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Pronunciamento do Excelentíssimo Senhor Deputado ANSELMO, na Sessão Plenária do dia 31/03/06. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,

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Pronunciamento do Excelentíssimo Senhor

Deputado ANSELMO, na Sessão Plenária do dia 31/03/06

Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Ocupo hoje a tribuna desta Casa para mostrar um panorama dos projetos de infra-estrutura que estão sendo implantados na Amazônia Ocidental, como ferramenta para o desenvolvimento sustentável dessa região. Faço isso, para trazer ao conhecimento dos nobres Pares e, por que não dizer, da sociedade como um todo, uma listagem de investimentos importantes para o nosso País que, infelizmente, muitas vezes passam ao largo do interesse da grande mídia, mas que estão sendo empreendidos pelo Governo Lula.

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A Amazônia Ocidental ocupa uma área de quase 2,2 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a cerca de 25% do território brasileiro, compreendendo os Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. A região, de grande potencial econômico, faz fronteira com a Bolívia, a Colômbia, o Peru, a República da Guiana e a Venezuela.

São inúmeras as possibilidades de negócios nessa região, particularmente a partir dos progressos na área da biotecnologia. Os avanços nesse setor permitem que cresçam os investimentos relacionados ao aproveitamento dos recursos da flora e da fauna amazônica, visando a atender o mercado de produtos naturais, como cosméticos e medicamentos, que está em ascensão. Além disso, há espaço, também, para atividades de exploração de recursos minerais, como as reservas de mármore no vale do rio Guaporé, e

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algumas sub-regiões, têm potencial para a agricultura familiar.

O pleno desenvolvimento da Amazônia Ocidental depende da implantação de uma malha de infra-estrutura de transportes, capaz de integrá-la aos grandes mercados consumidores do País, bem como da provisão de energia para os setores produtivos. Note-se que qualquer investimento a ser feito na região, seja na implantação de infra-estrutura, seja na própria atividade econômica, tem como principal condicionante o respeito às restrições concernentes ao meio ambiente. Todos os possíveis impactos devem ser devidamente avaliados, de modo que, na realização de investimentos, sejam minimizados os reflexos negativos de cada intervenção.

A partir desses pressupostos, Senhoras e Senhores, o Governo Federal tem buscado priorizar

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um conjunto de obras capazes de fomentar a instalação de empreendimentos produtivos. Ao mesmo tempo, busca-se aumentar a integração da região com o restante do país e o mundo, viabilizando a circulação de mercadorias a preços competitivos.

No setor de transportes, o principal esforço tem sido no sentido de promover uma exploração adequada da impressionante malha hidroviária disponível, onde destaca-se o rio Amazonas, chamado Solimões a montante da foz do Rio Negro.

A calha navegável do Amazonas permite a movimentação de embarcações de grande porte, fato que, aliado à estratégica posição geográfica de sua desembocadura, próximo do hemisfério Norte, possibilita o escoamento da produção de grãos do centro-oeste e do norte do País para os grandes mercados consumidores a preços muito competitivos.

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Para que isso aconteça, contudo, é necessário que os afluentes do Amazonas (e do Solimões, é claro) sejam devidamente trabalhados para permitir a navegação segura e eficiente de comboios durante todo o ano.

É o que vem sendo feito na hidrovia do rio Madeira, considerado o mais importante afluente do Amazonas, sob o ponto de vista da promoção da integração da Amazônia com outras regiões. Por essa hidrovia navegam comboios de balsas especialmente construídos, com capacidade de 18 mil toneladas de grãos, desde Porto Velho, capital do Estado de Rondônia, até o Terminal Graneleiro de Itacoatiara, no rio Amazonas, onde a carga é transferida para navios de grande porte. Com isso, os grãos produzida no cerrado mato-grossense chega aos mercados consumidores cerca de 40% mais barata do que se fosse exportada pelo porto de Paranaguá, no Paraná.

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Na modalidade rodoviária, Senhoras e Senhores, merecem destaque as obras de recuperação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, fundamental para o escoamento da produção industrial da Zona Franca de Manaus para os mercados consumidores do sul e sudeste do País. O projeto prevê o asfaltamento do trecho entre Manaus e Humaitá, também no Amazonas, e a revitalização de outras áreas que se encontram praticamente sem condições de tráfego.

Igualmente importante é a conclusão de pontes, ligando o Brasil a países fronteiriços. Quero mencionar aqui três delas. A primeira, sobre o rio Acre, no município de Assis Brasil, que permite a ligação rodoviária, via BR-317, daquele Estado com Iñapari, no Peru, concretizando um sonho de muitas gerações, que é a ligação com o Pacífico. A cerca de 100 quilômetros de distância, na mesma rodovia, outra

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ponte, também no Acre, liga o município de Brasiléia a Cobija, na Bolívia. A terceira ponte é a que cruza o rio Tacutu, na BR-401, unindo o município de Bonfim, no Estado de Roraima, à Lethem, na República da Guiana.

Note-se que as duas primeiras já foram concluídas e inauguradas pelo Presidente Lula. A última segue em obras e, embora enfrente algumas dificuldades, permanece como uma prioridade do Governo Federal. Além da evidente importância do ponto de vista turístico, as três pontes abrem caminho para que a população desses países fronteiriços passe a consumir mais produtos brasileiros, em especial grãos.

No que se refere à oferta de energia, Senhoras e Senhores, uma das obras mais importantes para a região é a construção de um gasoduto ligando a

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província petrolífera de Urucu, no coração do Amazonas, às cidades de Porto Velho e Manaus. Localizada no município de Coari, a província de Urucu começou a ser explorada comercialmente em 1988 e tem hoje uma produção média diária de 56,5 mil barris de petróleo e de 9,7 milhões de metros cúbicos de gás natural, o que torna o Amazonas, segundo dados da Petrobrás, o segundo produtor terrestre de petróleo e o terceiro produtor de gás natural do País.

Atualmente, o escoamento da produção é feito por barcaças até a refinaria de Manaus. Já foi implantada pela Petrobrás parte de um dos gasodutos projetados, com cerca de 280 quilômetros, entre Urucu e a cidade amazonense de Coari, restando ainda outros 420 quilômetros para chegar a Manaus. O outro ramal, de aproximadamente 550 quilômetros, desde

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Urucu até Porto Velho, tem o objetivo de fornecer gás natural e abastecer o parque termelétrico local.

De acordo com a Petrobrás, a produção de Urucu sustenta a geração de, aproximadamente, 500 megawatts em Manaus, suprindo o parque instalado. Em Porto Velho, a capacidade de geração passará dos atuais 100 para 330 megawatts, permitindo a ampliação do parque gerador e a exportação da energia excedente para Rio Branco, no Acre. Para isso, existe a previsão de investimentos vultosos, tanto para a adaptação das usinas termelétricas existentes, quanto para novas instalações, além de uma linha de transmissão, com cerca de 500 quilômetros de extensão, entre Porto Velho a Rio Branco.

Os empecilhos existentes, ligados à legislação ambiental, já foram superados e, embora sejam investimentos para o médio prazo, a perspectiva de

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sua realização é importante, uma vez que possibilitará a implantação de novos empreendimentos industriais na região.

Outro projeto relevante no setor energético é o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, que compreende as usinas de Jirau e de Santo Antônio, perfazendo um total de 80 turbinas, com capacidade de geração da ordem de 6,4 mil megawatts. Esse complexo é considerado a maior iniciativa do Plano Plurianual 2004-2007 e tem valor estimado em R$13,2 bilhões. O Governo Federal planeja incluir as usinas do Complexo já no próximo leilão de concessões para construção de hidrelétricas e, para tanto, instituiu, no início de janeiro deste ano, um grupo de trabalho interministerial, formado por representantes da Casa Civil e do Ministério das Minas e Energia.

Segundo o decreto que criou o referido grupo de

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trabalho, sua finalidade é analisar o contexto e as implicações institucionais relativas à implantação dos aproveitamentos hidrelétricos denominados Cachoeira do Jirau e Cachoeira do Santo Antônio, localizados no Rio Madeira, para definir as providências e ações de órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal, a fim de que o processo licitatório das correspondentes concessões ocorra dentro do cronograma desejável.

Além desses, Senhoras e Senhores, gostaria de mencionar, no que concerne à oferta de energia, mais um projeto de extrema importância para a Amazônia Ocidental, que é a licitação para a construção de linhas de transmissão nos Estados de Rondônia e Mato Grosso. Essas linhas, num total de 947 quilômetros distribuídos em cinco trechos, devem ir a leilão ainda este ano e a previsão é de que estejam

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concluídas cerca de 20 meses após a assinatura do contrato, possibilitando o início da integração dos sistemas isolados da região Norte ao Sistema Interligado Nacional. Trata-se de um investimento da ordem de R$440 milhões, que irá gerar mil empregos diretos.

Hoje, o sistema elétrico nacional está quase totalmente interligado, de norte a sul. Segundo informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), apenas os Estados do Amazonas, de Roraima, do Acre, do Amapá e de Rondônia, mais uma parte do Estado do Pará, ainda não fazem parte do sistema integrado. Nesses Estados, o abastecimento é feito por pequenas usinas termelétricas ou por usinas hidrelétricas situadas próximas às suas capitais.

A principal vantagem da interligação do sistema

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elétrico é que ela permite a permuta de energia entre as diferentes regiões do País. Assim, quando uma delas apresenta queda no nível dos reservatórios, por conta de uma alteração no regime de chuvas, os grandes troncos de linhas de transmissão de alta tensão possibilitam que as áreas com produção insuficiente de energia sejam abastecidas por centros de geração que se encontrem em situação mais favorável.

Os empreendimentos que mencionei, Senhoras e Senhores, trarão enormes benefícios, diretos e indiretos, para todos os Estados integrantes da Amazônia Ocidental. Entretanto, o Estado de Rondônia, o qual tenho a honra de representar nesta Casa, será particularmente agraciado com os melhoramentos advindos dos investimentos. Isto porque sua posição geográfica faz com que ele esteja

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situado no entroncamento dos vários eixos de intervenção.

Desde a última década do século passado, Rondônia já despontava como um dos mais promissores pólos de desenvolvimento da região Norte, tendo crescido acima da média nacional. Sua economia é formada, tradicionalmente, por atividades ligadas ao extrativismo vegetal e à agropecuária, destacando-se, também, na produção de grãos, da qual o município de Vilhena, na divisa com Mato Grosso, é um expoente. Não obstante, tem-se buscado uma diversificação em suas atividades, considerando que a exploração do setor primário muitas vezes se faz à custa do desmatamento.

Dentro desse contexto, a chegada do gasoduto do Complexo de Urucu é altamente promissora, visto que o incremento na oferta de energia deixará Porto

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Velho em condições de sediar projetos industriais. Estima-se que as obras, não somente do próprio gasoduto, mas também de adaptação e ampliação das usinas termelétricas deverão gerar, de imediato, cerca de três mil novos empregos no Estado.

A mesma importância têm os aproveitamentos hidrelétricos de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, e a construção da linha de transmissão entre Rondônia e Mato Grosso. A produção de energia renovável e a possibilidade de seu intercâmbio com outras regiões do País vai, certamente, alavancar o desenvolvimento do Estado, com a introdução de novas atividades econômicas.

Igualmente estratégicos são os projetos na área de transportes, que citei no início deste pronunciamento. A Hidrovia do Rio Madeira e a reabertura da BR-319 vão permitir a interligação da

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rodovia BR-364, vinda do Sudeste brasileiro, com o rio Amazonas, consolidando, dessa forma, a ligação do pólo produtor de cereais, localizado no Mato Grosso, com os portos da região Norte. Deve-se dizer, a propósito, que a estrutura portuária em Porto Velho já se encontra adaptada para as exigências da carga graneleira.

Outra possibilidade, que não pode ser de forma alguma descartada, é o desenvolvimento do ecoturismo, atividade para a qual a Amazônia apresenta grande aptidão natural. Nunca é demais lembrar que situa-se em Rondônia, perto da cidade de Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, um dos melhores hotéis de selva do País, o Pakaas Palafitas Lodge, pronto para receber, com muito conforto, brasileiros e estrangeiros interessados nas belezas amazônicas.

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Para encerrar, Senhoras e Senhores, é importante frisar que Rondônia é hoje o único Estado brasileiro a contar com um completo zoneamento sócio-econômico e ecológico de seu espaço físico, o que nos garante que, para o futuro, o desenvolvimento do Estado dar-se-á, sempre, de forma sustentável. O relatório final desse zoneamento, transformado na Lei Complementar n° 233 de 06 de julho de 2000, é resultado de amplo debate com as mais diversas camadas da sociedade rondoniense e traça um amplo painel dos elementos da natureza, da economia e da comunidade. É um instrumento técnico, e, ao mesmo tempo, político, voltado para orientar a sociedade e o poder público sobre os investimentos em atividades econômicas, sociais e ambientais.

Era o que tínhamos hoje a dizer. Muito Obrigado.

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