Infecção em doença estrutural
pulmonar: o agente etiológico é
sempre Pseudomonas?
Professor Associado FMB/UFBA
Não há conflito de interesses
Diretrizes - SBPT J Bras Pneumol. 2009;35(6):574-601 Ambulatório Enfermaria UTI Previamente hígidos Comorbidades Antibióticos (3 meses) Quinolona ou ββββ-lactâm+Macrolídeo Macrolídeo ββββ-lactâm?
Quinolona ou ββββ-lactâmico + Macrolídeo Sem risco de Pseudomonas Com risco de Pseudomonas ββββ -lactâmico (*)+ Quinolona (**) ββββ-lactâm + Quinolona ou Macrolídeo Diretrizes ERS, 2005 Eur Respir J 2005; 26: 1138–1180
Diretrizes ATS, 2001
Am J Respir Crit Care Med 2001; 163:1730-1754
Qual a prevalência e
qual o impacto das
infecções do trato
respiratório inferior
por Pseudomonas?
Estudo prospectivo - Principais etiologias (n=395)
Am J Respir Crit Care Med 1999;160:397-405 ETIOLOGIA n (%) ●Streptococcus pneumoniae 65 (29) ●Haemophilus influenzae 25 (11) ●Influenza A e B 23 (10) ●Legionella sp 17 (8) ●Chlamydia pneumoniae 15 (7) ●Bacilos entéricos Gram negativos 13 (6) ●Pseudomonas aeruginosa 12 (5) Pseudomonas: relação direta com comorbidades
n (%)
Thorax 2011;66:340-346 PATÓGENOS PSI I-III PSI IV PSI V TOTAL P ●S. pneumoniaae 276 (42) 205 (41) 132 (44) 613 (42) 0,728 ●H. influenzae 27 (4) 28 (6) 15 (5) 70 (5) 0,488 ●M. catarrhalis 2 (10) 2 (0,4) 1 (0,3) 5 (0,3) 0,961 ●Atípicos 163 (25) 77 (15) 23 (8) 263 (18) 0,001 ●Vírus 62 (9) 57 (4) 29 (10) 148 (10) 0,511 ●S. aureus 9 (1) 10 (12) 6 (2) 25 (2) 0,651 ●P. aeruginosa 9 (1) 17 (3) 23 (8) 49 (3) 0,001 Thorax 2009;64:1062–1069 In c id ê n c ia Gripo etário 2005 2006 Ambos Mortalidade 2005 (13,7%) 2006 (14,4%) Comorbidades Thorax 2009;64:1062–1069
PACS 126 (17,3%) vs. PAC 601 (82,7&)
Antimicrob Agents Chemother 2007; 51(10):3568-3573
VARIÁVEIS PACS PAC p
●Idade (anos) 69,5 63,7 <0,001
●Comorbidades (%) 95,2 74,7 <0,001
●Gravidade (%) 67,5 48,8 <0,001
Antimicrob Agents Chemother 2007; 51(10):3568-3573 Outros não-fermentadores
VARIÁVEIS PACS PAC p
●Frequência de casos (%) 56,4 36,6 ---●Antibioticoterapia inadequada (%) 28,3 13 <0,001 ●Mortalidade hospitalar (%) 24,6 9,1 <0,01
Quais os fatores de risco para imfecção do trato respiratório por Pseudomonas?
Eur Respir J 2010; 35: 598–605
PATÓGENOS n (%) FATORES DE RISCO
●Bacilos entéricos Gram negativos 67 (1,3)
Doença cardíaca Doença cerebrovascular
●Pseudomonas 22 (0,4) Pneumopatia crônica Sonda nasoenteral
Antibioticoterapia inadequada mais frequente em PACS PAC PACS M o rt a li d a d e h o s p it a la r (% ) P. aeruginosa Outros não-fermentadores BGN entéricos MSSA MRSA
Antimicrob Agents Chemother 2007; 51(10) 3568-3573
PAC vs. PACS
Eur Respir J 2008; 32: 892–901
●780 pacientes consecutivos com PAC ●Excluídos aqueles com PACS
●Daqueles com PAC grave, muito poucos pacientes sob risco realmente tinham infecção por Pseudomonas
Mortalidade: 8%
Mortalidade em pacientes internados com PAC
Eur Respir J 2010; 35: 473–474
●
Idade●
Comorbidades●
Etiologia microbiana●
Antibioticoterapia adequada instituída precocemente●PAC por Pseudomonas em indivíduos previamente hígidos é raro, entretanto acarreta maior mortalidade ●O tratamento da PAC por Pseudomonas difere daquele direcionado às outras etiologias, razão pela qual é preciso
Estariam os
pacientes com DPOC
sob o mesmo risco
de adquirir infecção
por Pseudomonas?
Brit Med J 1977; 1:1645-8 Nunca fumaram e não-suscetíveis Abstêmios aos 45a Fumantes regulares e suscetíveis Abstêmios aos 65a Inaptidão Óbito % d o v a lo r d o VEF 1 a o s 2 5 a 100 75 50 25 25 50 75 Idade (anos)“Círculo Vicioso” da DPOC Produtos Bacterianos Colonização/ Infecção Disfunção Muco-Ciliar Dano Epitelial Resposta Inflamatória (mediadores) Atividade Elastolítica (↑↑↑↑) Elastases / Anti-Elastases Progressão da DPOC
Agressões às Vias Aéreas
Clin Microb Rev 2001; 14(2):336–363
Concentração bacteriana no LBA – DPOC estável vs. Exacerbada
Clin Microb Rev 2001; 14(2):336–363 p<0,05
p<0,05
Número de exacerbações e declínio funcional
Thorax 2002;57:847–852 ●Maior ftrquência de exacerbações, maior o prejuízo
funcional Anos Anos V E F 1 ( L ) P F E ( L /m in )
Chest 1999; 116:40-46 VEF1 <50% VEF1 > 50%
Maior risco para aqueles com o VEF1<50% Eur Respir J 2006; 27: 1210–1216 PACIENTES MORTALIDADE (%) OR DPOC (n=176) 30 1,78 Não-DPOC (n=252) 21 ---Diretrizes ERS, 2005 Eur Respir J 2005; 26: 1138–1180
●
Hospitalização recente●
Uso frequente (>4 tratamentos/ano) ou recente(últimos 3 meses) de antibióticos
●
DPOC grave (VEF1 <30%)●
Identificação de Pseudomonas em episódio préviode exacerbação, ou colonização por Pseudomonas Pelo menos 2/4 critérios
Quais as
características das
bronquiectasias que
predispõem às
infecções por
Pseudomonas?
Am J Respir Crit Care Med 2001;164:1628-1632
UFC/mL UFC/mL UFC/mL UFC/mL N e u tr ó fi lo s (% ) T N F -αααα (p g /m L ) IL -8 ( p g /m L ) IL 1 -ββββ (p g /m L ) ●Pacientes com bronquiectasias clinicamente estáveis têm uma inflamação neutrofílica nas vias aéreas
●Quanto maior a carga bacteriana maior a intensidade da inflamação
●A resposta inflamatória sistêmica é pobre e parece
compartimentalizada
Eur Respir J 2006; 28: 974–979 Nunca Intermitente Crônica Características da colonização por Pseudomonas
VEF 1 b a s a l (% d o p re v is to ) P<0,005 55,2±18,5 67,3±25,7 77,4±24,3
n=77
Thorax 2002;57:15–19 ●Colonização por Pseudomonas em 26% dos casos
●Boa correlação entre as culturas do escarro e do LBA
Fatores de risco para colonização das vias aéreas por Pseudomonas de 77 pacientes estáveis com
bronquiectasias
VARIÁVEIS OR IC95%
●Diagnóstico antes dos 14 anos 3,92 1,29-11,9
●VEF1 < 80% 3,91 1,30-11,7
●Bronquiectasias císticas 4,80 1,11-21,4
Eur Respir J 2005; 26: 1138–1180
●
Verificação periódica de colonização (registrar afrequência)
●
A maioria beneficia-se de antibióticos●
Obter amostra de escarro para cultura antes deiniciar antibiótico, sobretudo quando se requer internação
●
Considerar os fatores de risco para Pseudomonasna antibioticoterapia empírica
Recomendações para exacerbações de bronquiectasias
Fatores de risco para Pseudomonas = aos de DPOC
Quais os principais
fatores de risco para
infecções por bacilos
entéricos Gram
negativos e
Pseudomonas?
VARIÁVEIS - BGN OR IC95% p ●Provável aspiração 2,3 1,02-5,2 0,04 ●Hospitalização recente (30d) 3,5 1,7-7,1 <0,001 ●Uso recente de antibiotico (30d; >48h) 1,9 1,01-3,7 0,049
●Comorbidade pulmonar 2,8 1,5-5,5 0,02 PSEUDOMONAS OR IC 95% p ●Comorbidade pulmonar 5,8 2,2-15,3 <0,001
●Hospitalização recente 3,8 1,8-8,3 0,02 Preditores independentes para PAC por BGN (n=559)
Arch Intern Med 2002; 162:1849-58
Clin Infect Dis 2007; 44:S27–72 Clinical risk factors for infection with
Pseudomonas species include structural lung diseases, such as bronchiectasis, or repeated exacerbations of severe COPD leading to frequent steroid and/or antibiotic use, as well as prior antibiotic therapy
●
Uso prolongado de corticóide sistêmico●
Exacerbações mais frequentes●
Internações hospitalares●
Maior consumo de antibióticos●
Comorbidades●
Assistência extra-hospitalar●
Práticas intervencionistas●
Colonização das vias aéreas (patógenos incomuns)POR QUE A INFECÇÃO POR PSEUDOMONAS É MAIS COMUM EM
Conclusões
Conclusões
●
Indivíduos previamente hígidos raramente temPAC por Pseudomonas
●
PAC por Pseudomonas acarreta piorprognóstico
●
Pacientes com PACS, por suas característicasindividuais, devem ser distinguidos daqueles com PAC
Infecção em doença estrutural
pulmonar: o agente etiológico
é sempre Pseudomonas?
Conclusões
●
Indivíduos previamente hígidos raramente temPAC por Pseudomonas
●
PAC por Pseudomonas acarreta piorprognóstico
●
Pacientes com PACS, por suas característicasindividuais, devem ser distinguidos daqueles com PAC
Infecção em doença estrutural
pulmonar: o agente etiológico
Conclusões
●
Indivíduos previamente hígidos raramente temPAC por Pseudomonas
●
PAC por Pseudomonas acarreta piorprognóstico
●
Pacientes com PACS, por suas característicasindividuais, devem ser distinguidos daqueles com PAC
Infecção em doença estrutural
pulmonar: o agente etiológico
é sempre Pseudomonas?
Conclusões
●
Quando acomete indivíduos com DPOC,Pseudomonas costuma estar presente nos casos funcionalmente graves (VEF1<50%), que estiveram internados recentemente, que usaram antibióticos (30 dias) e/ou corticóide sistêmico (>10mg/dia)
●
Os fatores de risco para infecção porPseudomonas em indivíduos não-fibrocísticos com bronquiectasias (císticas e de lobos inferiores) são semelhantes aos da DPOC
Infecção em doença estrutural
pulmonar: o agente etiológico
é sempre Pseudomonas?
Conclusões
●
Existe um subgrupo de indivíduos com doençapulmonar estrutural (DPOC e bronquiectasias), de maior risco de infecção por Pseudomonas
●
A correta identificação destes pacientes podepermitir o uso racional de antibióticos e selecionar o esquema terapêutico empírico mais adequado
●
Novos estudos são necessários para estabelecer,com base em desfechos bem-definidos, o real impacto desta estratégia