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Reflexão crítica sobre uma estrutura conceptual

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Academic year: 2021

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REVISTA OE CONTASILIOADE E COMÉRCIO

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RCC n.' 223 ~ Pág. 522

REVISTA DE CONTABILIDADE E COMERCIO

-Luís Lima SEmlos

REFLEXÃO CRÍTICA SOEm._: Ui'JlA

Doutorando em Contabilidade pela Universidade de Vigo Mestre em Contabilidade e Finanças Empresarial~ pela Universidade Aberta Licenciado em Auditoria Contabilistica pelo ISCAP Bacharel-em Contabilidade e Adminístraçâo pelo IS CAP Assistente da Universidade Fernando Pessoa

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REVISTA DE CONTABILIDADE E COMÉRCIO

SUMÁRIO

1. O QUE É UMA "ESTRUTURA CONCEPTUAL"?

2. AS VANTAGENS "DA UTILIDADE PERCEBIDA" E "PERCEBIDAS PELOS UTILIZADORES

3. BREVE APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA CONCEPTUAL DO IASC 4. REFLEXÃO CRÍTICA

4.1. A questão da avaliação do desempenho

4.2. Fluxos de caixa: alternativas aos fluxos de fundos? 4.3. O confronto das bases: acréscimos vs caixa 4.4. Aspectos operacionais

RCC n." 223 - Pág. 524

REVISTA DE CONTABILIDADE E COMÉRCIO

-1. O QUE

É

UMA "ESTRUTURA CONCEPTUAL"?

Com o apoio do dicionário da autoria de Almeida Costa e de Sampaio e Melo (1982: 349 e 606), a abordagem lexicológica do termo "estrutw-a conceptual" remete-nos para'as seguintes interpretações:

estrutura: "organização das diferentes parles de um todo" em que «as partes são

dependentes do todo e, por conseguinte, solidárias umas das outras», conceptual: " ... diz respeito à concepção».

Podemos, então, aferir "estrutura conceptual" a uma organização de conceitos e entendimentos que funcionam como um todo, em dependência do mesmo; no entanto, o entendimento de uma "estrutura conceptual" no domínio contabilístico, leva-nos à procura de uma definição dessa construção lógico-dedutiva.

De acordo com Gabás Trigo (1991: 19) urna estrutura conceptual consiste numa:

·• ... teoria contable de carácter {;eneral qu.e planfea uma eslru.clu.racifin

lfigico-deductiua deZ co/wcünienlo cvntable y define una orientaciún [;ásim para cl

organismo respon.::O.ble de elaborar normas conta.bles de oblif{a.do cu.mplimiento.".

Num trabalho elaborado para o Finçmcia.l Accounting Standards Board (Ji'A.SB), "\-Veygandt e Kieso (1992: 32), entendem a cstlutura. cortccpturd como uma lei fundam«;!ntal:

«a coherent system o{ interrelated objectives anel fundamentals tha.t can lcad to consisten.t stan.dards an.d that prescribes the nature, fiwct.ion., an.d limits o[ {inanciC/l

a.ccounting and financial statements ... 1

A posição do F ... 1SB, sintetizada por 'l'ua Pereda (199G: 23), sublinha a

utilidade da estrutura conceptual:

«Servir de gu[a pa.ra cl eslablecim.iento de normas conta.bles.

Orientar a los usuarios en la aplicaciôn de dicha.') normas.

Con.stituirse en punto de referencia para la resolución de cuestioncs esped{icas en auscnr.:ia de normas crmçretas.

1 FASB Dii:Jcussion A!emorandum: "Conceptual frumework for financial accounting and reporting: clemrmts offrna.ncialstatemenls and their mer:umrement"

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REVISTA I)E CONTABILIDADE E COMERCIO

Fijar los limites de discrecionalidad en la confección de estados {inaru:iero._ç_

Aumcn/.ar el conocúnient.o y con(ianza de los u.suarios en los estados fina.ncieros.

Potenciar su comparabilidad."

2. AS VANTAGENS "DA UTILIDADE PERCEBIDA" E "PERCEBIDAS PELOS UTILIZADORES"

Também o subsistema de conceituação, do sistema do planeamento contabilistico, ol:-ienta~nos até ao termo estrutura conceptual.

Tal como alguns autores (Joaquim Ferreira Ribeiro 1986: 283~309),

defendemos que uma estrutura conceptual, orientada para a gestão no tempo e no espaço, deve obedecer a aspectos logismográficos e a objectivos logismológicos, pois ambos perspectivam a eficiência em termos técnicos; os primeiros quanto ao registo dos factos e à prepara~~üo da informação, os segundos quanto à formulação de princípios e teoremas relativos à análise da intormação apresentada.

Nestes termos, ail1da que submetida a d~t.errninado modelo de planificação macrologismológí_ca, a orientação da planificação micrologismológjca deve ter em conta a individualidade da unidade económ:ica; no entanto, a diversidade de actividades económicas ilustra a permeabilidade da unificação quanto a-erros d~ concepção.

O risco da utilização de demonstrações contabilísticas não comparáveis, alavancado por perigos potenciais (influências, interpretações erradas, inexactidões e incertezas), 8pontou a necessidade de d€senvolver a harmonização; no entanto, este processo não tendo cm conta diferenças estruturais sócio~económicas e políticas ... ficou entregue ao insucesso.

De facto, a diversidade das necessidades que se procuram na informnção, provenientes de circunstâncias sócio-económicas e legais relativas a cada país, conduziram:

a várias definições das classes das demonstraçôcs contabilísticas; a diferentes critérios para o reconhecimento de elementos nas demonstrações contabilísticas; e

RCCn.0223 ~Pág. 526

-a utilízaçáo de diferentes bases de mensuração.

Resta a normalização se a questão de obedecer a um plano universal se colocar relativamente a conceituações básicas; e esta é, talvez, a maior preocupação no desenvolvimento de uma estrutura conceptual para a preparação e apresentação das demonstrações contabilísticas.

No entanto, uma estrutura conceptual pura a contabilidade será importante em função das vantagens que os utilizadores, reais ou potenciais, perceberem; na opinião de Domingos Silva Cravo (1991: 311), a importância da contabilidade é função da utilidade que esta tem para os destinatários da informação, reconhecendo·se, por consequência, a importância dos utilizadores na configuração do modelo contabilístico.

Os utilizadores da informação preparada e apresentada incluem os investidores actuais e potenciais, os crcdorc:::;, o governo, os colaboradores, os clientes e o público em geral; estes utilizadores têm necessidades comuns às quais as demonstrações contabilísticas procuram dar resposta.

São os alicerces do paradigma da utilidade.

3. BREVE APRESENTAÇii.O

DA

ESTRUTUP.A CONCEPTUl\L

DOIASC

Não constituindo uma norma internacional de contabilidade, a estrutura conceptual do lnternationo.l Ac:cuunting Standards Committee {[ASC) não

derroga qualquer norma internacional de contabilidade ef;pecífica; em caso de conOit.o imperam os requisitos destas uma vez que o desenvolvimento e

revisão das mesmas, será c;_--!cntado pela estrutura conceptual.

As finalidades ela cst.rut.urn conceJJtual do IASC são:

apoiar o desenvolvimento de normr1s nacionais e reduzir os tratamentos contabilísticos alternativos permitidos;

apoiar quE'r a criação contabilidade, quet· a cun1.abilidnde existentes; de futuras revisão de normas nonnas internacionais intcrnacionai::; de de

ajudar na aplicação das normas internacionais de contabilidade;

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REVISTA DE CONTIIBILIDADE E COMERCIO

servir os auditores na formação da sua opinião; e

ajudar os utilizadores na interpretação da informação contida nas demonstrações contabilísticas.

A estrutura conceptual do IASC trata:

do objed..ivo das demonstrações contabilísticas;

das características qualitativas que determinam a utilidade da informação nas demonstrações contabilísLicas;

da definição, do reconhecimento e da mensuração dos elementos das demonstrações contabilísticnsi e

dos conceitos de capital e de manutenção de capital.

4. REFLEXÃO CRÍTICA

Na _opinião de Braz Machado (1983: 41 e 51) .. a função principal da contab1hdade é a de acumul ar e cmnumcar m onnação essencial · fi • à

compreensão das actividades das empresas... para desempenhar esta função... desenvolve~se adentro de um campo definido de coriCeit.os e princípios ...

R relevância;

-objectividade e verifieabilidade; e - quantificabilidade.»

Ante~ d~ aparecimento da sua estnltura conceptual o IASC apresentava

uma ~1.1ssao reguladora que, através das normas internacionais de

cout~~1hdade, ~e.sc;evia as práticas mc:~is comuns utilizudns em países de

t.rad1çao contabihsttc.a, sem uma adequada fundamentnçiio conceptual; com

RCCto.'223-Pág. 528

nEVISTA DE CONTABILIDADE E C O M É R C I O

-aquelas normas pret.enc.lia-se reduzir as soluções alternativas existentes para a multiplicidade de temas a trata/.

A estrutura conceptual do IASC pretende a delimitação das demonstrações contabilísticas a incluir no relato económico-financeiro, a definição de entidade e a afectação da informação contabilística aos utilizadores supostamente mais interessados: os investidores e os credores; pretende, assim, melhorar a comparabilidade das demonstrações contabilísticas.

Estas e outras razões levam alguns autores (José Laínez Gadea e Ana Pérez-Grueso 1995: 1119) a admitir uma estrutura conceptual como guia de orientação para elaboraçõ.o de normas internacionais de contabilidade e não como modelo a seguir.

4.1. A QUESTÃO DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

O IASC considera que o desempenho (lucrabilidade e sua variação) é

avaliado na demonstração dos resultados e nas notas adicionais; a posiçüo financeira (recursos económicos, esttutura fmanccira, liquidez e solvência) é

avaliada no balanço e nas notas adicionais; as alterações na posição financeira (capacidade de gerar c de utilizar dinheiro e equivalentes) são avaliadas numa demonstração scp<:".rada3 e nas notas adicionais.

Em sentido diverso à posição as"sumicla na estrutura conceptual do JASC, é nosso entendimento que as dm~:::;:~;:;trações contabilísticas incluídas no relato económko-ilnanceiro, objectivam o estudo do desempenho das entidades, através da avalinçiio do comportamento de grandezas., como os fluxos de caixa, os fluxos Ue funU.os, a formaç::i.o dos rcsult?.dus, a variaçáo elo património ou outras susceptíveis de valornção; aquela avaliação pode ser concretizada com base cm valores absolutos ou relativos, individual ou colectivamente_

2

Em pafses cujas normas contabilísticas dependem do poder central, a informarão produziria não considera os objectivos pro{issioncris e de geuao. Para o caso concreto de

Portugal, pensamo.<; que os objectivos do poder ccnlraiJmderium .c;cr atingidos em con.sonü:ncia

com uma estrutura, concPptual desde qrte o.~ diverg1~ndo.c; rmln! a oplicaçáo desta e a aplicação

das n.urm.as go!!f!rrwmentai.c; (dc!ii[Jnadamf'nfc as (iscais) f<Jssem cmtcifiáveis en1. sede prôprin. 3

A dcm.onsiraçr'io dos fluxos de caixa? 4 Estudam-se (.-:nómcrws

como as fluxos de caixa, os fitlXVS de fundo.~, a (ormaçâo dos

n:sultados c a variação do patrimúnio,

(5)

REVISTA DE CONTASILIDADE E COMEFICIQ

De

f~cto,

na nossa

opl~ião,

a informação contabilística permite colher perccpçoes da mesma real1dade sob formas diferentes ("conta" e "ll ")

' ' ] d ' uxo,o

que e poss1ve tra uz1r no .seguinte esquema:

-erspectiva "conta" . . -perspectiva "fluxos"

I I

n ~~omposição e alteração 8. fluxos de fUndos m do património ~

"'

( avaliação \_

\

do desempenho

I

<

Formação dos resultados

~

fluxos de caixa õ

I

l

~ ro m

-O que pretend?mos evidenciar é, pois, a confluência de diversas

grand<:::~:_:s na avaliação. d_o comportamento das entidades económicas-0 esquema Dprc.sentado configura, apenas, uma das alternativas

informativ~s-4.2. FLUXOS DE CAIXA: AL TERNAi"IVA AOS FLUXOS DE FUNDOS?

.

~s va:~tngens

ele uma

demon~tração

desejada insuprive1 justificam

answdades c, c?nse~uentemente, a 1mportância elos fluxos de caixa aumenta

de

fo~ma

cons1dcravel para os utilizadores da informação

contabilística-t~I~1-~cm

a c1·cscente necessidade de informação, oportuna e adequada:

acuca ~lo mod_u c~mo as.empresas geram e utilizam dinheiro teve reflexo na menor nnportanc1a consignada ao re&-ultado Jíquido.

A demon~tração dos fluxos de caixa é, pois, assumida como altern;:d..iva à

dcn·J~):1st~·açao ~os Il~x?~

de fundos, na apresentação das alterações na pos,Jçao Imanceira, opm1~ao que não pariiJhamos uma vez que consideramos que aquelas demonstra~~oes permitem Jer realidades Uist.intas.

As demon::;traç?es dos llu.xos de fundos reflectem as varü1ções ocorridas nn fundo de manew; como o fundo de maneio se reconhece como a diferença

ncc n" 223 -Pág. 530

REVISTA DE CONTABILIDADE E COMERCIO

-entre o activo circulante c o passivo a curto prazo ou como a diferença -entre o capital permanente e o activo flxo, temos duas ópticas em paralelo:

a primeira, implícita na demonstração das varinçõcs dos fundos cin..-ulantes, assume o ftmdo de maneio quanto à liquidez da empresa, estabelece a comparação entre os activos circulantes e os passivos a

curto prazo {débitos a curto prazo);

a segunda, implícita na demonstração da origem ~ da aplicação de fundos, assume o fundo de maneio quanto ao fmanciamento Jo investimento, estabelece a comparação entre os capitais permanentes (capital próprio e débitos a médio e longo prazos) e os activos fixos (imobilizações e créditos a médio e longo prazos)_

Ambas as ópticas estudam o fundo de maneio numa perspectiva estática, razão pela qual estão dependentes da subjectividade que, por vezes, se imprime ao considerar determinado elemento patrimonial como aplicação a

curto prazo ou a médio e longo prazos (activo) ou como origem a curto ou a médio e longo prazos (capital próprio e passivo); o importnnte é, mesmo, procurar a harmonia entre os activos circulantes e os passivos a reembolsar ou, em alternativa, entre os capitais que financiam os activos lixos tlllran1.e o tempo que estes permanecerem à JiRposição da empresa.

A demonstraç5o dos ilux~:::; de caixa reflecte as variações ocorridas ocorridas em caixa e equivalcntüs evidenciando os pagamentos e os recebimentos, separados em actividades operacionais, de investimento c de financiamento.

Neste contexto, importa referir que a demonstração dos fluxos de caixa permite a obtenção de informação, já existente mas até então ignorada, acerca da forma como a empresa gera e utiliza dinheiro; este facto não retira, na nossa opinião, irnpOi:tância às demonstrações dos fluxos de fundos, cuja informação acerca do desempenho é, ainda, essencial.

Estas razões permitem-nos concluir que uma estrutura conceptual deve proporcionar a preparac;iío e apresenhlçií.o de informRc;ão diversa; aquelas demonstrações contabilísticas, a dos fluxos de caixa e as dos fluxos de fundos, remetem~nos para grandezas diferentes.

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I'IEVISTA OE CONTABILIDADE E COMÉRCIO

4.3. O CONFRONTO DAS BASES: ACRÉSCIMO VS CAIXA

Os pre~supostos contabilísticos fundamentais, são os que não necessitam de ser dnrulgudos, uma vez que estão na base da preparação das demonstrações contabilfsticas; tais pressupostos são "empresa em

continuidade", "regime do acréscimo" e "(!onsistência5".

Em contabilidade na base do acrésci.T)],Q, os proveitos são reconhecidos

~uando

obtidos, os custos são reconhecidos quando incorridos,

mdependentemente do seu recebimento ou pagamento, sendo incluídos nas demonstrações .contabilísticas dos periodos a que respeitam; esta situação carrega o concctto de resultado liquido de Sl.lbjectividade.

A este propósito Gay Saludas 0996: 643-644) refere que:

:• ... mfdoror la cosmética con.table, conduce a plant.ear·se ww. serie de cuestiones. Que es el resultado contable? 05mo es posible que al hablar del mismo se den posturas tan. antagónicas com relación a un determinado período? Cõmo se

cr~mprende que do~de una compafi~a pre:en_ta beneficias procedentes de su. gcstión,

dt~a luego el a.u~ltor que han lw.bzdo pcrdzdas? ... Cuál ,<;erá en el futuro el papel

astgnado al az:dttor: el de detective por m.or de los fiascos {r.n.ancieros en que se hwulen dema:nadas compaii.las o el visionaria prediciendo lo que va a suceder en ade/ante?»

e ainda que "al referirnos a la cos1nét~co contaú1e ... se ext.rae la cabal conclu.slón de que e! resultado contable como no! es 1 elatw

0,

Além. da relatividade do resultado líquido, <(... a importância do

reconhecimento e mensuração de custos e de réditos é um passo fundamental na formulação de princípios contabilísticos» (Braz Machado 1983: 145)6•

s Pressuposto acrescentado pel:x 1Wnna intcnwcional d~ contubilidade n.. ~1, 1·eformafada em

1.9.94.

'p .

_are~e·nos rm?)Orlanfe reter a objectividade deste perito contabilú:ta nas suas definições e c/assiJ!eoçao de réd!los, ganhos, CI.J.,;tos e perda.~:

récfitoa: significam ~ _n~Rnsura<jfio das alterações fauorriueis no.~ r1:çurso.~ da.s empresas,

dcr:orren.tc.~ da.s suas ar:ütRdades rJperacionrús.

ganh(/.~: significam a mensrlrrJÇâo da..9 aileroções favoráveis nos re-t..:urso.~ da empresas, nã.o

dl'COI"rc'no'es do proçcsso reditual.

_r:J!..S..I.2.§.:_ dividc_m-se em extintos ou Tl("io exiÚIIos; os extintos, quando beneficiam o processo rr•rbtual, sao r:onstderados ga.~tos.

Rcrdas: l't'{crt•nH;r: aos custos extintos que não beneficiam o processo redirual.

RCCn."'223-Pág. 532

REVISTA DE CONTABILIDADE E C O M É R C I O

-Em contabilidade na base de caixa, o rédito é registado apenas quando o dinheiro é recebido, as despesas e os gastos são registados apenas quando o dinheiro é pago; a deterrninaçiio do resultado líquido na base de caixa baseia-se na diferença entre o total dos recebimentos e o total dos pagamentos, sendo ignorado o princípio do balanceamento.

Na opinião de José Laínez Gadea e Ana Pérez-Grueso (1995: 1120), «el

IASC ha seleccionado, en calidad de estados financieros, aquella informa.ción cuyo conlenido y naturaleza suelen ser requeridos gene: u.lmcnte por la mayarfa de los organismos de regulación contable)•.

Como consequência, as demonstrações contabilísticas elaboradas na base de caixa não estão em conformidade com a genen1lidade dos princípios contabilísticos geralmente aceites e, portanto, a contabilidade na base de caixa não é concordrulie com a teoria subjacente aos elementos das demonstrações contabilísticas.

Após o exposto, a questão acerca da consideração de uma base mista, derivada da base de caixa ou da base do acréscimo, assume maior legitimidade.

4.4. ASPECTOS OPER!l-.CIOUiiiS

Em Portugal, só muito recentemente na directriz contabilística n.º 18 "Objecti\'OS das. demonstrações finnnceiras e prbcípios contabilísticos geralmente aceites" 7 se f!ssumiu um esboço de uma estrutura conceptual para a contabilidade, ao pronunciar-se sobre: os objectivos, as características qualitativas e os componentes das demonstrações contabilísticas; o reconhecimento e a mensuração dos elementos das demonstrações contabilisticasj e os conceitos de capital e de manutenção de capital.

A formul~~·ão e hierarquia das características qualit.aLivas não resolveu adversidades entre relcvãncÜl e fiabilidade, c custo e b8nerícío; permanecem como restrições às características qualitativas, o conceito de r'imagctn fiel" e a oportunidade ela informação. Será que Sl' reservou esta tarefa, da

determinação do equilíbrio, ao perito contabilista?

7 É nesta dinxtriz que se esfaúelecc uma hicrarquio na rttilização dos pri11dpios contabr"listicos gPralmcnte aceites: em primâro os callsfante~ do plano oficial de collfabiliclctdr..•;

em segundo os constantes das directrizes contctiJilistica.s; por rUiimo, os dil.·ulgudos nas norma.~ de contabilidade emitidas pelo IJ\SC.

(7)

REVISTA DE CONTA81LIDIIDE E COMERCIO

O critério de reconhecimento de J

t b "lf t" um e emento nas demonstrações

con a 1 s rcas pode ser b t t · · ·

. . . . ~ s rac o, pms assocra rncertezas entre os

j

~ctonteclmentos presentes, Ja conhecidos, e 0 fluir de beneficias económicos

u uros.

b

Tam~ém

a mensuração dos elementos é flexível, suscitando a adopção de

ases mrstas, elegendo o custo histórico como base padrão.

Porque o IASC não f t b ·

. _ . avorece, am em, qualquer dos conceitos de

m,~~l.:~tenlçao ,d~ caprtal, manifesta-se uma estrutura conceptual que se quer ap 1cave a vanos modelos contabilísticos.

Aliás, o excelente trabalho de investjgação de Gabás Trigo {19

realça esta vantagem à estrutura conceptual em análise; 91: 179),

.. [TIJ Oftn •rfr•e/ d.e .fU-'t"J('"'JJidad "''7 rf ,..~l)~pl,-, ~ ... - ~..-~-..~ . -~. -·- • • •

-C

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~·1Clld>na

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aplic~bÚidad ~- ~is;;m~:· ~~n~~b{;; ·di~~i~~~:-t~~ ~~7::-~ae

,n. e a ,e 111uc lOS conce~>t · (l· 1 · ... • ....

.

1 ·i . r-- os,. nl o 1ece so.uctonr?s especfji'r·Hs a muchos temas

comre.os, pm o que al mrsmo ttemp '( · ·- ·

aplicaúl·[,·dad . .i o que C8 a onentaclOn permrte una mâs amj'Jiia

, ex1ge q11e cara pai::; · ·t bl ·

especifico modelo de marco ronceptu~l ~e Sgl.s .em.a contai e qlue pretenda diseiiar su

; L4..SC _ . n a que cornp ela r a estrurtura que pr

., 'com su. propno cuntenido de elementos cara.cteristicos.>> - -opone

RCC n.' 223 ' Pág. 534

REVISTA DE CONTABILIDADE E COMÉRCIO

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Referências

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