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ESTIMATIVA DA ETo PELOS MÉTODOS PENMAN-MONTEITH FAO 56 E HARGREAVES-SAMANI A PARTIR DE DADOS DE Tx E Tn PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

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(1)

ESTIMATIVA DA ET

o

PELOS MÉTODOS PENMAN-MONTEITH

FAO 56 E HARGREAVES-SAMANI A PARTIR DE DADOS DE Tx

E Tn PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

Mairton Gomes da Silva 1

Joaquim Branco de Oliveira 2

Eder Ramon Feitoza Lêdo 3

Eliakim Martins Araújo 4

Efraim Martins Araújo 5

RESUMO

O objetivo do trabalho foi estimar a evapotranspiração de referência pelo método padrão Penman-Monteith FAO 56 e Hargreaves-Samani (1985) a partir da temperatura máxima e mínima em escala temporal mensal para os municípios de Sobral e Tauá no Estado do Ceará. Os dados meteorológicos foram obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), onde o município de Sobral compreende uma série temporal de 18 anos (1961 a 1978) e Tauá 15 anos (1964 a 1978). Para o cálculo da ETo

a partir da temperatura máxima (Tx) e temperatura mínima (Tn) utilizou-se a velocidade

média do vento para o período seco e para o período chuvoso, e valores fixos de 1 a 5 m s-1. O desempenho do método Hargreaves-Samani (1985) foi satisfatório nos dois

municípios, podendo ser utilizado pelos agricultores de ambas as regiões. A ETo a partir da Tx e Tn obteve o maior índice de confiança com as velocidades médias do vento

correspondentes aos períodos chuvoso e seco em ambos os municípios, para os valores fixos Sobral apresentou o maior índice de confiança de 0,85 com a velocidade do vento de 1,5 m s-1, já em Tauá obteve-se o maior índice de confiança de 0,91 com a velocidade

de 2,5 m s-1.

Termos para indexação: Desempenho, evapotranspiração de referência, temperatura.

1 Bolsista PIBICT/IFCE, Discente do Curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem do IFCE - Campus

Iguatu. E-mail: mairtong@hotmail.com

2 Doutorando em Fitotecnia, Prof. MSc. do IFCE - Campus Iguatu.

3 Discente do Curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem do IFCE - Campus Iguatu.

4 Mestrando em Engenharia Agricola - UFC, Tecnologo em Irrigação e Drenagem do IFCE - Campus Iguatu. 5 Bolsista CNPq, Discente do Curso de Tecnologia em Irrigação e Drenagem do IFCE - Campus Iguatu.

(2)

ESTIMATION OF ETo WITH PENMAN-MONTEITH FAO 56

AND HARGREAVES-SAMANI METHODS FROM Tx AND Tn

DATA FOR THE CITIES OF SOBRAL AND TAUÁ IN THE

STATE OF CEARÁ

ABSTRACT

The objective of this study was to estimate the evapotranspiration reference through the Penman-Monteith FAO 56 and Hargreaves-Samani standard method (1985) from the maximum and minimum temperature in monthly time scale for the cities of Sobral and Tauá in the state of Ceará, Brazil. The meteorological data were obtained from the National Institute of Meteorology (INMET), where the city of Sobral consist a series of 18 years (1961-1978) and Tauá 15 years (1964-1978). To calculate the ETo from the

maximum temperature (Tx) and minimum temperature (Tn) was used the average wind

speed during the dry and rainy season, and fixed values of 1 to 5 m s-1. The performance

of Hargreaves-Samani (1985) method was satisfactory in both cities and can be used by farmers in both regions. ETo from the Tx and Tn obtained the highest score of confidence

with the velocities corresponding to the rainy and dry seasons in both cities, and for fixed values the city of Sobral had the highest confidence index of 0.85 with the velocity of 5 m s-1, while the city of Tauá obtained the highest confidence index of 0.91 with a speed

of 2.5 m s-1.

(3)

INTRODUÇÃO

A agricultura é a atividade que mais consome água, com previsões futuras de aumentar esse consumo em face da demanda de alimentos e do crescimento das populações (Christofides, 2002).

A determinação da quantidade de água necessária para as culturas é um dos principais parâmetros para o correto planejamento, dimensionamento e manejo de qualquer sistema de irrigação. Sua quantificação é realizada fazendo-se o balanço hídrico da camada do solo ocupada pelo sistema radicular da cultura, o qual tem na evapotranspiração e na precipitação pluviométrica seus principais componentes. Ela é controlada pelo balanço de energia, pela demanda atmosférica e pelo suprimento de água do solo às plantas (Bernardo e Mantovani, 2006).

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) notou a necessidade de se padronizar um método apropriado para diferentes climas e localidades surgindo assim à equação de Penman-Monteith FAO (PM FAO 56) derivada da equação de Penman-Monteith. Esta equação estima ETo a partir de dados de temperatura do ar, umidade relativa, radiação solar e velocidade do vento (Allen et al., 1998).

Sediyama (1996), citou que o método de Penman-Monteith apresenta vantagens sobre os demais na quantificação da ETo, pois não somente concilia os aspectos aerodinâmico e termodinâmico, mas também inclui a resistência do fluxo de calor sensível e o vapor d’água no ar e a resistência da superfície (planta) a transferência de vapor d’água.

Atualmente fala-se muito em um manejo racional dos recursos hídricos, por isso métodos de estimativa da ETo que necessitam de poucos elementos climáticos como o de Hargreaves-Samani (1985) é cada vez mais utilizado em regiões onde não há a disponibilidade de todos os elementos utilizadas no método padrão PM FAO 56.

Devido muitas das estações meteorológicas não disporem de instrumentos necessários para a medição desses elementos, e quando dispõem desses instrumentos mesmo assim ocorrem falhas na coleta dos dados, outros métodos mais simples vêm sendo testados para tentar estimar a ETo em áreas onde a disponibilidade de dados são insuficientes.

O método de Hargreaves-Samani (1985) vem apresentando bons resultados em regiões onde a escassez de dados é muito grande, sendo uma boa alternativa para evitar um grande desperdício de água no momento de aplicar uma determinada lâmina de irrigação.

(4)

o

PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

O procedimento de estimativa dos parâmetros para cálculo da ETo contando

apenas com dados de Tx e Tn segue a metodologia sugerida por Lima (2005), Nandagiri e

Kovoor (2005) e Popova et al. (2006).

A comparação de modelos de estimativas mais simples, que utilizam elementos meteorológicos mais comuns como temperatura, justifica-se por permitir a menor exigência de informações climáticas (Oliveira et al., 2005).

Apesar de existirem diversos modelos para estimar ETo, é comum utilizá-los

em condições climáticas e agronômicas diferentes daquelas em que inicialmente foram concebidos, sendo por isso de extrema importância avaliar se o método escolhido se adaptará bem as condições climáticas do local (Oliveira et al., 2001).

Pereira et al. (1997), citaram que a evapotranspiração em áreas vegetadas circundadas por áreas secas, decresce com a distância a medida que o vento avança na área úmida.

Lima (2005) estimou a evapotranspiração de referência padrão de PM FAO 56 pela temperatura máxima e mínima para o Estado de Minas Gerais, encontrando resultados satisfatórias para as velocidades fixas de 1 e 2 m s-1, principalmente no leste

do Estado.

Conceição (2003) na estimativa da evapotranspiração de referência com base na temperatura do ar para as condições do Baixo Rio Grande no Estado de São Paulo encontrou índice de confiança de 0,82 para o método de Hargreaves-Samani (1985), classificado como muito bom.

Gonçalves et al. (2009), compararam métodos de ETo com o padrão PM FAO

56 para o município de Sobral e encontraram para o método de Hargreaves-Samani (1985) um índice de confiança de 0,76, que de acordo com a classificação de Camargo & Sentelhas (1997), considerado muito bom.

O trabalho teve como objetivo estimar a ETo pelo método padrão PM FAO 56 e

Hargreaves-Samani (1985), a partir da temperatura máxima e mínima em escala temporal mensal para os municípios de Sobral e Tauá no Estado do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS

Os dados meteorológicos utilizados foram obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), pertencentes a duas estações climatológicas principais localizadas nos municípios de Sobral e Tauá.

(5)

O município de Sobral está situado na região norte do Estado onde apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 3º 43’ 10” S, 40º 20’ 59” W e altitude de 69,37 m. Os dados meteorológicos como: temperatura máxima (Tx), temperatura mínima

(Tn), umidade relativa (UR), velocidade do vento e insolação compreendem uma série

temporal de 17 anos (1961 a 1978). Segundo a classificação de Köppen a região de Sobral apresenta clima do tipo Aw’, quente, com chuvas de verão e máximas em outono, com temperatura máxima variando entre 36°C em outubro e 31,2°C em maio e mínima entre 23,2°C em dezembro e 21°C em julho com precipitação pluviométrica anual de 833 mm (Brasil, 1990).

O município de Tauá está situado a sudoeste do Estado na microrregião geográfica Sertão dos Inhamuns de coordenadas geográficas: 6º 00’ 11” S, 40º 17’ 34” W e altitude de 402,58 m, com uma série temporal de 14 anos (1964 a 1978). Segundo classificação de Köppen, o clima é do tipo BSw’h’, clima quente e semi-árido, com temperatura superior a 18ºC no mês mais frio e precipitação pluviométrica média anual de 550 a 650 mm (Brasil, 1973).

Os dados foram organizados em escala temporal mensal por meio de planilha eletrônica, calculando-se assim a partir da Tx e Tn a ETo de referência pelo método padrão

PM FAO 56 e pelo método de Hargreaves-Samani (1985).

Para o cálculo da ETo pelo método PM FAO 56 tendo como base Tx e Tn foram

utilizadas velocidades do vento fixas de: 1; 1,5; 2; 2,5; 3; 3,5; 4; 4,5 e 5 m s-1. Como a velocidade do vento no período chuvoso é menor do que no período seco, utilizou-se dos dados de velocidades obtidos junto ao INMET para utilizou-se fazer uma média para o período chuvoso e outra para o período seco, onde para o município de Sobral obteve-se velocidade de 1,4 m s-1 no período chuvoso e 1,9 m s-1 no período seco, já Tauá 2 m s-1 e

2,5 m s-1, respectivamente.

O método de Penman-Monteith parametrizado pela FAO 56 para o cálculo da evapotranspiração é expresso pela equação (1):

(1)

Onde:

ETo - Evapotranspiração de Referência, mm dia-1;

Rn - Radiação líquida total do gramado, MJ m-2 dia-1;

G - Densidade do fluxo de calor no solo, MJ m-2 dia-1;

Tm - Temperatura média diária do ar a 2 m de altura, ºC;

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o

PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

e

s

- Pressão de saturação de vapor médio diário, kPa;

e

a

- Pressão atual de vapor médio diário, kPa;

e

s

-e

a

- Déficit de saturação de vapor médio diário, kPa;

∆ - Declividade da curva de pressão de vapor no ponto de T

m

, kPa ºC

-1

;

- Coeficiente psicrométrico, kPa ºC

-1

.

A pressão de saturação média diária (e

s

) foi obtida em função da pressão

de saturação da temperatura máxima e mínima:

(2)

(3)

A pressão de vapor atual (ea) foi obtida por meio da seguinte metodologia

sugerida por Allen (1998), onde a temperatura mínima (Tn) do ar diária foi subtraída de 2

ºC para aproximar ao máximo possível da temperatura do ponto de orvalho (Td):

(4)

A declividade de curva de pressão de vapor foi calculada pela equação

(5):

(5)

(7)

(6)

(7)

onde: Cp - Calor específico a pressão constante, 1,013x10-3, MJ kg-1 ºC-1; P - Pressão atmosférica, kPa; - Coeficiente de peso molecular de vapor de água ar seco-1, 0,622; - Calor latente de vaporização, 2,45 MJ kg-1; Z - Altitude do local, m. Como a magnitude do fluxo de calor no solo (G) (Equação 8) para o período de um dia ou dez dias sob uma superfície de referência gramada é relativamente pequena, o fluxo de calor no solo pode ser ignorado (G≈0). Para o período mensal G foi estimado por: G mês,i = 0,14 (Tmês,i - Tmês,i-1) (8)

Tmês,i -Temperatura média mensal do ar para o mês i, ºC; Tmês,i-1 - Temperatura média mensal do mês anterior a i, ºC. O saldo de radiação (Rn) é a diferença entre o saldo de radiação de onda curta (Rns) e o saldo de radiação de onda longa (Rnl), que foi estimado pelas equações de (9) a (17): (9) (10) (11) (12) (13) (14) (16) (17) onde:

(8)

o

PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

Rs - Radiação solar em, MJ m-2 dia-1;

Ra - Radiação no topo da atmosfera, MJ m-2 dia-1;

Gsc - Constante, 0,0820 MJ m-2 min-1;

σ - Constante de Stefan-Boltzmann, 4,903 x 10-9 MJ m2 dia-1;

Rso - Radiação solar em um dia sem nuvens, MJ m-2 dia-1;

Z - Altitude do local, m; dr - Distância relativa Terra-Sol;

J- Dia Juliano;

δ - Declinação solar, radianos; - Latitude local, radianos;

- Ângulo de radiação no momento do por do sol, radianos;

Tx,k - Temperatura máxima observada durante o período de 24 horas, K;

Tn,k - Temperatura mínima observada durante o período de 24 horas, K.

Para o cálculo da radiação solar foi utilizada a equação (18) proposta por Hargreaves e Samani (1982) que estima a radiação solar global pela diferença de temperatura diária do ar e da radiação no topo da atmosfera.

(18) onde

Rs - Radiação solar, MJ m-2 dia-1;

Kr - Coeficiente de ajuste, onde a FAO 56 recomenda usar 0,16 para o interior e 0,19 para áreas próximas a grandes massas de água;

Ra - Radiação no topo da atmosfera, MJ m-2 dia-1; Tx - Temperatura máxima, ºC;

Tn - Temperatura mínima, ºC.

Para o cálculo do método de Hargreaves-Samani (1985) foi utilizada a equação (19): (19) onde Tx - Temperatura máxima, ºC; Tn - Temperatura mínima, ºC; Tm - Temperatura média, ºC;

Ra - Radiação no topo da atmosfera, MJ m-2 dia-1.

Este método também é recomendado pela FAO (Allen et al., 1998) quando há somente disponibilidade de dados de temperatura do ar no local de estudo.

Utilizou-se o programa computacional Reference Evapotranspiration Calculator (REF-ET) desenvolvido por Allen (2000) para se estimar a ETo de referência

(9)

pelo método padrão Penamn-Monteith FAO 56, com dados de umidade relativa média, velocidade do vento, temperaturas máxima e mínima do ar e insolação. Este programa atende às diretrizes e procedimentos de cálculos da ETo apresentados no manual ASCE Nº 70, sendo também compatível com o boletim de irrigação e drenagem Nº 56 da FAO.

Os resultados foram comparados e analisados por regressão linear (Equação 20), tendo como variável dependente Y, para os valores de ETo de referência estimados a partir de Tx e Tn e o método de Hargreaves-Samani e como variável independente X, para os valores de ETo estimados pelo método de Penman-Monteith-FAO56 calculado através do REF-ET.

Y = βo + β1X (20)

onde Y - Valor estimado pelo método de referência PM FAO 56 a partir de Tx e Tn, e pelo método de Hagreaves-Samani (1985); βo - Coeficiente angular; β1 - Coeficiente linear; X - valor estimado pelo método padrão PM FAO 56. (21)

(22)

(23)

(24)

A correlação entre o método de PM FAO 56 e os outros métodos foi realizada com base em indicadores estatísticos, a fim de se observar a precisão dada pelo coeficiente de correlação (r) que está associado ao desvio entre valores estimados e medidos indicando o grau de dispersão dos dados obtidos em relação à média. (25) onde:

Ye - Valor estimado do método avaliado; Y - Valor estimado do método PM FAO 56; Ῡ - Média dos valores do método padrão.

(10)

o

PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

A exatidão na estimativa da ETo em relação ao modelo padrão escolhido foi obtida através do índice de Willmott “d” que varia 0 a 1 apresentado por (Willmott et al., 1985).

(26)

Com a correlação entre os dados e a exatidão calculou-se o coeficiente de segurança ou desempenho “c” (Tabela 1), sendo o produto de r e d (c = r.d) (Camargo e Sentelhas, 1997).

Tabela 1. Valores do coeficiente de desempenho conforme Camargo e Sentelhas (1997). Valor de “c” Desempenho > 0,85 Ótimo 0,76 a 0,85 Muito Bom 0,66 a 0,75 Bom 0,61 a 0,65 Mediano 0,51 a 0,60 Sofrível 0,41 a 0,50 Mau ≤ 0,40 Péssimo

A quantificação dos erros proporcionados pelas estimativas foi obtida pelo erro-padrão de estimativa (EPE) e através da relação dos valores médios expressa em porcentagem (%).

(27) (28) onde

Ye - Média do método estimado; Y - Média do método padrão; n – Número de observações.

(11)

O método de Hagreaves-Samani (1985) (Tabela 2) apresentou boa correlação em relação ao método padrão Penman-Monteith FAO 56 calculado no REF-ET, com valor de EPE igual á 0,51 mm dia-1 e um índice de confiança “c” de 0,80, que segundo a classificação de Camargo e Sentelhas (1997) é considerado muito bom. Em estudo para o município de Sobral, Gonçalves et al. (2009) em comparação com o padrão PM FAO 56 encontraram para o método de Hargreaves-Samani (1985) um índice de confiança “c” de 0,76, sendo classificado como muito bom, mostrando-se confiável para esse município.

O método padrão PM FAO 56 (Tabela 2) foi o que obteve menor EPE de 0,36 mm dia-1 e o maior índice de confiança ”c” de 0,86 utilizando as velocidades médias do

vento de 1,4 e 1,9 m s-1 para os períodos seco e chuvoso, sendo classificado como ótimo conforme a classificação de Camargo e Sentelhas (1997), já as velocidades do vento fixas de 1 a 3 m s-1 apresentaram um desempenho classificado como muito bom, com a

velocidade de 1,5 m s-1 de maior índice de confiança “c” de 0,85 e menor EPE de 0,40

mm dia-1, para as velocidades de 3,5 e 4 m s-1 apresentaram “c” de 0,70 e 0,67 (bom), e

por fim as velocidades de 4,5 m s-1 com EPE de 1,15 mm dia-1 superestimando o método

padrão PM FAO 56 em 1,10 mm dia-1 (22,79%) e 5 m s-1 com EPE de 1,31 mm dia-1

também superestimando em 1,26 mm dia-1 (26,18%) com “c” de 0,61 (mediano) e 0,57

(sofrível) respectivamente, mostrando que a utilização de velocidades fixas depois de 4 m s-1 não é confiável para as condições climáticas desse município.

Tabela 2. Coeficientes estatísticos analisados no município de Sobral.

% EPE r r2 d c Desempenho HS 107,60 0,51 0,90 0,80 0,90 0,80 Muito Bom PM56(1,0) 94,52 0,50 0,88 0,77 0,91 0,80 Muito Bom PM56(1,5) 99,05 0,40 0,89 0,78 0,95 0,85 Muito Bom PM56(2,0) 103,48 0,42 0,89 0,79 0,92 0,82 Muito Bom PM56(2,5) 107,71 0,52 0,90 0,80 0,92 0,83 Muito Bom PM56(3,0) 111,74 0,67 0,90 0,81 0,87 0,78 Muito Bom PM56(3,5) 115,58 0,83 0,90 0,82 0,78 0,70 Bom PM56(4,0) 119,27 0,99 0,91 0,82 0,74 0,67 Bom PM56(4,5) 122,79 1,15 0,91 0,83 0,67 0,61 Mediano PM56(5,0) 126,18 1,31 0,91 0,83 0,63 0,57 Sofrível PM56(1,4 ou 1,9) 100,69 0,36 0,90 0,83 0,96 0,86 Ótimo

PM56 (Penman-Monteith 56 com a velocidade que foi calculada). HS método de Hargreaves-Samani (1985).

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o

PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

método padrão calculado a partir da temperatura máxima e mínima para os municípios de Sobral e Tauá estão representados nas figuras 1 e 2.

O método de Hargreaves-Samani (1985) (Tabela 3) apresentou para o município de Tauá um EPE de 0,27 mm dia-1 e um índice de confiança “c” 0,87, conforme Camargo e Sentelhas (1997) classificado como ótimo. Conceição (2003) também encontrou desempenho satisfatório com o método de Hargreaves-Samani (1985) na estimativa da evapotranspiração de referência com base na temperatura do ar para as condições do Baixo Rio Grande, SP, com “c’ de 0,82 sendo classificado como muito bom, mostrando-se bastante confiável para esta localidade, podendo ser utilizado para estimar a evapotranspiração de referência.

Assim como Sobral que teve o menor EPE e o maior índice de confiança “c” de 0,86 utilizando as médias das velocidades do vento para o período chuvoso e para o período seco, o município de Tauá (Tabela 3) também apresentou o menor EPE igual a 0,19 e o maior índice de confiança utilizando as velocidades médias do vento de 2 ou 2,5 m s-1 para os dois períodos, onde foi encontrado um “c” de 0,96, que segundo a classificação Camargo e Sentelhas (1997) classifica-se como ótimo desempenho.

(13)

Figura 1. Valores médios mensais da evapotranspiração de referência obtidos através do REF-ET e da evapotranspiração obtida através da temperatura máxima e mínima com as respectivas velocidades do vento, 1 m s-1 (a), 1,5 m s-1 (b), 2 m s-1 (c), 2,5 m s-1 (d), 3 m

s-1 (e), 3,5 m s-1 (f), 4 m s-1 (g), 4,5 m s-1 (h), 5 m s-1 (i), 1,4 ou 1,9 m s-1 (j) e o método de

Hargreaves-Samani (1985) HS (l).

Os valores fixos (Tabela 3) apresentaram o maior índice de confiança às velocidades do vento de 2,5 e 3 m s-1 com “c” respectivamente de 0,91 e 0,86 (ótimo),

para as outras velocidades de 2 e 3,5 foi encontrado “c” de 0,85 e 0,79 (muito bom), de 1,5, 4 e 4,5 m s-1 apresentou-se “c” de 0,69; 0,68 e 0,73 (bom), o pior desempenho foi

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o

PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

encontrado para as velocidades de 1 m s-1 com EPE igual a 0,82 mm dia-1 subestimando

o método padrão PM FAO 56 em 0,74 mm dia-1 (14,9%) e 5 m s-1 com EPE de 1,17 mm

dia-1 superestimou em 1,16 mm dia-1 (26,36%), ambas com desempenho sofrível, não sendo assim confiável a utilização desses valores nas condições climáticas de Tauá para o cálculo da ETo padrão.

Sobral apresentou o maior índice de confiança com a velocidade do vento de 1,5 m s-1 e Tauá com a velocidade de 2,5 m s-1. Lima (2005) na estimativa da ETo

de referência também usando Tx e Tn para o Estado de Minas Gerais obteve resultados

satisfatórios com as velocidades de 1 e 2 m s-1, principalmente no leste do Estado.

Tabela 3. Coeficientes estatísticos analisados no Município de Tauá

% EPE r r2 d c Desempenho HS 98,70 0,27 0,93 0,87 0,93 0,87 Ótimo PM56(1,0) 85,10 0,82 0,87 0,76 0,63 0,55 Sofrível PM56(1,5) 91,09 0,55 0,92 0,85 0,75 0,69 Bom PM56(2,0) 96,66 0,33 0,95 0,91 0,89 0,85 Muito Bom PM56(2,5) 101,85 0,26 0,97 0,95 0,93 0,91 Ótimo PM56(3,0) 106,72 0,40 0,98 0,97 0,87 0,86 Ótimo PM56(3,5) 111,28 0,59 0,99 0,98 0,80 0,79 Muito Bom PM56(4,0) 115,55 0,79 0,99 0,98 0,68 0,68 Bom PM56(4,5) 119,58 0,98 0,99 0,99 0,74 0,73 Bom PM56(5,0) 123,36 1,17 0,99 0,98 0,58 0,58 Sofrível PM56(2 ou 2,5) 100,43 0,19 0,99 0,98 0,97 0,96 Ótimo

PM56 (Penman-Monteith 56 com a velocidade que foi calculada). HS método de Hargreaves-Samani (1985).

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Figura 2. Valores médios mensal da evapotranspiração de referência obtido através do REF-ET e da evapotranspiração obtida através da temperatura máxima e mínima com as respectivas velocidades do vento, 1m s-1 (a), 1,5 m s-1 (b), 2 m s-1 (c), 2,5

m s-1 (d), 3 m s-1 (e), 3,5 m s-1 (f), 4 m s-1 (g), 4,5 m s-1 (h), 5 m s-1 (i), 2 ou 2,5 m s-1 (j) e o

método de Hargreaves-Samani (1985) HS (l). CONCLUSÕES

O método de Hargreaves-Samani (1985) apresentou desempenho satisfatório nos dois municípios onde este trabalho foi realizado, sendo confiável a sua utilização para os agricultores de ambas as regiões, onde nem sempre se dispõem de todos os elementos

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o

PARA SOBRAL E TAUÁ NO CEARÁ

climáticos necessários para o cálculo da ETo padrão PM FAO 56, assim podendo evitar o desperdício de água e diminuir o custo com energia no momento da irrigação.

Os dois municípios para o cálculo da ETo a partir da Tx e Tn, obteve-se o maior índice de confiança com as velocidades médias do vento correspondentes aos períodos chuvoso e seco, isso só foi possível porque se tinha dados de velocidades registrados correspondentes aos períodos estudados.

O município de Sobral apresentou o maior índice de confiança de 0,85 com a velocidade do vento 1,5 m s-1, já para o município de Tauá foi encontrado o maior índice de confiança igual a 0,91 com a velocidade de 2,5 m s-1, sendo confiável a utilização das mesmas para o cálculo da ETo padrão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Tabela 1. Valores do coeficiente de desempenho conforme Camargo e Sentelhas  (1997). Valor de “c” Desempenho > 0,85 Ótimo 0,76 a 0,85 Muito Bom 0,66 a 0,75 Bom 0,61 a 0,65 Mediano 0,51 a 0,60 Sofrível 0,41 a 0,50 Mau ≤ 0,40 Péssimo
Tabela 2. Coeficientes estatísticos analisados no município de Sobral.
Figura 1. Valores médios mensais da evapotranspiração de referência obtidos através do  REF-ET e da evapotranspiração obtida através da temperatura máxima e mínima com as  respectivas velocidades do vento, 1 m s -1  (a), 1,5 m s -1  (b), 2 m s -1  (c), 2,5
Tabela 3. Coeficientes estatísticos analisados no Município de Tauá
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