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Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Gabinete da Desembargadora Denise Levy Tredler

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Academic year: 2021

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ORIGEM: 48ª VARA CÍVEL COMARCA DA CAPITAL

AGRAVO INOMINADO NA APELAÇÃO CÍVEL Nº. 0276534-42.2013.8.19.0001 AGRAVANTE: LEONARDO OLIVEIRA DE LIMA

AGRAVADO: BANCO DO BRASIL S/A

RELATORA: DES. DENISE LEVY TREDLER

AGRAVO INOMINADO EM APELAÇÃO. CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO DE CANDIDATO APROVADO. CADASTRO DE RESERVA. NOVO CONCURSO.

Autor que pretende ver-se nomeado e empossado em cargo administrativo de escriturário do Banco do Brasil S/A, para o qual prestou concurso público.

Documentos que comprovam ter sido o autor aprovado para integrar cadastro de reserva.

Inexistência de direito subjetivo à contratação. Mera expectativa de direito, subordinado o ato à discricionariedade administrativa.

A publicação de novo edital durante o período de validade do concurso anterior, para formação de novo cadastro de reserva do cargo a que concorreu o autor, não configura o surgimento de novas vagas.

Ausência de provas de que o demandante tenha sido preterido por candidato em colocação inferior à sua, ou por candidato aprovado em concurso seguinte, durante a validade do anterior. Manutenção da sentença de improcedência.

Agravo que nada acrescenta para modificar-se a decisão seu objeto. Recurso a que se nega provimento.

Visto, relatado e discutido este Agravo Inominado nos autos da Apelação Cível nº. 0276534-42.2013.8.19.0001, entre as partes acima nomeadas, ACORDAM os Desembargadores, que compõem a Vigésima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Desembargadora Relatora, como segue.

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Voto

Trata-se de recurso de agravo inominado interposto contra a decisão de fls. 221/226, que negou seguimento à precedente apelação interposta pelo ora recorrente.

Pretende o agravante a modificação do decisum. Para tanto sustenta, em resumo, que o concurso público a que se submeteu no ano de 2011 não previa apenas o preenchimento de cadastro de reserva; que o recorrente tem direito à nomeação consoante a jurisprudência do exc. Supremo Tribunal Federal, e não pode ser preterido por candidato aprovado em concurso posterior, durante o prazo de validade do certame anterior.

É o relatório.

Com efeito, segundo previsto no art. 557, do Código de Processo Civil e no verbete nº. 253, da súmula do egr. Superior Tribunal de Justiça, cabe ao relator negar seguimento a recurso manifestado, voluntariamente ou de ofício, quando em confronto com reiterados julgados consolidados em súmula ou jurisprudência dominante dos tribunais, de acordo com a almejada celeridade da prestação jurisdicional, da economia processual e da efetividade do processo, sem que isto implique cerceamento a direito da parte sucumbente.

A melhor doutrina tem conferido ampla abrangência ao controle do relator sobre o juízo de admissibilidade, e mesmo o do mérito recursal, buscando a celeridade da prestação jurisdicional, evitando a sua ociosa protelação. Neste sentido lecionam Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery:

“2. Juízo de admissibilidade. Ao relator, na função de juiz preparador de todo e qualquer recurso do sistema processual civil brasileiro, compete o exame do juízo de admissibilidade desse mesmo recurso. Deve verificar se estão presentes os pressupostos de admissibilidade (cabimento, legitimidade recursal, interesse recursal, tempestividade, preparo, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer). Trata-se de matéria de ordem pública, cabendo ao relator examiná-la de ofício. Pelas novas regras o relator tem, também, o juízo de mérito do recurso (...).” (In Código de Processo Civil

Comentado e legislação extravagante, Editora Revista dos Tribunais, 8ª Edição, 2004, pág.

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Releva notar, outrossim, que a decisão agravada analisou todos os pontos controvertidos da demanda, restando esclarecidos os critérios e os motivos pelos quais foi negado seguimento à apelação antes interposta pelo ora recorrente.

Assim, conforme salientado anteriormente, a fls. 221/226:

“(...) no ano de 2011 foi realizado concurso público para formação de cadastro de reserva para provimento do cargo de escriturário da instituição financeira ré, com validade de um ano (fls. 15 a 37, pastas 15 a 37).

O edital de homologação do resultado final das provas foi publicado aos 28/09/2011, consoante a fl. 48 dos autos virtuais (pasta 48), e o prazo de validade do concurso expirou aos 29/09/2013, em razão da sua prorrogação por mais um ano.

De acordo com o previsto no edital, formou-se uma lista geral com os 100 (cem) primeiros aprovados na microrregião do Rio de Janeiro (nº. 33) para a qual concorreu o autor, que se classificou em 87º lugar, consoante fl. 38 (pasta 38).

O réu, entretanto, publicou novo edital para formação de novo cadastro de reserva para o provimento do mesmo cargo a que concorrera o autor, aos 28/02/2013, durante o prazo improrrogável do mencionado certame, portanto. Releva notar, ab initio que segundo o exc. Supremo Tribunal Federal e o egr. Superior Tribunal de Justiça, o candidato aprovado em colocação à qual não está assegurado o provimento imediato, razão por que foi inserido em cadastro de reserva, possui, em regra, mera expectativa de direito quanto ao futuro empossamento ou contratação pela administração, que agirá de acordo com o seu juízo de conveniência e oportunidade.

Assim, no que respeita ao primeiro edital publicado, não assiste ao autor o

direito subjetivo à contratação, vez que a administração está vinculada somente no caso de candidatos aprovados dentro do número de vagas previsto no edital como de imediato provimento, mesmo após expirado o prazo de validade do certame, o que não é o caso dos autos.

Contudo, igualmente entendem as Cortes Superiores que a classificação e aprovação do candidato, ainda que fora do número mínimo de vagas previsto no edital do concurso, conferem-lhe o direito subjetivo à nomeação para o respectivo cargo se, durante o prazo de validade do concurso, houver o surgimento de novas vagas, seja porque criadas por lei, seja por força de vacância.

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Neste tocante, o novo edital publicado pela ré durante o período de validade do concurso anterior pode configurar o surgimento de novas vagas, o que geraria o direito subjetivo do autor à nomeação. Entretanto, ao prever como objetivo da instituição a formação de novo cadastro de reserva, o edital confirma a inexistência de novas vagas para provimento imediato.

Consigne-se, outrossim, que, acorde ao inciso IV, do artigo 37, da Constituição Federal, durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir o cargo ou emprego na carreira, e não há nos autos provas de que, após a realização da prova do novo concurso, que ocorreu aos 26/05/2013, foram convocados outros aprovados, seja do primeiro, seja do segundo certame.

Assim, a criação de novas vagas durante o prazo de validade do concurso não gera, automaticamente, o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora do número de vagas previsto no edital, salvo se comprovados arbítrios e/ou preterições, o que não está comprovado nos autos.

Inexistindo nos autos qualquer notícia de que o autor tenha sido preterido por candidato em situação inferior na ordem de classificação dos aprovados no certame, ou por candidato aprovado no concurso seguinte durante o período de validade do anterior, não podem ser acolhidas suas razões, sob pena de violação do princípio constitucional da separação dos poderes, a teor do verbete nº 15, da súmula de jurisprudência do exc. Superior Tribunal Federal.

Neste sentido, a jurisprudência das Cortes Superiores, como segue, exemplificativamente: (omissis)” Grifos apostos.

Saliente-se, outrossim, a ausência de previsão no edital nº 1-2011/003, acerca do número de vagas a serem preenchidas de forma imediata, restando claro em suas disposições que o concurso se destinava à formação de cadastro de reserva. Assim é que o referido se iniciou nos seguintes termos:

“O BANCO DO BRASIL SA. torna pública a realização de Seleção Externa regional para formação de cadastro de reserva para provimento de vagas, no nível inicial da Carreira Administrativa, no cargo de Escriturário, em dependências situadas nos Estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do

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se-á de acordo com as Instruções Especiais estabelecidas neste Edital.

Não haverá formação de cadastro de reserva para as cidades de Florianópolis (SC), Criciúma (SC), Raiai (SC), Blumenau (SC), Joinville (SC), Lages (SC), Chapecó (SC).” Grifos apostos.

Ademais, as cláusulas 2.7 e 11.1 (pastas 15 e 26) daquele edital fizeram referência à convocação e à contratação dos candidatos classificados, consoante as necessidades do Banco.

Frise-se, ainda, a inexistência de prova de que o candidato tenha sido preterido.

De tudo extrai-se, portanto, que a decisão agravada não merece reforma, vez que inexistem novos elementos e/ou provas que a justifiquem.

Por essas razões, voto no sentido de negar-se provimento ao recurso.

Rio de janeiro, 16 de dezembro de 2014

Denise Levy Tredler

Desembargador Relator

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