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O Teorema de Pit´

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Academic year: 2019

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Texto

(1)

Aula 11 – Conseq¨

encias da semelhan¸

ca de

triˆ

angulos

Objetivos

• Apresentar o Teorema de Pit´agoras

• Apresentar o teorema da bissetriz interna.

O Teorema de Pit´

agoras

Com os casos de semelhan¸ca de triˆangulos j´a estabelecidos, podemos agora provar o famoso teorema de Pit´agoras:

Teorema de Pit´agoras

Em todo triˆangulo retˆangulo, o quadrado da medida da hipotenusa ´e igual `a soma dos quadrados das medidas dos catetos.

Vocˆe sabia que...

Segundo uma lenda, como prova de sua gratid˜ao pela descoberto do teorema que leva o seu nome, Pit´agoras sacrificou 100 bois aos deuses. Na verdade, o Teorema de Pit´agoras j´a era conhecido pelos babilˆonios atrav´es da observa¸c˜ao e da experimenta¸c˜ao, mas a primeira prova formal ´e atribu´ıda aos pitag´oricos. N˜ao se sabe, contudo, se o teorema foi provado por Pit´agoras pessoalmente.

Prova:

SejaABC um triˆangulo retˆangulo com ˆangulo reto no v´ertice A. Que-remos provar que [m(BC)]2 = [m(AB)]2+ [m(AC)]2.

Para isso, considere a altura AD do triˆangulo ABC a partir do v´ertice A (figura 208).

A

B C

(2)

Os triˆangulos ABC e ABD s˜ao triˆangulos retˆangulos e possuem o ˆangulo ˆB em comum. Segue da proposi¸c˜ao 23 que ABC DBA (n˜ao se esque¸ca de que quando escrevemos ABC DBA queremos dizer que ABC e DBA s˜ao semelhantes segundo a correspondˆencia A D, B B e C A). Logo,

m(AB)

m(BC) =

m(BD)

m(AB) .

Da mesma forma, conclui-se que os triˆangulos ABC e DAC s˜ao seme-lhantes e que

m(AC)

m(BC) =

m(DC)

m(AC) .

Segue das igualdades acima que [m(AB)]2 =m(BC).m(BD) e [m(AC)]2 =

m(BC)m(DC). Somando membro a membro essas igualdades, obtemos

[m(AB)]2+ [m(AC)]2 = m(BC).m(BD) +m(BC).m(DC) = m(BC).[m(BD) +m(DC)]

= m(BC).m(BC) = m(BC)2

Q.E.D.

A rec´ıproca do Teorema de Pit´agoras ´e tamb´em verdadeira, ou seja, se um triˆangulo ABC tem lados de medidas a, b e c com a2 = b2 +c2, ent˜ao ABC ´e um triˆangulo retˆangulo (veja exerc´ıcio 2 desta aula).

A prova dada aqui para o Teorema de Pit´agoras n˜ao ´e a mesma dada por Euclides. A prova de Euclides faz uso da teoria de ´area de figuras planas.

O Teorema de Pit´agoras ´e t˜ao famoso que inspirou um quadro humor´ıstico do comediante Agildo Ribeiro nos anos 80.

Existe outra rela¸c˜ao v´alida para triˆangulos retˆangulos que ´e bastante usada. Ela est´a destacada na proposi¸c˜ao que se segue.

Proposi¸c˜ao 26

Em todo triˆangulo retˆangulo, a medida da altura relativa `a hipotenusa ´e igual `a m´edia geom´etrica das medidas dos segmentos que ela determina sobre a hipotenusa.

Vocˆe sabia que...

A m´edia geom´etrica entre dois n´umerosmen´e definida como a raiz quadrada do produto desses n´umeros.

Prova:

(3)

Para isso, novamente utilizaremos semelhan¸ca de triˆangulos. Como ˆB + BADb = 90o

(poisBDAb ´e reto) e ˆB+ ˆC = 90o

(poisBACb ´e reto) segue que BADb = ˆC. Da mesma forma, comoDACb + ˆC= 90o

e ˆB+ ˆC = 90o

, obtemos DACb = ˆB (veja figura 209).

A

B D C

Fig. 209: ABDCAD.

A proposi¸c˜ao 23 nos garante que ABDCAD.

Logo,

m(AD) m(DC) =

m(BD) m(AD) .

Da´ı conclui-se que [m(AD)]2 =m(BD).m(DC).

Q.E.D.

Usando o Teorema de Pit´agoras, podemos mostrar agora a existˆencia de segmentos incomensur´aveis. Considere um quadrado ABCD e trace a diagonal DB (figura 210).

A B

C D

Fig. 210: Existˆencia de segmento incomensur´avel.

A escola pitag´orica tinha como lema que tudo poderia ser explicado pelos n´umeros inteiros. Em particular, a raz˜ao entre dois segmentos quaisquer seria sempre igual a um n´umero racional (raz˜ao entre dois n´umeros inteiros), ou seja, quaisquer dois segmentos seriam comensur´aveis. A descoberta da inscomensurabilidade entre o lado e a diagonal de um quadrado colocou em cheque o lema da Escola. Segundo uma lenda, Hiparcus (400 a.C.) foi expulso da Escola e depois afogado no mar como puni¸c˜ao por ter se tornada p´ublica a descoberta de grandezas incomensur´aveis.

O triˆanguloBCD´e retˆangulo com ˆangulo reto no v´erticeC. Usando-se o segmentoCB como unidade de medida, obt´em-se doTeorema de Pit´agoras

que [m(DB)]2 = [m(DC)]2 + [m(CB)]2 = 1 + 1 = 2, ou seja, m(DB) =

(4)

O teorema da bissetriz interna

Apresentamos, agora, um resultado que se mostra ´util em muitas si-tua¸c˜oes:

Teorema (da bissetriz interna)

Uma bissetriz interna de um triˆangulo divide o lado oposto em segmentos proporcionais aos lados adjacentes.

Prova:

Seja ABC um triˆangulo qualquer e considere a bissetriz interna AD (figura 211). Queremos provar que m(BD)

m(AB) =

m(DC)

m(AC).

A

C D

B

Fig. 211: Teorema da bissetriz interna.

Se AB AC, tem-se por L.A.L. que ABD ACD. Como

con-seq¨uˆencia,BD DC e, ent˜ao, m(BD) m(AB) =

m(DC)

m(AC). Suponha agora que AB e AC n˜ao sejam congruentes. Por exemplo, suponha que AB < AC. Nesse caso, ACB < Ab BC. Existe ent˜ao uma semi-retab BE−−→ tal que ABEb ACB.b SejaF o ponto em que essa semi-reta intersecta AD (figura 212).

A

B D C

E

F

(5)

Pela proposi¸c˜ao 24, os triˆangulos ABF e ACD s˜ao semelhantes, pois ABFb ACDb eBAFb CADb . Em conseq¨uˆencia,AF Bb ADCb e m(BF)

m(DC) = m(AB)

m(AC).

Como AF Bb ADCb , segue que BF Db BDFb e, assim, BF BD. Substituindo na equa¸c˜ao, obtemos finalmente que m(BD)

m(DC) =

m(AB)

m(AC), ou,

equivalentemente, que m(BD) m(AB) =

m(DC)

m(AC).

Q.E.D.

Resumo

Nesta aula vocˆe aprendeu...

• Que em qualquer triˆangulo retˆangulo o quadrado da medida da

hipote-nusa ´e igual `a soma dos quadrados das medidas dos catetos (Teorema de Pit´agoras).

• Que a medida da altura relativa `a hipotenusa ´e a m´edia geom´etrica das

medidas dos segmentos que ela determina sobre a hipotenusa.

• Que uma bissetriz interna de um triˆangulo divide o lado oposto em

segmentos proporcionais aos lados adjacentes (Teorema da Bissetriz Interna)

Exerc´ıcios

1. Determine o raio do c´ırculo inscrito e o raio do c´ırculo circunscrito em um triˆangulo equil´atero de 10 cm de lado.

2. (Rec´ıproca do Teorema de Pit´agoras.) Prove que se em um triˆangulo ABC tem-se [m(BC)]2 = [m(AB)]2+ [m(AC)]2, ent˜aoABC

(6)

3. SejaABCum triˆangulo retˆangulo de hipotenusaBCe sejaADa altura relativa `a hipotenusa. Para facilitar, fa¸camosc=m(AB),b =m(AC), a = m(BC), h = m(AD), m = m(BD) e n = m(DC) (veja a figura 213).

C D

A

B

c b

a n m

h

Fig. 213: Exerc´ıcio 3.

Prove que b2 = a.n , c2 = a.m e a.h = b.c. Essas equa¸c˜oes,

junta-mente com o Teorema de Pit´agoras e a proposi¸c˜ao 26, constituem o que chamamos derela¸c˜oes m´etricas em um triˆangulo retˆangulo.

4. Determine x no triˆangulo retˆangulo da figura 214.

x

2x

3 2 7

Fig. 214: Exerc´ıcio 4.

5. Determinexna figura 215, sabendo queAB´e tangente aos dois c´ırculos.

O O'

A

B x

3 C 3 D 2

(7)

6. Determine x na figura 216.

B D C

A

10 6

x

Fig. 216: Exerc´ıcio 6.

7. Na figura 217, AD ´e mediana, AE ´e altura e BACb ´e reto. Determine o per´ımetro de ABC.

A

B 3

5

E D C

Fig. 217: Exerc´ıcio 7.

8. Determine a medida do segmento AD da figura 218, sabendo que AD ´e bissetriz e BACb ´e reto.

A

C D

4

B 3

Fig. 218: Exerc´ıcio 8.

9. Um observador vˆe um edif´ıcio, constru´ıdo em um terreno plano, sob um ˆangulo de 60o

. Se ele se afastar do edif´ıcio mais 30m, passar´a a vˆe-lo sob um ˆangulo de 45o

. Determine a altura do edif´ıcio.

(8)

10. Na figura 219, ABCD ´e um quadrado de 4cm de lado, m(AE) = 1

3m(AD) e m(CF) = 1

4m(BC). Determine m(GH).

A G

E

B

F

C D

H

Fig. 219: Exerc´ıcio 10.

11. Na figura 220, AS ´e bissetriz de BACb e AP ´e bissetriz de CAD. De-b terminem(SP).

A

B C

D

S P

20 40

30

Fig. 220: Exerc´ıcio 11.

12. Determine x na figura 221.

A

B C

D

F E

3

6

7

x

G

(9)

13. (U. MACK- 1975) Um ponto P dista 5cm do centro de um c´ırculo de 13cm de raio. Pelo ponto P tra¸ca-se a corda AB de 25cm. Os comprimentos dos segmentos que P determina sobre a corda AB s˜ao iguais a:

(a) 11cm e 14cm (b) 7cm e 18cm (c) 16cm e 9cm

(d) 5cm e 20cm (e) 8cm e 17cm

14. (UFMG-1982) Num c´ırculo, a corda CD ´e perpendicular ao diˆametro AB no ponto E. Se m(AE).m(EB) = 3, a medida de CD ´e:

(a) √3 (b) 2√3 (c) 3√3 (d) 3 (e) 6

15. (VUNESP-1991) Na figura 222, o triˆangulo ABD ´e reto em B eAC ´e bissetriz de BADb .

A

B

C

D

Fig. 222: Exerc´ıcio 15.

Se m(AB) = 2m(BC), fazendo m(BC) = b e m(CD) = d, podemos concluir que:

(a) d=b (b) d=

5 2

b (c) d=

5 3

b

(d) d =

6 5

b (e) d=

5 4

(10)

16. (UFGO-1980) O per´ımetro de um triˆangulo is´osceles de 3cmde altura ´e 18cm. Os lados desse triˆangulo, em cm, s˜ao:

(a) 7,7,4 (b) 5,5,8 (c) 6,6,6 (d) 4,4,10 (e) 3,3,12

17. (CESGRANRIO-1991) Uma folha quadrada de papelABCD´e dobrada de modo que o v´erticeCcoincida com o ponto m´edio deAB(veja figura 223).

A

M

º

B P D

C D

A B

M C

Fig. 223: Exerc´ıcio 17.

Se o lado deABCD ´e 1, o comprimento deBP ´e igual a:

(a) 0,300 (b) 0,325 (c) 0,375

(d) 0,450 (e) 0,500

18. (FATEC-1978) Na figura 224, as circunferˆenciasC1 eC2 tangenciam-se

no pontoP e a reta t tangenciaC1 eC2 nos pontosA e B,

respectiva-mente.

P

A B

C

1

2

C

t

Fig. 224: Exerc´ıcio 18.

Se o raio deC1 ´e 8 cm e o raio de C2 ´e 2 cm, ent˜ao:

(a) m(AB) = 8cm (b) m(AB) = 13 cm (c) m(AB) = 10 cm

(11)

19. (COVEST - 1990) Na figura 225, temos duas circunferˆencias concˆentricas, com raios medindo 4cm e 5cm, respectivamente. Por um ponto P da circunferˆencia menor, tra¸ca-se a reta tangente `a mesma, a qual deter-mina pontos A e B na circunferˆencia maior.

P B

A

Fig. 225: Exerc´ıcio 19.

O comprimento do segmento AB´e:

(a) 3√2cm (b) 6cm (c) 3√3cm (d) 6,1cm (e) 5,8cm

20. (CESGRANRIO, COMCITEC-1973) Na figura 226, as circunferˆencias de centros P e S s˜ao ambas tangentes `a reta u no mesmo ponto Q, e a reta que passa por P eR tangencia a circunferˆencia menor no ponto T.

P

T

S

Q R

u

Fig. 226: Exerc´ıcio 20.

Sendo os raios das circunferˆencias 8me 3m, respectivamente, a medida do segmento QR ´e igual a:

(a) 4 m (b) 6 m (c) 8 m

(12)

21. (EPUSP-1966) Os lados de um triˆangulo est˜ao na raz˜ao 6 : 8 : 9. Ent˜ao:

(a) O triˆangulo ´e obtusˆangulo

(b) O triˆangulo ´e acutˆangulo

(c) Os ˆangulos est˜ao na raz˜ao 6 : 8 : 9

(d) O ˆangulo oposto ao lado maior ´e o dobro do ˆangulo oposto ao lado menor

(e) Nenhuma das respostas anteriores

22. (UFF, 1993) No triˆangulo is´osceles P QRda figura 227, RH ´e a altura relativa ao lado P Q,m(P Q) = m(RQ) = 10cm em(P R) = 6cm.

P H

Q

R T

Fig. 227: Exerc´ıcio 22.

Se M ´e o ponto m´edio de P R, ent˜ao o semic´ırculo de centro M e tangente a RH tem raio igual a:

Imagem

Fig. 208: Prova do teorema de Pit´ agoras.
Fig. 209: ABD ∼ CAD.
Fig. 211: Teorema da bissetriz interna.
Fig. 214: Exerc´ıcio 4.
+2

Referências

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