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Acórdão do Tribunal da Relação do Porto

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Acórdãos TRP

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto

Processo: 1409/08.7TBVRL-C.P1

Nº Convencional: JTRP000

Relator: CARLOS PORTELA

Descritores: REGULAÇÃO DO PODER PATERNAL ALIMENTOS LEGITIMIDADE Nº do Documento: RP201107071409/08.7TBVRL-C.P1 Data do Acordão: 07-07-2011 Votação: UNANIMIDADE Texto Integral: S Privacidade: 1

Meio Processual: APELAÇÃO.

Decisão: REVOGADA.

Indicações Eventuais: 3ª SECÇÃO

Área Temática: .

Sumário: O progenitor a quem foi atribuída a guarda do filho menor, que atingiu a maioridade na pendência do processo de regulação do exercício do poder paternal, mantém legitimidade para exigir a prestação de alimentos pelo outro progenitor, correspondentes às prestações devidas durante a menoridade.

Reclamações:

Decisão Texto Integral: Apelação nº1409/08.7TBVRL-C.P1

Tribunal recorrido: 2º Juízo do Tribunal de Vila Real Relator: Carlos Portela (317)

Adjuntas: Des. Maria de Deus Correia Des. Joana Salinas

Acordam na 3ª Secção (2ª Cível) do Tribunal da Relação do Porto I. Relatório:

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requerente B… e requerido C…, ambos devidamente

identificados no processo e que diz respeito aos seus dois filhos D… e E…, nascidos respectivamente a 6.01.1991 e 10.09.1992, foi a dado passo proferido despacho com o seguinte teor:

“Uma vez que o E… atingiu a maioridade, o impulso processual pelo prosseguimento dos autos, quanto a alimentos devidos enquanto menor, a ele pertence.

Por conseguinte, não assiste razão ao requerido quando propugna pela (total) inutilidade superveniente da lide nem assiste razão à requerente quando sustenta ser a “credora” dos eventuais alimentos a fixar e ter legitimidade para continuar a defender os interesses do E….

Desta feita, notifique E… para os fins tidos por mais

convenientes, dando-se cópia dos requerimentos apresentados. D.N.”

Não se conformando com o teor deste despacho dele veio recorrer a requerente B….

Após decisão favorável proferida por esta Relação sobre a admissibilidade deste recurso, veio este a ser admitido como Apelação, com subida imediata, em separado e efeito meramente devolutivo.

A Apelante alegou mas não foram apresentadas contra alegações.

Recebido o processo nesta Relação foi proferido despacho que confirmou a legalidade e tempestividade do recurso e mandou colher os vistos às EXM.ª S Desembargadoras Adjuntas.

Nada tendo sido sugerido e porque nada obsta ao conhecimento do seu mérito, cumpre apreciar e decidir o recurso em apreço.

* II. Enquadramento de facto e de direito:

Como se constata dos elementos que temos ao nosso dispor a acção principal de que este recurso depende, foi proposta já após a entrada em vigor do D.L. 303/2007 de 24 de Agosto.

Assim sendo e atento nomeadamente o disposto nos artigos 11º, nº1 e 12º, nº do mesmo diploma legal, ao presente recurso têm que ser aplicadas as regras processuais correspondentes ao mesmo regime legal.

Ora como é por demais sabido e decorre das regras conjugadas dos artigos 660º, nº2, 684º, nº3 e 685º-A, nº1 todos do Código de Processo Civil, o objecto deste recurso e sem prejuízo das questões que sejam de conhecimento oficioso obrigatório, é definido pelo teor das conclusões vertidas pela Apelante nas suas alegações.

E é o seguinte esse mesmo teor:

1.A obrigação alimentar dos pais perante os filhos, durante a menoridade funda-se na disposição do art.º1878º e, como tal, no seu âmbito compreende-se tudo o que é necessário ao sustento,

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saúde, educação e formação dos filhos e se presume a necessidade, ao passo que após a maioridade se estriba na disposição do art.1880º do CC, sendo o seu âmbito limitado à medida do que se torne necessário para que se complete a formação profissional, e havendo de fazer prova da necessidade. 2.Dispondo o art.2006 do CC, que os alimentos são devidos desde a proposição da acção, e quer se considere que a

obrigação dos alimentos só existe desde a propositura da acção, quer se entenda que a obrigação alimentar nasce com a

necessidade, tornando-se exigível com a propositura da acção, os alimentos devidos ao menor E… foram pedidos durante a sua menoridade e tendo como fonte da obrigação alimentar essa mesma menoridade.

3.A maioridade não faz caducar, nem elimina, o direito do menor a ser, enquanto menor, alimentado por seus pais nos termos e com a amplitude que a Lei prevê, fazendo, sim, nascer o direito do filho maior a ser alimentado pelos seus pais, caso tenha necessidade, até completar a sua formação profissional. 4.Daí que, estando pendente de apreciação e decisão judicial a determinação dos alimentos devidos a um menor e a contribuição de cada um dos pais na satisfação dessa obrigação alimentar, a maioridade não faz caducar esse direito, nem o elimina,

porquanto o mesmo foi atempada e judicialmente exercido. 5.Sendo os alimentos constituídos por tudo o que é

indispensável ao sustento, habitação, vestuário, instrução e educação dos filhos menores, de acordo com o padrão de vida social dos pais, proporcionados aos meios de quem houver de prestá-los e ás necessidades de quem tiver de recebê-los, o encargo pode recair exclusivamente sobre um dos vinculados, pois o concreto conteúdo da obrigação alimentar resulta das diferentes possibilidades económicas de cada um dos obrigados. 6.A fixação das necessidades alimentares do menor e do

concreto conteúdo da obrigação da sua satisfação por cada um dos progenitores é questão de facto a decidir nos autos,

mormente pelo apuramento das condições (sobretudo económicas), de que depende essa fixação.

7.A circunstância de terem sido fixados nos autos –nos termos do art.150º da OTM –alimentos provisórios a prestar pelo

Recorrido ao filho menor E… não obsta nem prejudica a prolação de decisão –sentença –final que determine a exacta medida das necessidades alimentares e da contribuição de cada um dos pais na sua satisfação, pois não faz presumir a satisfação integral das necessidades alimentares do menor, sem prejuízo de não

abranger sequer o período decorrido entre a propositura da acção e a decisão provisória.

8.Se na acção de regulação do poder paternal, ou

responsabilidades parentais, a fixação dos alimentos necessários ao sustento do menor prossegue o primordial interesse dele, menor, em ver satisfeita pelos obrigados –seus pais –essa sua

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necessidade, também constitui a mesma o exercício de um direito e de um interesse próprio dos progenitores, maxime do seu Requerente, na medida em que assim vêm declarado e definido o seu direito a satisfazerem as necessidades alimentares do filho menor na medida das suas possibilidades, isto é, das

possibilidades de cada um e, como tal, a promoverem

judicialmente, no interesse do filho mas também do seu próprio, a fixação judicial da comparticipação que cada um dos

progenitores deve ter na obrigação alimentar.

9.Apesar do beneficiário da prestação alimentar ser o menor, é o progenitor a quem foi confiado que goza da respectiva

titularidade e que, assim, age em substituição processual, parcial, representativa do menor, em nome próprio e, por isso é parte processual.

10.Tendo a Recorrente durante o período que mediou entre a proposição da acção e a maioridade do E… com ele residido, e dele tendo a guarda e exercício do poder paternal, e, sobre isso, suportado em exclusivo tudo o que se mostrou necessário ao sustento do mesmo até á decisão que fixou alimentos provisórios e, depois dela, em medida superior á que lhe cabia, tem ela direito a ver fixada por sentença a medida dos alimentos de que o seu filho careceu durante esse período e a contribuição que o

recorrido deveria ter suportado nesse período, mas não suportou e, bem assim, o direito de exigir do recorrido o montante

correspondente aos alimentos que ela, Recorrente, prestou ao filho durante a menoridade mas cuja obrigação cabia ao Recorrido

11.Sendo que sempre que ela Recorrente, na medida em que satisfez as necessidades alimentares do filho menor na

totalidade, e em medida superior à da sua obrigação, ficou sub-rogada, nessa parte excedente á sua obrigação, no direito a alimentos do filho, de acordo com a estatuição do art.592º, nº1 do CC.

12.Direito que não se extinguiu, e cujo exercício não se tornou inútil, em face da maioridade do E…, já que o crédito decorrente da satisfação das necessidades do menor em medida superior às possibilidades da Recorrente, a ela lhe pertence, e, por assim ser, tem legitimidade processual para promover a prossecução dos autos em ordem à declaração e satisfação desse direito e interesses próprios.

13.Especialmente porque atempadamente exercitou, em representação do seu filho, mas também no seu próprio

interesse, o direito do menor em ser alimentado, condignamente, pelo Pai, Recorrido, sendo tais alimentos devidos desde a

propositura da acção ou, no mínimo, desse que quantificou essa obrigação nas alegações apresentadas e juízo –cfr. Artigo 2006º do Código Civil.

14.Entendimento diverso, como o sufragado na decisão recorrida deixaria á mercê do interesse ou desinteresse do filho, já maior, a

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exigência ao recorrido das prestações alimentares que ele deveria ter atempadamente satisfeito, assim causando prejuízo à Recorrente, que as satisfez, e locupletamento ilícito do Recorrido, que incumpriu a sua obrigação.

15.É à Recorrente que assiste o direito a, e a legitimidade para, fazer prosseguir os presentes autos de Regulação do Poder Paternal para efeitos da fixação judicial, definitiva, das

necessidades alimentares do E… desde a data da propositura da acção até á sua maioridade e, também, da medida da contribuição de cada um dos obrigados na sua satisfação durante o mesmo período, pois tendo sido ela quem as satisfez, in totum, até à fixação dos alimentos provisórios, e em medida superior à que lhe cabia, daí em diante, é ela o titular desse crédito.

16.Assistindo-lhe, outrossim, o direito de exigir do Recorrido que as quantias que ele deveria ter pago para satisfação das

necessidades alimentares durante a menoridade do E… e que ela, por força do incumprimento do recorrido, suportou e satisfez na íntegra ou, no mínimo, sempre em medida superior à que lhe competia.

17.Violou,pois, a decisão recorrida as disposições dos artigos 174º, 178º, 179º e 180º da OTM, 592º, 1878º, 1880º, 1885º, 2003º, 2004º, 2006º, 2007º, 2009º e 2010º do CC.

*

Os factos assentes nos autos com interesse para a apreciação e decisão do presente recurso são os seguintes:

1. A requerente B… e o requerido C… casaram catolicamente e sem convenção antenupcial no dia 10.09.1988.

2. Estão registados como filhos do casal, D… e E…, nascidos respectivamente em 6.01.1991 e 10.09.1992.

3. Em 29.07.2008 a antes identificada B… intentou contra o seu marido e pai dos seus filhos a competente acção de regulação do exercício do poder paternal dos dois filhos do casal, ambos então menores, respectivamente com 17 e 15 anos de idade.

4. Em 4.09.2008 realizou-se a conferência de pais na qual foi decidido atribuir a guarda provisória e o exercício do respectivo poder paternal dos menos á mãe e ali requerente.

5. Em 6.01.2009 a filha do casal D… perfez dezoito anos de idade. 6. Atento tal facto e em 13.01.2009, o requerido suscitou nos autos a impossibilidade de fixação de quaisquer medidas urgentes em sede de prestação alimentar em relação á mesma pretensão que não foi objecto de qualquer decisão por parte do tribunal.

7. Em conferência realizada em 8.07.2009 o mesmo Tribunal fixou provisoriamente na quantia de € 900,00 a prestação alimentar devida ao então menor E… e a cargo do pai e ali requerido. 8. O mesmo progenitor deixou de prestar tal pensão desde a altura e que o E… atingiu a maioridade ou seja em 10.09.2010.

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9.Desde a data em que foi instaurada a acção melhor referida em 1., os dois filhos do referido casal sempre residiram com a mãe. 10.Em 11.11.2010 o requerido C… apresentou um requerimento no qual e alegando o facto do seu filho E… ter atingido a maioridade, pede que seja julgada extinta a instância por inutilidade superveniente da lide.

11.Em 30.11.2010 o Tribunal “a quo” proferiu o despacho cujo teor foi o já antes melhor referido na parte I deste acórdão e que aqui se dá por inteiramente reproduzido.

*

Face ao acabado de expor, resulta claro que a única questão que importa apreciar e decidir neste recurso reconduz-se em saber se a Requerente e ora Apelante, tem legitimidade para fazer

prosseguir os autos tendo em vista a fixação de alimentos

devidos ao seu filho E… no período que mediou entre a altura em que foi proposta a acção de regulação do exercício do poder paternal e a data em que o mesmo atingiu a maioridade. Ora como decorre do disposto no nº1 do art.º26º do Código de Processo Civil, o autor é parte legítima quando tem interesse directo em demandar e o réu é parte legítima quando tem interesse directo em contradizer.

Já o nº2 do mesmo artigo afirma que o interesse em demandar se exprime pela utilidade derivada da procedência da acção e o interesse em contradizer, pelo prejuízo que dessa procedência advenha.

Por último, o nº3 esclarece que na falta de indicação da lei em contrário, são considerados titulares do interesse relevante para o efeito da legitimidade os sujeitos da relação controvertida, tal como é configurada pelo autor.

Como há muito já ensinava o Prof. Manuel de Andrade, nas Noções Elementares de Processo Civil, 1979, a pág.84, “a legitimidade não é portanto uma qualidade pessoal das partes (como a capacidade), ma suma certa posição delas em face da relação material litigada. Ela corresponde grosso modo, ao conceito civilista de poder de disposição, ampliado porém de forma a abarcar v.g., a faculdade de constituir uma dada relação jurídica, e não apenas a de a modificar ou extinguir. É o poder de dispor do processo – de o conduzir ou questionar no papel de parte. Como o poder de dispor da relação material in judicium deducta cabe, em geral, aos respectivos sujeitos, e só a eles, analogamente se passam as coisas quanto à legitimidade, que é o poder de dispor do processo, cuja sorte vai influir na daquela relação. O poder como que de dispor dessa relação por via processual deve competir a quem dela pode dispor por via extraprocessual.”

Perante o exposto, é para nós fácil concluir que não pode deixar de ser afirmativa a resposta a dar à pergunta acima formulada.

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Senão vejamos:

Como ficou aqui provado, à data da instauração da presente acção o então menor E… residiu com a mãe e aqui Apelante, a quem aliás e desde Setembro de 2008 e até à sua maioridade, esteve provisoriamente atribuída guarda e o correspondente exercício do poder paternal.

Ora no que toca aos alimentos devidos a menores enquanto alimentos legalmente definidos nas normas substantivos do nosso ordenamento jurídico, tal obrigação assenta no vínculo sanguíneo ou biológico que une o beneficiário e o obrigado (cf. artigos 1877º e seguintes e artigo 2009º, nº1 alínea c) do CC). Por outro lado, a expressão alimentos usada na lei em sentido amplo, abrange tudo o que é indispensável ao sustento, habitação, vestuário, instrução, e educação do menor (cf. art.2003º do CC).

Assim o que está aqui em causa é a satisfação das necessidades do alimentando, não apenas das necessidades básicas, cuja satisfação é imprescindível para a sobrevivência deste, mas tudo o que o menor necessita para ter uma vida conforme à sua condição social, às suas aptidões, ao seu estado de saúde e idade, tendo em vista a promoção do seu desenvolvimento físico, intelectual e moral.

Como dispõe o art.2006º, os alimentos são devidos desde a proposição da acção ou, estando já fixados pelo tribunal ou por acordo, desde o momento em que o devedor se constituiu em mora.

E segundo o art.1880º, a obrigação de alimentos não cessa com a maioridade, mantendo-se, enquanto o filho não houver

completado a sua formação profissional e na medida em que seja razoável exigir aos pais o seu cumprimento pelo tempo

normalmente requerido para que aquela formação se complete. O advento da maioridade, faz sim nascer o direito do filho maior a ser alimentado pelos pais, caso se comprove que tem

necessidade de tal contributo, até completar a sua formação profissional.

No entanto, importa não esquecer que a obrigação alimentar dos pais em relação aos filhos durante a menoridade, tem fonte, natureza e dimensão diversa da que sobre aqueles recai quando estes últimos atingem a maioridade (cf. os artigos 1878º e 1880º do CC).

De todo o modo, estando pendente de decisão judicial definitiva, o pedido atempadamente formulado de determinação dos alimentos devidos a filho menor e a repartição por cada um dos pais dessa obrigação, a maioridade não faz só por si caducar esse direito.

Assim, no âmbito da menoridade, o beneficiário da prestação alimentar é o menor, mas é ao progenitor a quem foi confiada a respectiva guarda que goza da respectiva titularidade do direito em apreço.

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Pode pois dizer-se que o progenitor (com guarda) age, por isso, em substituição processual, parcial, representativa do menor. Só quando atingida a maioridade, o filho, contanto que carecido de alimentos nos termos já antes referidos e ainda que continue a viver com o progenitor anterior credor dos alimentos ao outro progenitor, passa a desfrutar de capacidade jurídica, judiciária e interesse directo em demandar (legitimidade activa, para por si só, peticionar em juízo as prestações que, também por direito próprio, lhe passam a ser entregues pelo progenitor devedor (cf. Remédio Marques, Algumas Notas Sobre Alimentos Devidos a Menores, FDUC, CDF, 2, pág.297 e seguintes).

Por outro lado e como certeiramente afirma a Apelante nas suas alegações, tal interesse próprio do progenitor a quem foi

atribuída a guarda, adensa-se a aprofunda-se, ainda mais, nos casos, em que o mesmo suporte durante a menoridade do filho, e na pendência de acção destinada a fixar o valor definitivo da obrigação alimentar e a medida da repartição de tal obrigação pelos obrigados, a totalidade ou a grande maioria do que mostrou necessário para o sustento do respectivo filho.

Ora como antes já vimos, foi exactamente isso que aconteceu nos autos, já que durante o período que decorreu entre a data em que foi proposta a acção e a maioridade do E…, foi a ora

Apelante, quem suportou de modo exclusivo, tudo o que se mostrou necessário ao sustento do seu filho.

Isto e muito naturalmente, com exclusão do período de cerca de um ano que mediou entre a altura em que foi fixada

provisoriamente fixada a pensão alimentar apagar pelo ora Apelado.

De qualquer forma, o que para aqui releva é o facto de não se ter chegado á prolação de uma decisão definitiva sobre tal matéria, nada justificando que seja agora “o maior” E…, a beneficiar das quantias correspondentes às prestações de alimentos que são devidas ao período da sua menoridade e às quais são aplicáveis as regras do já antes citado art.1878º do CC.

E isto porque também se assim fosse entendido, poderíamos em situações como a dos autos, a premiar os progenitores menos diligentes no caso em que por variadas circunstâncias o filho entretanto maior, opta por não reivindicar o pagamento das prestações alimentares devida e não pagas durante o período da sua menoridade.

Sendo assim, resulta clara a legitimidade da Apelante para fazer prosseguir os presentes autos tendo em vista a fixação definitiva da prestação de alimentos que é devida no período da

menoridade do seu filho E… e a cargo do ora Apelado. Perante o acabado do dizer, não existe pois fundamento para afirmar como se afirmou no despacho recorrido, que o impulso processual pelo prosseguimento dos autos pertence em exclusivo ao mesmo E….

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nesta parte do despacho recorrido. *

Sintetizando a argumentação nos termos do nº7 do art.713º do CPC:

O progenitor a quem foi atribuída a respectiva guarda, não perde a legitimidade para após a maioridade do seu filho, continuar a exigir do outro progenitor, a fixação de pensão alimentar correspondente a prestações devidas durante a menoridade.

* III. Decisão:

Pelo exposto, julgo procedente o presente recurso de Apelação e, em conformidade revoga-se o despacho recorrido na parte em que no mesmo se consignou que após ter atingido a sua maioridade, cabe ao identificado E…, o impulso processual quanto à fixação definitiva de alimentos devidos enquanto menor.

*

Custas do presente recurso a cargo da parte vencida a final. *

Notifique.

Porto, 7 de Julho de 2011 Carlos Jorge Ferreira Portela

Maria de Deus Simão da Cruz Silva Damasceno Correia Joana Salinas Calado do Carmo Vaz

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