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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO Nº DA VARA DE MATELÂNDIA.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

APELAÇÃO CÍVEL E RE CURSO ADESIVO Nº 784974-9 DA VA RA DE MATELÂNDIA.

APELANTES/RECORRIDOS: STEFANOSKI

& PASQUETI LTDA. E OUTRO.

APELADO/RECORRENTE: BANCO DO BRASIL S/A

APELADA: DISTRIBUIDORA DE

MEDICAMENTOS SANTA CRUZ LTDA.

RELATOR: Des. Fernando Praz eres

APELAÇÃO CÍVEL E RE CURSO ADESIVO – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS – DU PLICATAS PROTESTADAS – DÉBITOS QUITADOS APÓS INTIMAÇÃO DO PROTOCOLO DOS TÍTULOS PARA PROTESTO – SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA – JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE CORRETO – PROVAS INDICADAS NÃO ALTE RARIAM A SORTE DOS APELANTES – JUIZ É O DESTINATÁRIO DA PROVA (ART . 130 DO CPC) – DEVEDOR INADIMPLENTE – QUITAÇÃO DAS DUPLICATAS OCORREU APÓS A INTIMAÇÃO DOS DE VEDORES PELO CARTÓRIO DE PROTESTOS – PAGAMENTO DAS DUPLICATAS DEVERIA SER FEITO DIRETAMENTE NO CARTÓRIO OU OS INTERESSADOS DEVERIA M INFORMAR O TABELIÃO – ENTENDIMENTO DOS A RTS. 19 E 26 DA

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LEI Nº 9.492/97 – PROTESTOS E APONTAMENTOS DE CORRENTES DA PRÓPRIA DESÍDIA DOS APEL ANTES – DANOS MORAIS INDEVIDOS – RE CURSO ADESIVO PREJUDICADO.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível e Recurso Adesivo nº 78497 4-9 da Vara Cível de Matelândia, em que são apelantes/recorridos Ste fanoski & Pasqueti Ltda e Outro é apelado/recorrente Banco do Brasil S/A, assim como é apela da Distribu idora de Medicamentos Santa Cruz Ltda..

I – RELATÓRIO.

Trata-se de apelação cív el (fls. 204/209 ) e recu rso adesivo (fls. 218/21 9-v) contra sentença (fls. 193/202) proferida em ação de

indenização por danos patrimoniais e morais, que

julgou improcedentes os ped idos formulados pelos autores e condenou-os ao pagamento das custas processuais e honorários advo catícios aos advogados dos réus, no valor de R$ 1 .000 ,00 .

A douta magistrada, após ter afastado as questões preliminares de ilegitimidade ativa de Ricardo Mario Ste fanoski e de ilegitimidade passiva do Banco do Brasil S/A , entendeu que no caso não houve qualq uer conduta ilícita por parte dos requeridos, porquanto os autores não foram até o cartório d e p rotestos para informar o pagamento das duplicatas e requerer a retirada do apontamento,

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mesmo sabendo que a d ívida já se encont rava vencida e ten do prazo para quitar o débito – sob pena de protesto.

Na apelação (fls. 2 04/209) os autores inicia lmente argu iram a nu lid ade da sentença, uma vez que ainda não havia decisão na impu gnação ao valor da causa apresentada pelo Banco réu .

Esse argumento foi aco lhido por este Tribunal (fls . 274/279), sendo que a aná lise das demais questões do recu rso restaram prejudicadas naquele momento.

Com a decisão singular no incidente de impugnação (apenso ), os autos retornaram para análise das demais questões recursais.

Assim, prossegue-se a análise dos recursos.

Os demais argumentos da apelação foram:

(a ) cerceamento de defesa em razão do julgamento ante cipado da lide, pois haviam requerido a produção de provas;

(b ) o dano mora l é presumido no caso, sendo que bastaria a demonstração dos protestos indevidos;

(c) os apelantes pagaram os valores constantes nos títulos na dependência do Banco do Brasil, ao qual cabe ria impedir o protesto dos títulos, já que se trata de instituição de grande porte , em que todas as agências estão interligadas e podem ter conhecimento dos pagamentos e quitação de títu los,

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e, destarte, deveria ter levado o fato ao conhecimento do 1º Cartório de Protesto para não realização dos protestos;

(d ) apesar de conhecer da qu itaçã o, o apelado pe rmitiu a permanência do nome dos apelantes por mais de 3 anos nos cadastros negativos, que somente foi r etirado com a medida liminar concedida .

Preparo às fls. 2 10/211. Cont rarrazões do Banco às fls. 213/ 215 e da Distribu idora às fls. 239/245 .

O Banco do Brasil apr esentou recurs o adesivo (fls. 218/219-v), no qual requer que, caso o recurso de a pelação seja acolhido, seja analisada sua legitimidade passiva, pois nã o poderia responder a ação, já que era um mero pre stador de serviços em favor da segunda ré.

Preparo às fls. 2 20/221. Cont rarrazões às fls. 230/234.

É o relatório.

II – VOTO.

Os apelantes ajuizaram ação indenizatória com o fim de serem ressarcidos de danos supostamente sofridos pela realização de protesto que , segundo ale garam na inicial, era indevido.

Alegaram que, quando notificados de que as duplicatas que devia m à Distribu idora de

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Medicamentos Santa Cruz Ltda foram levadas a protesto pelo Banco do Bra sil, procederam a seu imediato pagamento, sendo que caberia ao banco ter retirado o apontamento antes da e fetivação do protesto.

O juízo a quo ju lgou antecipadamente a lide pela improce dência da pretensão inicial .

a. DA APELAÇÃO DOS AUTORES. a.1 . Do cerceamento d e de fes a .

Os apelantes re clamam do ju lgamento antecipado da lid e, argume ntando que indicaram provas cuja produção poder ia mudar a sorte do julgamento , porém a mag istrada não lhes con cedeu tal oportunidade, sendo, assim, tolhidos em seu direito à amp la defesa e ao contraditório.

Sem razão, no entanto.

O fato de o juízo singu lar ter optado pelo julgamento antecipado não fere o d ireito das partes à de fesa.

Como se vê do ped ido de pro vas feito pelos autores (fl. 184 ), eles requereram a oit iva de testemunhas e o depoimento pessoal dos representantes legais das rés .

Todavia, os documentos junta dos com a inicial já eram suficientes para a prova dos fatos alegados, sendo o depo iment o pessoal e a oitiva de

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testemunhas absolutamente desnecessários para a compreensão da demanda.

E sendo o juiz o destinatário da prova, consoante a disposição do art. 1 30 do CPC, ace rtada a decisão da magistrada em julgar a lide antecipadamente , do qu e não resta qualquer a fronta ao direito de de fesa dos apela ntes.

Desse modo, é de se negar provimento à preliminar argu ida pelos aut ores.

a.2 . Do mérito.

Com relação aos seus argumentos relativos ao mérito, também não têm razão os apelantes.

Como se depreende do processo, fora m emitidas duplicatas pela ré Distrib uidora de Medicamentos em razão da aquisição de produtos pela autora Stefanoski & Pasqueti, sendo que a distribuidora as trans feriu po r endosso-mandato ao réu Banco do Brasil.

Não sendo pagas no prazo de vencimento, o Banco as enca minhou para protesto. E somente após as autoras tere m sido notificadas sobre o protocolo dos títulos é q ue os ape lantes/autores pagaram o débito diretamente ao Banco do Brasil, como eles mesmos a firmaram (fl. 208 ).

Pois bem.

O protesto “...é o ato formal e solene,

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descumprimento d e obrig ação originada em títulos...” (art. 1º da Lei nº 9 .4 92/97).

Porém, antes de ser feita a lav ratura do protesto, a parte inad imple nte é intimada sobre o protocolo do título pa ra qu e, querendo, pague a dívida, a qual, consoante clara disposição do art. 19 da Lei nº 9 .4 92/97, será feita da seguinte forma :

“Art. 19. O pagamento do tí tulo ou do documento de dívida apresentado para protesto se rá fei to dire tam ente no tabelionato competente, no valor igual ao declarado pelo apresentante, acre scido dos emolumentos e demais despesas” .

Ou seja, o devedor intimad o deverá comparecer no Tabelionato de Protestos para pagar a dívida diretamente ao tabelião, que dará a quita ção devida e , na sequência , deixará os valores disponíveis ao ap resentante. Não pagando diretamente no cartório, o interessado (devedor ) deverá ir até o Cartório para requerer o cancelamento protesto mediante a apresentação da quitação do pagamento, como determina o art. 26 da Lei de Protesto:

“...o c ancelamento do registro do protesto será solic itado diretamen te no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado...”.

No caso sob aná lise, de fato , o s débitos que os apelantes tinham com a distribuidora apelada foram quitados, como se vê d os documentos de fls.

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28/30 . Todavia, o pagamento foi fe ito diretamente no Banco, como os próprios apelantes afirmaram, e não no Tabelionato de Protesto.

Tendo procedido dessa fo rma, os apelantes deveriam ter ido até o Cartório para a retirada dos títulos antes de sua lavratura e re gistro, até porque e ram os interes sados em não serem protestados.

Evidente q ue ta l não era a incu mbência do Banco, tampou co da distribuidora, at é porque foi em razão da inadimp lência dos apelantes que houve a necessidade de protocolo das duplicatas para protesto, sendo a lavratura e o re gistro meras decorrências no não compar ecimento em Cartório dentro do prazo legal (art . 12 da Lei nº 9.492/97 ).

E além dos ora apelados tere m despendido tempo, ainda ha via a necessidade de pagamento das despesas e dos emolumentos ao cartório.

Assim sendo, a permanência do nome dos apelantes por mais de três anos em ca dastros negativos decorreu de sua própria desídia em não informar o Cartório antes da la vratura do protesto, ou de requ erer seu posterior can celamento .

Destarte, a inda que a dívida te nha sido paga e os protestos não aparentem ser em devidos, sua realização e permanência decorreram de omissão dos próprios devedores, não havendo, assim, de se falar em ato ilícito dos ape la dos, muito menos em presunção da ocorrência d e danos morais aos apelantes.

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Esse, aliás, é o entendim ento do Superior Tribu nal de Justiça:

(... ) "Legitimamente pro testado o título de crédito, cabe ao devedor que paga posterio rmente a dívida o ônus de providenciar a baixa do protes to e m cartório (L ei 9.294/97, a rt. 26), sendo ir rel evante se a relaç ão era de consumo, pelo que não se há falar em dano moral pela manutenção do apontamento" (REsp 1.195.668/RS, Quarta Turma, Relatora p/ acórdão a Ministra MARI A ISABEL GAL LOTTI, DJe de 17/10/2012). (... ) (EDcl no AREsp 579.870/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA T URMA, julgado em 18/11/2014, DJe 19/12/2014)

AGR AVO REGIMENTAL N O RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. DI REITO DO CONS UMIDOR. (...) 1. "Legi timamente protestado o tí tulo de crédi to, cabe ao devedor que paga posteriormente a dívida o ônus de providenciar a baixa do protesto e m cartório (Lei 9.294/97, art. 2 6), sendo irrelevan te se a relação era de c onsumo, pelo que não se há falar em dano moral pela manutenção do apontamento" (REsp 1.195.668/RS, Rel. p/ Acórdão M inistra MARIA ISABEL GALL OTTI, QUART A TURMA , julgado em 11/9/2012, DJe 17/ 10/2012). (AgRg no REsp 1304541/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 25/11/2013)

Daí porque, também no mé rito, seu recurso não comporta a colhim ento.

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b. DO RECURSO ADESIVO.

Tendo em vista que foi negado provimento à apelação, resta prejudicada a análise do recurso adesivo do Banco d o Brasil.

c. Por todo o exposto, voto n o sentido de negar provimento à apelação, e julgar prejud icado o recurso adesivo.

ACÓRDÃO.

ACORDAM os Magistrados integrantes da Décima sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, por unanimidade de votos, em negar

provimento à apelação e julgar prejudicado o recurso adesivo, nos termos do voto do Relator.

Participaram da sessão de ju lgamento os Exmos. Srs. Desembargadores Paulo Cezar Bellio, com voto e Maria Mercis Gomes Aniceto

Curitiba, 22 de julho de 2 015 .

Fernando Prazeres

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