas ao Ministério da Educação.

Em 2002/2003, a Escola E.B.1 Augusto Gil foi sede do Agrupamento de Escolas da Área Urbana da Guarda, situada na freguesia da Sé, inserindo-se num meio citadino, no Largo João de Deus, mesmo no centro da cidade da Guarda, junto aos principais edifícios e organismos públicos tais como a Esquadra da Polícia de Segurança Pública, o Governo Civil, os Correios, a Câmara Municipal e algumas instituições Bancárias.

1.4.4.

Aspetos Físicos

O Edifício foi recentemente recuperado, possuindo espaços adequados a uma boa prática pedagógica: Sala de Professores, Biblioteca, espaço para Expressão Plástica, 7 salas de aulas devidamente apetrechadas, Sala de Apoio Educativo, Auditório e Salão Polivalente para Educação Física e festas escolares. Como refere Loureiro (1990, p. 29)

(…) a Escola para realizar acção eficaz, necessita de contar com meios técnicos e científicos que se devem englobar num organismo próprio do saber pedagógico.

O exterior encontra-se pavimentado, com diversos espaços lúdicos (caixa de areia), cultural (anfiteatro) e desportivo (campo de basquete). Envolvem-no vários canteiros e algumas árvores tornando-o muito mais agradável.

(39)

28

No Rés-do-Chão, encontra-se:

O hall de entrada e a escadaria de acesso às salas (figura 26);

O salão polivalente (destina-se à prática de atividades físico-motoras, socioeducativas e cultural-recreativas);

Placas de agradecimento (figura 27); Os sanitários (femininos e masculinos).

No 1º Piso, encontra-se: Sala de Auxiliares;

7 Salas de Aula (figura 28);

Sanitários (femininos, masculinos e para adultos) (figura 29); Um elevador (figura 30)

Figura 26 - Hall de entrada e escadaria Fonte: Própria.

Figura 27 - Placas de agradecimento Fonte: Própria.

(40)

Figura 29 - Sanitários (feminino, masculino e para

adultos)

Fonte: Própria.

Figura 30 - Um elevador Fonte: Própria. Figura 28 - Salas de Aulas

(41)

30

Já o 2º Piso está reservado para a Biblioteca (figura 31), para a sala de informática (figura 32) e para a sala de professores (figura 33).

Pátio da Escola

Relativamente ao espaço exterior (figuras 34e 35), a escola encontra-se rodeada por um pátio vedado, um campo de futebol e um campo de basquetebol.

Figura 31 - Biblioteca Fonte: Própria.

Figura 32 - Sala de Informática Fonte: Própria.

Figura 33 - Sala de Professores Fonte: Própria.

(42)

Este é um espaço bastante agradável e seguro que permite aos alunos usufruírem dos dias de sol para brincarem.

O conceito de recreio sendo que se trata de um momento de pausa limitada, em que as crianças brincam livremente, (…) permite que as crianças possam tirar proveito de um tempo livre e de lazer, e criarem formas de interação entre si no seu dia-a-dia escolar; (…) refere-se ao local para onde as crianças se dirigem nos intervalos entre as atividades curriculares ou permanecem após as aulas, desenvolvendo diversas atividades livremente. (Cruz, 2013, pp. 7 e 8).

Figura 34 - Pátio exterior 1 Fonte: Própria.

Figura 35 - Pátio exterior 2 Fonte: Própria.

(43)

32

1.4.5. Caraterização da sala de aula

Uma vez que grande parte do dia dos alunos é passado dentro da sala de aula, importa caraterizá-la. A sala de aula da turma do 4º ano (figura 36), situa-se no 1º piso da Instituição.

É uma sala que apresenta um tamanho pequeno, mas que para esta turma de 16 alunos era suficiente. É uma sala arejada e com boa luz solar. Está provida de mobiliário e quadros em bom estado.

Nas paredes da sala estão expostos trabalhos de todos os alunos o que aumenta a sua auto-estima.

Relativamente às condições físicas desta sala podemos distinguir os seguintes espaços:

A sala de aulas encontra-se no 1º piso;

É uma sala quadrangular, com três janelas e uma porta que dá acesso ao corredor comum às outras salas;

Zona com dois quadros de giz na parede (figura 37) e outro para canetas de álcool, sendo este último utilizado para expor trabalhos da turma (figura 38);

Zona do quadro de cortiça de grandes dimensões, para expor os trabalhos dos alunos (figura 39);

Zona de arrumação (armário) (figura 40).

Figura 36 - Sala de aula do 4º ano Fonte: Própria.

(44)

Relativamente à sala de aula, esta e segundo Alarcão e Tavares (1985, p. 142), é

realmente o espaço pedagógico próprio da turma. É como o “ventre materno”, lugar em que todos os seus elementos se encontram em gestação educativa através da interacção do desenvolvimento e da aprendizagem.

Figura 37 - Quadros de giz Fonte: Própria.

Figura 39 - Quadro de cortiça Fonte: Própria.

Figura 40 - Zona de arrumação Fonte: Própria.

Figura 38 - Quadro para expor trabalhos Fonte: Própria.

(45)

34

O Programa do 1º CEB do Ensino Básico (2004) salienta que em primeiro lugar esta deverá ser agradável para que os alunos se sintam confortáveis e com satisfação para aprender e trabalhar. Por outro lado, a sala de aula pode também ser interpretada como um instrumento que auxilia nos momentos de aprendizagem, podendo muitas vezes serem afixados nas suas paredes materiais que reforcem os conteúdos que estejam a ser trabalhos.

2.

Caraterização Socioeconómica e Psicopedagógica

2.1.

Jardim de Infância da Sé

Caraterização do grupo de crianças

A PES I foi realizada com o grupo de crianças dos 5 e 6 anos de idade, sob a orientação da educadora Celeste Mendonça.

Antes de efetuar a caraterização do grupo de crianças, é de salientar que é necessário conhecer o grupo de crianças com que se vai trabalhar, para que se possa adaptar as situações ao grupo às especificidades de cada criança, planificando situações agradáveis a todos, capazes de desenvolver as competências pretendidas pelo educador, contribuindo para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso das aprendizagens.

A organização do grupo, do espaço e do tempo constituem dimensões interligadas da organização do ambiente educativo da sala. Esta organização constituiu o suporte do desenvolvimento curricular, pois as formas de interação no grupo, os materiais disponíveis e a sua organização, a distribuição e utilização do tempo são determinantes para o que as crianças podem escolher, fazer e aprender. Importa, assim, que o/a educador/a (…) planeie essa organização e avalie o modo como contribui para a educação das crianças, introduzindo os ajustamentos e correções necessários (OCEPE, 2016, p. 26).

Das treze crianças matriculadas neste grupo, apenas seis crianças efetivamente frequentam este Jardim de Infância a tempo inteiro e uma criança a tempo parcial; as restantes crianças não iniciaram a frequência neste Jardim de Infância por motivo de alteração da morada e/ou da situação profissional dos pais/encarregados de educação.

(46)

O grupo é constituído por seis crianças, cinco meninos e uma menina, (a menina só esteve durante a primeira semana, pois por motivos pessoais teve de mudar de Instituição), com idades compreendidas entre os 5 e os 6 anos. Das cinco crianças que fazem parte do grupo, quatro têm seis anos de idade concluídos até dezembro de 2016 e uma criança têm cinco anos de idade concluídos até dezembro de 2016. Destas cinco crianças, duas frequentam este Jardim de Infância pela primeira vez, sendo que uma das crianças frequentou o Jardim de Infância da Santa Casa da Misericórdia no ano letivo anterior, por ser considerado condicional na entrada na escola do 1ª CEB por fazer os seis anos a 27 de dezembro. Os encarregados de educação optaram pela frequência de um Jardim de Infância da rede pública do Ministério da Educação, antes do seu ingresso no 1º CEB. A outra criança uma vez que frequentou o Jardim de Infância da Lagiosa (particular) no ano letivo anterior os pais também optaram pela frequência de um Jardim de Infância da rede pública. As restantes três crianças já frequentaram este Jardim de Infância no ano letivo anterior.

Duas crianças pertencem a famílias consideradas numerosas, com respetivamente mais dois e três irmãos, duas crianças têm mais um irmão e uma criança é filho único; as famílias das crianças pertencem a um nível sócio económico médio, em que ambos os progenitores exercem uma atividade profissional; todas as crianças residem na cidade da Guarda, à exceção de uma que reside em Cavadoude. Nota-se que há um investimento das famílias na educação e bem-estar na maioria destas crianças, o que se traduz na preocupação que revelam em aspetos relacionados com a higiene, a saúde e a alimentação, no seu envolvimento e participação nas atividades desenvolvidas no Jardim de Infância, pelo Agrupamento e também pelo facto de a maioria das crianças frequentar as atividades extra curriculares que o Jardim de Infância dinamiza (natação, passeios/viagens de estudo) e que envolvem um pagamento adicional.

Na primeira semana de estágio, verificou-se que os meninos também brincam na casinha das bonecas, mas preferencialmente escolhiam o cantinho dos legos. No momento destas brincadeiras livres, além de se participar nas diversas brincadeiras também se analisaram os seus comportamentos. Um dos meninos, nesses momentos livres, optava quase sempre por fazer desenhos, recortes e colagens e observava-se que apesar de ser o mais novo do grupo, ele era bastante autónomo, decidido e muito criativo. As informações referentes ao grupo foram recolhidas através de conversas com a educadora e restante pessoal pedagógico e também pela observação, durante catorze semanas.

(47)

36

O grupo de trabalho era constituído por 6 crianças, com 5 e 6 anos de idade, composto por 5 meninos e 1 menina, tal como podemos observar no gráfico 1.

Globalmente as crianças revelam um desenvolvimento equilibrado e normal para a sua faixa etária; duas crianças revelam dificuldade na articulação de algumas palavras, tendo uma delas tido intervenção precoce até ao final do ano letivo 2015/2016, a outra revele muita imaturidade a nível das atitudes e comportamentos e também no desempenho das tarefas, por motivos emocionais relacionados com a instabilidade familiar; por o grupo ser totalmente constituído por rapazes com idades, percursos educativos e experiências de vida diferentes, algumas crianças apresentam dificuldades a nível de cumprimento de regras e de comportamento, sendo a área da Formação Pessoal e Social uma área de intervenção prioritária, para que as crianças atinjam como dinâmica de grupo o Saber Ser, Saber Estar e Saber Fazer. Segundo Barros e Guedes (2010), é entre os quatro e os sete anos que a criança se encontra no estádio pré-operatório, adquirindo esta um pensamento intuitivo, sendo este centrado na perceção e não na imaginação, logo a criança passa a ser menos egocêntrica.

Gráfico 1 – Distribuição das crianças do Pré-Escolar por sexo

Sexo do grupo de crianças

(48)

2.1.2. Comportamento das crianças na sala de atividades

O grupo de crianças dos 5 e 6 anos carateriza-se por ter um comportamento homogéneo, tendo alguns casos excecionais, mas dentro da normalidade de ser criança.

O grupo utiliza todas as áreas da sala, com destaque para a área da expressão plástica para a realização de trabalhos individuais e espontâneos, no entanto também utiliza com regularidade a área da construção, da pista e oficina de ferramentas, o computador, os jogos de mesa, a área do faz de conta, sendo a área da leitura a menos utilizada.

No geral são crianças ativas, curiosas, perguntam tudo e interessam-se por tudo. Captam as coisas através da observação e da participação ativa. Têm dificuldade em permanecer sossegados e concentrados. Sabem as regras, mas nem sempre as cumprem. No relacionamento entre pares procuram um companheiro para brincar. Ainda necessitam a intervenção do adulto para gerir os conflitos.

Na relação com o adulto, procuram-no para ajudar, para conversar e para perguntar, necessitam de adquirir mais autonomia em relação à solicitação constante da intervenção do adulto para aprenderem a estar em “autogestão”.

Ao nível da autonomia/independência são autónomos no desempenho das tarefas e na higiene pessoal necessitam apenas de pequenas ajudas.

Gostam de participar em jogos de movimento (correr, saltar, trepar). Executam com facilidade movimentos amplos, ainda têm alguma dificuldade no equilíbrio estático. Executam com interesse as atividades de expressão plástica, algumas têm ainda dificuldade no manuseamento da tesoura; nem todas são cuidadosas com as suas produções. Fazem representações simples tridimensionalmente, mas nem sempre executam as técnicas de forma correta, pois não seguem as regras. Os seus desenhos têm mais cor e mais pormenor, mas necessitam de aperfeiçoar o desenho da figura humana.

No geral memorizam canções, lengalengas e poesias com relativa facilidade e o jogo simbólico começa a ser mais estruturado com a atribuição de papéis.

Na expressão oral possuem um vocabulário adequado à idade e expressam-se de forma autónoma e correta, à exceção de duas crianças que ainda revelam dificuldades na articulação e dicção de algumas palavras.

Gostam de ouvir histórias e conseguem recontá-las; utilizam a linguagem oral para descrever e evocar objetos, acontecimentos e situações distintas e expressar sentimentos, desejos, ideias e necessidades. Fazem leitura de imagens mais complexas.

(49)

38

Manuseiam os livros corretamente. Na abordagem à escrita identificam os nomes dos colegas e escrevem o seu nome em maiúsculas de imprensa. Fazem tentativas de cópia de letras e palavras. Começam a interiorizar o sentido da leitura e da escrita.

No domínio da matemática, conseguem formar conjuntos, ordenar e relacionar o número à quantidade até 10. Têm noções topológicas básicas. Identificam e reconhecem as figuras geométricas básicas e outras. A maioria usa o computador para fazer jogos didáticos.

2.1.3.

Desenvolvimento cognitivo das crianças

Este grupo de crianças apresenta um desenvolvimento normal e equilibrado. Apesar de ser um grupo pequeno, estas crianças conviveram bem entre si, respeitaram-se e ajudavam-se.

É essencial caraterizar o nível de desenvolvimento das crianças, pois cada grupo de crianças tem caraterísticas muito próprias, segundo a fase em que se encontram.

Piaget (s/d) cit. Spengler (2014), explica que é através da psicologia genética, que a criança começa a interagir por meio de ações cognitivas concretas, ou seja, é um processo de construção de estruturas lógicas, sobre os objetos que envolvem a criança. Este autor classifica o desenvolvimento cognitivo das crianças em estádios, onde cada fase obedece a uma sequência e tempo determinados pela criança, que vai desde os conceitos básicos até aos conceitos complexo. Piaget refere ainda quatro etapas a nível de desenvolvimento, podendo observar de forma mais sistemática a fase designada de pré-operacional (2 a 7 anos). É no estádio pré-operatório que a criança adquire uma inteligência representativa e simbólica, ou seja, já tem a capacidade de interiorização, de linguagem e já faz uso do jogo simbólico.

Segundo Piaget, dentro do estádio referido, podemos observar dois subestádios, sendo o primeiro o pré-conceptual ou de exercício da função simbólica, no qual a criança tem uma concentração cognitiva, é egocentrista, tem um pensamento mágico, interessa-se sobretudo por resultados práticos e a perceção imediata é vista como uma verdade absoluta (pensamento não reversível); no segundo subestádio a criança tem um

pensamento intuitivo, tendo a criança capacidade de pensar em alguma coisa através de símbolos. As crianças entre os três e os seis anos não são capazes de ter um pensamento abstrato e é também nesta idade que as crianças são mais curiosas.

(50)

Todas as atividades promovidas em conjunto com a educadora, foram pensadas respeitando o nível cognitivo destas crianças, para que pudessem aprender ao seu ritmo e para que sentissem gosto na realização das atividades.

2.3.

Escola Básica Augusto Gil

Caraterização do grupo de alunos

A turma inclui 16 alunos, 7 rapazes e 9 raparigas. Existem também alunos oriundos das mais diversas zonas da cidade e bairros periféricos, cujos Pais/Encarregados de Educação têm o seu local de trabalho perto da escola, ou no centro da cidade; alunos transferidos de escolas de outros concelhos; duas alunas internas da Casa do Sagrado coração de Jesus, (com alguns problemas de ordem emocional,); também nesta mesma turma, há dois alunos com Necessidades Educativas Especiais.

Como reitera Piaget (s/d), todo o ser humano passa por quatro estádios de desenvolvimento intelectual: estádio sensório – motor (dos 0 - 18/24 meses); estádio pré – operatório ( dos 2 aos 7 anos); estádio das operações concretas (dos 7 aos 11-12 anos);

e estádio das operações formais ( dos 11-12 aos 15-16 anos). Os alunos referidos anteriormente, encontram-se no estádio das operações concretas. Neste estádio, a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, sendo esta já capaz de relacionar diferentes aspetos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto, para chegar à abstração. Desenvolve a capacidade de representar uma ação, no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).

São poucos os alunos que, após as atividades letivas, frequentam Atividades de Tempos Livres, os restantes ficam na escola nas Atividades de Enriquecimento Curricular.

O grupo tem grandes problemas de comportamento: são muito irrequietos, faladores, barulhentos e desatentos; os alunos, na sua grande maioria, não conseguem ouvir o professor, ou os colegas, nem concentrar-se devidamente no que estão a fazer, sem se estar constantemente a chamar-lhes a atenção.

É um grupo muito heterogéneo, a nível de ritmo de aprendizagem. O mesmo se aplica na escrita e na área de Matemática.

(51)

40

Existem alunos que necessitam de um acompanhamento individualizado e, para isso foram elaborados Planos de Acompanhamento Pedagógico Individual (PAPI) a quatro alunas, que obtiveram níveis negativos na área de Matemática.

Também nesta mesma turma há dois alunos, que necessitam de um apoio individualizado constante para executar os trabalhos pedidos, mas no conjunto, os alunos revelam um ritmo de trabalho diferente, não necessitando de apoio coadjuvado. Os alunos referenciados anteriormente são abrangidos pelo Decreto – Lei 3 de janeiro de 2008, usufruindo de apoio individualizado. Um dos alunos está medicado, conseguindo acompanhar os colegas e os conteúdos do ano em que está matriculado, (4º Ano). Ainda é de referenciar que nesta mesma turma houve uma aluna que apesar de todos os esforços e estratégias utilizadas não ficou aprovada.

Nesta sequência, transitaram para o 2º Ciclo quinze alunos com um aproveitamento geral satisfatório, sendo que cinco alunos atingiram o nível de Muito Bom, dois o nível de Bom e oito o nível de suficiente.

Alguns revelam ainda dificuldades a nível da leitura e principalmente na escrita (ortografia e escrita de frases corretas).

As informações referentes ao grupo foram recolhidas através de conversas com a professora e através do diálogo com os próprios alunos.

O grupo de trabalho era constituído por 16 alunos, 7 meninos e 9 meninas, com idades compreendidas entre os 9 e os 12 anos de idade (gráfico 2).

O seguinte gráfico representa aspetos relativos à caraterização do grupo observado.

Sexo dos alunos

Masculino Feminino

(52)

Em síntese, e em relação ao comportamento, ao longo do ano registou-se uma melhoria satisfatória, a nível global da turma.

Como preconiza Marques (1985, pp. 45 e 46), (…) deixar a criança descobrir a

realidade, à medida do seu ritmo, do seu talento e dos interesses; seguindo a máxima de que perder tempo é ganhar tempo, a criança vai evoluindo lentamente no processo de construção do seu potencial de humanidade.

Dewey, (1965, p. 51) ainda defende que (…) devemos, literalmente, partir da criança, tomada por guia (…) a criança é o ponto de partida, o centro, o fim.

(53)

Capítulo II

Referências

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