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TERRITÓRIO E REGIÃO - DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS: uma discussão inicial

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TERRITÓRIO E REGIÃO - DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO ÀS

POLÍTICAS PÚBLICAS: uma discussão inicial

Marcos Vinícius Spagnoli1 Darlene Aparecida de Oliveira Ferreira2 Flamarion Dutra Alves3

INTRODUÇÃO

A fim de realizarmos uma análise crítica, e não apenas apontarmos pontos positivos ou negativos sob a forma de organização das políticas públicas, realizaremos primeiramente, não um confrontamento de autores ou concepções de conceitos, mas sim “colocações” e “abordagens” de como o conceito de “território” e “região” foram, e ainda são tratados por diversos autores da ciência geográfica e pelas políticas governamentais em âmbito federal.

Para tanto, neste trabalho, pretendemos debater as questões teóricas que envolvem uma pesquisa geográfica no âmbito conceitual a fim de dar suporte às análises posteriores, onde foram estabelecidos como objetivos do trabalho:

• Entender como os conceitos de território e região evoluíram na história do pensamento geográfico e no âmbito governamental;

• Identificar se houve de fato uma mudança na utilização dos conceitos pelas políticas públicas no Brasil;

METODOLOGIA

1 Graduando em Geografia e Integrante do Núcleo de Estudos Agrários IGCE/UNESP – Campus Rio

Claro.

2 Professora Assistente Doutor FCL/UNESP – Campus Araraquara. Líder do Núcleo de Estudos Agrários

e Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia UNESP – Rio Claro.

3 Doutorando em Geografia e Integrante do Núcleo de Estudos Agrários IGCE/UNESP – Campus Rio

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A etapa seguinte foi composta por um levantamento bibliográfico de alguns planos de governo na tentativa de identificar a maneira como são abordados os conceitos, acima elencados, no âmbito governamental.

A análise dos conceitos pelas políticas públicas é que nos indicará se houve de fato uma mudança na forma como o Governo Federal vem estruturando a distribuição de renda e promovendo o desenvolvimento pelo país.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O uso do Território na Geografia e nas Políticas Públicas governamentais

Para que possamos entender o conceito de Território na Ciência Geográfica, far-se-á uma breve explanação acerca do seu entendimento, partindo da Geografia Clássica Alemã, pautada nas concepções de Frederic Ratzel, e em seguida como o conceito de Território é estudado na Geografia brasileira atual. Para isso, utilizaremos as bases teóricas de Souza (1995), Saquet (2003) e Haesbaert (2004).

Esta primeira etapa se faz necessária devido à dificuldade em submeter as políticas públicas a um grau de análise que almejamos sem antes conhecermos as diversidades de definições dos Conceitos apresentados por teóricos e pelo Governo. Começaremos nosso estudo com uma discussão sobre a concepção de território calcada em importantes autores que trataram desse assunto, e que, embora se contraponham, nos contemplaram com seus estudos.

O território na Geografia: algumas considerações

Na Geografia há múltiplas concepções de território que servem como ponto de partida para a discussão desse conceito. Tendo em vista que existem duas abordagens principais, optamos por começar com os autores da Geografia Clássica Alemã a fim de facilitar a compreensão e seguir uma linha de raciocínio de evolução histórica.

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Pode-se, portanto aceitar como regra que uma grande parte dos progressos da civilização são obtidos mediante um desfrute mais perspicaz das condições naturais, e que neste sentido esses progressos estabelecem uma relação mais estreita entre povo e território. Pode-se dizer ainda, em um sentido mais geral, que a civilização traz consigo o fortalecimento de uma ligação mais íntima entre a comunidade e o solo que a recebe (RATZEL, apud MORAES 1990a, p.72).

Sendo assim, para Ratzel (apud MORAES 1990a e 1990b) “o território existe sem a presença do homem, desocupado (apolítico) ou com a presença deste e com o domínio do Estado (político).”.

Ainda segundo o autor, as relações entre sociedade e território são determinadas pelas necessidades de habitação, alimentação, recursos naturais e condições naturais para a efetivação da vida humana e sua sobrevivência (espaço vital), portanto o território só é compreendido como Estado-Nação, a partir do momento em que há uma organização social para sua defesa.

A sociedade que consideramos, seja grande ou pequena, desejará sempre manter, sobretudo a posse do território sobre o qual e graças ao qual ela vive. Quando esta sociedade se organiza com esse objetivo ela se transforma em Estado. (RATZEL, apud MORAES 1990a, p.76).

A continuidade dos estudos relacionando território, Estado e poder foi trabalhada mais profundamente por outro autor alemão, Claude Raffestin. Em acordo com este autor, o “espaço é anterior ao território” e por isso o “território se forma a partir do espaço”. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente, o ator ‘territorializa’ o espaço. Esta colocação expressa perfeitamente a segunda abordagem do conceito de território dentro da Geografia, “mais voltada para o indivíduo... temos o território do indivíduo, seu ‘espaço’ de relações, seu horizonte geográfico, seus limites de deslocamento e de apreensão da realidade” (SPÓSITO, 2000, p.???)

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Acompanhando as reflexões de Raffestin, outro autor, Souza (1995), apresenta o território como um “espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder”. (SOUZA, 1995, p.78), e por esse motivo, para ele para haver território é preciso que haja uma sociedade, já que, os territórios são caracterizados primordialmente pelas relações sociais projetadas no espaço.

A ocupação do território é vista como algo gerador de raízes e identidade: um grupo não pode ser mais compreendido sem o seu território, no sentido em que a identidade sócio-cultural das pessoas estaria inarredavelmente ligada aos atributos do espaço concreto (natureza, patrimônio, “paisagem”). E mais: os limites do território não seriam, é bem verdade, imutáveis (...) mas cada espaço seria, enquanto território, território durante todo o tempo, pois apenas a durabilidade poderia, é claro, ser geradora de identidade sócio-espacial, identidade na verdade não apenas com o espaço físico, concreto, mas com o território e, por tabela, como o poder controlador desse território (SOUZA, 1995, p.84).

A incorporação da questão do poder e das relações de poder implícitas nessa relação entre o homem e a natureza (agora territorializada) deu margem a incorporação de inúmeros novos elementos e autores que os tratam.

Saquet (2003), por exemplo, entende que o território é a expressão concreta/abstrata do espaço produzido a partir das relações de poder, sejam elas econômicas, culturais, políticas e/ou sociais. Para ele as relações são múltiplas e por isso os territórios também o são, o que nos sugere a crer que o território é resultado do processo de produção do e no espaço geográfico.

O território é produzido espaço-temporalmente pelas relações de poder engendradas por um determinado grupo social. Dessa forma, pode ser temporário ou permanente e se efetiva em diferentes escalas, portanto não apenas naquela convencionalmente conhecida como o “território nacional” sob gestão do Estado-Nação. (SAQUET, 2003, p.10)

Outro geógrafo que vem dedicando-se ao estudo do território sobre suas dimensões políticas e culturais incorporadas à dimensão econômica é Rogério Haesbaert.

Em síntese, Haesbaert (2004) apresenta três concepções de território:

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- econômica: enfatiza a dimensão espacial das relações econômicas, o território como fonte de recursos e/ou incorporado no embate entre classes sociais e na relação capital-trabalho, como produto da divisão “territorial” do trabalho, por exemplo.

(HAESBAERT, 2004, p.40).

Juntas, essas concepções levaram o autor a definir que o espaço tem sido moldado com finalidades específicas, já o território é tido como “um espaço sobre o qual se exerce um domínio político, e como tal, um controle de acesso”. (HAESBAERT, 1995, p.168).

Visto até aqui as colocações apresentadas por alguns diferentes teóricos da Geografia, onde alguns se contrapõem, mas outros se somam nas maneiras de entender o território, buscaremos agora apresentar a noção de território segundo o Governo.

Abordagem do Território pelo Governo Federal

A análise feita pelos Órgãos governamentais em relação à utilização de conceitos, não está diretamente ligada às definições que a Ciência e a Academia empregam. Dessa forma, veremos, por exemplo, como o conceito do Território é entendido no Programa Territórios da Cidadania.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Territorial o conceito adotado define território como:

Um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo a cidade e o campo, caracterizado por critérios multidimensionais – tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições – e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial. (SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL).

Na emenda de lançamento do Programa, no entanto, esse conceito aparece de forma sintética da seguinte maneira “o território é formado por um conjunto de municípios com mesma característica econômica e ambiental, identidade e coesão social, cultural e geográfica.” (REVISTA TERRITÓRIOS DA CIDADANIA, p.03).

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O conceito de Região na Geografia e nas Políticas Públicas governamentais

O estudo acerca das concepções de Região que apresentamos a seguir, assim como o de território realizado acima, seguirá uma linha de raciocínio lógico, ligado à história e não necessariamente a importância ou relevância de autores ou definições específicas. Até mesmo porque em acordo com Haesbaert (2002, p.134) “todo conceito tem uma validade temporal, ou seja, deve ser delimitado historicamente (...) é importante revelar a origem do conceito, tanto no sentido de sua existência real quanto de sua formulação teórica.”.

A discussão apresentará, a começar, um pouco da história do surgimento do termo e as concepções de importantes autores, como o francês Paul Vidal de La Blache e Hartshorne e também um pouco da visão das Escolas de pensamento geográfico, além de apresentar algumas considerações feitas por autores da Geografia brasileira, como Gomes (2000), Corrêa (1987) e Santos (1978).

O conceito de Região na Geografia: algumas considerações

Se quisermos compreender o que significa o conceito de região, precisamos nos remeter ao período histórico e o contexto em que ele surge. Nas últimas décadas do século XIX, dois importantes processos se desenvolveram e marcaram a Europa e a Geografia, o primeiro, a fase de expansão territorial do capitalismo, e o segundo, a sistematização da Geografia como Ciência, com a abertura de inúmeros cursos nas universidades européias e norte-americanas. É a partir das contribuições da Geografia Clássica a respeito dos conceitos de região que a discussão se apresenta, pela primeira vez, de forma relevante. Já aí surgiram os primeiros ‘conflitos’ envolvendo a região. Isso porque se destacam dois conceitos de região:

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Na visão lablachiana cada região era detalhadamente descrita e particularizada, o que dificultou generalizações e deu ao conceito um tom ‘humanizado’. Segundo o autor, o método recomendado nos estudos regionais é a descrição, pois somente através dela seria possível penetrar na complexidade dinâmica que estrutura o espaço. Mas mesmo La Blache teve alterada sua mudança de visão sobre o conceito de região. Inicialmente em seus trabalhos, o autor entende a região natural como o recorte de análise básico para a Geografia desenvolver seu campo de estudo, e com o passar do tempo avança seus estudos para o entendimento dos recortes regionais, ao passar das regiões naturais ao estudo das regiões econômicas, dando origem a Geografia Regional.

De imediato vieram as primeiras críticas a essa proposta, apontando o excepcionalismo da singularidade dos estudos por meio da região, no qual mostra as deficiências da Geografia Clássica rumo à cientificidade.

Segundo os paradigmas da Geografia Quantitativa:

a região a partir de propósitos específicos, não tendo a priori, como no caso da região natural e da região-paisagem, uma única base empírica. É possível identificar regiões climáticas, regiões industriais, regiões nodais, ou seja, tantos tipos de regiões quanto forem os propósitos do pesquisador. A região natural e a região-paisagem passam a ser apenas uma das múltiplas possibilidades de se recortar o espaço terrestre. A região constitui-se para os geógrafos lógico-positivistas em uma criação intelectual, criada a partir de seus propósitos específicos. (CORRÊA, 1987, p.186)

Da Nova Geografia vieram também posições contrárias a essa concepção, onde:

A região passou a ser vista como modelo e não como algo concreto e imediatamente visível, porque nessa abordagem a região não é delimitada pelos aspectos da natureza, da cultura ou da história do lugar, mas por dados econômicos, atendendo a objetivos específicos para a sua delimitação. (GOMES, 2000; LENCIONI, 2003).

Hartshorne também contribui com os estudos no campo de conceituação regional e diz que a região constitui “um constructo intelectual e que, como tal, poderia variar em sua delimitação de acordo com os objetivos do pesquisador”, mas na visão de Gomes (2000, p.59) a concepção hartshorniana demonstra que a “Geografia caracterizou-se sempre por ser um estudo das diferenças regionais.”.

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Neste contexto, Corrêa (2001, p.187) assinala que “o conceito de região desperta o interesse de não-geógrafos, daqueles que, de alguma forma, se interessam pela dimensão espacial da sociedade. Novos conceitos de região foram produzidos por geógrafos e não-geógrafos, ampliando ainda mais o pluralismo conceitual”.

Pode-se perceber, com base neste breve resgate histórico feito acima, que o conceito de Região, apesar de encontrar inúmeros embates ao longo da história, apresenta também diversas pontos convergentes em suas discussões. E são esses pontos comuns que corroboram para o avanço da concepção de região na Ciência Geográfica.

A Abordagem Regional e no âmbito governamental

Até 1938 antes da criação do Instituto Nacional de Geografia e Estatística – IBGE havia inúmeras regionalizações existentes no Brasil, que variavam de acordo com os autores e os critérios de avaliação, dentre os quais estava o desconhecimento da Geografia, ou seja, do território nacional. Pautado nessas considerações, a divisão regional definida como ‘verdadeira’ para o país naquele momento seguia o conceito de Região Natural, pois até então era a única base sólida a ser considerada.

Com a união do Conselho Nacional de Geografia ao Instituto Brasileiro de Estatística em 1937, o ano seguinte seria marcado pela criação do IBGE e que significou uma afirmação da necessidade de se conhecer o território nacional, para que assim, fosse possível ter uma visão sintética da realidade e sistematizar um conhecimento fragmentado, afim de, atender as necessidades administrativas (políticas territoriais, unidades com características e problemas em comum, etc.).

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Décadas depois, mais precisamente em 1966, o Escritório de Pesquisas Economias Aplicadas do Ministério do Planejamento (atual IPEA), solicitou ao IBGE um estudo que seria a base para uma nova divisão regional do país. Os critérios adotados nesta nova regionalização eram basicamente econômicos e o modelo de Região adotado foi o de Região Econômica Homogênea. Este modelo trouxe a tona uma mudança brusca na forma de organização do espaço, pois, ao contrário do conceito de Região Polarizada vigente até então, organizada em torno do consumo, o modelo proposto organizava-se em torno da produção.

A evolução sócio-econômica do Brasil, devido entre outros fatores, as dimensões territoriais, foi marcada por processos variados que levaram a uma crescente concentração regional, tanto da produção como da renda.

Embora haja ao longo de nossa história, diferentes políticas regionais (em diferentes governos ou não, ainda vigentes ou não), o que há de fato no Brasil, é a necessidade de uma nova regionalização que respeite e traduza a nova configuração territorial, econômica e social do país.

Aprovada no ano de 2004, a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), é uma resposta a um dos mega-objetivos do Plano Plurianual 2004-2007 do Governo Federal. Através dela busca-se viabilizar resultados positivos no que tange a questão regional no país, portanto, o foco das preocupações incide sobre a dinamização das regiões e a melhor distribuição das atividades produtivas no território brasileiro. Segundo a PNDR tem-se como principal objetivo o duplo propósito de “reduzir as

desigualdades regionais e ativar os potenciais de desenvolvimento das regiões

brasileiras”. Além disso, “oferece a sociedade brasileira um caminho para propiciar

seu engajamento ativo na elaboração e condução de projetos regionais de

desenvolvimento, envolvendo os entes federados, as forças sociais relevantes e os

setores produtivos”.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

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As políticas públicas tendem a modificar as terminologias dos projetos, ora região ora território. Todavia, o significado dos conceitos são os mesmos, não levando em consideração toda construção e transformação destes conceitos nas ciências humanas, neste caso, na Geografia.

CONCLUSÕES

O território e região são conceitos pertinentes para análise espacial, pois cada um tem um significado diferente e submerge características intrínsecas relacionadas com sua existência.

Dessa forma, um estudo conceitual,é necessário para o desenvolvimento de uma análise mais apurada das questões teóricas da Geografia. Assim, as políticas públicas governamentais alteram o significado de algumas políticas, apenas na forma como são redigidas as propostas, mas o significado conceitual permanece o mesmo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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