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Óleos essenciais de citronela, melaleuca e guaçatonga no controle de Penicillium expansum / Citronella, melaleuca and guaçatonga essential oils in the control of Penicillium expansum

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 21277-21283, out. 2019. ISSN 2525-8761

Óleos essenciais de citronela, melaleuca e guaçatonga no controle de

Penicillium expansum

Citronella, melaleuca and guaçatonga essential oils in the control of

Penicillium expansum

DOI:10.34117/bjdv5n10-285

Recebimento dos originais: 20/09/2019 Aceitação para publicação: 23/10/2019

Maira Cristina Schuster Russiano

Mestranda em Agronomia pelo Programa de Pós-Graduação em Agronomia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Pato Branco Endereço: Via do Conhecimento, s/n - KM 01 - Fraron, Pato Branco - PR, 85503-390

E-mail: maira.schuster@hotmail.com Marcielly Bressanelli

Engenheira Agrônoma, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. E-mail: bressanellimarcielli@gmail.com

Gilmar Antonio Nava

Doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos Endereço: Estr. p/ Boa Esperança, km 04 - Zona Rural, Dois Vizinhos - PR, 85660-000

E-mail:gilmarnava@utfpr.edu.br Carlos Guilherme dos Santos Russiano

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos Endereço: Estr. p/ Boa Esperança, km 04 - Zona Rural, Dois Vizinhos - PR, 85660-000

E-mail:gui_russiano@hotmail.com RESUMO

Os óleos essenciais atuam na parede celular dos fungos, causando vazamento do conteúdo celular, podendo inibir seu crescimento e atividade. Neste contexto, o presente trabalho objetivou avaliar uma forma de controle alternativa para o fungo Penicillium sp., causador de mofo-azul da macieira, o qual proporciona grandes percas econômicas na pós colheita de maçã. O controle baseou-se na utilização in vitro de óleos essenciais de guaçatonga, citronela e melaleuca, nas alíquotas de 5 μL e 10 μL. Diariamente avaliou-se o crescimento micelial do fungo, até a testemunha completar seu crescimento na placa..O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, sendo a unidade experimental composta por uma placa em quatro repetições. Após a coleta dos dados, os mesmos foram submetidos ao teste de normalidade de Lilliefors, não havendo a necessidade de transformação as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott 5% de probabilidade, no programa estatístico ASSISTAT. Os óleos essenciais afetaram negativamente o crescimento micelial do patógeno,

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 21277-21283, out. 2019. ISSN 2525-8761 sendo que o controle mais eficaz foi obtido através do óleo de citronela, não diferindo entre as alíquotas utilizadas.

Palavras-chave: Brassica napus, Helianthus annuus, efeito antagonista. germinação.

ABSTRACT

Essential oils act on the fungal cell wall, causing leakage of the cellular content and inhibiting its growth and activity. In this context, the present work aimed to evaluate an alternative form of control for the fungus Penicillium sp., Which causes apple blue mold, which provides large economic losses after apple harvest. The control was based on the in vitro use of guaçatonga, citronella and melaleuca essential oils at 5 μL and 10 μL aliquots. The fungal mycelial growth was evaluated daily until the control completed its growth in the plaque. The experimental design was completely randomized, and the experimental unit consisted of a plate in four replications. After data collection, they were submitted to the Lilliefors normality test, and there was no need for transformation, the averages were compared by the Scott-Knott 5% probability test in the ASSISTAT statistical program. Essential oils negatively affected the mycelial growth of the pathogen, and the most effective control was obtained through citronella oil, not differing between the aliquots used.

Keywords: Brassica napus, Helianthus annuus, antagonist effect. germination.

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, a produção anual de maçãs na década de 70 era de 1.000 toneladas, por meio do apoio a pesquisa e incentivos, houve o aumento da produção na região Sul, tornando o país auto suficiente na produção, com potencial para a exportação. Onde de 10 a 20 % das maças são exportados para outros países, em especial o continente europeu, tornando-se um setor muito reconhecido pelo governo e sociedade (VALDEBENITO-SANHUEZA, 2003).

Cerca de 35% do descarte de frutas no Brasil é ocasionado por doenças do tipo podridões, estas perdas estão baseadas nas condições de manejo, como ponto de colheita, alta pluviosidade no período de pré-colheita, danos no fruta, bem como contaminações no local de armazenamento do fruto (SANHUEZA, 2016).

Entre os fungos causadores de podridões à macieira, está o fungo Penicillium expansum, o qual ocasiona o mofo-azul na macieira ou a chamada podridão por Penicillium, que se apresenta sobre o fruto, no formato de lesões de aparência aquosa, mole, deprimida e profunda, muito comum durante o armazenamento da maçã (SANHUEZA, 2016).

Esta doença pode ser adquirida ainda no campo ou no processo de manejo pós-colheita. Para reduzir estas perdas pós-colheita, a aplicação de fungicidas é muito utilizada, porém devido ao alto efeito residual, muitas formas de controle alterativas têm sido pesquisadas (BRACKMANN et al. 2005).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 21277-21283, out. 2019. ISSN 2525-8761 Alguns métodos alternativos e mais sustentáveis do que o uso de agrotóxicos já foram testados para o controle desse fungo. Entre eles, destacam-se os óleos essenciais, pois apresentam grande potencial no controle de doenças vegetais (BRUM et al. 2012). Estes óleos essenciais são formados a partir do metabolismo secundário das plantas, por meios bioquímicos e físicos (WOLFFENBUTTEL, 2007).

Santos, et al. (2014) verificaram que o óleo essencial de Schinus terebinthifolius, controlou os patógenos Colletothrichum gloeosporioides Penz e Lasiodiplodia theobromae, sendo mais sensíveis ao óleo essencial proveniente de sementes verdes da planta, resultando em 100% de inibição do crescimento micelial dos patógenos. Outro estudo in vitro, realizado por Benato, et al. (2018), mostra que dentre os óleos essenciais utilizados no estudo, o óleo de maior destaque no controle do fitopatógeno Penicillium digitatum, foi o óleo de canela, reduzindo totalmente o índice de crescimento micelial em concentrações maiores de 0,5 g L-1. Deste modo, o objetivo do presente trabalho foi testar uma forma de controle alternativa para este fungo causador de grandes perdas econômicas na pós-colheita de maçã, avaliando o potencial de óleos essenciais de guaçatonga, citronela e melaleuca no controle do in vitro de Penicillium expansum.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Fitopatologia da UTFPR – Câmpus Dois Vizinhos. Os óleos essenciais utilizados de guaçatonga (Casearia sylvestris), citronela (Cymbopogon sp.) e melaleuca (Melaleuca alternifólia) foram adquiridos de produtos comerciais, extraídos pelo método de arraste a vapor d’ água, e utilizado via micropipeta, nas concentrações de 5 e 10μL, aplicados em papel filtro autoclavado com 1cm² e fixado na tampa superior da placa de Petri®.

Tais placa de Petri® foram esterilizadas em autoclave à 120ºC durante 15 minutos, juntamente com frascos de Erlenmeyer contendo meio de cultura BDA (Batata, Dextrose e

Ágar), fechado com algodão e vedados com papel pardo, envolto por fita crepe (ALFENAS; MAFIA, 2007).

Por meio de ponteiras autoclavadas foram retirados discos de micélio de sete milímetros de diâmetro de colônias pré formadas do patógeno P. expansum, onde o foi disposto no centro da placa contendo meio BDA. Para a testemunha foi utilizado água destilada em substituição ao óleo.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 21277-21283, out. 2019. ISSN 2525-8761 O isolado de P. expansum foi obtido de frutos de maçã gala colhidos na cidade de Palmas – PR, tendo sido replicado em novas placas até a obtenção de uma amostra pura do patógeno, para dar início ao experimento.

As placas foram mantidas em BOD por 10 dias, na temperatura de 25ºC e fotoperíodo de 12 horas, sendo que diariamente avaliou-se o crescimento micelial do patógeno com auxílio de uma régua graduada, a fim de verificar o efeito do óleo essencial no controle do mesmo.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, sendo a unidade experimental composta por uma placa em quatro repetições. Após a coleta dos dados, os mesmos foram submetidos ao teste de normalidade de Lilliefors, não havendo a necessidade de transformação as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott 5% de probabilidade, no programa estatístico ASSISTAT (SILVA e AZEVEDO, 2009).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os óleos essenciais agem na parede celular dos fungos, podendo ocasionar o vazamento do conteúdo celular. Este efeito pode estar associado à oxidação de lipídios da membrana celular induzida por alguns dos constituintes do óleo (AMARAL; BARA., 2005).

Ao observar a tabela 1, pode-se notar a eficácia do óleo essencial de citronela, que inibiu 100% do crescimento micelial do fungo, independente da concentração da alíquota usada. O mesmo efeito pode ser notado por Seixas et al. (2011) onde o óleo essencial de capim citronela inibiu o crescimento micelial do fungo Fusarium subglutinans na cultura do abacaxizeiro. Efeito similar do óleo essencial de capim citronela também foi observado no estudo de Veloso et al. (2012), onde não ocorreu crescimento micelial de Amphobotrys ricini, em nenhuma das alíquotas testadas (5 a 30 µL).

Tabela1. Crescimento micelial de Penicillium sp. sobre diferentes concentrações de óleo essencial de guaçatonga, citronela e melaleuca. UTFPR-DV, Dois Vizinhos, PR, 2019.

Tratamento Concentração (μL) Crescimento micelial (cm) Testemunha 0 5,00000 a Guaçatonga 5 4,04125 b Guaçatonga 10 4,19738 b Melaleuca 5 4,10722 b Melaleuca 10 4,23737 b

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 21277-21283, out. 2019. ISSN 2525-8761

Citronela 5 0,00000 c

Citronela 10 0,00000 c

Média (cm) 1,96211

Coeficiente de variação (%) 11,75

*Médias seguidas por letras minúsculas iguais na coluna não diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade.

O óleo essencial de guaçatonga também diferiu significativamente da testemunha, com uma redução de 19,17% na alíquota de 5 uL e de 16,05% na alíquota de 10 uL no crescimento micelial em relação a testemunha com água destilada, verificando que não houve diferença estatística entre as alíquotas utilizadas do mesmo óleo essencial.

Bonett et al. (2012) ao estudarem o efeito do óleo essencial de cinco plantas sobre o fungo Colletotrichum gloeosporioides, causador da antracnose nos frutos de mamoeiro, também observou que o extrato que mais inibiu o crescimento micelial do patógeno foi o de guaçatonga, na alíquota de 15 uL.

No presente estudo, observa-se também pela tabela 01 e figura 01, que o óleo essencial de melaleuca reduziu em 17,85% e 15,25% o crescimento micelial de Penicillium sp. na alíquota de 05 uL e 10 uL respectivamente, destacando sua eficácia, os quais não apresentaram diferença estatística entre si.

Figura 1. Placas de Petri contendo: a) aguá destilada (testemunha), b) óleo essencial de melaleuca e c) óleo essencial de guaçatonga.

Os autores Martins et al. (2010) também verificaram em seus estudos que o óleo essencial de melaleuca inibiu o desenvolvimento dos fungos Macrophomina phaseolina, Sclerotinia sclerotiorum e Alternaria alternata, o qual foi considerado pelos autores um meio de controle economicamente e ecologicamente viável de controle de doenças de plantas.

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4. CONCLUSÃO

O óleo essencial do capim citronela apresenta maior efeito de inibição do crescimento micelial de Penicilium expansum, em comparação aos óleos essenciais de guaçatonga e melaleuca, que também possuem efeito significativo.

REFERÊNCIAS

ALFENAS, A.C., MAFIA, R.G. Métodos em fitopatologia. [s.l.] : UFV- Universidade Federal de Viçosa, 2007.

AMARAL, M.F.Z.J., BARA, M.T.F. Avaliação da atividade antifúngica de extratos de plantas sobre o crescimento de fitopatógenos. Revista Eletrônica de Farmácia, v.2, p.5-8, 2005. BENATO, E. A. et al. Óleos essenciais e tratamento térmico no controle pós-colheita de bolor verde em laranja. Summa Phytopathol., Botucatu, v. 44, n. 1, p. 65-71, 2018.

BONETT, L. P. et al. Extrato etanólico de representantes de cinco famílias de plantas e óleo essencial da família Asteraceae sobre o fungo Colletotrichum gloeosporioides coletados de frutos de mamoeiro (Carica papaya L.). Revista Brasileira de Agroecologia 7(3): 116-125 (2012) ISSN: 1980-9735

BRACKMANN, A., et al. Controle de podridão pós-colheita de Penicillium spp., em maçã ‘Fuji’ com fosfitos e fungicidas. R. bras. Agrociência, Pelotas, v.11, n. 2, p. 251-254, abr-jun, 2005.

BRUM, R. B. C. S. Efeito de óleos essenciais no controle de fungos fitopatogênicos - Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Tocantins, Gurupi, 2012.

MARTINS, J. A. S., et al. Avaliação do efeito do óleo de melaleuca alternifolia sobre o crescimento micelial in vitro de fungos fitopatogênicos. Biosci. J., Uberlândia, v. 27, n. 1, p. 49-51. 2010.

SANHUEZA, R. M. Podridões de maças frigorificadas. Frutas do Brasil, cap 04. Agencia

cnptia Embrapa, 2016. Disponível em

<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/4PodridoesMacasFrigorificadasPoscolh eita_000fid24vvy02wyiv80z4s473os8yusr.pdf>.

SANTOS, et al. Óleo essencial de Schinus terebinthifolius Raddi como controle alternativo de

Colletothrichum gloeosporioides e Lasiodiplodia theobromae, fungos fitopatogênicos de

pós-colheita. Revista GEINTEC – ISSN: 2237-0722. São Cristóvão/SE – 2014. Vol. 4/n. 4/ p.1409-1417 1409 D.O.I.: 10.7198/S2237-0722201400040014.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 21277-21283, out. 2019. ISSN 2525-8761 SEIXAS, P.T.L., et al. Controle fitopatológico do Fusarium subglutinans pelo óleo essencial do capimcitronela (Cymbopogon nardus L.) e do composto citronelal. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.13, especial, p.523-526, 2011.

SILVA, F. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. Principal components analysis in the software assistat-statistical attendance. In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7., 2009, Reno. Proceedings... St. Joseph: American Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009.

VALDEBENITO-SANHUEZA, R.M. Produção integrada de maçã no Brasil. Embrapa Uva e Vinho, Sistema de Produção 1, ISSN 1678-8761, Versão Eletrônica, Jan/2003.

VELOSO et al. Composição e fungitoxicidade do óleo essencial de capim citronela em função da adubação orgânica. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.47, n.12, p.1707-1713, dez. 2012.

WOLFFENBUTTEL, A. N. Mas afinal o que são óleos essenciais. Informativo – CRQ-V. Porto Alegre, v.11, n 105, p. 6-7. 2007.

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Figura 1. Placas de Petri contendo: a) aguá destilada (testemunha), b) óleo essencial de melaleuca e c) óleo  essencial de guaçatonga

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