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DELTA DO JACUÍ ILHAS DA PINTADA, GRANDE DOS MARINHEIROS, FLORES E PAVÃO: Estudo Preliminar de Viabilidade para Abastecimento de Água

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DELTA DO JACUÍ – ILHAS DA PINTADA, GRANDE DOS

MARINHEIROS, FLORES E PAVÃO:

Estudo Preliminar de Viabilidade para Abastecimento de Água

Área temática: Saúde Pública/Vigilância Sanitária e Ambiental

Trabalho não publicado.

Associação Hospitalar Moinhos de Vento

Rua Ramiro Barcelos, 910 – PA – Cep 90035.001

Pery Bennett – pbennett@terra.com.br - fone (51)98444296 Eldimar Tavares Torres – fone (48)96039329

Porto Alegre Novembro de 2004

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DELTA DO JACUÍ – ILHAS DA PINTADA, GRANDE DOS

MARINHEIROS, FLORES E PAVÃO: Estudo Preliminar de Viabilidade

para Abastecimento de Água

Pery Bennett – pbennett@terra.com.br Eldimar Tavares Torres

Associação Hospitalar Moinhos de Vento Rua Ramiro Barcelos, 910 – PA – Cep 90035.001

Resumo

O trabalho é uma proposição inicial para suprimento de água à população carente das ilhas da Pintada, Grande dos Marinheiros, Flores e Pavão, localizadas no Delta do Jacuí. O estudo levanta a possibilidade de captação de águas da chuva, com armazenamento em cisternas. Trabalha com dados secundários de demanda da população das ilhas e, com base no índice de precipitação pluviométrico da região, estima a capacidade de captação e estoque. A água captada seria para usos diversos, menos para ingestão, exceto se tratada. A possibilidade de consumo humano não é descartada, porém estudos e monitoramentos deverão ser realizados futuramente. Este é um projeto de iniciativa da Associação Hospitalar Moinhos de Vento, vinculado às suas ações de Responsabilidade Social voltadas para o Sistema Único de Saúde. A AHMV pretende, com ações dessa natureza, incorporar o conceito de atenção integral através da promoção à saúde e prevenção de doenças, melhorando as condições sanitárias da região e conseqüentemente, a qualidade de vida dos moradores e o meio ambiente.

Introdução

Esse trabalho tem o objetivo de fornecer algumas informações sobre as ilhas da Pintada, Grande dos Marinheiros, Flores e Pavão, situadas no Delta do Jacuí. Os dados aqui utilizados, é parte de um censo, realizado pela Fundação Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul, realizado em 1995, em todas as ilhas do Delta.

Os dados da Fundação foram utilizados como base para um estudo inicial de viabilidade de captação de águas de chuva, para uso doméstico pelos moradores das citadas ilhas.

O projeto é uma iniciativa da Associação Hospitalar Moinhos de Vento e faz parte de um projeto maior, cujo norteador são as ações de promoção à saúde e a prevenção das doenças para os habitantes daquela região.

O Delta do Jacuí

O Parque Estadual Delta do Jacuí foi recentemente recategorizado, pelo decreto nº 43.367, de 29.10.2004, à Área de Proteção Ambiental.

Constitui-se das ilhas do Guaíba, banhados, canais e cursos de navegação, abrangidos pelos rios Jacuí, Caí e Sinos. É composto por 26 ilhas e quatro banhados, abrangendo parte dos municípios de Canoas, Eldorado do Sul, Nova Santa Rita, Porto Alegre e

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As Ilhas de Estudo

O Censo Populacional realizado nas áreas componentes do Parque, pela Fundação Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul (FUNDAÇÃO, 1999, p.53-182), identificou uma população de 15.516 habitantes, e um total de 4.267 domicílios. Desse número de moradores, 6.743 estão localizados nas ilhas da Pintada, Grande dos Marinheiros, Flôres e do Pavão, sendo que foram censeados 6.467 moradores,

distribuídos em 1.801 domicílios. conforme fig. 3. Figura 2: Abastecimento por caminhão-pipa

Ilhas Domi-cílios* População Até 10 anos De 11 a 20 anos De 21 a 70 anos Mais de 70 anos Renda em SM

Pintada 787 2.768 544 507 1.602 115 5,1

Gr. Marinheiros 551 1.963 578 402 947 36 2,5

Flôres 382 1.378 373 295 689 21 3,6

Pavão 81 358 124 81 147 6 -

Total 1.801 6.467 1.619 1.285 3.385 178 -

Figura 3: Dados Gerais (FUNDAÇÃO, 1999, p.53-182).

Dados mais específicos sobre os domicílios dessas quatro ilhas são explicitados na figura 4.

Ilhas Alvenaria Madeira Mista banheiro Com Latrina banheiro Sem

Pintada 350 278 159 707 23 57

Gr. Marinheiros 52 444 54 158 365 28

Flôres 136 192 55 258 92 32

Pavão 6 66 9 - - -

Total 544 980 277 - - -

Figura 4: Condições das Moradias (FUNDAÇÃO, 1999, p.53-182).

A figura 4 demonstra as condições do abastecimento de água e do esgotamento sanitário dos domicílios das ilhas destacadas.

Abastecimento de Água Esgotamento Sanitário Ilhas

Encanada Pública Bica Caminhão Pipa Poço Nenhum Rede Sumidouro Fossa ou Aberto Céu

Pintada 776 5 - - 6 66 671 50

Gr. Marinheiros 10 0 524 1 16 0 286 265

Flôres 258 2 108 4 10 0 257 125

Pavão 28 34 16 3 - 0 28 53

Total 1.072 41 648 8 32 66 1.242 493

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De acordo com a figura 4, aproximadamente 730 domicílios não possuem rede de água encanada, sendo o fornecimento da água predominantemente feito por caminhões pipa. Isso representa uma população estimada de 2.628 habitantes com problemas de fornecimento de água, considerando a média de 3,6 habitante por domicílio, de acordo com dados do relatório da Fundação

Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Figura 5 : lha do Pavão Mesmo que os dados tenham sofrido alterações entre a data do citado relatório e o presente

momento, a situação calamitosa dessas ilhas não se modificou.

Captação de Águas de Chuva

Uma das soluções que pode ser estudada, para o abastecimento parcial de água, é a coleta de águas de chuvas.

De acordo com o Manual de Saneamento da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), a captação de água da chuva deve ser armazenada em cisternas e é viável em áreas de grande pluviosidade, ou em casos extremos, em áreas de seca onde se procura acumular água da época chuvosa para a época de estiagem.

O Manual apresenta o cálculo de um sistema de captação de água de chuva, que trabalha com as variáveis de índice pluviométrico da região, capacidade física de captação e reservação. Para operacionalizar essas variáveis, o manual recomenda uma demanda diária de 22 litros de água por pessoal (FUNASA, 2004, p.61).

Se considerarmos, a título de pré-estudo, a realidade das ilhas destacadas, teremos um quadro macro da necessidade de coleta e armazenamento de água de captação de chuva:

a) quantidade de água para as necessidades mínimas de uma família com 3,6 pessoas: - consumo diário: 22 litros/pessoa x 3,6 pessoas = 80 litros;

- consumo mensal: 80 litros/dia x 30 dias = 2.400 litros; - consumo anual: 2.400 litros/mês x 12 meses = 28.800 litros.

b) capacidade física de captação: para determinar a capacidade de captação de água da chuva, é necessária a precipitação média anual. Nesse caso, a de Porto Alegre é de 1.324 mm (MENEGAT, 1998, p.73). Também é necessário estimarmos a área de telhada ou pisos de captação. Para efeito de cálculo, estima-se em aproximadamente 30 metros quadrados de telhado em cada domicílio e um aproveitamento de 80% da água captada:

- 30m2 x 1.324 mm x 0,8 = 32m3 = 32.000 litros/ano

Observa-se que a capacidade de captação é superior ao consumo estimado.

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c) para determinação da capacidade de reservação é necessário o período máximo de estiagem. Em Porto Alegre as chuvas são bem distribuídas, tendo-se precipitação anual média de 135 dias (MENEGAT, 1998, p.73). Para efeito de cálculo, estima-se um período máximo de estiagem equivalente a uma estação do ano, ou seja, 3 meses:

- consumo mensal: 80 litros/dia x 30 dias = 2.400 litros; - consumo de três meses: 2.400 litros x 3 = 7.200 litros

Conclusão

O comparativo entre demanda e capacidade de captação é favorável à utilização de águas de chuvas. Entretanto, deve-se considerar que as variáveis consideradas podem sofrer alterações, principalmente a de consumo diário de água, que, nos domicílios das ilhas, possivelmente seja maior que 22 litros diários por pessoa. Um outro fato deve ser considerado, quando se trabalha com a captação de águas de chuva: é uma água sem sais minerais. Portanto, boa para vários usos, mas não recomendável para consumo humano, exceto se mineralizada.

Referências Bibliográficas:

FUNASA – Ministério da Saúde. Manual de Saneamento. Brasília: Ed. Assessoria de

Comunicação e Educação em Saúde, 2004.

FUNDAÇÃO Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul. Avaliação das condições sócio-econômicas do parque Estadual do Delta do Jacuí, Porto Alegre: Ed. Fundação

Zoobotânica, 1999.

MENEGAT, Rualdo (coordenador geral). Atlas Ambiental de Porto Alegre. Porto Alegre:

Referências

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