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ANÁLISE DO DESCARTE REALIZADO PELOS LABORATÓRIOS DO INSTITUTO DE QUÍMICA DA UNICAMP

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Academic year: 2021

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ANÁLISE DO DESCARTE REALIZADO PELOS LABORATÓRIOS DO INSTITUTO DE QUÍMICA DA UNICAMP

*ADRIANO COSTA MESSIAS1, RAFAEL BRUNO DALIBERA2 & ROBERTO HIROKAZU USUI1 1

Graduação em Engenharia de Computação – FEEC/UNICAMP 2

Graduação em Engenharia de Computação – IC/UNICAMP *E-mail do autor correspondente: adrianocmessias+contato@gmail.com

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi investigar como é o processo de descarte de resíduos dos laboratórios de ensino do Instituto de Química (IQ) da Unicamp feito por seus alunos dentro do laboratório e o feito pelo próprio instituto com os descartes já separados pelos primeiros. Para tal utilizou-se de diversas entrevistas com alunos e repreutilizou-sentantes do IQ, comparando informações obtidas com as normas brasileiras estabelecidas. Concluiu-se então que, uma vez separado corretamente pelos alunos, os resíduos são removidos exatamente como previsto em norma. Os alunos, entretanto, acabam por não separar corretamente, todas as vezes, cada resíduo obtido em aula, algumas medidas são sugeridas para diminuir possíveis contaminações devido a um descarte realizado de modo incorreto.

PALAVRAS-CHAVE: contaminação, materiais tóxicos, resíduos

ANALYSIS OF THE RESIDUE DISPOSAL IN CHEMISTRY INSTITUTE LABORATORIES AT UNICAMP

ABSTRACT: The objective of this paper was to investigate how the residue disposal of teaching laboratories in Chemistry Institute (IQ) is done, either by inside by its students or by the institute itself after such residue is sorted by the students. For such task were used several interviews with students and IQ representatives, allied with Brazilian standards for disposal to compare with the acquired data. It was found that the discard made by the IQ, once the chemical waste is separated, is done following the proper rules. Its students, nevertheless, don’t always allocate each residue at its proper place, so a few measures are suggested to lessen risks of contamination due to improper disposal.

KEYWORDS: contamination, toxic materials, chemical waste

INTRODUÇÃO

O Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas foi criado em 1967, iniciando-se as aulas, em nível de graduação, em 1968. O primeiro laboratório de pesquisa foi montado em 1969 e a instalação do Instituto, em um dos prédios atualmente ocupados, ocorreu em 1971. Ocupa hoje uma área de aproximadamente 32000 m², abrangendo cerca de 2100 m² de laboratórios de ensino, 7100 m² de laboratórios de pesquisa (IQM, 2012).

Durante as aulas práticas são utilizados diversos tipos de compostos químicos que, caso não sejam manipulados e descartados de forma correta, podem acarretar diversos danos ao meio ambiente ou até mesmo danos à saúde, como descrito através da Ficha de Identificação e de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) (CETESB, 2012). Compostos como Tolueno e diversos metais pesados estão presentes em algumas aulas e sua manipulação requer muito cuidado.

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Segundo Elizabeth Fernandes Ferreira diretora técnica de serviços da comissão de segurança ética e ambiental do Instituto de Química, há cerca de 30 anos no início do instituto a falta de uma comissão que regulasse o uso e o descarte dos materiais do laboratório levava a utilização inadequada de compostos com uma solução sulfocrômica, solução com alta concentração de crômio, um metal pesado prejudicial à saúde, usada para a lavagem de vidraria.

De acordo com as Normas de Gerenciamento de Resíduos Químicos do Instituto de Química da UNICAMP (IQM NORMAS, 2012), alguns compostos podem ser descartados em pia de forma limitada ou no lixo caso o componente sólido não esteja contaminado com produtos químicos perigosos, porém melhor opção de descarte de resíduos químicos nunca é essa, uma vez que a mistura de diferentes compostos de laboratórios diferentes podem levar a acidentes, portanto é necessária uma separação de cada composto para decidir seu destino: basicamente reciclagem, incineração ou neutralização.

Segundo a própria Comissão de Segurança do Instituto de Química, nem todos os resíduos dos laboratórios de ensino não eram adequadamente tratados, substancias como a solução sulfocrômica, mencionada anteriormente, eram descartados nas pias dos laboratórios. Esses compostos danosos a saúde, através da rede de esgoto, eram despejados em

rios próximos sem nenhum tratamento adequado. Em 22/08/1988 foi quando iniciou o sistema de gerenciamento de resíduos químicos por força da Resolução 33/88, que aprova emendas à convenção para a prevenção da poluição marinha causada por operações de imersão de detritos e outros produtos. Assim foi criada a Comissão de Segurança e Ética Ambiental (IQM, 2012 “Gerenciamento de Resíduos Químicos no Instituto de Química/Unicamp: Disseminação de cultura ambientalmente correta”).

A Comissão tem como objetivo propor normas e medidas que visem a segurança e a salubridade no Instituto de Química. A partir dessas normas e medidas procura-se a disseminação da cultura ambientalmente correta de resíduos químicos para isso ocorra é necessário o treinamento e a conscientização de todo pessoal envolvido.

O artigo tem como objetivo verificar se as normas e medidas estão sendo efetivas e se os treinamentos e palestras, principalmente para os alunos, estão conscientizando os mesmos para não se cometer erros indesejáveis e criar uma situação prejudicial a saúde e ao ambiente local devido a descartes incorretos.

MATERIAIS E MÉTODOS

A obtenção dos dados para a elaboração desse artigo foi feita através da consulta de documentos oficiais sobre o descarte de substâncias químicas para que fosse possível obter bases para analisar o descarte feito pelo IQ,

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entrevistas com os responsáveis pela Comissão de Segurança do Instituto de Química e finalmente foram feitas algumas perguntas a alunos do instituto, uma vez que são eles os responsáveis pelo descarte nas bancadas.

Fez-se um levantamento das normas vigentes relacionadas ao descarte de resíduos e ao seu processo no Brasil e no estado de São Paulo, em seguida foi feito um levantamento similar no Instituto de Química, ambos feitos acessando os respectivos sites com a documentação necessária.

Outra abordagem tomada foi uma série de entrevistas com funcionários da Secretaria de Segurança do IQ para constatar como é verificado o cumprimento das normas acima, e verificar se houveram acidentes relacionados a um descarte de resíduo indevido. Também foram entrevistados diversos alunos que utilizaram o laboratório de ensino no primeiro semestre de 2012 para verificar se as campanhas de conscientização para uma separação de resíduos correta estão sendo efetivas ou não.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da entrevista com a equipe da Diretoria de Segurança e Trabalho foi visto que ela procura sempre estar atualizada sobre as legislações federais que dispõe sobre a contaminação do meio ambiente, como a Lei 6.902/6.938 "Política Nacional do Meio Ambiente", a Lei 9.605 "Lei de Crimes Ambientais" e a Resolução CONAMA 313/2002

que dispõe sobre o "Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais", levando em consideração o preceito de que “todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

A partir do descarte dos produtos em seu local apropriado nos laboratórios, estes podem passar por diversas formas de tratamento, sendo elas reciclagem ou reaproveitamento, incineração ou estocagem para tratamento futuro. O tratamento desses resíduos é feito conforme a natureza do composto e de seu nível de periculosidade, e é realizado por empresas terceirizadas a universidade conforme a lista autorizada pela CETESB (CETESB, 2012).

Para verificar como os alunos do instituto contribuem para que o descarte seja feito de maneira inadequada foi elaborado um questionário. A partir das perguntas deste, encontra-se uma indicação se os laboratórios possuem locais de descarte bem sinalizados, indicando onde cada tipo de composto deve ser descartado, se o aluno já realizou algum descarte em local inadequado e, caso o tenha feito, como este descarte foi feito.

Foram entrevistados sessenta e sete alunos nos cursos de bacharelado em química dos períodos diurno e noturno, os quais estavam tendo alguma disciplina com uso de laboratório

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no primeiro semestre de 2012. Os resultados foram de acordo com as Figuras de 1 a 5 (As Figuras 4 e 5 se referem somente aos alunos que responderam “Sim” à questão da Figura 3):

Figura 1. Frequência de respostas ä pergunta: Durante as aulas, ficava claro onde cada material devia ser descartado?

Figura 2. Frequência de respostas à pergunta: Quando havia dúvida quanto ao discarte, você recorria a um técnico ou a um professor?

Figura 3. Frequência de respostas à pergunta: Você já fez algum descarte inapropriado acidentalmente?

Figura 4. Frequência de respostas à pergunta: Dos descartes incorretos, algum deles era tóxico ou prejudicial ao ambiente?

Figura 5. Frequência de respostas à pergunta: Dos descartes incorretos, qual foi o destino dele?

Pode-se observar através da Figura 1 que os laboratórios possuem locais de descarte bem

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sinalizados, porém a figura 3 mostra que a mais de três quartos dos alunos já realizaram algum tipo de descarte incorreto, dentre esses descartes feito de maneira errada, a grande maioria é referente a o despejo em algum recipiente errado (Figura 5), felizmente quase a maioria desses compostos não era tóxico nem causava dano ao meio ambiente.

Apesar dos dados mostrarem que grande parte dos alunos já realizou algum tipo de descarte inadequado, disciplina com palestras de conscientização sobre o assunto através da matéria “Química com Segurança”, que é organizada pela comissão de segurança do instituto no início do curso de graduação, tem surtido efeito, uma vez que perante alguma dúvida em relação ao descarte a grande maioria dos alunos procura um técnico responsável para fazer o descarte apropriado ou mesmo para avisar quando errou o recipiente de descarte para que providências sejam tomadas.

Apesar dos esforços constantes do IQ pro meio de palestras e aulas, uma grande parte dos acaba cometendo algum erro durante o descarte, prejudicando o tratamento correto dos resíduos gerados pelo laboratório. Algumas medidas simples como deixar um dos técnicos conferindo o descarte feito pelos alunos ou mesmo exigir que, no final de cada aula, os alunos obrigatoriamente confiram com o professor em qual local deve ser descartado cada material, somente então realizarem o descarte.

AGRADECIMENTOS: O grupo gostaria de agradecer primeiro ao professor Carlos Fernando Salgueirosa de Andrade pela oportunidade deste artigo e a todos os alunos, professores e demais funcionários do Instituto de Química, especialmente da Secretaria de Segurança, que auxiliaram o grupo e tornaram este artigo possível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CETESB, 2012. Lista completa de todos os produtos químicos regulados. Disponível em: http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/produtos/ produto_consulta_completa.asp Acesso em 30 de maio de 2012.

CETESB, 2012. Lista de empresas autorizadas a realizar o tratamento de resíduos. Disponível em:

http://www.cetesb.sp.gov.br/media/uploads/d ocuments/2010/06/16/20100616081305_2014 25f56dd24898bcc309f03d8430d8.pdf Acesso em 22 de junho de 2012.

IQM, 2012. Disponível em: http://www.iqm.unicamp.br/site/?p=70 Acesso em 22 de junho de 2012.

IQM NORMAS, 2012. “Normas de Gerenciamento de Resíduos Químicos do Instituto de Química da UNICAMP”.

Disponível em:

http://www.iqm.unicamp.br/csea/docs/normas /normasResiduos.pdf Acesso em 30 de maio de 2012.

IQM, 2012 “Gerenciamento de Resíduos Químicos no Instituto de Química/Unicamp: Disseminação de cultura ambientalmente correta”. Disponível em http://www.iqm.unicamp.br/csea/docs/Gestao Ambiental.pdf Acesso em 22 de junho de 2012.

Imagem

Figura  5.  Frequência  de  respostas  à  pergunta:

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