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MG.” Kátia Gisele de Oliveira Pereira

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(1)

INSTITUTO DE GEOGRAFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

MES TRADO EM “ANÁ LISE E P LANEJAMENTO SÓCIO-AMBIEN TA L”

A

S UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS E A

E

ROSÃO

A

CELERADA NA

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BERLÂNDIA

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MG.”

Kátia Gisele de Oliveira Pereira

(2)

“A

S UNIDADES

G

EOMORFOLÓGICAS E A

E

ROSÃO ACELERADA NA BACIA DO RIBEIRÃO

E

STIVA

.

U

BERLÂNDIA

.

MG.”

Dissertaçã o de Mestrado apresentada ao curso P ós

-Graduação do Inst itut o de Geografia da

Universida de F edera l de Uber lândia.

Área de Concentração: “Análise e planejamento sócio-ambiental”

Orientadora: Profa. Dra. Claudete Aparecida Dallevedove Baccaro.

Uberlândia/MG

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Sistema de Bibliotecas da UFU, MG, Brasil.

P436u Pereira, Kátia Gisele de Oliveira, 1968- As unidades geomorfológicas e a erosão acelerada na bacia do Ribeirão Estiva. Uberlândia. MG [manuscrito] / Kátia Gisele de Oliveira Pereira. - 2011.

120 f.: il.

Orientadora: Claudete Aparecida Dallevedove Baccaro.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Geografia.

Inclui bibliografia.

1. Geografia ambiental – Uberlândia (MG) - Teses. 2. Geomorfologia - Uberlândia (MG) - Teses. 3. Erosão - Uberlândia (MG) - Teses. I. Baccaro, Claudete Aparecida Dallevedove. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de Pós-Graduação em Geografia. III. Título.

(4)
(5)

Dedico.

(6)

Á minha pro fessora Claudete, pela amizade, dedicação e orientação por todos esses anos de co nvivência geo morfo lógica, contribuição imprescindível em minha formação.

Aos técnicos do Laboratório de Geo morfo logia e Erosões de Solo (LAGES), os amigos Rosângela e Malaq uias, pelo co mpanhe irismo, paciência e presteza nas prát icas de laboratório.

Aos amigos e co legas de estrada do LAGES, Altemir, Beatriz, Carlo s, Zénilso n, Wellington, Karla e Yvone que sempre souberam est imular e acredit ar, pelos trabalho s agradáveis que p odemos fazer juntos.

Aos técnicos Carlos Macedo, Celso Siqueira e Eleuza de Fát ima Lima, pelo carinho e dedicação na cartografação e geoprocessamento dos mapas.

Às amigas Ângela Soares, Sandra Arantes, Co nceição Gianoglou e Adriana Assis pela ajuda em mo me ntos difíceis de serem superados, e m cujo o mbro amigo sempre pude apo iar -me.

Aos meus fa miliares Pa i, Mãe e irmão. Ao Zezinho, Pedro e Mariana pelo amor e co mpreensão nas horas de tantas ausências.

Ao Departamento de so los da Faculdade de Agrono mia, ULBR A Universidade Luterana de Itumbiara, na pessoa do s professores Carlo s Henrique Marchiori e da Pro fa. Jaqueline Rodrigues pela realização das análises Químicas.

Às amigas Neida Junqueira Matos a Lilia Maria Elo ísa Alpho nse de Francis pelo capricho, carinho e co mpetência na revisão dos origina is e do abstract.

(7)

PÁG.

SUM ÁRI O 06

LIS TA DE FI GUR AS 07

LIS TA DE GR ÁFIC OS 08

LIS TA DE TAB E LAS E Q U ADROS 08

RESUM O 09

ABS TR AC T 10

CAPÍTULO 1 – IN TR OD UÇ ÃO 11

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO 16

CAPÍTULO 3 – PRO C EDIME N TOS E TÉCNI C AS DE PES QU IS A 26

3.1 Materiais e métodos de elaboração dos mapeamentos 28

3.2 Trabalho de campo 33

3.3 Materiais e métodos de pesquisa de dados em laboratório 34

CAPÍTULO 4 - ASP EC TOS AMBI EN TAIS DO TRI ÂN GU LO MIN EIR O 38

4.1 Geologia e solos 41

4.2 Geomorfologia 48

4.3 Clima 52

4.4 Hidrografia 58

4.5 Uso da Terra e Cobertura Vegetal 59

CAPÍTULO 5 – UNI D ADES GE OMO RFO LÓ GI C AS E A E R OS ÃO ACE LE R AD A N A B ACI A D O RIBE IR ÃO ES TIV A.MG

64

5.1 Áreas de cimeira com rupturas escalonadas 75

5.1.1Borda Escarpada 79

5.2 Áreas de vertentes com diferentes níveis de rupturas 84

5.3 Áreas de vertentes suaves com baixas declividades 97

5.4 Planícies Aluvionares 101

CONSIDERAÇÕES FINAIS 106

BIBLIOGRAFIA 112

(8)

01 Localização da área de estudo... 12

02 Perfil topo-geológico do rio Tijuco, ribeirão Estiva, Panga até o rio Uberabinha no topo da chapada de Uberlândia na extrema direita do perfil. A Seqüência mostra as 3 camadas geológicas KM (Formação Marília), JKSG (Basalto) e PCI (Pré-Cambriano). ... 43 03 Esboço Geológico do Triângulo Mineiro... 45

04 Esboço Geomorfológico do Triângulo Mineiro... 48

05 Hipsometria do Triângulo Mineiro ... 51

06 Perfil das vertentes demonstrando vales de fundo chato, cobertos de veredas... 61

07 Perfil de vertentes com vales de encaixados... 62

08 Perfil Longitudinal da Bacia do Ribeirão Estiva... 65

09 Bacias hidrográficas e as drenagens capturadas da Chapada de Uberlândia. MG... 67

10 Foto do médio vale do ribeirão Estiva durante o Período úmido de verão com vertentes com rupturas e amplo vale em vereda. A vegetação é mais densa e farta... 71 11 Foto do médio vale do ribeirão Estiva durante o Período seco de inverno com vertentes com rupturas e amplo vale em vereda. A vegetação é rala e escassa... 71 12 Esboço Geológico do Ribeirão Estiva. MG... 72

13 Hipsometria da Bacia do Ribeirão Estiva. MG... 73

14 Esboço Geomorfológico da Bacia do Ribeirão Estiva. MG... 74

15 Perfil das vertentes da unidade de cimeira com topos escalonados... 80

16 Detalhe do solo hidromórfico, na nascente do Ribeirão Estiva. Concentração da água sobre a escarpa e pipings no barranco erodido... 81 17 Perfil topomorfológico A –A’ e B –B’... 82

18 Perfil topomorfológico C –C’ e D –D’... 83 19 (A) representação tridimensional esquemática das condições de ocorrência da água subsuperficial

influenciadas pela presença litológica de baixa permeabilidade e as relações com o relevo e materiais inconsolidados. (B) perfil típico do relevo em áreas de litologias da Formação Marília.

86

20 Anfiteatro com forte dissecação, revestido de pastagem degradada, vegetação rala e processos erosivos instalados. ...

87

21 Vertente suavemente convexa coberta por pastagem e com voçoroca instalada. Cabeceira reativada em vários dígitos.

87

22 Perfil das vertentes suavemente convexas e algumas lateríticas 89 23 Ruptura Laterítica exposta na média encosta, local de retirada de laterita para calçar estradas. 89 24 Perfil de vertentes suavemente convexas com rupturas e as erosões logo abaixo. 93 25 Anfiteatro com processo inicial de dissecação, com rupturas expostas e vale de fundo chato com

hidromorfia, marca de ravinas e canais de água abaixo da ruptura. Pastagens degradadas e ressecadas, período de estiagem. Vegetação de mata restrita às declividades mais acentuadas.

95

26 Dutos sobre carapaça ferruginosa na média encosta. 95

27 Perfil Topomorfológico E –E’ 96

28 Perfil de Assimetria do vale em vereda, com amplas hidromorfias em vertentes suaves. 98 29 Laranjal da Cargil S.A. Destaque para a preservação das veredas e ao fundo vertentes levemente

convexas.

98

30 Vale de fundo chato e vertentes cobertas por pastagens ralas. 100 31 Soleira Rochosa no leito do Ribeirão Estiva – baixo curso, com mata ciliar presente nas

margens.

104

32 Amplas planícies na foz da bacia, vales em veredas, suaves vertentes convexas e início de ravinamento em primeiro plano.

(9)

Lista de Tabelas e Quadros

Nº Nome das Tabelas Página

01 Totais men sais e médias de ch uva em Uber lân dia (1981 – 2000) 53 02 Resultado das an álises físi co-químicas - Local A 76 03 Resultado das an álises físi co-químicas - Local A 76 04 Resultado das an álises físi co-químicas – Local B 90 05 Resultado das an álises físi co-químicas – Local C 91 06 Resultado das an álises físi co-químicas – Local D 92 07 Resultado das an álises físi co-químicas – Local F 102 08 Quadr o das Un idades Geom or fol ógicas da Bacia do Ribeir ão Estiva 106

Lista de Gráficos

Nº Nome dos Gráficos Página

01 Total de chuvas em Uberlâ ndia – 1982 53

02 Total de chuvas em Uberlâ ndia – 1983 54

03 Total de chuvas em Uberlâ ndia – 1985 54

04 Total de chuvas em Uberlâ ndia – 1987 54

05 Total de chuvas em Uberlâ ndia –1988 55

(10)

RESUMO

A erosão dos so los pode ser co mpreendida co mo resu ltado das condicio nantes ambientais, relevo, so lo e clima, apropriados pela variáve l social, cu ltural expressa na ocupação e manejo das paisagens. O presente trabalho pretende o ferecer informações sobre as característ icas ambientais relacio nadas aos processos erosivos mais int ensos. Abordou -se nu m primeiro mo mento, os aspectos ambie ntais regio nais, num segundo mo mento, procurou-se destacar a Bacia do Ribeirão Est iva contextualizando suas formas e fe ições em Unidades Geo morfo lógicas classificadas co mo, Áreas de cimeira com rupturas escalonadas, subdivid ida em, borda escarpada, Áreas de vertentes com diferentes níveis de rupturas, Áreas de vertentes suaves com baixas declividades e

Planícies Aluvionares. Nestas unidades foram ident ificados os processos de erosão acelerada. Esse co nheciment o fo i sistemat izado através da pesqu isa biblio gráfica, dos mapeamentos temát icos, dos trabalho s de campo e de análise de so los visando a definir uma caracterização ambiental dos processos erosivo s. Esta podendo ser ut ilizada para futuras propostas de manejo de bacia hidrográfica, ou mesmo co mo fo nte de pesquisa para os alunos e moradores do Distrito de Miraporanga e da Bacia do ribeirão Estiva.

(11)

ABSTRACT

Soil erosio n can be understood as being a result o f enviro nmental condit io ning in addit io n to soil and climatic co ndit io ns as well as taking into considerat ion socio -cultural variables invo lved in it s use. The research conducted o ffers informat io n pertaining to enviro nmental characterist ics associated wit h erosio n and regio nal characterist ics were init ia lly examined. Subsequent ly, significant characterist ics o f the Ribeirão Estiva basin were ident ified, providing a framework for reference of its contours (shape) which were classified in t he fo llowing geo morpho logical unit s: Elevations (summits) with fissures (in staggered formation) and steep slopes; slopes with assorted levels of fissures;

gentle slopes and alluvial plains for which the advancing process o f erosion was ident ified. The informat io n obtained was classified based o n bibliographic research o f themat ic mapping o f field studies and so il analysis wit h the goal o f defining environmental processes o f erosio n. This explanat ion o f erosio n processes may be useful in the management of hydrographic basins and as a resource for students studying this pheno meno n. In addit io n, it will pro vide useful informat io n for residents o f Miraporanga District and R ibeirão Est iva basin.

(12)

CAPÍTULO

1.

I

NTRODUÇÃO

A Área de estudo faz parte de um conjunto global do relevo deno minado por AB'SABER (1971), co mo Domínio dos Chapadões Tropicais do Brasil Central e por RADAM, (1983), co mo áreas de “Planaltos e Chapadas da Bacia Sedimentar do Para ná” e do Domínio do Cerrado, em cuja região, grande parte do território do Triângulo. A nascente do ribeirão Estiva está no municíp io de Uberaba e sua foz está lo calizada ao Sul do Munic ípio de Uberlândia, no Triângulo Mine iro, entre as coordenadas geográficas: 48º10’00”W e 19º20’00”S – 48º32’30”W e 19º10’00”S, conforme se observa na figura 1.

O estudo parte dessa constatação regional que é dada pelo Triângulo Mineiro para uma invest igação ma is detalhada a nível local. Portanto, neste trabalho propõe-se um estudo de compart imentação geo morfo lógica destacando -se os processos de erosão acelerada na bacia do ribeirão Estiva a fim de se entender a integração dos diversos fatores ambientais que estão envo lvidos na dinâ mica dos processos erosivo s.

(13)
(14)

A esco lha recaiu nesta bacia por se tratar de uma área bastante representat iva no contexto regio nal dos processos erosivos e co mpart imentação geo morfo lógica e por se apresentar co mo o objeto de análise ideal, po is integra os diversos aspectos nat urais e sociais de uma determinada região.

Os trabalho s anteriores desenvo lvidos por BACCARO e PEREIR A (1995) constataram um padrão de comportamento erosivo em todo o Triângulo Mineiro co m destaque para a bacia do rio Tijuco. De acordo co m os resultados de sse estudo, a bacia do ribeirão Est iva se encontra em área classificada de média a alta vulnerabilidade morfodinâmica devido às suas característ icas morfo lógicas. Os processos erosivo s o bservados nessa bacia estão não só associada co m o avanço erosivo nas cabeceiras de drenagens, erosão extensa na méd ia encosta, erosão margina l e ravinamento, como também re lacio nados co m um co mportamento evidentemente natural de evo lução da paisagem e às prát icas sócio -econô micas reprodutoras.

A bacia do Ribeirão Est iva é um bo m exemplo dessa visão conjunta, pois as mudanças que vêm ocorrendo podem se dar por causas naturais (dessecação pela drenagem, efeitos tectônicos posit ivo s, em escala geo lógica) ou por agente acelerador dos processos modificadores, pelo ho mem, por exe mplo, DE PLOEY e GABRIELS (1980) ressaltam a importância da esco lha da área a ser estudada, devendo esta ser u m exemplo e expressar o caráter regio nal dos processos erosivo s, exigindo para a sua esco lha um conhecimento da morfo logia e da incidência da erosão na área.

Na bacia enco ntra-se loca lizada a sede do Distrito de Miraporanga, o mais ant igo do Município de Uberlândia, que guarda característ icas de importância histórico -cultural para a sociedade.

(15)

que passou a se chamar “Santa Maria”. O seu desenvolvimento posterior aconteceu graças ao fato de estar às margens da estrada real iniciada pelo s bandeirantes co m dest ino a Go iás e Mato Grosso, através do território da Farinha Podre, passage m forçada dos respect ivos viajantes. Em 1864, fo i criado o Distrito de Paz de Santa Maria, pertencente à freguesia de Monte Alegre, no municíp io do Prata, Província de Minas Gerais. A part ir de 1880 o comérc io de Santa Maria passou a ser considerado o mais importante da região. Em 1888, Santa Maria fo i desme mbrada de Monte Alegre e e levada à freguesia de São Pedro de Uberabinha, atual Uberlândia, co mo munic ípio. Co m a ret irada da linha telegráfica de Goiás, em 1899 ; co m it inerário por Santa Maria, e sua transferência para São Pedro de Uberabinha e co m a construção de outras estradas para acesso ao interior do Triângulo Mine iro, o povoado tem seu tráfego abandonado, forçando -o ao natural co lapso na sua prosperidade, co mo relatam document os presentes no Museu Municipal de Uberlândia, sem data ou autores. Nos iníc io do século XX, o distrito de Santa Maria passa a se chamar Distrito de MIRAPORANGA.

O descaso, a falta de manutenção e a ausênc ia de interesses po lít ico s transformaram Miraporanga em um bairro rural co m uma população aproximada de 150 pessoas, a maioria assalariada do campo.

Algumas outras característ icas, co mo a de dar co nt inuidade aos estudos de dinâmica da paisagem foram relev antes durante o processo de seleção da área, vislumbrando futuras aplicações prát icas das informações obtidas co m este trabalho, cujo s result ados aqui apresentados poderão servir para pro jetos futuros de ONGs, preocupadas co m o resgate da importância histó rica e cultural de Miraporanga. Acred ita -se na contribuição desta pesquisa no sent ido de resgatar valores do ambient e cujas lembranças estão perdidas no tempo.

(16)

em consideração a integração dos diversos fatores ambientais e a int erferência das at ividades hu manas enquanto organização da paisagem.

Devido à exigüidade do tempo (2 anos) e co m tão poucos recursos, fo i-se obrigado a lançar mão de um conjunto de dados obt idos basicament e através de trabalhos de campo, interpretação de fotografias aéreas na escala de 1:25.000, mapeamentos geo lógico, geo morfo lógico hipso métrico, de declividade na mesma escala. BACCARO (1990).

(17)

C

APÍTULO

2

-

R

EFERENCIAL

T

EÓRICO

Os níveis de destruição desse planeta têm sido avaliados por todos os governantes em grandes conferências para discut irem os rumos sociais dos problemas ambientais. Nas grandes confe rências te m-se chamado a atenção para os índ ices de destruição do ambiente e alertado a sociedade para as so luções que deverão ser pensadas co let ivamente, em escala glo bal, até que sejam incorporadas, através de legislação e educação, nas escalas locais. Logo, os estudos locais tendem a co ntribuir significat ivamente para a mudança lenta e gradual co m vista a pequenas transformações sociais que reflet irão no todo integrado.

(18)

O desenvo lvimento econô mico clássico da sociedade já demo nstrou instabilidade através do seu histórico, portanto, faz -se necessária uma análise abrangente que contemple a relação sociedade e natureza adotando -se uma postura po lít ica respeit adora das diferenças nelas pre-sentes, em que possa haver subsídios reais e co ncretos de transformação da realidade próxima. (SANTOS, 1996). Este autor propõe ainda que a ciência geográfica deva se co locar em mo vimento contrário à ditadura econô mic a imposta pelos plano s estatais de produção agrária e industrial, acredit ando que a terra deva ser respeitada e, para que ocorra essa transformação, é necessário que haja do is caminhos a se percorrer: a) o caminho da informação do funcio namento da natureza, procurando co mpreender sua apt idão e a lo calização geográfica dos fenô menos e b) a sociedade precisa aprender a respeitar esses espaços e o seu funcio namento. Para isso, a educação é a mo la mestra de transformação das relações da produção social.

Na questão ambiental conferem-se vários episódios da míd ia evidenciando drást icas mudança s ambientais e suas conseqüênc ias para a sociedade e, principalmente, para as sociedades distantes dos mecanismo s decisórios. Essas mudanças carecem de se (re) organizar a sociedade se m ter o peso total na esfera econô mica.

(19)

Os cerrados brasile iros, co m so los em sua ma ioria ácidos e co m baixo s teores de nutrientes, têm so frido o impacto das ino vações tecno lógicas. Trata-se de área de expansão agropecuária, oportunizada devido a fatores, como o rele vo pouco dissecado que facilita a mecanização, a fácil aceitação da correção do pH e de adubação co m fert ilizantes fosfatados.

O projeto criado em 1975, POLOCENTRO, proposto pelo II PND (Plano Nacio nal de Desenvo lvimento) fo i muito importante na ampli ação das áreas produtivas através da modernização das técnicas de ocupação dos Cerrados. O programa demarca-se basicamente pela atribuição de linhas especia is de crédito para a grande empresa rural e pela co ncentração de esforços de pesqu isa e assistência técnica.

Tal pro jeto recebe uma grande variedade de crít icas, como a falt a de diretrizes e estratégias que harmo nizasse as potencialidades e fragilidades desse ecossistema, co m sistema de o cupação ordenada. Alé m disso, DELGADO, (1985) relata que co m o pa ssar do tempo o custo elevado da produção com mecanização, adubação e correção representam obstáculo s de grande mo nta à cont inuidade do rit mo de ocupação econô mica desse espaço agríco la, ou seja, esse pro jeto privilegiou os grandes proprietários locais e o grande capit al interessado em incent ivos fiscais.

Co mo conseqüência, as regiões de Cerrado passaram a contar co m mecanismo s de uma agricultura mo derna, co m adoção cada vez ma is int ensa da mecanização, adubação, agrotóxicos etc. Segundo BACCARO (1991), ROSA (1995) e SCHNEIDER (1996) essa "modernização" nem sempre tem sido benéfica ao meio, que mo stra sina is de co mpactação do solo, contaminação de mananciais, diminuição da vida microbiana no so lo e perda da biodiversidade entre outros.

(20)

estado, com sua econo mia baseada predominantemente na agricultura e pecuária. Estas e outras at ividades econômicas, dadas as suas prát ic as, co m o passar dos tempos co mpro metem o equi líbrio dinâmico da paisagem. Os reflexos destas co ndições são constatados pelos desmatamentos, voçorocamentos e ravina mentos, destruição da fauna e da flora, assoreamentos dos rios, córregos e ribeirões. Dentre todos, o que mais tem chamado à atenção dos geomorfó logos são as erosões aceleradas, que tê m atingido grandes magnit udes e freqüência nos frágeis so los da região, associadas às prát icas agressivas.

As possibilidades de alteração do relevo realizadas pelo ho mem são de magnitude regio nal, constatadamente mais percept íveis e mais significat ivas em escala loca l, e também mais intensiva que extensiva , co mo destaca DREW (1994). Desta forma, há uma grande necessidade de estudos dos processos geo mórficos, em um B io ma tão extenso e complexo co mo os Cerrados Brasileiros.

As pesquisas cient íficas têm sido ut ilizadas para se chegar à verdade sobre questões relevantes que têm provocado a curiosidade e necessidades humanas de se conhecer mais sobre o mundo em busca de r espostas para seus quest io namentos. Para se obterem essas respostas são necessário s procedimentos cient íficos seguindo um caminho pré -estabelecido, o método cient ífico, cuja esco lha está relacio nada co m os objet ivos da pesquisa e co m os recursos dispo níveis.

(21)

Nessa relação entre ho mem/natureza a Geo morfo logi a assumiu uma importância relevante, pois trata das questões relacio nadas às formas do relevo e os seus processos associados. E é justamente so bre o relevo que o ho mem desenvo lve suas at ividades, fazendo uso da superfície para instalar atividades produt iva s e reprodutivas.

No Brasil, AB’SABER (1969), CHRISTOFOLETTI (1977), ABREU (1982), CRUZ (1985), BACCARO (1990), CASSETI (1991), ROSS (1991), GUERRA e CUNHA (1995, 1996, 1998 e 1999) t iveram o trabalho de discut ir, levantar e reavaliar as teorias sistêmicas e técnicas dos processos geo morfo lógicos, ou aplicá-las aos processos ocorrentes em clima s tropicais brasile iros.

Para buscar essas explicações, o método tem sido a linha de condução das diversas abordagens geo morfo lógicas, entre ela a Teoria dos Sistemas introduzida por STRAHLER (1950), apud BACCARO (1990), que afirma m “um sistema de drenagem ajustado talvez seja melhor descrito como sistema aberto em estado constante”, que aceita entrada e saída de energia. Essa idéia fo i aprimorada por HACK (1960), quan do lançou as bases da Teoria do Equilíbrio Dinâmico, e depois por CHORLEY (1962), que afirmou a importância da abordagem sistêmica em geo morfo logia.

Outros trabalhos cient íficos contribuíram de forma significat iva, para a evo lução dessa idéia: CHORLEY e KENNEDY (1971), CHORLEY e HAGGET (1975), THORNES e BRUNSDEN (1977), TRICART (1977), ERHART (1976) e outros.

(22)

taxono mia em função da relação espaço/tempo proposta pela escala. Relacio nado a isso, a classificação de uma paisagem co mo função da escala refere-se à determinação do espaço como result ante da co mbinação dinâmica entre os elementos físicos, bio lógico s e antrópicos, contribuindo para a co nstrução de uma base para os estudos de organização do espaço por ser esse co mpat ível co m a escala humana de observação.

No esquema a baixo NISHIYAMA (1998) mostra a int erdependência entre os co mponentes do meio físico , meio biótico e me io antrópico e o fluxo de matéria e energia.

Fluxo de matéria e energia fluxo de matéria e energia

ecossistemas

ocupações solo rocha relevo terrestres

meio antrópico meio físico meio biótico

uso dos recursos água ar ecossistemas naturais aquáticos

fluxo de matéria e energia fluxo de matéria e energia

Fonte: NISHIYAMA (1998)

(23)

geo lógicos e bio lógicos em curso e, por fim, aos vário s níve is de informações necessário s).

De acordo com CRUZ (1985), a escala de abordagem dos processos geo morfo lógicos vai variar de acordo com a relação espaço – tempo. A esco lha do método vai variar de acordo com a magnit ude e freqüência do s processos geo mórficos. A referida autora cita importantes autores que, desde a década de 60, já discutem a importância da escala de abordage m dos fenô menos de evo lução das paisag ens. SCHUMM E LICHTY (1965),

propõem a diferença na forma de invest igar os estudos mais lo ngos em áreas maiores e mais curtos em pequenas áreas. SHIU -HUNG LU K (1982), apud CRUZ (1985) prefere o estudo de áreas pequenas e reco menda a verificação das suas variações espaciais numa escala regio nal. A autora pondera, ainda, que as distâncias e as áreas são característ icas relevantes no estudo dos processos, nos quais nem sempre as inferências co nstatadas podem ser extrapo ladas para pontos adjacentes, uma vez qu e o espaço é mult id imensio nal.

Segundo CRUZ (1995), em geo morfo logia a esco lha do método é uma questão de esca la. A esco lha do tema está diretamente relacio nada co m a esco lha da escala de abordagem. O objeto e objet ivo da pesquisa é o estudo geo morfo lógico da bacia do Ribeirão Estiva, segundo sua co mpart imentação geomorfo lógica e os processos de erosão acelerada presente nas dist intas unidades do relevo.

(24)

evidenciarem modificações. No me io intergrade há do is critério s para uma avaliação da dinâ mica da paisagem: um qualitat ivo, onde a m orfogênese pode-se acelerar a ponto de superar a pedogênese co m rapidez, em que o balanço pedo-morfogenét ico reduz o horizonte A, expondo o horizo nte B e o outro qualit at ivo, onde a pedogênese leva vantagens, havendo uma mo bilização de matéria sob o efeito de processos morfogenét icos que afetam o hú mus e os demais nutrientes. Nos Meio s fortemente instáveis há um predo mínio da morfogênese sobre a pedogênese.

Dentre os diversos métodos de abordagem geo morfo lógica fo i selecio nada a metodologia proposta por AB’SABER (1969), que segundo ABREU (1982), é a que mais se adapta às condições das áreas tropicais.

AB’SABER (1969) deixa estabelecidos três níveis de tratamento para as pesquisas geo morfo lógicas: a co mpartimentação topográfica, co m caracterização e descrição das formas de relevo ; a estrutura superfic ial da paisagem e a fisio logia da paisagem com o entendimento dos processos morfodinâ micos e co mpreensão do funcio namento da paisagem.

No primeiro nível o autor apresenta a compartimentação topográfic a co mo sendo importante para um ent endimento da compart imentação regio nal caracterizando e descrevendo as formas do relevo de cada co mpart imento, ident ificando -os.

(25)

No terceiro e últ imo níve l de abordagem o auto r exige uma visão do func io namento da paisagem. Para se obter essa co ndição é necessário observar o conjunto formado pelos eleme ntos que co mpõem uma paisagem. Inicia lmente, essa visão de conjunto requer reconhecer a importância de cada elemento no funcio na mento da paisagem. Através desse reconhecimento procura-se entender os processos morfoclimát icos e a pedogênese atual, obt idos por meio de mensurações do co mportamento dos elementos.

Segundo AB’SABER (1969), é necessário para a compreensão da fisio logia da paisagem da paisagem ter conhecimentos a respeito de sucessão do tempo; da interferência esporádica de eventos climát icos não habituais; da ocorrência de processos temporários; da hidrodinâmica da área e dos processos biogênicos e geoquímico s. Alé m dessa noção, é preciso integrar a esses a ação degeneradora do ho mem, responsável por modificar o funcio namento dessa paisagem.

Em seu art igo GUERRA (1995) aborda os processos erosivo s avançados do tipo voçorocas e ravinas, ressaltando a importância de se descrever o funcio namento dos processos e a necessidade de mensurar os fatores controladores (erosividade da chuva, erodibilidade dos so los, característ icas das encostas, assim co mo o uso e o tipo da cobertura vegetal) para diagnost icar a dinâmica erosiva de u ma determinada paisagem.

(26)

A apresentação dessa abordagem metodo lógica garante que o s estudos geo morfo lógicos pod em ser úteis para outras disc iplinas que tenham co mo objeto à organização da paisagem e que possam restaurar eventos que provoquem transformações.

Neste trabalho procurou-se analisar o primeiro e o segundo níveis da

abordagem metodológica. Segundo AB’SABER (1969), é necessário

utilizar-se de várias cartas temát icas, em escala regio nal e elaborar -se outra na escala local (bacia do ribeirão Estiva), acompanhada de trabalho s de campo, perfil topomorfo lógicos, co leta de amostras de so lo e bibliografia específica sobre o tema e sobre a área de estudo, conforme esquema metodológico abaixo.

(27)

ESQUEMA METODOLÓGICO

Etapa 1

Etapa 2

Etapa 3

Objetivos

Lev ant am ent os de dad o s regi onai s do

T ri ângul o Mi nei ro

Escal a Loc al - Det al ham ent o das i nf orm ações

m orf ol ógi cas e do s dem ai s el em ent os d a

pai sa gem da Baci a do Ri bei rão Est i v a.

Muni cí pi o de Uberl ândi a. MG .

Com part im ent ação geom orf ol ógi ca e a erosã o

(28)

C

APÍTULO

3.

P

ROCEDIMENTOS E

T

ÉCNICAS DE

T

RABALHO

.

Os aspectos físico s foram levantados através de mapeamentos temát icos co nsiderando -se que a porção do espaço em estudo é produto das relações dos aspectos físicos, sociais, po líticos e econô micos.

Para esse estudo procurou-se trabalhar co m a bacia hidrográfica, unidade que exerce grande influência nos diferentes a spectos naturais e sociais e é considerado um sistema aberto, onde ocorre a entrada e saída de energia. A entrada de energia se dá pelo clima ou por efeitos tectônicos lo cais e passa a ser eliminada pela saída da água, que geralmente transporta sedimentos. Essa entrada e saída de energia proporcionam co nstantes ajustes tanto nas formas, co mo nos processos associados. Esses ajustes levam a deduzir que as bacias hidrográficas int egram uma visão conjunt a das condições naturais e das at ividades humanas aí desen vo lvidas, de mo do que as mudanças significat ivas podem gerar alterações ou efe itos impactantes. Além disso, a bac ia de drenagem tem papel fundamental na evolução do relevo, pois os cursos d’água são importantes modeladores da paisagem. Considerando essas p remissas, a opção por trabalhar co m essa unidade da paisagem tem sido bastante empregada nos estudos geo morfo lógicos.

Segundo CRUZ (1985), as técnicas ut ilizadas para a observação dos processos geo mórficos estão condicio nadas à escala espaço -tempo dos processos e aos objet ivos.

(29)

Os processos de erosão acelerada (ravina, voçoroca e erosão marginal fluvial) foram ident ificados e mapeados pelo s recursos técnicos acima cit ados e principalmente pelos trabalhos de campo.

Diante dessa abordagem, buscou -se no método e nas técnicas a elaboração de informações geo morfo lógicas do meio físico e sua int eração co m a ação antrópica de uma forma organizada em co mpart imentos, a fim de melhor co mpreender os processos erosivos na bacia do Ribeirão Estiva.

Este trabalho fo i divid ido em 3 etapas de execução , de acordo com esquema abaixo, co m o objet ivo de ordenar a seqüência dos trabalho s desenvo lvidos ao longo da pesquisa. No primeiro mo mento fo i feito um levantamento dos dados já existentes, map eamentos, análise de so los, de cartas temát icas, empregados em uma avaliação regio nal.

No segundo mo mento selecio nou -se uma área de pesquisa para detalha mento da contextualização das unidades geo morfo lógicas e dos processos erosivos em uma bacia hidrográfica.

(30)

ESQUEMA DAS ETAPAS DOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS

I

II

III

3.1

M

ATERIAIS E

M

ÉTODOS DE ELABOR AÇ ÃO DOS

M

APEAMENTOS

Para a realização do presente trabalho, buscamos todos os recursos e materiais dispo níveis para a área estudada e para a região como um todo, co mo por exemplo, trabalho s acadêmicos, diferentes t ipos de mapas, fotografias aéreas, dados de análise de so los e imagens de satélites.

Levantamento e coleta de dados regionais obtidos através de: Carta geomorfológica, geológica e hipsométrica contidas

no texto.

 Uso da Terra e Cobertura Vegetal obtida através de imagem de Satélite.

Trabalhos de campo e revisão bibliográfica.

Levantamento e coleta de dados locais (bacia do ribeirão Estiva) obtidos através de:

 Fotointerpretação dos dados geomorfológicos em escala de 1:25.000 com perfis topomorfológicos

 Carta de declividade.

 Cartas hipsométricas e esboço geológico.

 Uso da terra e cobertura vegetal – imagem de satélite

 Dados de precipitação.

 Análises físico-químicas dos solos.

 Dados de precipitação e perfis geomorfológicos.

 Trabalhos de campo.

 Revisão bibliográfica.

(31)

Os mapeamentos t ivera m a finalidade de contribuir co m informações sobre a área de estudo: esboço geo lógico e geo morfo lógico, hipso métrico e declividade. Foram elaboradas na escala de 1: 25.000, ut ilizando -se a int erpretação de fotografias aéreas, imagens d e satélite disponíveis na escala de 1:100.000 e trabalhos de campo.

A simbo logia cartográfica fo i bastante útil para garant ir às cartas uma forma leve, prát ica e rápida de ler as informações, sem que houvesse sobreposição de informações ou mesmo excesso, q ue pudesse dificult ar sua leitura. Foram ut ilizadas co mo fo nte de referências para os símbo los e cores, o manual de levantamentos geomorfo lógicos do ITC (Internat iona l Inst itute for Areal Survey and Earth Scinces) de VERSTAPPEN, H. T. & ZUIDAM (1975) e manual de TRICART (1965) que foram adaptados aos recursos do software gráfico AUTOCAD 14, empregado na cartografação dos esboços e cartas.

Durante todo o processo de interpretação das cartas e execução dest e trabalho, a referência bibliográfica e o trabalho de campo const ituíram importantes fo ntes de informações, que foram desenvo lvidas de forma int egrada e m todas as fases da pesquisa cient ífica.

Os dados obt idos por me io de mapeamentos foram digita lizados e m AUTOCAD 14, sobrepo ndo -se os dados de dec lividad e da região às demais informações. O Uso da Terra fo i atualizado em campo, uma vez que as fotografias aéreas são de 1979 e a imagem de satélit e, de 1992.

FOTOINTERPRETAÇÃO

(32)

em fotografias aéreas, na escalas de 1: 25.000 do Inst ituto Bras ileiro do Café - IBC (1979) e embasados nas cartas topográficas, em escala 1: 25.000 editados e publicados pelo – Departamento de Serviços Geográficos e cartográficos do Ministério do Exército (1984). Essas cartas também fora m empregadas para a elaboração da carta de declividade Os mapeamentos da referida bacia foram feitos na escala de 1: 25.000 e gerados na escala de 1:50.000.

Nos trabalho s de fotointerpretação procurou -se ident ificar todos os canais de drenagem. As informações assim o bt idas foram lançad as e m mapas topográficos de mesma escala (1:25.000), resultando em um mapa de rede de drenagem, co m as respect ivas nascentes e áreas úmida s (representadas por hidro morfia de média encosta). A análise do conjunto de informações representado no mapa possibil itou a constatação de sit uações dist intas quanto à forma de ocorrência da água superfic ial e subsuperficia l na área estudada. Em primeiro lugar, a ocorrência de nascentes, também e m níve l de topo, associadas às áreas superficialmente saturadas, caracterizando uma situação de pequena profundidade do nível d’água. Em seguida, a presença da zona saturada superficia lmente em nível de encosta associada a uma quebra negat iva no relevo, situação que parece indicar a existência de um nível subjacente mais resisten te e, ao mesmo tempo, menos permeável (semipermeável) do que a camada so brejacente, a qual mantém a água subsuperficia l numa zona lo calizada acima desse nível. Por fim, a zo na de saturação superficia l no fundo de vale, resultante da presença do substrato pouco permeável (arenito argilo so, laterita, arenito conglo merát ico, conglo merado ou basalto), geralmente situado em pequena profundidade.

(33)

esboço e separadamente, no texto. As bo rdas escarpadas, rupturas e limit e da vertente convexa côncava são linhas que demarcam as quebras posit ivas e negat ivas das vertentes. Nelas ut ilizaram-se símbo lo s definidores dos tipos de vertentes côncavas ou convexas. As ravinas e v oçorocas nas fotografias aéreas foram co nferidas em campo e suas formas procura m aco mpanhar o desenho natural de cada uma delas. E por fim, as unidades geo morfo lógicas procuram demo nstrar sua abrangência, seu limit e de forma contextualizada, capaz de ident ificar as formas evidentes. É necessário acrescentar que há diferença de cor em determinados co mponentes da legenda em relação ao esboço geomorfo lógico.

Para a execução deste trabalho foi feito um mosaico de “ove rlay

obtendo-se, assim, uma visualização de toda a bacia co m destaque para aspectos como feição e t ipo das vertentes, formas dos vales, tipos de planícies, padrão de drenagem e localização dos processos erosivos.

Na confecção dos “ove rla ys” algumas dúvidas sobre a definição e

classificação exata do objeto observado só puderam ser confirmadas co m uma visita a campo. Co mo exemplo podemo s citar a dist inção de alguma s erosões já estabilizadas pela vegetação de canais secundários, caminhos de gado com ravinas e t ipos de rupturas.

Para a construção da legenda fo i selecio nado um padrão de símbo lo s sobre os processos, morfo logia, drenagens e perfil topomorfo lógico. Os dados de uso da terra foram acrescentados às análises dos co mpart imentos.

ESBOÇO GEOMORFOLÒGICO

Após a conclusão dos “overlays” fez-se um estudo comparat ivo entre

(34)

ocupação, entre outros detalhes, que ajudaram a individualizar os co mpart imentos pelas seme lhanças enco ntradas.

Procurou-se integrar no esboço geo morfológico da referida bacia a lo calização clara de processos erosivos, perfis topomorfo lógicos e estruturais para que essa carta p udesse expressar, não só a morfo logia que co mpõe a paisagem, mas agregar informações que demo nstrassem a dinâmica impulsio nadora dos mo vimentos morfogenét icos de transferência s de energia presente na bacia, co mo també m a int eração dos aspectos bio lógicos e antrópicos, que se adaptam e interagem co m o funcio namento da mesma.

Pretendeu-se organizar a paisagem co m base no comportamento dinâmico e estrutural presentes nas unidades individualizadas. Tais dinamismos, cont idos nas partes, são de fundamental import ância para o func io namento do todo.

É necessário acrescentar que há diferença de cor em determinado s co mponentes do esboço geo morfo lógico em função da configuração que se modifica ao se calibrar o desenho em diferentes ploters.

DADOS DE DECLIVIDADE

(35)

semelhantes co m declividades de até 5º e os vales co m ruptura possue m declividades de 5 – 20º. Essas informações foram acrescentadas ao texto de cada unidade geo morfo lógica.

CARTA HIPSOMÉTRICA

A carta hipso mét ica fo i elaborada agrupando -se as topografias médias e mais significat ivas da área. Sobre estas fo i sobreposta à carta geo morfo lógica contendo os co mpart imentamos morfo ló gicos da bacia co m a fina lidade de se integram os co mpartimentos e os elementos da morfo logia dos processos geo morfo lógicos co m as alt itudes. A bacia fo i classificada co m 4 classes topográficas entre 700 – 750m de cor verde, 750 – 800 amarela, 800 – 850m laranja e de 850 – 900m verme lho.

ESBOÇO GEOLÓGICO

O detalhamento da Geo logia lo cal fo i feito com base nos mapeamentos feitos por NISHIYAMA (1998), BACCARO (1990) e RADAM (1983) e por trabalhos de campo. A devida lo calização dos perfis topomorfo lógicos e os pontos de co leta de amo stras desempenharam u m papel de suporte para o trabalho.

PERFIS TOPOMORFOLÓGICOS

Os resultados dos perfis de seqüência s topomorfo lógicas foram imprescindíveis para mostrar a forma das vertentes e as característ icas, além de o ferecerem uma espacialização dos contatos estruturais.

(36)

das rupturas na média vertente e por co lúvio formado por materia l pedogenizado. Ao observar a presença do colúvio, é necessário ident ificar que ele corresponde apenas à cobertura superficia l e não a uma camada dentro da encosta co mo rep resentam os perfis topomorfo lógicos.

3.2 T

R ABALHO DE

C

AMPO

Os trabalhos de campo merecem destaque devido a sua relevante importância para este trabalho, sobretudo na construção dos mapeamentos, na elaboração dos perfis topomorfo lógicos e nas co letas d e amostras de so los. Para lo calização dos pontos de coletas de amo stras e das erosões foram ut ilizadas o GPS (Glo bal Posit ion Sistem), co m o objet ivo de referenciar os dados na bacia em estudo.

Os trabalhos de campo foram esco lhidos segundo os roteiros mai s significat ivos, procurando percorrer os diversos co mpart imentos morfo lógico s determinados durante a interpretação das imagens e, a part ir de então, foram divididos em duas etapas. A prime ira co mpreendeu trabalho s de caráter exploratório seguindo as princ ipais rodovias que cortam a área e m estudo. As paradas de observação foram feitas em setores diferenciados quanto à alt itude e morfo logia, assina lando as áreas co m ocorrências de voçorocas e ravinas. A segunda etapa realizou -se no s co mpart imentos relacio na ndo-os aos processos erosivos. Durante esta etapa foram estudados perfis de so lo e coleta de amostras para análises granulo métricas. Nas visitas às propriedades fo i possível obter informações a respeito do histórico da maioria das erosões e da história da ocupação da região através de entrevistas concedidas por proprietários.

(37)

3.3

M

ATERIAIS E

M

ÉTODO DE

P

ESQUISAS

L

ABOR ATORIAIS

.

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DO SOLO

Co m a fina lidade de co mpreender melhor as característ ica s dos so los, foram feit as co letas de amo stras em co mpart imentos bastante significat ivos. Apesar de nesta pesquisa não ter como objet ivo uma caracterização profunda das d iferentes condições dos so los presentes na área de estudo, sabemos que as análises físi co-químicas do so lo fornece m informações importantes, co mo fo ntes de análises da importânc ia e função desse elemento no conjunto da paisagem, e que nos proporciona m condições de correlacio nar suas característ icas de erodibilidade co m o s avanços erosivo s.

Após a interpretação do esboço geo morfo lógico da Bacia do Ribeirão Estiva e trabalho s de ca mpo, foram esco lhidas as áreas de co leta de amostras, ident ificadas no Esboço Geomorfo lógico e feitas no sent ido de incorporar em uma topossequência todos os diferen tes t ipos de morfo logias cont idas no vale. Não fo i possíve l coletar as amostras em um perfil cont ínuo que fosse do topo até o leito do ribeirão devido a alguns imprevistos, como, falt a de acesso devido à densa vegetação e à não autorização do proprietário, apesar de as co letas terem sido realizadas sempre procurando uma seqüência morfo lógica.

As análises foram feitas através da metodo logia desenvo lvida pelo IAC (Inst ituto Agronô mico de Campinas).

(38)

1) TFSA (Terra Fina Seca ao Ar) secar a amostra.

2) Passar a amostra na peneira 2mm para t irar torrões e ter uma amo stra mais ho mogênea.

3) Pesar 10g. de so lo e co locar no copo plást ico.

4) Adic io nar 50 ml de água dest ilada e 5ml de (NaOH) a 1N, agit ar c/ bastão de vidro e deixar em repouso por uma no ite. Esta solução vai a judar a desprender as part ículas de silte e argila dos grãos de areia.

5) Agitar mecanicamente por 24 horas no agit ador mecânico co m velocidade de 180 rotações por minuto e co locar em um becker até at ingir 200ml co m água dest ilada.

6) Lavar a amo stra em peneira 0,210mm com 1000ml. O material (areia grossa) é ret irado com a areia fina, que é co locada para secar; depo is de lavada é seca em estufa, co m temperatura de 110° C por 24 horas.

O material resultado da lavagem das areias fo i co locado em provetas, contendo o silte e a argila.

7)Agitar a proveta durante 1 segundo com agitador mecânico e deixar de repouso durante 3 minutos.

8) Pipetar 25ml a 10cm (argila e silte) e deixar repousar por 4 horas. Pipetar 25ml introduzindo 5cm da pipeta (argila). Após a secagem são feitos os cálcu los para obtenção da argila.

9) Peneirar a areia, separando a areia grossa da fina co m peneira 0,053mm, depo is de pesar cada uma delas.

10) Ret irar da estufa os cadinho s co m ar gila e silte, pesando um a um. 11) Digit ar os resultados.

12) Todos os cadinho s usados para argila , argila -silt e e areias são pesados um a um antes de serem ut ilizados e secos na estufa.

MEDIÇÃO DE PH:

1) pesar 10g. de so lo, adicio nar 25ml de água dest ila da. 2) agitar por 15 minutos.

3) descansar por 15 minutos.

(39)

Alé m da determinação do pH as amo stras de so lo foram ana lisadas quimicamente para determinar o teor de Carbo nato de cálcio.

DADOS DE PRECIPITAÇÃO

Os dados de precipit ação de Uberlândia foram ut ilizados para que se t ivesse uma noção da sua distribuição sazo nal. Através de dados obt idos no Laboratório de C limatologia e Recurso s Hídricos do IG - UFU procurou-se de mo nstrar co mo, ao lo ngo dos últ imo s 20 anos, as chuvas variaram no total anual e mensal. Os dados de precipitação são de suma importância para uma co mpreensão da at ivação da erosão. Os dados foram analisados e transpostos em gráficos, co m a finalidade de ilustrar o comportamento e a variância d e co mportamento climát ico.

UTILIZAÇÃO DA IMAGEM DE SATÉLITE

Através da emissão de cor, da textura e da tonalidade da imagem de satélite TM LANDSAT 5, órbit a 221 ponto 073 C e órbit a 221 ponto 073 D - Bandas 2B 4G 5R de 19/07/93, o relevo, a vegetação e a hidrografia contribuíram para se elaborarem as referidas cartas.

(40)

C

APÍTULO

4

A

SPECTOS

A

MBIENTAIS DO

T

RIÂNGULO

M

INEIRO

:

A

BACIA DO RIBEIRÃO

E

STIVA

.

MG.

O Triângulo Mineiro está localizado no oeste do Estado de Minas Gerais, entre as coordenadas geográficas 18º00’ e 20º30’S e 47º30’ e 51º15’W, numa área total de 52.760 km², conforme NISHIYAMA e BACCARO (1989). Sua área está co mpreendida entre as bacias do rio Paranaíba a oeste - norte e o rio Grande limit ando suas terras ao sul. Toda essa área está inserida na bacia do rio Paraná, configurando topos aplainados, co m relevo s tabuliformes e residuais nas bordas e na área central.

As princ ipais cidades do Triângulo Mineiro são Camp ina Verde, Prata, Araguari, Monte Alegre de Minas, Ituiutaba, Uberab a e Uberlândia.

(41)

Segundo BACCARO (1990), durante o período de 1930/1960 predo minou a formação co mbinada de lavoura e pecuária, permit indo ao Triângulo Mineiro um elevado nível de expansão agropecuária, superior às outras zonas do estado. Sua econo mia se destaca pela criação de gado de corte (a mais predo minante na região em função da consideração inic ial de que as terras do Cerrado são próprias à pecuária extensiva) e pelo gado leiteiro. A ocupação dos Cerrados teve várias causas. Entre elas, a lo calização estratégica, a baixa densidade demo gráfica, as condições ambientais adequadas e os incent ivo s fiscais o ferecidos pe lo Governo, na década de 70, o que fez co m que essa região, ao lo ngo desses 30 anos, apresentasse um elevado nível de desenvolvimento econô mico.

Dentre as prát icas mais co muns na região, a pecuária ocupa maior quant idade de área. Atualmente, o Brasil tem o maior rebanho bo vino do mundo com 151,2 milhões de cabeça, Minas Gera is possui 21 milhõ es (13,9%) e o Triângulo Mine iro possui desse total 799,4 mil cabeças, o que corresponde a 19,52% do total de Minas Gerais. PÉRES (2000).

Fo i observado de uma forma determiníst ica que a forma do relevo, o embasamento geológico e a declividade estão condicio nando, em parte, o tipo de uso da terra e a cobertura vegetal da região. BACCARO et alii (1996). A criação de gado se estende por todo o Triângulo Mineiro, ocupando as vertentes suavemente convexas. Outras at ividades predo mina m nas partes mais suaves do relevo. Temos a produção de frutas (abacaxi, maracujá e laranja), de grãos (café, so ja e milho) e de madeira (pinus, eucaliptos e seringueiras), as matas galerias se encaixa m nas vertentes estruturadas em que afloram o basalto, a hidro morfia se instala nos vales chatos e rasos, enfim, as condições ambie ntais são favoráveis as at ividades agríco las.

(42)

tabulares e vertentes levemente co nvexas. Os so los arenosos são áci dos, co m baixo teor de matéria orgânica, porosos e apresentam poucas variações de co mposição e textura ao longo do perfil. Os basaltos vão estar abaixo dos arenitos, originando solos do tipo latossolos roxos bastante férteis e responsáveis pelas so leiras r ochosas seguidas de planícies aluvio nares. Essas estruturas, quando expostas, vão gerar relevos co m rupturas lineares bem marcadas, co m dificuldade para a atividade agríco la. (BACCARO e PEREIRA, 1995).

A vegetação do Triângulo Mineiro se adapta as diversa s condições ambientais da paisagem. As matas meso fít icas ocupam as encostas úmidas de latosso los roxos e os fundos de vales. As veredas co m os burit is (Mauritia s f lexuosa), gramíneas e ciperáceas vão ocupar os vales rasos e

encharcados. Os campos hidro mórficos aparecem també m em áreas úmidas das várzeas dos rios ou na média encosta, acima das concreções de ferro (lateritas). O cerrado, co m suas variações de campos limpos, campo cerrado, cerrado e cerradão ocupa as áreas mais secas e ma is elevadas das vertentes, variando, respect ivamente, sua adaptação ao grau de fert ilidade e às cond ições de umidade do so lo.

O Triângulo Mine iro possui um rico potencial hídrico e uma grande concentração de drenagens que cortam a paisagem. Os vales mais encaixados se enco ntram so bre o basalt o, localizados nos rio s Araguari, Tijuco, Paranaíba e Grande dentre outros. Esses rios são altamente aproveitados para reservatórios, alimentando usinas hidrelétricas, co mo as de São Simão, Água Vermelha, Furnas, Ilha Solteira, Emborcação, Cachoeira Dourada, Miranda, Nova Ponte e outras que estão presentes na figura 1. As demais drenagens que estão sobre os arenitos possuem va les menos encaixados. Essa grande quantidade de corpos d’água oferece muitas possibilidades de aprove itamento e também de desperdício.

(43)

conseqüências desse modelo de crescimento unilateral, que visa apenas à reprodução do capital, têm provocado um co njunto de alt erações no func io namento da paisagem. O desmatamento da vegetação natural, para abrir espaços para at ividades agropecuárias tem levado a se perder a proteção natural dos so los co ntra o impacto da água da chuva. Associado a esse processo tem-se o pisoteio de gado, a instalação da mo nocultura, a construção de estradas e caminho s entre outras práticas, que provocam a formação de canais de concentração do fluxo superfic ial. Esses canais, co m o passar do tempo, evo luem e formam extensas erosões, d onde se conclui que o crescimento eco nô mico tem gerado danos ambientais facilmente observados na região. Do ponto de vista da degradação, essas at ividades se encontram associadas ao desmatamento, à erosão e ao posterior assoreamento/ressecamento dos cursos d’água de forma bastante intensa, segundo BACCARO et alii (1996).

Essa visão de crescimento regional se torna bastante quest ionável, uma vez que tal “desenvolvimento” não garante a integridade do meio e m lo ngo prazo, sem falar nas at ividades econô micas ac ima citadas, que são dispensadoras de mão -de-obra ou exigentes de mão -de-obra temporária e m grandes propriedades, prát icas que precisam ser revistas pe lo grau de danos ambientais e pelos danos de exclusão social.

Essas abordagens regio nais de alguns aspec tos sócio-ambientais da ocupação antrópica serão seguidas de uma caracterização dos elementos da paisagem, geo logia e so los, geo morfo logia, clima, uso e cobertura vegetal.

4.1

G

EOLOGIA E

S

OLOS

(44)

A reg ião do Triângu lo Mine iro fo i classificada por BARBOSA (1970), co mo superfícies de aplainamento ‘Superfície de Araxá’, correspondente à ‘superfície velha’ de KING (1956), com topos nivelados das serras de Araxá até o rio Parana íba, entre 850 – 1000 m. As o bservações de campo co mprovam o s extensos ap laina mentos, escu lpidos no Cre táceo Superior. Em todo o Triângulo é possíve l ver essa paisagem marcada por nive lamentos de topo. Após o cic lo – velhas, a drenagem passa a abrir inc isões em formas de vales ra mificados. A figura 2 mo stra um perfil da distribuição das estruturas geo lógica s do Triângulo Mine iro.

Essa região foi identificada por AB’SABER (1971), como bacia de

deposição do Grupo Bauru, na qual várias superfícies foram lentament e degradadas e rebaixadas por variação de clima semi -árido ou de savana int ercalados co m período s de clima úmido . (Fig. 3 e 4).

Durante o período Terciário, todo o int erior do Brasil so freu as conseqüências tectônicas decorrentes da movimentação orogenét ica dos Andes. As reações a essas at ividades foram uma sucessão de basculamentos importantes e que reordenaram todo o comportamento morfogenét ico posterior. BARCELOS (1993) descreve o soerguimento do arco Canastra co mo grande responsável pela deposiç ão da Formação Marília. Esse co mportamento crustal posit ivo condic io nou posteriormente a ordenação da drenagem do Triângulo Mineiro em direção ao vale do rio Paranaíba, provocando alt eração do níve l de base regio nal, o que mot ivou uma reat ivação erosiva na paisagem. (BARCELOS, 1995).

(45)

recobrindo essas camadas do topo, ao fundo do vale, está a cobertura Cenozó ica.

A Formação Serra Geral no Triângulo Mine iro, assim co mo em boa parte da bac ia do Paraná, encont ra-se caracterizada pelo s basaltos

recobertos por arenitos do Grupo Bauru e por sedimentos Cenozó icos. Os basaltos, rochas básicas e efusivas afloram no talvegue dos principais rio s da região. (Fig. 2, 3 e 4).

Fonte: NISHIYAMA (1998).

Figura 2 - Perfil topo-geológico do rio Tijuco, ribeirão Estiva, Panga até o rio Uberabinha no topo da chapada de Uberlândia na extrema direita do perfil. A Seqüência mostra as 3 camadas geológicas KM (Formação Marília), JKSG (Basalto) e PCI (Pré-Cambriano). O Rio Tijuco se encontra na extrema esquerda e vale do rio Araguari na extrema direita. (identificar na figura 1)

(46)

Os basaltos no leito dos talvegues apresentam suaves sobressaltos em forma de so leiras rocho sas presentes pouco acima da sede do Distrito de Miraporanga e no baixo curso, logo abaixo do Córrego Estivinha.

A Formação Marília é co mposta por arenitos imaturos, co m areias finas e médias, conglo merát ica de cor róseo esbranquiçado até o cinza. Outras vezes, co mporta sedimentos conglo merát icos pouco lit ificados. Esses arenitos se desenvo lveram em regime torrencia l característ ico de leques aluvio nares em clima semi-árido, provenientes de arcos marginais. BARCELOS (1994)

Os membros Ponte Alta e Serra da Ga lga são localizados por BARCELOS (1994) co mo membros que aparecem interdigit ados, sobrepostos ou depositados em lentes, não exist indo uma seqüência e m forma de “camada de bolo” no Triângulo Mineiro. A transição entre os dois pode ser em muitos lugares brusca e descont ínua, podendo formar elevações no relevo por erosão diferencial. FÚLFARO e BARCELOS (1991).

O membro Ponte Alta da Formação Marília é representado por arenitos carbonát icos e calcário conglo merát ico, porém à medida que se distancia da borda da chapada, lo calizada no sent ido N -S entre as cidades de Uberlândia e Uberaba, a concentração do calcário se torna menor e a Formação Marília ma is arenosa em d ireção ao rio Paranaíba, assim co mo a topografia segundo relatos de BARCELOS (1994).Fig. 5

(47)

BARCELOS (1993) admite que esse fato se relacio ne co m a distância da área fo nte do carbonato de cálcio, que é a Formação Bambuí, localizada próxima à região da Serra da Cana stra.

(48)

Figur a 3 - Esboço Geológico do Triângulo Mineiro

(49)

rochas arenít icas co nst ituídas de cascalheiras de tamanhos de seixo s e espessura variada, geralmente apresentam revest imentos de óxidos de ferro. A cimentação incipiente dos sedimentos Cenozó icos arenosos tem levado a região a ter grandes pro blemas co m a erosão acelerada. Associando a essa cobertura friável soma -se a elevada porosidade e permeabilidade dos so los, a devastação da cobertura vegetal, o regime de precipitação e a proximidade do lenço l freát ico da superfície que favorece o surgimento do aqüífero contribu indo pa ra que a erosão dos so los seja um prejuízo urbano e rural.

As característ icas dos sedimentos Cenozóicos foram citadas por BACCARO (1991), co m uma const ituição de

“(...) material arenoso fino, sem consistência e facilmente car rega do pela s chuva s, prin cipa lm ente onde o Cer rado e stá

degra dado, ou onde a s past agen s não r ecob rem total ment e os

solo s. Ess es as pect os f avo rec em a f orma ção de pequ eno s ca nais

que vão se apr of undando, f orman do ra vina s e qu e,

poste rio rme nte e volue m para p ro ce sso s mais vio lento s com o o voçorocamento”.

Essas erosões possuem proporções de 15 – 25 metros de largura, algumas dezenas de quilô metros de extensão e possuem entre 5 – 20 metros de profundidade. Muitas dessas erosões no sul do munic ípio t ivera m sua origem relacio nada co m a constr ução de ant igas estradas de carro de bo i ou valas divisoras de propriedade. Atualmente o mane jo inadequado dessas terras tem provocado muit as erosões e até mesmo aumentando as que já exist iam.

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Formação Marília e da cobertura detrito - laterít ica de idade Terciária. Os tipos d istróficos diferem do álico pela sua baixa saturação em alumínio, originados dos materia is arenosos ou argilosos da cobertura detrito - laterít ica.

Segundo a EMBRAPA (1999), ocorrem no munic ípio de Uberlândia os seguintes t ipos de so los: Latosso lo Ve rmelho-acrico e distroférrico ; Latosso lo Amarelo coeso; e Glei Húmico álico e distrófico.

Os t ipos Gle i Húmico são so los típicos de áreas mal drenadas e pouco permeáveis e que co mpreendem as porções de fundo de vales, ou áreas de topo de chapada, ou média encosta. As hidro morfias pr edo mina m também nos topos planos, amplos e extensos, co m baixas declividades e na média encosta, sobre as rupturas laterít icas. Essas estruturas de concreção de ferro forma m uma base impermeável que pode ser o ferecida pelo s arenitos argilosos ou pelo embasamento basált ico. NISHIYAMA (1998).

Sobre esses so los BACCARO (1991) descreveu alguns processos erosivos em que o ressecamento dessas áreas ocorre devido ao desmatamento, seguido de fendilhamento dos so los, até que evo luem co m a ajuda do escoamento superfic ial, se transformando em ravinas que progridem para voçorocas.

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(52)

Figura 4 - Esboço Geomorfológico do Triângulo Mineiro

4.1

G

EOMORFOLOGIA

BACCARO (1990), baseando -se nas formas; nas estruturas geo lógicas e na topografia propôs uma co mpart imentação do Triângulo Mineiro em quatro unidades geo morfo lógicas. As unidades apresentam u m dinamismo e um funcio na mento próprios dos principais processos erosivo s, relacio nados co m as estruturas, as formas e o clima, que por suas vez, são incorporados pela sociedade e m diversas at ividades econô micas. Segue abaixo uma descrição das unidades Geomorfo lógicas e suas princ ipais característ icas, aco mpanhadas de sua distribuição, conforme mo stra a figura 4.

- Áreas de relevos intensamente dissecados com alt itudes entre 700 – 800m, co nforme figura 5. Corresponde à borda da extensa chapada Araguari-Uberlândia, que vem sendo entalhada pela drenagem sobre os arenitos da Formação Marília, no topo das vertentes e os basaltos, da Formação Serra Geral do Grupo São Bento estão presentes na média encosta e no talvegue de diversos rios. No vale do rio Araguari e Paranaíba afloram as rochas do Grupo Araxá.

A unidade é ocupada basicamente por pastagens naturais e art ific iais co m cerrado no topo. Nos patamares (rampas co luvia is das vertentes) há o predo mínio de florestas trop icais subcaducifó lias e cult ura de subsistência em co nseqüência da espessura e da fert ilidade dos so los. Nesse segmento da vertente, uma vegetação instala -se exuberante ou pode ser subst ituída por culturas temporárias. Constatou -se que o uso da Terra em ár ea de ma ior inc linação tem co ndicio nado os processos erosivo s, co mo erosão laminar, ravinamentos e voçorocamentos.

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declividade. Os arenitos da Formação Marília do Grupo Bauru predo minam, de acordo com BARCELOS (1991), nas vertentes. Nos talvegues dos

- principais rios co mo o Tijuco, Prata, Patos, Babilô nia, Est iva e outros afloram os basaltos.

- As fortes chuvas torrenciais do início do período úmido são na maior parte, intensificadoras dos processos de erosão, em função da relação so lo frágil, inc linação da vertente, co mprimento da rampa, desmatamento e ocupação antrópica. BACCARO (1990).

- Áreas de Relevo s Residuais se caracteriz am por bordas escarpadas erosivas, de declividades que podem at ingir 45º. Estão situadas nas porções mais elevadas em topos de divisores de água das principais bacias entre 750 a 800m. Essas estruturas se apresentam intensamente dissecadas co m formas co nve xas de anfiteatros mais expressivo s e escarpas salientes sustentadas por arenitos Carbonatados da Formação Marília Membro Ponte Alt a, (BARCELOS, 1991).

- Áreas Elevadas de Cimeira entre 950 – 1050m, co m topos planos, amplos e largos. Os vales apresentam pouc as ramificações, são pouco entalhados e se apresentam e m forma de veredas. As chapadas são extensas e sustentadas por arenitos da Formação Marília e sobre estes os chamados sedimentos inconso lidados do Cenozó ico.

Essa mesma área fo i classificada por FERREI RA et alii (2000) co mo sendo parte do Planalto Dissecado do Tijuco, limitada por planaltos residuais ao sul, e a leste por planaltos tabulares.

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Imagem

Figura 1 - Localização da área de estudo
Figura  2  -  Perfil topo-geológico do rio Tijuco, ribeirão Estiva, Panga até o rio Uberabinha no topo da  chapada  de  Uberlândia  na  extrema  direita  do  perfil
Figur a 3  -  Esboço Geológico do Triângulo Mineiro
Figura 5 - Hipsometria do Triângulo Mineiro
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Referências

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