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A PARTICIPAÇÃO NO PIBID: TEMPO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA INTERAÇÃO UNIVERSIDADE-ESCOLA

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Academic year: 2021

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A PARTICIPAÇÃO NO PIBID: TEMPO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA INTERAÇÃO UNIVERSIDADE-ESCOLA

Leonardo Wottrich Bonmann

leonardobonmann@uol.com.br

Marla Fabiana Copetti

marla.fc@bol.com.br

Maria Cristina Pansera de Araújo

pansera@unijui.edu.br

Resumo: Este relato surge a partir da experiência vivenciada com o programa PIBID, onde os alunos em formação universitária de licenciatura, nas áreas de ciências biológicas, da Universidade Unijuí, em Ijuí/RS, buscam, através de visitas preestabelecidas pela universidade e escola envolvida, aliar a teoria e a prática, procurando relacionar a realidade existente fora dos conhecimentos adquiridos através de livros, etc, que muitas vezes, não condizem com a realidade das escolas que temos. Independente da escola, todas devem ter seu próprio Projeto Político Pedagógico, Regimento Escolar que está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB nº. 9394/6, que define e regulariza o sistema de educação brasileiro, com base nos princípios presentes na Constituição e como tal, precisa ser cumprido. Esses documentos são de suma importância, pois sua contextualização é norteadora de toda funcionalidade que deve estar presente nas escolas.

Palavras-Chave: Realidade, experiência, saberes, escola, aluno.

Resumen:

Este relato surge desde la experiencia vivida con el programa PIBID, donde los alumnos en la universidad en grado de educación, en las áreas de ciencias biologicas, de la Universidad Unijuí, en Ijuí/RS, buscan por visitas preestablecidas por la universidad y la escuela implicada, teoría hasta práctica, buscando relacionar la realidad existente además de los conocimientos que adquirimos por libros y otros, que muchas veces disienten con la realidad de las escuelas que tenemos. Independiente de la escuela, todas deben tener su propio Proyecto Político Pedagógico (PPP), Regulación de la Escuela que está previsto en la Ley de Directrices y Bases de la Educación LDB nº .9394/6 que define y regulariza el sistema de educación brasileño, con base en los principios de la Constitución y como tal, necesita ser cumplido. Eses documentos son muy importantes, pues su contextualización es guía de toda funcionalidad que debe estar presente en las escuelas.

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Introdução

Neste trabalho faremos um relato reflexivo das atividades desenvolvidas pelo PIBID Biologia – UNIJUI com as escolas parceiras e sua importância na formação docente. O PIBID é um programa que veio preencher uma lacuna aberta há muito tempo, a Interação entre universidade-escola. O diálogo como sugere Freire, ocorre quando o educador se reconhece também como aquele que tem algo a aprender. Colocar-se na posição de ouvinte é parte integral da formação de um docente. Paulo Freire diz que:

[…] ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou a sua construção. Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar. (FREIRE, 1996, p, 12).

Já Nóvoa (1995, p. 27) ressalta que a relação dos professores com o saber constitui um dos capítulos principais na história da profissão docente: os professores são portadores (e produtores de um saber próprio ou são apenas transmissores e reprodutores) de um saber alheio? O saber de referência dos professores é fundamentalmente científico ou técnico? O autor destaca que é na resposta a estas e muitas outras questões, que se encontram visões distintas da profissão docente e, portanto, projetos contraditórios de desenvolvimento profissional (p. 27-28).

Na visão tradicional sobre Formação de Professores, o professor é especializado no conhecimento específico da disciplina sob sua responsabilidade, em que a prática é pouco valorizada. Entretanto, hoje, o professor não pode ser mais compreendido como um mero transmissor de conhecimentos, que exerce sua prática pedagógica de modo repetitivo, que traduz conhecimentos específicos e fragmentados, a partir do discurso científico das ciências da educação. Podemos, sim, concebê-lo como produtor de saberes provenientes da sua experiência que devem ser considerados na formação de sua competência profissional. Tal pressuposto encontra fundamento nas leituras e reflexões que realizamos a partir do texto de Tardif (2002), que caracteriza o saber docente como múltiplo e pluriorientado por diversos saberes, originados dos saberes curriculares, das disciplinas, do exercício profissional e da experiência pessoal.

Para Tardif (2002, p.228), os professores de profissão possuem saberes específicos que são mobilizados, utilizados e produzidos por eles no âmbito de suas tarefas cotidianas. O professor, dadas às circunstâncias e contextos de e para o seu exercício profissional, interage constantemente com os elementos ou atores principais e contextos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Essas experiências possibilitam-lhes construir conjuntos de saberes sobre cada um, os quais orientam suas práticas. É necessário, entretanto, lembrar que esses saberes que têm por fonte sua experiência são influenciados pela organização institucional e que esta, ocasionalmente, contribui, por suas ações e normas (currículos, programas, planos etc.), para o distanciamento entre os saberes da própria experiência enquanto professores e aqueles obtidos em sua formação inicial ou continuada.

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Diante dessa perspectiva, sobre os saberes dos professores, está a de perceber os professores como atores competentes e sujeitos ativos como foi bem assinalado por Tardif:

Se assumirmos o postulado de que os professores são atores competentes, sujeitos ativos, deveremos admitir que a prática deles não é somente um espaço de aplicação de saberes provenientes da teoria, mas um espaço de produção de saberes específicos oriundos dessa mesma prática (2002, p. 234).

Contextualização dessa experiência vivida:

As atividades propostas pelo PIBID/Unijuí Biologia foram estudar os documentos que regem a educação brasileira (LDB, DCNEB) documentos das escolas parceiras (Regimento, PPC, Plano de aula).

As atividades em questão foram desenvolvidas na Escola Técnica Estadual 25 de Julho, localizada no RS, cidade de Ijuí.

No programa contamos com a presença de bolsistas que estão no 1º semestre da graduação, até os que estão no último. A ideia inicial de fazer a leitura dos documentos da escola era pra justamente que os bolsistas que estão iniciando a caminhada da graduação pudessem se sentir mais a vontade, pois com a leitura dos documentos o aluno conhece a escola tanto fazendo as leituras, como observando toda a rotina.

Os bolsistas mais experientes, além de fazerem a leitura dos documentos, tinham um papel especial, a de ajudar os que estavam iniciando. Houve uma grande troca de saberes entre todos os licenciandos envolvidos no programa.

O PIBID possibilita aos bolsistas participantes aliar docência e pesquisa. Aproximar a universidade do ambiente escolar. Para um futuro docente, torna-se estorna-sencial, pois assim é possível vivenciar as duas realidades: teoria e prática.

Os saberes que o professor possui são construídos muito antes de se assumir as atividades de ensino, ou seja, o que se pode perceber é que o professor inicia a construção de sua identidade profissional a partir das experiências que teve como aluno. Isso faz com que reelabore suas experiências transformando-as em saberes que serão mobilizados no decorrer de sua prática. A interdisciplinaridade surge quando se estuda o contexto, a realidade social e cultural associada aos problemas locais e atuais da comunidade em que a escola encontra-se inserida, trazendo estes na construção do currículo, abrangendo todas as disciplinas a serem trabalhadas no decorrer do ano letivo.

Resultados e discussão:

Através da leitura foi possível conhecer melhor a escola, sua história e suas características. Foi possível também perceber que o ensino que a escola oferta é bem variada, que são: Ensino Médio Politécnico, Ensino médio na modalidade de Educação para jovens e adultos, Ensino médio Integrado, e

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Educação Profissional, que abrange vários cursos: Técnico de informática, Técnico em Elétrica, Técnico Moveleiro e Técnico mecânico.

A etapa inicial de leitura foi realizada em grupos, no espaço da biblioteca, este espaço destinado para a leitura é sempre um espaço aonde há grande circulação de alunos, onde foi possível perceber várias atitudes dos alunos, como o seu comportamento e o respeito.

O PIBID proporcionou também uma troca de saberes entre colegas acadêmicos. As atividades de socialização desenvolvidas ao final de cada etapa do projeto precisou um trabalho conjunto e então ouve a troca de saberes entre acadêmicos de todas as licenciaturas envolvidas e professores supervisores da escola e universidade.

O Brasil encontra um enorme déficit de professores da Educação Básica pública, acrescido da desvalorização da profissão de professor, o que torna o PIBID uma das mais importantes iniciativas das políticas públicas destinadas à melhoria da qualidade da escola e da formação de profissionais docentes. O PIBID tem, no entanto, enfrentado inúmeros desafios pelo país afora, tanto do ponto de vista prático, em função de determinadas características e limitações dos editais, quanto do ponto de vista do entendimento e encaminhamento que cada instituição tem dado ao seu projeto em particular. Nesse sentido, o momento atual é propício à troca de experiências entre as diversas instituições envolvidas com o Programa.

Considerações Finais:

O PIBID constitui uma excelente alternativa para fortalecer a formação inicial, pois possibilita conexões entre os saberes da Universidade e os saberes que são produzidos nas escolas, e todos esses saberes se intercruzam, pois a Universidade produz o saber teórico, e a escola possibilita o saber prático e ambos são importantes na formação de um docente.

O acadêmico que tem a vantagem de participar do PIBID não fica preso somente aos estágios supervisionados da graduação, com o PIBID é possível estar em uma escola, presenciando toda a vivencia muito antes, e é isso que torna o PIBID muito importante para a formação de um docente, toda a vivencia obtida durante a graduação forma um profissional mais competente e apto a atuar no seu campo de trabalho.

Todos os processos de estudo têm a certeza que se refletirá no futuro do educando, pois os saberes que são produzidos e apropriados ao longo de sua história de vida, no “chão” da escola, em sua prática pedagógica diária, nas relações entre professores, entre estes e os alunos, entre os docentes, a escola e sua organização e entre os professores e os seus próprios saberes, são classificados por diversos autores (TARDIF, 2007; PIMENTA, 2002) como os saberes da experiência, ou seja, aqueles saberes que são advindos da intervenção pedagógica do professor na escola, em suas turmas, na organização

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do trabalho pedagógico, em sua própria história ao longo de sua vida. É o que explica Tardif estes saberes “[...] não provém das instituições de formação nem dos currículos. [...] não se encontram sistematizados em doutrinas ou teorias” (2002, p. 48,49). O professor diante deste saber é ao mesmo tempo produtor e sujeito.

Tardif (2007, p.52) afirma que é dessa forma, a partir destas relações com os seus pares, com o coletivo, por meio “do confronto entre os saberes produzidos pela experiência coletiva dos professores, que os saberes experienciais adquirem certa objetividade [...]”. Dessa forma as certezas que são produzidas no dia-a-dia, subjetivamente, devem ser objetivadas sistematizadas, organizadas, para como diz este autor “[...] se transformarem em um discurso da experiência capaz de informar ou formar outros docentes e fornecer uma resposta aos seus problemas [...]” (p.52).

Quando os professores recém formados saem das universidades confrontam-se com um cenário diferente do que imaginavam, geralmente as escolas são precárias, com ambientes hostis, conturbados e mal estruturados, as turmas são organizadas por faixa etária, alguns alunos são violentos e não respeitam os professores, o que os deixa muitas vezes acuados, sem perspectivas de melhoras, já que os responsáveis pelos mesmos na maioria das vezes, os apoia, e algumas vezes ameaçam os docentes, contribuindo desta forma, com a má formação educacional e de caráter de seus progenitores. Os turnos de trabalho dobrado, na mesma escola, ou em outras, com objetivo de aumentar suas rendas, é outro fator que contribui para o stress dos docentes.

Assim, podemos concluir que a educação no Brasil passa por uma crise, onde os professores têm a função de ensinar seus alunos, mas também ser exemplo de liberdade social para seus alunos e comunidade escolar, influencia-los a serem cidadãos pensantes, com capacidade de raciocínio próprio, com direitos e deveres, formadores de opinião própria na sociedade.

Diante de todos estes fatos, o programa do PIBID insere os alunos, ainda em formação nas escolas, o que lhes permite ver a realidade que os espera fora da Universidade e deste modo não sintam-se surpresos, deslocados e sem flexibilidade adequada, sempre que necessário, no desenvolvimento dos planejamentos de suas aulas.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

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PIMENTA, Selma Garrido, (org.). Formação de Professores: identidade e saberes da docência. In. Saberes Pedagógicos e Atividade Docente. São Paulo: Cortez, 2002, pp. 15-34.

TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. 8a edição Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

Referências

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