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INDISCIPLINA ESCOLAR: COMPREENDER AS CAUSAS PARA INTERVIR

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

INDISCIPLINA ESCOLAR: COMPREENDER AS CAUSAS PARA

INTERVIR

Aylla Monise Ferreira da Silva1 - Estácio Macapá Eixo – Didática Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Este artigo trata-se de uma reflexão sobre a questão da indisciplina no ambiente escolar, que tem sido vista como problema e desvio das normas disseminadas nos sistemas escolares que consequentemente inviabiliza a prática educacional nos atuais. A mesma está associada à desordem, ao desrespeito, a regras de condutas e a falta de limites.. Desta forma, inicialmente aborda-se o próprio conceito de indisciplina escolar, suas principais formas de expressão, as principais causas e consequências desta problemática. Ao final, traz algumas ponderações sobre a dimensão preventiva em nível de escola. Nessa perspectiva, este trabalho será embasado em observações realizadas tanto em escola pública, quanto na literatura disponível à cerca da indisciplina escolar. A indisciplina na sala de aula pode ser analisada por meio de múltiplos aspectos como, por exemplo, a estrutura da escola, a concepção dos professores em relação à construção do conhecimento. É por esta razão que o professor deve ser, antes de qualquer coisa, um pesquisador, ele precisa coletar dados sobre a indisciplina, precisa ser flexível, procurando e detectando novos métodos, não se preocupando apenas em estudar ou pesquisar o comportamento dos alunos, mas sim, de todos os que participam da vida da escola. No entanto, o presente texto não pretende apresentar relatos de pesquisa, pois se sente a necessidade de compreender o que está gerando tal situação, para fazer as devidas intervenções em busca de amenizar ou até mesmo solucionar o problema e enfatizar a necessidade de uma postura compartilhada em relação à indisciplina, na forma de uma política definida em bases democráticas.

Palavras-chave: Escola. Indisciplina. Docente. Aluno. Educação. Introdução

Atualmente, entre as reclamações mais constantes que os professores fazem com relação ao dia-a-dia de seu trabalho, a mais frequente é sobre a indisciplina na escola. Muitos docentes

1 Graduação em Pedagogia (UNIFAP), Psicopedagoga Clínica e Institucional (UNINTER) e Especialista em

Educação Especial e Inclusiva. Professora da Faculdade Estácio de Macapá (Estácio Macapá). E-mail: aylla.silva@estacio.br

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chegam até a afirmar que o problema da indisciplina na sala de aula está inviabilizando o seu trabalho.

A problematização não é nova, porém, nos dias atuais, está ganhando uma dimensão até então não vivenciada nas escolas. Percebe-se que muitos professores acabam até desencadeando um processo de stress, frente à tamanha dificuldade que têm para conviver, administrar e criar alternativas de intervenção que possam ajudá-los a contornar situações dilemáticas com alunos indisciplinados. Neste sentido, há uma cobrança do corpo docente para que a direção ou a coordenação pedagógica atue com rigor com esses alunos.

Essa postura do professor, em encaminhar o aluno indisciplinado ao diretor e/ou ao coordenador, vem invariavelmente, acompanhada com uma critica muito acirrada à família, responsabilizando os pais pela falta de limite com que essas crianças (ou adolescentes) chegam à escola. Sendo assim, verifica-se que as ações são, quase sempre, isoladas, sem uma discussão mais aprofundada sobre o problema.

Além de constituir um problema, a indisciplina na escola tem algo a dizer sobre o ambiente escolar e sobre a própria necessidade de avanço pedagógico e institucional. Portanto, esta é uma questão a ser investigada amplamente. Razão pela qual se resolveu pesquisar a problemática em questão, com o objetivo de investigar e analisar as causas para fazer as intervenções necessárias em busca de possíveis soluções para o problema.

Desta forma, este trabalho tem como finalidade discutir algumas questões relacionadas aos fatores que causam indisciplina na escola, pois se sente a necessidade de compreender o que está gerando tal situação, para fazer as devidas intervenções em busca de amenizar ou até mesmo solucionar o problema e enfatizar a necessidade de uma postura compartilhada em relação à indisciplina, na forma de uma política definida em bases democráticas.

Portanto, ao longo deste trabalho abordar-se-á o conceito de indisciplina escolar, suas principais formas de expressão, as causas e suas consequências, haja vista que as causas dos comportamentos ditos indisciplinados podem estar em diversos fatores: uns ligados a questões relacionadas ao professor, sua concepção em relação à construção do conhecimento principalmente na sala de aula; outros centrados nas famílias dos alunos; outros verificados nos educandos; outros gerados no processo pedagógico escolar; alguns na estrutura da escola, outros alheios ao contexto escolar.

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2 A indisciplina e sua história: uma questão de afetividade e participação.

Historicamente a instituição escolar é marcada pelo autoritarismo (explicito ou velado), é nesse movimento que se situa a preocupação, as dúvidas e as incertezas dos professores e alunos nas escolas.

Conforme Aquino (1996, p. 40):

embora o fenômeno da indisciplina seja um velho conhecido de todos, sua relevância teórica não é tão nítida. Porém, a indisciplina na escola está na ordem do dia. As preocupações de professores, pais e educadores em geral, relativos aos comportamentos escolares dos alunos, têm sido consideráveis nos últimos anos.

Conforme inúmeros relatos que se escutam nas escolas, é grande o desafio que professores têm encontrado em relação à indisciplina de alunos, tanto na rede pública, como na particular. Sabe-se que não se trata de um problema especificamente brasileiro, apesar das peculiaridades aqui encontradas.

Está muito difícil conseguir a disciplina na escola, assim vemos muitos professores indecisos, angustiados e pensando até mesmo em desistir da profissão, além dos baixos salários recebidos na maioria das regiões brasileiras, ainda tem que aguentar desaforos e desrespeitos dos alunos em sala de aula, que muitas vezes não estudam.

Atualmente o grande foco da crítica de responsabilidade pelos problemas da indisciplina na escola em particular é a família que muitas vezes desestruturadas, desorientadas, com a categoria de valores invertida em relação à instituição escolar, transferindo suas responsabilidades para a mesma. “Crianças indisciplinadas em casa, alunos indisciplinados na escola”. Infelizmente não há como fugir desta equação. Uma criança que não reconhece seus pais como figura de autoridade, dificilmente reconhecerá isto em um estranho, seja ele seu professor, coordenador pedagógico ou diretor de escola.

Conforme Tiba (1996, p. 165):

A educação ativa formal é dada pela escola, pelo pai e pela mãe e pelo próprio educando. Se a condescendência dos pais, acaba funcionando como um casal que não chega a um acordo quanto à educação da criança. O filho vai tirar lucro da discórdia pais/escola da mesma forma que se aproveita quando há divergências entre o pai e a mãe.

A família de hoje conta muito com a escola, ou seja, com seus professores na formação das crianças e dos jovens. Ela precisa estar informada sobre a linha de conduta que a escola tem

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para com seus filhos e, o que é fundamental, concordar com esta linha, é preciso falar a mesma língua. Devemos proporcionar a construção da disciplina em sala de aula, na escola, uma construção coletiva, uma luta, interagindo para formarmos alunos críticos dentro de um trabalho humanizador.

3 A indisciplina centrada no aluno

A indisciplina na escola pode ter relação com o fraco rendimento escolar dos alunos. O seu insucesso pode levá-los a investir pouco nas tarefas escolares e a desinteressarem-se pela escola, desencadeando, eventualmente, emoções negativas, traduzidas em comportamentos inadequados. O jovem que não se desenvolveu normalmente manifesta (na escola ou fora dela) comportamentos inadequados, que são muitas vezes julgados como sendo comportamentos indisciplinados. Isso indica, então, a correlação entre indisciplina e moralidade.

A indisciplina é frequentemente centralizada no aluno, o que evidencia um modo individualizante de lidar com questões produzidas no cotidiano escolar. A primeira hipótese de explicação da indisciplina seria a de que o aluno de hoje em dia é menos respeitador do que o aluno de antes.

Outra hipótese muito em voga no meio escolar, produto de nosso suposto e, às vezes; perigoso bom senso prático, diz respeito à suposição de que as crianças de hoje em dia não têm limites, não reconhecem a autoridade, não respeitam as regras, e a responsabilidade por isso é dos pais, essa hipótese é conhecida como déficit moral. Esse tipo de entendimento da questão disciplinar é de cunho psicológico. Ainda uma terceira hipótese, o interesse do aluno. Em muitos casos é que para os alunos, a sala de aula não é atrativa.

4 A indisciplina na sala de aula

A indisciplina na sala de aula pode ser analisada por meio de múltiplos aspectos como, por exemplo, a estrutura da escola, a concepção dos professores em relação à construção do conhecimento. É por esta razão que o professor deve ser, antes de qualquer coisa, um pesquisador, ele precisa coletar dados sobre a indisciplina, precisa ser flexível, procurando e detectando novos métodos, não se preocupando apenas em estudar ou pesquisar o comportamento dos alunos, mas sim, de todos os que participam da vida da escola.

No entanto, o professor precisa construir em sua sala de aula uma disciplina pura e interativa, onde as crianças tenham consciência do que estão fazendo, precisa utilizar várias

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estratégias de ensino, criando na sala de aula um ambiente de disciplina, oferecendo aos alunos papéis importantes, ou seja, responsabilidades para que se sintam valorizados, criando aulas diferentes, lúdicas e práticas. Desta forma, os alunos se sentiriam mais seguros nas atividades propostas, diminuindo as “badernas” na sala de aula.

Segundo Vasconcelos (2004, p.13):

A indisciplina na sala de aula e na escola tem sido uma preocupação crescente nos últimos anos entre os educadores. Pesquisas pedagógicas mostram o quanto se perde tempo em sala de aula com questões de disciplina, em detrimento da interação dos alunos com o conhecimento e com a realidade, pois está cada vez mais difícil trabalharmos os conteúdos escolares em sala, visando à produção de conhecimento, pois os alunos acabam se distraindo, atrapalham-se com conversas e barulhos, prejudicando sua aprendizagem.

Desta maneira, é importante se repensar como a comunidade escolar deve-se trabalhar com alternativas que possam ajudar estes alunos indisciplinados de forma positiva, pois este problema não pode ser tratado de maneira isolada sem uma discussão mais aprofundada sobre o caso.

5 Relação professor-aluno na sala de aula: amenizando a indisciplina.

Quando falamos em uma educação saudável, prazerosa e satisfatória, logo nos vem à cabeça inúmeros conceitos, em especial a relação afetiva entre professores e alunos, pois é nessa relação calorosa e existente entre ambos que faz com que o processo de ensino-aprendizagem seja mais seguro, exercendo várias influências positivas sobre os alunos.

6 Jogos pedagógicos e dinâmicos para motivar o aprendizado: em busca da disciplina.

A escola é sem dúvida, a instituição do conhecimento, mas é preciso deixar espaço para a ação mental da turma por meio da idéia de um ensino que desperte o interesse do aluno, algumas transformações passaram a acontecer por meio de materiais pedagógicos, estes passaram a ser de acordo com a faixa etária da criança e nível de conhecimento, passando a ser um desafio a competência do professor, pois esse teve que aprimorar sua prática pedagógica facilitando o processo de aprendizagem dos alunos, suas experiências e descobertas.

A escola é sem dúvida, a instituição do conhecimento, mas é preciso deixar espaço para a ação mental da turma. É nesse contexto que os jogos pedagógicos ganharam um espaço como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõem estímulos aos interesses do aluno desenvolvendo níveis diferentes de experiências pessoais e sociais. Os jogos e

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dinâmicas lúdicas ajudam a construir novas descobertas, desenvolvem e enriquecem suas personalidades e simbolizam instrumentos pedagógicos que levam ao professor as condições de condutor, estimulador e avaliador de aprendizagem.

Segundo Kishmoto (2005, p. 22):

Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que se respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo.

É com esse objetivo que o professor deverá trabalhar desenvolvendo o imaginário da criança, deixando que ela crie as suas próprias opiniões de acordo com seu desenvolvimento, respeitando-a para que esta denominação seja de acordo com o esperado.

6 Conclusão

Atualmente vivenciamos uma época de valorização da democracia, cidadania e respeito. Cabe à escola levar estes princípios a sério dentro do seu projeto pedagógico. Então como acabar ou diminuir a indisciplina em sala de aula, objetivando melhorar as condições de aprendizado dos alunos.

Neste caso, primeiramente, o professor deve identificar os motivos da indisciplina. Observar os alunos e estabelecer um diálogo poderá ajudar muito neste sentido. Muitas vezes, a indisciplina ocorre porque os alunos não entendem o conteúdo ou acham as aulas cansativas. Nestes casos, o professor pode modificar suas aulas, adotando atividades estimulantes e interativas. Esta atitude costuma gerar bons resultados.

Em outras situações, a indisciplina ocorre a partir de uma situação de conflito e enfrentamento entre alunos e professor. Neste caso, o professor deve buscar conversar e ouvir os alunos. Cabe ao professor desfazer o clima de conflito e solucionar a situação.

No final deste trabalho fica-se com a certeza que há muito para fazer junto dos alunos, porque a educação visa essencialmente desenvolver nos alunos capacidades adaptativa às diferentes situações de vida, de modo a que eles possam ser autônomos, críticos e capazes de ultrapassar os comportamentos intitulados de indisciplinados. Assim, concluí-se que cada aluno é um ser único e como tal, merece particular atenção da nossa parte.

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AQUINO, Júlio Groppa. A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento. In: AQUINO, J. G. (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

KISHOMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo. Cortez, 2005.

TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. Ed. Gente. p.165, São Paulo, 1996

VASCONCELOS, C.S. Disciplina: Construção da Disciplina consciente e interativa na

Referências

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