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PERDAS NA COLHEITA MECANIZADA DE MILHO EM FUNÇÃO DA VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO E ROTAÇÃO DO CILINDRO

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4ª Ed./JUL-DEZ/2011 ISSN 2178 – 3608

PERDAS NA COLHEITA MECANIZADA DE MILHO EM

FUNÇÃO DA VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO E ROTAÇÃO

DO CILINDRO

JORGE LUÍS DUARTE DE CAMARGO1; LUIS MIGUEL SCHIEBELBEIN2

RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar e quantificar a ocorrência de perdas na

colheita mecanizada de milho, em que os tratamentos foram às velocidades de deslocamento de 2 km h-1, 3 km h-1 e 4 km h-1, em duas rotações 300 rpm e 500 rpm. Também foi realizado analise de regressão linear para verificar a existência de relação de dependência entre as variáveis utilizadas nas perdas de grãos. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com esquema fatorial 3x2, sendo os fatores compostos por três velocidades de deslocamento e três rotações do cilindro trilhador, totalizando 6 tratamentos com 3 repetições cada. Todos os dados foram submetidos à analise estatística utilizando o programa Action 1.0, aplicando-se analise de variância, quando ocorreu indicativo de interferência, foi realizado o teste de Tukey para comparação das médias com nível de siguinificancia de 5%. Houve efeito significativo da velocidade de deslocamento da colhedora e da interação entre velocidade e rotação do cilindro trilhador nas perdas da plataforma, apresentando o melhor resultado para a maior velocidade (4 km h-1) na maior rotação do cilindro (500 rpm). Há interação da velocidade de deslocamento e da rotação do cilindro sobre as perda de grão na colheita de milho, porém ela não ocorre de forma linear.

Palavras-chave: Zea mays; mecanização agricola; colheita.

LOSSES

MECHANIZED HARVEST OF CORN

IN TERMS OF

SPEED

OF DISPLACEMENT AND

ROTATION OF THE

CYLINDER

ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate and quantify the occurrence

of losses in the mechanized harvest of corn, in which the treatments were to travel speeds of 2 km h-1, 3 km h-1 and 4 km h-1, two 300 rotations rpm and 500 rpm. Was also performed linear regression analysis to verify the existence of a relationship of dependence between the variables used in the grain losses. The experimental design was completely randomized with factorial scheme 3x2, with factors consisting of three forward speeds and three rotations of the cylinder thrasher, a total of 6 treatments with 3 replicates each. All data were subjected to statistical analysis using the program Action 1.0, applying analysis of variance, when there was indication of interference; we performed the Tukey test for comparison of means with significance level of 5%. There

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was a significant speed of the harvester and the interaction between the cylinder rotation speed and the loss of the thrasher platform, featuring the best outcome for higher speed (4 km h-1) in the largest cylinder rotation (500 rpm). There is an interaction of velocity and rotation of the cylinder on the loss of grain in the harvest of maize, but it does not occur in a linear fashion.

Keywords: Zea mays; agricultural mechanization; harvest.

1 INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) é uma das principais culturas destinadas à alimentação humana e animal devido à sua composição química e ao seu alto valor nutritivo. Este cereal, além de suas aplicações alimentícias, é utilizado como matéria-prima para produção de diversos tipos de produtos que apresentam relevância no setor comercial de vários países (DUARTE et al., 2008).

Sua importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. Nos Estados Unidos, cerca de 50% é destinado a esse fim, enquanto que no Brasil varia de 60 a 80%, dependendo da fonte da estimativa e de ano para ano (DUARTE; MATOSSO; GARCIA, 2009).

Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho (BRASIL, 2011), sendo que a estimativa para a safra de 2011 indica uma produção da ordem de 55,5 milhões de toneladas. Estando o Paraná como maior produtor nacional deste cereal seguido do Estado do Mato-Grosso (IBGE, 2011).

A colheita é um procedimento agrícola em que o produtor deve planejar todas as fases, de forma a integrar a colheita ao sistema de produção, obtendo assim um produto (grão ou semente) que apresente bom padrão de qualidade. Nesse sentido as várias etapas, desde a implantação da cultura, até o transporte, secagem e armazenamento dos grãos têm de estar diretamente relacionadas (MANTOVANI, 2010).

O momento da colheita finaliza uma série de incertezas, especialmente climáticas, a que se sujeita o empresário agrícola durante o processo produtivo. No entanto, o sucesso na operação da colheita mecanizada do milho depende, dentre outros fatores, da altura das plantas, da altura de inserção da espiga viável, do diâmetro do colmo, da população de plantas, da presença e espécie das plantas daninhas, bem como da sua altura e grau de infestação (MELLO, 2006).

Caracteriza-se pela ocorrência de uma séries de ações sistemáticas, que visão o recolhimento dos grãos na lavoura, levando-os para um local de armazenamento. Essa é uma visão global do que ocorre nesta fase do ciclo de produção no campo, porém o processo de colheita é difinido tecnicamente como a retirada das partes de interresse da

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planta, separando-as das outras partes do vegetal (MIALHE, 1984; RIVASTAVA et aI., 1993 citados apud LIMA et al., 2008). Silmultaneamente com a colheita ocorre o transporte do material colhido para unidades de beneficiamento.

É uma importante etapa do processo produtivo agrícola, pois, além de ser o fechamento do ciclo produtivo da cultura, a qualidade dessa operação acaba por afetar as operações subseqüentes. O período da colheita na agricultura caracteriza-se pela ocorrência de uma séries de ações sistemáticas, que visão o recolhimento dos grãos na lavoura, levando-os para um local de armazenamento. Nas culturas do milho e da soja, o custo de suas atividades oscila entre 30 a 40% do total das operações (SILVA, 2004).

A perdas na colheita de milho são influenciadas por fatores inerentes a cultura e a colhedora (CARVALHO FILHO et al., 2005), podendo se citar: preparo inadequado do solo, época incorreta da semeadura, do espaçamento e da densidade, cultivares não adaptadas, ocorrência de plantas daninhas, atraso na colheita, umidade inadequada, falta de monitoramento das perdas e má regulagem e operação da colhedora (TERRA, 2008).

Sendo que principais fontes de perdas estão localizadas estão localizadas na plataforma despigadora, sob as formas de espigas não recolhidas pelas pontas divisoras. Outras fontes de perdas são os grãos debulhados pelo impacto da plataforma, espigas não recolhidas devido à velocidade incorreta das correntes recolhedoras e, principalmente, espigas jogadas ao solo devido à alta velocidade de deslocamento (BRASIL, 1993 apud LIMA, 2008).

As perdas podem ser parcialmente evitadas, tomando-se uma série de cuidados, tais como: monitoramento rigoroso das velocidades de trabalho da colhedora e a aferição regular dos mecanismos de trilha, limpeza e separação, podendo estes, serem mais eficientes que inovações tecnológicas inseridas nas colhedoras (MESQUITA et al. 2002).

Neste sentido o objetivo do trabalho foi avaliar e quantificar a ocorrência de perdas na colheita mecanizada do milho, em que os tratamentos foram às velocidades de deslocamento e a rotação do cilindro trilhador.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Nesta seção são apresentados os materiais e as metodologias utilizadas na realização do ensaio experimental. Em todas as áreas avaliadas foram utilizadas as mesmas metodologias e os mesmos parâmetros de análise. Nestes estudos as diferenças entre os ensaios dizem respeito às velocidades de deslocamento e rotação do cilindro trilhador, de modo que assuntos peculiares de um e de outro serão apresentados separadamente.

2.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO.

O ensaio foi conduzido no ano agrícola 2010/2011, na Fazenda Três Barras, propriedade de Raimundo Makoto Sato, localizada no município de Ventania (PR). A área experimental situa-se na latitude 24º 14’ S, longitude 50º 14’ W, altitude média de 1013 m. Apresenta regime pluviométrico médio do local é de 1500 mm por ano. O clima segundo classificação de Köppen é do tipo Cfb, Clima temperado propriamente

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dito; temperatura média no mês mais frio abaixo de 18o C (mesotérmico), com verões frescos, temperatura média no mês mais quente abaixo de 22o C e sem estação seca definida (IAPAR, 2000).

2.2 MILHO

Foi utilizado um híbrido simples de alto nível tecnológico, DKB 240 YG, da empresa Dekalb, destinados a produção de grãos, de ciclo precoce, com densidade de semeadura de 80 mil plantas por hectare. O cultivo na propriedade foi realizado em sistema de semeadura direta. Na adubação de semeadura foram utilizados 300 kg ha-1 da fórmula 8-20-20 (N-P-K), e a adubação de cobertura com sulfato de amônio, realizadas em duas etapas: a primerira 20 dias após semeadura 300 kg ha-1, e a segunda após 30 dias com aplicação de 200 kg ha-1.

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA COLHEDORA

A colhedora de grãos utilizada foi da marca Massey Ferguson, modelo 9790 ATR,ano 2009, Classe VII / axial com 5000 horas trabalhadas. A colhedora possui potência de 261 kW (355 cv) à rotação nominal de 2.200 rpm. A unidade de trilha possui cilindro com diâmetro de 465 mm que trabalhou à 300, 400 e 500 rpm.

2.4 DETERMINAÇÃO DAS PERDAS

Em cada tratamento foram realizadas três avaliações após a colheita. Para a avaliação das perdas em cada tratamento utilizou-se uma armação retangular de madeira e barbante ajustado para se obter a mesma largura da plataforma da colhedora e área de 3 m². Foram coletados todos os grãos e/ou fragmentos de grãos dentro dos limites da armação de perdas em cada ponto amostrado, medindo em laboratório a massa de 1000 grãos, calculando-se posteriormente as perdas em quilogramas por hectare. A umidade do grão (19,5%) foi fornecida pela empresa CASTROLANDA, cooperativa a qual o proprietário é associado.

2.5 ANALISE ESTATÍSTICA

O experimento foi conduzido durante a colheita mecanizada do milho no dia 20/03/2011. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,com esquema fatorial 3x2, sendo os fatores compostos por três velocidades de deslocamento (V1: 2 km.h-1; V2: 3 km.h-1; V3: 4 km.h-1) e duas velocidades de rotação do cilindro trilhador (R1 e R2, rotações 300 e 500 rpm, respectivamente), totalizando 6 tratamentos com 3 repetições cada. Todos os dados foram submetidos à analise estatística utilizando o programa Action 1.0, aplicando-se analise de variância.

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Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE www.cescage.edu.br/publicacoes/scientiarural 4ª Ed./JUL-DEZ/2011 ISSN 2178 - 3608 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA

A estatística descritiva para os valores de perdas de grãos em função da velocidade de deslocamento e rotação do cilindro trilhador é apresentada na Tabela 1. Analisando-se separadamente cada tratamento nota-se que os valores de média e mediana estão muito próximos para todas as velocidades estudadas. Já para os dados de rotação observam-se valores de média superiores a mediana em comparação aos encontrados para as velocidades, mas mesmo nesta situação os valores de médias observados satisfazem como medida de tendência central para todas as variáveis estudadas.

Os valores de assimetria e curtose caracterizam a normalidade da distribuição dos dados. Analisando estes coeficientes para as variáveis percebe-se que os valores estão mais achatados que a distribuição normal, pois a curtose é negativa em todos os níveis. A assimetria esta praticamente nula (valores próximos a zero), logo a distribuição dos dados ocorre de forma simétrica.

Tabela 1 – Estatística descritiva para perdas de grãos na colheita de milho.

Fatores Média Mediana Desvio

Padrão CV (%) Assimetria Curtose Amplitude Velocidade deslocamento

V1 33,67 33,5 6,16 18,29 0, 001 -2,27 31

V2 25,67 25,5 1,20 4,67 -0, 120 -1,16 9

V3 28,33 28 6,98 24,64 0, 004 -2,21 38

Rotação cilindro trilhador

R1 30,33 27 3,59 11,84 0,30 -1,66 29

R2 28,11 25 5,13 18,25 0,30 -1,79 40

Os valores de desvio padrão, coeficiente de variação e amplitude das perdas apresentaram-se baixos. Os coeficientes de variação quando comparados com o apresentado por SANTOS (2007), (CV=75%), SOUZA (2007) (CV=120%) foram muito inferiores, todos para colheita do milho. Portanto, percebe-se que nas pesquisas que envolvem perdas na colheita de grãos ocorre certa instabilidade com relação a esse parâmetro.

Analisando a estatística descritiva para os valores de perdas de massa de grãos (Tabela 2), observa-se que permanece a tendência de valores próximos de média e mediana para todas as velocidades analisadas. Ao analisar separadamente cada rotação verifica-se que ocorre a tendência de valores de média superiores ao da mediana como observados nas de perdas de grãos (Tabela 1). Porém pode-se admitir que a média permanece como medida de tendência central representativa do conjunto de dados já

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que ao avaliar desvio padrão e coeficiente de variação houve muito pouca variação em relação às perdas de grãos.

Para os coeficientes que representam a distribuição (normalidade) dos dados, eles se mantêm mais achatados que a distribuição normal, pois a curtose continua negativa. Analisando os coeficientes de assimetria observa que a distribuição também ocorre de forma simétrica. Dados semelhantes foram observados por Terra (2008), que observou valores semelhantes para média e mediana (distribuição próxima da normalidade), o que indica pouca dispersão dos dados para valores extremos.

Tabela 2 – Estatística descritiva para perdas de grãos em kg ha-1.

Fatores Média Mediana Desvio Padrão CV (%) Assimetria Curtose Amplitude Velocidade deslocamento V1 112,88 112,32 20,64 18,29 0,001 -2,267 103,94 V2 86,05 85,49 4,01 4,67 -0,120 -1,157 30,18 V3 94,99 93,88 23,39 24,64 -0,004 -2,209 127,41 Rotação R1 101,70 90,52 12,02 11,84 0,39 -1,66 97,23 R2 94,25 83,82 17,19 18,25 0,30 -1,76 134,11

3.2 ANALISE DE PERDAS NO CAMPO

Através da analise dos efeitos das velocidades de deslocamento sobre as perdas de grãos e perdas em kg ha-1 (APÊNDICE A; C), observa-se que para a rotação de 300 rpm ocorreu um aumento nas perdas de grãos com o aumento da velocidade de deslocamento. Já para a rotação de 500 rpm o inverso foi observa, conforme ocorre aumento da velocidade de deslocamento de V1 para V2 e posteriormente V3 tem-se redução gradativa nas perdas na plataforma de corte da colhedora. Dados divergem dos obtidos por Souza et al., (2006), que não evidenciaram interação entre velocidade de deslocamento e rotação sobre as perdas de grãos.

Através da analise de variância (APÊNDICE B) foi verificado que as perdas de grãos sofrem influência da velociade de deslocamento e da interação da velociadade e rotação do cilindro trilhador. Na Tabela 3, verifica-se que ocorreram diferenças estatisticamente significativas nas perdas de grãos quando a colheita foi realizada nas diferentes velocidades de deslocamento da colhedora ensaiada. Em relação a velocidade de deslocamento, foram observadas menores perdas quando as velocidades foram de 3 km h-1 (V2) e 4 km h-1 (V3) (APÊNDICE A). As perdas observadas nessas condições não diferiram estatísticamente entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05). As maiores perdas foram observadas quando a colheita foi conduzida na velocidade de 2 km h-1. Não foram observadas diferenças estatísticas para as rotações utilizadas no ensaio (Tabela 4).

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Tabela 3 – Perdas de grãos na plataforma de corte, dentro da área amostral de 3 m2, de acordo com as velocidades de deslocamento da colhedora.

TRATAMENTO MÉDIA

V1 39, 55 a

V2 37, 88 b

V3 27, 66 b

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

Tabela 4 – Perdas de grãos na plataforma de corte, dentro da área amostral de 3 m2, de acordo com a rotação do cilindro trilhador da colhedora.

TRATAMENTO MÉDIA

R1 30, 33 a

R2 28, 11 a

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

Resultados diferem aos encontrados por Marques et. al., (2008), que observaram maiores perdas na maior velocidade de corte dado que pode ser explicado, segundo o autor, pelo fato do aumento do fluxo de material na colhedora, porém este mesmo autor justifica que estas perdas podem também terem sido influenciados pela idade da colhedora utilizada devido a mesma não possui, por exemplo, auto-nivelamento das peneiras tecnologia capaz de solucionar este problema. Já Barrozo et al., (2010) não observaram diferenças significativas para velocidade de deslocamento da colhedora sobres as perdas de grãos. Em relação às perdas em função da rotação do cilindro os dados corroboram com os obtidos por Tabile et. al., (2008) que não evidenciaram diferenças estatísticas entre as variáveis estudadas.

Analisando os desdobramentos dos graus de liberdade da velocidade dentro da rotação de 300 rpm (Tabela 5), observa-se que ocorreram diferenças significativas nas perdas de grãos nas diferentes velocidades utilizadas. Para as velocidades de 2 km h-1 (V1) e 3 km h-1 (V2) foram observadas as menores perdas. Porém as perdas nessas condições não diferiram estatísticamente entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05). Sendo que as maiores perdas foram observadas quando a colheita foi conduzida na velocidade de 4 km h-1 (APENDICE B). Na Tabela 6 estão os desdobramentos das velocidades de deslocamento dentro da rotação de 500 rpm (R2), observa-se nesta situação o inverso dos efeitos nas perdas de grãos em comparação da velocidade de deslocamento dentro de R1. Todas as médias diferiram-se entre si pelo teste de Tukey a 5 % de significância. As maiores perdas ocorreram nas velocidades V1, seguida de V2. As menores perdas foram observadas para velocidade de 4 km h-1. Resultados discordam dos obtidos por Campos et al., (2005), não encontrando diferenças significativas entre as rotações do cilindro em função da velocidade de avanço das colhedoras.

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Tabela 5 – Perdas em grãos na plataforma de corte, dentro da área amostral de 3m2, de acordo com os desdobramentos dos graus de liberdade da velocidade de deslocamento para rotação 300 rpm.

TRATAMENTO MÉDIA

V1 20, 00 a

V2 27, 33 a

V3 43, 66 b

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

Tabela 6 – Perdas em grãos na plataforma de corte, dentro da área amostral de 3m2, de acordo com os desdobramentos dos graus de liberdade das velocidades de deslocamento para rotação 500 rpm.

TRATAMENTO MÉDIA

V1 47, 33 a

V2 24, 00 b

V3 13, 00 c

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

A analise de variância demostrou somente influência de velocidade de deslocamento e da interação da velociade de deslocamento sobre as perdas de grãos em kg ha-1 (APENDICE D). Na Tabela 7 verifica-se que ocorreram diferenças estatisticamente siguinificativas nas perdas de massa de grãos, quando a colheita foi realizada nas diferentes velocidades de deslocamento da colhedora ensaiada. Em relação a velocidade de deslocamento, foram observadas menores perdas quando as velocidades foram de 3 km h-1 (V2) e 4 km h-1 (V3). As perdas observadas nessas condições não diferiram estatísticamente entre si pelo teste de Tukey (p≤ 0,05). As maiores perdas foram observadas quando a colheita foi conduzida na velocidade de 2 km h-1 (112, 88 Kg ha-1). Não foram observadas diferenças significativas para perdas de grãos em kg ha -1 (Tabela 8) nas rotações do cilindro trilhador utilizadas no ensaio, não diferindo entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As literaturas apresentam contradições quanto ao parametro velocidade de deslocamento. De um lado Mello (2006) utilizando uma colhedora automotriz, SLC 1165 corrobora com os valores encontrados, pois observou que os maiores valores de perdas totais ocorriam na menor velocidade de deslocamento. Por outro lado Marques et al (2008) recomendam menores velocidades de deslocamento para colheita do milho, pois o fluxo de material menor na máquina pode facilitar a diminuição nas perdas por não haver sobrecarga no elevador de grãos. Tabela 7 – Perdas de grãos de milho na plataforma de corte, estimada em Kg ha-1, de

acordo com as velocidades de deslocamento da colhedora.

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Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE www.cescage.edu.br/publicacoes/scientiarural 4ª Ed./JUL-DEZ/2011 ISSN 2178 - 3608 V1 112, 88 b V2 86, 05 a V3 94, 99 a

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

Tabela 8 – Perdas de grãos de milho na plataforma de corte, estimada em Kg ha-1, de acordo com a rotação do cilindro trilhador da colhedora.

TRATAMENTO MÉDIA

R1 101, 70 a

R2 94, 25 a

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

Silva et al. (2004) avaliando perdas na colheita de milho encontraram resultados semelhantes para o fator velocidade de deslocamento nas perdas de grãos, apresentando perdas superiores para as menores velocidades de deslocamento fato que pode ser explicado devido a colhedoras axiais trabalharem com velocidades mais elevadas, não encontrando diferenças para as rotações avaliadas.Avaliando perdas na colheita de milho, Sgarbi (2006) também não observou diferenças nos valores de perdas nas diferentes rotações em que os cilindros foram avaliados.

Analisando o desdobramento da interação velocidade de deslocamento versus rotação do cilindro trilhador sobre perdas de massa de grãos (kg ha-1), pode-se verificar através da Tabela 9 que no desdobramento da velocidade na rotação R1 houve efeito significativo para as velocidades utilizadas no ensaio experimental. As perdas foram maiores na velocidade de 4 km h-1 (V3), sendo as menores perdas para as velocidades de V1 e V2 km h-1, não se diferindo entre si pelo teste de Tukey (APÊNDICE D).

Inversamente se observa para o desdobramento da velocidade de deslocamento dentro da rotação R2 (o aumento da velocidade proporciona menores perdas de massa de grãos), nesta analise todas as médias se diferiram entre si (p≤ 0,05). As maiores perdas ocorreram na velocidade V1 (158, 7 kg ha-1) e as menores perdas para V3 (43,6 kg ha-1).

Tabela 9 – Perdas de grãos de milho na plataforma de corte, estimada em Kg ha-1, de acordo com os desdobramentos dos graus de liberdade das velocidades de deslocamento para rotação 300 rpm.

TRATAMENTO MÉDIA

V1 67, 06 a

V2 91, 64 a

V3 146, 40 b

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

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Tabela 10 – Perdas de grãos de milho na plataforma de corte, estimada em Kg ha-1, de acordo com os desdobramentos dos graus de liberdade das velocidades de deslocamento para rotação 500 rpm.

TRATAMENTO MÉDIA

V1 158, 69 a

V2 80, 47 b

V3 43, 59 c

Nota: médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, em nível de significância a 5%.

Os dados divergem dos encontrados por Souza et al, (2006) que não evidenciaram diferenças estatísticas sobre as perdas de grãos em função da velocidade de deslocamento nas rotações utilizadas, apesar de terem verificado que a maior velocidade de deslocamento na maior rotação do cilindro apresentou maior capacidade de colheita.

3.3 REGRESSÃO LINEAR

Todos os dados foram submetidos a analise de regressão linear simples (APÊNDICE E; F) e múltipla (APÊNDICE G; H), porém observa que não ocorreram diferenças estatísticas nestas condições, portanto não existindo relação linear para as variáveis de entrada (velocidade e rotação) sobre a variável resposta (perdas de grãos e em kg ha-1).

4 CONCLUSÃO

Tomando como base os resultados obtidos pela metodologia proposta neste trabalho, pode-se concluir que:

a) A estimativa da ocorrência de perdas na colheita mecanizada de milho sofre influência significativa da velocidade de deslocamento e da rotação do cilindro trilhador utilizada.

b) Existe uma relação negativa da velocidade de deslocamento da colhedora e da rotação do cilindro para a ocorrência de maiores ou menores perdas na colheita de milho, verifica-se que com o aumento da velocidade e da rotação da colhedora ocorrem menores perdas na colheita.

c) A fim de se obter um modelo matemático para a predição da ocorrência de perdas na colheita do milho, foi utilizado o modelo de regressão linear, como resultado observou-se que houve influência das variáveis (velocidade e rotação) nas perdas de

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grãos, porém elas não ocorrem de forma linear. Como sugestão de futuros trabalhos com o intuito de avaliar e quantificar perdas na colheita de milho recomenda-se utilizar outros modelos matemáticos que indiquem a real relação entre velocidade e rotação com as perdas na colheita.

d) As perdas de grãos são menores quando a colheita da lavoura de milho é realizada na maior velocidade de deslocamento (4 km h-1) e na rotação do cilindro de 500 rpm.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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