Encontro Nacional do MAM 22 de maio de 2014 Brasília, BA
Apontamentos sobre ‘Desenvolvimento’
e Mineração no Brasil
Rodrigo Salles Pereira dos Santos Universidade Federal Fluminense (UFF)
ESTRUTURA
• Estratégia de Desenvolvimento
Nacional
• Trajetória de Crescimento via
• Trajetória de Crescimento via
Exportações
• Apontamentos a partir da Mineração
de Ferro
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 1. A Política Monetária
1. A Política Monetária
Política de Comércio Exterior
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 2. A Política Comercial
2. A Política Comercial
Políticas e instrumentos
Política industrial
País Empréstimos para setores específicos
Incentivos fiscais para setores específicos
Argentina Bens de capital Mineração e silvicultura
Bolívia Mineração
Brasil Petróleo e gás, têxteis, calçados, indústria naval,
eletricidade, telecomunicações, software, cinema
Indústria automotiva, eletrônica
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 3. A Política Industrial
3. A Política Industrial
software, cinema
Chile Silvicultura, petróleo, nuclear Equador Mineração e turismo
México Cinema Cinema, silvicultura, transporte aéreo e marítimo, indústria gráfica Peru Mineração, petróleo, turismo
Venezuela Hidrocarbonos e bens de capital para setor primário (petróleo, gás, agricultura e pesca)
Políticas e instrumentos
Política industrial
Programa Setores prioritários
Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE, 2003)
• Setores estratégicos: bens de capital, fármacos, semicondutores, software. • Setores "portadores de futuro": biomassa/energias renováveis, biotecnologia,
nanotecnologia.
Política de Desenvolviment o Produtivo
• Setores de consolidação e expansão de liderança: aeronáutico, bioetanol, carnes, celulose/papel, mineração, petróleo/gás/petroquímica, siderurgia.
• Setores para fortalecimento de competitividade: agroindústrias, automotivo, bens de
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 3. A Política Industrial
3. A Política Industrial
o Produtivo (PDP, 2008)
• Setores para fortalecimento de competitividade: agroindústrias, automotivo, bens de capital, complexo de serviços, construção civil, couro/ calçados/ artefatos de couro, higiene/ perfumaria/ cosméticos, plásticos, indústria naval e cabotagem, madeira/ móveis, têxtil/ confecções.
• Setores estratégicos: complexo industrial de saúde, tecnologias de informação e comunicação, energia nuclear, nanotecnologia, biotecnologia e complexo industrial de defesa.
Plano Brasil Maior (PBM, 2011)
• Sistemas produtivos: petróleo/gás natural, complexo da saúde, automotivo, aeronáutica/espacial, bens de capital, TICs e complexo industrial da defesa.
• Sistemas intensivos em escala: químicos, fertilizantes, bioetanol, mínero-metalúrgico e celulose e papel.
• Sistemas intensivos em trabalho: plásticos, calçados/artefatos, têxtil/confecções, higiene pessoal/perfumaria e cosméticos, móveis, brinquedos e construção civil. • Agronegócio: carnes/derivados, cereais/leguminosas, café/produtos conexos,
frutas/sucos e vinhos.
• Serviços: comércio/serviços pessoais, logística e serviços produtivos. 6
Políticas e instrumentos
Política de renda
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 4. A Política de Renda
4. A Política de Renda
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Políticas e instrumentos
Política de renda
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 4. A Política de Renda
4. A Política de Renda
País Políticas de transferência de renda
Argentina Programa Familias (2002) Brasil Bolsa Família (2003)
Bolívia Bono Juancito Pinto (2006).
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Fonte: Johansen ,2009
Bolívia Bono Juancito Pinto (2006). Chile Chile Solidario (2002)
Equador Bono de Desarrollo Humano (1998) México Oportunidades (1997)
Peru Juntos (2005) Venezuela
-Políticas e instrumentos
Política de acesso aos recursos minerais
Período neoliberal Período neoextrativista
País Mudanças visando estímulo à atividade privada na mineração
Mudanças permitindo/ facilitando investimentos estrangeiros no país
Mudanças visando à apropriação Estatal da renda extrativa
Argentina Ley 24498/1995 de Actualización Minera
Decreto Nº 1853/1993, modifica Ley Nº 21382/1976de Inversión Extranjera
Lei de recuperação da YPF (Ley 26741/2012)
Brasil EC 6/1995 Aumento de percentual e modificação na base
de cálculo dos royalties (proposta de novo marco regulatório da mineração)
ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO NACIONAL 5. A Política de Recursos Minerais
5. A Política de Recursos Minerais
Bolívia Código de Minería (Ley 1777/1997)
Ley de Inversiones (Ley 1.182/1990)
Criação do Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos (Ley 3058/2005)
Nacionalização dos hidrocarbonetos (D.S. Nº 28701/2006)
Chile Código de Minería (Ley 18.248/1983)
Estatuto de la Inversión Extranjera (Decreto Ley 600/1976)
Criação do novo regime tributário do imposto específico para a renda operacional da atividade mineira (Ley 20.469/2010)
Equador Ley de Minería (Ley 126/1991)
Ley 12 de Cámaras de Minería (Decreto Nº 415/1993)
Lei reformatória da lei de hidrocarbonetos (Ley 85/2007)
Peru Ley General de Minería (Decreto Legislativo 109/1992)
Ley de Promoción de la Inversión Privada (Decreto Legislativo 757/1991);
Aumento de percentual e modificação na base de cálculo dos royalties (Decreto Supremo 209/2011)
Venezuela Decreto con rango y fuerza de ley de minas (295/1999)
Decreto (2095/1992), Lei de imposto sobre preços extraordinários do mercado de internacional de hidrocarbonetos (Ley 40114/2013)
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Evolução do Preço Real de Minerais Selecionados, 1960-2010 (US$; ano-base: 2005).
TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES 1. O
1. O Boom Boom das das CommoditiesCommodities
16/10/2014
Evolução do Preço Real de Minerais Selecionados, 1960-2010 (US$; ano-base: 2005).
TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES 1. O
1. O Boom Boom das das CommoditiesCommodities
TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES 2. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) na Balança Comercial 2. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) na Balança Comercial
Evolução da Pauta de Exportação por Intensidade Tecnológica, 2000-2010.
1 9 7 4 1 9 7 5 1 9 7 6 1 9 7 7 1 9 7 8 1 9 7 9 1 9 8 0 1 9 8 1 1 9 8 2 1 9 8 3 1 9 8 4 1 9 8 5 1 9 8 6 1 9 8 7 1 9 8 8 1 9 8 9 1 9 9 0 1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 42,33 100 196,89 250,07 297,58 10,03 100 170,52 11,77 100 154,14
1. Evolução do Índice de Quantum das Exportações de Produtos Básicos
TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES 2. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) na Balança Comercial 2. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) na Balança Comercial
1 9 7 4 1 9 7 5 1 9 7 6 1 9 7 7 1 9 7 8 1 9 7 9 1 9 8 0 1 9 8 1 1 9 8 2 1 9 8 3 1 9 8 4 1 9 8 5 1 9 8 6 1 9 8 7 1 9 8 8 1 9 8 9 1 9 9 0 1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1
Básicos Semi-manufaturados Manufaturados
2. Evolução do Índice de Preço das Exportações de Produtos Básicos
1 9 7 4 1 9 7 5 1 9 7 6 1 9 7 7 1 9 7 8 1 9 7 9 1 9 8 0 1 9 8 1 1 9 8 2 1 9 8 3 1 9 8 4 1 9 8 5 1 9 8 6 1 9 8 7 1 9 8 8 1 9 8 9 1 9 9 0 1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 84,06 100 231,93 327,47 111,33 199,78 248,6 59,06 157,82 183,88
100 120
140 137,01
110,71
TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES 2. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) na Balança Comercial 2. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) na Balança Comercial
Evolução da Participação da IEM no Saldo da Balança Comercial, 2006-2011.
2006 2007 2008 2009 2010 2011 0 20 40 60 80 100 14,08 25,01 52,79 49,82 8 9,46 11,54 11,83 17,51 16,79 4,92 4,3 5,62 4,3 4,27 4,42
Saldo Comercial Exportação Importação
TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES 3. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) no PIB
3. A Ind. Extrativa Mineral (IEM) no PIB
TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES TRAJETÓRIA DE CRESCIMENTO VIA EXPORTAÇÕES 4. A Importância da IEM na Estratégia de Crescimento 4. A Importância da IEM na Estratégia de Crescimento
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 1. Fluxos Comerciais de Minério de Ferro
1. Fluxos Comerciais de Minério de Ferro
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 2. Estratégia de Acumulação por Espoliação
2. Estratégia de Acumulação por Espoliação
● Produção do Minério de Ferro no Brasil
– 2ª maior reserva (17%) – 2º maior exportador (29%)
– Participação IEM nas exportações: 17,3% – Participação da IEM no VA: 4,1%
– Participação da IEM no VA: 4,1%
– Participação do Minério de Ferro na IEM: 70%
• Conflitos ecológicos distributivos
– Captura de valor por comoditização de bens coletivo – Perspectiva de intensificação da exploração
• Atividades de extração, logística, beneficiamento e consumo do minério de ferro
– organização de atividades sob a forma de rede • dispersão geográfica
• integração funcional
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 3. A Rede Global de Produção do Minério de Ferro
3. A Rede Global de Produção do Minério de Ferro
• integração funcional
• Dimensão material explicita papel dos agentes de contestação e as relações conflituosas da rede
• Redes Globais de Contestação
– ações de contestação influenciam estratégias corporativas – foco da ação de contestação
– escala da ação de contestação – níveis de conhecimento e alianças
Empresa Principais acionistas (Ações ordinárias)
Participação no mercado (2012)
Vale Previ (20%), BNDESPar (13%), Bradespar (11%), Mitsui (10 %), FUNCEF (3%), Petros (2%)
76% CSN e
Namisa
Família Steinbruch (51%), BNDESPar (2%) 8%
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 4. A Extração no Brasil
4. A Extração no Brasil
Namisa
Samarco Vale (50%), BHP Billiton (50%) 5% MMX Eike Batista ? (42%), Wisco (10%), SK Networks (9%) 3% Mineração
Usiminas
Sumitomo Corporation (30%), Nippon Steel
Corporation (14%), Ternium Investments S.àr.l (11%), CSN (8%), Previ (7%) 3% Anglo American Anglo American Plc. 1% Ferrous Resources do Brasil
Ferrovia Concessionária Usos
Estrada de Ferro Carajás (EFC)
Vale Passageiros, minério de ferro, ferro-gusa, manganês, cobre, combustíveis e carvão.
Estrada de Ferro Vitória à Minas (EFVM)
Vale Passageiros, minério de ferro, carvão e produtos agrícolas.
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 5. A Logística no Brasil 5. A Logística no Brasil (EFVM) MRS Logística CSN e Namisa (37%), Vale e MBR (34%), Usiminas (11%)
Minérios, produtos siderúrgicos, produtos metalúrgicos, produtos químicos e petroquímicos, papel e celulose, produtos automotivos e contêineres.
Consumidores domésticos (30%)
• ArcelorMittal
• Gerdau (Família Gerdau 50%; J.P. Morgan, 7%; BNDESPar 6,6%) Consumidores internacionais (70%) • China: 52% • Japão: 10% • Coreia do Sul: 5%
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 5. O Consumo no Brasil e no Mundo
5. O Consumo no Brasil e no Mundo
BNDESPar 6,6%)
• Usiminas (Nippon Steel 21%; Ternium 16%; CSN 11%; Previ 10%) • CSN: Família Steinbruch (51%), BNDESPar (2%) • TKCSA (ThyssenKrupp 73%; Vale 27%) • Coreia do Sul: 5%
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 6. O Impacto Territorial
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 6. O Impacto Territorial
• Formação de redes
– Articulação Mineração-Siderurgia – AMS/RBJA (2007)
– Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale – AIAV (2010) – Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração –
CNDTM (2013)
APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO APONTAMENTOS A PARTIR DA MINERAÇÃO DE FERRO 8. A Sociedade no Brasil e no Mundo
8. A Sociedade no Brasil e no Mundo
• Estratégias de contestação
– Interrupção de operações (fechamento de rodovias e ferrovias) – Participação de assembleias de acionistas
– Elaboração de relatórios de insustentabilidade – Prêmios internacionais (ex. Public Eye)
– Participação/questionamento no licenciamento ambiental – Denúncias ao Ministério Público